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OCUPAÇÂO E GOVERNANTES DA PARAÍBA Após realizar o ato de paz entre Tavares e Piragibe, e conquistar o território Paraibano, os próximos passos foram: iniciar na capitania a empresa açucareira, construção de proteções militares (fortes), uma sede administrativa e abrigar as várias ordens religiosas que chegaram a Paraíba. Na várzea do Rio Paraíba começou o alicerce econômico da nova terra, com o ato de fundação do Engenho Real de Tibiri* (1585), feito por Martim Leitão. O sistema açucareiro engrenou o seu funcionamento com a construção de vários engenhos e o início da doação de sesmarias. “A terra se constitui no principal meio de produção, tornando-se, pois, a sua propriedade uma das condições para a instalação de engenhos. Face ao caráter extensivo que pelas circunstancias e interesses do capital comercial, assume a produção da cana-de-açúcar, a concessão de sesmaria constitui-se em um dos suportes para o desenvolvimento dessa atividade” (FERNANDES, p.7,1991). Esta base açucareira sustentava-se no Sistema Plantation – trabalho escravo, latifúndio e monocultura. Cabe enaltecer que o trabalho compulsório em primeiro momento foi realizado pelo indígena, logo depois chegaram os africanos, vindos de várias regiões da África, como Angola, Sudão, Moçambique. Os brancos consideravam os africanos “pau para toda obra”, baseados em teorias de raça inferior e teológicas que afirmavam ser “os negros sem alma”. Cabe frizar que os nativos deixaram de trabalhar nas lavouras devido a sua hostilidade a escravidão, e principalmente porque o trafico negreiro proporcionava lucros a burguesia mercantil. Complementando as ações militares na Paraíba, ocorreu a construção do Forte de Cabedelo, do Santo Antonio e Varadouro, sendo a Casa da Pólvora um local estratégico para guardar munição. “Plantada a cidade e construído o Forte de Cabedelo na foz do rio, seria a mesma o ponto de apoio para a conquista da costa e da fértil várzea do Rio Paraíba. Ainda servia de ponto de apoio para a conquista dos vales do Mamanguapa e do Camaratuba do Norte e, posteriormente, de penetração para o sertão, para onde confluíram também habitantes oriundos da Bahia”. (cf. Manoel Correia de Andrade in: Atlas Geográfico do Estado da Paraíba) Consolidou-se, de 1585 a 1634, o processo de povoamento da zona litorânea da Paraíba. Durante o domínio holandês (1634-1654), a cidade – Frederica – não promoveu incentivos de urbanização, pelo simples motivo de que o interesse desses invasores era apenas de explorar a várzea canavieira. Dessa forma concordamos plenamenete como historiador José Octávio quando afirma que a cidade era um “verdadeiro fundo de quintal dos engenhos e fazendas que lhe subjugavam as forças” (MELLO, 1990, p.22). Portanto, até 1650 a área conhecida e explorada da capitania real da Paraíba, limitava-se a faixa litorânea. O povoamento estava interrompido na Serra da Copaoba (Borborema), devido a densidade da floresta, ao declive natural do relevo e, principalmente a presença de índios hostis dispostos a defender sua terra com total afinco. CAPITÃES - MORES DA PARAÍBA Nomeados por carta régia, geralmente eram designados um para cada três anos ou estendidos conforme as necessidades e permissões da coroa. Era responsável pela administração, pelos mercados públicos, melhorando as fortalezas, petrechos e munições. Tinha ainda a autoridade de castigar os delinqüentes e de proteger índios dos abusos dos colonos. Era de sua responsabilidade desenvolver a capitania, na conservação das matas e restauração dos engenhos, sempre prestando conta ao Conselho Ultramarino. NOME DATA ACONTECIMENTOS João Tavares 1585 – 1588 Aliança com Piragibe Frutuoso Barbosa 1588 – 1591 Construção do Forte de Cabedelo André Albuquerque Maranhão 1592 Construiu fortins na região de Santa Rita Feliciano Coelho 1592 – 1600 Visitação do Tribunal do Santo Oficio Francisco Pereira 1600 – 1603 André de Albuquerque 1603 – 1605 João de Barros Correa 1605 – 1608 Francisco Coelho de Carvalho 1608 – 1612 João Rabelo de Lima 1612 – 1616 Francisco Sá 1616 – 1620 João de Brito 1620 – 1623 Afonso de Albuquerque 1623 – 1627 Antonio de Albuquerque 1627 - 1634 JOÃO TAVARES Passou por vários problemas com os índios potiguaras, que instigados pelos franceses, recomeçaram os ataques. Com o apoio de Martim Leitão, Duarte Gomes da Silveira, Ambrósio Fernandes Brandão e o exército de Pirajibe expulsam os potiguaras e franceses foram novamente expulsos. Fundação da Cidade Nossa Senhora da Neves; Construção da Igreja de Nossa Senhora das Neves; Construção do Engenho d’El Rei no Tibiri; Catequese Jesuíta para os tabajaras; A primeira rua da cidade Ladeira de São Francisco; Construção da segunda rua, a Rua Nova (General Osório) com várias casas, cadeia, açougue, Casa da Câmara etc. FRUTUOSO BARBOSA Após ter participado de várias expedições de conquista do território não conseguiu a posse do território. Mas, segundo a provisão selada pelo então rei Cardeal D. Henrique e reconhecida em 1588 por D. Felipe II, rei da Península Ibérica, Frutuoso assume o poder na Real Cidade. De imediato atendeu às exigências do rei homenageando-o com o novo nome da cidade: Real Cidade Filpéia Nossa Senhora das Neves. Construção da Fortaleza de Santa Catarina; Chegam à cidade os Franciscanos; Problemas entre os espanhóis e portugueses permitem uma nova e destemida invasão potiguara. Estes tomaram a Baía da Traição. ANDRÉ DE ALBUQUERQUE MARANHÃO Levou quase dois anos, mas sua missão foi cumprida: expulsar os potiguaras da Baía da Traição. Os índios retornaram à Capitania do Rio Grande do Norte (até hoje, aquele que nasce no estado homônimo é reconhecido pela denominação potiguar). FEICIANO COELHO Os franceses atacaram em 1596 com treze navios enquanto o capitão-mor combatia os potiguaras na Copaoba. Ao retornar reconheceu a magnífica vitória do seu forte, que com apenas 20 homem expulsou os mais de 350 franceses para o Rio Grande do Norte. Participou do comando aos ataques de conquista da Capitania do Rio Grande do Norte; O fato mais marcante do governo de Feliciano foi a paz definitiva com os índios potiguaras em 1599. Uma vez que estes desistiram de lutar após tantas mortes nas mãos dos portugueses e espanhóis e, principalmente, devido à varíola que promoveu uma tragédia em massa.
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