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A MÚSICA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL (CORRIGIDO)

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A MÚSICA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
KERCHNER, Jouse Luisa Martins dos Santos¹
RU: 1359615 – 2016/02
SILVA, Caroline Vaz²
RESUMO
Este artigo foi escrito com o objetivo de contribuir com uma discussão pertinente que abrange a Educação Infantil, a musicalização. Como a música contribui para o desenvolvimento motor e mental de crianças que frequentam a escola com faixa etária de 02 a 04 anos? A fim de tentar responder a este questionamento a metodologia usada para esta pesquisa foi através de pesquisas bibliográficas e um tempo de observação de dois anos em uma escola de Educação Infantil pública municipal. A metodologia usada para esta pesquisa foi através da observação de turmas com crianças de faixa etária entre 02 a 04 anos que tem aulas de música uma vez por semana durante mais ou menos uma hora e de conversas com a professora responsável. Com isto pretende-se mostrar a importância do contato dos alunos com a música a fim de desenvolver a sua criatividade, a espontaneidade, a concentração, a linguagem, a integração, a motricidade e a parte cognitiva da primeira infância, uma fase de suma importância para o desenvolvimento mental, social e motor do ser humano, onde o aprendizado e as descobertas, são inseridos num mundo de novidades, auxiliando este pequeno ser cheio de anseios a construir o caráter e a personalidade que cada um tem como único. E também para respaldar a pesquisa sua fundamentação teórica foi efetivada através de artigos e autores que retratam o assunto abordado. Sendo assim pode-se observar que a musicalização na primeira infância é de suma importância para o desenvolvimento cognitivo e motor das crianças.
Palavras Chaves: Música. Educação Infantil. Desenvolvimento Humano. Integração.
1.INTRODUÇÃO
	O tema A música como instrumento facilitador na Educação Infantil tem por propósito relatar a importância do ensino de música no ambiente do ensino regular na Educação Infantil como facilitador do desenvolvimento físico, mental e social das crianças de idade entre dois a quatro anos, auxiliando este aluno a se integrar de forma
plena e divertida na sociedade a qual ele está inserido além de desenvolver seu aspecto motor mexendo em objetos que fazem sons, mexendo o corpo ao som de melodias, desenvolvendo a fala ao cantar, a integração social com colegas e professor auxiliando assim seu desenvolvimento pleno e sadio dentro da sociedade ao qual ele está inserido.
 O ensino da música é um incentivo que o educador dá ao aluno para ele conhecer novas culturas, se expressar de forma mais livre e espontânea além de desenvolver sua motricidade fina e ampla através do uso de instrumentos musicais e da dança e ainda promover o gosto musical e a liberdade de expressão física e emocional. Conforme ROSA (1990 P.21), “formando o ser humano com uma cultura musical desde criança, estaremos educando adultos capazes de usufruir a música, de analisá-la e de compreendê-la.”
 Para tanto o objetivo deste trabalho é mostrar o importante papel da música no processo de desenvolvimento físico e mental das crianças durante a primeira infância e o valioso compromisso que a Educação Infantil tem para com estes pequenos seres que estão afoitos por descobertas em um mundo tão grande a ser explorado visto que o período que a criança passa pela Educação Infantil, segundo THIESSEN e BEAL (1998, p. 10), é muito importante para “a construção dos alicerces de sua afetividade, socialização e inteligência e, consequentemente, de seu desenvolvimento integral e harmônico”.
 Assim, a metodologia utilizada a fim de comprovar a importância da musicalização na primeira infância é a observação realizada durante dois anos em turmas de dois a quatro anos em uma escola de Educação Infantil além de pesquisas bibliográficas em periódicos específicos, pois sabe-se que a criança quando nasce é inserida num mundo completamente novo para ela. Conforme ela vai crescendo, vai descobrindo os sons como o do vento, da chuva, dos brinquedos, das vozes humanas e animais, entre tantos outros sons. Neste contexto de descobertas sonoras o papel do educador destes pequenos aprendizes é de grande importância, pois é nesta faixa etária que se deve desafiá-los a conhecer esses mistérios, compostos por sons e ritmos que existem neste enorme universo de aprendizado, pois segundo HOFFMANN(2004, p. 22) “Ao nascer, cada criança apresenta processos internos que lhe possibilitam a aprendizagem, mas que resultam em desenvolvimento a partir, essencialmente, da sua experiência sobre o meio e das condições que o meio lhe oferece para isso.”
 Para tanto a música assume um papel muito importante quando se fala em desenvolvimento infantil, pois o ritmo, os sons, as batidas, os movimentos, os instrumentos, despertam algo mágico nas crianças e ainda ouve - se tantas vezes falar da importância da educação infantil, que esta é a primeira etapa da educação básica e que é nesta fase que se estrutura a personalidade do indivíduo. Assim se vê a importância do olhar do professor e de como o seu comprometimento e olhar investigativo só tem a acrescentar no processo de desenvolvimento de cada criança. 
 Quando uma criança entra para a escola, na Educação Infantil o primeiro passo a ser feito é a adaptação e está se dá em um mundo novo, cheio de cores, cheiros, sons e personagens distintos dos conhecidos pela criança até então. Já na adaptação é natural os professores fazerem uso da música para acalmar, acolher, alegrar, dar segurança e deixar a criança familiarizada com o ambiente que vai servir como segundo lar para ela, usando está magia que a música traz para cada um destes pequeninos. Para tal fim o uso de cantigas e canções já conhecidas das crianças, as quais ela ouve em seu cotidiano se faz tão importante para assim suprir um pouco a ausência de um familiar dentro do ambiente escolar.
 O próximo passo é a integração com os demais colegas e para que este momento seja pacífico e prazeroso também é importante o uso da música, através do som, de cantigas fazem com que as crianças entendam que são pessoas que participam e compartilham o mesmo ambiente social e de aprendizado além de trazer uma rotina, está tão importante para que a criança se sinta segura e tenha noção do tempo e do espaço que ocupa dentro da escola, e a música faz com que isto seja de uma forma prazerosa e de muita alegria. Para estes fins são usadas cantigas no início da aula, hora do lanche, saída, podendo também ser introduzida em outros momentos e atividades lúdico pedagógicas como explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente, conforme Base Nacional Comum, p.46.
 Segundo BASSANI, (2005 p.04) “A relação entre o homem e o mundo acontece mediada pela linguagem porque permite ao ser humano planejar suas ações, estruturar seu pensamento, registrar o que conhece e comunicar-se”. Pensando neste aspecto nota-se como a música é de suma importância no que diz respeito a integração de crianças com algum tipo de deficiência, pois sabe-se que a música aproxima, desenvolve, envolve, socializa e traz alegria e crescimento para o aluno em seu desenvolvimento como ser social e membro atuante da sociedade que deve ser inclusiva e integrativa.
2. A origem da música e a sua importância no desenvolvimento humano.
 Quando se faz referência a música o que nos vem à mente é o som de músicas que agradam, acalentam, e trazem felicidade. Ouve-se música quando se está triste, quando se está feliz, ou seja, a música está presente no cotidiano seja dentro do ônibus ou no carro indo para o trabalho/ passeio, fazendo compras em um shopping ou supermercado. Pode-se dizer ainda que a música além de ter uma função de lazer e acalento ela também nos faz tomar determinadas decisões. Muito já se falou que o comércio por exemplo faz uso de música para motivar o consumo, consultórios tem músicas ambientes a fim de acalmar os seus pacientes tanto que HANGREAVES (2005) fala sobre a influência da música em relação as emoçõese tomadas de decisões quando diz que:
 [...] a música preenche muitas funções cognitivas, sociais e emocionais através da demonstração de que tem poder para influenciar comportamentos diversos como a escolha de um produto pelo consumidor e comportamentos associados às compras; eficiência no trabalho; percepção temporal e a tendência de aguardar por sinais; velocidade de ingestão de comidas e bebidas; eficiência nas tarefas cognitivas; humores e estados emocionais das pessoas, suas atitudes em diferentes ambientes e a probabilidade de lá permanecerem (HANGREAVES, 2005, s/p.).
 Mas é preciso saber que a música é muito mais do que o som pronto que chega aos ouvidos pelas ondas do rádio. Para Consoni (2009, p. 03) “o estímulo sonoro aumenta as conexões entre os neurônios e, de acordo com cientistas de todo o mundo, quanto maior a conexão entre os neurônios, mais brilhante será o ser humano.”
 Estudos mostram que a música evolui junto à evolução do homem, visto que desde os tempos primórdios o ser humano já produzia sons. Os sons produzidos por ancestrais provavelmente surgiram a partir de ruídos provindos da natureza e do próprio corpo como por exemplo: o barulho da chuva, do vento que parece uma música, dos raios e trovões e o som produzido pelos animais se locomovendo, grunhindo, uivando e pelas plantas ao serem tocadas.
 O corpo também produz sons, pois ao estalar os dedos, bater as mãos, os pés, se está produzindo sons, se está comunicando de forma corporal. Sendo assim pode-se dizer que se produz música sempre que se move os membros.
 Nota-se que houve uma evolução musical muito grande desde os tempos primórdios da raça humana. Pois, se os primeiros Homens iniciaram a sua comunicação através de grunhidos que imitavam animais e sons de elementos da natureza a fim de se comunicar pois Segundo Oliveira (1999, p. 42), “é a necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da linguagem”. Com o passar do tempo e o crescer e dispersar da humanidade fez com que os primeiros instrumentos musicais começassem a ser criados com o intuito de comunicação visto que a música tem o poder de interação muito grande.
 Estudos mostram que a criação dos primeiros instrumentos musicais data do ano de 60.000 a.C. pois foi encontrado o vestígio de uma flauta de osso em uma caverna na Alemanha. Desta forma é nítido notar a importância da música no desenvolvimento humano até porque antes mesmo de nascer já se está habituado com sons como as batidas do coração da mãe e os demais ruídos internos dos seus órgãos e os sons externos que ultrapassam as barreiras do útero chegando até o feto visto que Brito (2003, p.35) diz que “podemos dizer que o processo de musicalização dos bebês e das crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música.”
2.1 A música na Educação Infantil e a sua importância no desenvolvimento infantil
 Sabe-se que a música faz parte da nossa vida desde o útero e consta-se também que a música surgiu na antiguidade a fim de facilitar a comunicação entre os povos. Para tanto, instrumentos musicais foram criados para que essa comunicação se desse cada vez de forma mais agradável e diversificada, visto que cada instrumento tem um som diferente que pode ser mais brando ou mais agudo, assim como o tom de voz.
 E assim essa arte milenar se tornou universal e faz parte do cotidiano e do desenvolvimento social e afetivo, pois a música é um forte aliado para a memória, pois estando em contato com ela em diversos momentos e ambientes diversificados como bares, restaurantes, supermercados, lojas, consultórios médicos etc. E, este contato que se mantem com a música desde a fase intrauterina é de suma importância para o desenvolvimento humano pois “o ritmo tem um papel fundamental na formação e equilíbrio do sistema nervoso, isso porque toda expressão musical ativa age sobre a mente favorecendo a descarga emocional, a relação motora e aliviando as tensões”. Consoni, (2009, p. 03).
 Mas qual é a importância da musicalização no ensino da Educação Infantil?
 Para conhecer a importância do estudo da música na Educação Infantil se faz necessário observar que para a criança ter um desenvolvimento saudável ela deve ter uma rotina de vida que faça com que ela saiba o que vai acontecer, pois a rotina possibilita à criança segurança e domínio do espaço e do tempo que passa na escola. E, para que a criança se sinta confortável e protegida neste ambiente a música é introduzida em momentos como a chegada na sala de aula, no momento do lanche e na hora da saída. Claro que há a necessidade de a música ser trabalhada em outros momentos até porque o projeto de lei nº. 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008) afirma que: “A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.”, alterando assim a lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), tendo as escolas que se adaptarem a essa realidade já desde 2008. 
 Infelizmente é de conhecimento amplo que a realidade da escola pública hoje não é esta, pois nem todas as escolas conseguem fornecer aulas de musicalização para as suas crianças como demanda a lei, mas nas escolas onde esta atividade é ministrada é visível observar o aumento do poder de memória e concentração dessas crianças assim como o estímulo do raciocínio lógico, a facilitação da socialização e o aumento da auto estima e da segurança emocional conforme H-J Koellreutter, 1997, p. 72 “A música é, em primeiro lugar, uma contribuição para o alargamento da consciência e para a modificação do homem e da sociedade”.
 A música ganha ainda mais importância quando é sentida e não arrebata somente as crianças, mas os adultos também, pois foi possível observar as mudanças no comportamento das crianças em um breve espaço de tempo em que elas tiveram a oportunidade de ter aulas de música no tempo em que houve o trabalho como estagiária em uma escola municipal de Educação Infantil no município de São Leopoldo no RS. O estágio teve duração de 02 anos e os alunos da escola iniciaram as aulas de música no segundo ano. No primeiro ano de estágio as crianças tinham aulas de artes onde aprendiam teatro, desenho e dança. A partir do segundo ano elas além das aulas de artes tinham aulas de música uma vez por semana e as aulas duravam em torno de 50 minutos.
 No início as crianças agiam de forma mais passiva, tímida, apenas como pequenos expectadores de um breve espetáculo. O que se observava eram seus olhinhos vibrantes e os pequenos corpinhos mexendo de forma lenta e descoordenada ao ritmo da canção entoada pelo professor. 
 A partir da 3ª, 4ª aula já era visível a diferença na postura dos pequenos. Aqueles seres passivos e apenas meros expectadores começaram aos poucos a se tornarem personagens do espetáculo entoando as canções propostas, tocando os instrumentos, fazendo parte do show. No decorrer das aulas ficou explícito a mudança nas crianças. A concentração, a expressão corporal a habilidade de pegar objetos e além disso tentar tirar sons de objetos diversos como baldes, pequenos galhos encontrados pelo pátio, potes, enfim, uma infinidade de possibilidades era criada pelas crianças a fim de produzir seu próprio som, seu ritmo, seu espetáculo. Esta desenvoltura dos alunos faz refletir sobre o que diz H-J Koellreutter 1954 p. 33 sobre a liberdade de criação e expressão dos pequenos quando ele fala:
Sabemos que é necessário libertar a educação e o ensino artísticos de métodos obtusos, que ainda oprimem os nossos jovens e esmagam neles o que possuem de melhor; A fadiga e a monotonia de exercícios conduzem a mecanização tanto dos professores quanto dos discípulos.(KOELLREUTTER, 1954 p.33)
 Lembrando dos momentos de integração e aprendizado nota-se como foi fascinante, enriquecedore muito prazeroso o tempo ao qual foram observadas as aulas de musicalização e o que ficou foi o aprendizado, este não apenas das crianças e sim, dos professores que puderam notar de forma tão nítida a mudança nos alunos, a motricidade, a maturação da coordenação motora pode ser observada pela harmonia de movimentos corporais em uma união de movimentos sincronizados como em um ritmo musical. A capacidade de produzir e apreciar ritmo de forma informal, livre de amarras e o mais lindo de se presenciar foi a integração dos pequenos ao ajudar os coleguinhas inclusivos a segurar algum instrumento ou tocar uma música para eles. Ver nos alunos a consciência de ajudar o próximo, ensinar, estar junto, integrar nas atividades propostas, tudo isso foi além da música, foi um aprendizado universal e de grande valia para todos os envolvidos no processo educacional. Vale ressaltar também que é de suma importância a participação das crianças na criação e no desenvolvimento das atividades propostas, pois segundo DIAS;
A ideia central é que as atividades planejadas devem contar com a participação ativa das crianças garantindo às mesmas a construção das noções de tempo e de espaço, possibilitando-lhes a compreensão do modo como as situações são organizadas e, sobretudo, permitindo ricas e variadas interações sociais. (DIAS, 2010, p. 13 apud, 2013, p.2).
 A partir deste momento se criou um olhar mais minucioso, sobre a musicalização, sobre a importância da música, sobre os benefícios que a mesma trás para os pequenos, o desenvolvimento esperado, achava-se um grande aliado para desenvolver a criatividade, a afetividade, a coordenação motora e a linguagem.
2.2 A música e o desenvolvimento sócio afetivo
 A professora foi usando produções musicais variadas, não apenas vinculadas ao ambiente sonoro, mas de origens diversas, como as que as crianças traziam, de cunho folclóricos, mostrando o novo, o diferente, saindo do que a mídia apresentava as crianças. Desta forma pode-se ver aos poucos as crianças formando sua própria identidade, podendo assim identificar as diferenças dentre os outros, e aos poucos, cada um no seu tempo e do seu jeito vai buscando integrar-se com as demais crianças. A autoestima como também a auto realização tem papel fundamental, pois a partir dali, conseguem aceitar suas limitações e capacidades e assim estas serem trabalhadas durante o processo educacional.
 É encantador ver cada criança, se descobrindo e descobrindo o outro, a cumplicidade, as afinidades, os gostos parecidos se salientam neste momento, a segurança que a música trás com a auto confiança, depois de algumas semanas de aula elas já escolhem músicas, já sabem quais os instrumentos mais gostam, qual o ritmo preferido, mas também aprendem a ouvir e respeitar o gosto do colega. A música tem este poder mágico de envolver e encantar, dar liberdade, mas sem desrespeitar o outro.
3. METODOLOGIA
 A metodologia utilizada para a presente pesquisa se dá através de pesquisa bibliográfica como leituras de livros, artigos, leituras e pesquisas de periódicos na internet. Além disso há também a pesquisa de campo e a descrição das observações realizadas durante dois anos nas aulas de musicalização realizadas na escola de Educação Infantil Municipal localizada no município de São Leopoldo no RS. 
	As questões que nortearam a presente pesquisa se deram em torno de questionamentos tais como:
•	Como ocorre o processo de aprendizagem das crianças que tem aula de musicalização?
•	Quais as metodologias mais adequadas para as aulas de musicalização com crianças de dois a quatro anos?
•	Quais são os benefícios das aulas de musicalização na educação Infantil entre os dois e quatro anos?
 A pesquisa bibliográfica se deu a fim de investigar quais são os benefícios das aulas de musicalização para os alunos da Educação Infantil e a pesquisa de campo se deu a fim de averiguar o progresso intelectual e motor destes alunos. Com a pesquisa bibliográfica é possível verificar que o desenvolvimento mental e motor das crianças é surpreendente, a melhora das atividades cognitivas e sociais cresce e se desenvolve de forma mais rápida e ampla do que a das crianças que não tem aulas de musicalização. E, para acrescer o que as pesquisas bibliográficas informam a professora de música dos alunos que trabalha já na área de educação Infantil há 10 anos diz em conversa informal durante as observações que o crescimento dos alunos, além da felicidade destes durante as aulas de música é surpreendente e muito gratificante. Ela fala ainda que como professora de educação Infantil e observando o desenvolvimento dos alunos e também a fala de suas colegas de profissão é visível notar a diferença que há no desenvolvimento de crianças que tem aulas de música.
 Tendo em vista este relato da professora nota-se que este trabalho não termina aqui, se faz necessário continuar pesquisando, buscando entender e mostrar a importância da música para o desenvolvimento de cada criança, seja ela de inclusão ou não, visto que é de suma importância pesquisar para obter o resultado sobre algo, mas para isso, se tem que saber como pesquisar. Segundo Ferreira, (2009, p. 44): (...) entendo a pesquisa como a ação intencional e metodologicamente estruturada na busca de uma resposta para uma pergunta previamente elaborada. (...) Trata-se de uma atividade coletiva, cuja função primordial é atribuir sentidos ao cotidiano.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Depois desta experiência tão maravilhosa e enriquecedora fica claro observar que as aulas de musicalização nas escolas são imprescindíveis e, embora não haja profissionais da música para atender os alunos independente dos motivos, cabe aos professores que atendem a turma trabalharem de forma simples, porém amistosa a música, o ritmo, a alegria. Mesmo que sem instrumentos musicais, pois a intenção não é criar musicistas, não é apresentar alunos em um recital filarmônico, o que se quer é mostrar aos alunos que todo objeto é passível de criar som, de fazer música, de dar ritmo, alegria e diversão e desenvolvimento como cita H-J Koellreutter, 1997, p.31
 Não há normas, nem fórmulas, nem regras que possam salvar uma obra de arte, na qual não vive o poder da invenção. É necessário que o aluno compreenda a importância da personalidade e da formação do caráter para o valor da atuação artística e que na criação de novas ideias reside o valor do artista.(KELLREUTTER, 1997, p.31)
 É de suma importância observar que todo o som criado por nós através do corpo e com objetos dos mais variados para desenvolver a cognição, a motricidade e aprender a integração. E, se no futuro algum aluno vier a ser um instrumentista, maior ainda será o orgulho, a sensação de dever cumprido de saber que se fez parte da história de criação deste ser tão especial.
 Enquanto isto, embora seja de conhecimento dos profissionais de educação que a lei coloca em vigor a musicalização nas escolas, até hoje se nota que a maioria das instituições só usa a música pra facilitar algumas atividades e ordens, como ajudar a guardar os brinquedos o que se torna mais agradável e animador com a música, o ir ao refeitório, a acolhida de chegada e de despedida. Mas, se todos entendessem a importância que a música tem para a criança, não a usariam apenas para alguns momentos, mas sim, se aprofundariam para assim poder usá-la como sua aliada, Paula Calçade em 18/07/2018 escreveu na Revista Nova Escola.org.br
O professor precisa aprofundar-se no conhecimento da sua matéria, precisa saber história do seu campo de conhecimentos, seus questionamentos atuais, suas fragilidades, refinar os conhecimentos que tem sobre a estrutura da sua disciplina, atualizar os seus estudos, pois quanto mais ele sabe mais ele pode ensinar os seus alunos, adotando uma postura de pesquisar.( CALÇADE em 18/07/2018 escreveu na Revista Nova Escola.org.br)
 Para tanto se faz necessário buscar entender e conhecer o quanto a música trabalha e desenvolve a criança.Durante as aulas foi possível observar que no início as crianças, quase não cantavam, eram mais ouvintes, tinham vergonha, dificuldade de se expressar, de cantar, mas com desenvolver das atividades, foram desenvolvendo melhor a fala, perdendo a vergonha, demonstrando maior interesse, desenvoltura, evoluindo a cada canção e atividade. A música é complexa, desenvolve vários conjuntos de operações cognitivas como afirma Pederiva, 2006, p.85 a música engloba diferentes padrões.
A audição de uma música é também uma tarefa extremamente complexa já que engloba diferentes padrões, associações, emoções, expectativas, entre outras coisas. Isto envolve um conjunto de operações cognitivas e perceptivas, que são representadas no sistema nervoso central. (PEDERIVA, 2006, P.85)
 Sendo assim, deixa-se então aqui o convite aos colegas professores para que estes em conjunto com os seus alunos não tenham medo de ousar, de sair de seu casulo, de sua zona de conforto, que estes criem música com ou sem instrumentos, que façam projetos em que o som seja criado de forma livre, criativa, desenvolta e prazerosa para que assim ambos, docentes e discentes tenham uma maior desenvoltura no que diz respeito ao ser em seu habitat social, como ser que integra e se integra na sociedade e em sua desenvoltura física e psíquica, pois conforme H-J Koellreutter, 1997, p.41
Orienta e guia o aluno, não o obrigando, porém, a sujeitar-se à tradição, valendo-se do diálogo e de estudos concernentes àquilo que há de existir ou pode existir, ou se receia que exista. Um sistema educacional em que não se “educa”, no sentido tradicional, mas, sim, em que se conscientiza e “orienta” os alunos através do diálogo e do debate. (KOELLREUTTER, 1997, P.41)
 Não se pode esperar que uma lei que já deveria estar em vigor chegue até a escola, cabe aos envolvidos no processo educativo implementar junto aos alunos novas formas de ensino, por eles e por todo uma sociedade que só tem a ganhar com o desenvolvimento de todos os envolvidos neste sonho lindo de aprendizado e amor.
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, v.1, v.2, 1998.
TECA, Alencar de Brito; KOELLREUTTER, Hans J. Ideias de mundo, de música, de educação. São Paulo: Peirópolis, 2015. 1ª ed.
TECA, Alencar de Brito; KOELLREUTTER, Hans J. KOELLREUTTER educador; o humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Peirópolis, 2019. 2ª ed.
THIESSEN, Maria Lucia; Beal, Ana Rosa. Pré-Escola, Tempo de Educar. São Paulo: Ática, 1998. 1ª ed.
Disponível em <http://www.abemeducacaomusical.com.br/artsg2.asp?id=20> Acesso em 18 de novembro de 2019.
Disponível em <www.blog.redepedagogica.com.br> Acesso em: 15 de novembro de 2019.
Disponível em <http://espacosepraticasnaeducacao.blogspot.com/2014/09/rotina.html> Acesso em 10 de dezembro de 2019.
Disponível em <http://www.faesi.com.br/nucleo-de-pesquisa-cientifica/75-portal-do-saber/224-a-importancia-do-ensino-de-libras-na-educacao-fundamental > Acesso em 05 de dezembro de 2019.
Disponível em <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118558/carvalhojunior_l_tcc_rcla.pdf?sequence=1&isAllowed=y > Acesso em 10 de dezembro de 2019.
Disponível em <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/28/11122013185355.pdf > Acesso em 05 de dezembro de 2019.
¹ Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de
Curso Pedagogia – 01/2020.
² Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.

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