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Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis

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Análise e Interpretação das 
Demonstrações Contábeis
Análise e Interpretação 
das Demonstrações 
Contábeis
Organizado por Universidade Luterana do Brasil
Universidade Luterana do Brasil – ULBRA
Canoas, RS
2016
Nédio José Favero
Jucelaine Bitarello
Conselho Editorial EAD
Andréa de Azevedo Eick
Ângela da Rocha Rolla
Astomiro Romais
Claudiane Ramos Furtado
Dóris Gedrat
Honor de Almeida Neto
Maria Cleidia Klein Oliveira
Maria Lizete Schneider
Luiz Carlos Specht Filho
Vinicius Martins Flores
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores 
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da 
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
Dados técnicos do livro
Diagramação: Jonatan Souza
Revisão: Geórgia Marques Píppi
Para a disciplina de Análise e Interpretação das Demonstrações Contá-beis foi desenvolvido este livro de estudos com a finalidade de compre-
ensão do tema que envolve, a priori, a análise da representação e evolu-
ção econômica de empresas, independentemente ao ramo que pertençam. 
Neste contexto, o objeto de estudo é a visualização e o tratamento dado 
às demonstrações contábeis extraindo delas informações relevantes que 
interessem tanto às Pessoas Jurídicas e/ou Físicas, quanto aos governos: 
Federal, Estadual, Municipal e órgãos fiscalizadores e bancários.
O objetivo proposto é disponibilizar um livro de acessível linguagem 
conceitual e de interpretação para que o leitor consiga apoderar-se dos 
conceitos teóricos com vista ao suporte das habilidades requeridas com as 
áreas que requerem o conhecimento econômico e financeiro dos dados 
contábeis.
Em relação à problematização para os conteúdos abordados na dis-
ciplina busca-se o que segue: como a organização dos fatos contábeis, 
apresentados nas demonstrações contábeis, que são o objeto do estudo, 
serve de fonte de informações relevantes tanto do interesse interno quanto 
externo das empresas.
Este livro está estruturado em 10 capítulos com conteúdos apresenta-
dos em forma lógica da seguinte ordem: PRIMEIRO – Objetivos e finalida-
des da interpretação das demonstrações contábeis – processo de análise; 
SEGUNDO - Reestruturação das demonstrações contábeis; TERCEIRO 
- Análise vertical e horizontal; QUARTO - Indicadores da capacidade de 
pagamento: indicadores de liquidez; QUINTO - Indicadores da estrutura 
de capitais; SEXTO - Indicadores de rentabilidade; SÉTIMO - Análise da 
empresa através dos ciclos; OITAVO - Estudo do capital de giro; NONO - 
Análise comparativa; e, DÉCIMO - Relatórios de análise.
Apresentação
Apresentação v
Por fim, lembra-se que o livro ora apresentado não esgota os con-
teúdos, mas sim, municiona o leitor para que busque outras leituras que 
aportem os conteúdos abordados com o fim de complementar e ampliar o 
conhecimento científico, que são relevantes à prática profissional.
 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação das Demonstrações 
Contábeis – Processo de Análise ...........................................1
 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis .....................15
 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) ..................42
 4 Indicadores da Estrutura de Capitais ...................................79
 5 Indicadores da Capacidade de Pagamento: Indicadores 
de Liquidez .........................................................................99
 6 Indicadores de Rentabilidade – RETORNO .........................124
 7 Análise da Empresa Através dos CICLOS ...........................145
 8 Estudo do Capital de Giro (CDG) ......................................162
 9 Análise Comparativa ........................................................194
 10 Relatórios de Análise ........................................................203
Sumário
Objetivos, Finalidades 
da Interpretação das 
Demonstrações Contábeis 
– Processo de Análise12
Objetivos, Finalidades da Interpretação...
1 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, contador e diretor 
proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Consultoria e Perícias Contábeis. 
Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando as disciplinas de Administração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo 
de Caixa, Fundamentos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, 
Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contá-
beis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em 
Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as 
modalidades: Graduação, EAD e Especialização.
2 Jucelaine Bitarello é Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNISC – Uni-
versidade de Santa Cruz do Sul – RS, Especialista em Administração e Estratégia 
Empresarial pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS e Graduada 
em Ciências Contábeis pela UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Profes-
sora dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Gestão Pública da ULBRA, 
presencial e EAD. Tem experiência profissional em organizações privadas e públicas, 
autora de livros, capítulos de livros e de diversos artigos científicos, nacionais e inter-
nacionais. Consultora ad hoc do Ministério da Educação e Cultura – MEC/INEP.
Nédio José Favero1
Jucelaine Bitarello2
Capítulo 1
2 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Introdução
Para o primeiro capítulo estão reservados os Objetivos e as 
Finalidades da Análise de Balanços, em que se busca a veri-
ficação dos capitais da empresa e suas relações de evolução 
e dependência. São também apresentadas as principais de-
monstrações contábeis, entendidas na atualidade como Re-
latórios Contábeis, sendo que alguns são obrigatórios para 
atendimento da legislação e outros, não obrigatórios, mas re-
levantes para a informação gerencial e de gestão. E, a partir 
desses conteúdos iniciais verifica-se como se dá o processo 
de preparação dos relatórios contábeis, sob dois aspectos: a 
estática patrimonial e a dinâmica patrimonial.
1.1 Objetivos e Finalidades da Análise de 
Balanços
Diariamente ouvimos pessoas comentarem sobre a situação 
econômica do País e das empresas, de forma geral. Ao pu-
blicarem suas demonstrações financeiras, as empresas justifi-
cam seu desempenho, atraindo o interesse do investidor pelas 
suas ações. O conceito de empresa boa ou sólida às vezes 
é utilizado sem fundamentação técnico-científica, decorrente 
de manifestação apenas de cunho “emocional” (refere-se ao 
produto ou às instalações). Para uma afirmativa fundamentada 
tecnicamente, uma empresa sólida compreende muito mais, 
ou seja, há necessidade de que tenha certa independência em 
relação a capitais de terceiros e apresente vitalidade na gera-
Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 3
ção de recursos, entre outras condições. O objetivo da análise 
das informações financeiras é obter informações para avaliar 
a situação financeira e o resultado das operações da empre-
sa, suas evoluções e tendências. De acordo com Assaf Neto 
(2010, p. 36):
A análise de balanços permite que se extraia, dos de-
monstrativos contábeis apurados e divulgados por uma 
empresa, informações úteis sobre seu desempenho eco-
nômico-financeiro, podendo atender aos objetivos de 
análise dos investidores, credores, concorrentes, empre-
gados, governo etc.
Diante do exposto, é importante compreender o ambiente 
em que está inserida a empresa para que a análise financei-
ra possa ser útil na tomada de decisão. Na sequência são 
abordados os relatórios contábeis que servem de base para o 
desenvolvimentoda disciplina.
1.2 Relatórios Contábeis
Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada de 
dados coletados pela Contabilidade. Ele objetiva relatar, às 
pessoas que utilizam os dados contábeis, os principais fatos 
registrados por aquele setor em determinado período. Tam-
bém conhecidos como informes contábeis, distinguem-se em 
obrigatórios e não obrigatórios.
Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei, 
sendo conhecidos como demonstrações financeiras (ou contá-
4 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
beis), exigidos para as S.A.’s, estendida a outros tipos societá-
rios, conforme fundamentação legal. Os relatórios contábeis 
não obrigatórios são aqueles não exigidos por lei, o que não 
significa que sejam menos importantes. Há relatórios não obri-
gatórios imprescindíveis para a administração, pela sua fun-
ção como ferramenta gerencial.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404/76) estabelece 
que, ao fim de cada exercício social (ano), a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração contábil, as seguintes de-
monstrações financeiras:
Balanço Patrimonial - BP;
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE;
Demonstração do Fluxo de Caixa - DFCx;
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - 
DMPL;
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA;
Demonstração do Valor Adicionado - DVA.
Os principais relatórios contábeis não obrigatórios como é 
o caso dos orçamentos (financeiro, operacional e de capital), 
são elaborados normalmente com finalidades gerenciais que 
visam, especialmente, auxiliar na tomada de decisões e, em 
geral, tratam-se de relatórios confidenciais. Assaf Neto (2010, 
p. 37) aponta que “muitos desses relatórios são bastante im-
portantes para a análise, permitindo que sejam obtidas con-
clusões mais completas sobre a situação da empresa”.
Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 5
A maioria dos relatórios não obrigatórios é preparada pela 
contabilidade gerencial, que não se prende aos princípios con-
tábeis nem aos princípios fiscais e muito menos legais. Estes 
relatórios atendem as necessidades internas dos gerentes, ad-
ministradores e outros usuários da informação que se preocu-
pam em minimizar os riscos na tomada de decisões.
1.3 Processo de Análise das 
Demonstrações Financeiras
A análise das demonstrações financeiras é um dos estudos das 
relações que existem entre os diversos elementos financeiros 
que compõem o patrimônio de uma empresa, e as manifes-
tações de suas tendências em diversos períodos sucessivos. 
Para determinar as causas que produziram os resultados que 
mudaram a situação financeira da empresa, determinamos as 
seguinte etapas no processo de análise:
1º) Estudo da Composição do Patrimônio
Esse estudo serve para identificar a composição de cada 
grupo que forma o patrimônio como ativo circulante, passivo 
circulante, ativo não circulante, passivo não circulante, patri-
mônio líquido e outros grupos e subgrupos e, a cada um des-
ses grupos identificamos a abertura necessária para cada tipo 
de análise.
2º) Análise por Coeficientes ou Análise Vertical
6 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
É indicada pela determinação da percentagem de cada 
conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto.
3º) Análise por Quocientes
É representada pela relação entre componentes de um 
mesmo conjunto, ou confronto entre dois valores heterogêneos 
inter-relacionados.
4º) Análise por Índices ou Análise Horizontal
É estabelecida pela comparação entre componentes de um 
conjunto em sucessivos períodos, tendo um período para base 
de confronto.
5º) Análise através de Padrões
A análise através de padrões é representada pela compa-
ração entre componentes de um universo de conjuntos para 
determinar os padrões. O objetivo de aplicação desse proces-
so de análise é permitir interpretar a solvência, estabilidade e 
produtividade de uma empresa e suas tendências, que sem 
elas estaria oculta.
Além destas cinco etapas do processo de análise, existem 
outras metodologias aplicadas para análise das Demonstra-
ções Financeiras. Não temos a pretensão de esgotar o assun-
to, mas como forma de darmos início aos estudos será dada 
ênfase a cada uma destas etapas, tendo como base o Balanço 
Patrimonial e a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício 
como as principais demonstrações que servem de base para 
análise.
Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 7
1.3.1 Inflação e Balanços
Desconsiderar os índices de inflação ao longo de um período 
seria distorcer a realidade da estrutura patrimonial dos relató-
rios contábeis. Nesse sentido, mesmo que desde 1995 as em-
presas tenham sido desobrigadas a reconhecerem legalmente 
os efeitos inflacionários nas demonstrações contábeis, privile-
giando os valores históricos e em 2008 com a Lei 11.638/07 
com critérios para atualização de ativos e passivos, privilegian-
do o valor justo, para fins de análise gerencial é importan-
te que as demonstrações sejam levadas a valores presentes, 
aplicando-se os indicadores de inflação medidos por órgãos 
competentes, tais como Fundação Getúlio Vargas. Dentre os 
principais indicadores utilizados para a correção destacamos 
IGP – Índice Geral de Preços; M – Mercado; INPC – Índice 
Nacional de Preços ao consumidor, ou outro indicador que a 
organização entender ser relevante.
Para facilitar o processo de atualização dos balanços, re-
comenda-se buscar o sítio do Banco Central (www.bcb.gov.br), 
no link da Calculadora do Cidadão, os principais indicadores 
de medição da inflação ao longo do tempo.
1.3.2 Estática Patrimonial
Situação estática é aquela que o patrimônio apresenta em 
determinado momento, sem considerar as variações que ela 
possa ter sofrido num período administrativo. A estática pa-
trimonial é demonstrada no balanço patrimonial, que põe em 
evidência a igualdade entre os valores ativos e passivos. Toda 
entidade, ao iniciar suas atividades necessita aplicar parte de 
8 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
seu patrimônio em bens de uso, mercadorias ou matérias-pri-
mas para desenvolver suas atividades mercantis, industriais ou 
de serviços.
O professor Hilário Franco estabelece entre outras leis con-
tábeis relativas à estática patrimonial, as seguintes:
a) há uma proporção necessária e definida entre os capi-
tais próprios e de terceiros;
b) há uma proporção necessária e definida entre vários 
grupos que correspondem à aplicação dos capitais.
Somente a análise do balanço patrimonial pode mostrar a 
proporção existente entre os capitais próprios e os de tercei-
ros, assim como a proporção entre os vários grupos patrimo-
niais. Além disso, somente a análise comparativa entre vários 
balanços pode indicar a proporção mais aconselhável para 
determinados ramos de atividade econômica. Nesse sentido 
apresentamos o processo de análise do ponto de vista estático:
a) decomposição do patrimônio em seus elementos mais 
simples e irredutíveis;
b) determinação da percentagem de cada componente 
em relação ao conjunto patrimonial (coeficientes pa-
trimoniais);
c) estabelecimento da relação entre componentes de um 
mesmo conjunto patrimonial (quocientes patrimoniais);
d) comparação entre os componentes de um patrimônio 
em sucessivos períodos, para conhecer as variações 
ocorridas (índices patrimoniais);
Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 9
e) comparação entre componentes de um universo de 
conjuntos patrimoniais, destinados a atividades seme-
lhantes, para determinação de coeficientes-padrão. 
Neste caso, quando os vários balanços comparados 
não obedecem a um mesmo plano de contas, preci-
sando ajustá-los, para compararmos coisas homogê-
neas.
1.3.3 Dinâmica Patrimonial
A situação dinâmicado patrimônio é evidenciada pelo resulta-
do das variações patrimoniais ocorridas em certo período, que 
está evidenciada na Demonstração do Resultado do Exercício – 
DRE, Demonstração do Fluxo de Caixa – DFCx, Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, Demonstração 
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA e Demonstração 
do Valor Adicionado - DVA. A principal demonstração dinâmi-
ca para efeito de análise é a Demonstração do Resultado do 
Exercício – DRE que em suas variações positivas (resultado po-
sitivo = a lucro) e suas variações negativas (resultado negativo 
= a prejuízo), provocam variações patrimoniais modificando 
a situação do patrimônio da empresa. Diante do exposto na 
sequência, apresentamos o processo de análise do ponto de 
vista dinâmico:
a) decomposição do resultado econômico em seus ele-
mentos mais simples e irredutíveis;
b) determinação da percentagem de cada componente 
do resultado econômico em relação ao seu conjunto 
(coeficientes de variações patrimoniais);
10 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
c) estabelecimento da relação, entre si, de partes que 
constituem o resultado econômico, bem como da re-
lação entre esse resultado e os componentes patrimo-
niais;
d) comparação entre os componentes do resultado eco-
nômico em sucessivos períodos, para conhecer as 
causas da alteração do resultado de um exercício para 
outro (índices das variações patrimoniais);
e) comparação entre os componentes do resultado eco-
nômico de empresas similares, para determinação de 
coeficientes-padrão. Também neste caso, precisamos 
ajustar as várias demonstrações comparadas, reduzin-
do-as a um mesmo plano de contas.
As etapas do processo de análise são as mesmas aplicadas 
para as demonstrações dinâmicas e estáticas.
Recapitulando
Neste capítulo verificou-se no primeiro momento que os ob-
jetivos e finalidades da análise e interpretação dos relatórios 
contábeis são uma metodologia de identificação da evolução 
e tendências econômica e financeira das empresas. No se-
gundo momento, foram apresentadas as principais demonstra-
ções contábeis, entre as quais algumas são obrigatórias para o 
atendimento da legislação, especificamente para empresas de 
capital aberto, e as demonstrações não obrigatórias, que são 
Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 11
instrumentos relevantes de informação com o fim gerencial e 
de gestão.
Verificou-se, também, um aspecto relevante que é a atuali-
zação dos dados com o fim de dar homogeneidade de estru-
tura quantitativa, ou seja, trazer os valores do passado para o 
valor presente, com o fim de não distorção de valores e, con-
sequentemente, indicadores com menor desvio e que garan-
tem confiança da informação, o que permite a análise compa-
rativa entre períodos estudados, bem como a comparabilidade 
entre as empresas.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Ad-
ministração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2012.
______. Estrutura e análise de balanços: um enfoque eco-
nômico-financeiro. Comércio e Serviços, Industriais, Ban-
cos comerciais e múltiplos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 8. ed. rev. atual. 
São Paulo: Atlas, 2007.
______. MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SAN-
TOS, Ariovaldo dos. Manual de Contabilidade Socie-
tária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as 
normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010.
12 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contá-
beis: contabilidade empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Ba-
lanços: abordagem básica e Gerencial. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 1998.
Atividades
 1) As aplicações de recurso de uma Empresa estão demons-
tradas no:
a) Ativo.
b) Passivo.
c) Patrimônio Líquido.
d) Obrigações Exigidas a Longo Prazo.
e) Estoques e Passivo Circulante.
 2) O “Passivo a Descoberto” é indicado pela seguinte repre-
sentação gráfica do Patrimônio:
a) Passivo = zero e Ativo = Patrimônio Líquido.
b) Passivo = Patrimônio Líquido e Ativo = zero.
c) Passivo + Patrimônio Líquido = Ativo.
d) Passivo = Ativo + Patrimônio Líquido.
Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 13
e) Passivo < ou = zero e Ativo > Patrimônio Líquido.
 3) As informações de natureza financeira envolvem:
a) O Fluxo de Caixa e do Capital de Giro.
b) O fluxo de receitas e de despesas, bem como o patri-
mônio da entidade.
c) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e 
as Obrigações de Longo Prazo.
d) O Patrimônio Líquido e a Demonstração do Resultado 
do Exercício.
e) O Caixa e o montante de depreciação acumulada.
 4) No Processo de Análise de Balanço, na relação percentual 
de uma conta ou de um grupo de contas em relação a 
um todo de que faz parte, estamos utilizando o método de 
Análise de Balanço denominado:
a) Análise através de Prazos Médios.
b) Análise Horizontal (AH).
c) Análise Vertical (AV%).
d) Análise através da definição de Índices-padrão.
e) Análise por meio de quocientes.
 5) Analise as afirmações a seguir e, na sequência, marque D 
para análise Dinâmica Patrimonial e E para análise Estáti-
ca Patrimonial.
14 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
a) ( ) Decomposição do patrimônio em seus elementos 
mais simples e irredutíveis.
b) ( ) Determinação da percentagem de cada compo-
nente do resultado econômico em relação ao seu con-
junto (coeficientes de variações patrimoniais).
c) ( ) Comparação entre componentes de um universo 
de conjuntos patrimoniais, destinados a atividades se-
melhantes, para determinação de coeficientes-padrão. 
Neste caso, quando os vários balanços comparados 
não obedecem a um mesmo plano de contas, preci-
sando ajustá-los, para compararmos coisas homogê-
neas.
A sequência correta das questões acima é:
a) d, d, d.
b) e, e, e.
c) d, e, d.
d) e, d, e.
e) d, e, e.
Reestruturação das 
Demonstrações 
Contábeis12
1 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, contador e diretor 
proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Consultoria e Perícias Contábeis. 
Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando as disciplinas de Administração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo 
de Caixa, Fundamentos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, 
Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contá-
beis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em 
Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as 
modalidades: Graduação, EAD e Especialização.
2 Jucelaine Bitarello é Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNISC – Uni-
versidade de Santa Cruz do Sul – RS, Especialista em Administração e Estratégia 
Empresarial pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS e Gradua-
da em Ciências Contábeis pela UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. 
Professora dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Gestão Pública da 
ULBRA, presencial e EAD. Tem experiência profissional em organizações privadas 
e públicas, autora de livros, capítulos de livros e de diversos artigos científicos, 
nacionais e internacionais. Consultora ad hoc do Ministério da Educação e Cultura 
– MEC/INEP.
Nédio José Favero1
Jucelaine Bitarello2
Capítulo 2
16 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Introdução
No que pese à existência dos Princípios de Contabilidade, 
Normas Brasileiras de Contabilidade, Normas Interna-
cionais de Contabilidade, Princípios Contábeis Geralmente 
Aceitos, regras estabelecidas na Lei nº 6404/76, bem como de 
outros dispositivos daComissão de Valores Mobiliários (CVM) 
e das Leis Fiscais, há necessidade de que o analista proceda 
a uma readequação das Demonstrações Contábeis, reclassi-
ficando algumas de suas rubricas (contas). A reclassificação 
visa atender aos propósitos de análise, tendo como objetivo 
corrigir as eventuais distorções, tanto do ponto de vista teórico 
quanto em relação às diferenças de critérios que possam exis-
tir nos procedimentos adotados pelas diversas empresas, de 
modo que tal reclassificação propicie ao analista consistência 
nos critérios, permitindo-lhe, portanto, melhor comparabilida-
de entre as diversas empresas.
Em face da sua responsabilidade profissional o analista, 
cuja atribuição consiste em interpretar e dar o seu pare-
cer sobre determinada empresa, deve assumir uma posição 
conservadora e, diante de situações duvidosas, proceder à 
reclassificação dentro desse princípio (conservadorismo). 
Desta forma, neste capítulo são apresentadas as duas prin-
cipais demonstrações: o Balanço Patrimonial e a Demons-
tração do Resultado do Exercício e sua reestruturação para 
análise.
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 17
2.1 Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis 
apresentada graficamente em forma de conta, que visa evi-
denciar a situação patrimonial da empresa em determinado 
momento e representar de forma quantitativa e qualitativa os 
atos e fatos consignados na escrituração contábil, mostrando 
os bens e direitos, do lado do ativo, bem como as obriga-
ções mais o patrimônio líquido, do lado do passivo. Como 
forma de demonstrar a composição patrimonial, na sequência 
é apresentada as diversas visões de Ativo e Passivo:
a) Composição b) Origem e aplicação de recursos
ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO
Bens
E Obrigações Aplicações Origem
Direitos
c) Origem dos recursos d) Aplicação dos recursos
ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO
Capitais de Disponibilidades
terceiros Clientes
Aplicações (fontes Externas) Estoque Origem
Capitais Créditos
Próprios Investimentos
(fontes Internas) Imobilizados
e) Grupos f) Quanto ao prazo
ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante Circulante Circulante
Não Circulante Não Circulante (até 360 dias) (até 360 dias)
Realizável a Longo 
Prazo
Patrimônio Líquido Realizável a Longo 
Prazo (após 360 dias)
Não Circulante
(após 360 dias)
Investimentos
Investimentos 
(permanente)
Patrimônio Líquido
(permanente)
Imobilizado
Imobilizado
(permanente)
Intangível
Intangível
(permanente)
18 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Destaca-se que são visões complementares entre si. Nesse 
sentido, é importante que o aluno compreenda cada um dos 
conceitos apresentados nas figuras acima. Outros conceitos 
também devem ser compreendidos pelos alunos, para a distri-
buição das contas patrimoniais, conforme as seguintes regras:
a) Prazo de vencimento ou realização: em contabilida-
de a CURTO PRAZO significa normalmente o período 
de até um ano. Assim:
 Â Contas realizáveis ou exigíveis em um ano, ou seja, até 
o término do exercício seguinte, pertencem a um mesmo 
agrupamento;
 Â Contas realizáveis ou exigíveis em períodos superiores a 
um ano, ou seja, após o término do exercício seguinte, 
pertencem a um mesmo agrupamento.
b) Grau de liquidez ou exigibilidade decrescente: Os 
itens de maior liquidez ou exigibilidade são classifica-
dos em primeiro plano. Os de menor liquidez ou exigi-
bilidade aparecem em último lugar.
c) Ordem prioritária: As operações devem ser classifica-
das em grupos e subgrupos de acordo com a natureza 
das operações que registram de forma a facilitar o en-
tendimento dos usuários das informações contábeis.
Após a explanação, apresentamos a estrutura do Balanço 
Patrimonial conforme a Lei 6404/76, em seus artigos 178 a 
185 que define grupos, componentes e critérios e, esquemati-
camente, podemos representá-los como segue:
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 19
Quadro 1 Balanço Patrimonial conforme a Lei 6.404/76
A T I V O P A S S I V O
ATIVO CIRCULANTE
• São contas que estão constantemente 
em giro - em movimento - sendo que 
a conversão em dinheiro será no 
máximo no exercício subsequente.
PASSIVO CIRCULANTE
• Obrigações vencíveis no exercício 
seguinte.
ATIVO NÃO CIRCULANTE
• Ativo Realizável á Longo Prazo
- Direitos realizáveis após o término do 
exercício seguinte;
- Direitos derivados de vendas, 
adiantamentos ou empréstimos a 
sociedades coligada ou controlada, 
diretores ou participantes no lucro 
da companhia, que não constituem 
negócios usuais na exploração do 
objeto da empresa.
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
• Obrigações vencíveis após o término 
do exercício seguinte.
• Investimentos
- Participações permanentes em outras 
sociedades;
- Direitos não classificáveis no 
ativo circulante que não destinem 
a manutenção da atividade da 
companhia.
• Imobilizado
- Os direitos que tenham por objeto 
bens destinados à manutenção da 
atividade da companhia ou são 
exercidos com essa finalidade.
• Intangível
- Bens imateriais.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Capital Social
• Reservas de Capital
- Ágio na emissão de ações;
- Prêmio na emissão de debêntures;
- Doações e subvenções para 
investimento.
• Reservas de Reavaliação
- Aumento de valor atribuído ao ativo 
em virtude de novas avaliações.
• Reservas de Lucros
- Contas constituídas como apropriação 
do lucro da Companhia.
• Lucros ou prejuízos acumulados
Fonte: Lei 6.404/76.
Após apresentadas no Balanço Patrimonial as diversas for-
mas de visualização e organização das contas e grupos de 
20 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
contas, nota-se que há algumas alterações que permitem 
maior consistência na informação. Isso é relevante para o ge-
renciamento e gestão das empresas pois permite, como visto 
no Capítulo UM, que os relatórios contábeis sejam peças fle-
xíveis e que tenham a dinâmica de serem reestruturadas con-
forme o interesse dos gestores (usuários da informação), claro, 
sem ferir a Norma Contábil. Assim, sugere-se que o leitor faça 
novamente a visualização (olhar novamente) dos quadros an-
teriormente ilustrados, com a finalidade de fixação.
2.1.1 – Reestruturação do Balanço Patrimonial
A reestruturação visa melhor atender os objetivos da análise, 
anteriormente definidas. Porém, propomos um modelo básico 
que passamos a denominar Balanço Patrimonial Dinâmico 
– BPD.
A demonstração proposta visa identificarmos os recursos 
voluntários e as aplicações na atividade operacional da em-
presa. Para tanto, dividimos o circulante ativo e passivo, em 
cíclico e aleatório ou financeiro.
Por atividade operacional entende-se aquela ligada ao 
ciclo operacional da empresa e, define-se o ciclo como o 
processo por inteiro desde a compra da matéria-prima, pas-
sando pelo processo produtivo e finalizando com a venda. 
Este conceito vale tanto para indústria quanto para o comércio 
e serviço, ressalvadas as peculiaridades de cada setor. Assaf 
Neto e Silva (2012, p. 67) apontam que “os ativos circulan-
tes operacionais devem manter a coerência com o ciclo ope-
racional da empresa de forma que o volume de investimentos 
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 21
nesses itens seja representativo de suas necessidades de inves-
timentos em capital de giro”.
Na sequência, apresenta-se a divisão do Ativo e do Passivo 
Circulante sob a ótica dos conceitos de cíclico e aleatório.
Quadro 2 Balanço Patrimonial Dinâmico: divisão do Ativo e Passivo 
Circulante
A T I V O P A S S I V O
ATIVO CIRCULANTE
• CÍCLICO (ACC): É composto 
pelas rubricas patrimoniais 
que indicam direitos de curto 
prazo diretamente ligados ao 
ciclo operacional da empresa. 
Istoé, aplicações realizadas 
na atividade operacional e que 
atendem o conceito de capital 
em giro. Ex.: Clientes, Estoques, 
Impostos a recuperar etc.
• ALEATÓRIO ou financeiro 
(ACAf): É composto de rubricas 
patrimoniais que indicam valores 
monetários que não estão 
necessariamente diretamente 
ligados ao ciclo operacional. 
Também chamado de “ATIVO 
CIRCULANTE FINANCEIRO”, que 
representam valores de maior 
liquidez. Ex.: Disponibilidades, 
IRPJ à recuperar etc.
PASSIVO CIRCULANTE
• CÍCLICO (PCC): É composto 
pelas rubricas patrimoniais que 
indicam obrigações de curto 
prazo diretamente ligadas ao 
ciclo operacional da empresa. 
Representam os recursos 
voluntários não onerosos. Ex.: 
Fornecedores de ACC, Salários a 
pagar, Impostos faturados etc.
• ALEATÓRIO ou financeiro 
(PCAf): É composto pelas 
rubricas patrimoniais que 
indicam obrigações de curto 
prazo, involuntários e/ou 
onerosos à empresa. Ex.: 
Empréstimos de curto prazo, 
Dividendos, IRPJ, Fornecedores 
de permanente, Duplicatas 
Descontadas etc.
Fonte: Adaptado de Assaf Neto e Silva (2012).
Ao analista caberá a identificação da natureza das opera-
ções registradas em cada conta que compõe o Ativo Circulan-
22 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
te e o Passivo Circulante e redistribuir as contas de acordo com 
os conceitos acima.
Assaf Neto e Silva (2012, p. 67) ainda apontam que o “pas-
sivo circulante operacional representa as obrigações de curto 
prazo identificadas diretamente com o ciclo operacional da 
empresa”, conceito semelhante ao ativo circulante operacional.
Outro conceito que Assaf Neto e Silva (2012) trazem está 
relacionado ao ativo circulante financeiro e passivo circulante 
financeiro. O ativo circulante financeiro é formado sem apre-
sentar vínculo com o ciclo operacional, já o passivo circulante 
financeiro inclui as dívidas junto às instituições financeiras sem 
apresentar vínculo direto com a atividade operacional da em-
presa.
Nesse sentido, há de se destacar:
a) Desconto de duplicatas: representa um empréstimo 
que deverá compor o Passivo Circulante Aleatório, 
mesmo que esta obrigação não venha a gerar desem-
bolso, constitui-se em obrigação onerosa.
b) Fornecedores: se possível, deverá ser discriminado o 
tipo de fornecimento. Se for de material, mercadoria 
ou serviço que compõe o processo produtivo e/ou co-
mercialização. Devem ser classificados como cíclico, 
se for para fornecimento de permanente; se for de 
materiais não ligados à atividade operacional, devem 
ser classificados como aleatórios. Esta sistemática vale 
também para “contas à pagar”. Importante classificar 
“Adiantamento/antecipação a fornecedores”, como 
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 23
Ativo Circulante Cíclico ou Aleatório dependendo do 
que irá ser fornecido.
c) Caixa/Bancos (disponibilidades): Devem ser classifi-
cados como Ativo Circulante Aleatório - ACA, mesmo 
que oriundos de cobrança, resgate de aplicação finan-
ceira ou captação de recursos, pois representa contas 
necessárias para realização da atividade operacional, 
mas não ligadas diretamente à operação.
d) Impostos e taxas: gerados pelo processo produtivo ou 
de comercialização devem ser classificados como Pas-
sivo Circulante Cíclico – PCC (ex.: ICMS, IPI, Confins, 
PIS, ISS). Os demais tributos (ex.: IRPJ, Contribuição So-
cial do Lucro, IR na fonte s/juros do capital próprio) 
devem compor o Passivo Circulante Aleatório – PCA, 
pois representam obrigações não ligadas diretamente à 
atividade operacional, mas decorrentes desta atividade.
e) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa - 
PCLD: é mantido como redutora de duplicatas a receber.
f) Operações com Coligadas: se mercantis, a Lei das 
SA´s determina o registro a longo prazo, porém, no 
Balanço Patrimonial Dinâmico reclassificaremos com 
operação de curto prazo.
g) Pró-labore: Classifica-se no Passivo Circulante se for 
remuneração de parte ligada (dirigente), classifica-se 
como PCC, no entanto, se for um empréstimo contraí-
do pela empresa junto a dirigente, classifica-se como 
PCA.
24 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
h) Outros Créditos: devem ser observados rigorosamente 
os conceitos de classificação de contas cíclicas ou ale-
atórias. Ex.: Aplicação a prazo fixo (aleatório), outros 
créditos resultantes da atividade operacional (cíclico).
Demais contas de Ativo ou de Passivo de caráter perma-
nente ou de longo prazo, são classificadas como “NÃO CIR-
CULANTES”, ou seja, Ativo Não Circulante (ANC) e Passivo 
Não Circulante (PNC).
Este modelo proporciona a mudança de alguns conceitos 
da análise tradicional, ou seja, possibilitará concluirmos que, 
eventualmente, indicadores de baixa liquidez são produzidos 
por obrigações não onerosas, voluntárias. Ou ainda, que es-
tas estão financiando o ciclo operacional da empresa, sem a 
necessidade de investimento operacional em giro.
Se concordarmos que as aplicações em ativo circulante são 
“um mal necessário” e que devemos minimizar os investimen-
tos em “Duplicatas a Receber” e “Estoques”, podemos con-
cluir como um indicativo favorável se estes forem financiados 
por recursos voluntários não onerosos, ou seja, um passivo 
ligado diretamente à atividade operacional é sempre “bem-
-vindo”. Pelo mesmo entendimento, outros recursos de tercei-
ros contraídos pela empresa com taxa menor que a margem 
operacional, também se constituirá em um bom passivo.
Na sequência, apresentamos, a título exemplificativo, uma 
visão sintética do Balanço Patrimonial Dinâmico - BPD, ou 
seja, a reestruturação do Balanço com a reclassificação de 
contas e grupo de contas:
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 25
Quadro 3 Estrutura do Balanço Patrimonial Dinâmico (BPD)
Grupos ATIVO PASSIVO
C
I
R
C
U
L
A
N
T
E
1. Ativo Circulante Cíclico - ACC:
 Clientes
 Duplicatas a receber
 (-) Prov. para Créd. de Liq. Duv. - PCLD
 Estoques
 Produtos (PP, PE, MP)
 Mercadorias
 Materiais Auxiliares
 Créditos
 Adiantamentos/Outros Créditos
 Despesas Diferidas
 Impostos a recuperar
1. Passivo Circulante Cíclico - PCC:
Fornecedores de ACC
Importações a pagar
Impostos Faturados
Tributos Cíclicos
Encargos Sociais
Contas a pagar
Antecipação de Clientes
Salários a pagar
Provisões trabalhistas
2. Ativo Circulante Aleatório ou Financeiro - 
(ACAf):
 Disponibilidades
 Caixa e Bancos
 Aplicações Liquidez Imediata
 Outros Créditos
 Aplicações a Prazo Fixo
 IRPJ a recuperar
2. Passivo Circulante Aleatório ou 
Financeiro - PCAf:
Fornecedores de Ativo Permanente
IRPJ/CSL
Duplicatas Descontadas
Empréstimos Bancários de Curto Prazo
N
Ã
O
C
I
R
C
U
L
A
N
T
E
3. Realizável a Longo Prazo
Contratos Mútuos
Bens/Valores a Longo Prazo
3. Exigível a Longo Prazo
Contratos Mútuos
Empréstimos Bancários de Longo Prazo
4. Permanente
 Investimentos
 Imobilizado
 Intangível
Depreciação e Amortização
4. Patrimônio Líquido
 Capital Social
 Reservas
 Resultados
Fonte: Adaptado de Assaf Neto e Silva (2012).
Conforme verificado, estudamos até esse ponto do tópi-
co Balanço Patrimonial, sua estrutura legal e reestruturação 
para análise como relatório gerencial. Aborda-se na sequên-
cia a Demonstração do Resultado do Exercício, a qual também 
pode ser dinamizada para a geração e interpretação das infor-
mações nele produzidas.
26 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
2.2 Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE)
A demonstração de resultados da empresa representa a con-
frontação das receitas e despesas relativas a determinado pe-
ríodo, que normalmente é de um ano. Conforme Iudícibus et 
al (2010 p. 475) “é a apresentação, em forma resumida, das 
operações realizadas pela empresa, durante o exercícioso-
cial, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido 
do período [...]”. A seguir vejamos as principais rubricas que 
compõem a demonstração de resultados.
 Â Receita bruta operacional (ou vendas brutas) - Repre-
senta o faturamento bruto da empresa, decorrente da 
venda de produtos, mercadorias e serviços vinculados 
diretamente à atividade operacional.
- Deduções de vendas - São contas redutoras da receita 
operacional bruta, representadas por gastos vinculados 
diretamente à Receita Bruta, tais como cancelamentos 
(por não atenderem às especificações) de vendas, aba-
timentos (produtos com defeitos ou promoções com des-
conto no preço de venda) e impostos vinculados direta-
mente às vendas (IPI, ICMS, PIS e outros).
- Vendas Líquidas - Valor resultante entre as vendas bru-
tas e as deduções de vendas. Constituem-se na base de 
cálculo da análise vertical e, principal, referencial para 
análise da demonstração de resultado.
- Custo das mercadorias, produtos e serviços vendidos.
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 27
O custo das mercadorias vendidas (CMV): representa os 
gastos ligados diretamente à aquisição das mercadorias para 
revenda, que é calculado pela seguinte fórmula:
CMV = EI + C – EF
EI = Estoque inicial
C = Compras
EF = Estoque final
O custo do produto vendido (CPV): utilizado no caso de 
empresas industriais, compreende todos os gastos necessários 
à obtenção do produto produzido: matérias-primas, compo-
nentes adquiridos prontos e agregados ao produto, mão de 
obra direta e custos indiretos de fabricação.
O Custo dos serviços prestados (CSP): utilizado no caso 
das empresas de prestação de serviços, os custos compreen-
dem todos os gastos diretos necessários à obtenção dos ser-
viços.
 Â Lucro Bruto - É a diferença entre as vendas líquidas e o 
CMV, CPV ou CSP.
 Â Despesas Administrativas - São partes das despesas 
operacionais, ou seja, não computadas nos custos, ne-
cessárias à atividade da empresa e à manutenção da 
respectiva fonte produtora.
 Â Despesas com vendas - São as despesas operacio-
nais necessárias às atividades comerciais, tais como 
comissões de vendas, salários, propaganda e publici-
28 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
dade e outras relacionadas com a comercialização dos 
produtos e serviços da empresa.
 Â Provisão para crédito de liquidação duvidosa - É 
uma despesa operacional, com vendas, permitida pela 
legislação fiscal, quando efetivamente comprovada a 
inadimplência (esgotados todos os meios de cobrança). 
Esta provisão é constituída segundo a orientação dos 
princípios contábeis (prudência), porém para fins fiscais 
somente será contabilizado como despesa com clientes 
o que for efetivamente considerado perda.
 Â Receitas Financeiras - Decorrem de aplicações finan-
ceiras, ou descontos financeiros concedidos por forne-
cedores.
 Â Despesas Financeiras - Compreendem os juros pagos re-
ferentes aos empréstimos contraídos, comissões bancárias e 
outras possíveis taxas cobradas por instituições financeiras.
 Â Lucro Operacional - Devemos considerar lucro opera-
cional a diferença entre o lucro bruto menos as despesas 
operacionais.
 Â Resultado da equivalência patrimonial (EP) - Percen-
tual de sua participação sobre o patrimônio líquido da 
sua controlada ou coligada, como resultado temos o 
ganho ou a perda de capital avaliado pela EP.
 Â Lucro antes do imposto de renda e participações - É 
o lucro operacional ± o resultado de Equivalência Pa-
trimonial, antes das deduções relativas ao imposto de 
renda devido e as participações dos empregados.
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 29
 Â Lucro Líquido - Indica o resultado do exercício após 
computar a totalidade das receitas de vendas, as dedu-
ções e os acréscimos anteriormente referidos.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404/76), em seu arti-
go 187, disciplina a Demonstração do Resultado do Exercício. 
Esquematicamente temos:
Quadro 4 Demonstração do Resultado do Exercício
RECEITA BRUTA - RB
 Venda de Produtos, Mercadorias e Serviços
( - ) DEDUÇÕES
 Vendas Canceladas
 Abatimento sobre vendas
 Impostos sobre vendas
RECEITA LÍQUIDA - RL
 Custos dos Produtos, Mercadorias e Serviços Vendidos
LUCRO BRUTO - LB
 Despesas Administrativas
 Despesas com Vendas
 Resultado Financeiro (receitas e despesas financeiras)
 Resultado de Equivalência Patrimonial
LUCRO OPERACIONAL - LO
Outras Receitas Operacionais
 Outras Despesas Operacionais
LUCRO ANTES DO IRPJ e CSL
 Provisão para Imposto sobre a renda
 Provisão para Contribuição Social sobre o Lucro
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO - LL
 Participações
RESULTADO LÍQUIDO APÓS A DISTRIBUIÇÃO
Fonte: Lei 6.404/76.
30 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Nota-se que a demonstração do Resultado do Exercício, 
a priori, deve ser apresentada conforme o modelo ilustrado, 
no qual se verifica que essa estrutura permite visão aberta e 
analítica de todas as operações da empresa que impactam 
o resultado, ainda mais que com a convergência às Normas 
Internacionais de Contabilidade, todas as operações da em-
presa são reconhecidas como objeto final da atividade do ne-
gócio empresarial. Assim, após ter estudado as duas principais 
demonstrações, BP e DRE, na sequência, é destacada a padro-
nização (reestruturação) das mesmas para a análise.
2.3 Padronização das Demonstrações 
Contábeis para Análise
Como forma de demonstrar o que foi abordado na teoria 
apresenta-se, na sequência, o Balanço Patrimonial de acordo 
com a Lei 6.404/76, o Balanço Patrimonial Dinâmico e a De-
monstração do Resultado do Exercício, todos com quatro anos 
consecutivos.
Chama-se a ATENÇÃO do leitor, que as ilustrações a se-
guir são apresentadas em forma sequencial, ou seja, em forma 
de lista e não em forma de conta como normalmente é apre-
sentado o Balanço Patrimonial. Essa metodologia foi utilizada 
no sentido de permitir melhor visualização e comparabilida-
de das alterações permitidas na dinâmica das demonstrações 
contábeis. Nas duas primeiras ilustrações verifica-se o Ativo, 
nas duas segundas ilustrações o Passivo e Patrimônio Líquido, 
e, na última a Demonstração do Resultado do Exercício.
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 31
EMPRESA: Amigos da Contabilidade Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL - BP
1 – ATIVO PERÍODO
20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($)
1.1 - ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 - DISPONIBILIDADES
Caixa e Bancos 4 5 5 5
Aplic. Liq. Imediata 42 32 30 0
Total das Disponibilidades 46 37 35 5
1.1.2 – CLIENTES
Duplic. a receber 80 92 63 60
(-) Prov. Cred. Duv. 1 1 0 0
Total dos Clientes 79 91 63 60
1.1.3 – ESTOQUES
Produtos Prontos 43 37 37 36
Produtos em Elaboração 23 34 40 41
Matérias-Primas 37 53 45 38
Mercadorias 5 9 15 19
Materiais Auxil. 1 1 2 3
Total dos Estoques 109 134 139 137
1.1.4 – CRÉDITOS
Adiantamentos Concedidos 14 14 16 19
Despesas Diferidas 4 4 5 6
Impostos a Recuperar 4 0 0 0
Aplicações a Prazo Fixo 5 4 3 3
Outros Créditos 2 2 2 2
Total dos Créditos 29 24 26 30
Total do Circulante 263 286 263 232
1.2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Contratos Mútuos 8 8 8 7
Créditos de Longo Prazo 7 7 8 9
Total do Real. a Longo Prazo 15 15 16 16
 1.2.2 – INVESTIMENTOS 5 5 5 8
 1.2.3 – IMOBILIZADO 515 515 594 586
(-) Depreciação Acumulada 2 6 10 12
 1.2.4 – INTANGÍVEL 12 12 12 12
(-) Amortização Acumulada 2 2 2 2
Total do Não Circulante 543 539 615 608
TOTAL DO ATIVO 806 825 878 840
32 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL DINÂMICO - BPD
EMPRESA PERÍODO
20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($)
1 – ATIVO
1.1 - CIRCUL. CÍCLICO (ACC)
1.1.1 – CLIENTES
Duplic. a receber 80 92 63 60
(-) Prov. Cred. Liq. Duv. 1 1 0 0
Total dos Clientes 7991 63 60
1.1.2 – ESTOQUES
Produtos Prontos 43 37 37 36
Produtos em elaboração 23 34 40 41
Matérias-Primas 37 53 45 38
Mercadorias 5 9 15 19
Materiais Auxiliares 1 1 2 3
Total dos Estoques 109 134 139 137
1.1.3 – CRÉDITOS
Adiantamentos Concedidos 14 14 16 19
Despesas Diferidas 4 4 5 6
Impostos a Recuperar 4 0 0 0
Total dos Créditos 22 18 21 25
Total Aplicações Cíclicas 210 243 223 222
1.2 – CIRC. ALEATÓRIO (ACA)
1.2.1 - DISPONIBILIDADES
Caixa e Bancos 4 5 5 5
Aplic. Liq. Imediata 42 32 30 0
Total das Disponibilidades 46 37 35 5
1.2.2 - OUTROS CRÉDITOS
Aplicações a Prazo Fixo 5 4 3 3
Outros Créditos 2 2 2 2
Total Outros Créditos 7 6 5 5
Total Aplic. Aleatórias 53 43 40 10
1.3 - NÃO CIRCULANTE (ANC)
 1.3.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Contratos Mútuos 8 8 8 7
Créditos de Longo Prazo 7 7 8 9
Total do Real. a Longo Prazo 15 15 16 16
 1.3.2 – INVESTIMENTOS 5 5 5 8
 1.3.3 – IMOBILIZADO 515 515 594 586
(-) Depreciação Acumulada 2 6 10 12
 1.3.4 – INTANGÍVEL 12 12 12 12
(-) Amortização Acumulada 2 2 2 2
Total do Não Circulante 543 539 615 608
TOTAL DO ATIVO 806 825 878 840
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 33
EMPRESA: Amigos da Contabilidade Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL - BP
2 - PASSIVO PERÍODO
20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($)
2.1 - PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores 60 115 63 37
Fornecedores de Ativo Permanente 10 0 40 0
Tributos Cíclicos (ICMS) 55 38 48 46
IRPJ a Pagar 5 0 0 0
Salários a Pagar 28 27 30 30
Encargos Sociais 1 2 2 2
Provisões Trabalhistas 10 14 20 25
Contas a Pagar 40 28 28 26
Antecipação de Clientes 3 3 3 3
Empréstimos de Capital de Giro - CP 7 7 38 59
Duplicatas Descontadas 2 2 2 2
Total do Circulante 221 236 274 230
2.2 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Empréstimos de Capital de Giro - LP 1 1 1 10
Financiamentos a Longo Prazo 6 5 13 10
Outros Exigíveis – LP 1 1 5 10
Total do Passivo Não Circulante 8 7 19 30
2.3 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 550 550 551 551
Reserva de Capital 8 8 8 8
Reserva de Lucros 2 2 2 2
Resultado Acumulado 17 22 24 19
Total do Patrimônio Líquido 577 582 585 580
TOTAL DO PASSIVO 806 825 878 840
34 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL DINÂMICO - BPD
EMPRESA PERÍODO
20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($)
2 – PASSIVO
2.1 - CIRCULANTE CÍCLICO (PCC)
2.1.1 - RECURSOS EXTERNOS
Fornecedores 60 115 63 37
Tributos Cíclicos (ICMS) 55 38 48 46
Encargos Sociais 1 2 2 2
Contas a Pagar 40 28 28 26
Antecipação de Clientes 3 3 3 3
Total dos Recursos Externos 159 186 144 114
2.1.2 - RECURSOS INTERNOS
Salários a Pagar 28 27 30 30
Provisões Trabalhistas 10 14 20 25
Outras Provisões 0 0 0 0
Total dos Recursos Internos 38 41 50 55
Total dos Recursos Cíclicos 197 227 194 169
2.2 - CIRC. ALEATÓRIO (PCA)
Fornecedores de Ativo Permanente 10 0 40 0
IRPJ a Pagar 5 0 0 0
Empréstimos de Capital de Giro - CP 7 7 38 59
Duplicatas Descontadas 2 2 2 2
Total dos Recursos Aleatórios 24 9 80 61
2.3 - NÃO CIRCULANTE (PNC)
Empréstimos de Capital de Giro - LP 1 1 1 10
Financiamentos a Longo Prazo 6 5 13 10
Outros Exigíveis – LP 1 1 5 10
Total do Passivo Não Circulante 8 7 19 30
2.4 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 550 550 551 551
Reserva de Capital 8 8 8 8
Reserva de Lucros 2 2 2 2
Resultado Acumulado 17 22 24 19
Total do Patrimônio Líquido 577 582 585 580
TOTAL DO PASSIVO 806 825 878 840
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 35
Em milhões
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE
EMPRESA PERÍODO
20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($)
RECEITA BRUTA
Vendas de Produtos 166 167 152
Revendas de Mercadorias 6 9 13
Total 172 176 165
Deduções sobre Vendas
ICMS Incidente 32 32 31
Devolução de vendas 4 4 4
Total 36 36 35
RECEITA LÍQUIDA 136 140 130
Custos Var. s/ Prod. Vendidos
Custos dos Produtos Vendidos – CPV 97 87 95
Custos das Mercadorias Vendidas – CMV 5 8 10
Total 102 105 105
LUCRO BRUTO 34 35 25
Despesas Operacionais
Despesas com Vendas 0 0 0
Despesas Administrativas 33 38 38
Outras Despesas Operacionais 0 0 0
Total 33 38 38
Resultado Financeiro
Despesas Financeiras 0 2 7
Receitas Financeiras 4 8 17
Total 4 6 10
RESULTADO OPERACIONAL 5 3 -3
 Outros Resultados Operacionais
Ganhos/Perdas Capital 0 0 -4
Resultado de Equivalência Patrimonial 0 0 3
Outros Rendimentos 1 1 1
Total 1 1 0
RESULTADO ANTES IRPJ e CSL 6 4 -3
Provisão para IRPJ 1 1 0
Contribuição Social sobre o Lucro 0 0 0
RESULTADO LÍQUIDO NO PERÍODO 5 13 -3
36 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Ressalta-se aqui que a Demonstração do Resultado do 
Exercício foi apresentada contendo outros grupos de contas, 
mais especificamente, no grupo Outros Resultados Operacio-
nais, isso se fez para que o leitor observe efetivamente que há 
dinamização na apresentação dos dados para a análise, com 
visão analítica das contas.
Recapitulando
Verificou-se nesse capítulo que as principais demonstrações 
contábeis para fins de análise são o Balanço Patrimonial e 
a Demonstração do Resultado do Exercício, claro, sem me-
nosprezar as demais. Porém, essas são tidas como as mais 
relevantes para informações internas e externas que permitem 
visão gerencial e de gestão do negócio da empresa.
No primeiro momento foi ilustrado o BP e a DRE de uma 
forma simples e de acordo com as Normas Contábeis vigen-
tes. No segundo momento visualizaram-se as mesmas de-
monstrações, porém, com uma comparação ilustrativa dina-
mizada, para que o leitor se apropriasse de uma alternativa 
mais gerencial dos dados, em que o analista reestrutura os 
relatórios contábeis para posteriormente extrair as informações 
que possam ser disponibilizadas aos usuários como ferramen-
tas gerenciais.
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 37
Referências
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Ad-
ministração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2012.
______. Estrutura e análise de balanços: um enfoque eco-
nômico-financeiro. Comércio e Serviços, Industriais, Ban-
cos comerciais e múltiplos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 8. ed. rev. atual. 
São Paulo: Atlas, 2007.
______. MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SAN-
TOS, Ariovaldo dos. Manual de Contabilidade Socie-
tária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as 
normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010.
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contá-
beis: contabilidade empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Ba-
lanços: abordagem básica e Gerencial. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 1998.
38 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Atividades
1) Relacione as Colunas:
1ª Coluna 2ª Coluna
(1) Estoques.
(2) Despesas do Exercício Seguinte.
(3) Registram os Recursos de Terceiros.
(4) Registram o Capital Disponível.
(5) Disposição das Contas Passivas no 
Balanço Patrimonial.
(6) Operações registradas pelas 
Contas do Ativo Circulante no 
Balanço Patrimonial.
(7) Operações registradas pelas 
Contas do Ativo Realizável a Longo 
Prazo no Balanço Patrimonial.
(8) Função das Contas do Ativo 
Não Circulante Investimentos no 
Balanço Patrimonial – BP.
(9) Função das Contas do Ativo Não 
Circulante Imobilizado no Balanço 
Patrimonial – BP.
(10) Função das Contas do Passivo 
Circulante no BP.
( ) Em ordem decrescente do grau de 
exigibilidade.
( ) - Disponibilidades; - Direitos realizáveis no 
curso do exercício social subsequente; - 
Aplicações de recursos em despesas do 
exercício Seguinte.
( ) Agrupam as Contas que registram 
obrigações da empresa, inclusive 
financiamentos para aquisição de direitos 
do ativo permanente, quando vencíveis no 
Exercício Seguinte.
( ) Passivo Exigível a Longo Prazo e Passivo 
Circulante.
( ) Participações permanentes em outras 
sociedades.Direitos de qualquer natureza, 
não classificáveis no Ativo Circulante, e que 
não se destinem à manutenção da atividade 
da companhia.
( ) Agrupa contas que registram os pagamentos 
antecipados de despesas, as quais só trarão 
benefícios no exercício seguinte.
( ) Direitos realizáveis após o término do 
exercícios social seguinte assim como 
os derivados de vendas, adiantamentos 
ou empréstimos a sociedades coligadas 
ou controladas, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, 
que não constituírem negócios usuais na 
exploração do objeto da companhia.
( ) Caixa e Banco - Conta Corrente.
( ) Agrupam as contas que registram bens 
e direitos que tenham por objeto a 
manutenção das atividades da empresa, ou 
exercidos com essa finalidade.
( ) Agrupam as contas que registram as 
mercadorias para revenda, matéria-prima, 
produtos em elaboração e produtos prontos.
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 39
 2) Relacione os fatos aos eventos:
(1) Ativo Circulante Cíclico
(2) Ativo Circulante Aleatório
(3) Passivo Circulante Cíclico
(4) Passivo Circulante Aleatório
( ) É composto pelas rubricas patrimo-
niais que indicam obrigações de cur-
to prazo diretamente ligadas ao ciclo 
operacional da empresa.
( ) É composto pelas rubricas patrimo-
niais que indicam direitos de curto 
prazo diretamente ligados ao ciclo 
operacional da empresa.
( ) É composto pelas rubricas patrimo-
niais que indicam obrigações de curto 
prazo, involuntários e/ou onerosos à 
empresa.
( ) É composto de rubricas patrimoniais 
que indicam valores monetários que 
não estão necessariamente direta-
mente ligados ao ciclo operacional.
 3) São contas do Ativo:
a) IRRF a compensar, Duplicatas Descontadas, Deprecia-
ção Acumulada.
b) Depreciação, Duplicatas Descontadas, Seguros a Ven-
cer.
c) Depreciação Acumulada, Prov. p/ Cred. Liquid. Duvi-
dosa, Clientes.
d) Títulos Descontados, Prejuízos Acumulados, Capital 
Social a Integralizar.
e) ICMS a Recolher, ICMS sobre vendas, IPI a Recolher.
40 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
 4) Faça a relação:
I) Receita Bruta
II) Lucro operacional
III) Receita Líquida
IV) Lucro Líquido
a) Resultado das atividades principais e assessórias.
b) Lucro a ser retirado ou reinvestido.
c) Faturamento total do ano.
d) Receita efetiva do período.
A relação correta é:
a) I-a, II-b, III-c, IV-d
b) I-d, II-c, III-b, IV-a
c) I-a, II-b, III-d, IV-c
d) I-c, II-d, III-a, IV-b
e) I-c, II-a, III-d, IV-b
 5) Considere os saldos abaixo:
CMV R$2.200
Lucro Bruto Operacional R$1.000
Deduções da Receita Bruta de Vendas R$600
O Valor da Receita Bruta de Vendas é:
Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 41
a) R$1.800
b) R$3.200
c) R$3.800
d) R$2.600
e) R$1.600
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Capítulo ?
Análise Vertical (AV%) e 
Análise Horizontal (AH)12
1 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, contador e diretor 
proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Consultoria e Perícias Contábeis. 
Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), 
ministrando as disciplinas de Administração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo 
de Caixa, Fundamentos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, 
Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contá-
beis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em 
Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as 
modalidades: Graduação, EAD e Especialização.
2 Jucelaine Bitarello é Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNISC – Uni-
versidade de Santa Cruz do Sul – RS, Especialista em Administração e Estratégia 
Empresarial pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS e Gradua-
da em Ciências Contábeis pela UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. 
Professora dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Gestão Pública da 
ULBRA, presencial e EAD. Tem experiência profissional em organizações privadas 
e públicas, autora de livros, capítulos de livros e de diversos artigos científicos, 
nacionais e internacionais. Consultora ad hoc do Ministério da Educação e Cultura 
– MEC/INEP.
Nédio José Favero1
Jucelaine Bitarello2
Capítulo 3
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 43
Introdução
Atente-se o leitor que a lógica do avanço do estudo, nesse livro, 
está entre os capítulos e na sequência destes. Lembrando, no 
capítulo anterior foram ilustradas as demonstrações contábeis 
e sua reestruturação e agora nesse TERCEIRO capítulo faz-se 
a análise dos dados apresentados nessas demonstrações. Para 
isso, a primeira parte trata da primeira etapa do processo de 
análise: Análise Vertical (AV%), que demonstra a representativi-
dade percentual de cada conta ou grupo de contas em relação 
ao total do grande grupo; e, na segunda parte é estudada a 
Análise Horizontal (AH), em que o valor de cada período (ano) 
é relacionado com o período (ano) base, ou seja, o primeiro 
ano da série o qual mostra a evolução ou involução, que na 
interpretação mostra a tendência dos fatos.
3.1 Análise Vertical – AV%
O primeiro propósito da análise vertical é mostrar a partici-
pação relativa de cada conta ou grupo de contas de uma de-
monstração financeira em relação a determinado total. Con-
forme Matarazzo (1998, p. 249) “calcula-se o percentual de 
cada conta em relação a um valor-base”.
A análise vertical, tomada num período isolado, permite 
que se compare o percentual de determinado item com o seu 
correspondente de outra empresa, naquele mesmo período, 
de mesmo ramo de atividade, podendo ser analisado em rela-
ção a um padrão determinado.
44 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Quando dispomos de dados de mais de um período, co-
nhecemos a evolução relativa à representatividade do item ao 
longo do tempo. A função do analista será buscar as causas 
das variações, quando expressivas, nesse sentido Matarazzo 
(1998, p. 249) afirma que “o percentual de cada conta mostra 
sua real importância no conjunto”.
3.1.1 Análise do Balanço Patrimonial
No balanço, por exemplo, é comum determinarmos quanto 
por cento representa cada rubrica (e grupo de rubricas) em 
relação ao ativo total. Iudícibus (2007, p. 74) aponta alguns 
itens importantes a serem considerados na análise do Balanço 
Patrimonial, “é preciso tomar cuidado na utilização de valores 
extraídos de balanços iniciais e finais, principalmente na área 
de contas a receber e estoques, pois [...] não são representati-
vas das médias reais do período”.
Outra observação que Iudícibus (2008, p. 76) faz é que:
A análise de balanços limitada a apenas um exercício é 
muito pouco reveladora, salvo em casos de quocientes 
de significação imediata. Adicionalmente, é necessário 
comparar nossos quocientes e tendências com: 1. Quo-
cientes de concorrentes; 2. Metas previamente estabele-
cidas pela administração (quocientes padrão).
Na sequência será demonstrado os indicadores do cálculo 
da Análise Vertical (AV%) do Balanço Patrimonial, bem como 
as variações em pontos percentuais de um período para outro, 
apresentando inicialmente o Ativo e na sequência o Passivo e 
o Patrimônio Líquido.
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 45
Empresa: Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL
1 - ATIVO PERÍODOS Variação em pontos 
percentual
20x1 20x2 20x3 20x4 20x1
20x2
20x2
20x3
20x3
20x4$ AV % $ AV % $ AV % $ AV %
1.1 - ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 - DISPONIBILIDADES
Caixa e Bancos 4 0,50 5 0,61 5 0,57 5 0,60 0,11 (0,04) 0,03
Aplic. Liq. Imediata 42 5,21 32 3,88 30 3,42 0 0 (1,33) (0,46) (3,42)
Total das Disponibilidades 46 5,71 37 4,48 35 3,99 50,60 (1,22) (0,50) (3,39)
1.1.2 - CLIENTES
Duplic. a receber 80 9,93 92 11,15 63 7,18 60 7,14 1,23 (3,98) (0,04)
(-) Prov. Cred. Duv. 1 0,12 1 0,12 0 0 0 0 0 0,12 0
Total dos Clientes 79 9,80 91 11,03 63 7,18 60 7,14 1,23 (3,85) (0,04)
1.1.3 - ESTOQUES
Produtos Prontos 43 5,33 37 4,48 37 4,21 36 4,29 (0,85) (0,27) 0,07
Produtos em Elaboração 23 2,85 34 4,12 40 4,56 41 4,88 1,27 0,43 0,33
Matérias-Primas 37 4,59 53 6,42 45 5,13 38 4,52 1,83 (1,30) (0,60)
Mercadorias 5 0,62 9 1,09 15 1,71 19 2,26 0,47 0,62 0,55
Materiais Auxil. 1 0,12 1 0,12 2 0,23 3 0,36 0,00 0,11 0,13
Total dos Estoques 109 13,52 134 16,24 139 15,83 137 16,31 2,72 (0,41) 0,48
1.1.4 - CRÉDITOS
Adiantamentos Concedidos 14 1,74 14 1,70 16 1,82 19 2,26 (0,04) 0,13 0,44
Despesas Diferidas 4 0,50 4 0,48 5 0,57 6 0,71 (0,02) 0,09 0,14
Impostos a Recuperar 4 0,50 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0,50 0,00 0,00
Aplicações a Prazo Fixo 5 0,62 4 0,48 3 0,34 3 0,36 (0,14) (0,14) 0,02
Outros Créditos 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 (0,01) (0,01) 0,01
Total dos Créditos 29 3,60 24 2,91 26 2,96 30 3,57 (0,69) 0,05 0,61
Total do Circulante 263 32,63 286 34,67 263 29,95 232 27,62 2,04 (4,71) (2,34)
1.2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE
 1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Contratos Mútuos 8 0,99 8 0,97 8 0,91 7 0,83 (0,02) (0,06) (0,08)
Créditos de Longo Prazo 7 0,87 7 0,85 8 0,91 9 1,07 (0,02) 0,06 0,16
Total do Real. a Longo Prazo 15 1,86 15 1,82 16 1,82 16 1,90 (0,04) 0,00 0,08
 1.2.2 – INVESTIMENTOS 5 0,62 5 0,61 5 0,57 8 0,95 (0,01) (0,04) 0,38
 1.2.3 – IMOBILIZADO 515 63,90 515 62,42 594 67,65 586 69,76 (1,47) 5,23 2,11
(-) Depreciação Acumulada 2 0,25 6 0,73 10 1,14 12 1,43 0,48 0,41 0,29
 1.2.4 – INTANGÍVEL 12 1,49 12 1,45 12 1,37 12 1,43 (0,03) (0,09) 0,06
(-) Amortização Acumulada 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 0,01 0,01 (0,01)
Total do Não Circulante 543 67,37 539 65,33 615 70,05 608 72,28 (2,04) 4,71 2,34
TOTAL DO ATIVO 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00
46 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
Análise do Ativo
A seguir, estamos desenvolvendo Relatórios de Análise por pe-
ríodo e sua variação em pontos percentuais de um período 
para outro. Analisamos somente algumas contas ou grupo de 
contas a título exemplificativo. De acordo com o interesse do 
usuário da informação, esta análise pode ser estendida (mais 
analítica), analisando mais contas ou reduzida (mais resumi-
da), analisando menos contas ou grupo de contas, tendo a 
preocupação de seguir a metodologia indicada nos relatórios 
a seguir.
a) Período 20x1
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra 
que o Ativo Circulante representa 32,63% e o Ativo Não Cir-
culante 67,37% do total do Ativo. No Ativo Circulante o grupo 
de maior representatividade são os Estoques que no período 
representava 13,52% e a principal conta desse grupo são as 
Matérias-Primas. Se considerarmos uma análise em valores ab-
solutos, a partir dos indicadores de AV% podemos afirmar que 
para cada R$100,00 do Ativo R$32,63 é representado pelo 
Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante representa R$67,37 
do total do Ativo.
No Ativo Não Circulante, o Imobilizado representa 63,90% 
do total do Ativo. Esse grupo é formado por bens tangíveis e 
direitos que se destinam ao funcionamento normal de uma 
empresa. Geralmente esses bens são de longo prazo e sofrem 
a deterioração física ou tecnológica ao longo do tempo. Este 
processo de análise nos permite analisar cada conta ou grupo 
de contas de cada período, que pode ser um relatório mais 
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 47
analítico ou sintético, dependendo do interesse do usuário da 
informação.
b) Período 20x2
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mos-
tra que o Ativo Circulante representa 34,67% do total (Base 
de Cálculo) e o Não Circulante 65,33% do total do Ativo. 
No Ativo Circulante, o grupo de maior representatividade são 
os Estoques que no período representava 16,24% e a prin-
cipal conta desse grupo são as Matérias-Primas, sendo que 
esse grupo teve um aumento de aproximadamente 2 pontos 
percentuais de 20x1 para 20x2.
No Ativo Não Circulante, o Imobilizado representa 62,42% 
do total do Ativo. Houve queda de 1,67 pontos percentuais 
de 20x1 para 20x2, provocado pelo aumento da depreciação 
dos bens ou desimobilizações.
c) Período 20x3
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra 
que o Ativo Circulante representa 29,95% do total do Ativo e o 
Não Circulante, 70,05% do total do Ativo. No Ativo Circulante, 
o grupo de maior representatividade são os Estoques que no 
período representava 15,83% e a principal conta desse grupo 
são as Matérias-Primas, sendo que esse grupo teve uma varia-
ção para menos em pontos percentuais de 20x2 para 20x3.
48 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
No Ativo Não Circulante, o Imobilizado representa 67,65% 
do total do Ativo. Houve aumento de 5,23 pontos percentuais 
de 20x2 para 20x3, provavelmente provocado por novas imo-
bilizações.
d) Período 20x4
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra 
que o Ativo Circulante representa 27,62% do total e o Não 
Circulante, 72,28% do total do Ativo. No Ativo Circulante, o 
grupo de maior representatividade são os Estoques que no pe-
ríodo representava 16,31% e a principal conta desse grupo 
são as Matérias-Primas. Aponta-se que no ano de 20x4 a em-
presa não apresenta aplicações de Liquidez Imediata, fazendo 
com que o Disponível perca sua representatividade em relação 
ao total do Ativo, ficando abaixo de 1% (0,67%) do total do 
Ativo.
No Ativo não Circulante, o Imobilizado representa 69,76% 
do total do Ativo. Houve aumento de 2,11 pontos percentuais 
de 20x3 para 20x4, provavelmente provocado por novas imo-
bilizações.
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 49
Empresa: Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL
2 - PASSIVO PERÍODOS Variação em pontos 
percentual
20x1 20x2 20x3 20x4 20x1
20x2
20x2
20x3
20x3
20x4$ AV % $ AV % $ AV % $ AV %
2.1 - PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores 60 7,44 115 13,94 63 7,18 37 4,40 6,50 (6,76) (2,77)
Fornecedores de Ativo Permanente 10 1,24 0 0,00 40 4,56 0 0,00 (1,24) 4,56 (4,56)
Tributos Cíclicos (ICMS) 55 6,82 38 4,61 48 5,47 46 5,48 (2,22) 0,86 0,01
IRPJ a Pagar 5 0,62 0 0,00 0 0,00 0 0,00 (0,62) 0,00 0,00
Salários a Pagar 28 3,47 27 3,27 30 3,42 30 3,57 (0,20) 0,14 0,15
Encargos Sociais 1 0,12 2 0,24 2 0,23 2 0,24 0,12 (0,01) 0,01
Provisões Trabalhistas 10 1,24 14 1,70 20 2,28 25 2,98 0,46 0,58 0,70
Contas a Pagar 40 4,96 28 3,39 28 3,19 26 3,10 (1,57) (0,20) (0,09)
Antecipação de Clientes 3 0,37 3 0,36 3 0,34 3 0,36 (0,01) (0,02) 0,02
Empréstimos de Capital de Giro - CP 7 0,87 7 0,85 38 4,33 59 7,02 (0,02) 3,48 2,70
 Duplicatas Descontadas 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 (0,01) (0,01) 0,01
Total do Circulante 221 27,42 236 28,61 274 31,21 230 27,38 1,19 2,60 (3,83)
2.2 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Empréstimos de Capital de Giro - LP 1 0,12 1 0,12 1 0,11 10 1,19 0,00 (0,01) 1,08
Financiamentos a Longo Prazo 6 0,74 5 0,61 13 1,48 10 1,19 (0,14) 0,87 (0,29)
Outros Exigíveis - LP 1 0,12 1 0,12 5 0,57 10 1,19 0,00 0,45 0,62
Total do Passivo Não Circulante 8 0,99 7 0,85 19 2,16 30 3,57 (0,14) 1,31 1,41
2.3 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 550 68,24 550 66,67 551 62,76 551 65,60 (1,57) (3,91) 2,84
Reserva de Capital 8 0,99 8 0,97 8 0,91 8 0,95 (0,02) (0,06) 0,04
Reserva de Lucros 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 (0,01) (0,01) 0,01
Resultados Acumulado 17 2,11 22 2,67 24 2,73 19 2,26 0,56 0,07 (0,47)
Total do Patrimônio Líquido 577 71,59 582 70,54 585 66,63 580 69,05 (1,04) (3,92) 2,42
TOTAL DO PASSIVO 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00
Análise do Passivo
Da mesma forma que o Ativo, estamos desenvolvendo Rela-
tórios de Análise porperíodo e sua variação em pontos per-
centuais de um período para outro. O usuário da informação 
pode incluir na análise mais ou menos contas de acordo com 
o interesse ou necessidade de saber mais ou menos detalhes 
50 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
do relatório que está sendo analisado, tendo a preocupação 
de seguir a metodologia indicada nos relatórios a seguir.
a) Período 20x1
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra 
que o capital de terceiros circulante representa 27,42% do total 
do Passivo somado ao Patrimônio Líquido e às obrigações de 
longo prazo, representam 0,99%. Os fornecedores e tributos 
a recolher são as obrigações de maior representatividade. O 
capital próprio, constituído pelo Patrimônio Líquido representa 
71,59% do total do Passivo mais o PL, considerando o capital 
social, os resultados acumulados são as principais contas res-
ponsáveis por essa representação percentual.
b) Período 20x2
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra 
que o capital de terceiros representa 29,46% do total do Pas-
sivo e do Patrimônio Líquido, destacando-se as obrigações no 
curto prazo que representam 28,61%, sendo os Fornecedores 
e tributos a recolher as obrigações de maior representativida-
de. Observa-se que os Fornecedores representavam em 20x1 
7,44%, passaram em 20x2 para 13,94%, enquanto que os 
tributos a recolher passaram de 6,82 para 4,61% no mesmo 
período de análise. O capital próprio, constituído pelo Patri-
mônio Líquido representa 70,54% do total do Passivo mais o 
Patrimônio Líquido.
c) Período 20x3
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra 
que o capital de terceiros representa 33,37% do total do Pas-
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 51
sivo e do Patrimônio Líquido, destacando-se as obrigações no 
curto prazo que representam 31,21%, sendo os Fornecedores, 
Fornecedores do Imobilizado, tributos a recolher e empréstimos 
para capital de giro as obrigações de maior representativida-
de. Observa-se que os Fornecedores representavam em 20x2 
13,94% e passaram em 20x3 para 7,18%. Foram realizadas 
aquisições no Imobilizado o que fez com que houvesse aumento 
de 4,56%, os tributos a recolher passaram de 4,61 para 5,47% 
e foram tomados empréstimos para capital de giro provocan-
do um acréscimo de 3,48% no mesmo período de análise. O 
capital próprio, constituído pelo Patrimônio Líquido representa 
66,63% do total do Passivo mais o Patrimônio Líquido.
d) Período 20x4
A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mos-
tra que o capital de terceiros representa 30,95% do total do 
Passivo e do Patrimônio Líquido, destacando-se as obrigações 
no curto prazo que representam 27,38%, sendo os Fornece-
dores, tributos a recolher e empréstimos para capital de giro 
as obrigações de maior representatividade. Observa-se que 
os Fornecedores representavam em 20x3, 7,18% e passaram 
em 20x4 para 4,40%, os tributos a recolher mantiveram-se 
praticamente estáveis com uma variação de 0,01 pontos per-
centuais e foram tomados empréstimos para capital de giro 
provocando um acréscimo de 2,70 pontos percentuais. O ca-
pital próprio, constituído pelo Patrimônio Líquido, representa 
69,05% do total do Passivo mais o Patrimônio Líquido.
52 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
3.1.2 Análise do Balanço Patrimonial de forma 
Resumida por período
O processo de análise através de coeficientes patrimoniais, ou 
análise vertical, tem por finalidade avaliar a estrutura patrimo-
nial, que indica a proporção de cada componente em relação 
ao seu conjunto.
Exemplo:
Empresa: Em milhões
BALANÇO PATRIMONIAL
CONTAS
PERÍODOS Variação em pontos 
percentual
20x1 20x2 20x3 20x4 20x1
20x2
20x2
20x3
20x3
20x4$ AV % $ AV % $ AV % AV %
 ATIVO
Circulante 263 32,63 286 34,67 263 29,95 232 27,62 2,04 (4,71) (2,34)
Realizável a Longo Prazo 15 1,86 15 1,82 16 1,82 16 1,90 (0,04) 0,00 0,08
Permanente (Imobilizado, 
Invest. e Int.)
528 65,51 524 63,51 599 68,23 592 70,48 (2,00) 4,72 2,25
Ativo Total 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00
 PASSIVO 
Circulante 221 27,42 236 28,61 274 31,21 230 27,38 1,19 2,60 (3,83)
Exigível a Longo Prazo 8 0,99 7 0,85 19 2,16 30 3,57 (0,14) 1,32 1,41
Patrimônio Líquido 577 71,59 582 70,54 585 66,63 580 69,05 (1,04) (3,92) 2,42
Passivo + PL 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00
a) 20x1
Na composição do Patrimônio em 20x1, as relações observa-
das no Ativo indicam uma participação de 32,63% no Ativo Cir-
culante, 1,86% no Ativo Realizável em Longo Prazo e 65,51% no 
Ativo Permanente. Esses valores aplicados no Ativo tiveram ori-
gem no Passivo Circulante no montante de 27,42%, Exigível em 
Longo Prazo (Passivo não Circulante) com participação de 0,99% 
e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) representa 71,59%.
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 53
b) 20x2
Na composição do Patrimônio em 20x2, as relações obser-
vadas no Ativo indicam uma participação de 34,67% no Ativo 
Circulante, 1,82% no Ativo Realizável a Longo Prazo e 63,51% 
no Ativo Permanente. Esses valores aplicados no Ativo tiveram 
origem no Passivo Circulante no montante de 28,61%, Exigí-
vel em Longo Prazo (Passivo não Circulante) com participação 
de 0,85% e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) representa 
70,54%.
c) 20x3
O montante de recursos aplicados no Ativo no Período 
20x3 tiveram a seguinte distribuição:
 Ativo Circulante: 29,95%.
 Ativo Realizável a Longo Prazo: 1,82%.
 Ativo Permanente: 68,23%.
 A origem destes recursos deu-se da seguinte forma:
 Em Passivo Circulante: 31,21%.
 Em Passivo Exigível a Longo Prazo (PNC): 2,16%.
 Em Capital Próprio - PL -: 66,63%. 
d) 20x4
Na composição do Patrimônio em 20x4, as relações ob-
servadas no Ativo indicam uma participação de 27,62% no 
Ativo Circulante, 1,90% no Ativo Realizável a Longo Prazo e 
70,48% no Ativo Permanente (Investimentos, Imobilizado e In-
54 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis
tangível). Esses valores aplicados no Ativo tiveram origem no 
Passivo Circulante no montante de 27,38%, Exigível a Longo 
Prazo (Passivo não Circulante) com participação de 3,57% e o 
Capital Próprio (Patrimônio Líquido) representa 69,05%.
e) Evolução das Origens e Aplicações de Recursos
Na comparação dos períodos 20x1 até 20x4 das Origens 
de Recursos, próprios ou de terceiros (Passivo e Patrimônio Lí-
quido) e Aplicação de Recursos (Ativo), podemos identificar 
através da variação das contas ou grupo de contas as princi-
pais causas que provocaram a variação das obrigações circu-
lantes, não circulante e recursos próprios (PL) e a variação das 
aplicações de recursos de um período para outro.
Exemplo 1: Quais as principais causas do aumento das 
obrigações circulantes em 1,19 pontos percentuais do período 
20x1 par 20x2? A principal causa foi o aumento de fornece-
dores em 6,50 pontos percentuais.
Exemplo 2: Quais as principais causas do aumento das 
obrigações circulantes em 2,60 pontos percentuais do período 
20x2 par 20x3?
 Â A principal causa foi o aumento de fornecedores de ati-
vo permanente em 4,56 pontos percentuais;
 Â Aumento dos empréstimos de capital de giro em 3,48 
pontos percentuais.
Exemplo 3: Quais as principais causas da diminuição das 
obrigações circulantes em 3,83 pontos percentuais do período 
20x3 par 20x4?
Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 55
 Â A principal causa foi a diminuição de fornecedores de 
ativo permanente em 4,56 pontos percentuais;
 Â A diminuição de fornecedores em 2,77 pontos percen-
tuais.
Exemplo 4: Quais as principais causas da diminuição da 
representatividade dos bens e direitos de natureza circulante 
em 4,71 pontos percentuais do período 20x2 par 20x3?
 Â

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