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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE PSICOLOGIA PLANTÃO PSICOLÓGICO HOSPITAL GERAL SÃO PAULO - 2019 Débora Velames de Souza – RA: A414IJ-5 Francine Moraes de Oliveira – RA: C415HE-0 Karen Pereira da Silva – RA: C34IJB-5 Luana Priori – RA: C75HGE-5 Rosana Dutra Lopes Bacan – RA: C680HI-9 PLANTÃO PSICOLÓGICO HOSPITAL GERAL Projeto de ação de humanização apresentado na Hospital Rede D´or São Luiz – Morumbi/ Anália Franco como solicitação da disciplina de supervisão do CPA Pompéia. Supervisora Regina Célia Rocha. UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 2019 PROJETO DE AÇÃO DE HUMANIZAÇÃO Título: Plantão Psicológico Hospital Geral Unidade Gestora: Hospital Rede D´or São Luiz – Morumbi/ Anália Franco Introdução O plantão psicológico surge como uma modalidade de atendimento proposta pelo Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP) em 1969, tendo como coordenadora a professora Rachel Lea Rosenberg, cujo objetivo inicial era oferecer um atendimento diferenciado à clientela que procurava o serviço, constituindo-se como uma alternativa às longas filas de espera. A história da psicologia hospitalar começou em 1818 no hospital MCLEAN, com uma equipe que continha um psicólogo. No Brasil na década de 30 foram propostas alternativas na psicologia como internação e na década de 50 começou a psicologia hospitalar com Matilde Neder no hospital das clínicas. Em 1976, surgiu o primeiro curso de psicologia hospitalar que foi fornecido pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob responsabilidade de Bellkiss W.R.L. A fim de adequar os atendimentos dentro hospital, Matilda Neder buscou fazer uma adaptação técnica de instrumental teórico, de 1979 à 1983 foram implantadas algumas formas de atuação do psicólogo hospitalar. Considerando que durante muito tempo a psicologia hospitalar utilizou-se de recursos técnicos e metodológicos de outras áreas da epistemologia psicológica, que dentro do contexto hospitalar não se mostraram tão eficazes. A partir das evidências experienciadas no exercício da psicologia no contexto hospitalar, partindo da necessidade em consolidar a identidade do profissional da área, iniciou-se o direcionamento de pesquisas e publicações a respeito da psicologia hospitalar. A fundação da sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), em 1997, vem fortalecendo a área no cenário brasileiro. A sociedade tem por objetivo promover cada vez mais ampliar os conhecimentos científicos dessa área. A partir dos anos 2000, a psicologia hospitalar foi reconhecida como especialidade pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP). A implantação do SAP aconteceu num momento em que se lutava pelo reconhecimento da profissão do psicólogo no Brasil e também com o aparecimento da Psicologia Humanista no país, proposta pelo psicólogo americano Carl Rogers, também chamada de “terceira força”, por se opor às correntes psicológicas até então vigentes, como a psicanálise e o behaviorismo. Tal fato serviu de impulso aos estudiosos e profissionais que buscavam alternativas às teorias e práticas tradicionais, como afirma Rosenberg (1987), “(...) deu-nos o senso de identidade sócio-profissional, incentivou nossos estudos, ajudou a superar diferenças individuais entre nós e levou-nos a acreditar, definitivamente, num novo modelo clínico de Psicologia, que ultrapassava o consultório para chegar à comunidade.” A doença, além de uma crise, causa a suspensão do previsto, a desordem do costumeiro, a urgência do enfrentamento do duvidoso, do temível, do irreconhecível. Instala-se, quase sempre, uma crise, determinando um momento complicado na vida de qualquer um. Esta crise trazida pelo surgimento de uma doença causa uma ruptura com o estilo de vida anterior, uma perda do conhecido andamento da vida como ela era, uma situação de risco, uma mudança não esperada, significando, muitas vezes, uma transição importante e significativa, até mesmo para a morte, o que, em nossa cultura, assusta demasiadamente (Lustosa, 2007). Para Campos (1995), há tensões psicológicas e desequilíbrios durante todo o momento em que a doença está presente, tanto no indivíduo como em seus familiares. A situação de tratamento e hospitalização pode ocasionar separações e cortes nas ligações afetivas com o mundo. O ser-doente vivencia a doença, e esta pode ser experienciada como a perda do eu são, o não querer ser doente, expressa um desejo de voltar a ser sadio no futuro, constituindo a doença em desespero. De acordo com Olivieri (1985), pode haver, no entanto o doente que queria ser são, porém, também este vive em desespero, pois, não por ser ele próprio: ter uma doença pode ser a maneira de solucionar um conflito ou uma situação de fuga - não quer assumir a responsabilidade do Ser são, familiarizando-se com a doença e vivendo bem com ela. As pessoas sadias estão em geral tão ocupadas com a busca de coisas elevadas como apreço, consideração, uma carreira importante, progresso e fortuna, que começam quase a esquecer as coisas simples. Mas para o doente essas coisas podem vir a ganhar um sentido complementar. As coisas do cotidiano se lhes mostram mais desejáveis do que antes. Mais do que uma pessoa sadia, o doente segue o ritmo do dia, apreciar cada detalhe, como o nascer do sol, a chuva, os ruídos do dia, o cair da noite e o silêncio. A noite ganha vida, embora uma vida pouco admirada. A primeira flor, o cantar de um pássaro pode lhe emocionar, sua janela, sua vista para o jardim, todos são acontecimentos importantes dos quais uma pessoa sadia quase não se ocupa (Alberto, 2002). Quando uma pessoa adoece e necessita de hospitalização, várias alterações são impostas à sua rotina, independentemente de sua vontade. Ela não é mais o comandante do seu navio, sua vida, e não sabe ao certo em que direção ele andará, em que porto irá desembarcar. É nesse momento que a equipe de saúde direciona suas ações a ela e o médico se torna o grande responsável pela "rota" a ser seguida. Tendo a vida guiada pelas mãos do médico, o paciente cria, muitas vezes, uma relação de dependência com este profissional. O atendimento psicológico no contexto hospitalar tem o seu foco no processo de hospitalização, nas emoções suscitadas devido ao adoecimento. Estas emoções fazem, muitas vezes, o paciente rever as "marcas" existentes em sua história de vida, rever valores e ressignificar vivências anteriores. É possível observar, nos atendimentos psicológicos hospitalares, que a maior angústia não se dá pela hospitalização em si, mas sim pela retrospectiva de vida que essa propicia ao paciente, fazendo-o reviver perdas e relembrar dificuldades sentidas. Sendo assim, a psicologia no hospital serve como um espaço de escuta das aflições expressas pelo paciente, um espaço onde o sujeito possa ser pensado para além de suapatologia, possa ser considerado como algo mais que um simples número de leito, valorizando seu mundo subjetivo e auxiliando-o no entendimento e no enfrentamento do momento no qual se encontra. A psicologia hospitalar é um ramo da Psicologia que se diferencia dos demais por pretender humanizar a prática dos profissionais da saúde dentro do contexto hospitalar. A partir da Psicologia Hospitalar, a própria psicologia redefiniu conceitos teóricos na tentativa de uma melhor compreensão da somatização, suas implicações, ocorrências e conseqüências. O atendimento psicológico hospitalar é realizado numa situação especial na qual o paciente encontra-se doente e internado; a sua família também deve receber a orientação e o suporte emocional necessário dentro deste contexto. Desta forma, embora seja um ramo da Psicologia Clínica, a Psicologia Hospitalar assume um modelo próprio, adaptado à realidade institucional hospitalar para atender as necessidades de pacientes, familiares e equipe. O atendimento no hospital é focal, breve e muitas vezes emergencial. O psicólogo clínico no hospital, ao contrário do psicólogo no consultório, vai até o cliente e, junto a este ou a equipe multidisciplinar, irá identificar sua demanda. O trabalho interdisciplinar então implica numa em constante troca de conhecimentos e discussão conjunta sobre o melhor atendimento ao paciente. Os atendimentos psicológicos acontecem quase sempre à beira do leito, contando sempre com a possibilidade de interrupções e adiamentos. A flexibilidade do psicólogo neste contexto é fundamental e, como coloca Romano (1999), “o que possibilita e molda o trabalho não é o lugar nem os entraves. Seu aspecto terapêutico, oportuno e pertinente resulta da eficácia da ação, dos objetivos bem claros a serem atingidos, da possibilidade de trocas eficientes com a equipe, do consenso de que a intervenção psicológica junto ao doente e seus familiares interferem positivamente no processo do adoecer e da internação”. O Plantão Psicológico apresenta-se como uma prática clínica com o foco centrado na pessoa e no que for relatado no momento do atendimento, de forma que seja uma escuta atenta a demanda trazida, direcionando o paciente atendido para os diferentes recursos disponíveis. A prática exercida promove a consciência do paciente e da realidade exposta por ele. Segundo Amatuzzi (1990), o objetivo do Plantão Psicológico consiste em propiciar a facilitação de um processo que é do cliente e, portanto, a função do plantonista é acompanhar esse processo, e não o conduzir. Desse modo é possível compreender que, quando o paciente falar sobre si, ele se ouve e começa a reconhecer sua demanda emocional imediata. É essencial ter como conhecimento que o Plantão Psicológico tem como característica seu atendimento emergencial e se pratica intervenções sobre a demanda e podem ser realizados encaminhamentos para psicoterapia ou para rede multidisciplinar. De primeiro momento a idéia é receber o paciente na medida em que o foco é definido por ele e não pela abordagem do psicólogo. A proposta do plantão é manter-se com o paciente no momento presente e na problemática emergente, promovendo uma avaliação melhor de seus recursos. Enfatiza Rosenberg (1987), não tem a intenção de substituir a psicoterapia e propõe cada atendimento como um universo único, ou seja, como um atendimento característico da Abordagem Centrada no Cliente, que tem como premissa a confiança no organismo para avaliar as situações externas e internas, compreender a si mesmo no seu contexto e fazer escolhas construtivas para sua vida. O profissional que realiza o atendimento estará ali para atender a pessoa, focalizando a sua atenção nela e não no problema expressado. Dessa forma, o benefício do plantão psicológico não está relacionado à finitude da problemática em questão, já que a prioridade não é a queixa, mas o mundo de significados daquela pessoa, e o papel do psicólogo é ajudá-la a refletir e buscar novas maneiras para lidar com as suas dificuldades e auxiliar o paciente para sua construção e reconstrução. Justificativa O serviço de “Plantão Psicológico” visa oferecer atendimento psicológico priorizando acolhimento em situações de crise e esclarecimento. Não oferece psicoterapia nem acompanhamento psicológico, porém, caso seja necessário, encaminha o cliente a serviços e instituições que darão continuidade ao tratamento do usuário de conforme a necessidade. Segundo Teles (2003), o medo constante do insucesso e de alguma tragédia, a competitividade da sociedade moderna, estão influenciando uma quantidade absurda de indivíduos a distúrbios psicológicos de tal ordem, que o anormal está se tornando normal. O ser humano, assim como o animal, tem um limiar de tensão, isto é, ele só pode suportá-la até certo tempo, sem que seu sistema biopsíquico se desorganize. Podemos dizer que o plantão psicológico constitui-se como uma prática clínica da contemporaneidade, na medida em que ela promove uma abertura para o novo, o diferente e oferece um espaço de escuta a alguém que apresenta uma demanda psíquica, um sofrimento, oferece um momento no qual esse sujeito que sofre se sinta verdadeiramente ouvido na sua dor. E ouvir, segundo Amatuzzi (2001), é se permitir entrar verdadeiramente no universo de significados do outro para, dessa forma, auxiliá-lo na construção e/ou reconstrução dos sentidos que realmente dizem respeito à sua existência. É um mergulho no universo interior da pessoa que fala, sem a interferência de julgamentos e valores, a partir do qual se abrem possibilidades dela mesma se ouvir. Os profissionais envolvidos no projeto são psicólogos do hospital, professores e supervisores da psicologia, profissionais que compõem a equipe multidisciplinar. As atividades realizadas estão em auxiliar nos atendimentos dos pacientes, familiares e equipe, que se encontram dentro do hospital, consiste em fazer o atendimento e avaliação psicológica, fazer orientações aos pacientes e familiares, discutir os casos com a equipe, evoluir os resultados das avaliações no sistema do hospital e arquivar os prontuários desses atendimentos. Revisão de Literatura A Atuação do Psicólogo no Contexto Hospitalar O presente artigo trata da atuação de psicólogo em instituições hospitalares, abordando as intervenções junto à família, o paciente e equipe profissional do hospital. A atuação do psicólogo hospitalar promove mudanças, atividades curativas e de prevenção, diminui o sofrimento que a hospitalização e a doença causam ao sujeito. O trabalho do psicólogo hospitalar é especificamente direcionado ao restabelecimento do estado de saúde do doente ou, ao controle dos sintomas que comprometem bem-estar do paciente. Existem tarefas básicas do psicólogo hospitalar como; a função de coordenação, relacionadas às atividades com os funcionários da instituição; a função de auxílio à adaptação, intervindo na qualidade do processo de adaptação e recuperação do pacienteinternado; a função de inter-consulta: auxiliando outros profissionais a lidarem com o paciente; a função de enlace, de intervenção, por meio de delineamento e execução de programas com os demais profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes; a assistência direta: atua diretamente com o paciente, e a função de gestão de recursos humanos: aprimora os serviços dos profissionais da instituição, o que contribui de forma significativa para a promoção de saúde. Os psicólogos hospitalares atuam como intérpretes das demandas do paciente, da família e da equipe profissional. Ele atua como facilitador do diálogo entre essa tríade, e dispensa apoio psicológico a família, assim como esclarecimento de suas dúvidas. A inserção do psicólogo no hospital gera qualidade, e amplia a promoção da saúde e a melhor qualidade nos atendimentos hospitalares, atuando para a melhor integração, e compreensão das diferentes práticas teóricas, minimiza os espaços entre as diversidades dos saberes, e lapida o cuidado à saúde e a prevenção de doenças. Assim é possível estabelecer as condições adequadas de atendimento aos pacientes, familiares e melhor desempenho das equipes de saúde no hospital. Práticas Psicológicas em hospitais: demandas e intervenções O artigo citado, retrata uma pesquisa feita com alguns setores de hospital a fim de melhorar o atendimento de Plantão Psicológico. nessa pesquisa, foram entrevistados três psicólogos com o intuito de fazer uma análise crítica sobre o processo de atendimento. Algumas mudanças foram realizadas com objetivo de melhorar a interação da equipe multidisciplinar, atendimento família-paciente, estagiários qualificados e o aprimoramento na área de Psicologia Hospitalar, mantendo assim o preparo dos profissionais para o atendimento, para dar continuidade nas demandas entendidas e intervenções realizadas com precisões. A partir do estudo, foi concretizado que a psicologia hospitalar é uma vertente de ação que se insere no campo da saúde, constituindo “uma extensão relativamente linear dos modelos tradicionais”, sendo assim, criando sua melhoria e moldando sua atuação ativa nas redes hospitalares. A pesquisa foi produzida com o foco de buscar estratégias de melhoria para o paciente, enfatizando que os serviços psicológicos complementam os demais serviços hospitalares e contribuem de forma marcante para a qualidade do atendimento e do bem estar do paciente. O objetivo foi alçado de modo que pontuaram as intervenções necessárias para a melhora dos atendimentos com pacientes junto a equipe responsável. Psicólogos em formação: Vivência e demandas em Plantão Psicológico O objetivo do artigo foi construído através de uma pesquisa qualitativa numa instituição privada de graduandos de psicologia e qual seria o impacto dessa vivência dos alunos, pois os mesmos não recebem o suporte necessário na teoria para essa especificidade de atendimento focado na abordagem direcionada ao paciente. Para prosseguir, foram realizados questionários com os alunos, entendendo o grau de dificuldade que tiveram em concluir os atendimentos e quais sugestões teriam. Essa questão apresentou-se discutida e refletida na fala dos entrevistados, que mostrou a atividade de plantão psicológico foi carregada de desilusões e rupturas, permitindo, a cada um, uma nova construção na maneira de olhar para questões não estabelecidas, explicitando-se a necessidade de questionar e avaliar as práticas cotidianas. Plantão psicológico em Unidade Básica de Saúde: Atendimento em Abordagem Humanista-fenomenológica O presente artigo retrata a história de como surgiu a prática do plantão psicológico e discute sobre seu objetivo, e justifica a abordagem selecionada para ser exercida de um modo que atribui a este significado, apresenta os métodos e faz sua conclusão de pesquisa. Enfatiza o atendimento voltado para a escuta atenta com o paciente, tornando o momento de liberdade e de ressignificar o olhar perante a situação vivenciada. O texto aponta sobre a necessidade de um profissional preparado para esse atendimento, especializado no tipo de abordagem humanista- fenomenológica existencial, pois, faz jus ao que a teoria explica, fazendo paralelo com a situação atual e sua compreensão da mesma. Foi concluído que análises desse tipo e o trabalho do psicólogo em instituições de saúde, têm muito a contribuir com estas instituições e para a população nelas atendidas e que a visão do psicólogo humanista tem o poder de aprimorar a visão do conjunto para cuidar das pessoas de forma integral. Objetivo Geral O objetivo desse projeto é expor a importância do psicólogo na equipe multiprofissional buscando agregar um atendimento humanizado integrando paciente, família e equipe no ambiente da Medicina de Urgência e Emergência. Neste ambiente também circulam sentimentos e emoções que se modificam e até mesmo interferem nos cuidados de quem encontra-se neste setor, realizando intervenções breves, para que possam ressignificar seu momento atual, com ajuda de profissionais que estão em formação e se especializando na busca de um melhor atendimento para esses usuários. Objetivo Específico O objetivo do plantão psicológico é atender pacientes e familiares que necessitem de atendimento emergencial, oferecendo espaço para a escuta atenta a alguém que apresenta demandas psíquicas de sofrimento, angústia, medo, dúvidas referentes a procedimentos cirúrgicos ou quaisquer outras problemáticas exigidas,com o objetivo de promover um espaço para que o paciente e família possam desenvolver recursos para enfrentamento acerca do adoecimento e hospitalização. Metodologia O Projeto plantão psicológico hospitalar consiste em atendimentos emergenciais, que serão realizados no Hospital são Luiz da Rede D´or, nas unidades Morumbi e Anália Franco. O projeto é formado por cinco estagiárias do curso de psicologia, em dias e horários diferentes, os atendimentos ocorrem através de chamados no ramal da psicologia, que podem vir de qualquer setor solicitando a presença do psicólogo na emergência. Os atendimentos serão realizados com os pacientes do hospital e/ou acompanhantes que solicitarem atendimento psicológico, o pedido pode ser feito pela equipe multidisciplinar que é responsável pelo paciente O atendimento é supervisionado pelo profissional da psicologia que está de plantão, atendendo os chamados e direcionando os pacientes, para as estagiárias que atendem em dias e horários diferentes, para melhor aproveitamento do estudo, visando abordar o máximo de pacientes, seja no Pronto socorro, CMC, UTI, etc. Quando ramal toca solicitando atendimento, verificamos o setor, nome do paciente, número de prontuário, necessário verificar o histórico (se houver) e se dirigir rapidamente ao local em fomos solicitados. Caso não tenha solicitação de atendimento, será feita a abertura do Plantão Psicológico que implica em pesquisar no hospital geral, pessoas que ainda não receberam o suportepsicológico ou já foram atendidas e precisam de acompanhamento. Sem duração de tempo determinado, um atendimento se difere do outro conforme a demanda exigida. Após o atendimento, é feita a evolução do caso, que consiste em fazer na análise do atendimento realizado. Resultados Todos os atendimentos descritos abaixo são caracterizados como Plantão Psicológico em leito, definido como intervenção psicológica breve em abordagem humanista existencial, acolhendo tanto o paciente, como sua família no exato momento de sua urgência, ajudando-os a lidar melhor como seus recursos e limites. Resultado 01 A assistência foi realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan. No dia 20/08/2019 foi efetuado atendimento a paciente V.L.B.L.T, sexo feminino, 69 anos, brasileira, casada, 3 filhos e 2 netas. Deu entrada no Hospital Rede D´or São Luiz - Morumbi, em 18.08.2019, com diagnóstico clínico: Síncope AE- Cardiogênica / antecedentes clínicos: DLP / DAC / ATC c/ Stent em ACD (em dez/2018 – Hospital Santa Paula). Atendimento realizado a pedido da enfermeira Dayane, devido à paciente mostrar-se ansiosa. Paciente respondeu corretamente ao protocolo de segurança verbalizando sem dificuldades, se encontrava sozinha no início do atendimento, e após alguns instantes chegou o filho. Paciente relatou o motivo da internação dizendo que havia sofrido 5 síncopes consecutivas e por possui antecedentes cardiológicos. Falou sobre a colocação do stent no final do ano de 2018, e desde então vem sentindo-se desanimada, desânimo este que, denominou de “preguiçinha”. Professora de educação física, deixou a profissão após o nascimento dos filhos, e atualmente disse resistir em praticar qualquer modalidade física por não gostar. Pesa 42 quilos, e disse se achar “gorda” quando se olha no espelho. Mencionou sentir incômodo pelo fato das cortinas próximas ao leito ficarem fechadas, disse não gostar de permanecer em ambientes fechados e por este motivo, também estava ansiosa em relação ao exame de ressonância que estava prestes a se submeter, e sabia que passaria por um tubo fechado. Relatou sobre o mal-estar sofrido em dezembro de 2018, estava sentindo-se mal há três dias mas não comentou com ninguém, estava organizando o jantar de confraternização para vinte pessoas e no ápice da organização e chegada dos convidados, não suportou e pediu para que a socorresse e a levasse para o hospital Paciente relatou que todos os exames feitos até aquele momento não havia nenhuma alteração, e que sua suspeita fosse algum fator psicológico que tivesse desencadeado as síncopes, já seu filho mencionou no mesmo momento que o motivo foi à falta de alimentação. Paciente disse não ter prazer em se alimentar, sempre comeu pouco, muitas vezes tentava fingir diante da família que estava comendo, sendo seu prazer cozinhar e ver as pessoas saboreando. Contou que nas gestações manteve seu peso, e o único aumento era o peso dos bebês, “os gêmeos nasceram prematuros com um quilo e pouco cada um”. Já no hospital disse estar se alimentando melhor, apesar de rejeitar qualquer alimento doce, “não como nada doce há 30 anos”. Paciente ao discursar sobre seu quadro de ansiedade, contou-nos que mudou alguns comportamentos após seu filho ser sequestrado há 15 anos, permanecendo em cativeiro durante sete dias, neste período não conseguia dormir e nem se alimentar, passando a base de café e cigarro, “nestes dias minha vida era a Souza cruz”. Posteriormente passou a evitar sair de casa e suas idas ao supermercado eram rápidas, às vezes com desistência no decorrer das compras, “deixava a mercadoria lá e saia correndo”, alegou ser por medo das pessoas. O mesmo ocorreu quando um motociclista se chocou em seu carro, apesar de não ter sido grave, disse ter se abalado e passou a não dirigir mais a noite. Contou que o médico cardiologista havia receitado um medicamento para ansiedade o qual fez uso durante quinze dias e suspendeu por conta própria. Paciente declarou sentir necessidade em controlar a família, como se fosse “uma galinha que acolhe seus pintinhos debaixo das asas”. Ao ser avaliada pelo Serviço de Psicologia Hospitalar, mostrou-se consciente, contactuante, orientada e receptiva ao atendimento. Apresentou frágil estado emocional devido antecedente mórbido familiar (sequestro do filho), dificuldade em colaborar com assistência proposta (acompanhamento medicamentoso para transtorno de ansiedade, receitado pelo cardiologista). Frágeis recursos de enfrentamento do processo devido dificuldade em lidar com as limitações impostas pela hospitalização e alteração no exame psíquico em afetividade, presença de ansiedade. Acompanhante (filho), avaliado pelo serviço de psicologia hospitalar, mostrou-se orientado e receptivo ao atendimento no momento. Apresentou regular estado emocional, com regulares recursos de enfrentamento do processo devido à regulares informações sobre o tratamento e plano terapêutico da paciente. Durante o atendimento notamos que a maior parte de seu discurso era voltado ao bem estar das outras pessoas, esquecendo-se de si mesma, apresentando preocupação e culpa por estar ausente e não poder estar em casa para ajudar e atender as necessidades da família. Ao mencionarmos a necessidade de um autocuidado a mesma apresentou dificuldade em dispensar tal atenção a sua alimentação e saúde, parecia não haver um querer genuíno. Em relação à possibilidade de avaliação psiquiátrica, orientamos sobre a importância da medicação para o transtorno de ansiedade receitado pelo cardiologista, e sobre a necessidade do tempo estimado para que a substância faça efeito no organismo, sugerimos também sobre a possibilidade de uma avaliação psiquiátrica, mas a paciente recusou prontamente justificando não gostar de médicos. Em relação à importância do acompanhamento psicoterápico externo, a paciente apresentou dúvidas sobre como proceder, então esclarecemos que os encontros são normalmente, com aproximadamente 50 minutos e uma vez por semana, neste momento a paciente mencionou uma amiga que fazia terapia há anos e viciou nas sessões, mas estava muito bem, e naquele momento abriu-se para essa possibilidade. Paciente mencionou ter ideias fixas sobre comprar presentes para os filhos, e estar sempre fazendo pratos saborosos e se certificando que estão realmente bons, fatores que possam estar relacionados à baixa autoestima pelo fato de necessitar sempre estar agradando as outras pessoas, o que denota a uma possível necessidade de aceitação e reconhecimento dela, perante a família. Análise 01 O contexto do Plantão Psicológico tem como objetivo no momento da urgência prestar um socorro e alívio, propiciando um acompanhamento do paciente em busca do sentido de existência por meio da compreensão de seu sofrimento. Segundo Boff (1999), salienta que o cuidado é mais que um ato, é uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com uma pessoa. O mesmo autor ressaltaque o cuidado como modo-de-ser perpassa toda a existência humana e possui ressonâncias como: o amor, a justa medida, a ternura, a carícia, a cordialidade, a convivialidade e a compaixão que garantem a humanidade dos seres humanos. A forma como a paciente apresentou sua relação com a alimentação denota sintomas semelhantes ao de anorexia nervosa, contou ter tido episódios de sintomas ansiosos excessivos, fobia de lugares fechados, e depressão, tendo prejuízos em seu convívio social e ocupacional. Segundo Nunes e Abuchaim (1995), a anorexia nervosa caracteriza-se pela abstenção de alimentos e consequentemente a perda de peso, existindo um constante desejo ao emagrecimento e medo de engordar. A anorexia nervosa do ponto de vista psicopatológico caracteriza-se pela distorção da autoimagem (DALGALARRONDO, 2000). A paciente percebe-se gorda ao se olhar no espelho e esforça-se para enganar os familiares fingindo ingerir os alimentos no momento das refeições. A paciente apresentou preocupação excessiva com seus familiares, principalmente após o sequestro do filho, sente-se angustiada por não poder estar em casa com as netas, e vive com medo que algo aconteça. Comentou também sobre o medo de não conseguir fazer o exame de ressonância, e permanecer em locais fechados. Conforme Dalgalarrondo (2000) a síndrome de ansiedade generalizada carrega consigo a presença de sintomas ansiosos excessivos, por pelo menos seis meses, com presença de angústia, irritabilidade aumentada, preocupação e tensão. Paciente relatou que ultimamente vem sentindo-se desanimada e vontade dormir, já não tendo a mesma disposição de antes. Segundo Dalgalarrondo (2000), a depressão é reconhecida atualmente como um problema de saúde pública, do ponto de vista psicopatológico o humor triste é um elemento central dos quadros depressivos, embora sejam caracterizadas por múltiplos sintomas, dentre eles: afetivos, cognitivos, relativos à auto valoração, à volição, e a psicomotricidade. Conforme Dalgalarrondo (2000), Sintomas depressivos podem surgir com frequência após perdas de uma pessoa amada ou muito querida, podem surgir também pela perda de um trabalho, uma casa, ou algo simbólico. Resultado 02 A assistência foI realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan. No dia 27/08/2019 foi efetuado atendimento a paciente, A.B.S, sexo feminino, 37 anos, casada, 1 filho (11 meses), residente em Campinas, profissão (Diretora em Recursos Humanos). Deu entrada no Hospital Rede D´or São Luiz - Morumbi, em 26/08/2019, com diagnóstico clínico: Dispnéia a/e / antecedentes clínicos: asma intermitente. Atendimento realizado a pedido do Dr. Werner, por motivo da paciente mostrar-se irritada e ansiosa. Paciente respondeu corretamente ao protocolo de segurança, estava acompanhada pelo primo e uma tia. No momento do atendimento encontrava-se ansiosa e irritada devido a ausência de um diagnóstico, disse que não concordava com o diagnóstico atual de asma, pois os sintomas que haviam levado a hospitalização eram diferentes das crises de asma que já havia vivenciado anteriormente. Apesar disto, sentia-se mais confortável com a notícia de que seria transferida para o quarto. Perguntamos se havia acontecido algo antes dos sintomas que a levaram para o hospital e a mesma relatou que a cerca de dez dias, seu filho foi acometido por uma infecção urinária e devido a alta febre teve várias convulsões a caminho do hospital, e ao contar que tiveram que ressuscita-lo, se entregou às lágrimas, e por fim disse que ainda estava difícil tocar no assunto. A paciente relatou que durante suas atividades profissionais, costumava seguir um cronograma constante de tarefas e horários a serem cumpridos, demonstrando inflexibilidade com situações que possam fugir de seu controle. Disse estar vivendo um momento novo em sua vida, pela mudança de emprego, cidade e que nunca foi profissional e mãe ao mesmo tempo. Faz acompanhamento nutricional mensal e atividade física 3 a 4 vezes por semana com o objetivo de voltar ao seu peso anterior a gestação. Durante o atendimento manifestou o desejo de poder receber a visita do filho, disse estar com muitas saudades e que o filho já estava totalmente recuperado do quadro anteriormente mencionado. Paciente foi orientada que a visita de um bebê no hospital não seria adequada, mas diante da solicitação, quando a mesma estivesse no quarto, a equipe de psicologia iria agendar com ela um horário para que pudesse ver o filho durante tempo de dez minutos. Paciente avaliada pelo Serviço de Psicologia Hospitalar, mostrou-se consciente, contactuante, orientada e receptiva ao atendimento no momento. Apresentou frágil estado emocional geral devido antecedente mórbido familiar (estado de saúde do filho), ao impacto do processo de adoecer e necessidade de hospitalização , com frágeis recursos internos para enfrentamento do processo devido a dificuldades em afetividade, presença de ansiedade. Familiar (primo e tia), avaliados pelo serviço de psicologia hospitalar, mostraram-se orientados, receptivos ao atendimento no momento. Apresentaram regular estado emocional, com regulares recursos de enfrentamento do processo devido à regulares informações sobre o plano terapêutico da paciente. Paciente manifestou alterações psíquicas e comportamentais de privação de liberdade, limitação das atividades, frustração e sensação de impotência frente ao adoecer, contou que a família a proibiu de ficar com o notebook, mas que tinha vontade estar com ele para trabalhar mesmo estando no hospital. Apresentou sentimento de frustração e impotência por não saber ao certo o que estava havendo com sua saúde, contou ter se indisposto com a equipe de saúde por não confiar no diagnóstico atual. Havia o desejo de receber um diagnóstico e assim poder tomar um medicamento que resolvesse o problema e assim poderia voltar a sua rotina normal. Foram feitas várias intervenções no sentido de orientá-la sobre a importância do autocuidado, sobre a necessidade de tempo para ela e a família de modo que pudesse ter um novo olhar diante das situações que normalmente se comportava de forma inflexível. Utilizamos uma linguagem simples para orientar a paciente sobre a forma de como nosso organismo reage diante de situações e fatos estressantes, e na possibilidade de não haver um plano terapêutico da forma como ela gostaria, ou seja, ter um diagnóstico específico, com uma medicação específica que resolvesse o problema, mas que talvez fosse o momento para que ela pudesse promover um autocuidado, juntamente com a possibilidade de um acompanhamento psicológico externo. Paciente aceitou a sugestão com interesse, mas somente em atendimento psicológico online, disse não ter tempo, mas que se interessaria se pudesse fazer de forma virtual. Análise 02 O Plantão Psicológico visa um atendimento clínico centrado na pessoa, segundo Mahfoud (1987), ao promover um espaço de cuidado psicológico para a pessoa, muito maisdo que para os problemas, gera uma consciência de si e da realidade, permitindo que a mesma venha discriminar os diferentes recursos disponíveis para enfrentamento do processo de adoecimento e hospitalização. O atendimento característico da Abordagem Centrada na Pessoa, tem como premissa a confiança no organismo para avaliar as situações externas e internas, compreender a si mesmo no seu contexto e fazer escolhas construtivas para a vida. Para Amatuzzi (1990), o objetivo do Plantão Psicológico consiste em propiciar a facilitação de um processo que é do cliente e, portanto, a função do plantonista é acompanhar esse processo, e não conduzi-lo. Cury (1999) complementa caracterizando o atendimento de Plantão Psicológico como sendo de caráter emergencial e privilegiando a demanda emocional imediata e espontânea do cliente. Diante do relato da paciente pudemos constatar que a mesma sofreu um desgaste emocional intenso de medo e pânico, dias antes do desencadeamento dos sintomas que a levaram a internação. O evento do adoecimento do filho, e pelo fato de presenciar o mesmo convulsionando, contribuiu muito para o frágil estado emocional da paciente. O estado emocional interfere na saúde e pode desenvolver ou potencializar doenças. Seja no trabalho, na rua ou em ambientes aparentemente seguros, como a sua casa, o corpo pode ser atacado por causa do turbilhão de emoções vividas no cotidiano. As doenças psicossomáticas não escolhem alvo por sexo ou idade e podem se alastrar de forma grave e afetar funções vitais, como a respiração. A asma é um dos quadros clínicos mais associados ao estresse, pois sentimentos como medo, preocupação, vergonha, ansiedade, entre outros, atuam no organismo favorecendo as crises de quem já tem pré-disposição a doença. Santos (2001), verificou em seu trabalho, fatores que interferem no desenvolvimento e no agravamento de crises de asma, investigando aspectos emocionais que poderiam estar envolvidos com problemas respiratórios envolvidos nessa patologia. Seus resultados permitem mostrar que as crises de asma estão intimamente vinculadas a fatores psicodinâmicos desenvolvidos em momentos específicos da vida de cada indivíduo e que, onde, os conflitos existenciais ocasionaram alta prevalência de ansiedade e dificuldade para enfrentar e ou resolver esse conflito. De acordo com Borba, Ribeiro, Ohara e Sarti (2009), a asma envolve não só o aspecto biológico, mas também as relações interpessoais em seus aspectos https://www.minhavida.com.br/temas/respira%C3%A7%C3%A3o https://www.minhavida.com.br/saude/temas/estresse psicológicos e sociais, transformando-se em experiências difíceis, permeadas de sofrimento. Desse modo, entende-se que a participação de um componente emocional ou psicodinâmico no quadro da asma brônquica é um fenômeno marcante e bem conhecido. Tal componente emocional pode influir em três níveis do quadro asmático: no desencadeamento das crises, na persistência ou agravamento do sofrimento durante as crises ou períodos intercríticos e na resistência do tratamento Lemle (2010). Matos e Machado (2008) investigaram a associação entre as cognições disfuncionais associadas à asma e outras variáveis psicológicas (emoções e comportamentos). Por cognições disfuncionais entendem-se distorções ou erros cognitivos relacionados às emoções e aos comportamentos, nesse estudo, ligados à asma. Os resultados encontrados sugerem que as cognições disfuncionais associadas à asma são preditoras de comportamentos/emoções problemáticos que ocorrem antes, durante e depois das crises asmáticas. Indicaram ainda que as cognições disfuncionais são preditoras de maiores níveis de sintomatologia "pânico/medo" e de atitudes negativas diante da doença asmática e ao seu tratamento. O componente psicológico dessas crises deve ser o combate à ansiedade e ao sofrimento causado pelas limitações vivenciadas. Além da ansiedade decorrente da doença, aquela pode estar vinculada a outros fatores, que podem contribuir para o desencadeamento de crises, tais como um atendimento clínico insatisfatório, conflitos familiares e falta de conhecimento sobre a asma. Por ser uma doença crônica com diversas causas, sintomas e conseqüências para a saúde do doente, a asma envolve um complexo processo de adaptação. Resultado 03 A assistência foi realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan. No dia 03/09/2019 foi efetuado atendimento ao paciente J.C.M.P., sexo masculino, 64 anos, casado, dois filhos e uma neta (08 meses), residente em São Paulo, profissão engenheiro. Deu entrada no Hospital Rede D´or São Luiz – Morumbi, em 17/08/2019, com diagnóstico clínico: Suboclusão abdominal por brida? / - PO de retossigmoidectomia + lifadenectomia + ileostomia (08/08/2019) / - PO de LE enterectomia segmentar + entero-entero anastomose + colostomia > abdome agudo inflamatório obstrutivo (29/08/2019) / antecedentes clínicos: Neoplasia de reto / - Ex etilista. Atendimento realizado a pedido da enfermeira Juliana, devido paciente mostrar-se fragilizado e ansioso em relação a sua recuperação. Paciente respondeu corretamente ao protocolo de segurança, estava acompanhado pela filha e o cunhado. Manifestou desesperança e ansiedade devido a vários procedimentos que fora submetido no período de 21 dias, sendo internado por duas vezes no período de um mês, relatando ter recebido alta ficando somente três dias em casa, voltando ao hospital por ter sofrido uma intercorrência da cirurgia e sentindo muitas dores, fato que trouxe grande instabilidade emocional e incerteza quanto aos procedimentos realizados. Disse ser a primeira vez que ter necessitado de tratamento médico, devido ao diagnóstico atual. Passou por tratamento quimioterápico e radioterápico, onde foi obtido sucesso, segundo informou a familiar (filha). Paciente avaliado pelo Serviço de Psicologia Hospitalar, a pedido da enfermeira Juliana, mostrou-se consciente, contactuante, orientado e receptivo ao atendimento no momento. Apresentou frágil estado emocional geral devido ao impacto do processo de adoecer e necessidade de hospitalização, cirurgias e/ou procedimentos de grande porte com risco de morte e/ou seqüelas, como também seqüelas emocionais presentes advindas do adoecer e hospitalização pessoal anterior, com frágeis recursos internos para enfrentamento do atual processo, devido em lidar com limitações impostas pelo adoecer e hospitalização. Alteração no exame psíquico em afetividade e presença de ansiedade. Familiares (filha e cunhado), avaliados pelo serviço de psicologia hospitalar, mostraram-se orientados, receptivos ao atendimento no momento. Apresentaram regular estado emocional, com regulares recursos de enfrentamento do processo devido à regulares informações sobre o plano terapêutico da paciente. Paciente apresentou consciência clinica, senso percepção, pensamento, linguagem, cognição, consciência do eu, controle de impulsos, juízo crítico, motivação, volição e memória todos normais, tendo somente alterado emafetividade com presença de ansiedade. Manifestou alterações psíquicas e comportamentais de privação de liberdade, limitação das atividades, perda de autonomia, frustração, sensação de insegurança, desconfiança, stress psicorgânico, desesperança e sensação de impotência frente ao adoecer. Apresentou sensação de insegurança, desconfiança, desesperança por causa das várias intercorrências ocasionadas no decorrer do processo de adoecer, da inevitabilidade das cirurgias, como a necessidade de hospitalização. O sentimento de impotência e frustração se faz presente, demonstrando certa ansiedade, pois através de seu discurso, em que nunca ficara doente e agora ter acontecido essas intercorrências fazendo com que viesse a passar por três cirurgias em menos de um mês. A intervenção foi no sentido de orientá-lo sobre a importância do tratamento, da internação, do cuidado dispensado no hospital com o intuito de sua melhora, esperando que o organismo venha reagir de acordo com o plano terapêutico proposto. Ao abordar sobre o impacto do constrangimento da colostomia, o que determina uma alteração da imagem corporal, ocorrem diversas reações a esta nova realidade, como frustração, medo frente a adaptação, insegurança, perda de autonomia, etc. O colostomizado necessita rever o esse seu momento, de perdas, para encontrar forças para aceitar e trabalhar as suas perspectivas. Análise 03 O Plantão Psicológico visa um atendimento clínico centrado na pessoa, segundo Mahfoud (1987), ao promover um espaço de cuidado psicológico para a pessoa, muito mais do que para os problemas, gera uma consciência de si e da realidade, permitindo que a mesma venha discriminar os diferentes recursos disponíveis para enfrentamento do processo de adoecimento e hospitalização. O atendimento característico da Abordagem Centrada na Pessoa, tem como premissa a confiança no organismo para avaliar as situações externas e internas, compreender a si mesmo no seu contexto e fazer escolhas construtivas para a vida. Para Amatuzzi (1990), o objetivo do Plantão Psicológico consiste em propiciar a facilitação de um processo que é do cliente e, portanto, a função do plantonista é acompanhar esse processo, e não conduzi-lo. Cury (1999) complementa caracterizando o atendimento de Plantão Psicológico como sendo de caráter emergencial e privilegiando a demanda emocional imediata e espontânea do cliente. As patologias do trato gastrointestinal levam muitas vezes à realização de uma cirurgia radical resultando em uma ostomia (colostomia/ileostomia) de caráter temporário ou mesmo definitivo. Essa situação traz à tona uma série de aspectos importantes que deverão fazer parte do planejamento de assistência multidisciplinar. O paciente colostomizado, ao se deparar com o estoma no pós-operatório, passa a lidar com esta nova realidade, quando são suscitados vários sentimentos, reações e comportamentos, diferentes e individuais. De acordo com Silva e Teixeira (1997), os aspectos psicossociais certamente determinam o grau de suas respostas à situação de doença e à busca de ajuda ou negação desta situação. Isto está intrinsecamente aliada ao significado que o indivíduo atribui a sua doença. O efeito produzido pela ostomia determina uma alteração da imagem corporal, e ocorrem diferentes reações a sua nova realidade, dependendo das características individuais e dos suportes sociais encontrados por ele, além da percepção da perda vivida pelo paciente. Os aspectos emocionais do paciente ostomizado por câncer foram ressaltados por Wanderbrook (1998), que define os dois impactos enfrentados pelo paciente: a doença e a ostomia. Essa situação implica em sofrimento, dor, deterioração do corpo ou da vida, incertezas quanto ao futuro, mitos relacionados a ele, medo da rejeição social, etc. A experiência do colostomizado vai se transformando ao longo do tempo. Logo nos primeiros dias de pós-operatório, este não consegue nem mesmo olhar para o estoma ou elaborar seus sentimentos ou reações para esta realidade. Com o decorrer do tempo, dependendo da evolução da sua doença e as possibilidades de adaptação encontradas, o colostomizado desenvolve estratégias de enfrentamento com as quais passa a lidar com os problemas ou modificações cotidianas ocorridas em função da ostomia. Assim, a pessoa necessita de um tempo pessoal para refletir e adaptar-se à sua condição de ostomizado, que pode levar dias, semanas ou meses. Após a cirurgia que resulta em colostomia, quando o paciente começa a se recuperar, ele se defronta com as modificações fisiológicas e a necessidade de adaptações para a sua nova condição. Nesse momento, o colostomizado pensa em como reiniciar a sua vida, ou seja, incorporar suas preocupações relacionadas às questões mais práticas para sua vida, como possibilidades de realizar o autocuidado e de manter as suas atividades sociais, interpessoais, laborativas e de lazer anteriores à cirurgia; aquisição dos dispositivos, seguimento médico a ser feito e saber lidar com as dificuldades que possam aparecer ao longo do período de adaptação. Para que o colostomizado possa definir qual caminho seguir ou mesmo a quem recorrer, este necessita de uma rede de apoio ou suporte social, que permita encaminhá-lo para a resolução dos seus problemas. A rede de apoio ou de suporte social é definida como uma transação interpessoal que envolve a expressão ou endosso das crenças e valores das pessoas e manutenção de ajuda e assistência. Assim, o colostomizado necessita de diferentes tipos de suporte social, como a família, os profissionais de saúde e a própria estrutura de atendimento destinado a ele. Isto influenciará a sua visão de ser colostomizado. O período inicial de adaptação depende do apoio, estímulo e reforço encontrado nas pessoas ou profissionais que fazem parte do suporte social oferecido a ele, e isso poderá determinar a visão sobre a sua condição de colostomizado, influenciando-o na retomada de sua vida. Na retomada da sua vida após a colostomia, o paciente se depara com as suas perdas, que estão relacionadas à capacidade produtiva, com a alteração da imagem corporal e da autoestima. Esta situação é agravada pela transformação do seu círculo de relações interpessoais. Estas transformações são irreversíveis e ao longo do tempo alguns aspectos poderão ser minimizados, porém, necessitarão de um processo de adaptação. Outro aspecto importante é a possibilidade de retorno às suas atividades sociais, laborativas e de lazer anteriores à cirurgia. Estas perspectivas dependem do suporte encontrado na família e na estrutura de atendimento profissional. O uso da bolsa de colostomia representa a mutilação sofrida e tem relação direta com a perda da sua capacidade produtiva. Muitas vezes, o paciente incorpora o estigma social, tendo dificuldades na sua própria aceitação e no seu processo de adaptação. O paciente necessita de um tempo interno para viver o seu momento de luto, ou seja, rever os seus conceitos, contrapor as suasperdas e encontrar forças para aceitar e trabalhar as suas possibilidades após a colostomia. Resultado 04 A assistência foi realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan. No dia 10/09/2019 foi efetuado atendimento ao paciente D.P.N, sexo masculino, 78 anos, casado, dois filhos e duas netas (12 e 18 anos), residente em São Paulo, profissão empresário. Deu entrada no Hospital Rede D´or São Luiz – Morumbi, em 01/09/2019, com diagnóstico clínico: HAS / DM2 / Hernia inguinal. Antecedentes clínicos: Taquicardia de complexo largo – com critérios de instabilidade – FA + BRE? TVS?? / - PO 05/09 ATC para ACx / - PO 02/09 hemioplastia inguinal direita / - Urgência hipertensiva / - Bloqueio de ramo esquerdo / - Taquicardia complexo largo – com critérios de instabilidade - FA + BRE? TVS?? / - Sepse 09/09 – ICS / BCP – BGN em identificação. O atendimento foi realizado a pedido da enfermeira Cristina, devido paciente mostrar-se muito ansioso. Paciente respondeu corretamente ao protocolo de segurança, estava acompanhado pelo filho e irmão. Paciente relatou estar menos ansioso, por ter sido transferido para o leito de UTI no 6º Andar, falou que sentia-se desconfortável no ambiente anterior (UTI 2º Andar). Disse ter vivenciado um mal estar após o procedimento cirúrgico em que passou por urgência hipertensiva Taquicardia, levando-o a outra cirúrgica para a colocação de STENT. Comentou também sobre a infecção, demonstrando ciência quanto ao tempo que ainda precisaria ficar internado. Refletiu que a partir dessa situação vivenciada começara a dar mais atenção ao autocuidado, desacelerando no serviço, e desta forma usufruir de viagens e lazer em família. Comentou que há 15 dias sua esposa passou por um processo cirúrgico para retirada da vesícula. Familiar (filho) atendido fora do leito, demonstrou preocupação com a familiar (mãe), pois a mesma estar recém operada e não queria ficar em casa, insistindo em permanecer no hospital cuidando do marido. Mencionou também o fato da família ter que revezar entre o trabalho e o acompanhamento do pai no hospital, fato que estaria deixando-os apreensivos. Neste atendimento, foram abordadas questões sobre a necessidade de autocuidado do paciente e família, foi propiciada a abertura sobre reflexões acerca da adesão ao tratamento, levando ao entendimento e esclarecimento sobre os procedimentos e plano terapêutico, para assim poder minimizar a ansiedade diante da hospitalização. O paciente D.P.N., avaliado pelo Serviço de Psicologia Hospitalar, a pedido da enfermeira Cristina, mostrou-se consciente, contactuante, orientado e receptivo ao atendimento no momento. Apresentou frágil estado emocional geral devido ao impacto do processo de adoecer e necessidade de hospitalização com procedimento cirúrgico, bem como antecedente mórbido familiar (cirurgia d esposa); e frágeis recursos internos para enfrentamento do atual processo, dificuldades em lidar com em lidar com limitações impostas pelo adoecer e hospitalização, o que viabiliza alteração no exame psíquico em afetividade, presença de ansiedade diante da situação vivenciada. Familiar (filho), avaliado pelo serviço de psicologia hospitalar, mostrou-se orientado e receptivo ao atendimento no momento. Apresentou frágil estado emocional devido ao impacto do processo de adoecer e hospitalização do paciente, com frágeis recursos de enfrentamento do processo devido em lidar com as limitações impostas pelo adoecer e hospitalização do paciente, bem como antecedente mórbido familiar (cirurgia da mãe), o que viabiliza alteração no exame psíquico em afetividade – presença de ansiedade permeada por angústia diante da situação vivenciada. Paciente apresentou consciência clínica, senso percepção, pensamento, linguagem, cognição, consciência do eu, controle de impulsos, juízo crítico, motivação, volição e memória todos normais, tendo somente alterado em afetividade com presença de ansiedade. Manifestou alterações psíquicas e comportamentais de privação de liberdade, limitação das atividades e perda de autonomia. Foram feitas intervenções no sentido de orientá-lo sobre a importância do tratamento, da internação, do cuidado dispensado no hospital com o intuito de sua melhora, esperando que o organismo venha reagir de acordo com o plano terapêutico proposto. Análise 04 O Plantão Psicológico visa um atendimento clínico centrado na pessoa, segundo Mahfoud (1987), ao promover um espaço de cuidado psicológico para a pessoa, muito mais do que para os problemas, gera uma consciência de si e da realidade, permitindo que a mesma venha discriminar os diferentes recursos disponíveis para enfrentamento do processo de adoecimento e hospitalização. O atendimento característico da Abordagem Centrada na Pessoa, tem como premissa a confiança no organismo para avaliar as situações externas e internas, compreender a si mesmo no seu contexto e fazer escolhas construtivas para a vida. Para Amatuzzi (1990), o objetivo do Plantão Psicológico consiste em propiciar a facilitação de um processo que é do cliente e, portanto, a função do plantonista é acompanhar esse processo, e não conduzi-lo. Cury (1999) complementa caracterizando o atendimento de Plantão Psicológico como sendo de caráter emergencial e privilegiando a demanda emocional imediata e espontânea do cliente. O paciente D.P.N, sexo masculino, 78 anos, encontrava-se em um estado ansioso e frágil devido às consequências do adoecimento e hospitalização. Embora paciente tenha manifestado frustração por estar ausente do trabalho, disse sentir-se melhor após a transferência para o leito. Conforme Pregnolatto & Agostinho (2003), o psicólogo deve estar atento aos fatores que podem estar influenciando o estado emocional do paciente, pois os mesmos podem dificultar sua adaptação à hospitalização. Ainda com o mesmo autor, o paciente vivencia, além da alteração em sua rotina, o afastamento de seu trabalho, dos amigos, muitas vezes ficando isolado nas unidades de (UTIs), exposto a ruídos, iluminação constante, uso de possíveis aparelhos, frequentes realizações de exames, sendo estes alguns dos agentes estressores que podem ocasionar reações emocionais como ansiedade, medo, insegurança, irritabilidade. Assim sendo torna-se imprescindível um atendimento psicológico para pacientes com doenças cardiovasculares. (AGUIAR, 2018). Resultado 05 A assistência foi realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan. No dia 10/09/2019 foi efetuado atendimento ao paciente A.C.M.S., sexo masculino, 69 anos, casado, sem filhos, profissão engenheiro. Deu entrada no Hospital Rede D´or São Luiz – Morumbi, em 09/09/2019, com diagnóstico clínico: Abdome Agudo – Vascular?? Obstrutivo?? Antecedentes clínicos: Pólipo gigante em retosigmoide – adenoma túbulo-viloso / Lesão gástrica suspeita – captante em PET-CT – Bx: Adenocarcinoma gástrico / - Suboclusão intestinal em 04/02/19 – tomo com ponto de obstrução em delgado / -Laparoscopia diagnóstica em 07/02/19 – impressão clínica de carcinomatose – porém sem sinais de neoplasia na bx. O atendimento foi realizado a pedido da enfermeira Roberta, com o objetivo de acolhimento da família, devido ao impacto da notícia sobre o paciente A.C.M.S. entrar em cuidados paliativos. Atendimento realizado aos familiares (esposa Sra. Mônica, irmã Sra. Ana Paula e sobrinha Sra. Roberta). A família apresentou frágil estado emocional, porém estavam cientes em relação ao estado atual do paciente. A familiar (esposa) mostrou-se emocionalmente frágil, contando sobre o paciente ter sido seu grande amor, ambos em seu segundo relacionamento, totalizando 15 anos. Disse que o marido sempre foi ativo e altamente positivo, mas que diante do quadro atual estava muito cansado. Mesmo sendo paciente renal crônico, nunca se deixou abater pela situação, e que a partir de fevereiro deste ano, quando fora diagnosticado com carcinoma ficou bem debilitado. Disse que estava com medo do que estaria por vir com a ausência dele, pois teriam sido anos de dedicação à recuperação do marido, mas sabia que teria que dar continuidade em sua vida. Ainda assim, demonstrou aceitação diante do prognóstico, alegando ser espiritualista e crer que existam outros propósitos além dos quais conseguimos compreender. Neste atendimento possibilitamos através do acolhimento, a abertura para reflexões a cerca de um novo sentido diante da angústia e da possibilidade da perda do ente querido. Foi realizado atendimento psicológico em leito, sendo caracterizado como Plantão Psicológico, definido como intervenção psicológica breve em abordagem humanista existencial, acolhendo o paciente no exato momento de sua urgência, ajudando-o a lidar melhor como seus recursos e limites. O paciente A.C.M.S., encontrava-se em procedimentos com a equipe de saúde no momento do atendimento. As familiares (esposa, irmã e sobrinha) avaliadas pelo serviço de Psicologia Hospitalar, a pedido da enfermeira Roberta, mostram-se orientadas e receptivas ao atendimento no momento. Apresentaram frágil estado emocional geral devido ao impacto do processo de adoecer e necessidade de reinternação do paciente para tratamento, com frágeis recursos internos para enfrentamento do atual processo, devido seqüelas do longo processo de adoecer do paciente e alteração no exame psíquico em afetividade – presença de angústia permeado por humor entristecido com choro diante da situação vivenciada. Em relação ao exame psíquico, os familiares (esposa, irmã e sobrinha), apresentaram consciência clinica, senso percepção, pensamento, linguagem, cognição, consciência do eu, controle de impulsos, juízo crítico, motivação, volição e memória todos normais, tendo somente alterado em afetividade com presença de angústia permeado por humor entristecido com choro diante da situação vivenciada. A intervenção foi feita, no sentido de acolhe-las diante do sofrimento apresentado, nos colocando à disposição para uma escuta aberta à diversidade e a pluralidade das demandas apresentadas, ou seja, estar disposto, presente, disponível, um estar junto, um inclinar-se na direção ao sofrimento, deixando-se afetar, e a partir daí compreender o outro. Análise 05 O Plantão Psicológico visa um atendimento clínico centrado na pessoa, segundo Mahfoud (1987), ao promover um espaço de cuidado psicológico para a pessoa, muito mais do que para os problemas, gera uma consciência de si e da realidade, permitindo que a mesma venha discriminar os diferentes recursos disponíveis para enfrentamento do processo de adoecimento e hospitalização. O atendimento característico da Abordagem Centrada na Pessoa, tem como premissa a confiança no organismo para avaliar as situações externas e internas, compreender a si mesmo no seu contexto e fazer escolhas construtivas para a vida. Para Amatuzzi (1990), o objetivo do Plantão Psicológico consiste em propiciar a facilitação de um processo que é do cliente e, portanto, a função do plantonista é acompanhar esse processo, e não conduzi-lo. Cury (1999) complementa caracterizando o atendimento de Plantão Psicológico como sendo de caráter emergencial e privilegiando a demanda emocional imediata e espontânea do cliente. No atendimento da família do paciente A.C.M.S., sexo masculino, 69 anos, nos deparamos com sentimento de impotência diante do impacto da notícia sobre a necessidade de cuidados paliativos. O termo paliativo origina-se do latim “Pallium” que quer dizer manto, dando o significado de um manto que aquece, aquele que passa frio. (PESSINI & BERTACHINI, 2005). Segundo Gutierrez (2001), quando a doença não responde mais a nenhum tratamento, a morte se torna inevitável, neste caso o cuidado paliativo é oferecido pela equipe multidisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente, enquanto se aproxima a morte. Conforme Domingues et al (2013), Não, se busca a cura nos cuidados paliativos, mas sim o acolhimento daquele que diante de sua patologia irreversível, terá sua dignidade preservada, e diante de toda dimensão humana e sua subjetividade, aquele que não viverá por muito tempo, merece ser cuidado e ter uma morte digna, sendo seus sintomas assistidos e amenizados, e tendo seus aspectos sociais, psicológicos e espirituais, considerados. Ainda com o mesmo autor, diante de casos como doenças terminais, o psicólogo hospitalar, deve atuar de maneira a aliviar o sofrimento tanto do paciente como de seus familiares, principalmente porque a morte sempre foi vista como algo inaceitável e assustador, por mais que o paciente e família se mostrem fortes, existem feridas emocionais não curadas, como frustrações, arrependimentos, preocupações com projetos que ainda estão em andamento, dentre outras razões. Sendo assim, aliviar o sofrimento humano é a primeira preocupação dos profissionais da psicologia. Resultado 06 A assistência foi realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan. No dia 17/09/2019 foi efetuado atendimento ao paciente A.C.M.S., sexo masculino, 69 anos, casado, sem filhos, profissão engenheiro. Deu entrada no Hospital Rede D´or São Luiz – Morumbi, em 09/09/2019, com diagnóstico clínico: Abdome Agudo – Vascular?? Obstrutivo?? Antecedentes clínicos: Renal Crônico / Pólipo gigante em retosigmoide – adenoma túbulo-viloso / Lesão gástrica suspeita – captante em PET-CT – Bx: Adenocarcinoma gástrico / - Suboclusão intestinal em 04/02/19 – tomo com ponto de obstrução em delgado / - Laparoscopia diagnóstica em 07/02/19 – impressão clínica de carcinomatose – porém sem sinais de neoplasia na bx. O atendimento foi realizado a pedido da enfermeira Rose, devido familiar (esposa) estar fragilizada em relação ao processo de adoecimento. Paciente respondeu corretamente ao protocolo de segurança, acompanhado pela familiar (esposa), relatou estar passando por dias muito difíceis, dizendo estar sentindo muitas dores, queimação estomacal, desconforto intestinal com muitos gases, não podia sealimentar e nem ingerir água, devido estar em preparo para procedimento no dia seguinte. No dia de hoje irá passar por um procedimento para pulsionar novamente o acesso. Mostrou-se angustiado em relação ao tratamento, por não ter uma esclarecimento sobre sua atual condição e seu plano terapêutico, porém mostra-se consciente frente a gravidade da sua condição atual. Comentou que estava sentindo muita falta de comparecer a missa e comungar, disse que no dia de hoje receberia a visita de um ministro da eucaristia o qual traria a comunhão do corpo de Cristo para ele. Manifestou sobre a vontade em conversar com o padre da sua comunidade. A familiar (esposa) ficou de verificar a possibilidade de o reverendo vir fazer uma visita. Falou em questão da racionalidade, em ser forte e não se entregar para a doença, não se permitindo demonstrar fragilidade, porém ao conversar conosco se emocionou, chorando várias vezes. A familiar (esposa) demonstrou dificuldade em lidar com a gravidade do quadro clínico do paciente, externalizando dúvidas relacionadas às burocracias após o falecimento do esposo, uma vez que ambos percebem que o plano terapêutico não é favorável. Demonstra a necessidade de conversar com o paciente sobre estas questões, porém solicita compreender melhor o plano terapêutico através da equipe médica. Orientamos a familiar, conversar com o médico titular, a fim de tirar as suas dúvidas, bem como as do paciente sobre o seu tratamento e as perspectivas de melhora. Foi realizado atendimento psicológico em leito, sendo caracterizado como Plantão Psicológico, definido como intervenção psicológica breve em abordagem humanista existencial, acolhendo o paciente, como a sua família no exato momento de sua urgência, ajudando-o a lidar melhor com seus recursos e limites. O paciente A.C.M.S., em acompanhamento pelo serviço de Psicologia Hospitalar, a pedido da enfermeira Rose, mostrou-se consciente, contactuante, orientado e receptivo ao atendimento no momento. Apresentou frágil estado emocional geral devido ao impacto do processo de adoecer, necessidade de reinternação do paciente para tratamento, com frágeis recursos internos pra enfrentamento do atual processo, devido seqüelas do longo processo de adoecer, poucas informações a cerca do plano terapêutico que viabiliza alteração no exame psíquico. Apresenta consciência clínica, senso percepção, pensamento, linguagem, cognição, consciência do eu, controle de impulsos, juízo crítico, motivação, volição e memória normais, com alteração em afetividade – angústia permeado por humor entristecido com choro diante da situação vivenciada. A familiar (esposa) em acompanhamento pelo serviço de serviço de Psicologia Hospitalar, a pedido da enfermeira Rose, mostrou-se orientada e receptiva ao atendimento no momento. Apresentou frágil estado emocional geral devido ao longo processo de adoecer e necessidade de reinternação do paciente para tratamento, com frágeis recursos internos para enfrentamento do atual processo, devido dificuldade em lidar com as limitações impostas pelo adoecer do paciente e gravidade do seu quadro clínico, além de dificuldade em enfrentar os problemas do cotidiano, o que viabiliza alteração no exame psíquico em afetividade – presença de angústia, ansiedade, dependência, desamparo, medo diante da situação vivenciada. A conduta adotada foi de acompanhamento psicológico do paciente e da familiar (esposa). A intervenção realizada foi um atendimento de apoio e orientação, acolhendo-os diante do sofrimento apresentado, nos colocando à disposição para uma escuta aberta à diversidade e a pluralidade das demandas apresentadas, ou seja, estar disposto, presente, disponível, um estar junto, um inclinar-se na direção ao sofrimento, deixando-se afetar, e a partir daí compreender o outro. Análise 06 O Plantão Psicológico visa um atendimento clínico centrado na pessoa, segundo Mahfoud (1987), ao promover um espaço de cuidado psicológico para a pessoa, muito mais do que para os problemas, gera uma consciência de si e da realidade, permitindo que a mesma venha discriminar os diferentes recursos disponíveis para enfrentamento do processo de adoecimento e hospitalização. O atendimento característico da Abordagem Centrada na Pessoa, tem como premissa a confiança no organismo para avaliar as situações externas e internas, compreender a si mesmo no seu contexto e fazer escolhas construtivas para a vida. Para Amatuzzi (1990), o objetivo do Plantão Psicológico consiste em propiciar a facilitação de um processo que é do cliente e, portanto, a função do plantonista é acompanhar esse processo, e não conduzi-lo. Cury (1999) complementa caracterizando o atendimento de Plantão Psicológico como sendo de caráter emergencial e privilegiando a demanda emocional imediata e espontânea do cliente. No atendimento do familiar (esposa) do paciente A.C.M.S., sexo masculino, 69 anos. Deparamos com o sentimento de impotência diante de sua necessidade em conversar com o marido sobre as angústias diante do estado de saúde desfavorável em que ele se encontrava. Disse que estava em dúvida sobre conversar ou não sobre a morte com ele, por medo de sua reação e a reação do restante da família. Disse que tinha medo deles pensarem que ela estava querendo antecipar um momento que, a seus olhos, parecia ser inevitável. No entanto muitas questões à deixavam angustiada como por exemplo: a forma que ele gostaria que fossem tomadas algumas providências, como a escolha em ser cremado ou não. Conforme Freire, apud Caputo (2008), a forma de se ver a morte se modificou nas últimas décadas, e a partir do século XX, os doentes não morrem mais perto de suas famílias, mas em hospitais, uma forma de diminuir este contato com a morte, como se fosse um tabu. Desta forma a sociedade passou a dar mais valor aos momentos felizes e evitar vivenciar as experiências de morte. Mas será que essa nova forma de comportamento podem evitar a dor? (FREIRE, 2016) Ainda com o mesmo autor, o luto deve ser humanizado e não banalizado, respeitando a dor do outro, e procurar não buscar atalhos para essa dor, eliminar a culpa social e dar novos sentidos para este processo, que trará inevitáveis repercussões para aquele que fica, devendo esse ser o papel das pessoas diante da morte e o morrer. Conforme Domingues et al (2013),, diante de casos como doenças terminais, o psicólogo hospitalar, deve atuar de maneira a aliviar o sofrimento tanto do paciente como de seus familiares, principalmente porque a morte sempre foi vista como algo inaceitável e assustador, por mais que o paciente e família se mostrem fortes, existem feridas emocionais não curadas, como frustrações, arrependimentos, preocupações com projetos que ainda estão em andamento, dentre outras razões. Sendo assim, aliviar o sofrimento humano é a primeira preocupação dos profissionais da psicologia. Resultado 07 A assistência foi realizada pelas estagiárias, Francine Moraes de Oliveira e Rosana Dutra Lopes Bacan.
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