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LEITURA DE IMAGEM

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Prévia do material em texto

2012
Leitura de imagem
Prof.ª Mara Lúcia Adriano Bueno
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Mara Lúcia Adriano Bueno
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
741 
B928l Bueno, Mara Lúcia Adriano.
 Leitura de imagem / Mara Lúcia Adriano Bueno. Indaial : 
UNIASSELVI, 2012.
 
181 p. : il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-382-2
1. Imagem. 2. Desenho 
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Ensino a Distância. II. 
Título.
 
Impresso por:
III
apresentação
Prezado acadêmico, prezada acadêmica!
Estamos diariamente expostos a um universo complexo de imagens, 
muitas passam despercebidas em nosso dia a dia, outras nem tanto, como é 
o caso das imagens publicitárias, que por meio da linguagem visual, têm a 
missão de chamar a atenção e persuadir o público em geral, para a questão 
do produto anunciado. Este é apenas um exemplo de como o universo da 
imagem é amplo, visto que tudo o que vemos é uma imagem.
O ser humano sempre buscou conhecer o significado das coisas, na 
esperança de conhecer a si mesmo. A leitura da imagem possibilita caminhar 
por áreas de conhecimento, que auxiliam no entendimento de muitas 
questões. Ora, se a imagem é composta por figuras, elementos estruturais 
ou signos visuais, é importante conhecer o significado destes signos para 
melhor compreensão da mensagem.
No filme “Sorriso de Monalisa”, precisamos ver além do que está 
diante de nossos olhos. Esta apresentação bem como todo o Caderno de 
Estudos não tem a pretensão de ter esgotado os assuntos relacionados ao 
tema de leitura da imagem, muito pelo contrário, espero que este Caderno 
seja um despertar, para aquisição de novas pesquisas às inquietações que 
apareceram relacionadas ao tema. 
Espero que as lições que constituem o Caderno venham contribuir 
na sua formação enquanto docente e que você seja um multiplicador destes 
conhecimentos, auxiliando, dessa maneira, na construção de um mundo 
mais sensível, ético e crítico.
Bons estudos!
Professora Mara Lúcia Adriano Bueno
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS ............................................................ 1
TÓPICO 1 – DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA .................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
2 O QUE É SEMIÓTICA? .................................................................................................................. 3
2.1 TIPOS DE SEMIÓTICA .............................................................................................................. 5
3 SEMIÓTICA NA PRODUÇÃO SIMBÓLICA ............................................................................ 6
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 7
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................... 9
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 10
TÓPICO 2 – O PERCURSO DO SIGNO ........................................................................................ 11
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 11
2 O QUE SERIA EXATAMENTE UM SIGNO? ............................................................................. 11
2.1 SIGNO-OBJETO .......................................................................................................................... 11
2.2 SIGNO-OBJETO INTERPRETANTE ........................................................................................ 13
2.3 SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE ........................................................................................... 14
2.4 O SIGNO SEGUNDO A ESCOLA PEIRCEANA ................................................................... 17
3 PEIRCE E TIPOS DE SIGNO ........................................................................................................ 18
4 O PROCESSO DA SEMIOSE ........................................................................................................ 28
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 32
TÓPICO 3 – A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS ........................ 33
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 33
2 COMUNICAÇÃO VISUAL ........................................................................................................... 33
2.1 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO ...................................................................................... 33
2.2 CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO VISUAL ......................................................... 36
3 SIGNOS ARTÍSTICOS ................................................................................................................... 39
3.1 METÁFORA ................................................................................................................................ 43
3.2 O CÓDIGO DA ARTE ................................................................................................................ 45
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 48
UNIDADE 2 – LINGUAGEM VERBALE NÃO VERBAL E SUA APLICAÇÃO NA 
 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA 49
TÓPICO 1 – A LINGUAGEM COMO MEIO DE EXPRESSÃO ................................................ 51
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 51
2 LINGUAGEM ................................................................................................................................... 51
2.1 LINGUAGENS VERBAIS E NÃO VERBAIS .......................................................................... 54
2.2 LINGUAGEM VISUAL .............................................................................................................. 56
2.3 ELEMENTOS DA ESTRUTURA DA LINGUAGEM VISUAL ............................................. 57
sumário
VIII
2.3.1 Linhas .................................................................................................................................. 57
2.3.2 Formas ................................................................................................................................. 58
3 CORES ................................................................................................................................................ 60
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS CORES ............................................................................................... 65
3.2 SENSAÇÕES VISUAIS ACROMÁTICAS E CROMÁTICA .................................................. 68
3.2.1 Sensações acromáticas ....................................................................................................... 68
3.2.2 Sensações cromáticas ......................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 72
TÓPICO 2 – PERCEPÇÃO DO OBJETO SIMBÓLICO ............................................................... 73
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 73
2 PERCEPÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2.1 TIPOS DE PERCEPÇÃO ............................................................................................................ 73
3 PERCEPÇÃO ESTÉTICA ................................................................................................................ 78
4 PERCEPÇÃO DAS IMAGENS ...................................................................................................... 79
5 O OBJETO SIMBÓLICO ................................................................................................................ 82
6 IMAGEM SIMBÓLICA .................................................................................................................. 83
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 85
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 92
TÓPICO 3 – A IMAGEM ARTÍSTICA E LITERÁRIA ................................................................ 93
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 93
2 MODOS DE VER A IMAGEM ...................................................................................................... 93
2.1 RELAÇÃO DA IMAGEM COM O REAL ............................................................................... 94
2.2 AS FUNÇÕES DA IMAGEM .................................................................................................... 94
2.3 RECONHECIMENTO E REMEMORAÇÃO .......................................................................... 95
2.4 A IMAGEM E O ESPECTADOR ............................................................................................... 99
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 107
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 111
UNIDADE 3 – LEITURA DE IMAGEM FORMAL, INFORMAL, INTERPRETATIVA E 
CONTEXTUALIZADA ...................................................................................................................... 113
TÓPICO 1 – LEITURA DE IMAGENS PELA TEORIA DA GESTALT .................................... 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115
2 O MOVIMENTO GESTALTISTA ................................................................................................ 116
3 LEIS DA GESTALT .......................................................................................................................... 117
4 CATEGORIAS CONCEITUAIS: FUNDAMENTAIS ............................................................... 126
5 CATEGORIAS CONCEITUAIS: TÉCNICAS VISUAIS APLICADAS ................................. 127
6 METODOLOGIA DA LEITURA VISUAL PELA GESTALT .................................................. 128
6.1 LEITURA DE IMAGENS ........................................................................................................... 128
6.2 A LEITURA VISUAL DO OBJETO SEGUNDO A GESTALT ............................................... 129
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 132
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 136
IX
TÓPICO 2 – LEITURA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA ............................................................. 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137
2 A IMAGEM PUBLICITÁRIA ........................................................................................................ 137
3 METODOLOGIA DA IMAGEM PUBLICITÁRIA ................................................................... 137
3.1 A MENSAGEM PLÁSTICA ....................................................................................................... 138
3.2 A MENSAGEM ICÔNICA ........................................................................................................ 140
3.3 A MENSAGEM LINGUÍSTICA ................................................................................................ 140
4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA IMAGEM PUBLICITÁRIA .......................................... 140
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 146
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 147
TÓPICO 3 – LEITURA: QUANDOSENTIMOS A OBRA .......................................................... 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149
2 A OBRA É ABERTA ......................................................................................................................... 149
2.1 LER É PRODUZIR SENTIDO ................................................................................................... 152
2.2 O ACESSO À PRODUÇÃO ARTÍSTICA ................................................................................. 154
3 METODOLOGIAS DE LEITURAS .............................................................................................. 155
3.1 MÉTODO DE EDMUND BURKE FELDMAN ....................................................................... 156
3.2 MÉTODO DE ROBERT WILLIAN OTT .................................................................................. 157
3.3 MÉTODO DE MARJORIE E ROBERT WILSON E ALL HURWITZ ................................... 158
3.4 MÉTODO DE ANA AMÉLIA BUENO BUORO .................................................................... 158
3.5 METODOLOGIA TRIANGULAR ............................................................................................ 159
4 SUGESTÕES EM SALA DE AULA .............................................................................................. 160
4.1 LEITURA COMPARADA PELO MÉTODO DE FELDMAN ...............................................160
4.2 LEITURA DE IMAGEM USANDO O MÉTODO DE ROSALIND RAGANS – 
 DISCIPLINED BASED ART EDUCATION (COM ÊNFASE NA CRÍTICA) ......................163
4.3 LEITURA DE IMAGEM PELO MÉTODO DE BUORO ........................................................165
4.4 LEITURA DA OBRA DE ANDRÉ NEVES ..............................................................................166
4.5 LEITURA DE OBRAS DE ARTE RELACIONADA POR TEMA .........................................169
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 171
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 176
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 177
X
1
UNIDADE 1
ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
A partir desta unidade, você será capaz de:
• entender o objetivo da semiótica; 
• compreender o percurso do signo;
• identificar o significante e o significado;
• estabelecer a correspondência entre a forma do objeto e seu significado.
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você 
encontrará diversas atividades que o(a) ajudarão na compreensão das 
informações apresentadas.
TÓPICO 1 – DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA
TÓPICO 2 – O PERCURSO DO SIGNO
TÓPICO 3 – A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA
1 INTRODUÇÃO
O mundo que nos cerca é composto de imagens que estamos produzindo 
diariamente, lendo e sempre que possível decodificando. O homem, no sentido 
geral, sempre esteve em busca de entender o significado de tudo o que o cerca. 
Estas significações por ele reveladas configuram a multiculturalidade humana. 
São os signos artísticos que permitem ao homem, este ser sensível, construir sua 
poética pessoal, seu modo singular de ver e tornar visível seu universo imaginário.
Este tópico apresentará conceitos de semiótica, seus principais pensadores, 
a natureza dos signos e o fenômeno da semiose. Estes são os pontos importantes 
para se entender um pouco de semiótica e aprender a olhar este mundo que nos 
cerca de maneira poética.
2 O QUE É SEMIÓTICA?
De acordo com Santaella (1992, p. 13), “A semiótica é a ciência que tem 
por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por 
objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno 
como fenômeno de produção de significação e de sentido”. Conforme a autora, 
podemos verificar que a semiótica estuda todas as linguagens de signos e que 
o signo está relacionado a qualquer coisa. Teremos na representação de um 
signo, um objeto que de acordo com seu interpretante terá relacionado a si, um 
significado direto. O signo também está ligado diretamente aos sentidos em 
função da nossa percepção. Daí o fato de também estudarmos a semiótica em 
outros campos perceptivos. Um recurso sonoro, uma imagem ou um cheiro 
podem lembrar um objeto e ser determinante na sua significação. 
Enfim, como a semiótica estuda este fenômeno da significação, é 
importante que saibamos perceber e interpretar. Este momento entre o indivíduo 
perceber o signo e sua interpretação identificamos como um processo chamado 
semiose, que veremos no Tópico 2.
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
4
O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica 
é a ciência que estuda signos. 
IMPORTANT
E
No estudo da semiótica existe uma certa convenção simbólica a que 
estamos acostumados e onde encontramos diversos signos visuais que possuem a 
mesma relação de significado e interpretação. Dois exemplos citados por Martins 
(1998) são muito práticos para este entendimento:
• convencionou-se que a figura da pomba branca está mundialmente relacionada 
ao símbolo da paz;
• a cor vermelha no semáforo, também por convenção é reconhecida como um 
signo visual, que simboliza o ato de parar. 
De acordo com a semiótica de Santaella (1992), podemos resumir simbolo 
como alguma coisa que representa algo para alguém e que portanto possui um significado.
IMPORTANT
E
De acordo com Nörth (1995, p. 55), no séc XIX, “símbolos e imagens são as 
noções centrais da semiótica”, portanto, mesmo assim ainda é considerada uma 
ciência nova e há muito para ser estudado. 
Grandes nomes estão atrelados aos estudos semióticos no século XX, 
como: Edmund Hussert, com a teoria da fenomenologia dos signos e significados 
e Charles Sanders Peirce, conhecido como um dos maiores nomes da história da 
semiótica moderna e fundador da teoria moderna dos signos. 
Como já foi dito anteriormente, a Semiótica é a ciência geral dos signos 
e portanto atrelada a ela também estudamos a semiose. O entendimento é que 
ao estudarmos este sistema de signos, estamos estudando todos os fenômenos 
culturais capazes de relacionar os significantes aos seus significados ligados 
à ideia ou conceito de alguma coisa abrangendo áreas como música, dança, 
fotografia, culinária, religião, moda, arquitetura, artes visuais etc. Encontramos 
em oposição aos estudos semióticos a linguística, que se atém a estudar os sígnos 
linguísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal.
TÓPICO 1 | DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA
5
Agora que você já viu os conceitos de semiótica segundo grandes autores do 
estudo em questão, podemos entender que a semiótica é uma ciência que tem por objeto 
qualquer sistema sígnico e que fazem parte deste sistema as artes visuais, música, fotografia, 
cinema, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência etc.
IMPORTANT
E
2.1 TIPOS DE SEMIÓTICA
É importante conhecer e distinguir os tipos de semiótica e qual é o mais 
apropriado para um determinado estudo de acordo com o seu foco. Veja o texto 
a seguir: 
São muitas as origens da semiótica moderna. Em função dessa 
multiplicidade, existem várias correntes semióticas. Portanto, quando se fala 
em semiótica, a primeira questão que se deve colocaré de qual semiótica 
estamos falando”. [...] dependendo da corrente semiótica de que estamos 
tratando, difere a própria definição da semiótica, assim como diferem os 
conceitos e o modo como eles são aplicados a outros campos do saber das 
produções e criações humanas.
FONTE: Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=11&id=81>.
Acesso em: 10 jan. 2011.
Sabemos que são várias as correntes da semiótica moderna, porém para 
entender um pouco mais dos tipos de semiótica, relacionamos as três correntes 
mais estudadas: a semiótica peirceana, semiótica greimasiana e semiótica da 
cultura também conhecida como a de tradição russa. Segundo Perez, 2004:
a) Semiótica peirceana (Peirce) - Como o próprio nome diz, teve suas origens e 
estudos com Charles Sanders Peirce (1839-1914) que conferiu um legado ao 
desenvolver uma lógica universal com aplicação em vários campos do saber, 
desde a Filosofia ao Marketing. Embasou sua teoria na noção de signo, entendido 
como qualquer elemento/coisa que representa algo para alguém. Para ele, três 
coisas são fundamentais na relação que o signo tem com o objeto em si com 
o interpretante e a ação que ele representa. A este conjunto de ações, Peirce 
chamou de tríade semiótica. Portanto, a semiótica de Peirce foca os signos e 
suas formas de ação, como também proporciona um vasto repertório de signos. 
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
6
b) Semiótica greimasiana - Estabelecida na França tem como foco os signos verbais. 
Greimas procurou aplicar os métodos de pesquisa da linguística estrutural à 
análise de textos, definida por ele como discurso. Ele aborda a questão da 
semiótica como um discurso mais profundo de organização dos processos de 
emissão e recepção das mensagens. Acredita que a semiótica como era vista, 
baseada na análise de significado, figuras e retórica, leva a manifestações 
superficiais de sentido. Ele destaca a importância de compreender o discurso 
por inteiro, de modo a visualizar a significação em sua totalidade. Logo o 
método greimasiano fundamenta-se na relação significante/significado, em 
busca de níveis maiores de significação produzidos pela mensagem. 
c) Semiótica russa ou conhecida como semiótica da cultura - Os países soviéticos 
sempre tiveram sua visão semiótica focada na globalização da cultura. Mas 
em função do sistema político e econômico socialista de Stalin, os trabalhos de 
semiótica começaram tarde, porém quando desenvolvidos foram intensos. Seus 
precursores foram Bakhtin (1895-1975), Jakobson (1896-1982) e Iúri Lotman 
(1981) que se revela como um dos nomes renomados na semiótica russa.
3 SEMIÓTICA NA PRODUÇÃO SIMBÓLICA
A semiótica tem se destacado muito no campo da imagem e nesse sentido a 
imagem pode ser concebida como uma representação plástica, material ou aquela 
que evoca uma determinada coisa, por ter ela semelhança ou relação simbólica. 
O conceito de representação e de signo aparece muitas vezes na 
literatura semiótica como sinônimos, sendo possível a intercambialidade deles 
em diversas situações.
A representação é um conteúdo concreto apreendido pelos sentidos, pela 
imaginação, pela memória ou pelo pensamento. De maneira que podemos dizer 
que, a forma de uma imagem é feita por semelhança com o objeto representado, 
porém em inúmeras situações percebemos que a semelhança não garante a 
representatividade. 
É importante lembrar que a semiótica é teórica e quando a usamos como 
método para a leitura de imagens, estamos lidando com signos e semiose.
Ao se trabalhar com o método semiótico na produção simbólica é 
importante que se tenha “atitude fenomenológica, que segundo Santaella, 
(1992), baseado em Peirce, envolve a capacidade contemplativa, a capacidade de 
distinção e de generalização das observações” (apud PEREZ, 2004).
 
• Capacidade contemplativa – Como o próprio nome diz é a capacidade de vermos 
o que está diante dos nossos olhos. Está ligada à sensação que o signo pode gerar 
em nossas mentes. A capacidade contemplativa é, portanto, uma habilidade que 
pode ser treinada e desenvolvida à medida que mudamos nossa maneira de ver, 
perceber e sentir o mundo.
TÓPICO 1 | DESMISTIFICANDO A SEMIÓTICA
7
• Capacidade de distinção – é quando começamos a distinguir as diferenças 
existentes nos signos, saímos da contemplação e apuramos mais o olhar, 
buscando o que é diferente. Logo, também é uma habilidade que se desenvolve 
por meios de exercícios de observação e separação dos signos visuais que se está 
observando. 
• Generalização das observações – está ligada à aptidão de separar as observações 
feitas nos signos e ampliá-las em categorias gerais. Neste caso, o signo em questão 
passa a pertencer a uma série de classificações, que dependem de convenções, 
padrões e códigos.
Ex.: Uma determinada observação que nos leva a concluir que diz respeito 
a um tipo específico de (classe) moradia: um apartamento.
Portanto, a leitura dos processos simbólicos pressupõe o desenvolvimento 
dessas três habilidades. Pois se espera que ao se realizar este procedimento ocorra 
a desmistificação do conteúdo simbólico do signo e tenhamos o entendimento 
dos significados em questão.
LEITURA COMPLEMENTAR
QUANDO SE INICIARAM OS PRIMEIROS ESTUDOS DE SEMIÓTICA 
PEIRCEANA NO BRASIL?
 
Primeiramente, no Brasil, foram desenvolvidos estudos linguísticos, cujo 
maior representante seria Joaquim Mattoso Câmara Jr. Assim, por essa via, as 
ideias saussurianas foram divulgadas antes das peirceanas.
"Desde o início da década de 1970, há quase trinta anos, a obra do norte-
americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista, lógico, filósofo e criador 
da moderna ciência semiótica, vem sendo estudada na PUC de São Paulo. O 
pensamento de Peirce não entrou nessa universidade pela via da lógica, nem 
pela via da filosofia, mas pela via da semiótica. Naquela época, o atual programa 
de pós-graduação em Comunicação e Semiótica se chamava Teoria Literária, 
fundado e coordenado por Lucrécia Ferrara, pioneira junto com Joel Martins e 
Antonieta Alba Celani na criação dos programas de estudos pós-graduados na 
PUC-SP, esses mesmos que cresceram, multiplicaram-se, trazendo hoje tanto 
prestígio acadêmico a essa universidade. 
Foi nas magníficas aulas de Haroldo de Campos e Décio Pignatari, 
primeiros professores do programa de Teoria Literária, que a teoria dos 
signos de Peirce começou a ser interpretada no Brasil. Em 1970, Haroldo de 
Campos organizou a edição para a Perspectiva da Pequena Estética de Max 
Bense, filósofo alemão e divulgador primeiro da obra peirceana em seu país. 
Em 1972, a Cultrix editou, com tradução de Octanny S. da Mota e Leonidas 
Hegenberg, mais coletânea de escritos escolhidos de Charles Sanders Peirce. 
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
8
Essa coletânea antecederia em muitos anos, as primeiras coletâneas de textos 
traduzidos de Peirce em vários países da Europa. Enfim, foi com salutar precocidade 
que se deu o plantio das primeiras sementes dos estudos peirceanos no Brasil, cuja 
dianteira foi tomada pela pós-graduação em Teoria Literária da PUC-SP. 
Em 1978, esse antigo programa ampliou-se interdisciplinarmente numa 
proposta de estudos pós-graduados em Comunicação e Semiótica (COS). Sob 
essa nova sigla, que dura até hoje, e com novas perspectivas comunicacionais, a 
semiótica encontrou solo fértil para se desenvolver e se diversificar. A semiótica 
peirceana entrou em convivência com outras correntes da semiótica - saussuriana, 
hjelmsleviana, soviética, greimasiana, barthesiana etc. - formando um conjunto 
teórico aberto e crítico que, desde então, espraiou-se numa variada gama e campos 
de aplicações: literatura, artes, som, música, oralidade, dança, performance, 
jornal, rádio, imagenstécnicas da era eletromecânica - fotografia e cinema -, da 
era eletrônica - televisão, vídeo - e da era teleinformática - infografia, infovias etc. 
A vocação interdisciplinar da semiótica, como uma ciência da comunicação, 
também se dilatou na multi e transdisciplinaridade, propiciando o diálogo e 
intercâmbio conceitual com a epistemologia, a história das ciências, as ciências 
sociais, a psicologia, a psicanálise etc. Nesse contexto, desde 1992, um fenômeno 
importante e original começou espontaneamente a brotar no programa de COS. 
Começaram a surgir, pouco a pouco, Centros de Pesquisa ligados às linhas de 
pesquisa que estão definidas como extensões diretas das áreas de concentração 
do programa. (p. 3 e 4). O Centro de Estudos Peirceanos é um desses centros de 
pesquisa, fundado em 1996, por Lúcia Santaella.
FONTE: SANTAELLA, L. (1997). Estudos de Peirce no COS/PUCSP. In: Laurentiz, S. (Org.). JORNADA 
DO CENTRO DE ESTUDOS PEIRCEANOS, 1., São Paulo. Anais... São Paulo: CENEP COS/PUC. 
Disponível em: <www.pucsp.br/pos/cos/cepe/peirce/peirce.htm>. Acesso em: 6 jan. 2011.
9
• O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica é 
a ciência que estuda signos. 
• De acordo com a semiótica, podemos resumir símbolo como alguma coisa que 
representa algo para alguém.
• A Semiótica é a ciência geral dos signos e da semiose, que estuda todos os 
fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de 
significação.
• Podemos então entender que a semiótica é uma ciência que tem por objeto 
qualquer sistema sígnico e que fazem parte deste sistema as artes visuais, 
música, fotografia, cinema, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência etc.
• A semiótica pode ser estudada de acordo com os tipos: semiótica peirceana, 
semiótica estruturalista/semiologia e a semiótica russa ou semiótica da cultura.
• Ao se trabalhar com a semiótica na produção simbólica, devemos utilizar a 
atitude fenomenológica, que utiliza a capacidade contemplativa, a capacidade 
de distinção e a generalização das observações.
RESUMO DO TÓPICO 1
10
1 De acordo com os conteúdos abordados no Tópico 1, procure formular um 
conceito para semiótica.
2 Como você explica o processo da semiose?
3 Qual a importância da semiótica para Peirce? 
4 E para você, por que estudamos semiótica?
5 Qual o foco de atenção da semiótica de Peirce?
AUTOATIVIDADE
11
TÓPICO 2
O PERCURSO DO SIGNO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para entender o signo na leitura de imagem, é fundamental conhecer 
a relação signo-objeto por meio de seu significante e significado, bem como 
identificar os índices, ícones e símbolos presentes na comunicação visual e que 
nos auxiliam na leitura e produção de linguagem.
 
Seguiremos o pensamento de Martins (1998), que nos fala que o encontro 
com o nosso mundo se dá pela leitura e produção de linguagens, o que é ao 
mesmo tempo leitura e produção de sistema de signos.
2 O QUE SERIA EXATAMENTE UM SIGNO? 
É com o filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), que 
procuraremos compreender melhor o que é um signo. “Como criador de uma 
teoria geral dos signos – a semiótica, Peirce investigou o que são e como operam 
os signos e, por meio deles, o próprio pensamento do homem. É a trilha de seu 
pensamento que seguiremos”. (MARTINS, 1998, p. 38).
Para isto vamos explicar três partes consideradas importantes no processo 
de leitura do signo, o signo-objeto, signo-objeto interpretante e significado e 
significante. Creio que ao apreendermos qual função que cabe a cada uma dessas 
partes, com certeza, faremos a interpretação da leitura de imagem com muito 
mais segurança. 
2.1 SIGNO-OBJETO
Vamos tomar como exemplo a palavra carro, o desenho de um carro, o 
esquema de um carro, a fotografia de um carro, a escultura de um carro. São 
todos signos do objeto carro, ou representações dele.
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
12
FIGURA 1 – SIGNO DO OBJETO CARRO
FONTE: Disponível em: <http://artnolapis.blogspot.com>. Acesso 
em: 14 mar. 2011.
FONTE: Disponível em: <http://www.mangacom.com.br/site/
atualidades/>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 2 – SIGNO DO OBJETO CARRO
Martins (1998, p. 38) usa uma linguagem clara para explicar signo 
segundo a noção de Peirce. “Um signo é alguma coisa que representa outra coisa: 
seu objeto (ideia ou coisa) para alguém sob algum aspecto de qualidade. Então, 
tanto a palavra quanto o desenho, o esquema, a fotografia ou a escultura de um 
carro não são o próprio carro. São signos dele, um representante. Cada um deles, 
de certo modo representa a realidade do carro”. Por esta razão também, podemos 
entender quando um artista toma a liberdade de interferir na sua criação com 
cores ou traços que no mundo real não fazem parte. Pois na verdade o que ele tem 
é uma representação de algo, ou alguma coisa que lhe permite assim aplicar cores 
e ou traços que na realidade não condizem com o produto real.
Para que o signo seja utilizado por nós como signo de algo, ele tem que ter 
esse poder de representar, ou seja, estar no lugar do objeto, para torná-lo presente a 
nós por meio de uma presença, sem com isso perder sua característica. Como o signo 
representa seu objeto para alguém, logo representa para um intérprete que fará sua 
leitura de acordo com os códigos visuais ali encontrados. (MARTINS, 1998).
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
13
2.2 SIGNO-OBJETO INTERPRETANTE
Ainda seguindo o conceito de Martins (1998, p. 39), para signo-objeto 
interpretante, ela define que: “[...] ao ser comunicado a alguém, o signo produz na 
mente desse intérprete um segundo signo que traduz o significado do primeiro. 
Chama-se o signo assim criado de interpretante do primeiro signo. Assim, o 
significado de um signo é sempre outro signo. Isto ocorre porque há uma relação 
entre o próprio signo (um representante), o objeto (aquilo a que o signo se refere 
e é por ele representado) e o interpretante (conceito, imagem mental construída 
na mente do receptor do signo)”.
Dessa maneira, nós teremos para um mesmo signo muitos significados 
ou também conhecidos como significados de primeiro nível e posterior a este as 
conotações de segundo nível.
Caro(a) acadêmico(a), voltamos ao exemplo do carro.
UNI
1 Quando você olha o desenho de um carro, olha um signo (a representação) do 
objeto do carro. Ex.: carro.
2 Sua mente processará esse signo fazendo vir ao seu pensamento um segundo 
signo (a representação que sua mente faz a partir do objeto carro representado). 
Este é o interpretante, que traduz para você o significado do primeiro.
Ex.: Veículo de quatro rodas.
3 Como intérprete, você olhou o desenho de um carro (signo) e sua mente o 
interpretou criando outro signo (interpretante) que mostra a você o que é um carro.
CARO(A) ACADÊMICO(A), PRESTE ATENÇÃO! “Um signo só é a representação 
de algo para nós se conhecermos o objeto do signo, isto é, aquilo que é representado pelo 
signo. Se um signo-objeto não faz parte das referências pessoais e culturais do intérprete, 
não há possibilidade de o signo ser aplicado, de denotar o objeto para o intérprete” (Martins, 
1998, p. 39).
NOTA
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
14
Logo, para fazer a leitura visual das imagens é importante que se tenha 
conhecimento do assunto em questão e uma boa bagagem cultural e condições e 
habilidades perceptivas.
2.3 SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE
Para entender o signo na leitura de imagem, é fundamental conhecer 
a relação signo-objeto por meio de seu significante e significado, bem como 
identificar os índices, ícones e símbolos presentes na comunicação visual e que 
nos auxiliam na leitura e produção de linguagem.
Caro(a) acadêmico(a)! A leitura dos signos visuais depende do seu significado 
próprio, mas também depende do conhecimento, da experiênciaprática e do hábito daqueles 
que o interpretam. Interessa por isso que todas as pessoas aprendam a ler e interpretar 
criticamente os signos visuais.
IMPORTANT
E
Todas as mensagens, qualquer que seja a linguagem utilizada, integram 
sempre dois aspectos: o conteúdo (significado = relaciona a ideia ou conceito) da 
mensagem e uma forma (significante = elemento material perceptível).
Podemos, assim, dizer que todas as mensagens visuais integram uma 
função cognitiva e uma função emotiva.
SIGNO = SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO
Significante - Elemento material e perceptível (desenho, foto etc.). Está 
relacionado à forma, cor, textura e dimensão. Pode também ter mais aspectos 
além desses elementos identificados.
Significado - Ideia ou conceito.
Código - Combinação de signos utilizados para a transmissão de mensagens.
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
15
Veja as imagens a seguir e identifique o significante e o significado para 
interpretar o signo.
UNI
Exemplo 1
FONTE: Disponível em: <http://www.lojasambura.com.br/>. Acesso em: 14 
mar. 2011.
FIGURA 3 – SIGNO
SIGNO = SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO 
UNI
SIGNIFICANTE SIGNIFICADO
Forma circular Movimento
Cor vermelha Atenção
Cor branca Destaque
Textura visual Lisa
Dimensão Não existe outro elemento para servir de parâmetro
FONTE: A autora
QUADRO 1 – SIGNIFICANTE/SIGNIFICADO
SIGNO = SIGNIFICANTE (BOIA) + SIGNIFICADO (SALVAR VIDAS).
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
16
Exemplo 2
FIGURA 4 – AS BOTAS NEGRAS DE VINCENT VAN GOGH (1886)
FONTE: Disponível em: <http://choquemiope.blogspot.com>. Acesso 
em: 14 mar. 2011.
LEMBRANDO: SIGNO = SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO
SIGNIFICANTE SIGNIFICADO
Forma irregular Usada
Cor marrom-escuro desgastado Desgaste, Velho
Textura visual Enrugada
Dimensão Não existe outro elemento para servir de parâmetro
FONTE: A autora
QUADRO 2 – SIGNIFICANTE/SIGNIFICADO
Caro(a) acadêmico(a)! Para facilitar o aprendizado tenha sempre em mente que:
Signo - Significante + significado.
Significante - É o elemento material e perceptível. Está relacionado à forma, cor, 
textura e dimensão.
Significado - É a ideia ou conceito.
IMPORTANT
E
SIGNO = SIGNIFICANTE (Um par de botas) + SIGNIFICADO (muito 
usadas, velhas).
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
17
No campo da matéria no mundo real, tudo pode ser considerado signo e no 
campo imaginário, no mundo irreal tudo também pode ser considerado signo. Portanto, é 
possível afirmar que signo é tudo que pode representar, substituir ou significar alguma coisa.
IMPORTANT
E
Para Peirce, o ser humano não pode pensar sem signos. Os signos 
funcionam como veículos de comunicação, capazes de transportar mensagens ou 
significados. Por isso, o signo é o elemento fundamental no estudo da Semiótica. 
2.4 O SIGNO SEGUNDO A ESCOLA PEIRCEANA
Peirce afirmava que o universo está cheio de signos e o próprio homem é um 
signo. Suas ideias são signos e que enfim vivemos em um contexto de signos que 
tanto podem pertencer à esfera material (pintura, escultura, música, gesto, qualquer 
coisa que corporifique uma ideia), como também pertencer à esfera imaterial 
(memória, sonho, sentimentos), mas que sempre estarão representando alguma 
coisa ou elemento em si, ou para alguém. Pois para Peirce representar é “estar para” 
indicando uma relação com o outro, que está relacionado a um conteúdo concreto 
apreendido quer seja pelos sentidos, pela imaginação ou pelo pensamento.
A ideia peirceana, então, é que não há lugar no mundo vazio de signos. 
“Vivemos em um mundo composto de sistemas sígnicos que se traduzem 
em linguagens e que estas nos auxiliam a compreender o mundo simbólico 
mesmo que deste mundo simbólico façam parte as fantasias ou o que é real”. 
(MARTINS, 1998, p. 40).
Podemos verificar então que para Peirce, o processo de significação é 
questão de comunicação, porque para ele o importante não era o signo em si, mas 
sim o processo de formação do signo, que é identificado como semiose e que nada 
mais é do que um processo que relaciona o signo, o objeto e um interpretante. 
Dessa forma, podemos entender “que todo signo se estabelece a partir de relações 
que envolvem seu fundamento, suas relações com aquilo a que representa, 
seu objeto (ou referente) e com os efeitos que gera, chamados interpretantes”. 
(PEREZ, 2004, p. 141).
Para esclarecer melhor, vamos ao texto a seguir!
UNI
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
18
O intérprete está diante do signo em uma dada circunstância de 
ocorrência e, ao mesmo tempo, dispõe de um continuum (universo) de 
significados possíveis. Uma mensagem qualquer, visão ou ruído que despertou 
a atenção do sujeito. Nesse momento, a mente é acionada pela percepção 
desse estímulo: o signo ou, em geral, vários deles combinados. Operações 
do raciocínio processam informações e alcançam um significado. Entre o 
signo e o significado, existem inúmeras possibilidades de interpretação: são 
os significantes. Ou seja, o significado depende; sempre de um contexto, de 
circunstâncias, que o determinam, caso a caso. Há significados óbvios e outros, 
nem tanto. É fácil ler um bilhete em chinês se você é chinês. Mas nem sempre é 
tão fácil entender obras de arte. O fenômeno é sempre o mesmo: semiose. Mas 
o resultado final, o significado, é um mutante que varia conforme intérprete 
e ocorrências reais. Por causa desses diferentes modos de ocorrência da 
semiose, existe mais de um mecanismo que nos leva ao entendimento de uma 
proposição ou mensagem. 
FONTE: SEMIÓTICA FÁCIL. Disponível em: <http://ligiacabus.sites.uol.com.br/semiotica/
semiose.htm>. Acesso em: 7 jan. 2011.
3 PEIRCE E TIPOS DE SIGNO
Para melhor utilizar os signos, diante de tanta diversidade, Peirce 
classificou-os em três espécies, que estão relacionados ao modo como ocorre 
semiose, são eles: os índices, os ícones e os símbolos.
a) Índice – É um signo incompleto porque sugere sem afirmar ou representar 
completamente. O índice é um signo que representa o seu objeto por relação 
de causa e efeito, casualidade ou consequência. Isto equivale a dizer que 
existe uma relação direta entre o índice e o seu objeto, ou que o índice foi 
causado pelo seu objeto. Também podemos entender que o índice não oferece 
ambiguidades. Todas as sugestões são índices. Logo o índice são signos 
indicativos. Representam algo que não está presente e esta representação 
decorre de uma relação de causalidade. 
Exemplos:
• Fumaça (indica a presença de fogo, pois foi o fogo que a causou).
• Rastro de pneus (indica que algum automóvel passou por ali).
• Som de chamada do celular no momento em que estiver tocando (indica que há 
uma chamada sendo feita).
• Céu com nuvens escuras (indica que poderá chover).
• Ruas molhadas (indica que choveu ou alguém molhou a rua).
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
19
FONTE: Disponível em: <http://celardacaridade.blogspot.com/>. 
Acesso em: 7 jan. 2011.
FIGURA 5 – EXEMPLOS GRÁFICOS DE ÍNDICES
FONTE: Disponível em: < http://tripasetragos.blogspot.com/>. Acesso 
em: 7 jan. 2011.
FIGURA 6 – EXEMPLOS GRÁFICOS DE ÍNDICES
b) Ícones – Um signo que representa o seu objeto por relação de similaridade, ou 
traços de semelhança. O ícone possui algumas qualidades que se assemelham 
às qualidades daquilo que representa, sendo que as relações de semelhança 
podem ser de diferentes níveis. É um signo elementar que tem como significado 
direto a imagem que representa. Possui leitura imediata. 
Portanto, não existe distinção entre o representante e o objeto - o 
representado. O ícone representa o que representa, seja como for, pelo fato de ser 
como é. Representa por característica própria que possui, mesmo que seu objeto 
não exista. As imagens, em geral, são ícones. 
Exemplos gráficos:
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS20
Exemplos: 
• Placas de banheiro masculino com desenho (representa uma pessoa porque 
tem alguns traços de semelhança visual com ela).
• A imagem da lixeira, na área de trabalho do seu computador, representa a lixeira 
porque é de fato, a figura de uma lixeira tal como nos é possível reconhecê-la.
• Placas com desenho de garfo, faca e prato (pode representar iconicamente 
um restaurante, uma lanchonete ou algo similar, porque têm alguns traços de 
semelhança visual com estes ambientes).
• Sorvete de morango (representa iconicamente o morango, porque tem alguns 
traços de semelhança gustativa com o morango).
• Placa com desenho de cesto de lixo (representa iconicamente um local para o 
lixo, porque possui alguns traços de semelhança com a cesta de lixo).
Exemplos gráficos:
FONTE: Disponível em: <http://naoeval.blogspot.com/2008/03/galeria-de-
cones-para-incremetar-seu.html>. Acesso em: 7 jan. 2011.
FIGURA 7 – EXEMPLO DE ÍCONES 
c) Símbolo – É um signo que representa o seu objeto por convenção, arbitrariedade 
ou pacto coletivo. Logo um símbolo depende de um acordo prévio entre as 
pessoas (consciente ou não) para ser reconhecido. O símbolo não depende de 
semelhanças ou vinculações diretas com o objeto que representa, pode surgir 
naturalmente. 
Exemplos:
Seu exemplo clássico: letras, palavras.
Também são símbolos figuras, objetos, gestos, quando remetem a uma 
ideia ou a uma significação que não tem, necessariamente, qualquer semelhança 
objetiva com o aquilo que simbolizam.
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
21
• a cruz simbolizando o Cristo;
• os dedos em V para dizer "paz e amor";
• bandeira branca, indicando paz;
• logotipo (representa simbolicamente uma empresa, uma pessoa, um serviço, 
um conceito, porque foi divulgado assim);
• gosto azedo do sorvete de chocolate (representa simbolicamente algo estragado, 
pois todos sabem que o gosto deveria ser outro;
• pessoa atravessando a rua na faixa de segurança, (representa simbolicamente o 
correto, caso contrário, pode acontecer um acidente);
• placa de sinalização para dobrar (representa simbolicamente o correto, caso 
contrário poderá acontecer um acidente).
Estamos acostumados com esses significados, mas não podemos negar 
que são meras convenções consagradas pelo uso em determinadas culturas.
Exemplos gráficos:
FONTE: Disponível em: <http://tufalamadeira.blogspot.com/>. Acesso em: 7 
jan. 2011.
FIGURA 8 – SÍMBOLOS DE TRÂNSITO
Caro(a) acadêmico(a)! Dependendo da situação, um mesmo signo pode ser 
símbolo, ícone e índice.
Ex.: BALANÇA. Dependendo das circunstâncias, balança pode assumir diferentes significados. 
É símbolo da justiça, é ícone balança representando a si mesma, indício de local de pesagem 
de alimentos num supermercado.
FONTE: Disponível em: <http://ligiacabus.sites.uol.com.br/semiotica/signos.htm>. Acesso em: 
14 mar. 2011. 
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
22
SÍMBOLOGIA EGÍCIA
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
SÍMBOLO SIGNIFICADO
TOURO Fertilidade e fecundidade
FLOR DE LÓTUS Símbolo do sol, da criação e renascimento
NEBU Imortalidade
OLHO DE HÓRUS Integridade
PIRÂMIDES Escadaria p/ o céu
LEÃO Força, majestade, coragem
ESCARAVELHO Vida nova, ressurreição
QUADRO 3 – SIMBOLOGIA EGÍPCIA 
FONTE: Disponível em: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/egipcia2.jpg>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 9 – SIMBOLOGIA EGÍPCIA
SIMBOLOGIA GREGA E ROMANA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
ÁGUIA Poder e autoridade
ABELHA Alma
CORNUCÓPIA Abundância inesgotável
MEDUSA
Medo, em particular o medo dos homens da mudança 
de humor das mulheres
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 4 – SIMBOLOGIA GREGA E ROMANA
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
23
FONTE: Disponível em: <http://spc.fotolog.com 
photo/28/18/73/gaanja/1237344918589_f.jpg>. Acesso em: 
14 mar. 2011.
FIGURA 10 – SIMBOLOGIA GREGA E ROMANA
SIMBOLOGIA ASTECA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
MÃE-TERRA Deusa da fertilidade ligada ao plantio e às colheitas.
ÁGUA
A água simboliza o caos de onde o mundo surgiu e a 
fonte da vida.
CORAÇÃO
Simboliza o centro do homem, religião e amor, a 
unificação do princípio da vida.
JAGUAR
É um dos símbolos mais poderosos das Américas. 
Representa o poder, conhecimento físico, magia, 
majestade, terra, fertilidade, realeza e valentia.
COIOTE Força, sexualidade e perspicácia.
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 5 – SIMBOLOGIA ASTECA
FONTE: Disponível em: <http://suine.files.wordpress.com/2009/07/
aztec-4.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 11 – SIMBOLOGIA ASTECA
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
24
SIMBOLOGIA MAIA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
SOL Autoridade real
ARBUTRE Morte
VITÓRIA-RÉGIA Renascimento e regeneração
JAGUAR Força, coragem
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 6 – SIMBOLOGIA MAIA
FONTE: Disponível em: <http://www.leidaatracao.com.br/imagens/
maia.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 12 – SIMBOLOGIA MAIA
SIMBOLOGIA INCA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
PUMA Coragem, força interior e o presente.
CONDOR
Poder, regeneração, nobreza e conexão entre o céu e 
a terra.
COBRA Intelecto, conhecimento e passado.
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 7 – SIMBOLOGIA INCA
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
25
FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_
hYzAhs6cklo/TAxYjnepazI/AAAAAAAAAGc/4HGvr0uXgIE/s1600/
arte+inca.jpeg>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 13 – SIMBOLOGIA INCA
SÍMBOLOS RELIGIOSOS
SÍMBOLO SIGNIFICADO
CRUZ LATINA C/ JESUS Representa o sacrifício de Jesus.
CRUZ LATINA VAZIA - no Protestantismo Ressurreição.
CRUZ INVERTIDA Humildade.
CRUZ CELTA Conexão entre o céu e a terra.
O GRAAL Doação da graça divina.
POMBA Pureza, fidelidade e paz.
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 8 – SÍMBOLOS RELIGIOSOS
FONTE: Disponível em: <http://vinatelha.blogspot.com/>. Acesso em: 14 
mar. 2011.
FIGURA 14 – SÍMBOLOS RELIGIOSOS
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
26
SÍMBOLOS DE PODER - REALEZA E IGREJA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
COROA Soberania e vitória.
DIADEMA Autoridade e marca de um líder.
SINO Poder da Igreja.
ANEL Usado pelo Bispo simboliza a união com a Igreja, usado 
pela freira representa seu casamento com Deus.
MITRA Autoridade religiosa.
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 9 – SÍMBOLOS DE PODER – REALEZA E IGREJA
FONTE: Disponível em: <http://symbolom.com.br/wp/wp-content/
uploads/2010/06/coroa-de-rainha.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 15 – SÍMBOLOS DE PODER – REALEZA E IGREJA
SÍMBOLOS DE TEMPO
SÍMBOLO SIGNIFICADO
FOICE Sacrifício e renovação.
AMPULHETA
Mundos superiores e inferiores e sua inversão. Nos 
tempos modernos, simboliza a passagem do tempo.
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 10 – SÍMBOLOS DE TEMPO
FONTE: Disponível em: <http://caminhantes2.blog.uol.
com.br/images/ampulheta.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 16 – SÍMBOLOS DE TEMPO
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
27
SÍMBOLOS DE FORMA 
SÍMBOLO SIGNIFICADO
QUADRADO Solidez, firmeza.
CÍRCULO
Eternidade, perfeição, divindade, infinidade e 
igualdade.
CUBO Estabilidade
CRUZ
Conjunção de dois mundos. Relaciona-se com a união 
do físico espiritual, a síntese do passivo e do ativo.
FONTE: Adaptado de: Mallon, 2009
QUADRO 11 – SÍMBOLOS DE FORMA
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_
jrqaMj2Q5cs/TVMgudGkDKI/AAAAAAAAAJc/v-x64eUdQm0/
s1600/figuras_geometricas2.jpg>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 17 – SÍMBOLOS DE FORMA
Estes símbolos de formas serão estudados na Unidade 2.
UNI
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
28
Semiose é um fenômeno ancestral. Atividade catalisadora, viabilizadora 
de todas as demais faculdades da mente humana. É o ponto de partida para 
uma ontologia da consciência - estado de ser e estar consciente de si mesmo, 
dascoisas à sua volta e das relações entre tudo isso. Pretender entender a 
semiose é pretender entender o entendimento. É querer flagrar a si mesmo 
a sofrer um fenômeno intermitente, pois, que estar consciente depende de 
"se entender" como vivo, existente. Pensar sobre semiose é pensar sobre o 
pensamento porque operar com signos precede a própria reflexão sobre o fato 
de que somente pensamos por meio de signos. Disse Descartes: "penso, logo 
existo". Porém, nem tudo que existe, pensa. Mas, se existo e digo "eu existo", 
e represento para mim que existo, então com certeza, isso é pensar. Digamos 
então: se sei que existo é sinal de que penso!
FONTE: SEMIÓTICA FÁCIL. Disponível em: <http://ligiacabus.sites.uol.com.br/semiotica/
semiose.htm>. Acesso em: 7 jan. 2011.
a) Fenomenologia da Semiose
Para ocorrer a semiose ou o fenômeno da significação, é necessário 
que exista o signo e que haja um interpretante, o sujeito que irá interpretar a 
mensagem. Ela ocorre no momento da ação em que o pensamente procura 
desvendar o significado oculto do signo e buscar interpretantes. A semiose ou o 
fenômeno da significação ocorre com a participação de três elementos, são eles: 
SIGNO, SIGNIFICANTE e SIGNIFICADO. (SEMIÓTICA FÁCIL, 2011).
b) Mecanismos do Entendimento
Para entender os mecanismos da semiose, a semiótica aponta três 
diferentes maneiras que o mecanismo da semiose pode trilhar para acontecer. 
Estes caminhos levam ao entendimento de alguma coisa e têm um significado 
a partir das discussões e relações de diferentes ideias. Então os rumos que estes 
caminhos podem tomar para o entendimento do significado poderão ocorrer por 
meio da relação de equivalência, das interferências e das associações. Todos os 
três caminhos levam a descobertas dos significados e, portanto, o entendimento 
do signo ao seu interpretante. O que varia entre eles é o nível de raciocínio exigido, 
para deixar claro o processo de significação. (SEMIÓTICA FÁCIL, 2011).
Logo, o entendimento irá variar de pessoa para pessoa, de acordo com o grau 
de necessidade e conhecimento. Para modos diferentes de entendimento ocorrerão 
diferentes mecanismos de entendimento, diferentes combinações de significados.
4 O PROCESSO DA SEMIOSE
Como foi exposto, a semiótica é uma ciência que estuda signos e processo 
de significação, abrangendo toda e qualquer linguagem. Veja o texto a seguir.
TÓPICO 2 | O PERCURSO DO SIGNO
29
Um exemplo de semiose
Se você levanta pela manhã e encontra sobre a mesa singelo bilhete dizendo: "Querido, fui 
à padaria e volto já...", você entende logo que sua mulher foi à padaria e ainda subentende 
que ela foi comprar pão, ou leite ou qualquer produto para o desjejum! Considerando ainda 
que a padaria é na esquina, ela deverá voltar em cerca de 15 minutos. Esse seu entendimento 
brilhante e imediato é o ocorrência flagrante da semiose.
NOTA
LEITURA COMPLEMENTAR
INDÍCIOS, SÍMBOLOS E ÍCONES
A todo fenômeno percebido atribuímos ou tentamos atribuir um determinado 
significado. A relação, no entanto, que estabelecemos nesse processo varia conforme 
as circunstâncias. Observando as diferenças é que indicamos alguns princípios para 
a compreensão das relações sígnicas que têm o som como suporte. Nesse sentido, os 
conceitos de indício, símbolo e ícone são instrumentos de nossa análise.
 
 Um disco de efeitos especiais nos é muito útil para a demonstração que 
pretendemos. Por exemplo, se temos a gravação do som de água corrente, com 
certas peculiaridades, inevitavelmente pensamos em um riacho, em um ambiente 
bucólico etc. Em termos objetivos, não nos detemos no som em si, a imagem 
produzida nos remete a outro referente (o riacho), mesmo que a gravação, 
por hipótese, tenha sido produzida em condições outras: num tanque, talvez. 
O importante é que atribuímos ao evento sonoro um significado, ou seja, nos 
remetemos a referências memoriais anteriores, servindo a gravação como um 
indicador, como um índice do principal referente.
 
 Um signo indicial é aquele que estabelece uma contiguidade com o objeto 
ao qual se refere, não se confundindo com ele e, principalmente, fazendo com 
que o intérprete não se detenha no fenômeno e passe, de imediato, ao referido. 
É o caso do som de passos numa rua, do silvar do vento nas árvores e janelas, 
do silêncio inesperado do motor de um carro quando giro a chave de ignição, 
indicando haver algum defeito (não fora isso ouviríamos o ruído próprio da 
partida), ou, no caso de percepção visual, a visão de fumaça fazendo-nos pensar 
em fogo, a imagem de uma pegada de animal na terra etc.
 
 De tudo isso podemos inferir muitas coisas, como o fato de nos exemplos 
expostos não haver necessariamente, intencionalidade por parte do emissor 
do signo, quer dizer, o esforço de conferir aos fenômenos algum atributo de 
significado caberia mais a quem percebe.
 
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
30
 Em outra hipótese o mesmo não ocorreria. Se ouço o apito de um juiz 
de futebol, ou de um guarda de trânsito, se escuto a sirene das fábricas ou a 
campainha de um telefone, nesses casos não poderia dizer que se trata de meros 
indícios ou, muito menos, que não haja alguma intencionalidade. Todos esses 
eventos supõem algum tipo de pacto ou de código, todos eles significam algo 
previamente combinado, e em todos é fundamental determos alguma informação 
prévia a respeito para que possamos, de fato, atribuir significado ao que ouvimos.
 
 Alguém que jamais viu um telefone, por exemplo, não entenderia o soar 
da campainha como chamado de outrem e não saberia distinguir os sinais de 
linha, ocupado, etc. que nós cotidianamente utilizamos.
 
 Em outras palavras, todos esses sons citados (apitos, sirenes e campainhas) 
envolvem uma relação de referências e referentes, implicam códigos ou pactos, 
supõem intenções específicas, o que os distingue dos primeiros exemplos, dos 
signos indiciais. Da mesma forma, ao ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, 
ou o Hino da Seleção, ou a marchinha Cidade Maravilhosa, fazemos uma série 
de associações que ultrapassam a simples audição de peças musicais. Nesses 
casos, as melodias têm um atributo simbólico, uma função específica, e nos 
remetem a diferentes instâncias de significação. Por isso, para efeito de nossa 
análise, observamos que hinos, campainhas, sirenes e apitos apresentam algo em 
comum: são casos de signos internacionais, signos que supõem uma vinculação 
entre o sinal e o referente, signos cuja referência depende de um contexto cultural 
bastante determinado. A esses signos nos referimos como símbolos.
 
 O terceiro caso, além dos signos indiciais e simbólicos, diz respeito aos 
ícones, ou seja, aqueles signos que apresentam similitude em relação aos seus 
objetos referentes. [...] são ícones sonoros alguns efeitos especiais, ou trechos 
de obras musicais que imitam fatos ou fenômenos (o caso, digamos, da flauta 
em Pedro e o lobo, de S. Prokofiev, representando o passarinho). Os sonoplastas 
criam constantemente ícones sonoros para os programas radiofônicos ou de tevê, 
ou seja, ao ouvirmos o produto de seus trabalhos, remetemo-nos diretamente a 
significados específicos, diferentemente de quando nos deparamos com signos de 
tipo simbólico ou indicial.
 
 O fato é que essas categorias sígnicas sempre ocorrem conjugadas e de 
maneira complementar. No processo comunicativo é a partir de suas relações que 
o imaginário vai sendo construído.
FONTE: SÁ, Leonardo. O sentido do som. In: NOVAES, Adauto (Org.). Rede imaginária: televisão 
e democracia. São Paulo: Cia. das Letras, 1991. p. 124-6.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• No campo da matéria no mundo real, tudo pode ser considerado signo e no 
campo imaginário, no mundo irreal, tudo também pode ser considerado signo. 
Portanto, é possível afirmar que signo é tudo que pode representar, substituirou significar alguma coisa.
• Para Peirce, o ser humano não pode pensar sem signos. Os signos funcionam 
como veículos de comunicação, capazes de transportar mensagens ou 
significados.
• Todas as mensagens, qualquer que seja a linguagem utilizada, integram sempre 
dois aspectos: o conteúdo (significado = ideia ou conceito) da mensagem e uma 
forma (significante = elemento material perceptível).
• Todas as mensagens visuais integram uma função cognitiva e uma função emotiva. 
• Entre o signo e o significado, existem inúmeras possibilidades de interpretação: 
são os significantes. O significado depende sempre de um contexto, de 
circunstâncias que o determinam. 
• O significado é um mutante que varia conforme intérprete e ocorrências reais. 
Por causa desses diferentes modos de ocorrência da semiose, existe mais de um 
mecanismo que nos leva ao entendimento de uma proposição ou mensagem. 
• Índice é um signo incompleto porque sugere sem afirmar ou representar 
completamente.
• Ícone é um signo elementar que tem como significado direto a imagem que 
representa.
• Símbolo é um signo que representa o seu objeto por convenção, arbitrariedade, 
pacto coletivo.
• A semiose - ou o fenômeno da significação - constitui-se numa relação de 3 
elementos. São eles: SIGNO, SIGNIFICANTE e SIGNIFICADO.
32
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com os conteúdos abordados no Tópico 2, descreva os signos a 
seguir com seus significantes e significados.
FONTE: Disponível em: <http://maisondestaque.blogspot.com/>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 18 – SIGNO
2 Por que é importante compreendermos os significados dos elementos que 
estruturam as imagens?
3 Faça um divertido passeio pela sua cidade e observe os signos visuais 
encontrados. Identifique a forma que eles apresentam, se são índices, ícones 
ou símbolos.
4 Construa com palavras o percurso do signo.
5 O que você entendeu por semiose?
6 Exemplifique um processo de semiose.
33
TÓPICO 3
A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A comunicação visual é importante na leitura de imagens. Ela utiliza-se 
da linguagem de signos visuais que auxiliam o entendimento das mensagens, 
desde que apresentem um sistema de comunicação. 
2 COMUNICAÇÃO VISUAL
A comunicação visual usa a linguagem dos signos e apresenta igualmente 
um sistema de linguagem organizado que devemos conhecer, para que haja a 
comunicação. Segundo Rabaça e Barbosa, (1987, p. 23) comunicação visual é:
“Conjunto de técnicas, conhecimentos e procedimentos que buscam maior 
eficácia na transmissão visual de mensagens verbais ou não verbais através dos 
diversos meios de comunicação”.
2.1 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
Para que possa de algum modo haver comunicação, é importante que 
se tenha conhecimento e clareza dos elementos que compõem uma mensagem, 
segundo Amaral (2011):
Emissor: aquele que emite a mensagem. O emissor pode ser considerado 
uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição.
Receptor: aquele que recebe a mensagem. 
Código: é o conjunto de signos organizados com regras determinadas, 
para passar uma mensagem. Um código pode ser gestos, sons, a língua oral e 
escrita etc. O importante é que o código seja conhecido pelo emissor e receptor 
para que a comunicação aconteça.
Canal de comunicação: está relacionado ao meio físico ou virtual em que 
a mensagem é passada. O canal deve garantir o contato entre emissor e receptor. 
(Ex.: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais etc.).
Mensagem: é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas 
ao receptor.
34
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
Referente ou contexto: está ligado à situação a que a mensagem se refere. 
O contexto pode se constituir na situação, nas circunstâncias de espaço e tempo 
em que se encontra o destinador da mensagem. Pode também dizer respeito aos 
aspectos do mundo textual da mensagem.
Ruído – qualquer perturbação que incomode na comunicação. 
 
 Em um esquema, os elementos da comunicação podem ser representados 
assim:
FONTE: A autora
FIGURA 19 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
CÓDIGO
CANAL DE COMUNICAÇÃO
Deve-se ter o cuidado para que a mensagem alcance seu objeto, pois, 
às vezes, a troca de informações não é bem sucedida, podendo ter como causa 
os ruídos que são elementos que perturbam, dificultam a compreensão pelo 
receptor, como por exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O ruído 
pode ser também de ordem visual, como borrões, rabiscos etc. (AMARAL, 2011).
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
35
AUTOATIVIDADE
Caro(a) acadêmico(a)! Na comunicação visual também encontramos 
estes elementos. Você é capaz de identificá-los na imagem a seguir?
FONTE: Disponíveis em: <http://www.feiradeciencias.com.br/>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 20 – SIGNO
Emissor...........................................................................
Receptor..........................................................................
Código..............................................................................
Mensagem.......................................................................
Canal de comunicação....................................................
Contexto...........................................................................
 
PORTANTO:
• A leitura e interpretação derivam fundamentalmente da experiência do 
receptor. 
• Nesse sentido, podemos dizer que a forma como é organizada a comunicação de 
um conteúdo pode alterar ou, pelo menos, produzir muitos sentidos diferentes.
Veja o exemplo a seguir: 
36
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
FONTE: Disponível em: <http://renanleandro.zip.net/>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 21 – TIRINHA DE HUMOR (MAURÍCIO DE SOUZA)
• Para entender esta tirinha de humor, é necessário conhecer quais os contextos 
que Maurício de Souza (o autor), trabalha seus personagens.
2.2 CARACTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO VISUAL
De uma maneira sucinta, vamos destacar algumas das características da 
imagem que podem ser mais significativas para nosso estudo.
a) Recriação da realidade
A imagem é a representação visual dos seres. É um objeto físico, material 
de que nos servimos para representar os seres de uma maneira concreta, particular 
e sensível.
Gutierrez (1978) contribui com o estudo em questão ao apontar de uma 
forma muito clara que a imagem não é cópia, mas sim uma recriação da realidade. 
O pintor, o fotógrafo ou o cineasta se valem da natureza para nos oferecerem uma 
imagem do objetivo ou do subjetivo que vai depender do foco em questão. Este 
novo produto resultante, embora esteja relacionado com o objeto que representa, 
se distingue enquanto forma uma realidade diferente da imagem primeira.
Caro(a) acadêmico(a)! Verifique como o processo de recriação da realidade 
acontece. A seguir temos duas imagens que recriam uma realidade que serviu como fonte 
de inspiração para uma pintura e uma fotografia.
NOTA
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
37
FONTE: Disponível em: <http://espaco-da-criatividade.blogspot.com/>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 22 – PINTURA DOS JARDINS DE MONET
FONTE: Disponível em: <http://japostei.com/jardins-de-monet-em-
paris-fotos>. Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 23 – FOTOGRAFIA DOS JARDINS DE MONET
Caro(a) acadêmico(a)! “A representação das imagens não se relaciona 
unicamente com objetos reais, com existências concretas, porque as imagens também fazem 
referências a seres abstratos, genéricos e inclusive a produto da fantasia ou imaginação de um 
criador”. (GUTIERREZ, 1978, p. 17).
NOTA
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
38
b) Imediatismo
 
Para que uma imagem nos sensibilize, ela deve, de alguma maneira, 
despertar os sentimentos. Poderíamosdizer que ela provoca um choque que 
desperta nossas capacidades perceptivas, afetivas e sensíveis, tornando-nos 
consumidores de imagens. A esta causa denominamos de imediatismo que 
pode de certa forma contribuir nas informações geradas pelas imagens, pois “as 
imagens nos oferecem informações concretas, polimorfas e vivenciais” que são 
usadas como instrumentos de aprendizagem para o homem contemporâneo. 
(GUTIÉRREZ, 1978, p. 17).
c) A imagem como forma de expressão
Desde os tempos mais remotos, a imagem tem sido usada como fonte 
de transmissão de conhecimento entre as diversas culturas. Assim como tantos 
outros modos de expressão, a imagem é um deles e que pode ser apreendida de 
várias maneiras. Ela fala por si, é uma linguagem universal e eterna, compreendida 
independente de época, credo, raça ou língua. (GUTIÉRREZ, 1978).
Observe os exemplos a seguir:
a) Ícone feminino e masculino 
FONTE: Disponível em: <http://fathum.blogspot.com>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 24 – ÍCONE FEMININO E MASCULINO 
b) ícone de perfume
FONTE: Disponível em: <http://fathum.blogspot.com>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 25 – ÍCONE PERFUME 
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
39
c) A imagem é significativa
Ao estudar a imagem sabemos que ela vem acompanhada de significados 
que podem ser reconhecidos num primeiro momento ou ter um estudo mais 
aprofundado para significações mais complexas. Então concluímos que toda 
imagem por mais simples que seja vem carregada de sentido que já lhe é próprio. 
No entanto, podemos desvelar os conteúdos ocultos das imagens e assim 
consegui-las interpretar melhor. (GUTIÉRREZ, 1978).
3 SIGNOS ARTÍSTICOS
Ao longo da história da humanidade, verifica-se a importância das 
produções humanas. Estas produções, nas suas diferentes linguagens, têm 
servido como meio de comunicação e representação entre as diversas culturas. É 
por meio delas que identificamos um período artístico ou entre tantas coisas, um 
traço de uma civilização.
Podemos então refletir que o homem sempre utilizou a arte para 
produzir objetos com intenções de facilitar o seu dia a dia e essa atitude de criar 
instrumentos e aperfeiçoá-los constantemente, de acordo com suas necessidades 
é que torna possível a compreensão e entendimento do processo civilizatório pelo 
qual o homem vem passando. 
 
Já vimos que a arte é uma forma de criação e acontece por meio de diversos 
modos de linguagem: a arte pode acontecer pela linguagem visual, musical, 
cênica ou entre tantas outras formas de expressão. O importante é destacar que 
a arte propicia tanto a quem a produz como a quem a consome uma reflexão do 
seu papel de estar no mundo como indivíduo e que busca a melhor forma de 
expressar seus sentimentos e emoções. (MARTINS, 1998).
Quando Martins (1998, p. 41) afirma que, “Na feitura da linguagem da arte, 
do seu sistema signo, o homem leva ao extremo sua capacidade de inventar e ler 
signos com fins artístico-estéticos”. Ele quer dizer que podemos ler e interpretar 
os sistemas visuais que compõem uma obra de arte, mediante as formas que são 
expressas pela obra, visto que estas formas apresentam caráter de signo e, portanto, 
representam algo para alguém. Ele cita o exemplo da obra de Rodin, O pensador, 
para entendermos o quanto uma obra de arte pode ser lida e interpretada.
Caro(a) acadêmico(a)! Agora observe O Pensador – 1881, famosa estátua do 
escultor francês René François Auguste Rodin (1840-1917).
UNI
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
40
FONTE: Disponível em: <http://pensamentosifragmentos.blogspot>. 
Acesso em: 24 fev. 2011. 
FIGURA 26 – O PENSADOR – 1881 – RODIN 
Ao observar estas imagens, você já é capaz de entender que elas fazem parte 
de uma representação da imagem pensada pelo artista e. portanto, também já é capaz de 
identificar que o artista utilizou a comunicação não verbal para comunicar suas ideias. 
UNI
Para auxiliar na leitura e compreensão da obra O pensador, de August 
Rodin, Martins elaborou uma série de perguntas que nos levam a refletir sobre a 
obra como um todo. 
As perguntas de Martins (1998, p. 42) são as seguintes:
• Haverá diferença entre a imagem dessa obra e a imagem que vemos de 
alguém pensando?
• Queria Rodin reproduzir em sua obra alguém pensando?
• O que queria representar?
• Observando os detalhes da obra, o que podem querer expressar esses pés tensos?
• O que nos comunicam nessa imagem o ritmo e o movimento das suas formas?
• O que essa imagem representa? O que ela traz presente a nossa consciência?
Martins (1998) quer que consigamos olhar para a obra e entender o que 
exatamente quis o artista. Depois de algum tempo observando a obra, tomamos 
ciência que Rodin não reproduziu um homem pensando, mas usou de metáforas 
visuais para justificar sua ideia. Muito bem posto pelo poeta tcheco Rainer Maria 
Rilke (apud MARTINS, 1998, p. 43) que fez uma observação riquíssima sobre essa 
TÓPICO 3 | A COMUNICAÇÃO VISUAL DOS SIGNOS NAS IMAGENS
41
obra: “Ele está sentado, perdido e mudo, pesado de imagens e de pensamentos, 
e toda a sua força-que é a força de alguém que se move-pensa. Seu corpo inteiro 
se torna um crânio, e todo o sangue das sua veias, cérebro”. As metáforas visuais 
que Rodin lançou mão estão relacionadas aos signos corporais encontrados em 
toda a extensão da obra, estão nos gestos na postura, no ritmo, no movimento, 
volume e material usado. Todo este conjunto expressa como forma simbólica o 
ato de pensar, por isto a grandeza da obra. 
Quanto maiores os conhecimentos semióticos e mais estimulada e aguçada 
for a percepção, maiores serão as chances de desvendar os significados ocultos 
existentes nas imagens de obras de arte. (MARTINS, 1998). 
autoativida
de
Reflita sobre as obras a seguir e explique como as metáforas se encontram 
nas obras.
FONTE: Disponível em: <http://observarte.zip.net>. Acesso em: 14 
mar. 2011.
FIGURA 27 – O ABAPORU, 1928 – TARSILA DO AMARAL
3.1 METÁFORA 
Toda obra de arte é uma forma sensível, construída por formas simbólicas 
do sentimento humano, a linguagem da arte propõe um diálogo de sensibilidades 
entre nós espectadores as formas da imaginação e as formas de sentimento que 
a obra nos propõe. Neste diálogo, os signos artísticos aparecem como metáforas 
aos nossos sentidos, auxiliando na leitura da imagem da obra conforme Martins 
(1998, p. 43), “[...] o termo metáfora significa transposição, translação. Consiste no 
uso de alguma coisa no lugar de outra, por causa de certo contato entre as duas, 
permitindo estabelecer uma comparação”.
42
UNIDADE 1 | ESTUDO DOS SISTEMAS DE SIGNOS
FONTE: Disponível em: <http://www.angolaxyami.com>. 
Acesso em: 14 mar. 2011.
FIGURA 28 – MONALISA DE FERNANDO BOTERO
Um pouco sobre TARSILA DO AMARAL
 
INFÂNCIA E APRENDIZADO
Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de 
Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do 
Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas 
de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na 
Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando 
voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.
Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. 
Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura 
no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 
1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até 
junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro) 
através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a 
introduziu no grupo modernista e Tarsila

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