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Resenha - Psicologia Escolar e Educacional em busca de novas perspectivas

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Até muito recentemente, a Psicologia Escolar e Educacional eram campos distintos: a 
primeira, considerada a prática profissional e a segunda, área de pesquisa da Psicologia. Essa 
visão começou a ser questionada quando um corrente crítica pontuou que, sendo a Psicologia 
uma ciência humana, não é possível desassociar a prática da teoria. 
Começaram então as discussões acerca das mudanças nos referenciais teóricos, para 
que as práticas pedagógicas fossem aprimoradas. Essas mudanças promoveram algumas 
questões atuais, como: rompimento da ideia de que o indivíduo é o culpado pela dificuldade 
escolar; proporciona novos instrumentos e diferente compreensão da queixa escolar; 
desenvolvimento de novas estratégias na formação dos professores e profissionais da saúde. A 
crítica passa a entender a psicologia escolar como área de atuação, estudo, e formação do 
psicólogo, tentando entender a educação como resultado das interações que ocorrem no 
ambiente escolar, levando em consideração todas as contingências que permeiam essas 
relações: políticas educacionais, história da escola e da comunidade, entre outros. 
A psicologia passa, então, a cruzar vários campos educacionais, fortalecendo a 
mudança e adaptação nos referenciais teóricos. 
O trabalho pioneira de Maria Helena Souza Patto, em 1981, trouxe várias questões 
importantes à tona, como a identidade e autonomia do psicólogo na escola, além do papel das 
relações escolares no aprendizado e como podemos estudar essas relações. Com essas novas 
discussões à tona, chegou-se nos anos 90, abrindo espaço aos debates sobre fracasso escolar; 
identidade profissional; escolarização do deficiente mental; formação profissional; atuação 
profissional na educação em uma perspectiva crítica; avaliação psicológica de problemas 
escolares; vida diária escolar, entre outros. 
À partir desse ponto, surgem novos elementos na formação e atuação da psicologia 
escolar, sendo eles: a) Compromisso político do psicólogo com a luta por uma escola 
democrática e de qualidade social - afinal, o papel histórico-social da escola, está ligado a 
formação de cidadãos com pensamentos críticos, científicos e democráticos; b) ruptura 
epistemológica com concepções adaptativas de Psicologia na direção de uma Psicologia 
Crítica, portanto, a busca por referenciais teóricos-metodológicos que embarcam as 
concepções críticas sobre a psicologia escolar; c) construção de uma práxis psicológica frente 
à queixa escolar. 
Entram em contraste os moldes clássicos da psicologia educacional e escolar, e as 
novas áreas, denominadas emergentes. Se antes a psicologia discutia temas como as 
instituições escolares e o ensino da própria psicologia, os temas emergentes surgem com 
inovações: educação inclusiva; direitos da criança e do adolescente; medidas socioeducativas, 
educação e saúde; trabalhos com instituições que atuam com cuidados (como casas de idosos, 
abrigos…); ensino para adultos e idosos; mudança nos processos de escolarização e relações 
escolares… Ou seja, abre-se um leque de possibilidades onde a psicologia era deixada de lado 
e, ou era excluída e ficava-se um vazio, ou era substituída por outras áreas, como 
psicopedagogia. 
O trabalho do psicólogo requer o movimento emancipatório de ir além do óbvio e não 
se conformar com práticas escolares e disciplinares que rebaixem o sujeito. Ademais, a 
presença em espaços que propiciem discussões e criação de políticas públicas de educação, 
necessitando sempre de atualização, crítica, revisão e superação, com o intuito de preservar e 
formar os sujeitos e seus direitos.

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