Buscar

CONTABILIDADE AVANÇADA II CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE AVANÇADA II
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Profº Andrio Dutra
CONTEÚDO
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Introdução
Quando as empresas possuem investimentos societários no exterior, por exemplo, filiais, coligadas ou controladas, seus resultados são afetados pelas mudanças na taxa de câmbio, especialmente no que diz respeito à variação cambial oriunda de tais investimentos.
Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis
IAS 21 – The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates – IASB
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Identificação da Moeda Funcional
A Moeda Funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera e servirá como parâmetro para os procedimentos de mensuração das transações e eventos econômicos da entidade. 
Os itens 9 a 14 do Pronunciamento Técnico CPC 02(R2) apresentam um conjunto de fatores que determinam a identificação da moeda funcional.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Identificação da Moeda Funcional
Dentre os fatores listados no referido pronunciamento, podemos destacar que a moeda funcional será aquela:
que mais fortemente influencia os preços dos bens ou serviços;
do país cujas forças competitivas e reguladoras influenciam a estrutura de precificação da empresa;
que influencia os custos e despesas da empresa;
na qual os fundos (financeiros) são gerados;
na qual os recebimentos das atividades operacionais são obtidos.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Identificação da Moeda Funcional
Aqui vale destacar que, para as empresas que operam no Brasil, somente em situações consideradas raríssimas a moeda funcional poderá ser diferente do “Real”.
As condições dadas devem ser atendidas cumulativamente. 
Por exemplo, 100% das exportações são em euro, mas os custos são todos em reais; dá para definir o euro como moeda funcional? Aparentemente, não. 
Para a moeda funcional de uma empresa não ser a moeda local é necessário que praticamente todas as condições dadas, ou pelo menos a fortíssima maioria delas, estejam atendidas. Não só uma.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Identificação da Moeda Funcional
Se todos os relatórios gerenciais são em euro, o orçamento é em euro, todas as decisões são tomadas com base em relatórios montados nessa moeda, suas gratificações são com base em desempenhos medidos nessa moeda, então o euro provavelmente será sua moeda funcional.
Veja-se, por exemplo, o caso da Embraer, que de fato atende a todos esses critérios e, por isso, tem o dólar como sua moeda funcional.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Identificação da Moeda Funcional
Outro ponto fundamental: a moeda funcional não é questão de escolha, de arbítrio da entidade. 
Se claramente a moeda funcional é o euro, é obrigatório que essa moeda seja utilizada como moeda funcional; se o real é claramente a moeda funcional, o euro não pode ser usado no seu lugar, por mais que a administração goste disso. Agora, no caso de dúvida, prevalece a moeda local.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
No caso de avaliação de investimentos no exterior pelo MEP, a investidora deverá efetuar as seguintes etapas:
elaborar as demonstrações contábeis da investida na moeda funcional dela, porém com base nas normas e procedimentos contábeis adotados pela investidora;
efetuar a conversão das demonstrações contábeis elaboradas conforme o item acima, para a moeda funcional da investidora;
reconhecer o resultado da investida por equivalência patrimonial com base na Demonstração de Resultado levantada conforme o item b;
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
reconhecer os ganhos ou perdas cambiais no investimento em uma conta específica no Patrimônio Líquido;
finalmente, caso seja um investimento em controlada, a investidora deverá consolidar as Demonstrações Contábeis dessa investida.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
Assim, o primeiro passo é ajustar as Demonstrações Contábeis da investida para as normas contábeis da investidora. 
Isso se torna relevante, pois as informações contábeis produzidas pela investidora e investidas devem ter como base os mesmos critérios contábeis, mantendo, assim, a uniformidade dos procedimentos e garantindo a comparabilidade, além de permitir a adequada consolidação das Demonstrações Contábeis.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
A investidora terá de reconhecer duas variações patrimoniais em seus investimentos no exterior: resultado da equivalência patrimonial e variação cambial originada da conversão das demonstrações contábeis, ambas com base na sua participação na investida.
Pelo MEP, o resultado de equivalência patrimonial é reconhecido diretamente no resultado do período.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
Enquanto a variação cambial do investimento no exterior deve ser reportada em conta específica do Patrimônio Líquido (Ajuste Acumulado de Conversão – Outros Resultados Abrangentes), sendo somente reconhecida como receita ou despesa no resultado, quando da realização dos investimentos (venda ou baixa do investimento líquido).
Assim, os efeitos das variações cambiais são registrados diretamente no Patrimônio Líquido, como oscilações temporárias, que só são transferidos para o resultado quando da baixa do investimento (venda, normalmente).
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
Enquanto a variação cambial do investimento no exterior deve ser reportada em conta específica do Patrimônio Líquido (Ajuste Acumulado de Conversão – Outros Resultados Abrangentes), sendo somente reconhecida como receita ou despesa no resultado, quando da realização dos investimentos (venda ou baixa do investimento líquido).
Assim, os efeitos das variações cambiais são registrados diretamente no Patrimônio Líquido, como oscilações temporárias, que só são transferidos para o resultado quando da baixa do investimento (venda, normalmente).
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
O investimento líquido em uma entidade no exterior é justamente o valor da participação detida pela entidade investidora no patrimônio líquido da entidade no exterior, adicionado (ou diminuído) de crédito ou (débito) junto a essa investida que tenha natureza de investimento, por exemplo, os itens monetários cuja liquidação seja remota.
EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO
Avaliação de Investimentos Societários no Exterior pelo Método de Equivalência Patrimonial - MEP
De acordo com o item 32 do Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2), as variações cambiais resultantes desses itens monetários, integrantes do investimento líquido da entidade em uma entidade no exterior, deverão ser reconhecidas:
no resultado, nas demonstrações contábeis separadas da investidora ou nas demonstrações contábeis individuais da entidade no exterior, conforme apropriado; e
em conta específica do patrimônio líquido e reconhecidas como receita ou despesa na venda do investimento líquido, nas demonstrações contábeis consolidadas e nas demonstrações contábeis individuais da investidora.
CONTEÚDO
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
O método de conversão adotadopelo Pronunciamento CPC 02 (R2), inspirado na IAS 21 (International Accounting Standard), é o método da taxa corrente.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Por esse método, a conversão será realizada da seguinte forma, a partir de suas demonstrações na moeda estrangeira, já ajustadas aos critérios da investidora brasileira:
os ativos e passivos serão convertidos utilizando-se a taxa corrente na data do respectivo balanço;
o patrimônio líquido inicial será o patrimônio líquido final do período anterior conforme convertido na época;
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
as mutações no patrimônio líquido ocorridas durante o período, por exemplo, pagamentos de dividendos e aumentos de capital, deverão ser convertidas pelas respectivas taxas históricas, ou seja, as taxas cambiais das datas em que ocorreram as transações;
todas as receitas e despesas da demonstração do resultado serão convertidas utilizando-se as taxas cambiais em vigor nas datas das transações ou, quando possível, pela taxa média do período; e
as variações cambiais resultantes dos itens “a” até “d” acima serão reconhecidas em conta específica no patrimônio líquido.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Como pode ser observado, todos os itens do Ativo e do Passivo são convertidos pela mesma taxa, a taxa corrente, daí a origem da nomenclatura desse método (Método da Taxa Corrente). 
Os itens do Patrimônio Líquido são inicialmente convertidos por outras taxas (históricas), diferentes da taxa corrente;
Por isso surgem as variações cambiais resultantes dos itens “a” até “d” descritos e representadas em conta específica no patrimônio líquido, denominada Ajuste Acumulado de Conversão, que compõe os Outros Resultados Abrangentes.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Exemplo – Contabilizações
A Cia. “A” e outros investidores constituíram a Cia. “B”. Em 01-01-20X1, a Cia. “A” integralizou 80% do capital social de “B” pelo valor de USD 200,000.00 (taxa USD/R$ = 1,50). No final do exercício de 20X1, a Cia. “B” apresentou as seguintes Demonstrações Contábeis:
Cia. B – Demonstração do Resultado de 01-01-20X1 a 31-12-20X1
Cia. B – Balanço Patrimonial em 31-12-20X1
Cia. B – Balanço Patrimonial em 31-12-20X1
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Admitir-se-á que a investida utiliza as mesmas práticas contábeis adotadas pela investidora, assim não será necessário qualquer ajuste por diferença entre tais práticas.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
1º passo: converter a Demonstração de Resultado do Exercício da investida
As receitas e as despesas devem ser convertidas pela taxa histórica ou, opcionalmente, por uma taxa média, semanal, quinzenal ou mensal, desde que produzam aproximadamente os mesmos montantes que teriam sido calculados se cada uma das transações fosse traduzida pela respectiva taxa da data. 
Isso significa que a empresa somente poderá utilizar taxas médias em períodos sem grandes oscilações nas taxas cambiais e em suas receitas e despesas.
Para o desenvolvimento do exemplo, as taxas médias mensais e a taxa corrente em 31-12-20X1 são apresentadas a seguir:
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
As tabelas a seguir apresentam a conversão das receitas, custo, despesas e outras receitas.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Os valores apurados nas tabelas anteriores são transportados para a Demonstração do Resultado do Exercício convertida.
Cia. B – Demonstração do Resultado de 01-01-20X1 a 31-12-20X1
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
O valor de Tributos sobre o Lucro foi convertido pela taxa média anual (1,68), pelo fato de ter-se admitido que o resultado tributável tenha sido formado ao longo do exercício e, consequentemente, o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido do exercício. 
Para tanto, consideramos nesse exemplo que as taxas de câmbio não tenham flutuado significativamente no período.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Percebe-se que a empresa efetuou pagamentos mensais a título de Antecipação de Tributos sobre o Lucro, considerando que a apuração definitiva somente ocorreu no final do exercício. 
Esses valores antecipados (USD 9,000) são deduzidos no final do período do valor do tributo apurado (USD 15,000).
Portanto, o saldo de Tributos a Pagar é de USD 6,000. Conforme será visto no passo a seguir, a conta Tributos a Pagar será convertida pela taxa corrente juntamente com as demais contas do Passivo.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
2º passo: Converter o Balanço Patrimonial da Investida
Como descrito anteriormente, os itens do Ativo e Passivo são convertidos pela taxa corrente, que é justamente a taxa de encerramento do período (1,80). 
O valor do Capital Social é convertido pela taxa histórica na data da constituição (1,50), enquanto os Lucros Acumulados são transportados da DRE convertida.
A seguir apurar-se-á o valor dos ganhos ou perdas na conversão das demonstrações contábeis, analisando-se cada conta do Patrimônio Líquido.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
A primeira conta é a do Capital Social. O valor do capital integralizado por todos acionistas da Cia. “B” foi de USD 250,000, apresentado no Balanço Patrimonial convertido para R$ 375.000 (taxa histórica de $ 1,50). 
Se esse valor fosse convertido pela taxa corrente de 1,80, o valor seria R$ 450.000, ocasionando uma variação cambial positiva de R$ 75.000.
Capital Social
USD 250,000 × 1,80 = R$ 450.000
USD 250,000 × 1,50 = R$ 375.000
Variação cambial = R$ 75.000
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Da mesma forma, a conta Lucros Acumulados, no montante de USD 35,000, foi convertida pelo valor de R$ 58.360, conforme apresentado no item anterior; mas, se utilizada a taxa corrente, o resultado deveria ser de R$ 63.000, gerando uma variação cambial positiva de R$ 4.640.
Lucros Acumulados
USD 35,000 × 1,80 = R$ 63.000
USD 35,000 cfe. DRE = R$ 58.360
Variação cambial = R$ 4.640
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Somando-se as variações cambiais dessas duas contas, temos:
Capital Social R$ 75.000
Lucros Acumulados R$ 4.640
Soma R$ 79.640
O Balanço Patrimonial convertido será o seguinte:
CIA. B – Balanço Patrimonial em 31-12-20X1
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Reconhecimento da Receita de Equivalência Patrimonial e do Ajuste Acumulado de Conversão no período pela Investidora
Como descrito, a investidora deverá reconhecer o resultado da investida por equivalência patrimonial com base na Demonstração de Resultado da investida convertida para a moeda funcional da investidora diretamente no seu resultado como receita.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
No exemplo, a Cia. “A” detém 80% do capital da Cia.“B”, e reconhecerá o resultado de equivalência patrimonial no mesmo percentual. 
Como o resultado convertido da Cia. “B” é de R$ 58.360, então a receita de equivalência patrimonial a ser reconhecida na Cia. “A” será de R$ 46.688. 
O registro contábil dessa receita pela Cia. “A” será efetuado da seguinte forma:
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Data 31-12-X1
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Os ganhos cambiais da Cia. “A” também serão reconhecidos, mas não como resultado do exercício, e sim em uma conta especifica, diretamente no Patrimônio Líquido na proporção do seu investimento, conforme estabelece o CPC 02 (R2). 
No exemplo, o valor dos ganhos cambiais a ser reconhecido pela Cia. “A” é de R$ 63.712,00 (80% × R$ 79.640,00).
A conta Ajuste Acumulado de Conversão, que registra as variações cambiais de investimentos permanentes em entidades no exterior, deverá ser apresentada dentro do Patrimônio Líquido, no grupo dos Outros Resultados Abrangentes, e só será baixada quando da baixa do investimento por alienação ou outro motivo. 
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
O registro contábil desse evento na investidora será:
Dia 31-12-X1
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Com base nos registros descritos anteriormente, a conta “Investimento – Cia. B” apresenta a seguinte movimentação no período:
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Conversão de Demonstrações Contábeis para Moeda Funcional da Investidora
Na contabilidade da Cia. “A”, o saldo final da conta “Investimento – Cia. B”, no valor de R$ 410.400, representa 80% do Patrimônio Líquido (convertido para reais) dessa Cia. Investida. (R$ 513.000 × 80% = R$ 410.400).
As variações cambiais acumuladas, registradas em conta específica do patrimônio líquido, devem ser reconhecidas no resultado do período em que os ganhos ou as perdas forem efetivamente realizados. 
A realização dos ganhos ou perdas da variação cambial em investimentos no exterior ocorre, por exemplo, quando a investidora vende toda ou parte da sua participação na entidade no exterior.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Quando ocorrerem operações como venda, liquidação, reembolso de capital ou abandono de investimentos em entidade no exterior, a investidora deverá reconhecer a realização das variações cambiais desses investimentos, anteriormente registradas no Patrimônio Líquido, na mesma proporção em que ocorre o “desinvestimento”.
Esse procedimento implica que a investidora deverá transferir a parcela da variação cambial realizada do Patrimônio Líquido para o resultado do período.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Para efeitos didáticos continuaremos com o exemplo anterior. Admita-se que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da Cia. “B” entre 01-01-20X0 e 31-12-20X3 seja a apresentada a seguir:
DMPL – Cia. “B” – em USD
Taxas Cambiais
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Ano X2
Em 30-6-X2, a Cia. “B” distribuiu dividendos no valor total de USD 26,250 (à taxa de $ 2,00). Desse montante, a Cia. “A” recebeu USD 21,000, ou seja, R$ 42.000 (USD 21,000 × $ 2,00 = R$ 42.000). Então a Cia. “A” efetua o seguinte registro:
Dia 30-6-X2
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Deve-se destacar que os dividendos recebidos (à taxa cambial de $ 2,00) são provenientes do lucro da Cia. “B” em X1, reconhecidos por Equivalência Patrimonial no próprio exercício de X1 pela taxa aproximada de $ 1,6674 (R$ 58.360/USD 35,000). 
Depois foi atualizada à taxa de $ 1,80. Contudo, o lucro da Cia. “B” em X1 está, até o momento, convertido pela taxa de $ 1,80 (taxa corrente em 31-12-X1). 
Portanto, é necessário atualizar a parcela do lucro distribuída à taxa histórica da data do recebimento dos dividendos:
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Dia 30-6-X2
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Tecnicamente, é recomendável que os saldos da conta de Ajuste Acumulado de conversão sejam atualizados mensalmente, independentemente de reconhecer ou não novos valores referentes aos resultados da equivalência patrimonial.
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
No final de X2, a Cia. “B” apurou um lucro de USD 30,000. Considerando-se a taxa cambial média de $ 2,10, a Cia. “A” reconhece uma Receita de Equivalência Patrimonial de R$ 50.400 [(USD 30,000 × $ 2,10) × 80%].
Dia 31-12-X2
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Ainda, no final do exercício de X2, a Cia. “A” deve reconhecer os ganhos ou perdas cambiais de investimento no exterior (considerando-se a taxa corrente de $ 2,30), conforme demonstrado a seguir:
PL Inicial de X2 menos Dividendos Pagos no período
USD 258,750 × 2,30 = R$ 595.125
USD 258,750 × 1,80 = R$ 465.750
Variação cambial = R$ 129.375
Resultado no Exercício X2
USD 30,000 × 2,30 = R$ 69.000
USD 30,000 × 2,10 = R$ 63.000
Variação cambial = R$ 6.000
Total = R$ 135.375
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Portanto, a Cia. “A” deve reconhecer os ganhos de variação cambial de R$ 108.300 (80% × R$ 135.375).
Dia 31-12-X2
Movimentação da conta Investimentos – Cia. “B” – 01-01 a 31-12-X2 – em Reais
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
A apresentação da movimentação da conta de investimentos separadamente foi realizada com objetivo de facilitar a compreensão do exemplo. 
O saldo final da conta Investimentos – Cia. “B” no valor de R$ 531.300 na contabilidade da Cia. A representa 80% do Patrimônio Líquido da Cia. “B” [(USD 288,750 × 80%) × 2,30].
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Ano X3
Em 30-6-X3, a Cia. “A” recebeu R$ 35.200, equivalentes a USD 16,000 [(USD 20,000 × 80%) × $ 2,20]. 
Então a Cia. “A” deve realizar os registros referentes à atualização da parcela do lucro distribuído, pela respectiva taxa histórica da data do recebimento dos dividendos, bem como o recebimento propriamente dito:
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Dia 30-6-X3
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Dia 30-6-X3
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
No final de 31-12-X3, a Cia. “B” apurou lucro de USD 25,000. A taxa cambial média no período foi de $ 2,15.
Portanto, a Cia. “A” deve reconhecer como Receita de Equivalência Patrimonial o valor de R$ 43.000 [(USD 25,000 × $ 2,15) × 80%].
Dia 31-12-X3
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Ainda, no final do exercício de X3, a Cia. “A” deve reconhecer ganhos ou perdas cambiais de investimento no exterior (considerando-se a taxa corrente de $ 2,00):
PL Inicial de X3 líquido dos dividendos Pagos no período
USD 268,750.00 × 2,00 = R$ 537.500
USD 268,750.00 × 2,30 = R$ 618.125
Variação cambial = (R$ 80.625)
Resultado no Exercício X3
USD 25,000 × 2,00 = R$ 50.000
USD 25,000 × 2,15 = R$ 53.750
Variação cambial = (R$ 3.750)
Total = (R$ 84.375)
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
A Cia. “A”, portanto, reconhece uma perda de variação cambial negativa de R$ 67.500 (80% × R$ 84.375):
Dia 31-12-X3
Movimentação da conta Investimentos – Cia. “B” – 01-01 a 31-12-X3 – em Reais
CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Realização das Variações Cambiais de Investimentos no Exterior
Conclusão
Conforme o Pronunciamento CPC 02(R2), os ganhos ou perdas cambiais acumulados registrados no PL devem ser reconhecidos no resultado do período em que o ganho ou a perda da referida baixa for realizado. 
O “desinvestimento” pode ocorrer por meio de venda, liquidação, reembolso de ações do capital ou abandono de toda ou parte daquela entidade no exterior.
A questão é que, conforme o CPC 02 (R2), os dividendos recebidos por conta da distribuição de lucros, não são considerados “desinvestimento”. 
Portanto, os ganhos ou perdas cambiais acumulados na conta de Ajuste Acumulado de Conversão, no Patrimônio Líquido, não são reconhecidos no resultado em razão da distribuição de dividendos.

Continue navegando