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Beatriz Werneck 6º período 2020/1 Câncer de pulmão Epidemiologia • O câncer de pulmão é a causa do maior numero de mortes relacionadas ao câncer no ocidente; • rara em não fumantes e antes dos 40 anos. • 1.800.000 pacientes com 1.600.000 mortes em 2012 no mundo. Valores em queda (pois houve uma queda do tabagismo) • Cigarro: 90% dos casos de câncer de pulmão Fatores de risco • O risco de cancer de pulmão é consequência da interação entre agentes ambientais e susceptibilidade individual • Existem pessoas que fumaram a vida inteira e não tiveram câncer de pulmão e existem as pessoas que nunca fumaram e tiveram câncer de pulmão • TABAGISMO: (Risco 20 vezes maior) - 80 a 90% dos casos de câncer de pulmão. - relação dose/resposta. (quanto mais cigarros mais chance ele tem) - Tabagismo passivo: - Casado com tabagista : aumenta o risco em 20% - Exposição no trabalho: aumenta o risco em 24% • Exposição: - Asbesto (amianto-fibra mineral) : muito utilizado para fabricação de telhas e caixas de agua antigamente,hoje em dia é menos utilizado. - Radiação - Poluição • Asbesto + tabaco = sinergismo aumentando o risco de câncer de pulmão • Fatores genéticos • Infecções por HIV (por reduzir a imunidade) • Fibrose pulmonar (porque a própria cicatriz é um local que predispõe o surgimento de alguns tipos de câncer) • Hidrocarbonetos, arsênio, cromo, níquel . . Possivel efeito protetor • Vegetais crucíferos : • Fitoestrogenios Screening do câncer de pulmão • Radiografia de tórax anual : os estudos mostram que quando um tumor aparece no raio x geralmente ele já não tem um bom estadiamento. Pode ser feito mas não tem tanta eficacia • Pesquisa de células neoplásicas em escarro : quando a célula neoplásica aparece no escarro significa que esse tumor já tem tamanho suficiente para ter um estadiamento não muito bom • Realização de TC de Tórax de baixa dosagem : - menos de 1/3 de radiação da TC convencional - não da tanto detalhe mas é capaz de ver pequenos nódulos que possam ser suspeitos - redução da mortalidade em 20% - grupos de risco : fumantes - por 3 anos? ( se a pessoa continuar se expondo ao cigarro não adianta ficar fazendo TC de tórax de baixa dosagem,é útil nos pacientes que pararam de fumar e querem acompanhar ao longo dos anos se estão desenvolvendo um câncer. Se o individuo continua se expondo ao cigarro não faz sentido e ao longo do tempo a radiação ,por menor que seja,vira um fator de risco para um câncer de tireoide por ex.) • Recomendação “B” • 55 a 77 anos de idade assintomáticas • Tabagistas 30 anos/maço • Ou que pararam a menos de 15 anos Tipos histológicos • Câncer do epitélio respiratório (brônquico, bronquiolar e alveolar) • 90% dos cânceres de pulmão: – Adenocarcinoma (+comum) – Adenocarcinoma escamoso – Carcinoma de grandes células – Carcinoma de pequenas células (extremamente invasivo e de uma alta letalidade) • Todos relacionados ao tabagismo • Os marcados em amarelo : carcinomas não pequenas células (85%) • Esse slide mostra a localização principal dos tumores. O escamoso e de pequenas células são mais centrais,pega brônquios,carina,traqueia. O adenocarcinoma e o de grandes células são periféricos,pega mais parênquima,bronquíolo e alvéolos Apresentação clinica • Devido ao crescimento local do tumor ou invasão de estruturas adjacentes • Devido a metástases a distancia • Devido a síndromes paraneoplasicas (causadas pela produção de substancias químicas,anticorpos produzidos pelo tumor que vao dar manifestações a distancia ou sistêmicas) Crescimento local do tumor ou invasão de estruturas adjacentes • O câncer de pulmão pode ser assintomático e quando sintomático,tem uma sintomatologia muito rica e um estadiamento muito ruim . Por isso é chamado de câncer silencioso,pois é assintomático por muito tempo e quando os sintomas aparecem o estadiamento já é muito ruim. • Assintomático • Tosse (50 a 75% dos casos) - mais comum em tumores centrais • Perda peso (46 a 68%) • Hemoptise (20 a 50% % dos casos) • Dispneia (50% dos casos) • Rouquidão (por invasão de estruturas próximas,principalmente o nervo laríngeo recorrente) • Dor Torácica (25 a 40% dos casos) - Envolvimento pleural ou invasão de mediastino e parede torácica. • Os sintomas que mais fazem o paciente procurar o medico são perda de peso e hemoptise. Geralmente a rouquidão,dispneia e tosse são confundidos com consequencias cotidianas do cigarro Sindrome da veia cava superior • É a obstrução da veia cava pelo tumor. • Edema, dispneia (ortopneia) tosse, veias torácicas dilatadas, confusãoe cefaleia. • Carcinoma de pequenas células essa foto representa uma síndrome da veia cava superior causando uma circulação colateral em abdomem superior e tórax Sindrome de horner / tumor de pancoast • Posteriormente no ápice dos lobos superiores, junto ao plexo braquial. • Invasão de plexo braquial, vasos, arcos costais e vértebras. • Dor, alteração de temperatura e atrofia muscular em ombro e do membro superior. • Tumor de células escamosas. • Síndrome de Horner : quando invade o plexo braquial e o sistema nervoso autônomo nos gânglios estriados.Causa : - Enoftalmia - Ptose palpebral - Miose - Anidrose facial e do membro superior Alem da síndrome da veia cava e do tumor de pancoast com a síndrome de horner.no crescimento do tumor ou invasão de estruturas adjacentes podemos ter : • Paralisia diafragmática (nervo frênico), • rouquidão (laríngeo recorrente), • dor no ombro (plexo braquial), • síndrome da veia cava superior , • disfagia (esôfago), • derrame pleural, • derrame pericárdico, • arritmias (coração), • quilotórax (duto torácico), • sindrome de Horner (ganglio estrelado). - aqui um exemplo de derrame pleural por conta de uma neoplasia Metastases a distancia § A frequência depende do tipo e diferenciação histológica do tumor § Sítios mais comuns no câncer de pulmão: - 1º: Sistema nervoso central - 2º: Ossos - 3º: Fígado - 4º: Adrenais § Quando atinge o sistema nervoso central : cefaleia,vômitos,alteração do nível de consciência,convulsões Exemplo de metástase no sistema nervoso central,numa área de captação quando fizemos o contraste, e uma área isquêmica ao redor do tumor. Isso representa uma área de compressão causada pelo crescimento do tumor. § Quando atinge os ossos : dor,fraturas patológicas,hipercalcemia e imobilidade Essas lesões osseas podem ser vistas em tomografias. Hoje em dias temos um tipo especial de tomografia com injeção de contraste que consegue fixar melhor em áreas de alto metabolismo,é chamado Pet Scan,ele usa uma glicose marcada que consegue constrastar melhor em áreas de alta atividade metabólica. § Quando atinge o fígado : anorexia,hepatomegalia multinodular,icterícia e ascite Tambem na tomografia,principalmente no Pet scan,vamos ver essas áreas mais verdes,que são áreas de contraste de glicose marcada § Quando atinge as adrenais : em geral assintomáticas Sindromes paraneoplasicas § Efeitos remotos (hormonais, neurológicos, hematológicos ...) § não relacionados com invasão direta, obstrução ou metástases do tumor primário. § 10 a 20% dos casos de câncer de pulmão § Hipercalcemia por metástase ou PTH § Anemia, leucocitose § Trombocitose § Eosinofilia § Distúrbios de coagulação § Dermatomiosite § Osteoconjuntivas - Hipocratismo digital - Osteoartropatia hipertrófica § Artropatia dolorosa § Periostite § Tornozelos § Joelhos § Punhos § Cotovelos • Síndrome de Cushing - Secreção ectópica ACTH - Produção de cortisol - Alcalose hipocalêmica - Carcinoma de pequenas células Obs : coisas que estavam escritas no slide dele ( na parte de baixo)a respeito de síndromes paraneoplasicas - São sintomas que se manifestam a distância de uma neoplasiada qual dependem. - -- - Ocorrem em 20% dos casos de CA de pulmão. - Seus mecanismos ainda permanecem pouco esclarecidos, costumam desaparecer com o tratamento e ressurgir com recidivas. - Não são , portanto , ocasionadas diretamente pelo tu ou suas metastases. - Em geral indicam mau prognóstico. - Acometem cerca de 1/3 dos pacientes com câncer de pulmão. - As mais freqüentes são as osteoconjuntivas: Hipocratismo digital, osteoartropatia hipertrófica, - A causa mais comum do hipocratismo digital adquirido na idade adulta é o carcinoma brônquico, traduz doença intratorácica. - Osteoartropatia hipertrófica é síndrome complexa, composta por: hipocratismo digital, alterações osteoperiosticas (espículas ao RX), artralgia, ginecomastia, perturbações vasomotoras com manifestação cutânea, sendo os 2 últimos componentes os menos frequentes.poderá surgir em outras doenças crônicas do tórax , como crdiopatia congênita, FPI, doença supurativas torácicas. - São ocasionadas pela produção se substancias hormonisímiles pelo tumor, - Síndrome de Cushing; secreção ectópica de ACTH, gerando elevada produção de cortisol.( hipertensão, hiperglicemia, etc...). Pista diagnóstica é o aparecimento de alcalose hipocalêmica e hipocalcêmica. Habitualmente a síndrome não se manifestará em sua forma plena por ser muitíssimo mais comum no tipo avenocelular variante do pequenas células que se trata de tu muito agressivo e que evolui mais rápido que a síndrome. - Síndrome da secreção inapropriada de HAD ( sind de Schwartz Bartter). Perda excessiva de Na pela urina , hiponatremia com aumento da osmolaridade urinária, retenção de líquidos, e função renal normal. - Síndrome carcinóide: episódios de rubor facial, taquicardia, diarréia de início súbto, eventualmente hipotensão, favorecida pela ingesta de bebidas quentes ou alcoólicas.As células tumorais podem armazenar e processar substâncias vasoativas (serotonina). - Acanthois nigricans: hiperpigmentação e hiperceratose de regiões de flexão. Diagnostico Questões na suspeita de câncer de pulmão: • É uma lesão maligna? • Qual o tipo histológico (NPeqCels ou PeqCels)? • Qual o estadiamento? • Qual o status funcional do paciente? • Dividido em : técnicas invasivas e não invasivas Tecnicas não invasivas • Radiografia de tórax: - 1º exame a ser solicitado na suspeita de câncer de pulmão. - ele vai me dar uma ideia interessante sobre a lesão,não com muitos detalhes quanto a invasões e estadiamentos,mas ainda assim é o primeiro a ser feito - aqui um exemplo de radiografia de um carcinoma de células escamosas que esta na periferia,em volta do hilo ( marcado de vermelho) e vemos um alargamento hilar. Na setinha amarelha mostramos ele em perfil Aqui um outro carcinoma de células escamosas,nesse caso um tumor de ápice. Alguns desses tumores podem necrosar e formar cavidades - aqui uma outra lesão marcada com a seta vermelha,uma lesão nova,um carcinoma de pequenas células - os tumores malignos geralmente tem um contorno muito irregular -aqui um outro tumor com borda muito irregular,parecendo ate uma área de consolidação mas é um adenocarcinoma aqui um tumor a direita sem uma borda definida e todo infiltrativo. • Tomografia Computadorizada de Tórax: – tamanho; – localização; – características (cavitação, calcificações, contorno...); – prováveis metástases linfonodais; – avaliar sinais de invasão de estruturas mediastinais; – comprometimento pleural; – andar superior do abdome (adrenais e fígado). – Exame necessário a todo paciente com suspeita de CA de pulmão. – Com injeção EV de contraste – Quatro grupos radiológicos de acordo com a invasão e tamanho do tumor - aqui um carcinoma de pequenas células que foi visto na radiografia e na tomografia. Na tomografia com muito mais qualidade,muito mais limite,conseguimos ver após injeção de contraste sua relação com os vasos. A tomografia da muito mais detalhes,mostra que esse pulmão tem umas áreas de enfisema (seta amarela)e a setinha vermelha marcando a área do tumor.Os tumores malignos são bastante irregulares e os benignos geralmente são bem regulares. Na foto de baixo da tomografia ,além de ver a relação do tumor com o vaso vemos pela setinha amarela linfonodos aumentados de tamanha embaixo da carina - aqui um outro adenocarcinoma que no raio x parecia ser uma lesão única.na tomografia vemos a lesão principal circulada em vermelho e varias outras lesões no parênquima pulmonar apontadas pelas setas vermelhas. Tomografia por emissão de pósitrons (PET TC) • Maior captação de glicose pelas células neoplásicas • Diferencia tecido normal/neoplasia • Útil para pacientes com tumor ressecável (estágio I, II e IIIa) ou possíveis complicações cirúrgicas - aqui estamos vendo no A uma tomografia comum,no B uma cintilografia e no C uma tomografia por emissão de pósitrons • Citologia do escarro: – Pode definir o diagnóstico de câncer – Rendimento variável: • Existência de expectoração; • tamanho e localização do tumor; (tumores periféricos não tem rendimento bom) • experiência do citologista. – Vantagens: • Não invasivo, • baixo custo – sensibilidade : 69% – especificidade : 99% Tecnicas invasivas • Como selecionar o método invasivo? – Mais acurado e menos invasivo, – possibilite o diagnóstico histológico, – contribua com o estadiamento, – com menor risco e desconforto para o paciente – muitas vezes associamos um método invasivo com um não invasivo Broncofibroscopia: – Diagnóstico e estadiamento, – lesões visíveis • Biópsia (3 a 5 fragmentos) • Escovado • Lavado – aspiração por agulha Transbrônquica. (consigo transfixar a agulha através do brônquio e retirar células para serem analisadas) - um exemplo de broncoscopia onde vemos lesão vegetante no brônquio,fácil de ser visualizada de biopsiada aqui varias lesões infiltrativas na parede do brônquio também com a possibilidade de biopsia Aqui temos uma lesão que é extrabronquica,esta no parênquima comprimindo o brônquio e fechando parte da luz do brônquio,ai podemos tentar acessar essa lesão com biopsia com agulha • Punção aspirativa percutânea com agulha fina: – Guiada por TC ou fluoroscopia; – lesões periféricas; – sensibilidade : 90% – especificidade : 70% • Mediastinoscopia – Cervical: • Paratraqueais Dir. (4) • Subcarinais (7) – Anterior: • Paratraqueais Esq. (4) • Aorto-pulmonar (5 e 6) – Colocamos um mediastinoscopio no mediastino e conseguimos biopsias as diversas cadeias de linfonodos e lesões que estejam no mediastino. Estadiamento câncer de pulmão não pequenas células • Objetivos: – Informar sobre a extensão anatômica da doença; – agrupar pacientes com extensão semelhante; – uniformizar o tratamento; – favorecer a análise em estudos epidemiológicos • Divide-se em: – Estadiamento clínico: antes da ressecção (tomografia,biopsia) – Estadiamento cirúrgico (patológico): após ressecção (estadiamento final para decidir mesmo otratamento) Obs : ele não vai cobrar que a gente decore esse estadiamento,mas é importante para provas de residência. • Sistema TNM: T -> Define a extensão do tumor primário. N -> Define a extensão do envolvimento de linfonodos regionais. M -> Define a presença de disseminação a distância. - o pequena células quando é limitado o tratamento é radioterapia paliativa. Quando é doença extrensa,não tem muito mais o que ser feito Essas escalas são usadas para classificar o estado funcional do paciente - isso não decoramos,é aplicado a beira leito - cuidados paliativo : importante lembrar que as vezes não fazemos tratamento para a lesão tumoral em si,mas tem muito a ser feito para o paciente em termos de nutrição,qualidade de vida,sedação,remédio para dor para que o paciente tenha uma qualidade de vida,tenha uma sobrevidacom qualidade. Ainda sobre tratamento do câncer de pulmão não pequenas células – Orientado pelo estadiamento e pelas condições clinicas do paciente • Terapia alvo molecular: – Ataca especificamente moléculas de células cancerígenas, preservando células saudáveis • Tratamento individualizado Observações do slide : - Nas células humanas existem diversas proteínas/moléculas com a função de manter a proliferação celular. Tais compostos formam vias interligadas que culminam na efetivação da função celular desejada, seja a multiplicação celular, a resposta a um estímulo externo ou até mesmo a ordem de morte celular programada. - Nas células cancerígenas também existem moléculas com papel semelhante, mas muitas vezes, desempenhando estas funções de forma descontrolada e caótica. Atacar estas moléculas é o objetivo da chamada terapia-alvo molecular. - A terapia-alvo tem o foco de combater as moléculas específicas, direcionando a ação de medicamentos, exclusivamente ou quase exclusivamente, às células tumorais, reduzindo assim, suas atividades sobre as células saudáveis e os efeitos colaterais. Tratamento do carcinoma pulmonar de pequenas células • Correspondem a 15 a 20 % dos casos de câncer de pulmão • Ressonância de encéfalo • Tomografia computadorizada de tórax • Cintilografia óssea • Pet-CT Tratamento: • Doença localizada (1/3): ü Quimioterapia combinada com radioterapia (sobrevida 5 anos - 20 a 25%) • Doença extensa: ü Quimioterapia (sobrevida em 2 anos – 10%) sobrevida média 10 meses Cuidados paliativos • Deve ser integrado precocemente ao tratamento oncológico. • Sintomas físicos, sociais, psicológicos espirituais. (Paciente + Família) • Melhora qualidade de vida e reduz a necessidade de serviços de saúde.
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