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Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Organizado por Universidade Luterana do Brasil Universidade Luterana do Brasil – ULBRA Canoas, RS 2016 Nédio José Favero Jucelaine Bitarello Conselho Editorial EAD Andréa de Azevedo Eick Ângela da Rocha Rolla Astomiro Romais Claudiane Ramos Furtado Dóris Gedrat Honor de Almeida Neto Maria Cleidia Klein Oliveira Maria Lizete Schneider Luiz Carlos Specht Filho Vinicius Martins Flores Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da ULBRA. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. Dados técnicos do livro Diagramação: Jonatan Souza Revisão: Geórgia Marques Píppi Para a disciplina de Análise e Interpretação das Demonstrações Contá-beis foi desenvolvido este livro de estudos com a finalidade de compre- ensão do tema que envolve, a priori, a análise da representação e evolu- ção econômica de empresas, independentemente ao ramo que pertençam. Neste contexto, o objeto de estudo é a visualização e o tratamento dado às demonstrações contábeis extraindo delas informações relevantes que interessem tanto às Pessoas Jurídicas e/ou Físicas, quanto aos governos: Federal, Estadual, Municipal e órgãos fiscalizadores e bancários. O objetivo proposto é disponibilizar um livro de acessível linguagem conceitual e de interpretação para que o leitor consiga apoderar-se dos conceitos teóricos com vista ao suporte das habilidades requeridas com as áreas que requerem o conhecimento econômico e financeiro dos dados contábeis. Em relação à problematização para os conteúdos abordados na dis- ciplina busca-se o que segue: como a organização dos fatos contábeis, apresentados nas demonstrações contábeis, que são o objeto do estudo, serve de fonte de informações relevantes tanto do interesse interno quanto externo das empresas. Este livro está estruturado em 10 capítulos com conteúdos apresenta- dos em forma lógica da seguinte ordem: PRIMEIRO – Objetivos e finalida- des da interpretação das demonstrações contábeis – processo de análise; SEGUNDO - Reestruturação das demonstrações contábeis; TERCEIRO - Análise vertical e horizontal; QUARTO - Indicadores da capacidade de pagamento: indicadores de liquidez; QUINTO - Indicadores da estrutura de capitais; SEXTO - Indicadores de rentabilidade; SÉTIMO - Análise da empresa através dos ciclos; OITAVO - Estudo do capital de giro; NONO - Análise comparativa; e, DÉCIMO - Relatórios de análise. Apresentação Apresentação v Por fim, lembra-se que o livro ora apresentado não esgota os con- teúdos, mas sim, municiona o leitor para que busque outras leituras que aportem os conteúdos abordados com o fim de complementar e ampliar o conhecimento científico, que são relevantes à prática profissional. 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação das Demonstrações Contábeis – Processo de Análise ...........................................1 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis .....................15 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) ..................42 4 Indicadores da Estrutura de Capitais ...................................79 5 Indicadores da Capacidade de Pagamento: Indicadores de Liquidez .........................................................................99 6 Indicadores de Rentabilidade – RETORNO .........................124 7 Análise da Empresa Através dos CICLOS ...........................145 8 Estudo do Capital de Giro (CDG) ......................................162 9 Análise Comparativa ........................................................194 10 Relatórios de Análise ........................................................203 Sumário Objetivos, Finalidades da Interpretação das Demonstrações Contábeis – Processo de Análise12 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 1 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, contador e diretor proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Consultoria e Perícias Contábeis. Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), ministrando as disciplinas de Administração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo de Caixa, Fundamentos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contá- beis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as modalidades: Graduação, EAD e Especialização. 2 Jucelaine Bitarello é Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNISC – Uni- versidade de Santa Cruz do Sul – RS, Especialista em Administração e Estratégia Empresarial pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS e Graduada em Ciências Contábeis pela UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Profes- sora dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Gestão Pública da ULBRA, presencial e EAD. Tem experiência profissional em organizações privadas e públicas, autora de livros, capítulos de livros e de diversos artigos científicos, nacionais e inter- nacionais. Consultora ad hoc do Ministério da Educação e Cultura – MEC/INEP. Nédio José Favero1 Jucelaine Bitarello2 Capítulo 1 2 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Introdução Para o primeiro capítulo estão reservados os Objetivos e as Finalidades da Análise de Balanços, em que se busca a veri- ficação dos capitais da empresa e suas relações de evolução e dependência. São também apresentadas as principais de- monstrações contábeis, entendidas na atualidade como Re- latórios Contábeis, sendo que alguns são obrigatórios para atendimento da legislação e outros, não obrigatórios, mas re- levantes para a informação gerencial e de gestão. E, a partir desses conteúdos iniciais verifica-se como se dá o processo de preparação dos relatórios contábeis, sob dois aspectos: a estática patrimonial e a dinâmica patrimonial. 1.1 Objetivos e Finalidades da Análise de Balanços Diariamente ouvimos pessoas comentarem sobre a situação econômica do País e das empresas, de forma geral. Ao pu- blicarem suas demonstrações financeiras, as empresas justifi- cam seu desempenho, atraindo o interesse do investidor pelas suas ações. O conceito de empresa boa ou sólida às vezes é utilizado sem fundamentação técnico-científica, decorrente de manifestação apenas de cunho “emocional” (refere-se ao produto ou às instalações). Para uma afirmativa fundamentada tecnicamente, uma empresa sólida compreende muito mais, ou seja, há necessidade de que tenha certa independência em relação a capitais de terceiros e apresente vitalidade na gera- Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 3 ção de recursos, entre outras condições. O objetivo da análise das informações financeiras é obter informações para avaliar a situação financeira e o resultado das operações da empre- sa, suas evoluções e tendências. De acordo com Assaf Neto (2010, p. 36): A análise de balanços permite que se extraia, dos de- monstrativos contábeis apurados e divulgados por uma empresa, informações úteis sobre seu desempenho eco- nômico-financeiro, podendo atender aos objetivos de análise dos investidores, credores, concorrentes, empre- gados, governo etc. Diante do exposto, é importante compreender o ambiente em que está inserida a empresa para que a análise financei- ra possa ser útil na tomada de decisão. Na sequência são abordados os relatórios contábeis que servem de base para o desenvolvimentoda disciplina. 1.2 Relatórios Contábeis Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada de dados coletados pela Contabilidade. Ele objetiva relatar, às pessoas que utilizam os dados contábeis, os principais fatos registrados por aquele setor em determinado período. Tam- bém conhecidos como informes contábeis, distinguem-se em obrigatórios e não obrigatórios. Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei, sendo conhecidos como demonstrações financeiras (ou contá- 4 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis beis), exigidos para as S.A.’s, estendida a outros tipos societá- rios, conforme fundamentação legal. Os relatórios contábeis não obrigatórios são aqueles não exigidos por lei, o que não significa que sejam menos importantes. Há relatórios não obri- gatórios imprescindíveis para a administração, pela sua fun- ção como ferramenta gerencial. A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404/76) estabelece que, ao fim de cada exercício social (ano), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração contábil, as seguintes de- monstrações financeiras: Balanço Patrimonial - BP; Demonstração do Resultado do Exercício - DRE; Demonstração do Fluxo de Caixa - DFCx; Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL; Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA; Demonstração do Valor Adicionado - DVA. Os principais relatórios contábeis não obrigatórios como é o caso dos orçamentos (financeiro, operacional e de capital), são elaborados normalmente com finalidades gerenciais que visam, especialmente, auxiliar na tomada de decisões e, em geral, tratam-se de relatórios confidenciais. Assaf Neto (2010, p. 37) aponta que “muitos desses relatórios são bastante im- portantes para a análise, permitindo que sejam obtidas con- clusões mais completas sobre a situação da empresa”. Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 5 A maioria dos relatórios não obrigatórios é preparada pela contabilidade gerencial, que não se prende aos princípios con- tábeis nem aos princípios fiscais e muito menos legais. Estes relatórios atendem as necessidades internas dos gerentes, ad- ministradores e outros usuários da informação que se preocu- pam em minimizar os riscos na tomada de decisões. 1.3 Processo de Análise das Demonstrações Financeiras A análise das demonstrações financeiras é um dos estudos das relações que existem entre os diversos elementos financeiros que compõem o patrimônio de uma empresa, e as manifes- tações de suas tendências em diversos períodos sucessivos. Para determinar as causas que produziram os resultados que mudaram a situação financeira da empresa, determinamos as seguinte etapas no processo de análise: 1º) Estudo da Composição do Patrimônio Esse estudo serve para identificar a composição de cada grupo que forma o patrimônio como ativo circulante, passivo circulante, ativo não circulante, passivo não circulante, patri- mônio líquido e outros grupos e subgrupos e, a cada um des- ses grupos identificamos a abertura necessária para cada tipo de análise. 2º) Análise por Coeficientes ou Análise Vertical 6 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis É indicada pela determinação da percentagem de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto. 3º) Análise por Quocientes É representada pela relação entre componentes de um mesmo conjunto, ou confronto entre dois valores heterogêneos inter-relacionados. 4º) Análise por Índices ou Análise Horizontal É estabelecida pela comparação entre componentes de um conjunto em sucessivos períodos, tendo um período para base de confronto. 5º) Análise através de Padrões A análise através de padrões é representada pela compa- ração entre componentes de um universo de conjuntos para determinar os padrões. O objetivo de aplicação desse proces- so de análise é permitir interpretar a solvência, estabilidade e produtividade de uma empresa e suas tendências, que sem elas estaria oculta. Além destas cinco etapas do processo de análise, existem outras metodologias aplicadas para análise das Demonstra- ções Financeiras. Não temos a pretensão de esgotar o assun- to, mas como forma de darmos início aos estudos será dada ênfase a cada uma destas etapas, tendo como base o Balanço Patrimonial e a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício como as principais demonstrações que servem de base para análise. Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 7 1.3.1 Inflação e Balanços Desconsiderar os índices de inflação ao longo de um período seria distorcer a realidade da estrutura patrimonial dos relató- rios contábeis. Nesse sentido, mesmo que desde 1995 as em- presas tenham sido desobrigadas a reconhecerem legalmente os efeitos inflacionários nas demonstrações contábeis, privile- giando os valores históricos e em 2008 com a Lei 11.638/07 com critérios para atualização de ativos e passivos, privilegian- do o valor justo, para fins de análise gerencial é importan- te que as demonstrações sejam levadas a valores presentes, aplicando-se os indicadores de inflação medidos por órgãos competentes, tais como Fundação Getúlio Vargas. Dentre os principais indicadores utilizados para a correção destacamos IGP – Índice Geral de Preços; M – Mercado; INPC – Índice Nacional de Preços ao consumidor, ou outro indicador que a organização entender ser relevante. Para facilitar o processo de atualização dos balanços, re- comenda-se buscar o sítio do Banco Central (www.bcb.gov.br), no link da Calculadora do Cidadão, os principais indicadores de medição da inflação ao longo do tempo. 1.3.2 Estática Patrimonial Situação estática é aquela que o patrimônio apresenta em determinado momento, sem considerar as variações que ela possa ter sofrido num período administrativo. A estática pa- trimonial é demonstrada no balanço patrimonial, que põe em evidência a igualdade entre os valores ativos e passivos. Toda entidade, ao iniciar suas atividades necessita aplicar parte de 8 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis seu patrimônio em bens de uso, mercadorias ou matérias-pri- mas para desenvolver suas atividades mercantis, industriais ou de serviços. O professor Hilário Franco estabelece entre outras leis con- tábeis relativas à estática patrimonial, as seguintes: a) há uma proporção necessária e definida entre os capi- tais próprios e de terceiros; b) há uma proporção necessária e definida entre vários grupos que correspondem à aplicação dos capitais. Somente a análise do balanço patrimonial pode mostrar a proporção existente entre os capitais próprios e os de tercei- ros, assim como a proporção entre os vários grupos patrimo- niais. Além disso, somente a análise comparativa entre vários balanços pode indicar a proporção mais aconselhável para determinados ramos de atividade econômica. Nesse sentido apresentamos o processo de análise do ponto de vista estático: a) decomposição do patrimônio em seus elementos mais simples e irredutíveis; b) determinação da percentagem de cada componente em relação ao conjunto patrimonial (coeficientes pa- trimoniais); c) estabelecimento da relação entre componentes de um mesmo conjunto patrimonial (quocientes patrimoniais); d) comparação entre os componentes de um patrimônio em sucessivos períodos, para conhecer as variações ocorridas (índices patrimoniais); Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 9 e) comparação entre componentes de um universo de conjuntos patrimoniais, destinados a atividades seme- lhantes, para determinação de coeficientes-padrão. Neste caso, quando os vários balanços comparados não obedecem a um mesmo plano de contas, preci- sando ajustá-los, para compararmos coisas homogê- neas. 1.3.3 Dinâmica Patrimonial A situação dinâmicado patrimônio é evidenciada pelo resulta- do das variações patrimoniais ocorridas em certo período, que está evidenciada na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, Demonstração do Fluxo de Caixa – DFCx, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA e Demonstração do Valor Adicionado - DVA. A principal demonstração dinâmi- ca para efeito de análise é a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE que em suas variações positivas (resultado po- sitivo = a lucro) e suas variações negativas (resultado negativo = a prejuízo), provocam variações patrimoniais modificando a situação do patrimônio da empresa. Diante do exposto na sequência, apresentamos o processo de análise do ponto de vista dinâmico: a) decomposição do resultado econômico em seus ele- mentos mais simples e irredutíveis; b) determinação da percentagem de cada componente do resultado econômico em relação ao seu conjunto (coeficientes de variações patrimoniais); 10 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis c) estabelecimento da relação, entre si, de partes que constituem o resultado econômico, bem como da re- lação entre esse resultado e os componentes patrimo- niais; d) comparação entre os componentes do resultado eco- nômico em sucessivos períodos, para conhecer as causas da alteração do resultado de um exercício para outro (índices das variações patrimoniais); e) comparação entre os componentes do resultado eco- nômico de empresas similares, para determinação de coeficientes-padrão. Também neste caso, precisamos ajustar as várias demonstrações comparadas, reduzin- do-as a um mesmo plano de contas. As etapas do processo de análise são as mesmas aplicadas para as demonstrações dinâmicas e estáticas. Recapitulando Neste capítulo verificou-se no primeiro momento que os ob- jetivos e finalidades da análise e interpretação dos relatórios contábeis são uma metodologia de identificação da evolução e tendências econômica e financeira das empresas. No se- gundo momento, foram apresentadas as principais demonstra- ções contábeis, entre as quais algumas são obrigatórias para o atendimento da legislação, especificamente para empresas de capital aberto, e as demonstrações não obrigatórias, que são Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 11 instrumentos relevantes de informação com o fim gerencial e de gestão. Verificou-se, também, um aspecto relevante que é a atuali- zação dos dados com o fim de dar homogeneidade de estru- tura quantitativa, ou seja, trazer os valores do passado para o valor presente, com o fim de não distorção de valores e, con- sequentemente, indicadores com menor desvio e que garan- tem confiança da informação, o que permite a análise compa- rativa entre períodos estudados, bem como a comparabilidade entre as empresas. Referências ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Ad- ministração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ______. Estrutura e análise de balanços: um enfoque eco- nômico-financeiro. Comércio e Serviços, Industriais, Ban- cos comerciais e múltiplos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 8. ed. rev. atual. São Paulo: Atlas, 2007. ______. MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SAN- TOS, Ariovaldo dos. Manual de Contabilidade Socie- tária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. 12 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contá- beis: contabilidade empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Ba- lanços: abordagem básica e Gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. Atividades 1) As aplicações de recurso de uma Empresa estão demons- tradas no: a) Ativo. b) Passivo. c) Patrimônio Líquido. d) Obrigações Exigidas a Longo Prazo. e) Estoques e Passivo Circulante. 2) O “Passivo a Descoberto” é indicado pela seguinte repre- sentação gráfica do Patrimônio: a) Passivo = zero e Ativo = Patrimônio Líquido. b) Passivo = Patrimônio Líquido e Ativo = zero. c) Passivo + Patrimônio Líquido = Ativo. d) Passivo = Ativo + Patrimônio Líquido. Capítulo 1 Objetivos, Finalidades da Interpretação... 13 e) Passivo < ou = zero e Ativo > Patrimônio Líquido. 3) As informações de natureza financeira envolvem: a) O Fluxo de Caixa e do Capital de Giro. b) O fluxo de receitas e de despesas, bem como o patri- mônio da entidade. c) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e as Obrigações de Longo Prazo. d) O Patrimônio Líquido e a Demonstração do Resultado do Exercício. e) O Caixa e o montante de depreciação acumulada. 4) No Processo de Análise de Balanço, na relação percentual de uma conta ou de um grupo de contas em relação a um todo de que faz parte, estamos utilizando o método de Análise de Balanço denominado: a) Análise através de Prazos Médios. b) Análise Horizontal (AH). c) Análise Vertical (AV%). d) Análise através da definição de Índices-padrão. e) Análise por meio de quocientes. 5) Analise as afirmações a seguir e, na sequência, marque D para análise Dinâmica Patrimonial e E para análise Estáti- ca Patrimonial. 14 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis a) ( ) Decomposição do patrimônio em seus elementos mais simples e irredutíveis. b) ( ) Determinação da percentagem de cada compo- nente do resultado econômico em relação ao seu con- junto (coeficientes de variações patrimoniais). c) ( ) Comparação entre componentes de um universo de conjuntos patrimoniais, destinados a atividades se- melhantes, para determinação de coeficientes-padrão. Neste caso, quando os vários balanços comparados não obedecem a um mesmo plano de contas, preci- sando ajustá-los, para compararmos coisas homogê- neas. A sequência correta das questões acima é: a) d, d, d. b) e, e, e. c) d, e, d. d) e, d, e. e) d, e, e. Reestruturação das Demonstrações Contábeis12 1 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, contador e diretor proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Consultoria e Perícias Contábeis. Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), ministrando as disciplinas de Administração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo de Caixa, Fundamentos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contá- beis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as modalidades: Graduação, EAD e Especialização. 2 Jucelaine Bitarello é Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNISC – Uni- versidade de Santa Cruz do Sul – RS, Especialista em Administração e Estratégia Empresarial pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS e Gradua- da em Ciências Contábeis pela UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Professora dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Gestão Pública da ULBRA, presencial e EAD. Tem experiência profissional em organizações privadas e públicas, autora de livros, capítulos de livros e de diversos artigos científicos, nacionais e internacionais. Consultora ad hoc do Ministério da Educação e Cultura – MEC/INEP. Nédio José Favero1 Jucelaine Bitarello2 Capítulo 2 16 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Introdução No que pese à existência dos Princípios de Contabilidade, Normas Brasileiras de Contabilidade, Normas Interna- cionais de Contabilidade, Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, regras estabelecidas na Lei nº 6404/76, bem como de outros dispositivos daComissão de Valores Mobiliários (CVM) e das Leis Fiscais, há necessidade de que o analista proceda a uma readequação das Demonstrações Contábeis, reclassi- ficando algumas de suas rubricas (contas). A reclassificação visa atender aos propósitos de análise, tendo como objetivo corrigir as eventuais distorções, tanto do ponto de vista teórico quanto em relação às diferenças de critérios que possam exis- tir nos procedimentos adotados pelas diversas empresas, de modo que tal reclassificação propicie ao analista consistência nos critérios, permitindo-lhe, portanto, melhor comparabilida- de entre as diversas empresas. Em face da sua responsabilidade profissional o analista, cuja atribuição consiste em interpretar e dar o seu pare- cer sobre determinada empresa, deve assumir uma posição conservadora e, diante de situações duvidosas, proceder à reclassificação dentro desse princípio (conservadorismo). Desta forma, neste capítulo são apresentadas as duas prin- cipais demonstrações: o Balanço Patrimonial e a Demons- tração do Resultado do Exercício e sua reestruturação para análise. Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 17 2.1 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis apresentada graficamente em forma de conta, que visa evi- denciar a situação patrimonial da empresa em determinado momento e representar de forma quantitativa e qualitativa os atos e fatos consignados na escrituração contábil, mostrando os bens e direitos, do lado do ativo, bem como as obriga- ções mais o patrimônio líquido, do lado do passivo. Como forma de demonstrar a composição patrimonial, na sequência é apresentada as diversas visões de Ativo e Passivo: a) Composição b) Origem e aplicação de recursos ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO Bens E Obrigações Aplicações Origem Direitos c) Origem dos recursos d) Aplicação dos recursos ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO Capitais de Disponibilidades terceiros Clientes Aplicações (fontes Externas) Estoque Origem Capitais Créditos Próprios Investimentos (fontes Internas) Imobilizados e) Grupos f) Quanto ao prazo ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Circulante Circulante Não Circulante Não Circulante (até 360 dias) (até 360 dias) Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido Realizável a Longo Prazo (após 360 dias) Não Circulante (após 360 dias) Investimentos Investimentos (permanente) Patrimônio Líquido (permanente) Imobilizado Imobilizado (permanente) Intangível Intangível (permanente) 18 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Destaca-se que são visões complementares entre si. Nesse sentido, é importante que o aluno compreenda cada um dos conceitos apresentados nas figuras acima. Outros conceitos também devem ser compreendidos pelos alunos, para a distri- buição das contas patrimoniais, conforme as seguintes regras: a) Prazo de vencimento ou realização: em contabilida- de a CURTO PRAZO significa normalmente o período de até um ano. Assim: Â Contas realizáveis ou exigíveis em um ano, ou seja, até o término do exercício seguinte, pertencem a um mesmo agrupamento; Â Contas realizáveis ou exigíveis em períodos superiores a um ano, ou seja, após o término do exercício seguinte, pertencem a um mesmo agrupamento. b) Grau de liquidez ou exigibilidade decrescente: Os itens de maior liquidez ou exigibilidade são classifica- dos em primeiro plano. Os de menor liquidez ou exigi- bilidade aparecem em último lugar. c) Ordem prioritária: As operações devem ser classifica- das em grupos e subgrupos de acordo com a natureza das operações que registram de forma a facilitar o en- tendimento dos usuários das informações contábeis. Após a explanação, apresentamos a estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei 6404/76, em seus artigos 178 a 185 que define grupos, componentes e critérios e, esquemati- camente, podemos representá-los como segue: Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 19 Quadro 1 Balanço Patrimonial conforme a Lei 6.404/76 A T I V O P A S S I V O ATIVO CIRCULANTE • São contas que estão constantemente em giro - em movimento - sendo que a conversão em dinheiro será no máximo no exercício subsequente. PASSIVO CIRCULANTE • Obrigações vencíveis no exercício seguinte. ATIVO NÃO CIRCULANTE • Ativo Realizável á Longo Prazo - Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte; - Direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligada ou controlada, diretores ou participantes no lucro da companhia, que não constituem negócios usuais na exploração do objeto da empresa. PASSIVO NÃO CIRCULANTE • Obrigações vencíveis após o término do exercício seguinte. • Investimentos - Participações permanentes em outras sociedades; - Direitos não classificáveis no ativo circulante que não destinem a manutenção da atividade da companhia. • Imobilizado - Os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção da atividade da companhia ou são exercidos com essa finalidade. • Intangível - Bens imateriais. PATRIMÔNIO LÍQUIDO • Capital Social • Reservas de Capital - Ágio na emissão de ações; - Prêmio na emissão de debêntures; - Doações e subvenções para investimento. • Reservas de Reavaliação - Aumento de valor atribuído ao ativo em virtude de novas avaliações. • Reservas de Lucros - Contas constituídas como apropriação do lucro da Companhia. • Lucros ou prejuízos acumulados Fonte: Lei 6.404/76. Após apresentadas no Balanço Patrimonial as diversas for- mas de visualização e organização das contas e grupos de 20 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis contas, nota-se que há algumas alterações que permitem maior consistência na informação. Isso é relevante para o ge- renciamento e gestão das empresas pois permite, como visto no Capítulo UM, que os relatórios contábeis sejam peças fle- xíveis e que tenham a dinâmica de serem reestruturadas con- forme o interesse dos gestores (usuários da informação), claro, sem ferir a Norma Contábil. Assim, sugere-se que o leitor faça novamente a visualização (olhar novamente) dos quadros an- teriormente ilustrados, com a finalidade de fixação. 2.1.1 – Reestruturação do Balanço Patrimonial A reestruturação visa melhor atender os objetivos da análise, anteriormente definidas. Porém, propomos um modelo básico que passamos a denominar Balanço Patrimonial Dinâmico – BPD. A demonstração proposta visa identificarmos os recursos voluntários e as aplicações na atividade operacional da em- presa. Para tanto, dividimos o circulante ativo e passivo, em cíclico e aleatório ou financeiro. Por atividade operacional entende-se aquela ligada ao ciclo operacional da empresa e, define-se o ciclo como o processo por inteiro desde a compra da matéria-prima, pas- sando pelo processo produtivo e finalizando com a venda. Este conceito vale tanto para indústria quanto para o comércio e serviço, ressalvadas as peculiaridades de cada setor. Assaf Neto e Silva (2012, p. 67) apontam que “os ativos circulan- tes operacionais devem manter a coerência com o ciclo ope- racional da empresa de forma que o volume de investimentos Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 21 nesses itens seja representativo de suas necessidades de inves- timentos em capital de giro”. Na sequência, apresenta-se a divisão do Ativo e do Passivo Circulante sob a ótica dos conceitos de cíclico e aleatório. Quadro 2 Balanço Patrimonial Dinâmico: divisão do Ativo e Passivo Circulante A T I V O P A S S I V O ATIVO CIRCULANTE • CÍCLICO (ACC): É composto pelas rubricas patrimoniais que indicam direitos de curto prazo diretamente ligados ao ciclo operacional da empresa. Istoé, aplicações realizadas na atividade operacional e que atendem o conceito de capital em giro. Ex.: Clientes, Estoques, Impostos a recuperar etc. • ALEATÓRIO ou financeiro (ACAf): É composto de rubricas patrimoniais que indicam valores monetários que não estão necessariamente diretamente ligados ao ciclo operacional. Também chamado de “ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO”, que representam valores de maior liquidez. Ex.: Disponibilidades, IRPJ à recuperar etc. PASSIVO CIRCULANTE • CÍCLICO (PCC): É composto pelas rubricas patrimoniais que indicam obrigações de curto prazo diretamente ligadas ao ciclo operacional da empresa. Representam os recursos voluntários não onerosos. Ex.: Fornecedores de ACC, Salários a pagar, Impostos faturados etc. • ALEATÓRIO ou financeiro (PCAf): É composto pelas rubricas patrimoniais que indicam obrigações de curto prazo, involuntários e/ou onerosos à empresa. Ex.: Empréstimos de curto prazo, Dividendos, IRPJ, Fornecedores de permanente, Duplicatas Descontadas etc. Fonte: Adaptado de Assaf Neto e Silva (2012). Ao analista caberá a identificação da natureza das opera- ções registradas em cada conta que compõe o Ativo Circulan- 22 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis te e o Passivo Circulante e redistribuir as contas de acordo com os conceitos acima. Assaf Neto e Silva (2012, p. 67) ainda apontam que o “pas- sivo circulante operacional representa as obrigações de curto prazo identificadas diretamente com o ciclo operacional da empresa”, conceito semelhante ao ativo circulante operacional. Outro conceito que Assaf Neto e Silva (2012) trazem está relacionado ao ativo circulante financeiro e passivo circulante financeiro. O ativo circulante financeiro é formado sem apre- sentar vínculo com o ciclo operacional, já o passivo circulante financeiro inclui as dívidas junto às instituições financeiras sem apresentar vínculo direto com a atividade operacional da em- presa. Nesse sentido, há de se destacar: a) Desconto de duplicatas: representa um empréstimo que deverá compor o Passivo Circulante Aleatório, mesmo que esta obrigação não venha a gerar desem- bolso, constitui-se em obrigação onerosa. b) Fornecedores: se possível, deverá ser discriminado o tipo de fornecimento. Se for de material, mercadoria ou serviço que compõe o processo produtivo e/ou co- mercialização. Devem ser classificados como cíclico, se for para fornecimento de permanente; se for de materiais não ligados à atividade operacional, devem ser classificados como aleatórios. Esta sistemática vale também para “contas à pagar”. Importante classificar “Adiantamento/antecipação a fornecedores”, como Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 23 Ativo Circulante Cíclico ou Aleatório dependendo do que irá ser fornecido. c) Caixa/Bancos (disponibilidades): Devem ser classifi- cados como Ativo Circulante Aleatório - ACA, mesmo que oriundos de cobrança, resgate de aplicação finan- ceira ou captação de recursos, pois representa contas necessárias para realização da atividade operacional, mas não ligadas diretamente à operação. d) Impostos e taxas: gerados pelo processo produtivo ou de comercialização devem ser classificados como Pas- sivo Circulante Cíclico – PCC (ex.: ICMS, IPI, Confins, PIS, ISS). Os demais tributos (ex.: IRPJ, Contribuição So- cial do Lucro, IR na fonte s/juros do capital próprio) devem compor o Passivo Circulante Aleatório – PCA, pois representam obrigações não ligadas diretamente à atividade operacional, mas decorrentes desta atividade. e) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa - PCLD: é mantido como redutora de duplicatas a receber. f) Operações com Coligadas: se mercantis, a Lei das SA´s determina o registro a longo prazo, porém, no Balanço Patrimonial Dinâmico reclassificaremos com operação de curto prazo. g) Pró-labore: Classifica-se no Passivo Circulante se for remuneração de parte ligada (dirigente), classifica-se como PCC, no entanto, se for um empréstimo contraí- do pela empresa junto a dirigente, classifica-se como PCA. 24 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis h) Outros Créditos: devem ser observados rigorosamente os conceitos de classificação de contas cíclicas ou ale- atórias. Ex.: Aplicação a prazo fixo (aleatório), outros créditos resultantes da atividade operacional (cíclico). Demais contas de Ativo ou de Passivo de caráter perma- nente ou de longo prazo, são classificadas como “NÃO CIR- CULANTES”, ou seja, Ativo Não Circulante (ANC) e Passivo Não Circulante (PNC). Este modelo proporciona a mudança de alguns conceitos da análise tradicional, ou seja, possibilitará concluirmos que, eventualmente, indicadores de baixa liquidez são produzidos por obrigações não onerosas, voluntárias. Ou ainda, que es- tas estão financiando o ciclo operacional da empresa, sem a necessidade de investimento operacional em giro. Se concordarmos que as aplicações em ativo circulante são “um mal necessário” e que devemos minimizar os investimen- tos em “Duplicatas a Receber” e “Estoques”, podemos con- cluir como um indicativo favorável se estes forem financiados por recursos voluntários não onerosos, ou seja, um passivo ligado diretamente à atividade operacional é sempre “bem- -vindo”. Pelo mesmo entendimento, outros recursos de tercei- ros contraídos pela empresa com taxa menor que a margem operacional, também se constituirá em um bom passivo. Na sequência, apresentamos, a título exemplificativo, uma visão sintética do Balanço Patrimonial Dinâmico - BPD, ou seja, a reestruturação do Balanço com a reclassificação de contas e grupo de contas: Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 25 Quadro 3 Estrutura do Balanço Patrimonial Dinâmico (BPD) Grupos ATIVO PASSIVO C I R C U L A N T E 1. Ativo Circulante Cíclico - ACC: Clientes Duplicatas a receber (-) Prov. para Créd. de Liq. Duv. - PCLD Estoques Produtos (PP, PE, MP) Mercadorias Materiais Auxiliares Créditos Adiantamentos/Outros Créditos Despesas Diferidas Impostos a recuperar 1. Passivo Circulante Cíclico - PCC: Fornecedores de ACC Importações a pagar Impostos Faturados Tributos Cíclicos Encargos Sociais Contas a pagar Antecipação de Clientes Salários a pagar Provisões trabalhistas 2. Ativo Circulante Aleatório ou Financeiro - (ACAf): Disponibilidades Caixa e Bancos Aplicações Liquidez Imediata Outros Créditos Aplicações a Prazo Fixo IRPJ a recuperar 2. Passivo Circulante Aleatório ou Financeiro - PCAf: Fornecedores de Ativo Permanente IRPJ/CSL Duplicatas Descontadas Empréstimos Bancários de Curto Prazo N Ã O C I R C U L A N T E 3. Realizável a Longo Prazo Contratos Mútuos Bens/Valores a Longo Prazo 3. Exigível a Longo Prazo Contratos Mútuos Empréstimos Bancários de Longo Prazo 4. Permanente Investimentos Imobilizado Intangível Depreciação e Amortização 4. Patrimônio Líquido Capital Social Reservas Resultados Fonte: Adaptado de Assaf Neto e Silva (2012). Conforme verificado, estudamos até esse ponto do tópi- co Balanço Patrimonial, sua estrutura legal e reestruturação para análise como relatório gerencial. Aborda-se na sequên- cia a Demonstração do Resultado do Exercício, a qual também pode ser dinamizada para a geração e interpretação das infor- mações nele produzidas. 26 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis 2.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) A demonstração de resultados da empresa representa a con- frontação das receitas e despesas relativas a determinado pe- ríodo, que normalmente é de um ano. Conforme Iudícibus et al (2010 p. 475) “é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercícioso- cial, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período [...]”. A seguir vejamos as principais rubricas que compõem a demonstração de resultados. Â Receita bruta operacional (ou vendas brutas) - Repre- senta o faturamento bruto da empresa, decorrente da venda de produtos, mercadorias e serviços vinculados diretamente à atividade operacional. - Deduções de vendas - São contas redutoras da receita operacional bruta, representadas por gastos vinculados diretamente à Receita Bruta, tais como cancelamentos (por não atenderem às especificações) de vendas, aba- timentos (produtos com defeitos ou promoções com des- conto no preço de venda) e impostos vinculados direta- mente às vendas (IPI, ICMS, PIS e outros). - Vendas Líquidas - Valor resultante entre as vendas bru- tas e as deduções de vendas. Constituem-se na base de cálculo da análise vertical e, principal, referencial para análise da demonstração de resultado. - Custo das mercadorias, produtos e serviços vendidos. Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 27 O custo das mercadorias vendidas (CMV): representa os gastos ligados diretamente à aquisição das mercadorias para revenda, que é calculado pela seguinte fórmula: CMV = EI + C – EF EI = Estoque inicial C = Compras EF = Estoque final O custo do produto vendido (CPV): utilizado no caso de empresas industriais, compreende todos os gastos necessários à obtenção do produto produzido: matérias-primas, compo- nentes adquiridos prontos e agregados ao produto, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação. O Custo dos serviços prestados (CSP): utilizado no caso das empresas de prestação de serviços, os custos compreen- dem todos os gastos diretos necessários à obtenção dos ser- viços. Â Lucro Bruto - É a diferença entre as vendas líquidas e o CMV, CPV ou CSP. Â Despesas Administrativas - São partes das despesas operacionais, ou seja, não computadas nos custos, ne- cessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora. Â Despesas com vendas - São as despesas operacio- nais necessárias às atividades comerciais, tais como comissões de vendas, salários, propaganda e publici- 28 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis dade e outras relacionadas com a comercialização dos produtos e serviços da empresa. Â Provisão para crédito de liquidação duvidosa - É uma despesa operacional, com vendas, permitida pela legislação fiscal, quando efetivamente comprovada a inadimplência (esgotados todos os meios de cobrança). Esta provisão é constituída segundo a orientação dos princípios contábeis (prudência), porém para fins fiscais somente será contabilizado como despesa com clientes o que for efetivamente considerado perda. Â Receitas Financeiras - Decorrem de aplicações finan- ceiras, ou descontos financeiros concedidos por forne- cedores. Â Despesas Financeiras - Compreendem os juros pagos re- ferentes aos empréstimos contraídos, comissões bancárias e outras possíveis taxas cobradas por instituições financeiras. Â Lucro Operacional - Devemos considerar lucro opera- cional a diferença entre o lucro bruto menos as despesas operacionais. Â Resultado da equivalência patrimonial (EP) - Percen- tual de sua participação sobre o patrimônio líquido da sua controlada ou coligada, como resultado temos o ganho ou a perda de capital avaliado pela EP. Â Lucro antes do imposto de renda e participações - É o lucro operacional ± o resultado de Equivalência Pa- trimonial, antes das deduções relativas ao imposto de renda devido e as participações dos empregados. Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 29 Â Lucro Líquido - Indica o resultado do exercício após computar a totalidade das receitas de vendas, as dedu- ções e os acréscimos anteriormente referidos. A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404/76), em seu arti- go 187, disciplina a Demonstração do Resultado do Exercício. Esquematicamente temos: Quadro 4 Demonstração do Resultado do Exercício RECEITA BRUTA - RB Venda de Produtos, Mercadorias e Serviços ( - ) DEDUÇÕES Vendas Canceladas Abatimento sobre vendas Impostos sobre vendas RECEITA LÍQUIDA - RL Custos dos Produtos, Mercadorias e Serviços Vendidos LUCRO BRUTO - LB Despesas Administrativas Despesas com Vendas Resultado Financeiro (receitas e despesas financeiras) Resultado de Equivalência Patrimonial LUCRO OPERACIONAL - LO Outras Receitas Operacionais Outras Despesas Operacionais LUCRO ANTES DO IRPJ e CSL Provisão para Imposto sobre a renda Provisão para Contribuição Social sobre o Lucro LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO - LL Participações RESULTADO LÍQUIDO APÓS A DISTRIBUIÇÃO Fonte: Lei 6.404/76. 30 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Nota-se que a demonstração do Resultado do Exercício, a priori, deve ser apresentada conforme o modelo ilustrado, no qual se verifica que essa estrutura permite visão aberta e analítica de todas as operações da empresa que impactam o resultado, ainda mais que com a convergência às Normas Internacionais de Contabilidade, todas as operações da em- presa são reconhecidas como objeto final da atividade do ne- gócio empresarial. Assim, após ter estudado as duas principais demonstrações, BP e DRE, na sequência, é destacada a padro- nização (reestruturação) das mesmas para a análise. 2.3 Padronização das Demonstrações Contábeis para Análise Como forma de demonstrar o que foi abordado na teoria apresenta-se, na sequência, o Balanço Patrimonial de acordo com a Lei 6.404/76, o Balanço Patrimonial Dinâmico e a De- monstração do Resultado do Exercício, todos com quatro anos consecutivos. Chama-se a ATENÇÃO do leitor, que as ilustrações a se- guir são apresentadas em forma sequencial, ou seja, em forma de lista e não em forma de conta como normalmente é apre- sentado o Balanço Patrimonial. Essa metodologia foi utilizada no sentido de permitir melhor visualização e comparabilida- de das alterações permitidas na dinâmica das demonstrações contábeis. Nas duas primeiras ilustrações verifica-se o Ativo, nas duas segundas ilustrações o Passivo e Patrimônio Líquido, e, na última a Demonstração do Resultado do Exercício. Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 31 EMPRESA: Amigos da Contabilidade Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL - BP 1 – ATIVO PERÍODO 20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($) 1.1 - ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 - DISPONIBILIDADES Caixa e Bancos 4 5 5 5 Aplic. Liq. Imediata 42 32 30 0 Total das Disponibilidades 46 37 35 5 1.1.2 – CLIENTES Duplic. a receber 80 92 63 60 (-) Prov. Cred. Duv. 1 1 0 0 Total dos Clientes 79 91 63 60 1.1.3 – ESTOQUES Produtos Prontos 43 37 37 36 Produtos em Elaboração 23 34 40 41 Matérias-Primas 37 53 45 38 Mercadorias 5 9 15 19 Materiais Auxil. 1 1 2 3 Total dos Estoques 109 134 139 137 1.1.4 – CRÉDITOS Adiantamentos Concedidos 14 14 16 19 Despesas Diferidas 4 4 5 6 Impostos a Recuperar 4 0 0 0 Aplicações a Prazo Fixo 5 4 3 3 Outros Créditos 2 2 2 2 Total dos Créditos 29 24 26 30 Total do Circulante 263 286 263 232 1.2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Contratos Mútuos 8 8 8 7 Créditos de Longo Prazo 7 7 8 9 Total do Real. a Longo Prazo 15 15 16 16 1.2.2 – INVESTIMENTOS 5 5 5 8 1.2.3 – IMOBILIZADO 515 515 594 586 (-) Depreciação Acumulada 2 6 10 12 1.2.4 – INTANGÍVEL 12 12 12 12 (-) Amortização Acumulada 2 2 2 2 Total do Não Circulante 543 539 615 608 TOTAL DO ATIVO 806 825 878 840 32 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL DINÂMICO - BPD EMPRESA PERÍODO 20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($) 1 – ATIVO 1.1 - CIRCUL. CÍCLICO (ACC) 1.1.1 – CLIENTES Duplic. a receber 80 92 63 60 (-) Prov. Cred. Liq. Duv. 1 1 0 0 Total dos Clientes 7991 63 60 1.1.2 – ESTOQUES Produtos Prontos 43 37 37 36 Produtos em elaboração 23 34 40 41 Matérias-Primas 37 53 45 38 Mercadorias 5 9 15 19 Materiais Auxiliares 1 1 2 3 Total dos Estoques 109 134 139 137 1.1.3 – CRÉDITOS Adiantamentos Concedidos 14 14 16 19 Despesas Diferidas 4 4 5 6 Impostos a Recuperar 4 0 0 0 Total dos Créditos 22 18 21 25 Total Aplicações Cíclicas 210 243 223 222 1.2 – CIRC. ALEATÓRIO (ACA) 1.2.1 - DISPONIBILIDADES Caixa e Bancos 4 5 5 5 Aplic. Liq. Imediata 42 32 30 0 Total das Disponibilidades 46 37 35 5 1.2.2 - OUTROS CRÉDITOS Aplicações a Prazo Fixo 5 4 3 3 Outros Créditos 2 2 2 2 Total Outros Créditos 7 6 5 5 Total Aplic. Aleatórias 53 43 40 10 1.3 - NÃO CIRCULANTE (ANC) 1.3.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Contratos Mútuos 8 8 8 7 Créditos de Longo Prazo 7 7 8 9 Total do Real. a Longo Prazo 15 15 16 16 1.3.2 – INVESTIMENTOS 5 5 5 8 1.3.3 – IMOBILIZADO 515 515 594 586 (-) Depreciação Acumulada 2 6 10 12 1.3.4 – INTANGÍVEL 12 12 12 12 (-) Amortização Acumulada 2 2 2 2 Total do Não Circulante 543 539 615 608 TOTAL DO ATIVO 806 825 878 840 Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 33 EMPRESA: Amigos da Contabilidade Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL - BP 2 - PASSIVO PERÍODO 20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($) 2.1 - PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores 60 115 63 37 Fornecedores de Ativo Permanente 10 0 40 0 Tributos Cíclicos (ICMS) 55 38 48 46 IRPJ a Pagar 5 0 0 0 Salários a Pagar 28 27 30 30 Encargos Sociais 1 2 2 2 Provisões Trabalhistas 10 14 20 25 Contas a Pagar 40 28 28 26 Antecipação de Clientes 3 3 3 3 Empréstimos de Capital de Giro - CP 7 7 38 59 Duplicatas Descontadas 2 2 2 2 Total do Circulante 221 236 274 230 2.2 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos de Capital de Giro - LP 1 1 1 10 Financiamentos a Longo Prazo 6 5 13 10 Outros Exigíveis – LP 1 1 5 10 Total do Passivo Não Circulante 8 7 19 30 2.3 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 550 550 551 551 Reserva de Capital 8 8 8 8 Reserva de Lucros 2 2 2 2 Resultado Acumulado 17 22 24 19 Total do Patrimônio Líquido 577 582 585 580 TOTAL DO PASSIVO 806 825 878 840 34 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL DINÂMICO - BPD EMPRESA PERÍODO 20x1 ($) 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($) 2 – PASSIVO 2.1 - CIRCULANTE CÍCLICO (PCC) 2.1.1 - RECURSOS EXTERNOS Fornecedores 60 115 63 37 Tributos Cíclicos (ICMS) 55 38 48 46 Encargos Sociais 1 2 2 2 Contas a Pagar 40 28 28 26 Antecipação de Clientes 3 3 3 3 Total dos Recursos Externos 159 186 144 114 2.1.2 - RECURSOS INTERNOS Salários a Pagar 28 27 30 30 Provisões Trabalhistas 10 14 20 25 Outras Provisões 0 0 0 0 Total dos Recursos Internos 38 41 50 55 Total dos Recursos Cíclicos 197 227 194 169 2.2 - CIRC. ALEATÓRIO (PCA) Fornecedores de Ativo Permanente 10 0 40 0 IRPJ a Pagar 5 0 0 0 Empréstimos de Capital de Giro - CP 7 7 38 59 Duplicatas Descontadas 2 2 2 2 Total dos Recursos Aleatórios 24 9 80 61 2.3 - NÃO CIRCULANTE (PNC) Empréstimos de Capital de Giro - LP 1 1 1 10 Financiamentos a Longo Prazo 6 5 13 10 Outros Exigíveis – LP 1 1 5 10 Total do Passivo Não Circulante 8 7 19 30 2.4 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 550 550 551 551 Reserva de Capital 8 8 8 8 Reserva de Lucros 2 2 2 2 Resultado Acumulado 17 22 24 19 Total do Patrimônio Líquido 577 582 585 580 TOTAL DO PASSIVO 806 825 878 840 Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 35 Em milhões DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE EMPRESA PERÍODO 20x2 ($) 20x3 ($) 20x4 ($) RECEITA BRUTA Vendas de Produtos 166 167 152 Revendas de Mercadorias 6 9 13 Total 172 176 165 Deduções sobre Vendas ICMS Incidente 32 32 31 Devolução de vendas 4 4 4 Total 36 36 35 RECEITA LÍQUIDA 136 140 130 Custos Var. s/ Prod. Vendidos Custos dos Produtos Vendidos – CPV 97 87 95 Custos das Mercadorias Vendidas – CMV 5 8 10 Total 102 105 105 LUCRO BRUTO 34 35 25 Despesas Operacionais Despesas com Vendas 0 0 0 Despesas Administrativas 33 38 38 Outras Despesas Operacionais 0 0 0 Total 33 38 38 Resultado Financeiro Despesas Financeiras 0 2 7 Receitas Financeiras 4 8 17 Total 4 6 10 RESULTADO OPERACIONAL 5 3 -3 Outros Resultados Operacionais Ganhos/Perdas Capital 0 0 -4 Resultado de Equivalência Patrimonial 0 0 3 Outros Rendimentos 1 1 1 Total 1 1 0 RESULTADO ANTES IRPJ e CSL 6 4 -3 Provisão para IRPJ 1 1 0 Contribuição Social sobre o Lucro 0 0 0 RESULTADO LÍQUIDO NO PERÍODO 5 13 -3 36 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Ressalta-se aqui que a Demonstração do Resultado do Exercício foi apresentada contendo outros grupos de contas, mais especificamente, no grupo Outros Resultados Operacio- nais, isso se fez para que o leitor observe efetivamente que há dinamização na apresentação dos dados para a análise, com visão analítica das contas. Recapitulando Verificou-se nesse capítulo que as principais demonstrações contábeis para fins de análise são o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, claro, sem me- nosprezar as demais. Porém, essas são tidas como as mais relevantes para informações internas e externas que permitem visão gerencial e de gestão do negócio da empresa. No primeiro momento foi ilustrado o BP e a DRE de uma forma simples e de acordo com as Normas Contábeis vigen- tes. No segundo momento visualizaram-se as mesmas de- monstrações, porém, com uma comparação ilustrativa dina- mizada, para que o leitor se apropriasse de uma alternativa mais gerencial dos dados, em que o analista reestrutura os relatórios contábeis para posteriormente extrair as informações que possam ser disponibilizadas aos usuários como ferramen- tas gerenciais. Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 37 Referências ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Ad- ministração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ______. Estrutura e análise de balanços: um enfoque eco- nômico-financeiro. Comércio e Serviços, Industriais, Ban- cos comerciais e múltiplos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 8. ed. rev. atual. São Paulo: Atlas, 2007. ______. MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SAN- TOS, Ariovaldo dos. Manual de Contabilidade Socie- tária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contá- beis: contabilidade empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Ba- lanços: abordagem básica e Gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 38 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Atividades 1) Relacione as Colunas: 1ª Coluna 2ª Coluna (1) Estoques. (2) Despesas do Exercício Seguinte. (3) Registram os Recursos de Terceiros. (4) Registram o Capital Disponível. (5) Disposição das Contas Passivas no Balanço Patrimonial. (6) Operações registradas pelas Contas do Ativo Circulante no Balanço Patrimonial. (7) Operações registradas pelas Contas do Ativo Realizável a Longo Prazo no Balanço Patrimonial. (8) Função das Contas do Ativo Não Circulante Investimentos no Balanço Patrimonial – BP. (9) Função das Contas do Ativo Não Circulante Imobilizado no Balanço Patrimonial – BP. (10) Função das Contas do Passivo Circulante no BP. ( ) Em ordem decrescente do grau de exigibilidade. ( ) - Disponibilidades; - Direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente; - Aplicações de recursos em despesas do exercício Seguinte. ( ) Agrupam as Contas que registram obrigações da empresa, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo permanente, quando vencíveis no Exercício Seguinte. ( ) Passivo Exigível a Longo Prazo e Passivo Circulante. ( ) Participações permanentes em outras sociedades.Direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia. ( ) Agrupa contas que registram os pagamentos antecipados de despesas, as quais só trarão benefícios no exercício seguinte. ( ) Direitos realizáveis após o término do exercícios social seguinte assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia. ( ) Caixa e Banco - Conta Corrente. ( ) Agrupam as contas que registram bens e direitos que tenham por objeto a manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade. ( ) Agrupam as contas que registram as mercadorias para revenda, matéria-prima, produtos em elaboração e produtos prontos. Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 39 2) Relacione os fatos aos eventos: (1) Ativo Circulante Cíclico (2) Ativo Circulante Aleatório (3) Passivo Circulante Cíclico (4) Passivo Circulante Aleatório ( ) É composto pelas rubricas patrimo- niais que indicam obrigações de cur- to prazo diretamente ligadas ao ciclo operacional da empresa. ( ) É composto pelas rubricas patrimo- niais que indicam direitos de curto prazo diretamente ligados ao ciclo operacional da empresa. ( ) É composto pelas rubricas patrimo- niais que indicam obrigações de curto prazo, involuntários e/ou onerosos à empresa. ( ) É composto de rubricas patrimoniais que indicam valores monetários que não estão necessariamente direta- mente ligados ao ciclo operacional. 3) São contas do Ativo: a) IRRF a compensar, Duplicatas Descontadas, Deprecia- ção Acumulada. b) Depreciação, Duplicatas Descontadas, Seguros a Ven- cer. c) Depreciação Acumulada, Prov. p/ Cred. Liquid. Duvi- dosa, Clientes. d) Títulos Descontados, Prejuízos Acumulados, Capital Social a Integralizar. e) ICMS a Recolher, ICMS sobre vendas, IPI a Recolher. 40 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis 4) Faça a relação: I) Receita Bruta II) Lucro operacional III) Receita Líquida IV) Lucro Líquido a) Resultado das atividades principais e assessórias. b) Lucro a ser retirado ou reinvestido. c) Faturamento total do ano. d) Receita efetiva do período. A relação correta é: a) I-a, II-b, III-c, IV-d b) I-d, II-c, III-b, IV-a c) I-a, II-b, III-d, IV-c d) I-c, II-d, III-a, IV-b e) I-c, II-a, III-d, IV-b 5) Considere os saldos abaixo: CMV R$2.200 Lucro Bruto Operacional R$1.000 Deduções da Receita Bruta de Vendas R$600 O Valor da Receita Bruta de Vendas é: Capítulo 2 Reestruturação das Demonstrações Contábeis 41 a) R$1.800 b) R$3.200 c) R$3.800 d) R$2.600 e) R$1.600 ?????????? Capítulo ? Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH)12 1 Nédio José Favero é especialista em Administração Financeira, contador e diretor proprietário da Empresa AUDICON – Auditoria, Consultoria e Perícias Contábeis. Atua como auditor, perito e professor na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), ministrando as disciplinas de Administração de Capital de Giro, Orçamento e Fluxo de Caixa, Fundamentos de Contabilidade, Estrutura das Demonstrações Contábeis, Gestão de Custos e Gestão Tributária (curso de Administração e Ciências Contá- beis), Finanças e Contabilidade (EAD). É professor nos cursos de pós-graduação em Custos de Produção e orientador de trabalhos de conclusão de curso em todas as modalidades: Graduação, EAD e Especialização. 2 Jucelaine Bitarello é Mestre em Desenvolvimento Regional pela UNISC – Uni- versidade de Santa Cruz do Sul – RS, Especialista em Administração e Estratégia Empresarial pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS e Gradua- da em Ciências Contábeis pela UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Professora dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Gestão Pública da ULBRA, presencial e EAD. Tem experiência profissional em organizações privadas e públicas, autora de livros, capítulos de livros e de diversos artigos científicos, nacionais e internacionais. Consultora ad hoc do Ministério da Educação e Cultura – MEC/INEP. Nédio José Favero1 Jucelaine Bitarello2 Capítulo 3 Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 43 Introdução Atente-se o leitor que a lógica do avanço do estudo, nesse livro, está entre os capítulos e na sequência destes. Lembrando, no capítulo anterior foram ilustradas as demonstrações contábeis e sua reestruturação e agora nesse TERCEIRO capítulo faz-se a análise dos dados apresentados nessas demonstrações. Para isso, a primeira parte trata da primeira etapa do processo de análise: Análise Vertical (AV%), que demonstra a representativi- dade percentual de cada conta ou grupo de contas em relação ao total do grande grupo; e, na segunda parte é estudada a Análise Horizontal (AH), em que o valor de cada período (ano) é relacionado com o período (ano) base, ou seja, o primeiro ano da série o qual mostra a evolução ou involução, que na interpretação mostra a tendência dos fatos. 3.1 Análise Vertical – AV% O primeiro propósito da análise vertical é mostrar a partici- pação relativa de cada conta ou grupo de contas de uma de- monstração financeira em relação a determinado total. Con- forme Matarazzo (1998, p. 249) “calcula-se o percentual de cada conta em relação a um valor-base”. A análise vertical, tomada num período isolado, permite que se compare o percentual de determinado item com o seu correspondente de outra empresa, naquele mesmo período, de mesmo ramo de atividade, podendo ser analisado em rela- ção a um padrão determinado. 44 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Quando dispomos de dados de mais de um período, co- nhecemos a evolução relativa à representatividade do item ao longo do tempo. A função do analista será buscar as causas das variações, quando expressivas, nesse sentido Matarazzo (1998, p. 249) afirma que “o percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto”. 3.1.1 Análise do Balanço Patrimonial No balanço, por exemplo, é comum determinarmos quanto por cento representa cada rubrica (e grupo de rubricas) em relação ao ativo total. Iudícibus (2007, p. 74) aponta alguns itens importantes a serem considerados na análise do Balanço Patrimonial, “é preciso tomar cuidado na utilização de valores extraídos de balanços iniciais e finais, principalmente na área de contas a receber e estoques, pois [...] não são representati- vas das médias reais do período”. Outra observação que Iudícibus (2008, p. 76) faz é que: A análise de balanços limitada a apenas um exercício é muito pouco reveladora, salvo em casos de quocientes de significação imediata. Adicionalmente, é necessário comparar nossos quocientes e tendências com: 1. Quo- cientes de concorrentes; 2. Metas previamente estabele- cidas pela administração (quocientes padrão). Na sequência será demonstrado os indicadores do cálculo da Análise Vertical (AV%) do Balanço Patrimonial, bem como as variações em pontos percentuais de um período para outro, apresentando inicialmente o Ativo e na sequência o Passivo e o Patrimônio Líquido. Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 45 Empresa: Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL 1 - ATIVO PERÍODOS Variação em pontos percentual 20x1 20x2 20x3 20x4 20x1 20x2 20x2 20x3 20x3 20x4$ AV % $ AV % $ AV % $ AV % 1.1 - ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 - DISPONIBILIDADES Caixa e Bancos 4 0,50 5 0,61 5 0,57 5 0,60 0,11 (0,04) 0,03 Aplic. Liq. Imediata 42 5,21 32 3,88 30 3,42 0 0 (1,33) (0,46) (3,42) Total das Disponibilidades 46 5,71 37 4,48 35 3,99 50,60 (1,22) (0,50) (3,39) 1.1.2 - CLIENTES Duplic. a receber 80 9,93 92 11,15 63 7,18 60 7,14 1,23 (3,98) (0,04) (-) Prov. Cred. Duv. 1 0,12 1 0,12 0 0 0 0 0 0,12 0 Total dos Clientes 79 9,80 91 11,03 63 7,18 60 7,14 1,23 (3,85) (0,04) 1.1.3 - ESTOQUES Produtos Prontos 43 5,33 37 4,48 37 4,21 36 4,29 (0,85) (0,27) 0,07 Produtos em Elaboração 23 2,85 34 4,12 40 4,56 41 4,88 1,27 0,43 0,33 Matérias-Primas 37 4,59 53 6,42 45 5,13 38 4,52 1,83 (1,30) (0,60) Mercadorias 5 0,62 9 1,09 15 1,71 19 2,26 0,47 0,62 0,55 Materiais Auxil. 1 0,12 1 0,12 2 0,23 3 0,36 0,00 0,11 0,13 Total dos Estoques 109 13,52 134 16,24 139 15,83 137 16,31 2,72 (0,41) 0,48 1.1.4 - CRÉDITOS Adiantamentos Concedidos 14 1,74 14 1,70 16 1,82 19 2,26 (0,04) 0,13 0,44 Despesas Diferidas 4 0,50 4 0,48 5 0,57 6 0,71 (0,02) 0,09 0,14 Impostos a Recuperar 4 0,50 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0,50 0,00 0,00 Aplicações a Prazo Fixo 5 0,62 4 0,48 3 0,34 3 0,36 (0,14) (0,14) 0,02 Outros Créditos 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 (0,01) (0,01) 0,01 Total dos Créditos 29 3,60 24 2,91 26 2,96 30 3,57 (0,69) 0,05 0,61 Total do Circulante 263 32,63 286 34,67 263 29,95 232 27,62 2,04 (4,71) (2,34) 1.2 - ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Contratos Mútuos 8 0,99 8 0,97 8 0,91 7 0,83 (0,02) (0,06) (0,08) Créditos de Longo Prazo 7 0,87 7 0,85 8 0,91 9 1,07 (0,02) 0,06 0,16 Total do Real. a Longo Prazo 15 1,86 15 1,82 16 1,82 16 1,90 (0,04) 0,00 0,08 1.2.2 – INVESTIMENTOS 5 0,62 5 0,61 5 0,57 8 0,95 (0,01) (0,04) 0,38 1.2.3 – IMOBILIZADO 515 63,90 515 62,42 594 67,65 586 69,76 (1,47) 5,23 2,11 (-) Depreciação Acumulada 2 0,25 6 0,73 10 1,14 12 1,43 0,48 0,41 0,29 1.2.4 – INTANGÍVEL 12 1,49 12 1,45 12 1,37 12 1,43 (0,03) (0,09) 0,06 (-) Amortização Acumulada 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 0,01 0,01 (0,01) Total do Não Circulante 543 67,37 539 65,33 615 70,05 608 72,28 (2,04) 4,71 2,34 TOTAL DO ATIVO 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00 46 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis Análise do Ativo A seguir, estamos desenvolvendo Relatórios de Análise por pe- ríodo e sua variação em pontos percentuais de um período para outro. Analisamos somente algumas contas ou grupo de contas a título exemplificativo. De acordo com o interesse do usuário da informação, esta análise pode ser estendida (mais analítica), analisando mais contas ou reduzida (mais resumi- da), analisando menos contas ou grupo de contas, tendo a preocupação de seguir a metodologia indicada nos relatórios a seguir. a) Período 20x1 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra que o Ativo Circulante representa 32,63% e o Ativo Não Cir- culante 67,37% do total do Ativo. No Ativo Circulante o grupo de maior representatividade são os Estoques que no período representava 13,52% e a principal conta desse grupo são as Matérias-Primas. Se considerarmos uma análise em valores ab- solutos, a partir dos indicadores de AV% podemos afirmar que para cada R$100,00 do Ativo R$32,63 é representado pelo Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante representa R$67,37 do total do Ativo. No Ativo Não Circulante, o Imobilizado representa 63,90% do total do Ativo. Esse grupo é formado por bens tangíveis e direitos que se destinam ao funcionamento normal de uma empresa. Geralmente esses bens são de longo prazo e sofrem a deterioração física ou tecnológica ao longo do tempo. Este processo de análise nos permite analisar cada conta ou grupo de contas de cada período, que pode ser um relatório mais Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 47 analítico ou sintético, dependendo do interesse do usuário da informação. b) Período 20x2 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mos- tra que o Ativo Circulante representa 34,67% do total (Base de Cálculo) e o Não Circulante 65,33% do total do Ativo. No Ativo Circulante, o grupo de maior representatividade são os Estoques que no período representava 16,24% e a prin- cipal conta desse grupo são as Matérias-Primas, sendo que esse grupo teve um aumento de aproximadamente 2 pontos percentuais de 20x1 para 20x2. No Ativo Não Circulante, o Imobilizado representa 62,42% do total do Ativo. Houve queda de 1,67 pontos percentuais de 20x1 para 20x2, provocado pelo aumento da depreciação dos bens ou desimobilizações. c) Período 20x3 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra que o Ativo Circulante representa 29,95% do total do Ativo e o Não Circulante, 70,05% do total do Ativo. No Ativo Circulante, o grupo de maior representatividade são os Estoques que no período representava 15,83% e a principal conta desse grupo são as Matérias-Primas, sendo que esse grupo teve uma varia- ção para menos em pontos percentuais de 20x2 para 20x3. 48 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis No Ativo Não Circulante, o Imobilizado representa 67,65% do total do Ativo. Houve aumento de 5,23 pontos percentuais de 20x2 para 20x3, provavelmente provocado por novas imo- bilizações. d) Período 20x4 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra que o Ativo Circulante representa 27,62% do total e o Não Circulante, 72,28% do total do Ativo. No Ativo Circulante, o grupo de maior representatividade são os Estoques que no pe- ríodo representava 16,31% e a principal conta desse grupo são as Matérias-Primas. Aponta-se que no ano de 20x4 a em- presa não apresenta aplicações de Liquidez Imediata, fazendo com que o Disponível perca sua representatividade em relação ao total do Ativo, ficando abaixo de 1% (0,67%) do total do Ativo. No Ativo não Circulante, o Imobilizado representa 69,76% do total do Ativo. Houve aumento de 2,11 pontos percentuais de 20x3 para 20x4, provavelmente provocado por novas imo- bilizações. Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 49 Empresa: Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL 2 - PASSIVO PERÍODOS Variação em pontos percentual 20x1 20x2 20x3 20x4 20x1 20x2 20x2 20x3 20x3 20x4$ AV % $ AV % $ AV % $ AV % 2.1 - PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores 60 7,44 115 13,94 63 7,18 37 4,40 6,50 (6,76) (2,77) Fornecedores de Ativo Permanente 10 1,24 0 0,00 40 4,56 0 0,00 (1,24) 4,56 (4,56) Tributos Cíclicos (ICMS) 55 6,82 38 4,61 48 5,47 46 5,48 (2,22) 0,86 0,01 IRPJ a Pagar 5 0,62 0 0,00 0 0,00 0 0,00 (0,62) 0,00 0,00 Salários a Pagar 28 3,47 27 3,27 30 3,42 30 3,57 (0,20) 0,14 0,15 Encargos Sociais 1 0,12 2 0,24 2 0,23 2 0,24 0,12 (0,01) 0,01 Provisões Trabalhistas 10 1,24 14 1,70 20 2,28 25 2,98 0,46 0,58 0,70 Contas a Pagar 40 4,96 28 3,39 28 3,19 26 3,10 (1,57) (0,20) (0,09) Antecipação de Clientes 3 0,37 3 0,36 3 0,34 3 0,36 (0,01) (0,02) 0,02 Empréstimos de Capital de Giro - CP 7 0,87 7 0,85 38 4,33 59 7,02 (0,02) 3,48 2,70 Duplicatas Descontadas 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 (0,01) (0,01) 0,01 Total do Circulante 221 27,42 236 28,61 274 31,21 230 27,38 1,19 2,60 (3,83) 2.2 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos de Capital de Giro - LP 1 0,12 1 0,12 1 0,11 10 1,19 0,00 (0,01) 1,08 Financiamentos a Longo Prazo 6 0,74 5 0,61 13 1,48 10 1,19 (0,14) 0,87 (0,29) Outros Exigíveis - LP 1 0,12 1 0,12 5 0,57 10 1,19 0,00 0,45 0,62 Total do Passivo Não Circulante 8 0,99 7 0,85 19 2,16 30 3,57 (0,14) 1,31 1,41 2.3 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 550 68,24 550 66,67 551 62,76 551 65,60 (1,57) (3,91) 2,84 Reserva de Capital 8 0,99 8 0,97 8 0,91 8 0,95 (0,02) (0,06) 0,04 Reserva de Lucros 2 0,25 2 0,24 2 0,23 2 0,24 (0,01) (0,01) 0,01 Resultados Acumulado 17 2,11 22 2,67 24 2,73 19 2,26 0,56 0,07 (0,47) Total do Patrimônio Líquido 577 71,59 582 70,54 585 66,63 580 69,05 (1,04) (3,92) 2,42 TOTAL DO PASSIVO 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00 Análise do Passivo Da mesma forma que o Ativo, estamos desenvolvendo Rela- tórios de Análise porperíodo e sua variação em pontos per- centuais de um período para outro. O usuário da informação pode incluir na análise mais ou menos contas de acordo com o interesse ou necessidade de saber mais ou menos detalhes 50 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis do relatório que está sendo analisado, tendo a preocupação de seguir a metodologia indicada nos relatórios a seguir. a) Período 20x1 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra que o capital de terceiros circulante representa 27,42% do total do Passivo somado ao Patrimônio Líquido e às obrigações de longo prazo, representam 0,99%. Os fornecedores e tributos a recolher são as obrigações de maior representatividade. O capital próprio, constituído pelo Patrimônio Líquido representa 71,59% do total do Passivo mais o PL, considerando o capital social, os resultados acumulados são as principais contas res- ponsáveis por essa representação percentual. b) Período 20x2 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra que o capital de terceiros representa 29,46% do total do Pas- sivo e do Patrimônio Líquido, destacando-se as obrigações no curto prazo que representam 28,61%, sendo os Fornecedores e tributos a recolher as obrigações de maior representativida- de. Observa-se que os Fornecedores representavam em 20x1 7,44%, passaram em 20x2 para 13,94%, enquanto que os tributos a recolher passaram de 6,82 para 4,61% no mesmo período de análise. O capital próprio, constituído pelo Patri- mônio Líquido representa 70,54% do total do Passivo mais o Patrimônio Líquido. c) Período 20x3 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mostra que o capital de terceiros representa 33,37% do total do Pas- Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 51 sivo e do Patrimônio Líquido, destacando-se as obrigações no curto prazo que representam 31,21%, sendo os Fornecedores, Fornecedores do Imobilizado, tributos a recolher e empréstimos para capital de giro as obrigações de maior representativida- de. Observa-se que os Fornecedores representavam em 20x2 13,94% e passaram em 20x3 para 7,18%. Foram realizadas aquisições no Imobilizado o que fez com que houvesse aumento de 4,56%, os tributos a recolher passaram de 4,61 para 5,47% e foram tomados empréstimos para capital de giro provocan- do um acréscimo de 3,48% no mesmo período de análise. O capital próprio, constituído pelo Patrimônio Líquido representa 66,63% do total do Passivo mais o Patrimônio Líquido. d) Período 20x4 A Demonstração do Balanço Patrimonial do Período mos- tra que o capital de terceiros representa 30,95% do total do Passivo e do Patrimônio Líquido, destacando-se as obrigações no curto prazo que representam 27,38%, sendo os Fornece- dores, tributos a recolher e empréstimos para capital de giro as obrigações de maior representatividade. Observa-se que os Fornecedores representavam em 20x3, 7,18% e passaram em 20x4 para 4,40%, os tributos a recolher mantiveram-se praticamente estáveis com uma variação de 0,01 pontos per- centuais e foram tomados empréstimos para capital de giro provocando um acréscimo de 2,70 pontos percentuais. O ca- pital próprio, constituído pelo Patrimônio Líquido, representa 69,05% do total do Passivo mais o Patrimônio Líquido. 52 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis 3.1.2 Análise do Balanço Patrimonial de forma Resumida por período O processo de análise através de coeficientes patrimoniais, ou análise vertical, tem por finalidade avaliar a estrutura patrimo- nial, que indica a proporção de cada componente em relação ao seu conjunto. Exemplo: Empresa: Em milhões BALANÇO PATRIMONIAL CONTAS PERÍODOS Variação em pontos percentual 20x1 20x2 20x3 20x4 20x1 20x2 20x2 20x3 20x3 20x4$ AV % $ AV % $ AV % AV % ATIVO Circulante 263 32,63 286 34,67 263 29,95 232 27,62 2,04 (4,71) (2,34) Realizável a Longo Prazo 15 1,86 15 1,82 16 1,82 16 1,90 (0,04) 0,00 0,08 Permanente (Imobilizado, Invest. e Int.) 528 65,51 524 63,51 599 68,23 592 70,48 (2,00) 4,72 2,25 Ativo Total 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00 PASSIVO Circulante 221 27,42 236 28,61 274 31,21 230 27,38 1,19 2,60 (3,83) Exigível a Longo Prazo 8 0,99 7 0,85 19 2,16 30 3,57 (0,14) 1,32 1,41 Patrimônio Líquido 577 71,59 582 70,54 585 66,63 580 69,05 (1,04) (3,92) 2,42 Passivo + PL 806 100 825 100 878 100 840 100 0,00 0,00 0,00 a) 20x1 Na composição do Patrimônio em 20x1, as relações observa- das no Ativo indicam uma participação de 32,63% no Ativo Cir- culante, 1,86% no Ativo Realizável em Longo Prazo e 65,51% no Ativo Permanente. Esses valores aplicados no Ativo tiveram ori- gem no Passivo Circulante no montante de 27,42%, Exigível em Longo Prazo (Passivo não Circulante) com participação de 0,99% e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) representa 71,59%. Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 53 b) 20x2 Na composição do Patrimônio em 20x2, as relações obser- vadas no Ativo indicam uma participação de 34,67% no Ativo Circulante, 1,82% no Ativo Realizável a Longo Prazo e 63,51% no Ativo Permanente. Esses valores aplicados no Ativo tiveram origem no Passivo Circulante no montante de 28,61%, Exigí- vel em Longo Prazo (Passivo não Circulante) com participação de 0,85% e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) representa 70,54%. c) 20x3 O montante de recursos aplicados no Ativo no Período 20x3 tiveram a seguinte distribuição: Ativo Circulante: 29,95%. Ativo Realizável a Longo Prazo: 1,82%. Ativo Permanente: 68,23%. A origem destes recursos deu-se da seguinte forma: Em Passivo Circulante: 31,21%. Em Passivo Exigível a Longo Prazo (PNC): 2,16%. Em Capital Próprio - PL -: 66,63%. d) 20x4 Na composição do Patrimônio em 20x4, as relações ob- servadas no Ativo indicam uma participação de 27,62% no Ativo Circulante, 1,90% no Ativo Realizável a Longo Prazo e 70,48% no Ativo Permanente (Investimentos, Imobilizado e In- 54 Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis tangível). Esses valores aplicados no Ativo tiveram origem no Passivo Circulante no montante de 27,38%, Exigível a Longo Prazo (Passivo não Circulante) com participação de 3,57% e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) representa 69,05%. e) Evolução das Origens e Aplicações de Recursos Na comparação dos períodos 20x1 até 20x4 das Origens de Recursos, próprios ou de terceiros (Passivo e Patrimônio Lí- quido) e Aplicação de Recursos (Ativo), podemos identificar através da variação das contas ou grupo de contas as princi- pais causas que provocaram a variação das obrigações circu- lantes, não circulante e recursos próprios (PL) e a variação das aplicações de recursos de um período para outro. Exemplo 1: Quais as principais causas do aumento das obrigações circulantes em 1,19 pontos percentuais do período 20x1 par 20x2? A principal causa foi o aumento de fornece- dores em 6,50 pontos percentuais. Exemplo 2: Quais as principais causas do aumento das obrigações circulantes em 2,60 pontos percentuais do período 20x2 par 20x3? Â A principal causa foi o aumento de fornecedores de ati- vo permanente em 4,56 pontos percentuais; Â Aumento dos empréstimos de capital de giro em 3,48 pontos percentuais. Exemplo 3: Quais as principais causas da diminuição das obrigações circulantes em 3,83 pontos percentuais do período 20x3 par 20x4? Capítulo 3 Análise Vertical (AV%) e Análise Horizontal (AH) 55 Â A principal causa foi a diminuição de fornecedores de ativo permanente em 4,56 pontos percentuais; Â A diminuição de fornecedores em 2,77 pontos percen- tuais. Exemplo 4: Quais as principais causas da diminuição da representatividade dos bens e direitos de natureza circulante em 4,71 pontos percentuais do período 20x2 par 20x3? Â
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