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TCC ERIENE

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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR
serviço social – BACHARELADO 
	
ERIANE MOREIRA BRANDÃO
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
 ITAPURANGA
 2017
 ERIANE MOREIRA BRANDÃO
 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Serviço Social. 
Tutor Orientador:
Professor Supervisor: 
 ITAPURANGA
 2017
Dedico este trabalho primeiramente a DEUS, ao criador da terra, principalmente a minha mãe, meus colegas de faculdades que me deram forças durantes esses quatros anos, de uma forma ou de outra, contribuiram de maneira afetiva na realização desse trabalho. Dedico também, a minha tutora Orientadora Giovanna Munis Moura, qual tenho admiração, pela imensa dedicação ao esclarecer minhas dúvidas.
		AGRADECIMENTOS 
Agradeço a minha familia pelo apoio dado durante todo o decorrer do curso, que me deram forças para enfrentar todas as dificuldades que apareceram nesses periodos, que nunca deixaram de acreditar em mim e que me incentivaran o tempo todo fazendo com que eu chegasse ao final dessa longa caminhada com êxito. Agradeço também a Deus por ter me dado força e saúde para superar as dificuldades. A esta Universidade, Direção e Administração, pela confiança e merito que aqui consegui e que me oportunizaram janelas que hoje vislumbro um horizonte superior. 
Por fim, agradeço aos meus colegas de curso pelos momentos que passamos juntos, pois todos de alguma forma me ajudaram.
Agradeço a todas as pessoas que acreditarem no meu potêncial.
BRANDÃO, Eriane Moreira. Gravidez na Adolescência, – Sistema de Ensino Presencial Conectado. Universidade Norte do Paraná. Itapuranga. 2017.
RESUMO
Quais os factores que conduzem à gravidez na adolescência e quais as suas consequências? Qual a importância da Educação Sexual nos adolescentes e quem tem o papel de educador nesta matéria? Este trabalho de conclusão de curso em serviço social tem como objectivo analisar a importância da Educação Sexual destinada aos adolescentes e a gravidez na adolescência, encarada como um problema social. A família e a escola, mostraram-se ser os veículos mais correctos na Educação Sexual. No entanto, o grupo de amigos que envolve o adolescente também tem uma palavra a dizer no que toca ao assunto da Sexualidade.
Muitas vezes, a família não sabe como lidar com o assunto e por isso incute à Escola o dever de ensinar os adolescentes tudo o que diz respeito à sexualidade. Esta falta de abertura de diálogo entre pais e adolescentes dão azo a situações problemáticas, tanto para os jovens como para as suas famílias, como é o caso da gravidez indesejada. Posto isto, são dados a conhecer alguns dos factores que levam à gravidez na adolescência e quais são as suas consequências. Tentou-se desvendar qual é a influência dos grupos sociais na adaptação da mãe adolescente à gestação. Importa por isso saber, quais são as circunstâncias socioeconómicas em que o fenómeno acontece. São ainda apresentadas as consequências mais frequentes provenientes da gravidez adolescente. Em suma, compreender o fenómeno, tem que se ter em conta os factores que levam à gravidez precoce e as consequências que advêm da mesma e ainda, avaliar o papel dos grupos e instituições sociais aos que o adolescente pertence, como a família, escola e grupo de amigos, e o que está e deve ser feito por parte dos mesmos para prevenir comportamentos sexuais de riscos e sobretudo, a gravidez precoce. 
A nível metodológico, o trabalho foi realizado segundo uma pesquisa bibliográfica em bases de dados e foram consultados artigos referentes ao tema. Foram utilizados os seguintes descritores de busca: gravidez na adolescência; suporte social na gravidez adolescente e consequências da gravidez na adolescência.
Palavras-Chave: Adolescente; Fecundidade; Fatores sociais; Políticas Públicas.
 
 ABSTRACT
What are the factors that lead to pregnancy in adolescence and what are the consequences? What is the importance of sexual education in adolescents and who has the role of educator in this matter
This work of conclusion of course in social service aims to analyze the importance of Sexual Education for adolescents and teenage pregnancy, which is seen as a social problem. The family and the school proved to be the right vehicles in Sex Education. However, the group of friends that involves the teenager also has a say in the subject of Sexuality. Often, the family does not know how to deal with the subject and therefore instils in the School the duty of teaching adolescents everything concerning sexuality. This lack of dialogue between parents and adolescents gives rise to problematic situations for both young people and their families, such as unwanted pregnancies. That said, some of the factors leading to teenage pregnancy are known and what their consequences are.
Attempts have been made to uncover the influence of social groups on the adaptation of adolescent mothers to gestation. It is therefore important to know what are the socio-economic circumstances in which the phenomenon occurs. The most frequent consequences of adolescent pregnancy are also presented. In short, understanding the phenomenon must take into account the factors that lead to early pregnancy and the consequences that come from it and also evaluate the role of social groups and institutions to which the adolescent belongs, such as family, school and Group of friends, and what is and should be done by them to prevent sexual risk behaviors and above all, early pregnancy
At the methodological level, the work was carried out according to a bibliographic search in databases and articles referring to the topic were consulted. The following search descriptors were used: teenage pregnancy; Social support in adolescent pregnancy and consequences of teenage pregnancy.
Keywords: Adolescent; Fertility; Social factors; Public policy.
LISTA DE ABREVIATURAS 
ECA- Estatuto da criança e do Adolescente
DST- Doenças Sexualmente Transmissiveis
OMS- Organizacao Mundial de Saúde
PROSAD- Programa de Saude do Adolescente
MS- Ministério da Saúde
PNAD- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio
PSE- Programa de Saúde na Escola
SUS- Sistema Único de Saúde
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SUMÁRIO 
CAPITULO I
1- INTRODUÇÃO...............................................................................................................09
2 – A GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA É UM ACONTECIMENTO QUE ESTA ASSOCIADO A DIVERSOS FATORES SOCIAIS.............................................................12
2 -1 GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA..............................................................................13
2 -2 ADOLESCÊCIA E SEXUALIDADE............................................................................17
2 -3 CONSEQUENCIAS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.......................................22
2-4 A FAMÍLIA....................................................................................................................24
2 -5 A ESCOLA..................................................................................................................25
2 -5 OS AMIGOS..............................................................................................................27
CAPITULO II
3-1 ASPECTOS POLÍTICOS LEGAIS PARA O ADOLESCENTE....................................28
3-2 FATORES PRECUSSORES RELACIONADOS A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA...............................................................................................................32
CAPITULOIII
4-1 O ASSISTENTE SOCIAL COMO EDUCADOR...........................................................374-2 SUPORTE SOCIAL NA ADAPTAÇÃO À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA............39
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................46
1- INTRODUÇÃO
O presente estudo vem abordar a gravidez na adolescência. Adolescência é a fase de transição entre infância e a idade adulta. Biologicamente a gravidez pode ser definida como o período que vai da concepção ao nascimento de um indivíduo. Este estudo tem como objetivo trabalhar o processo de gravidez através da efetivação dos direitos e das políticas sociais, além de solicitar e articular as redes de saúde e de assistência com abertura de programas de planejamento familiar voltadas as adolescentes em situação de vulnerabilidade, e com isso romper os paradigmas e preconceitos sociais entre famílias. 
Adolescência é o período compreendido entre a puberdade e a virilidade, Segundo o Estatuto da Criança e Adolescência (ECA) esse período varia da idade entre 10 aos 19 anos. É uma fase de profundas mudanças na vida do indivíduo, tanto no corpo quanto na mente e nas formas de se relacionar socialmente. Na adolescência a mulher se torna fértil, são várias mudanças que começam acontecer nessa fase, dentre elas podendo ocasionar uma gravidez. A gravidez na adolescência é uma situação de risco psicossocial para as adolescentes que iniciam uma gravidez não desejada. 
Segundo Almeida (1987), vários fatores estão associados à iniciativa precoce das adolescentes na vida sexual, que vão do desequilíbrio familiar como: divórcios, maus tratos, relacionamento difícil com padrastos e madrastas, influência de amigos. O mesmo autor, “baseado em diversos estudos, apresenta o ser humano como um ser sexual, que apresenta diversas etapas da sexualidade e uma adolescência mal assistida por pais e educadores acarreta consequências, como a maternidade nesta fase da vida, além, é claro, das DST’s.” Portanto o objetivo dessa pesquisa é mostrar como o brasil tem enfrentado a questão da gravidez na adolescência, qual o papel do Serviço Social diante dessa questão.
No Brasil, desde 1991, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam uma tendência de redução do número de filhos por mulher em idade reprodutiva e um envelhecimento do padrão de fecundidade. O declínio dos níveis de fecundidade no Brasil foi resultante da queda nas taxas específicas por idade em todas as faixas etárias no período de 2000 a 2010. Contudo, o número de adolescentes grávidas é alarmante e requer atenção pois essa diminuição foi maior nos grupos mais jovens.
A tendência observada no Brasil até o ano 2000 era de um rejuvenescimento do padrão da fecundidade, indicado pelo aumento da concentração das taxas específicas de fecundidade nas idades mais jovens dentro do período fértil, de 15 a 24 anos. No último censo de 2010, foi observada uma reversão dessa tendência, tendo as mulheres apresentado uma estrutura de fecundidade mais envelhecida.
Essa mudança recente se deu principalmente em função da mudança no comportamento reprodutivo das mulheres residentes em áreas urbanas, já que nas áreas rurais a estrutura da fecundidade se manteve inalterada, apresentando, inclusive, um ligeiro rejuvenescimento. A situação da fecundidade para o conjunto da população brasileira ainda apresenta uma tendência de as mulheres terem filhos em idades mais jovens. (IBGE, 2010).
A adolescência é uma etapa da vida compreendida entre os 10 e 19 anos de idade, abrangendo a pré-adolescência, o período etário entre 10 a 14 anos e a adolescência propriamente dita, dos 15 aos 19 anos uma fase caracterizada por grandes transformações físicas, psicológicas e sociais. (PORTAL DA SAÚDE, 2013). Nessa fase o adolescente vive um período em que o indivíduo se desenvolve físico e emocionalmente, dando início a sua vida sexual e adotando comportamentos, que podem ser influenciados pelo meio social em que vive. Ou seja, reflexos de vivências por suas experiências e por conhecimentos pregressos de seus familiares, amigos e pessoas que o cercam.
A adolescência é uma fase de autoconhecimento muito importante, pois na maioria das vezes a falta de informação desses adolescentes pode gerar uma gravidez inesperada ou mesmo a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DST). (PORTAL DA SAÚDE, 2013). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012) trazem que 22% dos adolescentes têm sua primeira relação sexual aos 15 anos de idade. A falta de informação e a fragilidade da educação sexual são aspectos considerados como problemáticos.
A gravidez na adolescência é considerada um importante problema de saúde pública no Brasil, e nas últimas décadas esse número vem aumentando numa progressão inversa, a idade das adolescentes grávidas, ou seja, vem ocorrendo cada vez mais cedo. Nos últimos anos, o número de adolescentes grávidas vem aumentado e este é um dado preocupante na sociedade, pois acarreta sérias consequências para a adolescente, seus familiares e para a vida da criança. Na maioria das vezes essa adolescente não está preparada emocionalmente, financeiramente, fisicamente, e muitas vezes por não terem o apoio do pai da criança e dos pais, são obrigadas a deixar os estudos, e vivem à margem. Portanto, uma fase marcada por muitas transformações físicas, psicológicas, comportamentais e sócias. Os jovens de maneira geral na sociedade atual estão iniciando sua vida sexual mais precocemente, trazendo várias consequências dentre elas, a gravidez na adolescência. Este tipo de gravidez de alta incidência geralmente não é planejada e pode estar associada a múltiplos fatores.
Este trabalho tem como objetivo apresentar o quantitativo de adolescentes grávidas registradas no censo de 2010 no Brasil, bem como descrever e caracterizar aspectos do perfil sócio–demográfico da amostra, por meio do seu estado civil, renda domiciliar, domicílio, cor da pele, grau de instrução e analisar como essas variáveis impactam diretamente na maternidade precoce e na saúde. O Brasil é um país de grandes extensões e que apresenta grandes desigualdades. As diferenças sócio-econômicas, entre outras, como culturais apresentam grandes diferenças que vão desde o modo de vida, até suas crenças e valores.
Quando falamos em acesso aos serviços de saúde esses se tornam mais limitantes ainda. Num contexto geral trabalhar a saúde sexual e saúde reprodutiva requer estratégias que assegurem o acesso aos serviços e ao direito à saúde, com respeito ao seu modo de vida. A saúde não se incide na ausência de doenças, esta é um processo contínuo de garantia de condições amplas de qualidade de vida, satisfação pessoal e fortalecimento para a vida social. Engloba um conjunto de direitos que são condições essenciais para o bem-estar físico, psicológico e social, e para o enfrentamento de desigualdades estruturais que impedem as plenas condições de desenvolvimento humano. (BRASIL, 2006).
A pesquisa também pretende contribuir no fortalecimento dos vínculos familiares através da socialização e informações inerentes as adolescentes sensibilizando as mães adolescentes diante da questão da maturidade, dando autonômia, responsabilidade e conhecimento, objetivando o fortalecimento dos vínculos com seus familiares.  Pois a aceitação e o apoio da familia nessa fase é muito importante para que essa adolescente possa seguir sua vida com mais segurança, pois o apoio dos familiares, dos amigos e principalmente dos pais faça com que essa adolescente consiga uma estrutura melhor e possa refazer sua vida normalmente, pois a escola muitas vezes não dispõe de estrutura adequada para acolher uma adolescente grávida.
A metodologia adotada na pesquisa realizada é de objetivo exploratório, ou seja, foi concretizada através de levantamento bibliográfico na literatura. O método de abordagem utilizado foi o dedutivo, que parte de leis gerais para observações específicas. Assegurar o direito àsaúde e aos serviços de saúde sexual e reprodutiva aos adolescentes é um desafio que exige grandes rupturas já a muito tempo institucionalizadas, desta forma passando a reconhecer o indivíduo como sujeito de direito. A gravidez na adolescência é um acontecimento que está associado a diversos fatores sociais, mas também pessoais e familiares.
CAPITULO I
2 - A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA É UM ACONTECIMENTO QUE ESTÁ ASSOCIADO A DIVERSOS FATORES SOCIAIS
 2-1 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Segundo o Portal Saúde (2013) é denominada gravidez na adolescência quando a gestação ocorre em jovens em idade até 19 anos. Em geral a gravidez acontece de forma não desejada e oriunda de um relacionamento sem estabilidade e não planejada. No Brasil o número de adolescentes grávidas são alarmantes.
Diversos estudos trazem que a faixa etária ideal para a gestação está compreendida entre os 20 e 30 anos de idade que é quando o aparelho reprodutor feminino está amadurecido e desenvolvido para conceber e gerar um bebê. (MADEIRA; 1997). Nesse sentido Lima (1994) “até os 20 anos [...] muitas jovens não atingiram o tamanho ideal da bacia, nem a altura adulta, com isso, a incidência de parto fórceps e por cesariana é bem maior nesta faixa etária”.
Vale ressaltar que a gravidez precoce não somente é um problema para as meninas, mas também para os meninos, ou seja, dos rapazes. Não se pode esquecer que a mulher cabe a difícil missão de gerar a criança, as dores do parto, a amamentação, o que não exime a figura paterna da paternidade e também de assumir as suas responsabilidades.
Quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua vida que sofre mudanças, mas a vida do pai, e de ambas as famílias sofrem um processo de transformação e adaptação pela situação que não era esperada ou prevista. A adolescente grávida é uma realidade, originadas muitas vezes por fatores relacionados que vão desde a falta de uma política que assista a esses jovens, o acesso aos mesmos, até componentes sociais e culturais característicos de determinadas regiões ou grupos populacionais.
As consequências de uma gravidez, desejada ou não, para as adolescentes podem ser diversas, relacionando-se aos componentes físicos, socioculturais e emocionais, entre outros. Na adolescente grávida também podemos identificar carência afetiva ou até mesmo o desejo de se tornar adulta mais precocemente. Muitas vezes, a gravidez confere o potencial de elevar as jovens à posição de mulheres, atribuindo-lhes o status de adultas. Nesses meios, a família ocupa posição central, enquanto a escolaridade e o trabalho tomam posições periféricas. (BONETTO; 1993).
Zagonel (1999) destaca que a adolescente grávida passa por um duplo e complexo processo de mudança, o da adolescência, e conjuntamente, o da gravidez, que traz impactos sociais e psicológicos, mas principalmente para as mulheres. Cavalcanti, Amorim e Santos (2001) enfatizam que a gravidez na adolescência, do ponto de vista psicológico, esta é mesmo uma fase complexa, pois junto com os conflitos que já são próprios da adolescência somam-se as particularidades da fase gravídica.
A gravidez na adolescência acaba sendo vista na sociedade como sinônimo de irresponsabilidade, principalmente quando a adolescente não vive tem um parceiro conjugal. (VILAR E GASPAR, 1999). Essa situação favorece o surgimento de uma geração cujos valores éticos e morais encontram-se desgastados. São diversos os fatores atribuídos ao aumento de incidência de adolescentes grávidas, dentre eles a liberação sexual e a precocidade da primeira menstruação ou menarca. Outro fator observado é o uso indevido, omissão e a falta de conhecimento de métodos contraceptivos. (MADEIRA; 1997).
Muitas vezes, o excesso de informações e liberdade recebidas por esses jovens os levam à banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta de limite e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez nessa fase precoce que é a adolescência. Nos dias atuais, o apelo sexual é muito grande, principalmente na mídia, onde o sexo é tratado de forma impessoal, tudo é permitido e está livre de conseqüências se esquecem da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. (STRASBURGER, 1992).
A iniciação sexual está ocorrendo cada vez mais cedo, muitas vezes, antes da permissão social, que seria com o casamento, principalmente para as adolescentes. A precocidade da menarca é vista como fator de risco, pois aumenta o tempo de exposição à concepção e reduz a probabilidade de se usar métodos preventivos, aumentando, consequentemente, as chances de uma gravidez nas primeiras relações sexuais e está associada à ocorrência de repetição de gravidez e ausência de ocupação remunerada. (GRADIM, LASMAR E MORAES, 2010 p.1).
Engravidar nem sempre faz parte do projeto de vida dos adolescentes que iniciam a vida sexual. Assim, a gravidez indesejada ou inesperada passa a ser um peso social. Nas populações menos favorecidas, a gravidez muitas vezes é encarada como uma predestinação e a adolescente a aceita como uma fatalidade. A gestação ou mesmo o desejo de engravidar pode aparecer como evento inesperado, mas sempre está associado à história individual e familiar, sendo o desejo de engravidar muitas vezes inconsciente, dificultando sua avaliação de forma objetiva.
De acordo com Scholl, Hediger e Schall (1996) são as diferenças sociais que aumentam o risco da gestação precoce e esses fatores são considerados relevantes para qualquer estudo, haja vista o percentual de ocorrência atrelado a estes. Meandro (2005) cita que a gestação na adolescência está diretamente relacionada com a impossibilidade de viver e completar o ciclo da adolescência, antecipando ou pulando fases, escolhas e abreviando experiências, pois observa-se nessa população o abandono escolar, menor chance de qualificação profissional e, consequentemente, menos oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Podemos encontrar na literatura que o abandono escolar, o afastamento dos amigos, a falta do apoio familiar, a falta de empregos promissores, de saúde e até a diminuição da chance de relacionamentos afetivos maduros, estão presentes na trajetória das mesmas.
O aumento da maternidade precoce é mais evidente nas áreas urbanas do que nas áreas rurais, segundo Bettiol (1998), sendo mais elevadas nos Estados mais pobres do país, como as regiões norte e nordeste. Esta verificação se torna ainda mais grave se for observado que a grande maioria dessas ocorrências acontece entre as camadas menos favorecidas, condições estas que podem agravar o risco não só da mãe adolescente, mas também do bebê.
A maternidade muitas vezes se apresenta como única opção de vida para muitas adolescentes, torna-se um mecanismo de reprodução de padrões de exclusão, mas também de manutenção da pobreza, representando grave ameaça ao desenvolvimento pleno e à realização dos direitos dessas adolescentes, como educação, lazer e saúde.
Godinho et al, (2000) também apontam para possíveis “causas” da gravidez na adolescência: a falta de lazer, a desestruturação familiar, a necessidade de expressar amor e confiança, entre outros, podem levar a adolescente a iniciar uma vida sexual precoce e sem “cuidados”, aumentando o risco de uma gestação indesejada. Também referem à ausência de educação sexual nas escolas e a falta de programas de planejamento familiar nos serviços públicos de saúde como fatores potenciais de gravidez na adolescência.
No mesmo estudo, esses autores ainda encontraram características que traçam um perfil destas adolescentes gestantes, como renda familiar baixa e escolaridade abaixo da esperada para a idade. A falta de orientações em relação à sexualidade e métodos anticoncepcionais e o desejo de ter um filho para dar mais sentido à vida como fatores predisponentes para uma gestação na adolescência. Em relação à escolaridade, encontramos outros autores que reforçam o baixo nível educacional das adolescentes como um dos principais geradores de uma gestação precoce.
Estudando o comportamentosexual e reprodutivo das adolescentes, Leite, Rodrigues e Fonseca (2004, p. 477) relatam que o nível educacional das adolescentes aparece como o mais importante determinante do seu comportamento sexual e reprodutivo. Adolescentes com cinco ou mais anos de escolaridade são menos propensas a ter a primeira relação sexual; mais propensas a usarem algum método anticoncepcional na primeira relação; e apresentam riscos mais baixos de ter filhos, em comparação com adolescentes com até quatro anos de estudo.
É uma pena que a vida sexual na adolescência tem iniciado muito precocemente e trazido consequências desagradáveis e indesejáveis de efeito imediato, tais como a gravidez não planejada e também a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. A educação em saúde direcionada para a informação sexual pode ser a grande solução pra que as meninas possam fazer escolhas em relação à gestação, e que tenham acesso a métodos contraceptivos que sejam eficazes.
Não se pode negar que a gravidez precoce na maioria das vezes leva a algum prejuízo na vida do adolescente. Há concomitante que se considerar possíveis outros riscos possíveis outros riscos, como: o aborto, as doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros. As taxas de gravidezes infecciosas na adolescência são indícios da frequência cm que a atividade sexual desprotegida acontece. Talvez possam ser considerados aspectos sociais. (BALLONE, 2004).
Ballone (2004) cita como fatores de risco para a gravidez na adolescência, a:
· antecipação da menarca
· educação sexual ausente ou inadequada
· atividade sexual precoce
· desejo de gravidez
· dificuldade para práticas anticoncepcionais
· problemas psicológicos e emocionais
· mudanças dos valores sociais
· migração mal sucedida
· pobreza
· baixa escolaridade
· ausência de projeto de vida
Ainda segundo o autor sobre os motivos pelas quais levam a adolescente engravidar, enfatiza em suas pesquisas que a gravidez pode ser não planejada , mas desejada. No Brasil, onde não há controle de natalidade e onde o planejamento familiar e a educação sexual ainda são assuntos pouco discutidos, a gravidez acaba tornando-se, muitas vezes, um problema social grave de ser resolvido. É o caso da gravidez na adolescência. Denomina-se gravidez na adolescência a gestação ocorrida em jovens de até 21 anos que se encontram, portanto, em pleno desenvolvimento dessa fase da vida .
2-2 ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE
Através da opinião de vários autores, tentou-se com este trabalho de conclusão de curso reunir informação relevante que permita perceber o fenómeno da gravidez na adolescência. Mas como não se pode partir de uma pesquisa isolada sobre o assunto, mostrou-se ser necessário introduzir o tema da sexualidade.
Para o governo do Brasil, a adolescência é uma etapa fundamental do desenvolvimento do indivíduo. Uma etapa de descobertas e desafios, de vivências e expectativas. Nesse sentido, o Estado compromete-se com o desenvolvimento de ações que permitam a adolescentes constituir seus projetos de vida e desenvolver as condições para tal, ou seja, oferecer os direitos necessários à afirmação de sujeitos capazes de construir a cidadania e consolidar a democracia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1993), "a adolescência é definida como o período de transição entre a infância e a idade adulta, que vai dos 10 aos 19 anos de idade". É nessa fase que a saúde sexual e reprodutiva de adolescentes tem sido tema de diversos estudos, debates e questionamentos. A garantia e o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos dessa população é também uma questão essencial que propicia o exercício fundamental à saúde.
A promoção dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos envolve a promoção do bem-estar de adolescentes e jovens, o estímulo à educação, inclusive como condição para a saúde sexual e reprodutiva; o envolvimento de jovens no planejamento, na implementação e na avaliação das atividades que a eles se destinam, com destaque para a educação, a saúde sexual e a saúde reprodutiva. (BRASIL, 2006, p.7); Vitiello (1988) cita que o adolescente é o indivíduo em fase de transição biopsicossocial, ou seja, um período caracterizado por diversas transformações sejam elas biológicas, em busca de um sentido, definição de seu papel na sociedade, determinado pelos padrões culturais do meio.
A descoberta da sexualidade faz parte de uma etapa de vivência na adolescência e é fundamental que ela ocorra em um nível de maturidade que seja adequada, pois dela dependerão o crescimento do indivíduo em direção à sua identidade adulta, sua inserção na sociedade, a estruturação de sua autoestima e os padrões de relacionamento afetivo que virá a desenvolver no decorrer de toda a sua vida. (MADEIRA; 1997).
A adolescência é uma fase complexa, pois além dos hormônios que nessa fase fervilham causando as mais diversas mudanças no adolescente, existem também outros assuntos do dia a dia que permeiam a cabeça dos jovens, como o estudo, profissão, as responsabilidades, dentre outros. Heilborn et al, (2006, p.35) evidenciam que a adolescência se caracteriza por várias transições e trazem a passagem da descoberta sexualidade com o parceiro como o período de maiores conflitos.
Os autores tratam o aprendizado da sexualidade, não se restringindo somente a genitalidade, ou à primeira relação sexual, abrange também um processo de experimentação pessoal e de impregnação pela cultura sexual do grupo. O aprendizado constitui-se na familiarização de representações, valores, papéis de gênero, rituais de interação e de práticas, que constitui a noção de cultura sexual. Brêtas e Silva (2005) abordam que para muitos a sexualidade permanece como um tabu, no qual se acentua apenas o que é negativo e prejudicial no sexo; o que é biológica e psicologicamente positivo, que constitui a base do amor, da convivência, da família e da própria sobrevivência humana é pouco comentado.
Ramos (2001) defende que os adolescentes precisam ter seus direitos sexuais e reprodutivos respeitados, porém considerando os valores e aspectos essenciais para o desenvolvimento de uma sexualidade saudável. O desrespeito a esses direitos, a falta de diálogo e de valorização dos potenciais e das necessidades dos adolescentes podem causar danos aos mesmos, resultando em eventos que, possivelmente, não aconteceriam se eles tivessem oportunidades diferentes.
A sexualidade é uma dimensão fundamental de todas as etapas da vida de homens e mulheres, envolvendo práticas e desejos relacionados à satisfação, à afetividade, ao prazer, aos sentimentos, ao exercício da liberdade e à saúde. A sexualidade humana é uma construção histórica, cultural e social, e se transforma conforme mudam as relações sociais. No entanto, em nossa sociedade, foi histórica e culturalmente limitada em suas possibilidades de vivência, devido a tabus, mitos, preconceitos, interdições e relações de poder.
(BRASIL, 2006 p.13). Nesse sentido, tornam-se importantes as discussões referentes ao desenvolvimento da sexualidade entre os adolescentes, pois aspectos relacionados à saúde e à qualidade de vida dos mesmos estão intimamente associados com as atitudes e práticas adotadas em suas relações de amor, prazer, curiosidades e descobrimentos.
Costa e Bigras (2007, p. 1105) ressaltam a importância da consideração e valorização de vários fatores, ao se avaliar a vulnerabilidade dos adolescentes, afirmando que: No que diz respeito à infância e adolescência, as peculiaridades biopsicossociais relacionadas ao processo de crescimento, desenvolvimento pessoal (maturidade emocional e intelectual) e inserção social caracterizam este grupo como de alta vulnerabilidade aos agravos sociais.
A sexualidade faz parte de todas as etapas da vida, envolvendo práticas e desejos relacionados a tabus, mitos, preconceitos e relações de poder, impedindo diálogos, conversas, e entendimentos como algo saudável e natural. (BRASIL, 2007). Segundo Moccellin (2010) a gravidez na adolescência é um problema de saúde pública por conta do alto índice de mortalidade materna einfantil e por revelar um possível elemento que é determinante para a reprodução do ciclo de pobreza das populações, tais como colocar impedimentos na continuidade de estudos e no acesso ao mercado de trabalho.
O alerta também se deve a preocupação da gravidez precoce poder causar distúrbios graves à vida das adolescentes, muitos deles irreversíveis.
“O apoio da família neste momento é fundamental, além do acompanhamento profissional, já que além de não terem estrutura psicológica e física para suportar uma gravidez precoce, estas adolescentes muitas vezes deixam de estudar, ingressam no mercado de trabalho antes do tempo normal, muitas vezes de forma precária, pois não representam mão-de-obra qualificada, já que não têm formação adequada”. Socorro Marques Luz, ano 2010.”
Até o início da década passada, as políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e, consequentemente, pela Secretaria de Estado da saúde - Sesau, se detinham às mulheres e crianças, mas esta realidade mudou, já que as adolescentes passou a ser observadas com um olhar especial, dentro do foco da saúde preventiva, que se revertem na redução da gravidez na adolescência. Evidenciou que a informação tem sido um fator decisivo para reduzir a gravidez na adolescência, já que além da disseminação de conceitos sobre os cuidados para evitar a gravidez precoce, são divulgados os métodos contraceptivos e os locais que os adolescentes podem obtê-los, representando um planejamento familiar.
Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das meninas. Não se pode esquecer que embora os rapazes não possuam as condições biológicas necessárias para engravidar, um filho não é concebido por uma única pessoa. E se é à menina, que cabe a difícil missão de carregar no ventre, o filho, durante toda a gestação, de enfrentar as dificuldades e dores do parto e de amamentar o rebento após o nascimento, o rapaz não pode se eximir de sua parcela de responsabilidade. Por isso, quando uma adolescente engravida, não é apenas a sua vida que sofre mudanças. Os pais, assim como as famílias de ambos também passam pelo difícil processo de adaptação a uma situação imprevista e inesperada.
Diante disso cabe nos perguntar: por que isso acontece? O mundo moderno, sobretudo no decorrer do século vinte e início do século vinte e um vem passando por inúmeras transformações nos mais diversos campos: econômico, político, social. Essa situação favoreceu o surgimento de uma geração cujos valores éticos e morais encontram-se desgastados. O excesso de informações e liberdade recebida por esses jovens os levam à banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta de limite e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na adolescência.
Podemos observar uma relação entre o inicio precoce da vida sexual nas adolescentes e o fenómeno da gravidez. A falta de informação sobre a sexualidade e métodos contraceptivos é muitas vezes explicação para a maternidade precoce assistida nas adolescentes, aliada aos constrangimentos que se sentem no seio familiar. Esta fase transitória não é sempre uniforme, por isso, pode dividir-se em três estádios, cada um marcado por mudanças específicas no adolescente: fase inicial, também conhecida por pré-adolescência, compreendida entre os 10 e os 14 anos; fase intermédia, sendo esta a fase da adolescência, propriamente dita, que vai dos 13 aos 16 anos; e a fase final, a da juventude, começando nos 15 e terminando por volta dos 20 anos. (Tavares et al., 1999)
Durante o período da puberdade a adolescente vê o seu aspecto físico alterar-se, pois é nesta altura que atinge a maturidade reprodutiva, assistindo assim, ao desenvolvimento das características sexuais primárias (aparelho sexual) e das características sexuais secundárias (transformações na forma do esqueleto, pelosidade, crescimento das mamas, etc.). (Pais-Ribeiro, 1990).O seu desenvolvimento cognitivo ocorre, normalmente, durante a fase intermédia, passando de uma pensamento simplório e concreto, para um pensamento mais formal. (Tavares et. al., 1999). Na juventude, a adolescente também sofre várias mudanças ao nível social, marcadas pela tentativa de se integrar numa sociedade adulta, através do estabelecimento de novas relações e alterações de antigas, como por exemplo, a relação com a família.
É de salientar que, existe uma mudança ao nível sexual: biologicamente acontece na puberdade, mas em termos culturais vai-se desenvolvendo ao longo das outras fases. Das primeiras mudanças que se assiste, têm que ver com a definição da preferência de um objecto sexual (indivíduos do sexo oposto ou do mesmo) e a definição da identidade do género (saber se é rapaz ou rapariga, independentemente das suas características biológicas).
A transição da infância para a vida adulta nem sempre é pacífica, pois a ânsia de crescer leva as adolescentes a adaptar comportamentos que consideram característicos dos adultos, mas que podem ser considerados perigosos. O consumo de álcool, tabaco e drogas e a iniciação precoce da vida sexual são exemplos de alguns comportamentos de risco, todos acompanhados por consequências, de entre as quais a gravidez indesejada. Posto isto, coloca-se a questão de quem deverá manter os adolescentes informados dos vários riscos que correm?
2-3 CONSEQUÊNCIAS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Escolhi abordar gravidez na adolescência, pois engloba dois fatores em que se mede o desenvolvimento humano e social, e sobre esse tema sabemos que um dos principais problemas da sociedade em geral é a gravidez precoce, além de interromper paralelamente a vida social e estudantil da pessoa, abala seu meio físico, pois é alterada sua forma física, onde seu corpo é submetido a varias mudanças, sua vida social é afetada e os preconceitos começam a surgir.
Alem disso muitas adolescentes que começam a vida sexual ativa precocemente e engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cuja a mãe se assemelha a essa biografia. As adolescentes que enfrentam essa árdua realidade fora de hora, se deparam com o despreparo, tornam-se expostas a inúmeros riscos de saúde, devido às possibilidades de doenças sexualmente transmissíveis, além de acarretarem problemas de desenvolvimentos emocionais, comportamentais e educacionais, que sucessivamente geram numerosas dificuldades na vida escolar dessas alunas, como: Menor rendimento, baixa escolaridade, evasão escolar, entre outros fatores que são prejudiciais ao processo de ensino-aprendizagem das mesmas. A adolescência caracteriza se por um período de descobertas do mundo, dos grupos de amigos, de uma sociedade mais ampla. Assim a gravidez pode vir a interromper na adolescente esse processo de desenvolvimento próprio da idade, fazendo assumir responsabilidades e papeis de adulta antes da hora, já que dentro de pouco tempo verá obrigada a dedicar -se aos cuidados maternos. O prejuízo é duplo: nem adolescente plena, nem adulta inteiramente capaz”. (HOMEMDU, 1997, P?)
De acordo com a citação acima a gravidez na adolescência causa total desestruturação no psicológico de uma adolescente, tornando uma das principais conseqüências da gravidez precoce. Segundo BALLERIO, (1990) o adolescente quando chega à puberdade aos 12, 13 anos de idade meninas e meninos estão se preparando para serem pais ainda que não estejam preparados psicológicamente nem socialmente para arcarem com as responsábilidades.
Segundo, CARVALHO (2000) a gravidez na adolescência ocorre de forma inesperada, acarretando fatores negativos que interferem no desenvolvimento da mulher jovem, como rejeição familiar, restrições sociais e econômicas. Sendo assim ela entra numa dupla crise, a da adolescência somada a da gravidez, caracterizada como conseqüências de uma gravidez precoce. 
Vale ressaltar que o impasse maior nessa fase de transição, talvez esteja em algumas práticas atuais, como: atividadesexual precoce, pouco conhecimento sobre as possíveis consequências e uso dos contraceptivos, descrédito da adolescente em aceitar que o inicio precoce das atividades sexuais podem acarretar uma gravidez indesejada e o pior corre o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis. No entanto podemos notar que a gravidez na adolescência pode frustrar a vida de uma jovem por inteiro mudando seus planos e projetos de vida, tornando depressiva cheia de preocupações angustias medo e incertezas decorrentes de suas expectativas em relação ao futuro.
A gravidez faz parte do processo natural da vida , nascemos , crescemos , nos reproduzimos, envelhecemos e morremos , esse é o ciclo vital é uma característica geral dos seres vivos. Segundo Rodrigues (2010), a gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde pública, pois quando não são tomados determinados cuidados pré-natais, associa-se uma grande morbidade maternal e fetal, podendo interferir no desenvolvimento pessoal e social de forma extremamente negativa. Este atraso na vigilância pré-natal ocorre, normalmente, devido à falta de apoio por parte da família da adolescente.
Das complicações obstétricas associadas à gestação na adolescência, as mais comuns são: pré-eclampsia, anemia, infecções, parto prematuro, complicação no parto, puérpio e perturbações do foro psíquico. A nível sociocultural, a gravidez precoce é, frequentemente, sinal de desvantagens no percurso educacional da adolescente, levando muitas vezes ao abandono escolar por se sentir envergonhada. Assim, a impossibilidade de progressão nos estudos, leva mais tarde às dificuldades em encontrar um emprego que permita satisfazer as suas necessidades e agora, as de um bebé, perpetuando assim o ciclo de precariedade económica em que vivia antes de engravidar. (Leal, 2006). A pressão que a família exerce na adolescente para casar, mostrou ser outro problema frequente, proveniente da gravidez na adolescência, pois verificou-se um grande número de divórcios resultantes destes casamentos. (Leal, 2006)
Um estudo de Correia (1995), descrimina várias consequências do fenómeno ao nível psicossocial: alteração na relação com o próprio, com os pais e com o companheiro; altera-se a relação que os pais têm com a adolescente, marcada talvez pela desilusão; redefinição dos papéis familiares; abandono dos estudos e necessidade de encontrar trabalho. (Pinho, 2009). Muitas adolescentes, durante a maternidade são influenciadas negativamente pela relação instável que têm com o pai do bebé, reduzem o contacto com os amigos, sentem-se ecomicamente dependentes da família e discriminadas pela sociedade. (Wallin apud Pinho, 2009). Importante ainda frisar que, as adolescentes que esperam um filho, passam ainda por vários processos psicológicos que se repercutem no seu bem-estar, tal como: medo e frustração em relação ao futuro, baixa auto-estima, stress, depressão e por vezes, tentativa de suicídio. (Malta et al 2000, apud Pinho,2009)
2-4 A FAMÍLIA
Nosso tema principal relaciona-se a questão familiar, nos possibilitando um amplo campo de assuntos, porém o foco principal é enfatizado na relação entre família e situações de problemas como adolescência, sexualidade, gravidez e suas respectivas opiniões abordadas pela mídia e sociedade.
No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas que na década de 70, engravidam hoje em dia (Referência) . A grande maioria dessas adolescentes não tem condições finaceiras nem emocionais para assumir a maternidade e por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos.
Para se entender as causas e consequências da gravidez precoce se faz necessário um estudo e acompanhamento das famílias em situação de vulnerabilidade social, bem como formular políticas públicas que atendam esta classe em toda sua complexidade. Estudos apontam que a gravidez na adolescência é um artifício pelo qual milhares de adolescente já passaram, ou passam, por esses entraves no decorrer da sua vida escolar. 
Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia, os pais estão cada vez mais afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações de sua rotina diária, vindo a procurar os pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou.
Apesar das transformações assistidas nos padrões que moldam a sociedade, ainda existe, dentro de muitas famílias, a palavra tabu: “sexo”. Sabemos que o papel dos pais na educação sexual do seus filhos é crucial, pois não só permite aos jovens tomar conhecimento todas as mudanças físicas e psicológicas que ocorrem em si ao longo do seu desenvolvimento, mas também, dá a oportunidade aos pais de estabelecer uma ligação com os seus descendentes, acompanhando o seu crescimento, dando-lhes confiança para abordar questões relacionadas com a educação sexual.
Esta ligação que se estabelece entre pais e filhos está na base da prevenção de gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, a formação sexual por parte da família muitas vezes é descuidada, devido à existência de preconceitos referentes ao tema. É importante salientar que, muitos pais, por terem nascido numa época mais conservadora, em que os seus próprios pais se abstinham deste tipo de conversas com os filhos, não conseguem ter uma visão mais aberta sobre o assunto, preferindo muitas vezes adiá-lo ou ignorá-lo, conferindo à escola esse dever.
Do mesmo modo, os adolescentes se sentem constrangidos a iniciar uma discussão com os seus progenitores sobre o tema da sexualidade, tornando-se este assunto ainda mais secreto se já tiverem iniciado a sua vida sexual, “como se ao falar os seus pais ficassem a saber disso”. (Teixeira, 2012). Actualmente, a educação sexual é um assunto público e observamos que, cada vez mais, a sociedade se consciencializa da gravidade dos comportamentos de risco dos jovens, dos quais se destacam as práticas sexuais desprotegidas que pode, por sua vez, disseminar as DST (doenças sexualmente transmissíveis) e dar azo ao fenómeno social da gravidez na adolescência. Com a conjuntura económica actual, os pais vêm-se cada vez mais ausentes, por isso, a escola acaba, de certa maneira, por os substituir nesta tarefa.
2-5 A ESCOLA
Como o processo de ensino-aprendizagem visa à formação integral do indivíduo, a escola também tem suas responsabilidades em alertar as jovens a essa problemática frequentemente existente no âmbito escolar. E para trabalhar a questão da gravidez na adolescência é necessário discutir sobre sua prevenção, buscando medidas educativas que possam conscientizar as causas e consequências desse fenômeno na escola, com a finalidade orientar as alunas para que então seja mais provável a queda da incidência de novos altos índices, como os relatados na atualidade.  
O objetivo desta pesquisa é trazer informação para a comunidade escolar, sobre as consequencias de uma gravidez indesejada, ou seja, uma gravidez inesperada afeta diretamente o desempenho educacional, pois muitas dessas adolescentes se afastam das atividades escolares devidos aos cuidados necessários antes e depois dessa fase. A desinformação e a fragilidade da educação sexual são também questões problemáticas. As escolas e os sistemas de educação estão muito mais preocupados em dar conta das matérias cobradas no vestibular, como: física, química, português, matemática, etc., do que em discutir questões de cunho social. 
Dessa forma, temas como sexualidade, gravidez, drogas, entre outros, ficam restritos, quase sempre, aos projetos, feiras de ciência, semanas temáticas, entre outras ações pontuais. Os governos, por sua vez, também se limitam às campanhas esporádicas. Ainda assim, em geral essas campanhasnão primam pela conscientização, mas apenas pela informação a respeito de métodos contraceptivos. Os pais, como já foi dito anteriormente, além do afastamento dos filhos, enfrentam dificuldades para conversar sobre essas questões. Isso se dá devido a uma formação moralista que tiveram. 
Diante dessa realidade o número de pais e mães adolescentes cresce a cada dia. A escola é o local onde os jovens passam a maior parte do seu tempo e aqui começam a “interiorizar as primeiras sensações sobre os afectos, a amizade e o carinho com os seus pares” (Lemos et al.), por isso, a Educação Sexual deve ser inserida dentro do sistema de ensino, num programa mais amplo. No entanto, ainda existem ideias opostas a esta, ideias essas que consideram a Educação Sexual um incentivo aos jovens para experimentar comportamentos sexuais e que o principal foco da disciplina deve ser a prevenção das DST e da gravidez na adolescência. “Mentalidades desta natureza podem constituir um travão ao desenvolvimento da educação sexual nas escolas. Mas, nem por isso, a escola pode deixar de se preocupar com esta questão.” (Lemos et al. 2004). A escola e a família devem por isso, estar em sintonia quanto ao ensino da sexualidade aos seus jovens, procurando incutir-lhes responsabilidade e alertá-los para os riscos das experiências sexuais precoces.
2-6 OS AMIGOS
Os dois meios de socialização anteriormente referidos, nem sempre estão tão receptivos para perceber as atitudes e as acções dos jovens face à sexualidade e por isso, os amigos surgem como “confidentes e neles, encontrem a aceitação dos seus comportamentos face à questão da sexualidade.” (Lemos et al. 2004)
São os amigos, muitas das vezes, os seus modelos de referência e por isso as suas primeiras experiências sexuais são vividas em conformidade com as opiniões tecidas pelos mesmos, por isso, na construção da sua própria identidade, o adolescente tem necessidade de ver confirmadas pelos outros, as imagens que tem de si próprio. É através do grupo de amigos que o adolescente consegue adquirir uma representação de si e do seu valor enquanto pessoa.
Por outro lado, há uma pressão que é exercida sobre o adolescente, por parte dos seus amigos, para que inicie mais cedo a sua actividade sexual. Por vezes o jovem cede, deixando de ser a excepção e passando a fazer parte da regra. Na base disto, está a explicação das vivências sexuais demasiado precoces.
Uma vez que o diálogo entre a família e o adolescente é, muitas vezes, inexistente no que respeita à sexualidade e a Escola ainda não possui permissão suficiente para ensinar os jovens a prevenirem situações problemáticas decorrentes dos comportamentos sexuais de risco, os amigos aparecem como apoio e é neles que o adolescente procura respostas imediatas para as suas dúvidas. A Internet é o melhor exemplo disso, pois a informação que procura está à distância de um clique, permanecendo a sua privacidade imune.
 3 - CAPITULOII
3-1 ASPECTOS POLÍTICOS LEGAIS PARA O ADOLESCENTE
Face aos aspectos legais, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 277 dispõe que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente o direito à vida, saúde e educação. A Convenção Internacional dos Direitos da Criança foi o principal marco legal internacional com relação à saúde das crianças e dos adolescentes, promulgada em Assembleia Geral das Nações Unidas no ano de 1989.
A convenção demarca duas mudanças fundamentais na concepção internacional sobre crianças e adolescentes, supera a visão da criança e do adolescente como objeto passivo de intervenção da família, Estado e sociedade. O documento trata crianças e adolescentes como pessoas em desenvolvimento e reconhece crianças e adolescentes como sujeitos sociais portadores de direito, inclusive de direitos específicos, assinala uma ruptura de paradigmas e introduz novas responsabilidades para o Estado com este segmento. (BRASIL, 2006).
Esses direitos são reafirmados por leis nacionais e também internacionais ao longo dos anos de 1990, e apresentados na Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada na cidade de Viena, em 1993, onde “direitos das mulheres e das meninas” são reconhecidos, pela primeira vez, como parte integrante e indivisível dos direitos humanos. Em seu item 18, a Declaração de Viena define que:
Os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem parte integral e indivisível dos direitos humanos universais. A plena participação das mulheres, em condições de igualdade, na vida política, civil, econômica, social e cultural nos níveis nacional, regional e internacional, e a erradicação de todas as formas de discriminação, com base no sexo, são objetivos prioritários da comunidade internacional. (BRASIL, 2006 p. 32).
Nos últimos anos, registraram-se grandes avanços nos compromissos assumidos internacionalmente pelos países, como também nas legislações nacionais, sobre as dimensões da reprodução e da sexualidade como direitos de cidadania e direitos humanos. Entre esses avanços destacamos a integração de adolescentes e jovens enquanto sujeitos dos direitos sexuais e direitos reprodutivos.
Desta forma, reafirmamos tais documentos como instrumentos fundamentais para a proteção e defesa dos direitos humanos de adolescentes e jovens de ambos os sexos. A implementação destes direitos, enquanto princípios norteadores das políticas públicas é um desafio dos governantes. (BRASIL, 2006). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) traz um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como principal objetivo a proteção integral da criança e do adolescente. O Estatuto dispõe o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes.
O ECA foi instituído pela Lei nº 8.069, dia 13 de julho de 1990. Esta Lei regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirada pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988, internalizando uma série de normativas internacionais, como a declaração dos Direitos da Criança, regras mínimas das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e da Juventude e Diretrizes das Nações Unidas para prevenção da Delinqüência Juvenil.
Para o Estatuto é considerada criança a pessoa com idade inferior a doze anos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Para a prática de todos os atos da vida civil, como a assinatura de contratos, é considerado capaz o adolescente emancipado. O Ministério da Saúde, destaca como ações da área da saúde do adolescente e do jovem, a implementação das diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens, promoção, proteção e recuperação da saúde.
Outro Programa que vale ressaltar é a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em conflito com a Lei, com internações provisórias. Todos os Programas anteriormente citados têm o intuito de promover, proteger e recuperar a saúde do jovem e do adolescente. (PORTAL SAÙDE, 2001). A população bem informada diminui significativamente para a melhoria de vida, menor incidência de doenças e melhora a vigilância em saúde.
Também ainda no que se refere à área da saúde para adolescentes, o Programa de Saúde do Adolescente – PROSAD, criado em 21 de dezembro de 1989, regulamentado através da Portaria nº. 980/GM do Ministério da Saúde, se fundamenta em uma política de promoção de saúde, identificação de grupos de risco, detecção precoce de agravos, com tratamento adequado e reabilitação. As ações do PROSAD são pautadas nas Diretrizes do sistema Único de Saúde (SUS) e garantidas pela Constituição Federal Brasileira.
O PROSAD elegeu como áreas prioritárias o crescimento e desenvolvimento, a sexualidade, a saúde bucal, mental, a saúde reprodutiva, a saúde do escolar adolescente e a prevenção de acidentes.Todos os Programas do Ministério da Saúde tem bases orientadas pelo princípio de integralidade das ações de saúde, da multidisciplinaridade e na integração intersetorial e interinstitucionaldos órgãos envolvidos, alicerçando-se numa política de promoção da saúde, desenvolvimento de práticas educativas, identificação de grupos de risco, detecção precoce dos agravos, tratamento e reabilitação. (PORTAL SAÙDE, 2001).
Conjuntamente com a implementação dos Programas, o Ministério da Saúde (MS) construiu uma série de manuais, notas e textos técnicos, com o objetivo de instrumentalizar os profissionais da saúde na realização de atividades de assistência aos adolescentes. O grande desafio para uma política nacional de atenção integral à saúde de adolescentes e jovens é justamente o de implementar ações de saúde que atendam às especificidades desta população, de modo integral, e respondendo às demandas colocadas pelas condições decorrentes das distintas situações de vida dos adolescentes e jovens do País. Estas ações devem considerar as desigualdades de gênero, baseadas na raça/cor, na orientação sexual e na classe social, e contribuir para a sua superação. É preciso considerar, também, as diferenças culturais e as desigualdades socioeconômicas entre as diferentes regiões do País e seu impacto na situação de saúde e na organização das ações. (BRASIL, 2006 p.9).
Atingir o público adolescente não é fácil, por isso salienta-se que os serviços de atenção ao adolescente devem ser disponíveis, acessíveis acolhedores e competentes, fatores fundamentais para atrair a confiança desse público. (MADEIRA; 1997). Dessa forma, o Ministério da Saúde e Ministério da Educação também unem esforços e desenvolvem políticas e ações voltadas aos alunos da rede pública de ensino, que atende quase 80% dos estudantes do país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009.
O Programa Saúde na Escola (PSE), é um dos exemplos desse trabalho conjunto, criado em 2007, esta iniciativa oferece cuidado integral de prevenção e atenção à saúde de crianças, jovens e adolescentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 120 milhões de mulheres em todo o mundo desejam evitar a gravidez e o planejamento familiar é mais que um direito garantido pela Constituição Brasileira, é uma expressão que tem se tornado mais presente, bem como a ampliação do acesso e conhecimento dos métodos contraceptivos e os cuidados que devem ser tomados na hora de planejar uma gestação.
Planejamento familiar “é o conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres, em todos os ciclos de vida, a programar a vinda dos filhos e também a evitá-la”. (PORTAL SAÚDE, 2001).
Cada indivíduo, seja o homem, ou a mulher, tem o direito de optar se quer ou não ter filhos, bem como o melhor momento, quantos terão e sobre os métodos contraceptivos que irão usar. E cabe ao Estado oferecer o acesso a todos esses recursos, respeitando o desejo de cada um.
Nesse sentido, desde 1998, o Estado Brasileiro adota medidas como a distribuição gratuita dos métodos anticoncepcionais e, em 2007, criou a Política Nacional de Planejamento Familiar, que incluiu a distribuição gratuita de preservativos, a venda de anticoncepcionais na Farmácia Popular e o fortalecimento de ações educativas relacionadas a saúde sexual e saúde reprodutiva em unidades de saúde e escolas, voltadas para adolescentes de ambos os sexos.
No ano de 2009, o Ministério da Saúde para reforçar essa política ampliou o acesso aos métodos para a programação da fecundidade. Hoje, são oito as variedades de contraceptivos disponibilizados nos postos de saúde e hospitais públicos. Dos contraceptivos no mercado, os mais procurados pelas mulheres em idade fértil são a pílula anticoncepcional e os injetáveis. O uso do Dispositivo Intrauterino – DIU vem aumentando a partir de 2006, mas isso talvez se deva a sua oferta gratuita no SUS. (PORTAL SAÚDE, 2001).
Outros métodos como a vasectomias e laqueaduras também ganharam reforços em toda a rede de saúde. Escolher entre esses métodos deve ser uma decisão das mulheres e dos homens, aconselhados por um profissional de saúde.
Nesse sentido, ao longo dos anos o incentivo vem sendo crescente, pois diversas são as ações específicas de prevenção e para a educação em saúde. Não somente a mulher, mas o homem também tem papel fundamental na adoção de práticas contraceptivas, como o uso de preservativos, a vasectomia, a adoção do planejamento familiar participando de forma mais ativa na escolha desses métodos. Ou seja, uma dupla proteção. A Lei nº 269/96 dispõe que o procedimento de vasectomia como método contraceptivo em homens com mais de 25 anos ou com pelo menos 2 filhos vivos.
Estes incentivos contraceptivos e que educam, estão cada vez maiores e abrangentes. Dessa forma, o acesso aos Programas e o acesso à informação devem contribuir para a redução do número de gravidez não planejada ou até mesmo indesejada, principalmente para as adolescentes. O maior desafio para uma política Nacional de atenção integral a saúde dos adolescentes é justamente o de implementar ações de saúde que atendam às especificidades desta população, atendendo às demandas frente ad diferentes condições de vida desses adolescentes
3-2 FATORES PRECURSORES RELACIONADOS À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 
 Motivo óbvio e direto da gravidez na adolescência é o fato de que os adolescentes mantêm relações sexuais sem cuidados contraceptivos. Portanto, dois comportamentos precisam existir para que ocorra a gravidez na adolescência: a atividade sexual do jovem e a falta de medidas contraceptivas adequadas (DIAS e TEIXEIRA, 2010).. 
 A iniciação sexual na adolescência vem ocorrendo em idades cada vez mais precoces, e a atividade sexual regular faz parte de uma parcela significativa da população adolescente (DIAS e TEIXEIRA, 2010). A causa do não uso de anticoncepcionais, portanto, não parece ser a falta de informação sobre a necessidade de se utilizar métodos contraceptivos nas relações sexuais. O que ocorre é que a informação não se traduz em comportamento efetivo. E por que isso? Um motivo é que a informação que os adolescentes possuem refere -se à necessidade de uso de contraceptivos, mas não significa que eles possuam conhecimento suficiente para implementar um comportamento contraceptivo adequado. Há estudos mostrando que os conhecimentos sobre métodos de contracepção entre adolescentes são muitas vezes insuficientes para uma efetiva implementação (DIAS e TEIXEIRA, 2010).
A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.  No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia (Referência). A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos. 
A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinhas pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos. 
Segundo Maria Sylvia de Souza Vitalle e Olga Maria Silvério Amâncio, da UNIFESP, quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera conseqüências tardias e a longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto. É por isso que alguns autoresconsiderem a gravidez na adolescência como sendo uma das complicações da atividade sexual. 
Ainda segundo essas autoras, o contexto familiar tem uma relação direta com a época em que se inicia a atividade sexual. As adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães se assemelharam à essa biografia, ou seja, também iniciaram vida sexual precoce ou engravidaram durante a adolescência. O comportamento sexual do adolescente é classificado de acordo com o grau de seriedade. Vai desde o "ficar" até o namorar. "Ficar" é um tipo de relacionamento íntimo sem compromisso de fidelidade entre os parceiros. Num ambiente social (festa, barzinho, boate) dois jovens sentem-se atraídos, dançam conversam e resolvem ficar juntos aquela noite. Nessa relação podem acontecer beijos, abraços, colar de corpos e até uma relação sexual completa, desde que ambos queiram. Esse relacionamento é inteiramente descompromissado, sendo possível que esses jovens se encontrem novamente e não aconteça mais nada entre eles de novo.
Em bom número de vezes o casal começa "ficando" e evoluem para o namoro. No namoro a fidelidade é considerada muito importante. O namoro estabelece uma relação verdadeira com um parceiro sexual. Na puberdade, o interesse sexual coincide com a vontade de namorar e, segundo pesquisas, esse despertar sexual tem surgido cada vez mais cedo entre os adolescentes (veja Adolescência e Puberdade). O adolescente, impulsionado pela força de seus instintos, juntamente com a necessidade de provar a si mesmo sua virilidade e sua independente determinação em conquistar outra pessoa do sexo oposto, contraria com facilidade as normas tradicionais da sociedade e os aconselhamentos familiares e começa, avidamente, o exercício de sua sexualidade. 
Há uma corrente bizarra de pensamento que pretende associar progresso, modernidade, permissividade e liberalidade, tudo isso em meio à um caldo daquilo que seria desejável e melhor para o ser humano. Quem porventura ousar se contrapor à esse esquema, corre o risco de ser rotulado de retrógrado. As pessoas de bom senso silenciam diante da ameaça de serem tidas por preconceituosas, interessando à cultua modernóide desenvolver um cegueira cultural contra um preconceito ainda maior e que não se percebe; aquele que aponta contra pessoas cautelosas e sensatas, os chamados "conservadores", uma espécie acanhada de atravancador do progresso. 
As atitudes das pessoas são, inegavelmente, estimuladas e condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. E a sociedade tem passado por profundas mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando "goela abaixo" a sexualidade na adolescência e, conseqüentemente, também a gravidez na adolescência. Portanto, à medida em que os tabus, inibições, tradições e comportamentos conservadores estão diminuindo, a atividade sexual e a gravidez na infância e juventude vai aumentando. 
Adolescência e Gravidez, adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado, por alguns, um momento de conflitivo ou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo. 
A puberdade, que marca o início da vida reprodutiva da mulher, é caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescência. Uma gravidez na adolescência provocaria mudanças maiores ainda na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural. Neste caso, muitas vezes a adolescente precisaria de um importante apoio do mundo adulto para saber lidar com esta nova situação. 
Porque a adolescente fica grávida é uma questão muito incômoda aos pesquisadores. São boas as palavras de Vitalle & Amâncio (idem), segundo as quais a utilização de métodos anticoncepcionais não ocorre de modo eficaz na adolescência, inclusive devido a fatores psicológicos inerentes ao período da adolescência. A adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária. 
A atividade sexual da adolescente é, geralmente, eventual, justificando para muitas a falta de uso rotineiro de anticoncepcionais. A grande maioria delas também não assume diante da família a sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional, que denuncia uma vida sexual ativa. Assim sendo, além da falta ou má utilização de meios anticoncepcionais, a gravidez e o risco de engravidar na adolescente podem estar associados a uma menor auto-estima, à um funcionamento familiar inadequado, à grande permissividade falsamente apregoada como desejável à uma família moderna ou à baixa qualidade de seu tempo livre. De qualquer forma, o que parece ser quase consensual entre os pesquisadores, é que as facilidades de acesso à informação sexual não tem garantido maior proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e nem contra a gravidez nas adolescentes. 
Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo fato com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de ser levada a termo normalmente e sem grandes transtornos. Porém, havendo rejeição, conflitos traumáticos de relacionamento, punições atrozes e incompreensão, a adolescente poderá sentir-se profundamente só nesta experiência difícil e desconhecida, poderá correr o risco de procurar abortar, sair de casa, submeter-se a toda sorte de atitudes que, acredita, “resolverão” seu problema.O bem-estar afetivo da adolescente grávida é muito importante para si própria, para o desenvolvimento da gravidez e para a vida do bebê. 
A adolescente grávida, principalmente a solteira e não planejada, precisa encarar sua gravidez a partir do valor da vida que nela habita, precisa sentir segurança e apoio necessários para seu conforto afetivo, precisa dispor bastante de um diálogo esclarecedor e, finalmente, da presença constante de amor e solidariedade que a ajude nos altos e baixos emocionais, comuns na gravidez, até o nascimento de seu bebê. 
Mesmo diante de casamentos ocorridos na adolescência de forma planejada e com gravidez também planejada, por mais preparado que esteja o casal, a adolescente não deixará de enfrentar a somatória das mudanças físicas e psíquicas decorrentes da gravidez e da adolescência. A gravidez na adolescência é, portanto, um problema que deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser levado a sério o próprio processo do parto. Este pode ser dificultado por problemas anatômicos e comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve, a elasticidade dos músculos uterinos, os temores, desinformação e fantasias da mãe ex-criança, além dos importantíssimos elementos psicológicos e afetivos possivelmente presentes. 
Para se ter idéia das intercorrências emocionais na gravidez de adolescentes, em trabalho apresentado no III Fórum de Psiquiatria do Interior Paulista, em 2000, Gislaine Freitas e Neury Botega mostraram que, do total de adolescentes grávidas estudadas na Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, foram encontrados: casos de Ansiedade em 21% delas, assim como 23% de Depressão. Ansiedade junto com Depressão esteve presente em 10%. Importantíssima foi a incidência observada para a ocorrência de ideação suicida, presente 16% dos casos, mas, não encontraram diferenças nas prevalências de depressão, ansiedade e ideação suicida entre os diversos trimestres da gravidez. Tentativa de suicídio ocorreu em 13% e a severidade da ideação suicida associação significativa com a severidade depressão. Procurando conhecer algumas outras características da população de adolescentes grávidas como estado civil, escolaridade, ocupação, menarca, atividades sexuais, tipo de parto, número de gestações e realização de pré-natal, Maria Joana Siqueira refere alguns números interessantes. 
4 CAPITULOIII
4-1 O ASSISTENTE SOCIAL COMO EDUCADOR
O papel do assistente social ao deparar-se com situações relacionadasà sexualidade na adolescência, seu objetivo será a verificação de como os adolescentes inseridos veem esta questão e como o assistente social poderá lidar com essa demanda através da educação.  Mas especificamente virá a investigação com adolescentes de ambos os sexos o modo deles lidarem com essa questão e a influencia dos fatores religiosos e culturais.
O assistente social como um bom educador deve reconhecer como legítimo e lícito, por parte das crianças e dos adolescentes, a busca do prazer e as curiosidades manifestas acerca da sexualidade, uma vez que fazem parte de seu continuo processo de desenvolvimento, transmitindo valores com relação à sexualidade.  É necessário então que o assistente tenha acesso à formação específica para tratar de sexualidade, possibilitando a construção de uma postura profissional e consciente no trato desse tema.
Após entrar em contato com questões teóricas, leituras e discussões sobre as temáticas específicas de sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para a intervenção prática tentando obter a possibilidade do acesso a um espaço de supervisão dessa prática, o qual deve ocorrer de forma continuada e sistemática, constituindo, portanto, um espaço de reflexão sobre valores e preconceitos partindo principalmente dos próprios educadores envolvidos no trabalho de Orientação Sexual.
Ao atuar como um profissional a quem compete conduzir o processo de reflexão que possibilitará ao adolescente autonomia para eleger seus valores, tomar posições e ampliar seu universo de conhecimentos para não transmitir seus valores, crenças e opiniões como sendo princípios ou verdades absolutas. O profissional , assim como o próprio adolescente , possui expressão própria de sua sexualidade que se traduz em valores, crenças, opiniões e sentimentos particulares. Não se pode exigir do profissional uma isenção absoluta no tratamento das questões ligadas à sexualidade, mas a consciência sobre quais são os valores, crenças, opiniões e sentimentos cultivados em relação à sexualidade que é um elemento importante para que o assistente desenvolva uma postura ética na sua atuação.
Para um bom trabalho de Orientação Sexual, é de extrema necessidade que se estabeleça uma relação de confiança entre o jovem e profissional. Para isso, o profissional deverá se mostrar disponível para conversar a respeito das questões apresentadas, não emitir juízo de valor sobre as colocações feitas pelo jovem respondendo às perguntas de forma direta e esclarecedora. Informações corretas do ponto de vista científico ou esclarecimentos sobre as questões abordadas pelo adolescente são fundamentais para seu bem-estar e tranquilidade, para uma maior consciência de seu próprio corpo e melhores condições de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e abuso sexual. Na condução desse trabalho, a postura do profissional é fundamental para que os valores básicos propostos possam ser conhecidos e concretizados de acordo com os objetivos apontados.
A perspectiva do profissional leva-o a entender a diferença como um valor. Não há receitas para dar aos adolescentes porque não existem duas pessoas iguais. Nem eles gostam disso, nem se comportam da mesma maneira nem se sentem iguais quando tomam a pílula, quando se apaixonam, quando tem o seu primeiro orgasmo, a primeira menstruação ou quando engravidam sem querer. Todos são únicos e é precisamente junto com a adolescência que vem a descoberta de muitas destas particularidades e diferenças.
Mais que ajudar a normalizar (dar a sensação que tudo “é normal”) deve-se propiciar a direção de se dar um passo mais à frente e chamar a atenção para que “não existe um padrão”; com base em três pontos chave que devemos oferecer-lhes: aprender a comunicar, respeito em relação aos outros e às suas decisões e confiança para debatê-lo.
Quando o assunto é sexualidade e relações, não há duas pessoas iguais. Nem há uma prática sexual “melhor” que outra (excluindo é claro a violência). Os indicadores tradicionais de “bom e mau”, “o que se pode ou não fazer”, não serve ao profissional para explicar nem para entender a realidade do adolescente. Uma atitude compreensiva, aberta, de troca, poderá ajuda-lo a conectar com os jovens e entrar no seu mundo para ser um ponto de apoio e mais uma importante ajuda. Este ainda será o principio, pois haverá muito por fazer, a viagem promete ser interessante para os profissionais e para eles, jovens.
Com o passar dos anos, a sociedade brasileira passou a conviver com mudanças significativas na estrutura das famílias, observamos que as mesmas estão mais heterogêneas, enfrentando paradigmas ate então não observados. No campo político mesmo os avanços identificados na maneira de observar e interagir com o mundo a nossa volta observando as necessidades básicas podemos observar barreiras culturais que dificultam o acesso aos direitos sociais, mesmo que estejam previstos na constituição boa parte dos mesmos não são colocados em pratica, expandindo como teoria mas não na prática.
Dessa forma, tomando por base essa problemática o assistente social com as ferramentas que possui deve utilizar-se das políticas públicas para realizar o seu trabalho, através da defesa dos direitos dos usuários, ampliando e difundindo os direitosna criação de novas leis e políticas,conscientizando para a importância na manutenção da família através do planejamento e condições econômicas, sociais e psicológicas favoráveis na luta conta os problemas sociais.
4-2 SUPORTE SOCIAL NA ADAPTAÇÃO À GRAVIDEZ ADOLESCENTE
Para uma adolescente, o processo de transição para a parentalidade, compreendido entre a decisão da concepção até ao nascimento do bebé, pode revelar avultados problemas uma vez que a mesma ainda não se encontra preparada para vivenciar o período da maternidade do mesmo modo que uma mulher adulta.
Nesta nova fase, as adolescentes enfrentam novas dificuldade, como“(...)a inexperiência, a aceitação da auto-imagem, a adaptação às novas responsabilidades, os sentimentos de diferença em relação aos seus pares e possíveis alterações nos padrões de comunicação”. por vezes deixam a escola para trás, o que no futuro lhe traz dificuldades quando procuram emprego, podendo levar “ a futuras situações de desemprego, emprego mal-remunerado ou instabilidade laboral, ficando sem meios para se sustentarem, aumentando assim a sua dependência dos apoios atribuídos pelo governo.” (silveira et al. 2013)
O processo de adaptação à condição de grávida adolescente passa, principalmente por si própria, isto é, pela aceitação positiva da imagem do seu novo corpo. no entanto, este processo mostra-se complicado, uma vez que muitas jovens receiam perder as características anteriores, como a sensualidade e a forma do seu corpo. Por sua vez, surgem problemas na relação com a família de origem e na relação com o pai do bebé, por vezes, deixando a adolescente entregue à própria sorte. Em contrapartida, a aceitação da gravidez e o suporte por parte da família da jovem, do companheiro e da sua família e da sociedade, são determinantes no processo de adaptação da gravidez. também, o fato de viver com a família, estar empregada, estudar e o companheiro estar igualmente empregado favorece em muito neste processo, uma vez que proporciona uma maior independência e autonomia aos pais adolescentes.
Nos vimos que quando classificado algum tipo de ajuda, o suporte social pode ser classificado em três tipos: o informacional, quando existe informação fiável e concreta; emocional, sempre que existem pessoas de confiança, preocupadas e que nos amem; material, quando o suporte é de cariz financeiro ou técnico. pode ainda ser caracterizado por informal (quando oferecido por familiares, amigos, etc.); formal (oferecido por organizações, instituições, etc.) e profissional (prestado por profissionais formados para tal). (singer et al, 1984, apud pinho, 2009)
Posto isto, torna-se evidente o fato de o apoio social prestado à grávida adolescente ser imprescindível para que possa viver a gravidez de forma positiva

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