Buscar

Melhoramento Genético

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL – CAMPUS SANTO ANDRÉ
GEOVANNA DE SOUZA BOA SORTE
GIOVANNA CHAVES OLIVEIRA
ISABELA GRIGOLETTO FERNANDES
PROF.ª CLAÚDIA SIAN
MELHORAMENTO GENÉTICO
EM AVES
SANTO ANDRÉ
2020
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................3
1.1. Introdução ao Melhoramento Genético em Aves.......................3
2. Objetivo...............................................................................................4
2.1. Objetivo do Melhoramento Genético em Aves de Corte...........4
3. Características....................................................................................5
3.1. Características Selecionadas da Espécie...................................5
4. Biotecnologias....................................................................................7
4.1. Biotecnologias do Melhoramento Genético em Aves................7
5. Herdabilidade......................................................................................8
5.1. Herdabilidade.................................................................................8
5.2. Estimativas de Herdabilidade para Peso Corporais e Características de Carcaça ..........................................................................................12
5.3. Estimativas de Correlações Genéticas entre Características de Carcaça e de Qualidade da Carne....................................................... ..........13
5.4. Parâmetros Genéticos das Características de Desempenho Corporal e de Qualidade da Carne.......................................................................13
5.5. Motivos de Descarte......................................................................14
5.6. Considerações Finais....................................................................15
5.7. Referências Bibliográficas............................................................16
INTRODUÇÃO
Surgindo do estudo de vários pesquisadores ao longo dos anos em distintas áreas da ciência, o melhoramento genético animal consiste no uso de reprodução de altos valores genéticos, selecionando os melhores animais em um ambiente uniforme controlado a fim de obter-se maior produtividade daquele rebanho ou plantel, isto é, a realização de cruzamento entre raças com características desejáveis – de acordo com as exigências e necessidades do mercado consumidor – e garantir essas características numa próxima geração.
De acordo com Bergman (1998), o melhoramento genético surgiu a partir dos experimentos e descoberta de herdabilidade do cientista Gregor Mendel (1822-1884), que juntou a técnica matemática e a biologia em seus estudos sobre o assunto, e anos mais tarde foi aprimorado pelo francês Galton (1822-1911). Alguns aprimoramentos também foram atribuídos a Ronald Fisher e Sewall Wright, os responsáveis pela moderna genética das populações. E assim, conforme surgiram os experimentos de seleção e cruzamento, a aplicação de genética ao melhoramento foi se intensificando, a partir de estudos de Charles Henderson (1911-1989), Jay Lush (1896-1982) e Roberteson (1920-1989). Dentre os melhoristas, Henderson é considerado o mais influente.
A avicultura é a atividade, dentro da pecuária, que apresentou os maiores índices de desenvolvimento nas últimas décadas, em razão do amplo e intenso processo de seleção, tornou-se bastante viável o aumento evolutivo da genética das aves. É também uma das áreas mais bem sucedidas do melhoramento genético para o avanço zootécnico e econômico.
Assim sendo, como forma de garantir frangos com melhor potencial de ganho de peso, de conversão alimentar e melhor rendimento, os programas para a geração de material genético comercial foram divididos, colocando as aves separadas à produção de carne bovina, tornando particularmente o agronegócio de carne de frango é um dos fatores principais que movimenta a economia no país, sendo o Brasil o terceiro maior produtor e exportador dela.
É importante ressaltar que a estrutura avícula dos países desenvolvidos, e posteriormente dos subdesenvolvidos, foi o que viabilizou os avanços ocorridos na genética. Os países que dominam a genética avícola investem no melhoramento genético de aves desde o final da segunda guerra mundial, e com esse investimento, grandes avanços produtivos foram alcançados, como: redução da idade de abate, melhor peso, melhor rendimento da carcaça e de cortes nobres, o que traz como resultado a redução dos custos de produção.
Diversos fatores vem contribuindo para o crescimento abundante de demanda dentro do mercado nacional por animais de genética superior, como por exemplo: instalações adequadas e controladas para determinado rebanho, o desenvolvimento de programas de avaliação genética, a divulgação de metodologias usadas nessas avaliações, e, principalmente, o reconhecimento dos criadores de que animais geneticamente melhorados vem sendo cada vez mais disputados para venda no mercado, além de também contribuírem para o avanço do índice zootécnico das propriedades
O trabalho tem como objetivo proporcionar uma melhor visão de entendimento sobre o melhoramento genético em aves, tal como apresentar seu funcionamento para a medicina veterinária, tendo como base de pesquisa principalmente livros e artigos.
	Objetivo do Melhoramento Genético em Aves de Corte
Como dito anteriormente, a avicultura é a atividade pecuária que mostrou melhor evolução ao decorrer das décadas, isso em razão do grande investimento no processo de seleção que é realizado desde o início do uso do cruzamento entre espécies. Cada vez mais, esse processo é aprimorado, modificando raças e criando outras inteiramente novas e exclusivas, com suas próprias características, trazendo um produto que fosse capaz de suprir e atender as grandes demandas do mercado de frango de corte.
A avaliação genética realizada em programas de seleção, tem como objetivo orientar, explicar e até mesmo realizar uma avaliação da eficiência da seleção utilizada nas gerações anteriores que deram origem à atual, e também avaliar se esta seleção é adequada às exigências atuais do mercado e da indústria.
O desenvolvimento das aves é suportado na utilização de genética avançada, isto é, deve-se utilizar aves que estejam de acordo com as exigências atuais e altamente competitivas dos mercados produtivos e consumidores.
A competitividade da indústria de frango é muito grande, por isso busca-se a melhoria do material genético das aves de corte, visando pesquisas como maneira de avaliar esses produtos que são realizadas na intenção de identificar linhagens com características melhores em relação às demais, selecionando, assim, aves que apresentam um desempenho melhor.
As principais vantagens no uso das linhagens nacionais de frango são estratégicas e englobam redução no risco de introdução de doença exóticas, desenvolvimento de linhagens próprias, com material genético competitivo, fazendo uso de ferramentas e metodologia de última geração, tais como biologia molecular e avaliação de genótipos pelo uso de modelo animal, podendo servir como exemplo para outras espécies de ciclo biológico mais longo, produto de troca na negociação com outros países, independência das restrições impostas por outros países, e, por último, economias de divisas na importação de material genético (FIGUEIREDO et al., 2000)
As aves que são designadas para a produção passam por um processo de seleção, presando pelas características que possui e pelo desempenho da carcaça, como o peso em vida, a conversão alimentar, entre outros fatores, tal como citado anteriormente, obteve-se um crescimento mais rápido das aves, atingindo-se faixa etária mais precoce ao abate, diminuindo-se os custos de produção e aumentando-se a lucratividade (HAVENSTEIN et al., 1994).
A seleção das melhores aves é fundada com base em dados de computadores levando em consideração o resultado de exames de sua anatomia, condições genéticas e de seu desenvolvimento.Em linhas curtas, o objetivo do melhoramento genético nesta espécie é presar para que a genética boa das aves seja mantida, garantindo que a produção e venda no mercado de frangos de corte seja mantida, trazendo melhorias em sua qualidade e produtividade.
Características Selecionadas
Devido à ampla concorrência e a evolução da indústria de aves brasileira, busca-se um avanço do potencial genético dos frangos de corte. São realizadas pesquisas como forma de avaliar esses produtos, para identificar origens com características melhores em relação às demais, selecionando, dessa maneira, aves que apresentem um desempenho melhor ou acima do previsto. Esse tipo de seleção por características são consideradas uma estratégia no melhoramento genético, não só de aves, mas de todos os animais.
A seleção da linhagem também é necessária, pois dependendo para qual finalidade, terão lotes diferentes a serem indicados, que podem ser para venda de frango vivo, carcaça, cortes, entre outros... Sendo assim, devemos levar em conta que as linhagens que estão no comércio podem oferecer algumas vantagens sobre as outras.
Algumas das características selecionadas de aves de corte:
· Carcaça: rendimento da carcaça, rendimento de carne de peito, rendimento de carne de coxa e teor de gordura. 
· Frango vivo: peso corporal, conversão alimentar, conformação da carcaça, empenamento, pigmentação de pernas e penas, aspecto físico do peito e robustez do esqueleto. 
· Reprodução: produção de ovos incubáveis, fertilidade e eclodibilidade. 
· Resistência: viabilidade do frango, viabilidade da matriz, resistência a doenças e estresses específicos. 
Na área de corte as características mais selecionadas foram:
Fêmeas- peso as 42 dias de idade, conversão alimentar dos 35 aos 42 dias de idade, tamanho e rendimento do peito e produção de ovos até 56 semanas de idade;
Macho - peso dos 42 dias de idade, conversão alimentar dos 35 aos 42 dias de idade, tamanho e rendimento do peito, e empenamento.
Algumas das técnicas de seleção que são utilizadas: Seleção recorrente recíproca; seleção recorrente recíproca combinada; seleção de linhagem consanguínea; seleção por família ou individual.
A maior parte dos lucros de produtividade depende do potencial genético dos frangos. Para ter frangos com alto potencial de ganho de peso, de conversão alimentar e de rendimento de carcaça, foram selecionado cruzamento entre ou dentro de raças, linhas, bisavós, avós e matrizes, para se ter o objetivo esperado, frangos com melhores características e um bom potencial genético. Os frangos comerciais da atualidade são híbridos, produzidos por via de cruzamentos entre origens altamente selecionadas para desenvolvimento rápido, competência alimentar e rendimento de carne. Dessa forma, é observado um desenvolvimento mais rápido das aves, alcançando a faixa etária mais precoce ao abate, diminuindo os custos de produção e aumentando o lucro. 
As características de importância econômica no melhoramento animal são, na maioria das vezes, que deriva do ato combinado de muitos pares de genes é influenciada, em parte, pelo meio ambiente. Deste modo, no estudo de uma característica, é necessário levar em consideração que, além dos efeitos genéticos, existe a ação do meio ambiente no seu fenótipo. Dessa forma, nota-se que o desempenho de um frango de corte também está relacionado com as mudanças do ambiente em que vivem, portanto se torna um fator essencial na produtividade e rentabilidade do sistema de produção. A temperatura também é um fator de extrema importância, pois se elevadas, podem trazer limitação à avicultura. 
Biotecnologias
Segundo a ONU “biotecnologia significa qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização especifica” (ONU, Convenção de Biodiversidade 1992, Art. 2). Biotecnologia é o campo de estudo e evolução de seres modificados em laboratório com o objetivo de promover o aperfeiçoamento de técnicas em várias áreas da sociedade (indústria, saúde, meio ambiente, etc.). Ela nada mais é do que uma ciência, que cria produtos a partir de organismos vivos para melhorar a forma como vivemos, utilizando conhecimentos acadêmicos, experimentação e constante inovação.
A biotecnologia age há muito tempo na nutrição animal. Na avicultura esteve presente no aprimoramento de linhagens altamente ricas assim como, outros ramos da cadeia produtiva que impulsionaram o desempenho animal a partir de avanços na nutrição, aumento do potencial de produção, melhoria do estado de saúde e diminuição dos resíduos. A avicultura industrial define-se pela alta produtividade associada ao acelerado ciclo produtivo, sendo justamente esses atributos um dos pontos de maior preocupação dos consumidores em relação à qualidade e garantia de um produto saudável e seguro. 
A primeira biotecnologia aplicada na avicultura foi à inseminação artificial, a partir do desenvolvimento do método de massagem abdominal e pressão na região da cloaca para coleta de sêmen de galo, essa tecnologia ajudou no avanço de outras técnicas necessárias para a preservação de material genético das aves. Na década de 70 a biotecnologia progrediu com o desenvolvimento da técnica do DNA recombinante, permitindo a transferência de material genético entre organismos vivos através de meios bioquímicos, fazendo com que tenha algo além da biotecnologia tradicional, a biotecnologia moderna. Sendo assim, teve a possibilidade de aquisição de novos produtos e substâncias a partir das novas técnicas genéticas, e não apenas do acasalamento de espécies já existentes na natureza.
Herdabilidade
É um coeficiente genético que expressa a razão da variação genética à variação total de um dado atributo numa população. A variação de um traço na população é referida como variação fenotípica, enquanto variação genética numa população é referida como variação genotípica. Assim, herdabilidade é uma razão da variação genotípica à variação fenotípica. 
A Herdabilidade depende de muitos fatores, mas, um dos mais importantes destes é a amplitude de variação nos ambientes. Quando se fala em herdabilidade é necessário lembrar que genes sempre operam dentro de contextos ambientais. Portanto, herdabilidade não significa imutabilidade, mas, sim, depende da existência de diferenças individuais. Logo, se não há diferenças individuais, não há herdabilidade. 
Ela mede a fração da variabilidade do fenótipo que pode ser atribuída à variação genética . Não é o mesmo que dizer que essa fração de um fenótipo individual é causada pela genética. Por exemplo, é incorreto dizer que, como a herdabilidade dos traços de personalidade é de cerca de 0,6, isso significa que 60% de sua personalidade é herdada de seus pais e 40% vem do ambiente. 
 Pode mudar sem que ocorram alterações genéticas, como quando o ambiente começa a contribuir para mais variações. Como exemplo, considere que ambos os genes e meio ambiente têm o potencial de influenciar a inteligência. A herdabilidade pode aumentar se a variação genética aumentar, fazendo com que os indivíduos mostrem mais variações fenotípicas, como mostrar diferentes níveis de inteligência. Por outro lado, a herdabilidade também pode aumentar se a variação ambiental diminuir, fazendo com que os indivíduos mostrem menos variação fenotípica, como mostrando níveis de inteligência mais semelhantes. 
A herdabilidade aumenta quando a genética contribui com mais variação ou porque fatores não genéticos contribuem com menos variação; oque importa é a contribuição relativa. É específica para uma população específica em um ambiente específico. A alta herdabilidade de uma característica, consequentemente, não significa necessariamente que a característica não seja muito suscetível a influências ambientais. Também pode mudar como resultado de mudanças no ambiente, na migração, na consanguinidade ou na maneira pela qual a herdabilidade é medida na população estudada. 
A extensão da dependência do fenótipo no ambiente também pode ser uma função dos genes envolvidos. Questões de herdabilidade são complicadas porque os genes podem canalizar um fenótipo, tornando sua expressão quase inevitável em todos os ambientes que ocorrem. Indivíduos com o mesmo genótipo também podem exibir diferentes fenótipos por meio de um mecanismo chamado plasticidade fenotípica , que dificulta a mensuração da herdabilidade em alguns casos. Informações recentes em biologia molecular identificaram mudanças na atividade transcricional de genes individuais associados a mudanças ambientais. No entanto, há um grande número de genes cuja transcrição não é afetada pelo meio ambiente. 
As estimativas de herdabilidade usam análises estatísticas para ajudar a identificar as causas das diferenças entre os indivíduos. Como a herdabilidade se preocupa com a variação, é necessariamente um relato das diferenças entre indivíduos em uma população. A herdabilidade pode ser univariada — examinando uma única característica — ou multivariada — examinando as associações genéticas e ambientais entre várias características ao mesmo tempo. Isso permite testar a sobreposição genética entre diferentes fenótipos, por exemplo: cor do cabelo e cor dos olhos. O ambiente e a genética também podem interagir, e as análises de herdabilidade podem testar e examinar essas interações (modelos GxE). 
Um pré-requisito para análises de herdabilidade é que haja alguma variação populacional a ser considerada. Este último ponto destaca o fato de que a herdabilidade não pode levar em consideração o efeito de fatores invariantes na população. Os fatores podem ser invariantes se estiverem ausentes e não existirem na população. Na prática, todos os traços comportamentais humanos variam e quase todos os traços mostram alguma herdabilidade. 
Qualquer fenótipo específico pode ser modelado como a soma dos efeitos genéticos e ambientais:
Fenótipo ( F ) = Genótipo ( G ) + Ambiente ( A ).
A herdabilidade no sentido amplo (H²) é definida como a parte da variância fenotipica que ocorre em virtude de diferenças genéticas entre os indivíduos em uma população. Matematicamente, escrevemos isso como a razão entre a variância genética e a variância total na população.
H² = Vg / Vx
H está ao quadrado porque é a razão de duas variâncias, que são medidas em unidades ao quadrado. H² pode variar de 0 a 1,0. Quando toda a variação em uma população ocorre em virtude de fontes ambientais e não há variação genética, então H² é igual a 0. Quando toda a variação em uma população ocorre em virtude de fontes genéticas, então Vg é igual a Vx e H² é igual a 1,0. H² é denominada "no sentido amplo" porque envolve diversos diferentes modos por meio dos quais os genes contribuem para a variação. Por exempo, uma parte da variação ocorrerá em virtude das contribuições de genes individuais. 
A contribuição da variação genética adicional pode ocorrer em virtude do modo como os genes atuam em conjunto, das interações dos genes ou da epistasia. Estudos com gêmeos e as estimativas da herdabilidade que eles proporcionam podem ser facilmente interpretados excessiva ou erroneamente. Quando indivíduos com os mesmos genótipos são criados nos mesmos ambientes, violamos a presunção do nosso modelo genético de que os genes o ambiente são independentes. Assim, para estimar a herdabilidade em seres humanos, precisamos utilizar conjuntos de gêmeos idênticos que tenham sido separados logo após o nascimento e criados em separado por pais adotivos não relacionados. 
Já a herdabilidade no sentido restrito é a razão entre a variância aditiva e a variância fenotípica. A herdabilidade no sentido restrito fornece uma medida do grau em que a constituição genética dos indivíduos determina os fenótipos de sua descendência. Os diferentes tipos de ação gênica (interação dos alelos em um locus) estão no cerne da compreensão da herdabilidade no sentido restrito. Considere um locus, B, que controla o número de flores em uma planta. O locus apresenta dois alelos, B1 e B2, e três genótipos — B1/B1, B1/B2 e B2/B2. As plantas com o genótipo B1/B1 apresentam 1 flor, plantas B1/B2 apresentam 2 flores e plantas B2/B2 apresentam 3 flores. Em um caso como esse, quando o valor do traço do heterozigoto é intermediário entre aqueles das duas classes homozigotas, ação gênica é definida como aditiva. O heterozigoto apresenta 3 flores, o mesmo que o homozigoto B2/B2. Aqui, o alelo B2 é dominante em relação ao alelo B1. Nesse caso, a ação gênica é definida como dominante. (Também poderíamos definir essa ação gênica como recessiva, com o alelo B1 sendo recessivo em relação ao alelo B1). A ação gênica não precisa ser puramente aditiva ou dominante, mas pode demonstrar dominância parcial. Por exemplo, se heterozigotos B1/B2 apresentassem 2,5 flores em média, diríamos então que o alelo B2 demonstra dominância parcial. 
Podemos definir a herdabilidade no sentido restrito, que é simbolizada por uma letra minúscula h ao quadrado (h²), como a razão entre a variância aditiva a variância fenotípica total:
h² = Va / Vx = Va / Vd + Ve
Esse tipo de herdabilidade mede o quanto da variação entre os indivíduos em uma população é transmitido de modo previsível para a sua descendência. A herdabilidade no sentido restrito é o tipo de herdabilidade de interesse para cultivadores de plantas e criadores de animais, tendo em vista que proporciona uma medida de quão bem um traço responderá ao cultivo e à criação seletiva. 
As diferenças nos valores de traço entre os membros de uma população podem ser resumidas por uma medida estatística, denominada variância. A variância mede até que ponto os indivíduos se desviam da média da população. A variância de um traço pode ser separada em uma parte que ocorre em virtude de fatores genéticos (a variância genética) e uma parte que ocorre em virtude de fatores ambientais (a variância ambiental). Uma presunção-chave por trás da separação da variância do traço em componentes genéticos e ambientais é que os fatores genéticos e ambientais não estão correlacionados ou são independentes. 
Até que ponto a variação em relação a um traço em uma população é explicada por fatores genéticos é medida pela herdabilidade no sentido amplo (H²) do traço. H² é a razão entre a variância genética e a variância fenotípica. 
A herdabilidade no sentido amplo expressa o grau até o qual as diferenças nos fenótipos entre os indivíduos em uma população são determinadas por diferenças nos seus genótipos. A medida de H² em seres humanos revelou que muitos traços apresentam influências genéticas, incluindo atributos físicos, funções mentais, características de personalidade, distúrbios psiquiátricose até mesmo atitudes políticas. Os genitores transmitem os genes, mas não os genótipos, aos seus descendentes. 
A cada geração, são criadas novas interações de dominância entre os alelos em um locus. Para incorporar esse fenômeno no modelo matemático em relação à variação quantitativa, o desvio genético (g) é decomposto nos desvios aditivo (a) e de dominância (d). Apenas o desvio aditivo é transmitido dos genitores para a descendência. O desvio aditivo representa a parte herdada do fenótipo no sentido restrito. A parte aditiva da variância em uma população é a parte herdada da variância. A herdabilidade no sentido restrito (h²) é a razão da variância aditiva em relação à variância fenotípica. A herdabilidade no sentido restrito fornece uma medida da magnitude em que os fenótipos dos indivíduos são determinados pelos genes que eles herdam de seus genitores. O conhecimento sobre a herdabilidade no sentido restrito de um traço é fundamental para compreender como um traço responderá ao cruzamento seletivo ou à força da seleção natural. 
Criadores de animais e cultivadores de plantas utilizam seu conhecimento sobre a herdabilidade no sentido restrito em relação aos traços de interesse para direcionar programas de melhoramento de plantas e animais. A herdabilidade no sentido restrito é utilizada para prever os fenótipos da descendência e para estimar o valor genético dos membros individuais da população reprodutora.
Existem poucos relatos sobre a herdabilidade para as características relacionadas à qualidade da carne de frango. Há alguns trabalhos sobre estimativas de herdabilidade para características de qualidade da carne de frango com o objetivo de identificar possíveis critérios de seleção para serem utilizados como estratégia contra carne PSE (LE BIHAN DUVA et al., 1999; LE BIHAN DUVA et al., 2001; LE BIHAN DUVA et al., 2004; GAYA, 2003). A herdabilidade expressa a proporção da variância fenotípica total que é atribuída à variância genética aditiva (FALCONER e MACKAY, 1996). No estudo de características quantitativas, a principal função da herdabilidade é seu caráter preditivo, ou seja, expressa o grau de confiança do valor fenotípico como indicador do valor genético (EUCLIDES FILHO, 1999). 
Estimativas altas de herdabilidade indicam que grande parte da variação fenotípica dos indivíduos é decorrente do efeito aditivo dos genes. Por sua vez, estimativas baixas de herdabilidade indicam que a maior parte da variação de uma característica é influenciada pelo efeito não aditivo dos genes e pelas condições ambientais (FALCONER e MACKAY, 1996). As estimativas de herdabilidade obtidas na literatura para o pH inicial da carne das aves (aferido logo após o abate) foram variáveis. Em perus, a estimativa de herdabilidade para pH aferido 20 minutos post mortem encontrada por LE BIHAN DUVAL et al. (2003) foi de 0,21 ± 0,04, enquanto que para o pH final da carne 15 (aferido em 24 horas após o abate) foi de 0,16 ± 0,06. No entanto, as estimativas de herdabilidade para pH final em frangos de corte foram moderadas. As estimativas de herdabilidade para as características de qualidade da carne em frangos criados em condições experimentais são moderadas a altas.
	Característica
	 H2
	 EP
	 Autores
	
	
	
	
	
Ph Inicial da carne
(PH15)
	 0,49
 0,21
 0,03
 0,30
	 0,01
 0,04
 0,05
 0,05
	LE BIHAN-DUVAL et al.(2001)
LE BIHAN-DUVAL et al. (2003)
GAYA (2003)
LE BIHAN-DUVAL et al. (2008)
	
Ph final da carne
(PH24)
	 0,49
 0,35
0,16
 0,37
	0,11
0,03
0,04
0,06
	LE BIHAN-DUVAL et al. (1999)
LE BIHAN-DUVAL et al. (2001)
LE BIHAN-DUVAL et al. (2003)
GAYA (2003)
	
Luminosidade ( L*)
	0,75 0,50 0,30 0,35
	0,08 0,03 0,05 0,05
	LE BIHAN-DUVAL et al. (1999) LE BIHAN-DUVAL et al. (2001) GAYA (2003) LE BIHAN-DUVAL et al. (2008) 
	
Teor de vermelho (a*)
	0,81 0,57 0,27 0,25
	0,04 0,02 0,05 0,05
	LE BIHAN-DUVAL et al. (1999) LE BIHAN-DUVAL et al. (2001) GAYA (2003) LE BIHAN-DUVAL et al. (2008) 
	
Teor de amarelo (b*)
	0,64 0,55 0,16 0,31
	0,06 0,04 0,04 0,05
	LE BIHAN-DUVAL et al. (1999) LE BIHAN-DUVAL et al. (2001) GAYA (2003) LE BIHAN-DUVAL et al. (2008) 
Tabela 1. Resumo das estimativas de herdabilidade (h2) e seus respectivos errospadrão (EP) encontrados na literatura para características de qualidade da carne de aves.
Estimativas de Herdabilidade para Peso Corporal e
Características de Carcaça
De acordo com LEDUR et al. (1992), o peso vivo dos frangos possui estimativas de herdabilidade intermediárias a altas que variam de 0,20 ± 0,08 a 0,94 ± 0,13. GAYA et al. (2006) obtiveram estimativa de 0,26 ± 0,03 para peso vivo aos 42 dias em reprodutores de uma linhagem macho de frangos de corte, no entanto, a 16 estimativa de herdabilidade para peso vivo aos 38 dias (0,40 ± 0,02) foi maior que a estimativa aos 42 dias. 
Portanto, a detecção da variabilidade genética para peso vivo parece ser mais fácil em aves com 38 dias de idade. Da mesma forma, ZEREHDARAN et al. (2004) encontraram estimativa de herdabilidade para peso vivo maior em aves com cinco semanas de idade (0,44 ± 0,07) quando comparada a aves com 7 semanas (0,33 ± 0,07). Estas estimativas de herdabilidade para peso vivo foram semelhantes às obtidas por LEDUR et al. (1992), LE BIHAN DUVAL et al. (2001) e VAYEGO et al. (2008) que encontraram, respectivamente, valores de 0, 61, 0,35 ± 0,02 e 0,37 ± 0,06. 
A composição corporal pode ser significativamente melhorada pela seleção e as herdabilidades variam de 0,40 a 0,65, segundo estudos de LE BIHAN DUVAL et al. (1998). As herdabilidades para peso eviscerado, peso de pernas e peso de peito são moderadas. Assim, as características de carcaça devem possuir resposta eficiente à seleção. Na literatura, foram encontradas estimativas de herdabilidade para peso do peito em gramas de 0,29 ± 0,27 (SINGH e TREHAN, 1994), 0,51 ± 0,03 (LE BIHAN-DUVAL et al., 1999), 0,59 ± 0,08 (RANCE et al., 2002), 0,47 ± 0,08 (ZEREHDARAN et al., 2004) e 0,33 ± 0,03 (GAYA et al., 2006). 
Para a característica peso de pernas, as estimativas de herdabilidade obtidas por REZENDE et al. (2005) e GAYA et al. (2006) foram iguais a 0,33 ± 0,03. Para peso eviscerado, foram encontradas estimativas de herdabilidade de 0,52 ± 0,07 (RANCE et al., 2002) e 0,24 ± 0,03 (GAYA et al., 2005). Para gordura abdominal, a herdabilidade varia entre 0,50 a 0,80 (CHAMBERS, 1990). As estimativas de herdabilidade encontradas na literatura para o peso da gordura abdominal são altas, de modo que, se necessária a diminuição da gordura dos frangos mediante seleção, esta será eficiente. As estimativas de herdabilidade para gordura abdominal, medida em gramas, foram 0,40 ± 0,15 (LEENSTRA e PIT, 1988) e 0,62 ± 0,09 (ZEREHDARAN et al., 2004). Segundo estes autores, o sucesso da produção de carne de aves tem sido fortemente relacionado com melhorias no crescimento e rendimento de carcaça, principalmente pelo aumento da proporção de carne de peito e redução da gordura abdominal. 
Estimativas de Correlações Genéticas entre Características de Carcaça e de Qualidade da Carne
A seleção para uma característica é importante não só pelos reflexos de sua expressão, como também no de outras características correlacionadas, que são dependentes em maior ou menor grau. Dessa forma, a correlação genética é outro parâmetro muito utilizado nosprogramas de seleção, além da herdabilidade. A correlação genética mede a associação linear entre os valores genéticos de duas características (FALCONER e MACKAY, 1996). 
A pleiotropia é tida como a principal causa de correlação. Esta é a propriedade de um gene afetar duas ou mais características, ou seja, o grau de correlação originado expressa a intensidade pela qual duas características são influenciadas pelos mesmos genes. Do ponto de vista do melhoramento genético, a consequência da correlação genética é que se duas características economicamente importantes evidenciam correlação altamente positiva, a ênfase na seleção poderá ser endereçada para uma, visando o melhoramento de ambas, além da seleção indireta para características de difícil mensuração.
Se existe uma correlação genética negativa entre duas características, a seleção para uma delas proporcionará mudanças em outro sentido na outra. A correlação ambiental refere-se à associação conjunta de desvios de ambiente e desvios genéticos não aditivos. Duas características podem ser influenciadas pelas mesmas diferenças de condições de ambiente. A correlação fenotípica representa a associação entre duas características que pode ser observada diretamente. Se ambas as características tem baixa herdabilidade, então a correlação fenotípica é determinada principalmente pelo componente ambiental e genético não aditivo. Se as características têm altas herdabilidades, o principal componente é genético aditivo. Embora a seleção de frangos de corte objetivando aumento da produção de carne de peito tenha sido bem sucedida (DRANSFIELD e SOSNICKI, 1999), o impacto desta seleção na qualidade da carne ainda não foi esclarecido. Por isto, mostra-se importante conhecer as associações genéticas entre as características de qualidade e de carcaça de aves.
Parâmetros Genéticos das Características de Desempenho Corporal e de Qualidade da Carne
 Para o estudo de características de qualidade da carne (pH, cor e luminosidade) é importante conhecer as herdabilidades destas variáveis e as associações genéticas entre estas e aquelas envolvidas no crescimento (peso corporal) e no rendimento de carcaça (peso das partes da carcaça e de gordura abdominal).
	Características
	H2
	Idade á maturidade sexual
	0,15 - 0,30
	Tamanho do ovo
	0,40 - 0,50
	Forma do ovo
	0,25 – 0,50
	Cor da casca
	0,30 – 0,90
	Peso corporal
	0,25 – 0,65
	Profundidade corporal
	0,20 – 0,50
	Viabilidade
	0,01 – 0,15 
	Fertilidade 
	0,00 – 0,15
	Eclodibilidade
	0,10 – 0,15
Tabela 2. Estimativas de herdabilidade para características em espécies de interesse zootécnico. Fonte: Daly (1992), Bourdon (1997), Pereira (2001)
Motivos de Descarte
Existem alguns fatores que podem levar um animal — ou até mesmo vários — a ser descartado. Para que se tenha um resultado satisfatório, além do critério de seleção, é fundamental o descarte dos animais não desejados para reprodução. Um reprodutor não pode ter qualquer tipo de doença, precisam ser impecáveis para que os descendentes a serem gerados não contraiam doenças congênitas, que muitas vezes não têm cura.
Para o descarte também é utilizado a conversão alimentar, sinalizando a quantidade de ração ingerida e o ganho de peso, por exemplo: dá-se atenção à quantidade de ração ingerida e o ganho de peso, o animal que consumir maior quantidade de ração e demorar mais tempo para atingir o peso desejado será descartado. 
Considerações Finais
Conclui-se ao final desta pesquisa que o melhoramento genético em aves de corte preza manter, garantir e reproduzir uma boa genética dos frangos e para atingir os objetivos que agradam os fornecedores.
Contudo essas demandas de objetivos vem se expandindo junto com a população e é necessário uma série de seleções entre gerações, características consideradas melhores entre as demais, selecionando dessa forma, aves que apresentem um melhor desempenho e descartando aquelas que não atingem os parâmetros desejados que são síndromes metabólicas causadas por patologias e falta de peso 
Referências Bibliográficas
MARTINS, Julyana Machado da Silva et al. Melhoramento Genético em Frangos de Corte. PUBVET, 205. Ed, Londrina: Art. 1371, 2012.
MOURA, Guilherme Guimaro et al. Melhoramento Genético em Aves de Corte. Revista Conexão Eletrônica, V. 14, n.1, p. 363-369, Mato Grosso do Sul,, 2017.
LEDUR, Mônica et al. O Melhoramento Genético de Aves no Brasil e as Contribuições da Embrapa Suínos e Aves. In: SOUZA, J.C.P.V.B. et al., Sonho, desafio e tecnologia: 35 anos de contribuições da Embrapa Suínos, p. 293-316. Brasília, 2011.
BAINY, Adriane Molardi. Parâmetros Genéticos de Características de Carcaça e de Qualidade da Carne de Aves Oriundas de Cruzamento Recíproco. Dissertação Mestrado – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Jaboticabal, São Paulo: 2011.
MELO, Aurora da Silva et al. Aplicações Biotecnológicas na Avicultura: Uma Abordagem dos Alimentos Nutritivos Convencionais. PUBVET, v.10, n.3, p.235-243, Rio Grande do Norte, 2016.

Continue navegando