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Heterosídeos Glicosídeos cardiotônicos Saponinas Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP • FÁRMACOS COM HETEROSÍDEOS • Definição: através de hidrólise geram agliconas + oses AGLICONAS: terpenoides, esteroides, alcaloides, flavonoides, antraquinonas, etc. GLICONAS: oses (pentoses, hexoses, desoxioses, etc.) • tipos: O-heterosídeos, N-heterosídeos, S-heterosídeos, C-heterosídeos • depende qual dos elementos químicos dos seguintes grupos da aglicona se ligam à determinada ose: –OH, –NHR, –SH ou –CH– • também denominados glicosídeos (os primeiros heterosídeos encontrados, possuíam moléculas de glicose ligadas às agliconas) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O O O OH HO OH OH Ram Gli O OH O O Gli(Dig)3 O O O O O RamRam Ram CN O Gli rutina digitoxina prunasina frangulina OGli O O Ram Ram dioscina OH OHHO O O Gli glicogalina H2C CH CH2 C S N OSO3 - Gli sinigrina O ORu OOH OH OH OH O O O OH OH OH OH OH OHRu = rutina Gli Ram H O H H CO 2 H O OOH OH O O OH OH OH CO 2 H CO 2 H glicirrizina ou ác. glicirrízico Oses (monossacarídeos) • Quanto ao número de C: trioses, tetroses, pentoses, hexoses, etc. • Quanto à função orgânica: aldeídos (aldoses), cetonas (cetoses), ácido carboxílico, etc. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Osídeos (polissacarídeos hidrolisáveis – possuem ligação glicosídica) • - homogêneos • - através de hidrólise originam apenas “oses” • - oligosídeos: di, tri, tetrassacarídeos, etc. (até 10 oses) • - ex: sacarose, lactose, maltose • - poliosídeos: possuem peso molecular elevado • - ex: amilose, celulose, glicogênio, inulina, frutanos, xilanos Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Osídeos (polissacarídeos hidrolisáveis – possuem ligação glicosídica) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Inulina pol. frutose Glicogênio Xilanos- hemicelulose Osídeos (polissacarídeos hidrolisáveis – possuem ligação glicosídica) • - heterogêneos • - por hidrólise, originam oses e outras classes de substâncias, na maioria metabólitos secundários • - ex: cardiotônicos, saponinas, flavonoides, taninos, etc. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP GLICÍDEOS • Estereoquímica • - D- e L- : NÃO representam desvio do plano da luz polarizada ([]D), mas referem-se aos enanciômeros derivados das séries D- e L- do gliceraldeído • - d- e l- : referem-se ao []D Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP CONFIGURAÇÃO DAS ALDOSES DA SÉRIE D Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP OHH CH 2 OH CHO HOH CHO CH 2 OH OHH OHH CHO OHH CH 2 OH OHH CHO OHH CH 2 OH OHH HOH CHO OHH CH 2 OH OHH OHH CHO HOH CH 2 OH OHH HOH CHO HOH CH 2 OH OHH OHH CHO OHH OHH CH 2 OH OHH HOH CHO OHH OHH CH 2 OH OHH OHH CHO HOH OHH CH 2 OH OHH HOH CHO HOH OHH CH 2 OH OHH OHH CHO OHH HOH CH 2 OH OHH HOH CHO OHH HOH CH 2 OH OHH OHH CHO HOH HOH CH 2 OH OHH HOH CHO HOH HOH CH 2 OH OHH gliceraldeído eritrose treose ribose arabinose xilose lixose alose altrose glicose manose gulose idose galactose talose Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP GLICÍDEOS Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Representações das oses (1) - estruturas planares - aldoses e cetoses - estruturas lineares: (+)-D-glicose [+ 52,7] e (-)-D-frutose [- 92,4] C C C C CHO OH OH OH OH CH 2 OH H H H H C C C C CH 2 OH O OH OH OH CH 2 OH H H H GLICÍDEOS Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Representações das oses (2) - estruturas cíclicas: piranoses e furanoses (fórmulas de Haworth) - representação baseada nas estruturas do pirano e do furano, nas respectivas formas de hemi-cetais O O pirano furano GLICÍDEOS Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP GLICÍDEOS Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP FÁRMACOS COM HETEROSÍDEOS Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Propriedades - organolépticas: inodoros, geralmente amargos - físicas: sólidos, geralmente cristalinos, incolores ou não (depende da aglicona), solúveis em H2O, álcool diluído e solventes polares (MeOH, BuOH), insolúveis em solventes orgânicos pouco polares - químicas: sofrem hidrólise química (ácida ou básica) ou enzimática Extração - baseada nas propriedades físicas (com água ou solventes orgânicos) e químicas (antes ou após hidrólise) - por precipitação com solventes ou com sais de metais pesados Heterosídeos Cardiotônicos Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Agliconas (Geninas) • núcleo esteroidal, do tipo ciclopentanoperidrofenantreno Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP OH R H núcleo ciclopentanoperidrofenantreno D C B A 3 17 - anel lactônico (5 ou 6 membros) com orientação β no C-17 O O OH 17 Oses Mais Frequentes Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP - oses com orientação β no –OH do C-3 Ooses H 3 Oses Mais Frequentes Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O OH OH OH OH OH O OH OH OH OH OH O OH OH OH O OHOH OMe O OHOH OMe O OH OH OH OMe O OH OH OH OH O OH OH OH OH α-D-glicose β-D-glicose β-D-digitoxose α-L-ramnose α-L-oleandrose α-D-diginose β-D-digitalose β-D-fucose Agliconas (Geninas) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP 17 3 DC BA 14 5 13 -TODAS AS GENINAS APRESENTAM 2 HIDROXILAS: 1 SECUNDÁRIA EM C-3 E OUTRA TERCIÁRIA EM C-14 (EM BETA). - UM H OU UMA METILA EM C-5 -UMA METILA EM C-13 Relação Estrutura-Atividade • Características desejáveis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O H OH H OH OH H conformação do núcleo esteroidal: cis/trans/cis - Atividade 10 x menor: A/B trans - C/D obrigatório cis - Insaturação anel A: atividade ainda menor A B C D Relação Estrutura-Atividade • Características desejáveis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP H HO H H H R H OH A B C D forma de "U" invertido (cis-trans-cis): ativo H H R H OH HH HO trans-trans-cis: inativo A B C D Relação Estrutura-Atividade • Características desejáveis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Ooses H O O OH oses no –OH com orientação β no C-3; inversão configuração diminui atividade 3 anel lactônico com orientação β no C-17 17 Relação Estrutura-Atividade • Características desejáveis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP R OH grupo –OH com orientação β no C-14 -Não fundamental para atividade, porém bastante favorável; 14 Introdução de grupos funcionais oxigenados: redução da atividade inotrópica positiva Relação Estrutura-Atividade • Características desejáveis Ooses H Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Glicosídeos e ramnosídeos: mais ativos do que os demais Distribuição • Angiospermas • Cardenolidos: familias Scrophulariaceae (Digitalis), Asclepiadaceae (Asclepias), Apocynaceae (Acokanthera, Adenium, Allamanda, Apocynum, Nerium, Strophanthus, Thevetia), Liliaceae (Aspholelaceae), Ranunculaceae (Helleborus e Adonis) e ainda em Brassicaceae, Celastraceae, Fabaceae, Moraceae e Tiliaceae. • Bufanolidos: Liliaceae, Ranunculaceae, Bufos spp (sapos) - lepidópteros – lagartas, sendo provenientes neste caso de plantas da família Asclepiadaceae, fonte de alimentação destes animais). Alguns besouros (Chrysolina spp.) sintetizam esteróides cardioativos a partir de fitosteróis. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Distribuição TODOS OS órgãos destas plantas podem conter heterosídeos cardiotônicos. Geralmente, salvo raras exceções, as porcentagens são inferiores a 1%. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Digitalis purpurea L. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Digitalispurpurea L. (dedaleira; Scrophulariaceae) - origem: Europa; cultivada em vários países - parte usada: folhas - constituintes: ácidos graxos, flavonoides, esteroides, saponinas, diversos cardenolidos. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Digitalis purpurea L. - interesse comercial elevado - heterosídeos secundários usados na terapêutica: - digitoxina (primário = purpureaglicosídeo A) - gitoxina (primário = purpureaglicosídeo B) - não é economicamente viável obtenção de cardenolidos através de síntese em laboratório Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Heterosídeos de D. purpurea e Hidrólises Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Purpureaglicosídeo A Purpureaglicosídeo B Digitoxina Gitoxina Digitoxigenina Gitoxigenina hidrólise hidrólise enzimática ácida D-glicose Exemplos de Agliconas de Digitalis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O OH OH O H H H O OH OH O OH H H H digitoxigenina gitoxigenina Drogas • Digitalis lanata Ehrh. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Digitalis lanata Ehrh. (dedaleira, digital; Scrophulariaceae) - origem: Europa, cultivada em vários países (Bélgica, EUA, Equador, Holanda); - parte usada: folhas - constituintes: antraquinonas, flavonoides, cardenolidos (inúmeros, dezenas) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Digitalis lanata Ehrh. - agliconas: iguais às de D. purpurea, exceto digoxigenina (heterosídeo secundário = digoxina) - heterosídeos: açúcar acetilado (acetildigitoxose) - heterosídeos secundários usados na terapêutica: - digitoxina (primário = lanatosídeo A) - gitoxina (primário = lanatosídeo B) - digoxina (primário = lanatosídeo C)* Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Heterosídeos de D. lanata e Hidrólises Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Lanatosídeo C Digoxina Digoxigenina hidrólise hidrólise enzimática ácida D-glicose, acetila heterosídeos primários heterosídeos secundários aglicona Exemplos de Agliconas de Digitalis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O OH OH O OH H H H O OH OH O O O H H H digoxigenina gitaloxigenina Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Digoxina 0,25 e 0,05 mg Veiculo (fosfato de sódio anidro, ácido cítrico monoidratado, metilparabeno, açúcar, corante amarelo de quinoleina, aroma de lima, propilenoglicol, álcool etílico e água purificada) qsp 1 mL 3 x ao dia no máximo DIGOXINA Gsk Apresentação de Digoxina- USO ORAL Formas farmacêuticas, vias de administração e apresentações comercializadas. Digoxina R comprimidos: caixas com 25 unidades. Digoxina R elixir pediátrico: frascos com 60 mL de elixir. Digoxina R e indicada no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, quando o problema dominante é a disfunção sistólica. Nesse caso, o beneficio terapêutico é maior nos pacientes com dilatação ventricular. Digoxina R também e indicada no tratamento de certas arritmias supraventriculares, particularmente fibrilação ou arritmia atrial crônicos. Drogas • Strophanthus DC. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP S. kombe Oliver S. hispidus DC. S. gratus (Wall. & Hook.) Baill. Drogas • Strophanthus kombe, S. hispidus, S. gratus (estrofanto; Apocynaceae) - origem: África - parte usada: sementes (flechas, na caça e guerras) - constituintes: resina, taninos, amido, mucilagens, proteínas, saponinas e cardenolidos Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Strophanthus DC. spp - agliconas = estrofantidina (S. kombe, S. hispidus) e ouabagenina (S. gratus) - heterosídeo primário: estrofantosídeo (S. kombe, S. hispidus) - heterosídeos secundários: estrofantina e cimarina (S. kombe e S. hispidus) e ouabaína (S. gratus) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Cardenolidos de Outras Espécies Vegetais Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O OH OH O OH O H H O OH OH O OH OH OH OH H H O OH OH O H OH H O estrofantidina ouabagenina oleandrigenina Drogas • Nerium oleander L. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Nerium oleander L. (louro-rosa, espirradeira; Apocynaceae) - origem: região do Mediterrâneo; cultivo no mundo todo - parte usada: folhas (1,5% de cardenolidos) - constituinte majoritário: oleandrina (α-L-oleandrose + gitoxigenina ) - planta ornamental altamente tóxica Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Thevetia neriifolia Juss. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Thevetia neriifolia Juss. (Thevetia peruviana K. Schum; chapéu-de-napoleão, noz-da-sorte; Apocynaceae) - origem: América latina - parte usada: frutos, folhas, sementes - planta ornamental altamente tóxica - principal cardenolido: tevetosídeos (genina = digitoxigenina) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Convallaria majalis L. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Convallaria majalis L. (convalária, raiz do lírio-do- vale; Liliaceae) - origem: Europa - parte usada: partes aéreas floridas, rizomas e raízes - principal cardenolido: convalatoxina (genina = estrofantidina; açúcar = ramnose) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Urginea maritima Baker Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Urginea maritima (Urginea scilla, Scilla maritima; cila, cebola-marítima; Liliaceae/Hyacinthaceae) - origem: Europa e Ásia; usado desde épocas remotas (Egito e Roma, a.C.) - parte usada: escamas do bulbo Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Urginea maritima Baker - constituintes: frutanos, taninos condensados, flavonoides e bufanolidos (4%) - principal bufanolido: cilarina A (genina = cilaridina A; açúcar = glicose + ramnose) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Bufanolidos (ou Bufadienolidos) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O OH OH O H H O OH OH O H H O OH Cilarenina helebrigenina O veneno de alguns sapos contém analgésico + potente do que morfina Cerca de 100 espécies de anfíbios são venenosos Bufanolidos (ou Bufadienolidos) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Phyllobates terribilis Um sapo (6 cm) tem veneno para matar 10 pessoas. Um grama de seus alcaloides, chamados batracotoxinas, é suficiente para matar 15 mil pessoas. Batracotoxina https://es.wikipedia.org/wiki/Batracotoxina Propriedades dos glicosídeos cardiotônicos • pó branco ou amarelado, inodoro, amargo, não cristalino • heterosídeos primários: solúveis em H2O; pouco em EtOH • heterosídeos secundários: solúveis em AcOEt, CHCl3 • agliconas: insolúveis em H2O • meio alcalino: abertura do anel lactônico Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Extração, Isolamento e Identificação • planta fresca: obtenção de heterosídeos primários (maceração com etanol) • planta seca: heterosídeos secundários (heterosídeos sem a ose terminal e possíveis grupamentos acetato) • caracterização – desóxi-açúcares, núcleo esteroidal, anel lactônico (reações com formação de produto colorido) – cromatografia – espectroscopia Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Extração, Isolamento e Identificação • caracterização – desóxi-açúcares (Reação de Keller-Kiliani), núcleo esteroidal (Reação de Libermann-Buchard), anel lactônico (Reação de Kedde; Reação de Baljet) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP PLANTA + ETANOL 50% SOLUÇÃO EXTRATIVA (HETEROSÍDEOS) PRECIPITACAO DE MACROMOLECULAS Acetato de chumbo filtração FASE LÍQUIDA Extraçãocom clorofórmio Fase aquosa Fase clorofórmica Extrato rico em heterosídeos Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Intoxicações Espirradeira adultos crianças Animais acidentes Suicídio – Sri Lanka c.a. 300 casos/ano acidentes Chapéu-de-napoleão adultos crianças poda Ingestão das sementes Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Frequência dos batimentos cardíacos Concentrações de sódio e potássio dentro e fora das células DEPENDE Heterosídeos cardiotônicos: inibidor reversível - Subunidade alfa de uma ATPase Na+/K+ Na+ -troca de íons Na+ por íons Ca2+ -elevação Ca2+ - contração miocárdio Transporte de Na+ para fora da célula e de K+ para dentro O coração bate cerca de 115.000 vezes por dia bombeando cerca de 7500 L. Dose letal dos heterosídeos é de 17 mg/kg. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Sintomas Náuseas Vômitos Taquicardia Fibrilações ventriculares Parada cardíaca Morte Depende da quantidade ingerida 5 sementes do chapéu-de- napoleão Tratamento Fragmentos de anticorpos (FAB) usados como antídoto para a digoxina © Saponinas Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Saponaria officinalis Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Saponinas • Conceito – heterosídeos esteroidais ou triterpênicos – oses ligadas ao grupo ─OH com orientação em β no C-3 – diminuem tensão superficial da H2O – ação detergente e emulsificante – elevada massa molecular (600 a 2.000) – saponinas esteroidais, triterpênicas e alcaloídicas – saponinas neutras, ácidas ou básicas Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Características químicas: • de acordo com a genina (sapogenina), são classificadas em: • saponinas esteroidais ou saponinas triterpênicas: Saponinas com Núcleo Esteroidal (Esteroidais) • monodesmosídicas ou bidesmosídicas (27 C) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP OR H O O O OH OR monodesmosídica (espiroestano) + hemolíticas Açúcares no C-3 bidesmosídica (furoestano) -hemolíticas Açúcares no C-3 e outro Carbono A B C D D D E E F 3 19 8 14 17 18 20 21 25 21 21 25 25 17 17 Cis (H5 em ou )/ trans/ trans/ cis Saponinas Com Núcleo Triterpênico (Triterpênicas) • agliconas pentacíclicas (30 C) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP R 1 O H COOR 2 COOR 2 B A C D D D E E E β-amirina oleananos α-amirina ursanos lupeol 3 29 28 27 30 trans/ trans/ trans/ cis: oleananos e ursanos trans/ trans/ trans/ trans: lupeol Saponinas esteroidais básicas Saponinas Alcaloídicas/ Alcaloides esteroidais • agliconas hexacíclicas (27 C; espirosolano e solanidano) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP OR O N H H OR N H Espirosolano: N secundário (anel F) Solanidano: N terciário (anel F) Saponinas esteroidais básicas- Saponinas Alcaloídicas/ Alcaloides esteroidais Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Fruto do lobo Solanumm lycocarpum Solanaceae Lobo: Chrysocyon brachyurus Parasita: Dioctophyma renale O lobo evita a parasitose Com a ingestão do fruto. Ocorrência e Distribuição • Angiospermas • Monocotiledôneas – saponinas esteroidais: Liliaceae, Dioscoreaceae, Agavaceae • Dicotiledôneas – saponinas triterpênicas: Sapindaceae, Hippocastanaceae, Sapotaceae, Polygalaceae, Caryophilaceae, Primulaceae, Araliaceae – saponinas alcaloídicas: Solanaceae (gênero Solanum) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Propriedades • Organolépticas – pó inodoro, sabor variado (algumas doces), branco ou amarelado • Químicas – hidrólises enzimática, ácida ou alcalina • 3 importantes – formam espuma abundante e persistente em H2O – propriedade hemolítica – propriedade ictiotóxica Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Propriedades • Físicas – elevado PM, sólidos amorfos, higroscópicos – solúveis em soluções hidroalcoólicas – solúveis ou formam solução coloidal com H2O – insolúveis em solventes orgânicos apolares – diminuem tensão superficial da H2O – aumentam permeabilidade celular Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Extração e Isolamento • Extração e Isolamento – soluções aquosas, alcoólicas ou hidroalcoólicas (maceração, decocção ou percolação) – Extrato aquoso: ausência lipídeos e clorofila (maior possibilidade de hidrólise) – Extratos alcoólicos ou hidroalcoólicos: eliminação álcool, partição diclorometano ou clorofórmio, partição com n- butanol – difícil purificação (misturas complexas) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Caracterização • Caracterização (tema de aula prática a ser ministrada) – oses, núcleo esteroidal e núcleo triterpênico (reações com formação de produto colorido) Reação de Moller Reação de Libermann Reação de Salkowisk – Cromatografia – Métodos espectroscópicos Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Ações Farmacológicas • atóxicas via oral • tóxicas via parenteral • complexação com esteroides (colesterol), proteínas e fosfolipídeos de membrana • ação em membranas celulares: alteração de permeabilidade ou destruição • irritação de mucosas • outras (dependem da droga): antimicrobiana, antimicótica, anti- inflamatória, diurética, expectorante, antitussígena, depurativa, anti- hemorroidal, cicatrizante, antiviral, etc. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Emprego • Farmácia – coloides protetores no preparo de emulsões e suspensões coloidais; detergentes para sabões líquidos, xampus, loções capilares, cremes dentais; adjuvantes para aumentar absorção de medicamentos – medicamentos fitoterápicos • Indústria – detergentes, espumantes, espessantes, material de partida para síntese de esteroides Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Smilax glabra Roxb. (salsaparrilha; Liliaceae) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Smilax glabra Roxb. (salsaparrilha; Liliaceae) – origem: México e América Central – parte usada: raízes – constituintes: resina, esteroides, amido e saponinas (2 a 4%) – saponinas esteroidais: salsaparrilina (mistura), salsaponina e parilosídeo Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Smilax glabra Roxb. (salsaparrilha; Liliaceae) – ação farmacológica: diurética, depurativa, sudorífera, anti-inflamatória, tônica – usos: extratos aquosos, associações com outras plantas, espumante de cerveja sem álcool, doces, sobremesas; liberada pelo FDA; constante na USP Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Smilax glabra Roxb. (salsaparrilha; Liliaceae) – estrutura da saponina parrilina Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O O OH OH OH OH O O O O H H H H H H OH O O OH OH OH OH OH O O OH OH Glycyrrhiza glabra L. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Alcaçuz (nome popular da Glycyrrhiza glabra) Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Glycyrrhiza glabra L. (alcaçuz; Fabaceae) - origem: Europa (Roma antiga – edulcorantes em bebidas, expectorante, tratamento de úlceras) - parte usada: raízes e rizomas - constituintes: triterpenos, esteroides, flavonoides, cumarinas, saponinas triterpênicas (2-15%), amido Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Glycyrrhiza glabra L. – interesse comercial elevado – saponina triterpênica: glicirrizina (2 a 4%; aglicona = ácido glicirrético) – mais doce do que o açúcar comum; após hidrólise perde sabor Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP H O H H CO 2 H O OOH OH O O OH OH OH CO 2 H CO 2 H glicirrizina Drogas • Glycyrrhiza glabra L. – ação farmacológica: expectorante, diurética, antiespasmódica,anti-inflamatória; contra úlcera péptica; o ácido glicirrético é usado como anti-inflamatório tópico; causa retenção de Na+ – usos: pó, extrato aquoso, xarope, edulcorante para medicamentos, aromatizante e flavorizante em confeitaria, surfactante, espumante de cerveja. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Aesculus hippocastanum L. (Castanha da índia). -Reduz a fragilidade e permeabilidade capilar -Contem saponinas (20%) e flavonoides Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Aescina Para tratamento de varizes e hemorroidas Panax ginseng C.A. Mey. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Panax ginseng C.A. Mey. (ginseng japonês; Araliaceae) – origem: Ásia (Oriente: China, ex-URSS, Coréia, Japão); cultivo nos EUA e Canadá – parte usada: raízes – empregado há mais de 3000 anos – constituintes: ginsenosídeos e panaxosídeos (saponinas triterpênicas), de 0,5 a 3% Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Panax ginseng C.A. Mey. – estrutura básica dos ginsenosídeos Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP R 1 O H OR 2 H OH H H R1,R2 = oses Drogas • Panax ginseng C.A. Mey. – ações farmacológicas: tônica, estimulante, diurética, vasoconstrictor periférico, anti-inflamatória; adaptógeno (aumento da resistência não-específica) – efeitos colaterais: cardiovasculares, SNC, sistema endócrino e genitourinário, diarréia – usos: pó, extrato alcoólico, infusões, associação com outras plantas; 200-600 mg do extrato/dia/3 meses Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas Ginseng Coreano Foto Seul-Coreia Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Panax ginseng C.A. Mey. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Polygala senega L. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Polygala senega L. (sênega, Polygalaceae) – origem: América do Norte (EUA e Canadá) – parte usada: raízes – constituintes: açúcares, óleos essenciais, gorduras, esteroides, saponinas triterpênicas – saponina: senegina – ação farmacológica: expectorante, diurética – usos: xarope, infuso, extrato fluido Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Centella asiatica (L.) Urb. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Centella asiatica (L.) Urb. (Hydrocotyle asiatica L.; centela, centela asiática; Apiaceae) – origem: Oriente (Índia) – parte usada: partes aéreas e raízes – constituintes: alcaloides, óleo essencial, flavonoides, saponinas triterpênicas (asiaticosídeos, ácidos asiático, madasiático e madecássico) – usos: cicatrizante tópico, insuficiência venosa crônica – precauções: dermatite de contato; lactantes; narcótico Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Centella asiatica (L.) Urb. • estrutura da saponina asiaticosídeo Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP OH H COOR OH OH H H R = β-D-Gli-(6-1)-D-Gli-(4-1)-α-L-Ram Centella asiatica (L.) Urb. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • “timbós”: gêneros Magonia A.St.-Hil., Serjania Mill., Paullinia L., Sapindus L. (Sapindaceae) – origem: Brasil – parte usada: cascas do caule – usado tradicionalmente para pesca indígena- Rotenona – constituintes: saponinas – ação biológica: ictiotóxica Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://celtic.bighost.com.br/ervas/timbo.jpg&imgrefurl=http://celtic.bighost.com.br/ervas/timbo.html&h=459&w=300&sz=26&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=G1aMlYxK_xTlnM:&tbnh=128&tbnw=84&prev=/images?q=timb%C3%B3+ictiot%C3%B3xica&um=1&hl=pt-BR Agave sisalana Perrine ex Engelm. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Agave sisalana (sisal, Agavaceae) – origem: África, Oriente Médio (Israel) – parte usada: fibra das folhas – constituintes: saponinas esteroidais – usos: preparo do sisal (fibras) e extração da hecogenina (principal aglicona), utilizada na produção de esteroides semissintéticos anti-inflamatórios e hormônios. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O O H H H H H H O OH Dioscorea L. spp Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Dioscorea spp (inhame, cará, yam, Dioscoreaceae) – origem: América Central – parte usada: raízes – constituintes: principal saponina é a dioscina – usos: extração da diosgenina (aglicona) também utilizado para produção de esteroides na indústria farmacêutica. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP O OH H H H H O OH Pfaffia paniculata Kuntze Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP P. glomerata Drogas • Pfaffia paniculata Kuntze; P. iresinoides Spreng, P. glomerata (ginseng brasileiro; Amaranthaceae) – origem: Brasil (de norte a sul) – parte usada: raízes – constituintes: saponinas triterpênicas e esteroidais – usos: substituição ao ginseng tradicional; tônico, estimulante – indicações terapêuticas não foram comprovadas. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Ziziphus joazeiro Mart • Rhamnaceae – origem: Brasil (caatinga e cerrado) – parte usada: Folhas, frutos, cascas e raízes – Usos- alimentício para animais, indústria farmacêutica em produtos cosméticos: xampus anticaspa, creme dental. – constituintes: saponinas triterpênicas Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Luffa operculata (L.) Cogn • Curcubitaceae • cabacinha, buchinha – origem: América do Sul – parte usada: frutos – Usos- sinusite, pode causar aborto e morte por hemorragia – constituintes: saponinas esteroidais Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Calendula officinalis L. Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Drogas • Calendula officinalis L. (calêndula, Asteraceae) – origem: Europa (Mediterrâneo) – parte usada: flores – constituintes: flavonoides e saponinas (até 6%) – ações: bactericida e fungistática; cicatrizante – usos: em pomadas contra afecções da pele – uso dermatológico Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP Laboratório de Farmacognosia - FCFRP - USP OBRIGADO!
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