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Apocalípticos e integrados

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Universidade Veiga de Almeida
Eduarda Costa de Oliveira
Profª: Vânia Fortuna
Análise do Texto “O paradigma do tribunal: apocalípticos e integrados”
De acordo com os pensamentos da Mass Communication e Escola de Frankfurt
Rio de Janeiro
2020
Colocando em análise o texto do filósofo italiano Umberto Eco extraído do seu livro Apocalípticos e Integrados, de 1967, que buscava retratar a dualidade vivenciada entre as maiores linhas de estudo e pensamento sobre os meios de comunicação de massa durante as décadas de 20 a 60. A visão existente nessa época sobre o assunto era realmente dividida em dois lados, não só diferentes, mas também opostos. Pensamentos e ideias bipolares representavam as opiniões sobre a propaganda, em todos os seus contextos, durante essa época. 
Por esse motivo, Umberto usa em seu livro a definição de tribunal para retratar as diferenças, lados e, ainda, acusações de cada viés de pensamento existente nesse período. São eles: Apocalípticos e Integrados, duas visões contrárias sobre um mesmo tema: o advento dos meios de comunicação e suas influências no âmbito social.
Trazendo um comparativo entre a bipolaridade apresentada por Eco e a dualidade vivenciada pelos grandes pensadores durante os primeiros estudos sobre os meios de comunicação, temos dois representantes desses ideais: de um lado os estudos da Mass Communication, originada nos EUA, e de outro a Escola de Frankfurt, da Alemanha. E só pelo quesito geológico já pode-se enxergar um embate político refletido nas correntes de pensamentos, que fica mais explícito nas definições abaixo:
Apocalípticos: tratam a tecnologia, junto ao Meios de Comunicação, como os destruidores de tudo o que é bom, belo e puro neste mundo. Destruindo a capacidade do indivíduo de pensar e tomar decisões por si próprio, para eles os meios de comunicação manipulam, retiram a capacidade crítica da sociedade, além de apresentarem uma cultura rasa e considerada como “baixa” por eles. Tal pensamento se associa aos pensadores da Escola de Frankfurt.
Integrados: são todos aqueles que acreditam ser a tecnologia a solução para todas as mazelas humanas e sociais. Eles acreditam que o advento da tecnologia e o seu uso da Industria Cultural são fatores inevitáveis e totalmente integrados à sociedade da época. Para eles, as informações, mesmo que em grande volume, vindas dos Meios de Comunicação de Massas, não eram só uma consequência social, mas também necessárias para a formação social dos indivíduos. Opinião que era defendida pelos grandes autores da Mass Comunnication.
De acordo com Umberto, a Industria Cultural significava para os Apocalípticos uma máquina de imposição da ideologia dominante, sobre o resto da sociedade. Eles acusam os Meios de Comunicação de Massa de serem generalistas, refratários às soluções originais e de não reforçarem a individualidade. As críticas desse grupo são duras e associam os ideais dos Integrados as premissas do Capitalismo. Defendem que essa indústria é fortemente sustentada pelo jogo de leis do mercado capitalista e procuram persuadir o público para se relacionar com esses desejos. Ou seja, para eles, os Meios de Comunicação de Massa, nada mais são do que um mecanismo de influência para o Capitalismo e um empobrecedor de mentes. 
De outro lado, para o Integrados, a Mídia não deveria ser responsabilizada pela dimensão “circense” no aspecto da vida social. Pois, a dimensão alienante do prazer social, conhecido como Pão e Circo, não era aplicável aos Meios de Comunicação como um todo. Para eles, responsabilizar a Mídia por proporcionar algum tipo de entretenimento e lazer não retrata uma “decadência de costumes”, mas sim sustenta uma maior participação social e maior acesso à cultura.
Colocando em pauta uma das Teorias defendidas pela Mass Communication para avaliar a defesa dos Integrados, a Teoria Hipodérmica, apoiada no Behavorismo, exemplifica que toda ação humana é uma resposta a um estímulo. Quando há uma ação no ambiente e chega até o indivíduo, ele responde a ela como um reflexo. Ou seja, os Meios de Comunicação não têm a função de realmente modificar ou manipular por completo a mente e o comportamento de um indivíduo, apenas confirmar esse padrão, caso já exista em seus pensamentos.
Como toda história apresenta sempre dois lados e duas versões, não há como definir quem está certo ou errado nesse contexto. São dois pontos de vistas opostos, endossados em ideais políticas contrárias em que ambos defendem pontos pertinentes e muito relevantes. É exatamente o debate e os contrapostos que garantem a complexidade de se falar sobre os Meios de Comunicação de Massa. Há lados positivos e também negativos e entender esses dois contextos ajudam o indivíduo a ter um pensamento crítico e decidir por sim mesmo qual lado se assemelha mais com a sua forma de pensar.

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