Buscar

Apostila-neoplasias

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE AGRONOMIA E MED. VETERINÁRIA 
PATOLOGIA GERAL VETERINÁRIA 
 
Profa. Luciana Sonne 
lusonne@unb.br 
 
NEOPLASIA 
A neoplasia é um “novo crescimento celular” composto de células, 
originalmente derivadas de tecidos normais, que sofreram alterações que permitem 
tornar-se relativamente não responsivos aos controles de crescimento normais e 
expandir-se além de seus limites anatômicos normais. As neoplasias podem ser 
classificadas em benignas ou malignas. O neoplasma recebe alguns termos comuns para 
referenciá-lo como tumor e câncer. Embora os termos neoplasia e tumor são utilizados 
para crescimentos benignos e malignos, o termo câncer é utilizado para crescimento 
maligno. 
As neoplasias são compostas de 2 elementos, o parênquima e o estroma. O 
parênquima é formado pelas células neoplásicas propriamente ditas. O estroma é 
composto principalmente pelo tecido conjuntivo, também é composto pelos vasos 
sanguíneos que suprem o tumor de nutrientes, fibroblastos e uma variedade de células 
inflamatórias. A quantidade de estroma de cada neoplasia pode variar 
consideravelmente em cada tumor. Um exemplo seria o linfoma que apresenta pouco 
estroma. 
As neoplasias podem ter como causas o erro espontâneo na replicação do DNA, 
radiação, carcinogênos químicos, inflamação crônica, parasitos, vírus oncogênitos 
(como o FeLV e o Vírus da Leucose Bovina) e fatores hereditários. 
 
Nomenclatura 
A maioria dos tumores parece consistir de um tipo celular único e o nome da 
neoplasia refere-se ao tipo celular da qual se presume a origem do tumor. Os tumores 
recém o sufixo oma adicionado do nome da célula a que se origina. 
2 
 
Os tumores podem ser classificados como epiteliais, mesenquimais, 
melanocíticos, indiferenciados e tumores mistos, além de existirem lesões semelhantes 
aos tumores. 
 
Tumores epiteliais 
Os termos para os tumores epiteliais benignos e malignos são frequentemente 
modificados por prefixos ou adjetivos descrevendo sua aparência ou a resposta que eles 
induzem no tecido vizinho. Por exemplo, o adjetivo escamoso no qual é utilizado 
quando o tumor apresenta diferenciação escamosa. O termo adenoma significa que a 
neoplasia tem origem do epitélio glandular. O temo pólipo é utilizado quando a 
neoplasia é epitelial benigna, que projeta-se na superfície mucosa. Os tumores malignos 
de origem epitelial recebem o nome de carcinomas, podendo também receber o nome 
de adenocarcinoma quando o epitélio neoplásico for de origem glandular. 
 
 Tumores mesenquimais 
 Neoplasias de células com origem mesodérmica. A neoplasia mesenquimal 
maligna recebe o sufixo sarcoma, sendo que o prefixo ou modificador indica a origem 
do tecido. Alguns exemplos de neoplasias mesenquimais benignas são o lipoma 
(neoplasia benigna de adipócitos), o leiomioma (neoplasia benigna de músculo liso) e o 
fibroma (neoplasia benigna de fibroblasto), enquanto que exemplos de neoplasias 
mesenquimais malignas são o lipossarcoma, leiomiossarcoma e fibrossarcoma. O 
lipossarcoma é um tumor maligno originário de lipócitos, o leiomiossarcoma uma 
neoplasia maligna de musculatura lisa e o fibrossarcoma é um tumor maligno de 
fibroblastos. 
 
Tumores melanocíticos 
São neoplasias de melanócitos. A neoplasia benigna é chamada de melanocitoma 
ou melanoma benigno, já a neoplasia maligna recebe o nome de melanoma 
simplesmente ou de melanoma maligno. São neoplasias geralmente de coloração 
enegrecida, porém alguns melanomas pode se apresentar amelanóticos. 
 
 
 
3 
 
Tumores indiferenciados 
 São classificados como tumores indiferenciados quando não se consegue 
determinar a origem celular da neoplasia. 
 
Tumores Mistos 
São neoplasias que contem múltiplos tipos celulares derivados de uma única 
camada germinativa ou de múltiplas. Acredita-se que esses tumores se originem de uma 
célula única pluripotente ou totipotente capaz de se diferenciar em uma variedade de 
tipos celulares maduros. O teratoma é um exemplo no qual contem tecidos derivados de 
todas as camadas celulares embrionárias e adultas. O tumor misto mamário é composto 
por uma mistura variável de elementos epiteliais neoplásicos (epitélio e mioepitélio) e 
elementos mesenquimais (tecido conjuntivo, adiposo, cartilagem e osso). 
 
Lesões semelhantes a tumores 
Entre os exemplos dessas lesões estão o hamartoma e o dermoide. Os 
hamartomas são tecidos epiteliais ou mesenquimais maduros desorganizados 
encontrados em localizações anatômicas normais. O dermoide é um exemplo de massa 
consistindo em pele e seus anexos maduros, que pode ser encontrado em uma variedade 
de sítios incomuns, incluindo a córnea. 
 
Tumores Benignos e Malignos 
As características mais importantes que diferencia os tumores benignos dos 
malignos é que as neoplasias malignas invadem localmente e metastatizam 
sistemicamente, porém as neoplasias benignas não o fazem. Na Tabela 1 encontra-se 
algumas diferenças entre as neoplasias benignas e malignas. Embora os tumores 
benignos sejam definitivamente distinguidos de seu correspondente maligno com base 
na sua invasibilidade, uma variedade de aspectos morfológicos e comportamentais é 
geralmente considerada para predizer seu potencial de malignidade. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Tabela 1. Diferenciação entre as neoplasias benignas e malignas. 
Benignos Malignos 
Crescimento lento Crescimento rápido 
Circunscrito Sem restrições de crescimento 
Expansivo Invasivo 
Bem diferenciado Pouco diferenciado (anaplásico) 
Estroma abundante Estroma escasso 
Não ocorre metástase Metástase 
Recorrência rara Recorrência frequente 
 
Aspectos Microscópicos das Neoplasias 
O termo diferenciação refere-se ao grau em que as células neoplásicas se 
parecem com as células normais, tanto em termo de função como no aspecto 
microscópico. Uma neoplasia bem diferenciada se compõe de células que tem muita 
semelhança com o tecido normal do qual se originou. Por outro lado, uma neoplasia 
pouco diferenciada (frequentemente denominada indiferenciada ou anaplásica) se 
compõe de células de aspecto primitivo, apresentando apenas uma semelhança remota. 
O termo anaplásia quando aplicados a uma neoplasia, implicam literalmente reversão 
para um estado mais primitivo. 
O tamanho e a forma dos núcleos e citoplasma das células neoplásicas pouco 
diferenciadas tendem a variar mais do que as células normais, uma característica 
denominada pleomorfismo. Além disso, a cromatina de células neoplásicas pouco 
diferenciadas se cora mais intensamente que a cromatina das células normais, uma 
característica denominada hipercromasia. As células anaplásicas também tendem a 
exibir relação nuclear/citoplasmática maior, significando um aumento do volume do 
núcleo, com relação ao volume do citoplasma da mesma célula. Algumas neoplasias 
também contêm células gigantes tumorais. Visto que as neoplasias anaplásicas tendem a 
crescer mais rapidamente que os tumores melhor diferenciados, a atividade mitótica 
pode atingir uma alta taxa, e as figuras mitóticas serem anormais. As neoplasias podem 
devido a sua rápida proliferação celular podem exceder o crescimento de sua circulação 
sanguínea resultando em áreas de necrose de partes da neoplasia. 
 
5 
 
 
Evolução da Neoplasia 
As neoplasias se desenvolvem como o resultado de múltiplas alterações que 
ocorrem em um período de tempo relativamente longo. O desenvolvimento tumoral 
ocorre através de 3 passos, chamados de iniciação, promoção e progressão (Figura 1). 
As células iniciadas têm dano genético irreversível. Essa alteração genética ocorre pela 
ação de agentes iniciantesmutagênicos ou iniciadores. Na presença de um promotor, 
essas células iniciadas expandem para formar uma lesão pré-neoplásica ou um tumor 
benigno. Em geral, os promotores não são mutagênicos; em seu lugar eles alteram a 
expressão gênica nas células iniciadas tenham vantagem em seu crescimento. Com as 
alterações genéticas ou epigenéticas adicionais, um tumor maligno emerge a partir de 
um subclone de células dentro da lesão benigna precursora. No estágio de progressão, a 
conversão maligna representa uma alteração irreversível no desenvolvimento do tumor. 
 
Figura 1. Desenvolvimento do tumor passo a passo (McGavin M. D.; Zachary 
J.F., Bases da Patologia em Veterinária, 2009). 
 
Metástases 
As metástases ocorrem quando colônias de células neoplásicas deslocam-se e 
intalam-se a distância do tumor primário e é uma característica única de malignidade. 
Os tumores podem fazer metástase por semeadura das cavidades corporais e superfícies 
(transcelômica), por disseminação linfática ou hematógena. Exemplo de tumores que 
metastizam pela via transcelômica são os mesoteliomas e os adenocarcinomas de 
ovário. Em geral, a maioria dos carcinomas gera metástase via sistema linfático, embora 
6 
 
os sarcomas também possam empregar essa rota para disseminação. Os linfonodos mais 
próximos da neoplasia geralmente sofrem metástase mais cedo e desenvolvem massas 
tumorais maiores. Os sarcomas tendem a utilizar a via hematógena para disseminar mais 
frequentemente que os carcinomas. Os tumores invadem mais frequentemente as veias 
do que as artérias, porque as paredes arteriais são muito mais espessas e difíceis de 
penetrar. Os tumores que penetram as veias culminam por atingir a veia cava e se 
alojam nos pulmões ou entram pelo sistema porta e se alojam no fígado. 
 
Mecanismos de invasão e metástase 
A metástase é um processo que requer a invasão da matriz extracelular, a entrada 
nos vasos sanguíneos, o extravasamento das células tumorais e a colonização do sítio 
metastático. A Figura 2 demonstra os passos sequenciais envolvidos na disseminação 
hematógena das neoplasias, eventos similares ocorrem durante a disseminação linfática. 
Essas atividades requerem muitas alterações como adesão célula/célula e célula/matriz, 
motilidade e invasibilidade. 
 
Angiogênese 
O suprimento sanguíneo para um neoplasia é extremamente importante devido 
ao contínuo crescimento da neoplasia, promovendo uma oxigenação adequada e 
fornecendo nutrientes para as células tumorais. Se não houvesse o desenvolvimento de 
novos vasos sanguíneos os tumores ficariam limitados a um diâmetro máximo de 1-
2mm. No mesmo ponto durante o desenvolvimento tumoral, ocorre uma estimulação 
angiogênica que confere às células tumorais a habilidade de induzir e sustentar a nova 
vasculatura tumoral. Os tumores induzem a angiogênese pela produção e liberação de 
fatores angiogênicos, como o fator de crescimento endotelial vascular ou pela 
diminuição do fenômeno pelos fatores antiangiogênicos, como a trombospondina. 
 
7 
 
 
Figura 2. Mecanismo de invasão e metástase (McGavin M. D.; Zachary J. F., 
Bases da Patologia em Veterinária, 2009). 
 
Efeitos locais e sistêmicos das neoplasias 
As neoplasias podem comprometer diretamente a função dos órgãos em que se 
originam pela substituição do tecido normal e pelo rompimento das relações anatômicas 
normais dos órgãos afetados. O tecido tumoral em crescimento pode comprimir o tecido 
circundante ou os vasos sanguíneos que suprem esse tecido, resultando em atrofia por 
compressão ou necrose. Isso é um problema grave em órgãos revestidos por ossos, 
como o cérebro, que pode se expandir somente em uma extensão muito limitada. Os 
tumores também podem causar hemorragias, enquanto a extensão do tumor para os 
8 
 
vasos sanguíneos pode levar a formação de êmbolos tumorais que produzem infartos em 
locais distantes. Adicionalmente a seus efeitos diretos, os tumores podem causar uma 
variedade de sinais clínicos sistêmicos denominados síndromes paraneoplásicas. Essas 
síndromes são efeitos indiretos, e geralmente remotos, causados mais frequentementes 
por produtos celulares tumorais do que pelo próprio tumor primário ou suas metástases. 
A Tabela 2 demonstra alguns exemplos de síndromes paraneoplásicas e animais. 
 
Tabela 2. Exemplos de síndromes paraneoplásicas em animais. 
Sistema Síndrome 
Sistêmico Anorexia/caquexia 
Febre 
 
Endócrino 
Hipoglicemia 
Hipercalcemia/Hiperestrogenismo 
Hipergastrinemia 
Síndrome de Cushing 
Esquelético Osteopatia hipertrófica 
 
 
Vascular/Hematopoiético 
Leucocitose/Leucopenia 
Eritrocitose/Anemia 
Trombocitose/Trombocitopenia 
Eosinofilia 
Coagulação Intravascular Disseminada 
Neurológico Neuropatia periférica 
Miastenia Grave 
Cutâneo Alopecia/Dermatofibrose nodular 
 
BIBLIOGRAFIA 
1. JONES T. C.; HUNT R. D.; KING N. W. Patologia Veterinária. 6ª ed. Manole, 
2000. 1415p. 
2. MCGAVIN M. D.; ZACHARY J. F. Bases da Patologia em Veterinária. 4ª 
ed., Mosby Elsevier. 2009. 1476p. 
3. RUBIN E. & FARBER J. L. Patologia Rubin. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990. 
1381p. 
4. WERNER P. R. Patologia Geral Veterinária Aplicada. São Paulo: Roca, 
2011, 371p.

Outros materiais