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MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 2 Assim os autores têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras definições dentre as quais se destacam: "É a aplicação de conhecimentos médicos aos problemas judiciais". (Nério Rojas) "É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do Direito". (Buchner) "É a arte de pôr os conceitos médicos ao serviço da administração da justiça". (Lacassagne) "É o estudo do homem são ou doente, vivo ou morto, somente naquilo que possa formar assunto de questões forenses". (De Crecchio) "É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências médicas para dar respostas às questões jurídicas". (Bonnet) "É a aplicação dos conhecimentos médico - biológicos na elaboração e execução das leis que deles carecem". (F. Favero) "É o conjunto de conhecimentos médicos e para médicos destinados a servir ao direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada". (Hélio Gomes) “É a contribuição da medicina, da tecnologia e outras ciências afins, às questões do Direito na elaboração das leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina”. (França) A Medicina Legal é uma especialidade pluralista porque aplica o conhecimento de diversos ramos da medicina às necessidades do direito. Por todas as pecularidades, a Medicina Legal foi reconhecida como especialidade médica pelo CFM em sua Resolução 1845/2008. 1.1. O TRABALHO MÉDICO-LEGAL O trabalho médico legal é realizado através do exame pericial que pode ser tanto no indivíduo vivo quanto no morto ou em amostras biológicas. 1) Exame no vivo: como principal objetivo constatar se houve dano à pessoa, qual o tipo de dano e qual a gravidade. Ex. Lesões corporais e crimes sexuais. 2) Exame no morto: tem como finalidade avaliar a realidade da morte e a sua causa. 3) Exame em amostras biológicas: tanto na área civil quanto na criminal. Ex. DNA, exames toxicológicos, etc. 1.2. IMPORTÂNCIA MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 3 Como salientou M. Tourdes: A importância da medicina legal resulta da própria gravidade dos interesses que lhe são conferidos; não é exagero dizer que a honra e a liberdade e até a vida dos cidadãos pode depender de suas decisões. Sua eficiência está bem caracterizada na sua definição; contribuir do ponto de vista médico para a elaboração, interpretação e aplicação das leis. O estudo da Medicina Legal é de real importância tanto para os operadores do direito quanto para os médicos. Os primeiros devem ter conhecimento da matéria para principalmente, saberem pedir, formular os quesitos duvidosos e, muito mais, saberem interpretar os laudos periciais, isto é, aquilo que o médico respondeu. Para os médicos bastam conhecimentos mínimos básicos, doutrinários, não necessitam saber técnicas e métodos complicados que só interessam aos peritos, analistas, toxicólogos, sexologistas, etc. 1.3. DIVISÃO • MEDICINA LEGAL GERAL – Estuda os deveres (Deontologia Médica) e os direitos (Diceologia Médica). São deveres do médico, por exemplo, manter sigilo sobre os seus diagnósticos e atestar óbitos de causa natural. São direitos do médico, por exemplo, cobrar honorários (ainda que por via judicial) e não atender a quem ele não queira (a não ser nos casos de urgência e emergência, ou quando não haja outro médico para realizar o atendimento). • MEDICINA LEGAL ESPECIAL – trata dos diferentes capítulos ou subáreas do conhecimento da Medicina Legal: Para maior facilidade de estudo dividiremos a Medicina Legal em várias partes, a saber: A) Antropologia Forense: estuda a identidade e a identificação do homem (aula 03);. B) Traumatologia Forense : trata das lesões corporais sob o ponto de vista jurídico e das energias causadoras do dano (aula 00 e 02); C) Sexologia Forense: vê a sexualidade sob o ponto de vista normal, anormal e criminoso (aula 04); D) Tanatologia Forense: estudo da morte e do morto, o diagnóstico, a data, a morte súbita, a morte agônica, a necropsia médico legal, a exumação e o embalsamento e as lesões post-mortem (aula 05), E) Toxicologia Forense: É o estudo dos venenos, envenenamentos, intoxicações médicas legais, abuso de drogas, e etc. (aula 06); MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 4 F) Psicologia Judiciária: É o estudo da capacidade civil e responsabilidade penal, psicologia do testemunho e da confissão, inteligência, fatores e avaliação. G) Psiquiatria Forense : É o estudo das doenças mentais, psicoses, psiconeuroses, personalidades psicopatias, simulação, dissimulação etc. H) Infortunística: Estuda os acidentes do trabalho, doenças profissionais. 1) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Dentro das diversas áreas da Medicina Legal, pode-se dizer que a pesquisa da reação de natureza vital nas vítimas é abordada de modo mais específico na A) Tanatologia. B) Vitimologia. C) Infortunística. D) Traumatologia. E) Criminalística. RESPOSTA A. “reação de natureza vital” diz respeito às lesões que ocorreram antes morte, ou seja, o corpo reage a agressão sofrida, o que obviamente não acontece em uma pessoa que já está morta. Esse assunto é estudado na tanatologia e vamos aprofundar mais nisso na aula 05, pois está no edital. A vitimologia é estudada na criminologia, então não tem nada a ver com medicina legal. A criminalística tem várias definições, é considerada uma ciência autônoma, que analisa os aspectos materiais do ilícito penal a fim de dar a materialidade e autoria do crime. Infortunística e Traumatologia estão definidas acima. 2) VUNESP/AUXILIAR DE NECROPSIA/2014/PCSP Em relação à Medicina Legal, é correto afirmar que A) é a ciência aplicada aos fatos que ocorrem somente após a morte do ser humano. B) o estudo das doenças mentais não faz parte das disciplinas da Medicina Legal. C) não é especialidade médica, mas sim, uma carreira policial. D) Tanatologia e Medicina Legal são sinônimos. E) é a aplicação dos conhecimentos médicos aos problemas judiciais. RESPOSTA E. Mais uma da VUNESP! A) ERRADO. A idéia de muita gente é que a medicina legal só estuda o morto, o que é um engano, conforme veremos adiante. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 5 B) ERRADO. Ora, acabamos de ver que a psicologia e a psiquiatria forense são áreas da medicina legal. C) ERRADO. A medicina legal é um especialidade médica reconhecida pelo CRM. D) ERRADO. A tanatologia é uma das áreas da medicina legal. E) CORRETO. 2. PERÍCIAS E PERITOS 2.1. PERÍCIA (definição) É todo exame realizado com a finalidade de esclarecer fatos de interesse da justiça. A perícia é uma diligência de caráter técnico-especializado, podendo ser realizadas nos vivos, nos mortos, em animais e objetos. Os dispositivos legais que tratam da perícia são os artigos 155 a 184 e 275 a 281 do CPP. Como vi no edital que esses artigos estão na parte de Direito, não vamos estudá-los aqui. Existem perícias em diferentes âmbitos, dependendo da natureza e da finalidade do exame: - Perícias criminais: são aquelas decorrentes de um evento delituoso. Muito gente acha que no IML só vai gente morta. É um engano! De uma maneira geral, cerca de 80% das perícias no IML são realizadas no vivo e apenas 20%no morto. Exemplo de perícias: lesão corporal, embriaguez, conjunção carnal, ato libidinoso, perícia de aborto, sanidade mental, sanidade física, perícia de idade, antropologia forense, necrópsia, etc. - Perícias cíveis: relacionadas com a esfera cível como nos casos de responsabilidade profissional, arbitramento de honorários etc. - Perícias trabalhistas ou infortunística: para averiguação de acidentes de trabalho, doenças profissionais e laborais. - Perícias securitárias: prestam-se para efeito de recebimento de seguro. Ex. Seguro DPVAT. 2.2. INICIATIVA DA PERÍCIA A perícia médico-legal pode ser solicitada pela Autoridade Policial (delegados de polícia), pela Autoridade Judiciária e Presidente do Inquérito Policial Militar. 2.3 PERITOS É um apreciador técnico, assessor da autoridade. É o técnico ou especialista que opina sobre as questões que lhe são submetidas pela MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 6 Autoridade Policial, a fim de direcionar suas investigações, ou pela Autoridade Judiciária, para propiciar ao julgador formar a sua convicção. Segundo o CPP, o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Obs: Art. 159 CPP definia a necessidade de 2 peritos para a realização de exames de corpo de delito e outras perícias. Porém, com a edição da Lei nº 11.690, de 09 de junho de 2008, será necessária a presença de 1 perito. Cabe a este profissional elaborar o laudo pericial criminal, organizando provas e determinando as causas dos fatos. Examinando locais de crime, buscando evidências, selecionando e coletando indícios materiais e encaminhando peças para exames com ou sem quesitos. Reconstituem fatos, analisam peças, materiais, documentos e outros vestígios relacionados a crimes, fotografando e identificando as peças e materiais e definindo tipo de exame. Efetuam medições e ensaios laboratoriais, utilizando e desenvolvendo técnicas e métodos científicos. 2.4 PERITOS OFICIAIS São aquele que exercem este mister por atribuição de cargos públicos. Segundo o artigo 5° da Lei 12.030/09 “..são peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação superior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por área de atuação profissional”. 2.5 PERITOS NÃO OFICIAIS (Ad-hoc) São aqueles designados pela autoridade para suprirem a falta de peritos oficiais. São peritos habilitados (não existem mais os peritos leigos). Antes de realizarem a perícia, prestam o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo que lhes é confiado. Podem também receber a denominação de Peritos Louvados. A perícia deverá ser feita por um perito oficial. Entretanto, em sua falta, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame (art 159 CPP). 3) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 No que se refere à perícia médica, julgue os itens subsequentes. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 7 O perito nomeado em um processo civil poderá delegar suas funções a outro profissional, desde que este profissional possua conhecimento específico a respeito do caso em análise. RESPOSTA E. A função do perito é pessoal e indelegável, portanto seu trabalho é de sua exclusiva responsabilidade. 4) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 Ao perito é assegurado o direito de ouvir testemunhas e recorrer a qualquer outra fonte de informação que possa orientar seu trabalho. RESPOSTA C. O item traz um entendimento previsto no art. 429, do Código de Processo Civil, que diz: “Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças”. 2.6 ASSISTENTES TÉCNICOS São profissionais de confiança da parte que o indicou. Não estão sujeitos aos impedimentos ou suspeições previstos em nossos códigos. Elaboram seus pareceres com correção técnica porque têm compromisso com a verdade técnica, esclarecendo pontos específicos distantes do conhecimento do magistrado. São também suas funções: acompanhar o desenrolar da prova pericial, apresentar sugestões, ajudar na formulação de quesitos, criticar o laudo do perito oficial mediante parecer técnico fundamentado etc. 5) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 A medicina legal é o campo da ciência médica que faz a interface entre a medicina e o direito, razão por que é necessária a observância de protocolos rígidos tanto na realização de perícias quanto na confecção dos respectivos laudos, pois estes são utilizados nas áreas penal, cível, trabalhista, administrativa e securitária, e informalidades poderiam levar o laudo à perda de confiabilidade e serventia. Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem. Não se pode alegar suspeição do perito por vínculo com a parte, no caso de este ser assistente técnico. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 8 RESPOSTA C. O CESPE comentou essa questão pois algum candidato entrou com recurso. Veja a justificativa da banca “Como o assistente técnico é perito da parte e não do juízo, o vínculo deste com a parte é admitido. Portanto não se enquadra no inciso 3º do artigo 159 do CPP. O perito oficial é do juízo, e o assistente técnico é o perito indicado pela parte, a qual mantém vínculo. Não se pode igualar o assistente técnico à testemunha, sendo ele perito, porém não oficial”. 6) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Segundo normatização do Ministério da Saúde, a necropsia de vítima de morte suspeita ou violenta deve ser realizada por médico legista no Instituto Médico Legal (IML). Na hipótese de não haver IML na localidade em questão, recomenda-se que a declaração de óbito seja emitida da seguinte forma: A) o corpo deverá ser transportado para a cidade mais próxima que disponha de IML. B) o médico legista da localidade mais próxima deverá ir até o local para emitir a declaração de óbito. C) excepcionalmente, por qualquer médico do SUS local. D) neste caso, qualquer médico pode emitir a declaração de óbito como “morte sem assistência médica”. E) poderá ser emitida por um médico não legista da localidade, desde que investido pela autoridade judicial ou policial como perito eventual (ad hoc). RESPOSTA E. A questão considerou a assertiva E como resposta, mas não é o que diz o § 1° do artigo 159 do CPP: Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. A banca considerou um médico, mas pelo CPP o exame deveria ser realizado por duas pessoas. Infelizmente em concurso temos que escolher a assertiva menos ruim. Essa questão não foi anulada. 3. CORPO DE DELITO De acordo com o art. 158-CPP, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, nãopodendo supri-lo a confissão do acusado. É a materialidade do delito (crime). É o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal. É tudo que pode ser visto, ouvido, tocado, cheirado ou degustado. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 9 3.1 EXAME DE CORPO DE DELITO O exame de corpo de delito direto é aquele realizado por perito para provar a materialidade do crime. É o conjunto de meios materiais de comprovação da existência dos elementos essenciais de um fato típico. Não se deve confundir corpo de delito com corpo da vítima, levando-se em conta o fato elementar que este último é apenas um dos elementos sobre o qual o exame pericial buscará os vestígios materiais que tenham relação com o fato delituoso. Pode ser DIRETO ou INDIRETO. DIRETO - É o exame do elemento corporal, material, que demonstra e comprova a existência real e material da infração. INDIRETO - É feito por meio de informações, depoimentos, filmes e objetos. A autoridade oficia o hospital para que este envie o BAM – Boletim de Atendimento Médico (não sendo caso de internação ou CTI) ou o prontuário (se foi caso de internação ou CTI). 7) PC-SP/DELEGADO DE POLICIA/2011 Perícia médico-legal baseada exclusivamente em prontuários médicos denomina-se: A) complementar B) indireta C) documental D) subsidiária E) direta RESPOSTA: B. O exame está sendo realizado de forma indireta então a resposta é a letra B. 8) FUMARC/MEDICO LEGISTA/PCMG 2013 É correto o que se afirma, EXCETO em: A) Pericia percipiendi é aquela em que o perito é chamado para conferir, técnica e cientificamente, um fato sob a ótica quantitativa e qualitativa. B) A perícia, segundo seu modo de realizar-se, pode ser sobre o fato a analisar (pericia deducendi) ou sobre uma perícia já realizada (pericia percipiendi). C) Pericia deducendi é a análise feita sobre fatos pretéritos com relação àqueles sobre os quais possa existir contestação ou discordância das partes ou do julgador. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 10 D) Define-se perícia médico-legal como um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça. RESPOSTA B. Essa questão foi tirada do livro do França, 2011 pag. 12. A perícia segundo seu modo de realizar-se pode ser sobre o fato a analisar (pericia percipiendi) ou sobre uma perícia já realizada (pericia deducendi). A banca trocou os conceitos na letra B. Todas as outras alternativas estão corretas. 4. NECROPSIA, INSPEÇÕES INTERNA E EXTERNA DO CADÁVER Exame necroscópico, autópsia, necroscopia, tanatoscopia ou necropsia são termos semelhantes na prática médico-legal. No entanto, a expressão necrotomopsia seria a mais correta (estudar o morte por cortes). É o conjunto de operações que tem como meta fundamental evidenciar a causa mortis. A necropsia é a maior de todas as perícias médico-legais. Oscar de Castro chamava-a de “a perícia das perícias”. Em toda morte ocorrida por causa externa, ou seja, não natural e ainda nos casos de morte suspeita, o exame necroscópico é obrigatório e deve ser realizado nos IMLs. Tem por finalidade determinar a causa da morte para elaboração da Declaração de Óbito. A obrigatoriedade e a necessidade da necropsia nos casos de morte violenta estão disciplinadas no artigo 162 do CPP. Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. 9) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 Na necropsia médico-legal, indicações, tais quais como morte súbita e morte suspeita são aceitáveis; o aguardo de seis horas após a morte para o início da necropsia é requisito mandatório; e a técnica a ser utilizada na abertura das cavidades torácica e abdominal do cadáver é de livre escolha pelo médico- legista. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 11 RESPOSTA E. O CPP (art. 162) faculta a realização de necropsia antes de seis horas, portanto o aguardo é facultativo e não mandatório. A necrópsia médico-legal além de determinar a morte violenta ou a morte de causa suspeita, pode fornecer, subsídios para que certos fatos de interesse da justiça sejam revelados, tais como a causa jurídica da morte, o tempo estimado de morte, a identificação do morto e outros procedimentos que exijam a prática médico-legal corrente. A morte violenta é aquela resultante de uma ação exógena e lesiva, ou que tal ação tenha concorrido para agravar uma patologia existente, pouco valendo se a morte seja imediata ou tardia, mas desde que haja relação de causa e efeito entre a agressão e a morte. Tem origem por ação externa (“vindas de fora”) nas quais se incluem o homicídio, o suicídio e o acidente. Morte natural, mais bem denominada morte por antecedentes patológicos, é aquela oriunda de um estado mórbido adquirido ou de uma perturbação congênita. A morte suspeita é aquela que ocorre de forma duvidosa e sobre o qual não se tem evidência de ter sido de causa natural ou de causa violenta. Esse tipo de morte atualmente é transferido para a responsabilidade médico- legal pela Resolução do Conselho Federal de Medicina. Esses tipos de morte podem ter ocorrência imediata (súbita), mediata ou agônica. Morte súbita é aquela de efeito imediato e instantâneo, havendo entre seu início e fim apenas alguns minutos, não dando tempo para um atendimento mais efetivo. Morte mediata é a que possibilita à vítima sobrevivência de algumas horas, mas que lhe proporcionou alguma forma de providência. Morte agônica ou tardia é aquela que se arrasta por dias ou semanas após a eclosão de sua causa básica. Técnica A necropsia compreende a inspeção externa e interna. Inspeção Externa Nas necropsias forenses tudo tem relevância no exame externo, desde uma simples tatuagem até picadas de injeção encontradas nas pregas dos cotovelos ou nas regiões deltoides, porque em algumas situações podem ser de fundamental importância para a elucidação de certos fatos. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 12 O exame externo compreende tanto o exame de conjunto quanto o exame dos grandes segmentos do corpo. Exame de conjunto tem por finalidade a descrição dos elementos para um identificação, principalmente nos casos de cadáveres desconhecidos, e a descrição dos sinais de óbito, que começam a se evidenciar decorridas 6 horas do óbito. Nos casos em que a morte estiver devidamente evidenciada, os peritos devem descrever nos próprios Autos o procedimento mais precoce. É no exame de conjunto que os peritos descrevem o sexo, a compleição física, a estatura, a idade aparente. É também no exame de conjunto que são tomadas as impressões digitais. Seguindo o exame de conjunto, passa-se ao exame dos grandes seguimentos, ou seja, à descrição dos seguimentos na seguinte ordem: cabeça, pescoço, toráx,abdome, membros superiores, membros inferiores, dorso do cadáver e genitália externa. Na cabeça deverão ser examinadas a cor, a distribuição, a forma e algumas particularidades em relação aos cabelos, bem como a presença de deformidades, ferimentos e aspectos do couro cabeludo, dando maior atenção às lesões violentas eventualmente encontradas. As lesões mais importantes devem ser fotografadas ou representadas por esquemas que deverão ser anexados aos Autos. A face também deve ser examinada. Sendo de fundamental importância descrição da disposição das pálpebras – abertas, semi-abertas ou fechadas – bem como, da cor da íris e da esclerótica, do aspecto das córneas e das conjuntivas e da abertura das pupilas. Da mesma forma, deve ser observado se dos orifícios naturais flui algum líquido, bem como sua consistência e tonalidade. Em relação ao exame do pescoço deve ser observada sua movimentação, com o fim de evidenciar quaisquer fraturas na coluna cervical, bem como toda a sua superfície em busca de ferimentos, sulcos, cicatrizes ou qualquer outro sinal de violência. Quanto ao tórax deve ser descrito minuciosamente sua conformação, sendo que o abdome deverá ser estudado observando o seu grau de distensão ou de depressão, como também manchas, cicatrizes e lesões traumáticas. Os membros superiores e inferiores devem ser relatados com detalhes quanto às lesões, atitudes das mãos, deformidades, descrição das unhas e estigmas profissionais. Inspeção interna MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 14 natureza da morte e a instituição que deverá emitir a declaração de óbito são, respectivamente: A) violenta; Instituto Médico Legal. B) natural; Instituto Médico Legal. C) violenta; hospital de internação. D) natural; Serviço de Verificação de Óbitos. E) violenta; Serviço de Verificação de Óbitos. RESPOSTA A. Não importa o tempo que ele ficou internado, se houve o nexo causal entre o acidente e a morte, então foi uma morte violenta que é competência do IML. 11) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Jovem do sexo masculino, 30 anos, foi atropelado na via pública por um ônibus, sofrendo trauma cranioencefálico, com hematoma extradural. Foi socorrido, submetido à craniotomia, com drenagem do hematoma. Recuperou-se do coma, porém ficou internado por 2 meses, tendo broncopneumonia, sepse e veio a óbito. Neste caso, a declaração de óbito deverá ser emitida A) no SVO, pois o evento final foi de causa natural. B) pelo plantonista do hospital no momento do óbito. C) pelo neurocirurgião que operou o paciente. D) pelo médico plantonista que deu o primeiro atendimento pós-acidente. E) no IML, pelo nexo-causal entre o acidente e a causa do óbito. RESPOSTA E. Viram como as questões se repetem? Essa questão da VUNESP é muito parecida com a anterior. 12) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Mulher de 80 anos teve mal súbito, de causa indeterminada, tendo sido socorrida e levada ao pronto atendimento pelo SAMU, onde chegou em parada cardiorrespiratória (PCR) e óbito. Como antecedente, era hipertensa, diabética e teve queda da própria altura há 6 meses, no banheiro, com fratura de fêmur, sendo submetida a tratamento cirúrgico. Teve boa recuperação, alta hospitalar, em tratamento fisioterápico e já deambulando normalmente. Neste caso, é mais aconselhável que a declaração de óbito seja emitida A) pelo médico do pronto atendimento, que atendeu a paciente em PCR. B) no SVO, por provável causa natural. C) no IML, pelo antecedente de trauma com fratura. D) pelo ortopedista, que apenas operou a paciente. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 15 E) pelo médico do SAMU, chamado ao domicílio. RESPOSTA B. A questão deu as dicas, você tem que saber extrai-las. Se foi morta natural, sem assistência médica, então a competência é do SVO. 13) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP A declaração de óbito pode ser preenchida como “morte de causa indeterminada” pelo médico A) que acompanhava o paciente. B) da Unidade Básica de Saúde mais próxima. C) legista ou patologista, mediante necropsia. D) do SAMU que primeiro socorreu o paciente. E) do pronto atendimento, onde o paciente deu entrada. RESPOSTA C. Nem sempre é possível chegar a um diagnóstico sobre a causa da morte. Há mortes cuja causa permanece indeterminada mesmo depois da autópsia médico-legal. A morte de causa indeterminada ou “necropsia branca” é o caso que mesmo após uma necropsia, podem os peritos ou patologistas não chegar à conclusão da causa mortis. Seja por razões da limitação da ciência, seja por fenômenos transformativos do cadáver, seja por condições pessoais ou estruturais na prática do exame. 14) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Durante a necropsia, caso haja necessidade da coleta de fragmentos das vísceras para exame anatomopatológico, deve-se acondicionar o material em frasco A) vazio e preservar sob congelamento. B) vazio e manter à temperatura ambiente. C) contendo formol a 10%, à temperatura ambiente. D) vazio e preservar sob refrigeração. E) contendo formol puro à temperatura ambiente. RESPOSTA C. O formol (10%) conserva os tecidos para que seja feito o exame pelo patologista. No laboratório, o tecido é colocado em blocos de parafina, cortado em cortes muitos finos, colocados numa lâmina e corados para que que só assim possam ser vistos no microscópio. Agora vamos falar sobre autópsia virtual (alguns chamam de virtopsia) que utiliza a tomografia computorizada e uma unidade de Ressonância Magnética e é um dos métodos de investigação mais recentes na medicina MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 17 causa jurídica da morte é de fundamental importância no campo securitário, porque muitas apólices excluem a premiação no caso de suicídio e a majoram no caso de acidente. RESPOSTA C. Veja que o laudo médico-legal dá a condição ao operador do direito (juiz, delegado, promotor) definir a causa jurídica da morte, porque a medicina legal dá a causa médico-legal da morte. 16) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Na necropsia de vítima de morte violenta, a identificação de multiplicidade de lesões caracteriza como pouco provável a seguinte causa jurídica de morte: A) latrocínio. B) acidente. C) suicídio. D) homicídio. E) infanticídio. RESPOSTA C. A multiplicidade de lesões fala sempre em favor do homicídio. A prática demonstra que o acúmulo de lesões mortais numa necropsia dá a indução de homicídio ou acidente, podendo, inclusive, afastar-se a hipótese de suicídio. Assim, se alguém apresentar um ferimento letal na cabeça e outro no coração, com uma mesma arma ou armas diversas, é mais difícil se pensar em suicídio. O homicídio pode ser definido como a morte voluntária ou involuntária de alguém realizada por outrem. No homicídio doloso o perito esclarecerá à Justiça: o nexo causal entre a agressão e o evento morte; o meio empregado; o estado mental do homicida; sua periculosidade; se se trata de embriaguez fortuita ou preordenada; se foi cometido mediante emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel; etc O suicídio é a deserção voluntária da própria vida. A conceituação dessa modalidade jurídica exige dois elementos: um subjetivo, o desejo de morrer, outro objetivo, o resultado morte. Duas doutrinas científico-filosóficas buscam explicar a gênese do suicídio: a biológica ou psiquiátrica– à qual se filiam os médicos e os psiquiatras – e a sociológica, perfilhada pelos sociólogos e juristas. A morte acidental é representada pelos acidentes aeroviários, ferroviários, marítimos, e a grande maioria pelos veículos automotores. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 18 Diagnóstico diferencial da causa jurídica da morte consoante e o meio empregado: 1. Lesões por instrumentos cortantes: comuns no suicídio e no homicídio e só excepcialmente no acidente. 2. Lesões por instrumentos contundentes: comuns no homicídio, suicídio e acidentes. 3. Lesões por instrumentos cortocontundentes: comuns nos casos de homicídio e, excepcionalmente, acidentes. 4. Lesões por instrumentos perfurantes: comuns em homicídios e raras em casos de suicídio e acidentes. 5. Lesões por instrumentos perfurocortantes: comuns em homicídio e raras em casos de suicídios e acidentes. 6. Lesões por instrumentos perfurocontundentes: comuns em homicídio e suicídio e raras em casos de morte acidental. 7. Esmagamento: comuns nos acidentes. 8. Precipitação: comum no suicídio e no homicídio; só raramente é acidental. 9. Enforcamento: comum em casos de suicídio e raro no homicídio, é rarissimamente acidental. 10. Estrangulamento: comum em casos de homicídio, é excepcional no suicídio e nos acidentes. 11. Sufocação: comum em casos de acidentes e homicídio. 12. Afogamento: comum nos acidentes e suicídios, é raro em homicídios. 13. Envenenamento: comum em casos de suicídio, é menos frequente no homicídio e acidente. 14. Queimaduras: comum no suicídio e acidentes, são raras em homicídios. Na confirmação do diagnóstico diferencial entre homicídio, suicídio e acidente deve o perito deter-se não apenas ao exame do corpo, mas ainda ao resultado da inspeção do local da morte, realizada pela perícia criminal, subsidiando-se de todos os detalhes internos e externos e ao estudo do autor, quando houver. As lesões externas se mostram de interesse incontestável, através das chamadas lesões de defesa, geralmente encontradas nas mãos (fig.2), bordas mediais dos antebraços, pés, ombros e face palmar dos dedos. As lesões por luta são mais disparsas, sendo mais comuns na face, pescoço, tórax e abdome. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 20 E) Criminalística. 2) VUNESP/AUXILIAR DE NECROPSIA/2014/PCSP Em relação à Medicina Legal, é correto afirmar que A) é a ciência aplicada aos fatos que ocorrem somente após a morte do ser humano. B) o estudo das doenças mentais não faz parte das disciplinas da Medicina Legal. C) não é especialidade médica, mas sim, uma carreira policial. D) Tanatologia e Medicina Legal são sinônimos. E) é a aplicação dos conhecimentos médicos aos problemas judiciais. 3) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 No que se refere à perícia médica, julgue os itens subsequentes. O perito nomeado em um processo civil poderá delegar suas funções a outro profissional, desde que este profissional possua conhecimento específico a respeito do caso em análise. 4) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 Ao perito é assegurado o direito de ouvir testemunhas e recorrer a qualquer outra fonte de informação que possa orientar seu trabalho. 5) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 A medicina legal é o campo da ciência médica que faz a interface entre a medicina e o direito, razão por que é necessária a observância de protocolos rígidos tanto na realização de perícias quanto na confecção dos respectivos laudos, pois estes são utilizados nas áreas penal, cível, trabalhista, administrativa e securitária, e informalidades poderiam levar o laudo à perda de confiabilidade e serventia. Com relação a esse assunto, julgue os itens que se seguem. Não se pode alegar suspeição do perito por vínculo com a parte, no caso de este ser assistente técnico. 6) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Segundo normatização do Ministério da Saúde, a necropsia de vítima de morte suspeita ou violenta deve ser realizada por médico legista no Instituto Médico Legal (IML). Na hipótese de não haver IML na localidade em questão, recomenda-se que a declaração de óbito seja emitida da seguinte forma: A) o corpo deverá ser transportado para a cidade mais próxima que disponha de IML. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 21 B) o médico legista da localidade mais próxima deverá ir até o local para emitir a declaração de óbito. C) excepcionalmente, por qualquer médico do SUS local. D) neste caso, qualquer médico pode emitir a declaração de óbito como “morte sem assistência médica”. E) poderá ser emitida por um médico não legista da localidade, desde que investido pela autoridade judicial ou policial como perito eventual (ad hoc). 7) PC-SP/DELEGADO DE POLICIA/2011 Perícia médico-legal baseada exclusivamente em prontuários médicos denomina-se: A) complementar B) indireta C) documental D) subsidiária E) direta 8) FUMARC/MEDICO LEGISTA/PCMG 2013 É correto o que se afirma, EXCETO em: A) Pericia percipiendi é aquela em que o perito é chamado para conferir, técnica e cientificamente, um fato sob a ótica quantitativa e qualitativa. B) A perícia, segundo seu modo de realizar-se, pode ser sobre o fato a analisar (pericia deducendi) ou sobre uma perícia já realizada (pericia percipiendi). C) Pericia deducendi é a análise feita sobre fatos pretéritos com relação àqueles sobre os quais possa existir contestação ou discordância das partes ou do julgador. D) Define-se perícia médico-legal como um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça. 9) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 Na necropsia médico-legal, indicações, tais quais como morte súbita e morte suspeita são aceitáveis; o aguardo de seis horas após a morte para o início da necropsia é requisito mandatório; e a técnica a ser utilizada na abertura das cavidades torácica e abdominal do cadáver é de livre escolha pelo médico- legista. 10) VUNESP/PERITO CRIMINAL/2014/PCSP Homem de 25 anos de idade, internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em coma há 5 meses por trauma craniencefálico secundário a atropelamento, morre por tromboembolia MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 22 pulmonar decorrente da estase sanguínea pela imobilidade prolongada. A natureza da morte e a instituição que deverá emitir a declaração de óbito são, respectivamente: A) violenta; Instituto Médico Legal. B) natural; Instituto Médico Legal. C) violenta; hospital de internação. D) natural; Serviço de Verificação de Óbitos. E) violenta; Serviço de Verificação de Óbitos. 11) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Jovem do sexo masculino, 30 anos, foi atropelado na via pública por um ônibus, sofrendo trauma cranioencefálico, com hematoma extradural. Foi socorrido, submetido à craniotomia, com drenagem do hematoma. Recuperou-se do coma, porém ficou internado por 2 meses, tendo broncopneumonia, sepse e veio a óbito. Neste caso, a declaração de óbito deverá ser emitida A) no SVO, pois o evento final foi de causa natural. B) pelo plantonista do hospital no momento do óbito. C) pelo neurocirurgião que operou o paciente.D) pelo médico plantonista que deu o primeiro atendimento pós-acidente. E) no IML, pelo nexo-causal entre o acidente e a causa do óbito. 12) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Mulher de 80 anos teve mal súbito, de causa indeterminada, tendo sido socorrida e levada ao pronto atendimento pelo SAMU, onde chegou em parada cardiorrespiratória (PCR) e óbito. Como antecedente, era hipertensa, diabética e teve queda da própria altura há 6 meses, no banheiro, com fratura de fêmur, sendo submetida a tratamento cirúrgico. Teve boa recuperação, alta hospitalar, em tratamento fisioterápico e já deambulando normalmente. Neste caso, é mais aconselhável que a declaração de óbito seja emitida A) pelo médico do pronto atendimento, que atendeu a paciente em PCR. B) no SVO, por provável causa natural. C) no IML, pelo antecedente de trauma com fratura. D) pelo ortopedista, que apenas operou a paciente. E) pelo médico do SAMU, chamado ao domicílio. 13) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP A declaração de óbito pode ser preenchida como “morte de causa indeterminada” pelo médico A) que acompanhava o paciente. B) da Unidade Básica de Saúde mais próxima. MEDICINA LEGAL TEORIA E EXERCÍCIOS DELEGADO DE POLÍCIA/PCCE Aula 01 PROFESSOR GERALDO MIRANDA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Geraldo Miranda 23 C) legista ou patologista, mediante necropsia. D) do SAMU que primeiro socorreu o paciente. E) do pronto atendimento, onde o paciente deu entrada. 14) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Durante a necropsia, caso haja necessidade da coleta de fragmentos das vísceras para exame anatomopatológico, deve-se acondicionar o material em frasco A) vazio e preservar sob congelamento. B) vazio e manter à temperatura ambiente. C) contendo formol a 10%, à temperatura ambiente. D) vazio e preservar sob refrigeração. E) contendo formol puro à temperatura ambiente. 15) CESPE / Perito Criminal Federal (área 12) Medicina/PF 2013 O fato de o laudo pericial médico-legal dar condição ao operador do direito de definir a causa jurídica da morte é de fundamental importância no campo securitário, porque muitas apólices excluem a premiação no caso de suicídio e a majoram no caso de acidente. 16) VUNESP/MEDICO LEGISTA/2014/PCSP Na necropsia de vítima de morte violenta, a identificação de multiplicidade de lesões caracteriza como pouco provável a seguinte causa jurídica de morte: A) latrocínio. B) acidente. C) suicídio. D) homicídio. E) infanticídio. GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A E E C C E B B E A 11 12 13 14 15 16 E B C C C C
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