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RESUMO DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E ANÁLISE CRÍTICA AO SISTEMA BRASILEIRO

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As Dimensões da Dignidade da Pessoa Humana
Ingo Wolfgang Sarlet, Doutor em Direito (Universidade de Munique). Estudos de Pós-Doutorado junto a Universidade de Munique, Instituto Max-Planck de Direito Social Estrangeiro e Internacional, Universidade de Georgetown (EUA). Professor Titular de Direito Constitucional da Faculdade de Direito e dos cursos de Mestrado e Doutorado em Direito da PUCS e Professor de Direito Constitucional na Escola Superior da Magistratura (AJURIS). Juiz de Direito em Porto Alegre (RS). Aposentou da magistratura em março de 2019.
 	A dificuldade de uma compreensão jurídico-constitucional a respeito da dignidade humana está expressa por sua natureza polissêmica, desse modo, não se caberia conceituar a dignidade, salvo para proferir uma decisão, pois não há como se dispensar uma compreensão versando sobre diversas dimensões tendo em vista que, deve ser extraído consequências jurídicas; faz necessário ressaltar que a dignidade é algo real, e algo vivenciado concretamente. Nesse contexto, se pode considerar uma dimensão ontológica, mas não necessariamente biológica, ainda que um indivíduo não se comporta de forma digna, há a igualdade em dignidade, por serem reconhecidos como pessoa, possuindo sua dignidade protegida. Aliás, a dimensão ontológica da dignidade no contexto da intersubjetividade marca relações humanas, ou seja, relações interpessoais frisada pela reciprocidade, se tendo a noção da dignidade como produto. Mais ainda, a dignidade possui sentido cultural que evolui de acordo com as relações mutuas ou até mesmo relações diretas, nessa perspectiva se diferencia dignidade humana (dignidade reconhecida a todos) e dignidade da pessoa humana, em seu contexto de desenvolvimento social e moral. Ademais, pode considerar a dignidade como limite e como tarefa, àquela implica que o indivíduo não deve ser reduzido a objeto, ou seja, coisificado, a essa o Estado deve promover a proteção e a prestação da dignidade para que haja condições mínimas de existência dignas assegurada, e a comunidade tem como dever assegurar seus direitos no âmbito de recorrer ao Estado quando tem seus direitos violados, se os direitos não forem minimamente garantidos não haverá espaço para a dignidade, fazendo o indivíduo de mero objeto de injustiça, o qual é vedado pelo que abrange a dignidade humana. Em face, deve-se atentar até que ponto a dignidade está acima das especificidades culturais, pois o que pode ser um ato ilícito em um determinado local pode não ser em outro, o que deixa claro a impossibilidade de um conceito e/ou compreensão da dignidade como universal, porém, não se pode aceitar o conceito de dignidade como algo vazio, mas assumir uma adequada construção e compreensão da noção de dignidade, superando a visão unilateral, como também, levando a todos a proteção e promoção da dignidade.
Em reflexo sobre o que é abordado sobre dignidade, o Direito Penal deve garantir dignidade aos brasileiros no sistema jurídico punitivo através da promoção efetiva da dignidade da pessoa humana, tendo em vista que, quer alguém pega uma pena mais severa do que deveria e outro pena mais branda, ou até mesmo o julgador julga em razão de condições raciais ou socioeconômicas além de, usar de maneira tímida as medidas alternativas, o que faz nosso sistema entrar em colapso, evidenciando também o fato de cadeias estarem superlotadas. É notório, que esse quadro revela a falha acometida no sistema e que o mínimo de dignidade não é oferecido para os brasileiros, quando não se tem um tratamento isonômico forma que, promova e proteja a dignidade dos indivíduos.
 CARLA VICTÓRIA LEAL

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