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1 Logística de Suprimentos: Estudo de Caso de uma Indústria de Plásticos em João Pessoa - PB Adriana de Medeiros. adrianademedeiroschagas@gmail.com Flávio Ladislau Azevedo. flavioladislau.100@gmail.com Niélia Valentim Oliveira dos Santos. nieliavalentim@gmail.com RESUMO Através da logística de suprimentos as grandes empresas podem otimizar, planejar e controlar o fluxo de movimentação do armazenamento das matérias primas e os seus insumos. A partir dessa premissa, o estudo visa explorar a importância da cadeia de uma indústria de plásticos no município de João Pessoa por meio de processos de melhorias. Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico em livros, sites e artigos sobre a cadeia de suprimentos e indústria de plásticos, com a pretensão de direcionar e orientar a pesquisa. O processo técnico utilizado foi o levantamento de dados com base em visita técnica com os sujeitos responsáveis pela gestão da cadeia. Posteriormente, utilizou-se das abordagens qualitativa e quantitativa para coordenar a investigação. Conclui-se que o estudo analisado foi envolvido pela fundamentação da cadeia mediante a implementação de estratégias logísticas presentes em toda a rede de suprimentos, por esse lado, o processo encontrará um verdadeiro equilíbrio para toda a organização. Tudo isso porque a cadeia de suprimentos é um pilar de sustentação para a indústria, pois ela desenvolve e torna possível o controle dos pedidos, estoque e entregas. Palavras chaves: Logística. Cadeia de Suprimentos. Processos Logísticos. Indústria de Plásticos. ABSTRACT Through supply logistics, large companies can optimize, plan and control the flow of storage of raw materials and their inputs. Based on this premise, the study aims to analyze the case of a Plastics Industry in the city of João Pessoa, also intending to explore the importance of the chain and identify improvement processes. Initially, a bibliographic survey was carried out on books, websites and articles on the supply chain and plastics industry, with the intention of directing and guiding research. The technical process used was data collection based on a technical visit with the subjects responsible for the chain management. Subsequently, qualitative and quantitative approaches were used to coordinate the investigation. It is concluded that the analyzed study was involved in the reasoning of the chain through the implementation of logistical strategies present in the entire supply chain, on the other hand, the process will find a true balance for the entire organization. All this because the supply chain is a pillar of support for the industry, as it develops and makes it possible to control orders, inventory and deliveries. Keywords: Logistics. Supply chain. Logistic Processes. Plastics industry. mailto:adrianademedeiroschagas@gmail.com mailto:nieliavalentim@gmail.com 2 1. INTRODUÇÃO A integração de todas as atividades logísticas, desde o pedido do cliente até o consumidor final agregará valor por meio de serviços e informações no ambiente empresarial. No entanto, essa gestão só será viabilizada através da cadeia de suprimentos, a qual engloba não somente os processos de negócios com clientes e fornecedores, mas também o relacionamento, que beneficiem todos os componentes da cadeia. O segmento da indústria de plásticos pode ser considerado representativo nesse sentido, pois apresenta iniciativas consideráveis na cadeia de suprimentos. A logística na indústria do plástico é altamente estratégica. Ela garante o fluxo eficaz da distribuição, transporte, verificação e armazenamento dos inúmeros materiais que circulam pelas empresas. Por isso, apesar de não ser um conceito novo, a logística ganha cada vez mais espaço no desenho dos processos e negócios. A cadeia de suprimentos da indústria de plásticos envolve fornecedores, varejistas e cliente final, portanto um simples atraso gerado por qualquer um dos membros dessa cadeia pode parar a produção por falta de componentes. Devido à complexidade de suas operações, o sucesso do gerenciamento de todos esses componentes depende da cadeia de suprimentos, principalmente no que tange à redução de custos logísticos, à integração e à troca de informações. Enquanto os fornecedores atuam no desenvolvimento do produto e na execução dos processos de fabricação do plástico. Diante desta complexibilidade busca-se responder: qual é a relevância do estudo a respeito dos insumos dentro de um processo logístico de uma indústria de plásticos? Sendo assim, o objetivo deste presente artigo é verificar o nível de formalização, sob a ótica do Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos, em uma indústria de plásticos, localizado na cidade de João Pessoa - PB, buscando descrever como funciona a cadeia de suprimentos em uma indústria de plásticos; além de analisar a importância e as vantagens presentes na cadeia da indústria; como também, pontuar as ferramentas gerenciadas nos processos, como forma de melhoria para a cadeia de suprimentos. Com isso, justifica-se esse trabalho pelo fato dos suprimentos serem essenciais na cadeia para que não haja interrupções nos processos de fabricação e entrega dos materiais. Por esse fato, se faz necessário um estudo de caso de acordo com a necessidade dos processos aplicados, trazendo, há contribuição acadêmica e o mercado irá servir como um modelo de aplicação para outros estudos. 3 2. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NA INDÚSTRIA DE PLÁSTICO O supply chain management - SCM ou gerenciamento da cadeia de suprimentos teve um grande impulso no planejamento dos recursos empresariais, possibilitando a integração de todos os departamentos da empresa com seus clientes e fornecedores. (BALLOU, 2006) Temos ciência da importância fundamental que o planejamento e o controle têm para o gerenciamento eficaz da cadeia de suprimentos. E o gerenciamento deve acompanhar as exigências do mercado onde as especificações técnicas mudam com o foco na integração das atividades da empresa e na intensa troca de informações, pois, considerando que todas elas fazem parte de um processo único, cujo objetivo é satisfazer as necessidades do cliente final, não há razões para gerenciá-las separadamente, incorrendo em riscos desnecessários à empresa, como pode ser visualizado na Figura 1. Figura 1: Processo logístico Fonte de elaboração própria (2020) O processo logístico inicia com o cliente, gerando demanda para a logística de suprimentos, que trata das relações entre a empresa e os seus fornecedores de matéria prima, e que por sua vez supre a produção e preparam os produtos para a distribuição ao cliente final. Após o consumo do produto ele pode ser reintegrado ao processo produtivo ou de negócios por meio da logística reversa através da reciclagem, remanufatura, reuso, entre outros. 4 De acordo com Ching (2001), o alto desempenho na cadeia de logística requer maior qualidade nos processos, foco nas necessidades do serviço prestado ao cliente, provendo melhoria na estrutura de custos por meio de todo o processo e redução de prazos de entrega. Para Arbache et al.(2004), a logística é uma forma organizada de perceber todos os processos que geram valor para o cliente final de um produto, independentemente de onde ele esteja sendo executado, se na própria empresa ou em alguma outra com a qual há algum tipo de relacionamento. Essa complexidade deve-se ao fato de que a cadeia de suprimentos envolve, além do gerenciamento logístico de forma integrada, estratégias de relacionamentos com fornecedores e clientes visando maior durabilidade nos negócios, por meio de parcerias baseadas na confiança e na colaboração que geram vantagenscompetitivas. Muitas empresas descobriram que por meio dessas parcerias poderiam melhorar o projeto de produto, estratégias de marketing e de serviço ao cliente, além de encontrar formas mais eficientes de trabalharem juntas. Percebe-se que, quanto mais estreito o relacionamento entre fornecedor e comprador, maiores serão as chances de as habilidades de cada parte serem aplicadas para benefício mútuo. De acordo com Christopher (1997), muitas empresas descobriram que por meio da forte cooperação com os fornecedores poderiam melhorar o projeto do produto, praticar engenharia de valor dos componentes e geralmente descobrir meios mais eficientes de trabalharem juntos. Igualmente, de acordo com Marini (2003), um dos principais objetivos da cadeia de suprimentos é atender o consumidor final com maior eficiência, tanto pela redução de custos quanto pela adição de mais valor aos produtos finais. A queda dos custos tem sido obtida mediante a diminuição do volume de transações de informações e papéis, dos custos de transporte e estocagem, da eliminação dos pontos de controle de qualidade e da redução da variabilidade da previsão de demanda de produtos e serviços. Na indústria de plásticos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico - ABIPLAST, aproximadamente 17,5% dos custos de materiais para o fabricante de são incorridos pelos custos logísticos dos fornecedores. No relacionamento tradicional, o fabricante de plásticos poderia procurar reduzir seus custos de materiais pressionando a margem de lucro do fornecedor de componentes, o que no relacionamento integrado não ocorre. 5 A indústria de plástico em seu processo produtivo, pode ser classificada e entendida na cadeia como todos os processos que beneficiam as resinas, fibras para a produção de filmes, garrafas, embalagens, tubos e conexões, forros, divisórias e esquadrias, frascos, sacarias, peças para equipamentos eletrônicos e automobilísticos, e fibras de poliéster para tecelagem. A seguir na figura abaixo, podemos observar a divisão de toda essa cadeia. Figura 2: Cadeia produtiva da indústria de material plástico Fonte: Sebrae/Multivisão (2008) O gerenciamento do resíduo plástico nesta perspectiva torna-se imprescindível. Piva e Wiebeck (2004, p. 21) afirmam que “gerenciar um resíduo significa utilizar as possibilidades disponíveis de processo e captação de matéria-prima da melhor forma possível.” Entretanto, ao que tudo indica até o momento, a eliminação dos resíduos provenientes da industrialização do plástico, pode não estar tendo o destino adequado para a preservação do meio ambiente. 3. VANTAGENS NA INTEGRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS Sob essa nova ótica dos negócios, as empresas devem conhecer as tecnologias que serão implementadas e a flexibilidade para resolver problemas, inovando e permitindo a 6 criação de um canal de comunicação, para que possa haver integração entre os processos. É notável a troca de informações, e as tecnologias avançadas na logística, o desenvolvimento de novos projetos que incentivem a existência de confiança e de cooperação direta entre parceiros (MARINI, 2003). Christopher (1997) declara que a maior implicação dos desafios para uma organização ágil seja talvez a prioridade que deve ser dada à integração, não somente a integração interna da organização, mas também com seus fornecedores, distribuidores e clientes finais, que é buscada pelo conceito de cadeia de suprimentos. Pires (2004) salienta que em muitos setores industriais já não é suficiente apenas integrar as operações, estruturas e infraestruturas internas com a estratégia competitiva: a tendência é a integração dos processos internos da empresa com fornecedores externos e clientes, formando uma cadeia de suprimentos com propósitos e procedimentos definidos e consistentes. Dessa forma, a vantagem competitiva obtida conjuntamente, ao longo da cadeia, torna-se sustentável e mais difícil de ser copiada e ultrapassada pelos concorrentes. As novas exigências têm sido seguidas como referência para que as as indústrias e seus fornecedores diretos possam manter a eficiência não só em suas atividades diretas, como também ao longo da cadeia. Destacam-se entre as principais exigências para com os fornecedores: saúde financeira, desenvolvimento de novos produtos e processos, padrões internacionais de custo e qualidade, logística confiável, redução de desperdícios, entre outros (PIRES, 2004). Transformar dados em informações e, estas, em decisões, consiste em um exercício importante para obtenção de vantagem competitiva no universo corporativo contemporâneo. Dados são os fatos na forma primária e informação representa um conjunto de fatos organizados de tal forma que adquirem valor adicional além do fato em si (STAIR, 1998). Acrescenta, ainda, o autor que a transformação de dados em informação é um processo, isto é, uma série de tarefas logicamente relacionadas para atingir um resultado definido. 4. FERRAMENTAS UTILIZADAS NO GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Apesar dos grandes benefícios que podem ser alcançados com a implementação da cadeia de suprimentos, são poucas ainda as empresas que utilizam ou implementaram corretamente seu conceito. De acordo com Fleury (2000), as razões para tanto são 7 basicamente duas: A primeira é que o conceito é relativamente novo, e está pouco difundido entre os profissionais; e a segunda é devido à complexidade e dificuldade de implementação do conceito, visto que, requer mudanças profundas tanto nos procedimentos internos quanto externos. A maioria das grandes empresas possui recursos tecnológicos para viabilizar um canal de informação eficaz em toda a cadeia, porém normalmente esses recursos não são utilizados de forma correta. Para uma correta implementação de SCM pode ser utilizada uma infinidade de ferramentas, cada qual com uma finalidade específica que pode ser utilizada, alternada ou simultaneamente, para agilizar o fluxo de informações interno e externo, apoiar a tomada de decisões e melhorar a eficácia do planejamento de aprovisionamento, produção e vendas. 4.1. COMPRAS A atividade de suprimentos em uma empresa fornece apoio fundamental ao sucesso do sistema logístico – é ela que supre o processo produtivo, com todas as necessidades de materiais e, além disso, contribui com uma parcela significativa na redução de custos da empresa, por meio de negociações de preços, na busca de materiais alternativos e do desenvolvimento de fornecedores. O setor de compras relaciona-se com toda a cadeia de suprimentos. Luz, Aguiar e Schinoff (2019, p. 140) informam que “houve uma evolução dos sistemas de controle dos estoques e recursos, que acarretou o surgimento do software MRP — material requirements planning —, passando pelo MRP II — manufacturing resources planning — e chegando ao ERP”, eles também explicam que quando afirmam que o ERP — Enterprise Resource Planning é integrado querem dizer que toda a empresa tem um fluxo único de informações em um tempo real. 4.2. TRANSPORTES Um fator importante para a análise dos transportes de uma empresa é a forma pela qual ela realiza suas compras e recebe seus suprimentos. Existem dois meios para operar as compras: pelo sistema CIF – Cost Insurance and Freight (transporte por conta do fornecedor) ou pelo sistema FOB – Free on Board (transporte por conta da empresa). De acordo com Dias (1993), a tendência normal dos setores de compras ou suprimentosé optar pelo sistema CIF, de forma a receber a carga em seus depósitos, deixando os 8 fornecedores incumbidos de escolher os meios de transporte para o cumprimento dos prazos de entrega. Ballou (2007) declara que para muitas empresas quando o assunto é custos logísticos, o transporte é importantíssimo e que o operador precisa ser um grande conhecedor do assunto e o foco está nas instalações, nos serviços componentes do sistema de transporte, nas taxas e no desempenho dos serviços de transporte que o gerente escolheu. Quando o sistema de transporte é precário, o mercado fica restrito às proximidades da produção, a menos que os custos de produção sejam inferiores a um outro produtor para que essa diferença compense os custos de transporte e o dê condições de atender outros mercados pois a ampliação do mercado também pode significar custos de produção mais baixos. Gonçalves (2013) aponta que o transporte envolve vários atores (fornecedores, fabricantes, transportadores, distribuidores, armazéns ou centro de distribuição, varejistas e clientes) que se espalham na cadeia de suprimentos, e em algum momento desenvolvem atividades que requerem a presença do transporte. E que “sob a ótica de um sistema logístico, o transporte pode ser considerado como um subsistema que interliga a logística e a cadeia de suprimentos, dado que a logística também é um subsistema da cadeia de suprimentos que, por sua vez, está relacionada à logística e ao transporte”(GONÇALVES, 2013, p. 130) Quando a questão é a escolha do serviço de transporte, Ballou (2007, p. 151) aponta algumas características como “preço, tempo médio de viagem, variabilidade do tempo de trânsito, e perdas e danos” que são importantes para os responsáveis na tomada de decisões e também comenta que os modais podem ser combinados segundo o que lhe é mais viável. Luz, Aguiar e Schinoff (2019, p. 60) quando comentam a respeito da gestão de transportes, dizem que “Para facilitar essa gestão, o TMS (sistema de gerenciamento de transportes) atua diretamente com a gestão de transportes da empresa e pode ser integrado ao ERP.” O TMS (Transportation Management System) dá grande apoio nas atividades de transportes, independentes do modal utilizado, reduz os custos com transporte e apontam prazos mais confiáveis. O TMS capacita: gerência operacional (programação de veículos e gerência de pátio, planejamento de cargas, roteirização, administração da movimentação), consolidação, negociação, controle e auditoria, e gestão de reclamações. 9 4.3. ARMAZENAGEM Uma instalação de armazenagem, de acordo com Arbache et al. (2004), pode desempenhar vários papéis na estrutura de distribuição adotada por uma empresa: recepção e consolidação de produtos de vários fornecedores, para posterior distribuição a diversas lojas de uma rede; recepção de produtos de uma fábrica e distribuição para diversos clientes. Com o intuito de racionalizar as práticas de armazenagem, surge nas últimas décadas o cross-docking, uma das principais práticas logísticas a serviço da GCS, conduzindo a consecução de alguns de seus pressupostos, como a redução de estoques em armazéns, melhora no fluxo de materiais, redução de lead times e de custos com transportes. (PIRES, 2004). Lacerda (2000) afirma que o cross-docking inicia quando carretas completas chegam de múltiplos fornecedores, e então é realizado um processo de separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da área de recebimento para a área de expedição. O cross-docking visa evitar armazenagens desnecessárias em centros de distribuição ou em locais que trabalham como tal. A essência dessa prática é o foco na utilização da consolidação de cargas, evitando a armazenagem. Gonçalves (2013, p. 165) comenta que “diferentemente dos armazéns do passado, os centros de distribuição, hoje, exercem um papel fundamental no sentido de prover alta qualidade nos serviços prestados aos clientes das empresas” e que as atividades de armazenagem de materiais é uma estratégia importante para a eficiência operacional, ter disponibilidade de produto e rápido atendimento agregando valor ao serviço prestado. 4.4. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 4.4.1 Just-in-time Uma das principais características do método de manufatura just-in-time ou simplesmente JIT, para Taylor (2005, p. 41) “é a eliminação de estoque em excesso do processo de produção, coordenando o movimento de materiais de cada estação de trabalho para que cheguem no momento exato em que são necessários para o início da operação seguinte.” Por esse método pode-se observar que deve-se trabalhar bem para que os fornecedores levem os materiais na quantidade e hora exata, sendo assim é perceptível que o modelo JIT se expande da produção para um sistema muito mais abrangente que atinge o gerenciamento da cadeia de suprimentos. 10 4.4.2. Curva ABC A curva ABC é uma técnica idealizada por Pareto, por isso essa técnica também é conhecida por este nome. De acordo com Dias (2010, p. 77), “a curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para a definição de políticas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa”. Levando em consideração que os materiais possuem importância diferente e que deve dar atenção maior aos mais importantes, define-se as classes da curva ABC em três classes denominadas: classe A formada pelos itens de maior importância e que precisam de uma atenção maior e maior investimento; classe B que são os itens de importância intermediária e um investimento elevado, porém não tanto quanto aos da classe A; e classe C que são os menos importantes e de baixo investimento. Viana (2010) atribui 20% para a classe A, 50% para a classe B e 30% para a classe C. Já Martins e Campos (2009), afirmam que os percentuais não são uma razão exata, onde os da classe A estão entre 35% e 70% do valor movimentado no estoque, os da classe B, entre 10% a 45% e os da classe C, entre 20% e 55%. 4.4.3. Modelo Milk Run Quando Gonçalves (2013, p. 215) comenta a respeito do modelo milk run, ele afirma que “foi inspirado no processo de coleta de leite utilizado pelos cooperativados da indústria de laticínios” e também explica que de uma maneira mais sofisticada, “os pequenos pecuaristas, após realizarem a ordenha de seus rebanhos bovinos, levam o leite em grandes latões até a estrada vicinal mais próxima. O caminhão da cooperativa passa, então, nesses pontos estratégicos e recolhe o leite para ser processado na central da cooperativa.” Paoleschi (2014, p. 44) afirma que: O sistema milk run é a coleta de suprimentos nos fornecedores com dia e hora programados, o que se chama de “janela”. O caminhão sai da fábrica e percorre uma rota predeterminada, passando por diversos fornecedores. Em cada um deles, deixa embalagens retornáveis (se houver) e coleta a entrega programada para aquele dia e aquela hora. A janela fica aberta durante aqueles minutos programados e, se o fornecedor não tiver a entrega pronta, o veículo vai embora e o fornecedor deverá fazer a entrega por conta própria ou terá multa contratual. Sabendo pela programação quanto deverá entregar, o fornecedor se prepara e deixa o lote pronto, com nota fiscal emitida, aguardando o caminhão de coleta. Esse sistema barateia o custo do transporte e mantém o veículo sempre com carga. 11 Para que esse sistema funcione bem, se faz necessário o desenvolvimento de um bom roteiro, dessa forma, cada fornecedor terá um horário preestabelecido, janela da coleta, e neste horário todos os itens serão coletados. 4.5. SISTEMA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Para dar suporte a todas as mudanças ocorridas no ambiente empresarial e possibilitar que as atividades do sistema logístico sejam administradas corretamente,tornou-se necessária a utilização de sistemas de informação logísticos ou de GCS, viabilizados tecnicamente por meio da TI. Essa afirmação é corroborada pelos autores Bowersox e Closs (2001). Entre esses sistemas e tecnologias estão o ERP, que são também abordados na pesquisa junto ao respondente. 5. METODOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Quanto à classificação da pesquisa, do ponto de vista de sua natureza é aplicada, segundo Silva e Menezes (2001), por envolver verdades e interesses locais. De acordo com seus objetivos, é considerada exploratória e descritiva, pois visa descrever com exatidão os fenômenos da realidade estudada e travar maior conhecimento do problema, por meio de pesquisas bibliográficas, levantamento de dados e estudo de caso conforme define Gil (1999). No que se refere à forma de abordagem do problema, classifica-se como qualitativa, tendo como foco as características e a natureza do problema estudado. Por se tratar de pesquisa descritiva, não requer o uso de técnicas e métodos estatísticos, pois o processo e seu significado são os focos principais da abordagem. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa foi realizada por meio da aplicação de um questionário, que se constitui principal forma de coleta de dados. O questionário abrangeu aspectos relativos ao conhecimento e formalização da logística e da cadeia de suprimentos. Esta seção apresenta a análise dos processos chave da cadeia de suprimentos e a síntese do mapeamento em uma indústria de plásticos. 12 6. COLETA E TRATAMENTO DE DADOS Figura 3: Questionário dos Processos Chave da Cadeia de Suprimentos. Fonte de elaboração própria (2020) O objetivo da pesquisa foi verificar o nível de formalização da logística de suprimentos em uma indústria de plásticos, envolvendo conceitos de gestão no serviço logístico. Tendo em vista que, sob a perspectiva do conceito de cadeia de suprimentos os membros da cadeia devem trabalhar em conjunto, e que quaisquer problemas oriundos das partes envolvidas prejudicam toda a cadeia, cujos aspectos foram verificados na empresa. Considerando a relação dos benefícios através dos oito processos chave, que percorrem toda a extensão da cadeia, cruzando-se com cada um de seus componentes e suas respectivas áreas funcionais, a empresa entrevistada se posiciona com base na performance de seus procedimentos internos. Se o processo é aplicável pela empresa foi identificado como “S” se Sim e “N” se Não for aplicável, a escala utilizada como grau de 13 utilização foi: 0 – não aplicável, 1 - melhoria necessária, 2 – atende às expectativas, 3 – supera as expectativa. 7. ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS Com base na Figura 2 da presente pesquisa, foi desenvolvida a tabela que indica o grau de utilização dos oito processos chave que compõem a Cadeia de Suprimentos, com base na pontuação atingida. Para análise foram extraídos o nível de aplicação na qual a empresa se encontra no momento. Figura 4: Levantamento dos Processos Chave da Cadeia de Suprimentos. Fonte de elaboração própria (2020) A escolha de múltiplos casos como estratégia de pesquisa, se mostrou válida para se atingir os objetivos da pesquisa, demonstrando que o estudo de caso é um instrumento importante para a coleta de dados, desde que se utilize o rigor metodológico necessário. Pois dados importantes para a pesquisa foram coletados na observação dos processos da cadeia de suprimentos, além de relatos sobre seu ciclo. 14 Gráfico 1: Levantamento do Nível de Serviço da Cadeia de Suprimentos. Fonte de elaboração própria (2020) No levantamento realizado na empresa, todos os processos chave da cadeia de suprimentos são aplicáveis. Porém, o nível de serviço logístico que apresentou maior pontuação foi em relação ao nível que atende as expectativas, que representa 67% do seu nível de serviço. Já os 33%, precisa de uma melhoria necessária, na qual indica que as ações necessárias à aceitação das mudanças advindas da implantação do conceito da cadeia de suprimentos pretende priorizar em itens com maior relevância. Denota-se com esses dados que a empresa se preocupa com a agilidade e confiabilidade das informações decorrentes nas atividades, o que justifica o alto índice no gráfico. Atender as expectativas na logística, se torna um dos grandes players do mercado. Oferecendo entregas cada vez mais rápidas, consumidores que passam a exigir agilidade para receber os produtos, o próprio relacionamento entre cliente e fornecedor, desenvolvimento de novos produtos. Isso significa que a indústria precisam correr para se adaptar a esse novo contexto. Não basta apenas oferecer um nível de serviço e um produto de qualidade. É preciso contar com uma gestão logística de excelência que aplique velocidade no atendimento aos pedidos. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para responder ao objetivo geral da pesquisa, que consiste em verificar o nível de formalização da cadeia de suprimentos em uma indústria de plásticos, foi necessário verificar os conceitos e ferramentas tecnológicas no processo de produção e nível de 15 satisfação cliente e fornecedor. Tendo em vista que o gerenciamento logístico está incluído como um dos pressupostos da cadeia, considera-se que é importante que as empresas operem de forma uniformizada. Com a análise desses fatores, percebe-se a otimização dos recursos logísticos, o que demonstra que existe compatibilidade no que se refere ao gerenciamento logístico em ambos os elos da cadeia de suprimentos; no entanto, percebe-se que essas práticas e capacidades estão mais desenvolvidas. Tal homogeneidade é considerada altamente positiva, pois um dos pressupostos essenciais para que haja sucesso na implantação do conceito de cadeia de suprimentos e a padronização das iniciativas adotadas, que beneficiam toda a cadeia da indústria de plásticos. A escolha do estudo, se mostrou válida para se atingir os objetivos da pesquisa, demonstrando que o estudo de caso é um instrumento importante para a coleta de dados, desde que se utilize o rigor metodológico necessário. Pois dados importantes para a pesquisa foram coletados na observação dos processos chave no planejamento da cadeia de suprimentos, além de relatos sobre seu ciclo. Existem limitações relativas ao método de pesquisa escolhido, pois não permite generalizações da amostra para empresa, embora a tenham sido uma pesquisa com relevante participação no setor de atuação. Com isso, sugere-se a realização de uma consultoria, de forma a obter um cenário nos processos da cadeia de suprimentos, para o obtenção de melhoria contínua na indústria. REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. Tradução da 5. ed. São Paulo: Cengage, 2018. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. GONÇALVES, Paulo Sérgio. Logística e cadeia de suprimentos: o essencial. São Paulo: Manole, 2013. LUZ, Charlene Bitencourt Soster; AGUIAR, Fernanda Rocha de; SCHINOFF, Roberto Amaral. Gestãode tecnologia e informação em logística. Porto Alegre: SAGAH, 2019. 16 MARTINS, P. G.; CAMPOS, P. R. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2009. PAOLESCHI, Bruno. Cadeia de suprimentos. São Paulo: Érica, 2014. PAOLESCHI, Bruno; CASTIGLIONI, José Antônio de Mattos. Introdução à logística. 1. ed. São Paulo: Érica, 2017. SEBRAE/MULTIVISÃO. Cadeia produtiva da indústria de material plástico. Recife, 2008 TAYLOR, David A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addinson-Wesley, 2005. VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2010. LACERDA, L. Armazenagem estratégica: analisando novos conceitos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000.
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