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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Emanuelle, Leonardo Fernandes , Matheus Machado, Renan Rauch e Rogerio Daniel Trabalho sobre Rene Descartes para a disciplina História da Psicologia ministrada pela Prof Stella Luiza. RIO DE JANEIRO, 2020. Biografia Nascido em La Haye, na França, em 31 de março de 1596, René Descartes é considerado um dos pais da filosofia moderna. Tendo estudado com os jesuítas na infância, graduou-se em direito em 1616, pela Universidade de Poitiers. Depois de uma breve passagem pela vida militar, diz a tradição que, após um sonho que teve numa viagem à Alemanha, passou a dedicar-se ao estudo de matemática e filosofia. Conhecido em sua época, suas obras foram, por uns, louvadas; por outros, condenadas como heréticas. Depois de sua morte, em 1650, na Suécia, onde trabalhava para a rainha Cristina, seus livros foram proibidos pela Igreja Católica. Escola a qual pertence René Descartes é responsável pelo desenvolvimento do racionalismo cartesiano, segundo o qual o homem não pode alcançar a verdade pura através de seus sentidos: as verdades residem nas abstrações e em nossa consciência, na qual habitam as ideias inatas. Diante do forte ceticismo na época do Renascimento, muitas pessoas acreditavam que os métodos científicos eram falhos, incompletos e sujeitos ao erro, de forma que seria impossível para o homem conhecer o mundo real e fazer ciência de maneira verdadeira. A missão de Descartes era justamente legitimar a ciência, demonstrando que o homem poderia conhecer o mundo real. Para encontrar uma certeza inquestionável, Descartes duvidou de tudo. A dúvida cartesiana é justificada por três argumentos. Primeiramente, a ilusão dos sentidos, ou seja, não poderíamos confiar nos nossos sentidos, os quais são limitados e enganosos. Em segundo lugar, não sabemos distinguir o mundo externo daquilo que é produto de nossa mente (argumento dos sonhos). Em terceiro lugar, há o gênio maligno: quem diz que não há um deus ou um demônio malévolo poderoso e astuto que dedicasse todas suas energias para enganar os homens? Influências importantes para seu desenvolvimento Aprendeu a filosofia pelo método escolástico, e René, apesar de ser católico, percebeu a diferença existente entre aquele tipo de ensino antigo e o recente espírito renascentista, baseado nas últimas descobertas e inovações científicas e culturais. Agradava a Descartes a matemática, por dar respostas exatas. A educação em Le Flèche havia sido religiosa, e havia um clima de atraso e submissão às instituições políticas, acompanhados de estudos das infindáveis controvérsias teóricas da escolástica. Portanto Descartes saiu de lá um pouco confuso e decepcionado. Mas apesar disso recomendava o colégio para os filhos de amigos. Entrou para a Universidade de Poitiers, curso de direito, e se formou. Como não ficou satisfeito com os conhecimentos adquiridos, resolveu entrar para o exército. Se alistou nas tropas holandesas de Maurício de Nassau. Descartes tinha uma ligação com a Holanda, e foi combater os espanhóis. Fez então uma forte amizade com um entusiasta da Física e da Matemática, Isaac Beckman, jovem médico holandês. Desenvolvimento Teórico e a Psicologia O trabalho mais importante de Descartes para o desenvolvimento da Psicologia moderna foi a tentativa de resolver o problema mente-corpo (questão da distinção entre as qualidades física e mental). Antes de Descartes, a teoria predominante afirmava ser a interação entre a mente e o corpo essencialmente unilateral. A mente era capaz de exercer grande influência sobre o corpo, enquanto o corpo exercia pouco efeito sobre a mente. Na sua visão, a mente e o corpo eram realmente compostos de diferentes essências. Na teoria da interação mente-corpo de Descartes, a mente influencia o corpo e a influência do corpo deste sobre a mente era maior do que se acreditava. Descartes introduziu uma abordagem para a questão que perdurava havia tanto tempo, ou seja, o problema mente e corpo e concentrou sua atenção na dualidade físico-psicológico. Assim, redirecionou a atenção dos pesquisadores, que passaram do conceito teológico abstrato da alma para o estudo científico da mente e dos processos mentais. Desse modo, os cientistas acabaram aceitando a mente e o corpo como duas entidades separadas. A ideia revolucionária de Descartes afirma que a mente e o corpo, embora distintos, são capazes de interagir sobre o corpo do mesmo modo que na mente. Descartes foi influenciado pelo espírito mecanicista da época, refletido nos relógios mecânicos e nos robôs. Quando morou em Paris, ficou encantado com as maravilhas mecânicas instaladas nos jardins reais. Quando descrevia o corpo humano, fazia referência direta as figuras mecânicas que vira. Comparava os nervos do corpo humano aos canos dentro dos quais corria a água e os músculos e tendões as engrenagens e molas. Os movimentos do robô não resultavam da ação voluntária da máquina, mas de ações externas como, por exemplo, a pressão da água. A natureza involuntária desses movimentos refletia-se na observação de Descartes, de que os movimentos corporais, muitas vezes ocorrem sem a intenção consciente do indivíduo. Descartes é definido como o autor da teoria do ato reflexo (à ideia de um objeto externo -estímulo - pode provocar uma resposta involuntária). Essa teoria é precursora da moderna psicologia Behaviorista de estímulos e respostas, cuja ideia consiste na possibilidade de um objeto externo (estímulo) provocar uma resposta involuntária, como a perna que solta quando o médico bate no joelho com um pequeno martelo. O comportamento reflexo não envolve pensamento nem processo cognitivo: parece ser mecânico ou automático. De acordo com a teoria de Descartes, a mente é imaterial, ou seja, não tem substância física, mas é provido de capacidade de pensamento e de outros processos cognitivos. A doutrina das ideias de Descartes também exerceu profunda influência no desenvolvimento da psicologia moderna. Ele afirmava ser a mente produtora de dois tipos de ideias: as derivadas que surgem da aplicação direta de estímulos externos, tais como o som do sino ou a imagem de uma arvore são produtos das experiências dos sentidos. As ideias inatas surgem da mente ou da consciência independente das experiências sensoriais ou dos estímulos e externos, não são produzidas por objeto do mundo externo que invadem os sentidos mais desenvolvidos a partir da mente ou do consciente. Embora as ideias inatas possam existir independentemente das sensações é possível serem percebidas na presença das experiências adequadas. Entre as ideias inatas identificadas por Descartes está Deus, o eu, a perfeição e o infinito. O trabalho de Descartes serviu como catalisador das diversas tendências convergentes da nova Psicologia. Dente as contribuições sistemáticas mais importantes destacam-se: · A concepção mecanicista do corpo · A teoria do ato reflexo · A interação mente-corpo · A localização das funções mentais no cérebro · A doutrina das ideias inatas Influências importantes para o seu desenvolvimento teórico. A sua contribuição à epistemologia (o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, com a finalidade de determinar seus fundamentos lógicos, seu valor e sua importância objetiva) é essencial, assim como às ciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou no seu desenvolvimento Descartes acreditava que para se chegar à verdade, era necessário questionar tudo, até mesmo sua própria existência. Acreditava que uma pessoa não deveria buscar respostas baseadas na fé, e sim, na suspeita por meio da razão, sem que houvesse a necessidade de qualquer experiência sensorial. Descartes acreditava que a observação científica tinha de ser um ato interpretativo que exige um acompanhamento cuidadoso. Descartes teve grande influência no desenvolvimento da Filosofia e seus ensinamentos influenciaram a Matemática, as Ciências e os campos da Justiça e da Teologia. Conclusão René Descartes foi o maior expoente do chamado racionalismo clássico - movimento que deu ao mundo filósofos tão brilhantes como Francis Bacon, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, Baruch Spinoza, John Locke e Isaac Newton. Descartes mostrou, a partir do pensamento dedutivo, a existência do homem e de Deus. Desde então, o pensamento cartesiano foi associado a uma visão extremamente racionalista do homem e do mundo. É cartesiana, por exemplo, a visão de que o homem e o universo seriam máquinas: para Descartes, tal qual um relógio, o ser humano poderia ser compreendido (e, eventualmente, “consertado”) a partir das partes que o compõe. Suas principais obras são: Discurso do Método (1637); Meditações Metafísicas (1641) e Princípios da Filosofia (1644). Suas principais frases são: “Penso, logo existo”; “O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada”; “Muitas vezes as coisas que me pareceram verdadeiras, quando comecei a concebê-las, tornaram-se falsas, quando quis colocá-las sobre o papel” e “Não basta termos um bom espírito, o mais importante é aplicá-lo bem”. Bibliografia: https://web.archive.org/web/20061025003135/http://www.consciencia.org/moderna/descart es.shtml http://psicologiaiesgo.blogspot.com/2010/10/rene-descartes-e-psicologia.html https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/rene-descartes/ http://www.ufrgs.br/museupsi/aula%205%20-%20Descartes.pdf PORFíRIO, Francisco. "René Descartes"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/rene-descartes.htm. Acesso em 11 de março de 2020.
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