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Rorschach enquanto Técnica Projetiva

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O Método de Rorschach  foi desenvolvido pelo psiquiatra suíço Hermann Rorschach. 
Ele se tornou famoso no mundo inteiro pelo célebre teste que leva seu sobrenome: o Método de Rorschach, mais conhecido como o teste das manchas.
Hermann Rorschach nasceu em Zurique, na Suíça, no ano de 1884. Veio de uma família humilde, seu pai era um modesto pintor que ganhava a vida dando aulas particulares de arte. Hermann Rorschach também demonstrou grande interesse pelo desenho desde muito jovem.
Hermann Rorschach era viciado em um jogo que consistia em encher um papel de tinta e logo dobrá-lo. Desse modo, ele conseguia figuras singulares e divertidas. Por essa razão, seus próprios amigos deram um apelido de: Klecks (que significa “mancha”).
Hermann Rorschach teve dificuldade em escolher a profissão que queria exercer. Interessado em biologia e também em arte, ele acabou decidindo estudar medicina. Terminou sua graduação no ano de 1909, e imediatamente optou por se especializar em psiquiatria.
Durante o desenvolvimento de seus estudos de psiquiatria, teve como professores psicanalistas de muito prestígio, como Eugen Bleuler e Carl Gustav Jung. Hermann Rorschach se entusiasmou com as ideias psicanalistas e se interessou de maneira especial pelo tema do diagnóstico.
Mais adiante, em sua vida, ele se tornou médico em vários centros hospitalares. Chegou a ser diretor de asilos e teve ainda uma ampla experiência clínica que serviu como base para elaborar seu famoso teste.
Durante aqueles anos ele leu A novela de Leonardo da Vinci, uma obra de Dmitri Merejkovski que foi publicada em São Petersburgo em 1902. Uma passagem do livro chamou muito sua atenção. Um dos personagens, Giovanni Boltraffio, seguiu com o dedo manchas de umidade que estavam em um muro antigo. O texto dizia: “Frequentemente sobre as paredes – dizia – no meio das pedras, entre as fissuras, nos desenhos do mofo da água represada […], encontrava semelhanças com lugares maravilhosos, com montanhas, com picos íngremes, etc.”
Em 1911 ele iniciou suas investigações sobre a personalidade e em 1917 interessou-se pelo trabalho de Symon Hens. Este autor utilizava 8 cartões com manchas de tinta não colorida na investigação dos conteúdos das respostas de pessoas normais e psicóticas. Foi então que Rorschach criou quinze pranchas em preto, preto e vermelho e colorido, para experimentá-las em seus pacientes, explicando que seu propósito era explorar as representações imaginárias das pessoas, pedindo para que expressassem verbalmente as associações que faziam com os desenhos que eram mostrados. 
Porém por questões econômicas e editoriais suas pranchas foram reduzidas ao número de dez e devido à precariedade da impressão, na época, a tonalidade das manchas de tinta foram modificadas e os tons ficaram sombreados. Apesar desse manchado nas pranchas ter aparecido por mero acaso, foi devidamente estudado pelo autor, que começou a pesquisar as reações das pessoas a esse aspecto, atribuindo-lhe interpretações. Assim, em 1921 com a ajuda de seu amigo Morgenthaler, Rorschach publicou o livro “Psicodiagnóstico” com as conclusões de seus estudos.
Neste livro, Rorschach definiu os fundamentos de seu teste explicando que seu propósito era explorar as representações imaginárias das pessoas, pedindo para que expressassem verbalmente as associações que faziam com os desenhos que eram mostrados. Em sua época, o principal objetivo era determinar se os pacientes eram neuróticos ou psicóticos, conceitos psicanalíticos que dominavam a medicina psiquiátrica até então.
 
Atualmente não é empregado apenas para determinar se um paciente é neurótico ou psicótico, tendo outras múltiplas aplicações. Estas vão desde a identificação dos principais traços de personalidade até a avaliação da vocação profissional.
Logo após a publicação de seu livro,  Hermann Rorschach vem a falecer e seu trabalho ficou restrito a um pequeno grupo de seguidores, somente após dez anos o “Psicodiagnóstico” começou a se expandir e o teste passou a ser utilizado em vários países.
O Método de Rorschach é o que os psicólogos chamam de um teste projetivo. A ideia básica é de que quando é mostrada a uma pessoa uma imagem sem sentido, como uma mancha de tinta, a sua mente irá trabalhar bastante para dar um significado a este estímulo, e tal atribuição de sentido é gerada pela mente.
Dentre os testes projetivos mais conhecidos estão o Método Rorschach, o teste House-Tree-Person (HTP) o Teste de Apercepção Temática (TAT) e o Testes de Associação de Palavras de Jung.   
percepção e projeção: freud
O conceito psicológico de projeção foi desenvolvido por Sigmund Freud (fundador da psicanálise) e se baseia no princípio de que um indivíduo atribui de maneira inconsciente características de sua própria personalidade a outras pessoas quando determinadas informações sobre elas são incompletas ou ambíguas.
● Projeção como defesa (Neurose de Angústia, 1895): processo de atribuir, a outras pessoas ou ao mundo externo, os próprios impulsos, sentimentos e afetos indesejados. É um mecanismo de defesa inconsciente, que permite ao indivíduo ignorar serem esses fenômenos pertencentes à própria pessoa. Em suma, o que se projeta é o que não se quer ser.
● Projeção como mecanismo normal (Totem e Tabu, 1912): projeção tanto pode ser um mecanismo de defesa do ego, que pode ser patológico, como um processo habitual que determina nossas percepções e a compreensão do mundo exterior, ou seja, um mecanismo habitual de abordar a realidade.
 PSICANÁLISE E SUAS HERANÇAS
A partir da herança deixada pela psicanálise entrou em destaque a valorização das vicissitudes (eventualidades) subjetivas, trazendo de vez para discussão e reflexão no campo do estudo psicológico os aspectos afetivos e emocionais do ser humano.
Rorschach elaborou uma teoria da personalidade centrada no conceito de funções psíquicas denominadas por ele de:
- introversão: significa o processo, a ação de voltar para si mesmo.
- extratensão: vida mais orientada para o exterior, contato mais extensivo.
Estruturação dos estímulos
● As manchas ambíguas estabelecem uma metáfora com as situações ambíguas da vida, em que o sujeito utiliza os recursos internos da personalidade, de modo habitual e expressando suas defesas; 
● Para Hermann Rorschach a interpretação das pranchas situa-se no processo perceptivo e não simplesmente no processo imaginativo;
● A unidade dos testes projetivos baseia-se em dois âmbitos diversos: na ambiguidade do estímulo e na possibilidade de projetar.
● Para Rapaport, o essencial no processo de resposta dá-se na relação do estímulo com o indivíduo.
● Para nós, o Processo de elaboração é compreendido na relação indivíduo-psicólogo-estímulo;
● Possibilidade de captar a dimensão inconsciente;
● Necessário que o estímulo e a situação de aplicação adquiram um sentido para o sujeito;
● A resposta é produzida em virtude de uma procura ativa em encontrar respostas;
● Indivíduo responde ao teste e acredita que, através dele, o psicólogo terá condições de ajudá-lo a recuperar seu passado e encontrar as soluções que procura;
● O Método de Rorschach entra como um mediador de um diálogo, cujo conteúdo é desconhecido dos protagonistas;
● “Decifrando” o enigma proposto pelo psicólogo, o sujeito terá o seu próprio enigma desvendado.
● Ambiguidade do estímulo reflete a condição de incompletude e indefinição do ser humano;
● É pela ambiguidade que a resposta não pode ser dada diretamente, mas através de metáforas.
● Tipo de resposta e a estruturação psíquica que alcança dependem do sujeito, do tipo de relação que se estabelece e do grau de estruturação de cada prancha. 
Alguns autores consideram que a aplicação de uma técnica projetiva é, muitas vezes, considerada uma psicoterapia em miniatura.
As pranchas atuam dentro da situação projetiva, como objetos mediadores das relações vinculares pessoais, que mobilizam e reeditam variados aspectos da vida emocional. Neste sentido, toda resposta, comportamento/conduta, enfim, toda produção projetiva é produto deuma síntese pessoal.
IMAGENS MENTAIS
William Shakespeare há muito tempo atrás, apontava as qualidades projetivas das nuvens, que foram utilizadas como estímulos antes de Hermann Rorschach utilizar as manchas de tinta.
 Por que será que a pessoa vê o que vê nas nuvens?
Provavelmente o conteúdo deve estar relacionado com aspectos próprios, que a pessoa projeta nas nuvens do céu.
VAMOS OBSERVAR AS NUVENS?
PERCEPÇÃO E O MÉTODO DE RORSCHACH
(Lúcia Maria Salvia Coelho. Imagens da memória)
O aprendizado do ser humano, em sua busca constante de autoconhecimento, faz-se através da elaboração de imagens mentais, ponto de encontro dinâmico entre a emoção, a percepção e a memória. 
Na estruturação da própria personalidade, o indivíduo empenha-se em definir sua posição no ambiente, ao mesmo tempo em que organiza e codifica suas experiências, em um mundo cujas regras culturais orientam este encontro com o real. Partilhamos estas noções com os demais, pois aprendemos a selecionar, interpretar e sentir, como significativos, certos aspectos evidenciados no decorrer de nossas experiências cotidianas.
As imagens do passado, tanto mais pessoais quanto mais impregnadas de emoção, são sujeitas a transformações: à medida que nos afastamos de nossa infância, as lembranças que dela guardamos também se modificam, mas mantém a continuidade que nos permite reconhecer as suas imagens de nosso próprio passado;
As respostas do Rorschach mais significativas e reveladoras da dinâmica de personalidade peculiar a cada indivíduo, não são aquelas cuja construção o examinando se norteou pelo raciocínio formal e impessoal, mas sim as determinadas pela sensibilidade afetiva que o impele a efetuar uma viagem dentro de si mesmo.
Cada ser humano é único, porque só ele teve, em um momento particular de sua existência, uma determinada experiência.
Por este motivo, percepção visual, atenção, memória, pensamento, emoção e linguagem constituem processos indispensáveis para a construção de nossas experiências e de nossa identidade subjetiva. 
Hermann Rorschach reconheceu a importância destes processos psíquicos superiores na dinâmica de personalidade: quanto menos padronizado e realista for um evento (ou objeto), maior será a mobilização dos recursos subjetivos do observador para interpretá-lo.
Segundo Giselle Costa: "A integração entre as diferentes imagens psíquicas depende de um conjunto de fatores, desde o substrato cerebral que permite o trabalho mental de síntese e análise até experiências emocionalmente positivas que permitem um fortalecimento egóico capaz de suportar a intensidade das emoções e suas oposições intrínsecas".
A PERCEPÇÃO É, PORTANTO, UM PROCESSO ATIVO E DINÂMICO, FRUTO DA INTEGRAÇÃO DE TODA A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE: AFETIVA, CONATIVA E INTELECTUAL.
“As coisas têm muitos jeitos de ser, depende do jeito que a gente vê.” – Jandira Mansur em “O frio pode ser quente?”; São Paulo: Ática, 1985.

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