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COLÉGIO ESTADUAL PILAR MATURANA Ensino Fundamental, Médio e EJA. Sociologia Grupos Sociais, Processo de Socialização, e Instituições Sociais 1º. Anos A/B/C/D – 2019 – 2º TRI/2019 Prof. Christian Bedretchuk A CONVIVÊNCIA HUMANA Quando nós agimos e reagimos em relação àqueles que estão ao nosso redor, iniciamos um processo conhecido como interação social. Isto é, quando dois ou mais indivíduos participam da mesma ação, estão interagindo. Os seres humanos têm absoluta necessidade de convivência com um grupo e é através desta convivência que o comportamento humano se manifesta e se desenvolve. É a partir desta convivência que os seres humanos se articulam e estabelecem formas de comunicação e cooperação, ou seja, se socializam e se sociabilizam. Sociabilidade: é a capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade, desenvolve-se pelo processo de socialização. Socialização: por meio da socialização o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos, regras e costumes característicos de seu grupo. Viver em sociedade requer uma grande variedade de tipos de contatos sociais. É pelo contato social que as pessoas estabelecem relações sociais, criando laços de identidade, comportamentos que vão ser a base dos grupos sociais. OS GRUPOS SOCIAIS A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social. O isolamento social pode ser de ordem social que envolve preconceitos, como racial, religioso, de sexo; ou podem ser de ordem individual como a timidez, a desconfiança, etc. Estes tipos de atitudes colocam dificuldades para se co- municar e de estabelecer laços de convivência e afinidades. Nos grupos sociais, os indivíduos se unem e se separam, na sociologia chamamos isto de processos sociais. OS PROCESSOS SOCIAIS A palavra processo significa uma mudança contínua e os processos sociais são as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam uns com os outros, a forma pelas quais os indivíduos se relacionam e estabelecem relações socais. Os processos sociais associativos de Cooperação ocorrem quando o grupo trabalha junto para um mesmo fim. Exemplos: formação de uma cooperativa, um mutirão para limpeza de um terreno, um aluno emprestar uma caneta para outro, uma comissão para angariar roupas para a população carente, enfim qualquer tipo de ação conjunta. Os processos sociais associativos de Acomodação ocorrem quando o grupo se ajusta a uma situação de conflito, através de uma solução superficial. Exemplo: pode ocorrer em forma de coerção quando um indivíduo impõe sua vontade sobre o outro; pode ocorrer sob forma de tolerância, quando apesar de não concordar com o outro acaba tolerando-o; pode ocorrer ainda sob forma de compromisso ou acordo, quando ambas as partes ou um terceiro auxilia e há concessões dos dois lados, um acordo judicial ou coisa do gênero e também sob forma de conciliação onde as partes em conflito identificam interesses em comum, como numa separação amigável. Os processos sociais associativos de Assimilação ocorrem quando o grupo encontra uma solução definitiva e mais ou menos pacífica do conflito social, implica em uma transformação da personalidade. Exemplo: imigrantes que passam a fazer parte de outra cultura que não a sua própria. Os processos sociais dissociativos de Competição ocorrem quando em um grupo há uma luta por objetivos escassos. Exemplos: o vestibular, os campeonatos de futebol, uma disputa amorosa, uma disputa comercial. Os processos sociais dissociativos de Conflito ocorrem quando em um grupo há uma competição com tensão e violência social. Exemplos: lutas entre posseiros e índios no Brasil, torcidas organizadas de futebol que entram em conflito corporal, as guerras entre nações, as guerras civis. Com o estímulo ao consumo e a competição desenfreada, a economia capitalista, dinâmica e tecnologicamente inovadora, colabora para reforçar a cultura do individualismo e do isolamento social. Numa sociedade como esta, a satisfação individual está acima de qualquer obrigação comunitária. ATIVIDADE 01 1. O que é interação social? 2. Qual a diferença entre Sociabilidade e Socialização? 3. Explique o qie é o isolameno social. 4. O que são os processos Associativos e Dissociativos? 5. Explique o processo de Cooperação. 6. Explique o processo de Acomodação. 7. Explique o processo de Assimilação. 8. Explique o processo de Competição. 9. Explique o processo de Conflito. OS GRUPOS SOCIAIS Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas o ser humano passou a estabelecer verdadeiros grupos sociais. Podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação huma- na que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo. Assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente este não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum. Organização dos grupos sociais Dentro dos grupos sociais podemos observar que todo o indivíduo ocupa uma posição social que lhe dá maior ou menor valor, prestígio ou poder. Status Social: é a posição ocupada pelo indivíduo no grupo social ou na sociedade. E implica em direitos, deveres, manifestações de prestígio e até privilégios, conforme o valor social conferido a cada posição. Numa sociedade o indivíduo ocupa tantos status quantos são os grupos sociais a que pertence. Dependendo da maneira pela qual o indivíduo obtém seu status ele pode ser classificado como: Atribuído: quando não depende das qualidades ou ações do indivíduo e podem ser por idade, sexo, raça, parentesco, classe social, etc. Ex: ”irmão mais velho”, “filho do pescador”. Adquirido: quando depende das qualidades pessoais do indivíduo, de sua capacidade e habilidade. Ex: “capitão do barco”, “chefe do departamento”. Quando cumprimos os nossos deveres ligados ao nosso status social, dizemos que estamos cumprindo nosso papel social. Papel Social: é a função ou o comportamento que o grupo ou a sociedade espera de nós. ATIVIDADE 02 10. Qual a importância dos grupos sociais para o indivíduo? 11. O que significa as pessoas de um grupo social terem consciência de interação? 12. Explique o que é Status Social. 13. Explique o que é Status Social Atribuído. 14. Explique o que é Status Social Adquirido. 15. Explique o que é Papel Social. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO O processo de socialização consiste na transmissão dos códigos culturais de um grupo social aos indivíduos que dele fazem parte, ou seja, socialização é o processo pelo qual os indivíduos aprendem a viver na sociedade na qual está inserido; O ser humano tem uma necessidade vital de se relacionar com o mundo externo, já que a solidão pode levá-lo a desenvolver problemas de saúde, em caráter psicológico e físico, como a depressão, por exemplo. Além disto, é justamente com o meio externo que aprendemos a viver na sociedade que estamos inseridos. Será possível um ser humano aprender a viver sem estar inserido em uma sociedade, ou ser criados por animais? O que esta criança aprenderia? Leia o texto a seguir sobre crianças que foram supostamente criadas por animais. A mais célebre criança selvagem inspirou inúmeros livros (alguns científicos, outros nem tanto) e teve sua vidalevada para as telas de cinema pelo diretor francês François Truffaut no belo O Garoto Selvagem, de 1969. Foi conhecido primeiro como Selvagem de Aveyron e, mais tarde, chamado de Victor pelo médico e educador francês Jean Itard, que se encarregou de sua criação. O menino foi encontrado por caçadores em 1799, com cerca de 12 anos, vagando por bosques na França. Estava nu, sujo, mordido e arranhado, se alimentava de nozes e raízes. Tinha 23 cicatrizes causadas por mordidas de animais e outra, no colo, por uma provável facada. Andava trotando, farejava o que lhe davam, roía os alimentos, amava os campos e tinha aversão a usar roupas e a comer alimentos cozidos. Não falava, apenas emitia sons guturais. Seus olhos não se fixavam ou demonstravam expressão. Seu tato, olfato e audição eram aparentemente insensíveis. Nunca se soube se Victor se perdeu ou foi abandonado por sua família. Sabe-se apenas que viveu em completo isolamento. Foi levado a uma instituição nacional de surdos-mudos, onde Philippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria moderna, o diagnosticou como “acometido de idiotia” e, portanto, não suscetível à socialização e à instrução. Mas Jean Itard discordou de seu mestre e resolveu educar ele mesmo o menino. Escreveu dois relatórios sobre seus progressos: um em 1801, após um ano de trabalho com ele, e outro em 1806. No primeiro, afirma que os hábitos de Victor mostravam as “marcas de uma vida errante e solitária” e demonstravam que ele tinha passado pelo menos sete de seus 12 anos no isolamento. Segundo o médico, o menino dava aos cientistas a incrível oportunidade de “determinar quais seriam o grau de inteligência e a natureza das idéias de um adolescente que, privado desde a infância de qualquer educação, tivesse vivido inteiramente separado dos indivíduos de sua espécie”. Madame Guérin, a governanta que cuidou de Victor, foi quem estabeleceu com ele uma relação propriamente pessoal. Em contato com os dois, Victor, ao longo dos anos, tornou-se um rapaz de aparência normal. Aprendeu a mostrar as coisas de que gostava, a sorrir, a pedir e a dar carinho. Mas frustrou Itard, pois jamais aprendeu a falar articuladamente. Era capaz apenas de dizer uma ou outra palavra, como leite, por exemplo. Morreu aos 40 anos. Para isso, a socialização é de suma importância para o bem-estar da pessoa no meio em que vive, podendo ser ele: familiar, religioso, cultural, escolar, do trabalho e, em especial, no seio social. A vida em sociedade é uma tarefa bem difícil, já que o homem é um ser bem complexo, repleto de qualidades e defeitos, os quais esses “defeitos” são muitas vezes intoleráveis pelos demais. Cada qual com seu modo de pensar, de agir, de se vestir, que em muitos casos saem do tradicional, do normal à maioria da sociedade, se fazendo exceção à regra, e, por isso, são discriminados, rejeitados, subestimados aos olhares das outras pessoas, configurando a denominada “exclusão social”. DINAMISMO SOCIAL Para viver em sociedade, o indivíduo precisa se adequar as contínuas mudanças sofridas no meio em que vive, desde os fenômenos ligados à natureza (tempestades, furacões, terremotos, seca, aquecimento global, etc.), ao físico do ser humano (morte, nascimento, deficiência física, mental, etc.), à esfera política (escolha e mudança de governantes, eleições presidenciais, etc.), entre outros. As variações correspondem à peculiaridade do processo de socialização e estão estritamente relacionadas aos mais diferentes agentes e subculturas que interferem no meio social, como o ambiente de trabalho, escolar, religioso, familiar, de amigos, etc. ATIVIDADE 03 1) Explique o que é o Processo de Socialização. 2) Por que o ser humano tem necessidade de viver em sociedade? 3) O que leva criança que supostamente foram criadas por animais a terem uma grande dificuldade para viver em sociedade? 4) O que leva a vida em sociedade ser considerado como algo difícil? 5) Explique o que é o Dinamismo Social. OS PROCESSOS DE SOCIALIZAÇÃO ACONTECEM EM DOIS NÍVEIS: Os processos de socialização estão classificados em dois tipos: Socialização Primária: como o próprio nome já indica, esse tipo de socialização ocorre na infância e se desenvolve no meio familiar. Aqui, a criança tem contato com a linguagem e vai compreendendo as relações sociais primárias e os seres sociais que a compõem. Além disso, é nesse estágio em que são interiorizados normas e valores. A família torna-se a instituição social mais fundamental desse momento. Socialização Secundária: nesse caso, o indivíduo já socializado primariamente vai interagindo e adquirindo papéis sociais determinada pelas relações sociais desenvolvidas, bem como a sociedade que está inserido. Se por acaso o sujeito social teve uma socialização primária afetada, isso poderá gerar diversos problemas na sua vida social, uma vez que o primeiro momento de socialização é essencial na construção do caráter do indivíduo. Existem 3 tipos de mecanismos de socialização: – A socialização por aprendizagem: O individuo se socializa quando ele aprende os valores, as normas sociais. Por exemplo, o professor diz explicitamente o que ele tem de fazer e não fazer. – A socialização por imitação: O individuo reproduz os comportamento que ele pode ver. – A socialização por identificação: O indivíduo vai se identificar com outras pessoas (pais, etc.) ATIVIDADE 04 1) Explique a Socialização Primária e quem é responsável por ela. 2) Explique a Socialização Secundária e quem é responsável por ela. 3) Explique a Socialização por aprendizagem e de um exemplo de como ela aconteceu com você. 4) Explique a Socialização por imitação e de um exemplo de como ela aconteceu com você. 5) Explique a Socialização por identificação e de um exemplo de como ela aconteceu com você. AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO / INSTITUIÇÕES SOCIAIS As instituições sociais são lugares ou situações em que há uma imposição de padrões sociais à conduta individual. Quando criança, os adultos apresentam-lhe certo mundo – e para a criança, este mundo é o mundo que existe para se viver e conhecer. Somente mais tarde, algumas vezes, os indivíduos percebem que há alternativa de comportamentos sociais. Entretanto, mesmo quando crianças, os indivíduos não são inteiramente passivos no interior do processo de socialização realizado pelas instituições sociais, percebe-se este fato quando percebemos que os pais em geral não conseguem impor aos filhos todo padrão social que desejariam. Uma das formas de socialização é quando a criança não só aprende a reconhecer certa atitude em outra pessoa e a compreender seu sentido, mas também apreende a tomá-la ela mesma. Literalmente, a criança aprende a desempenhar o papel do outro. Exemplo: as meninas o papel da mãe e os meninos o papel do pai. Cabe lembrar também que esses papéis podem ser diferentes de criança para outra. Se o pai é uma figura violenta, o papel a ser desempenhado (teoricamente) pela criança será este. Por isso, a socialização é um processo importante a ser compreendido, quanto antes o indivíduo perceber o poder que lhe é imposto, mas cedo poderá refletir se é o comportamento que deseja realmente reproduzir para outras gerações. É claro que os indivíduos conforme vão crescendo vão notando também, que em cada lugar as pessoas vão esperar dele um determinado comportamento específico, um papel específico, assim, os seres humanos para viver em sociedade terão que saber qual papel atuar em cada ambiente em que estiver, se fizer isto errado o restante do grupo irá reagir de algum modo. Quando o indivíduo acredita fortemente nas regras de conduta social, elas já fazem parte de sua consciência e, portanto, estão interiorizadas. Neste caso, não será mais necessário a presença de alguém ou algum órgão para repreendê-lo. INFÂNCIA A infância como entendemos hoje,surgiu com o nascimento da burguesia. Antes disso, a criança era considerada um adulto pequeno, somente na idade moderna passou-se a considerar a inocência como um valor associado a esta faixa etária e algo a ser defendido. Portanto, somente depois deste evento percebeu-se que o processo de socialização existe como ele funciona, qual o seu poder, suas vantagens e desvantagens e seus mecanismos de repressão. ATIVIDADE 05 1) O que é instituição social? 2) Por que podemos afirmar que mesmo quando criança o indivíduo não é totalmente passivo no processo de socialização. 3) O que acontece quando o indivíduo acredita fortemente nas regras de conduta social? 4) Onde surgiu a definição de infância como conhecemos hoje? Explique. INSTITUIÇÃO FAMILIAR A família é o principal agente socializador do indivíduo. Os estilos de socialização dessa família vão depender da classe social, da ocupação, da etnia, dos valores e da visão de mundo que a constituem. Dessa forma, existem famílias mais ou menos autoritárias e mais ou menos comprometidas com o ato da socialização. É preciso que exista um esforço em olhar além do estereotipo da família como sendo aquela formada apenas pelo pai, mãe e filhos. Isto porque, não só em outras culturas isto não reflete necessariamente a realidade, como também em nossa cultura isto já não é mais a única forma encontrada. Há grupos familiares com as mais diversas combinações, como aquelas em que os avós têm um papel importante, ou aquelas em que o homem não está presente e é a mulher quem sustenta e cuida das crianças, aquelas em que o casal não tem filhos, aquelas em que o casal é formado por uma união homo-afetiva, aquelas em que moradores de rua simpáticas umas às outras formam grupos para se proteger mutuamente, e assim por diante. Durante as últimas décadas, o mundo vem experimentando mudanças nos padrões familiares que seriam inacreditáveis gerações anteriores. As pessoas estão casando menos e também mais tarde, e tendo um número menor de filhos. É cada vez mais comum as pessoas optarem morarem juntas antes de oficializar o casamento e sentirem-se livres para formar novas famílias caso o primeiro matrimônio não dê certo. De qualquer forma, aquelas famílias formadas por dois adultos e suas crianças são chamadas de nucleares e aquelas que incluem avós, tios e cunhados são chamadas de ampliadas. Para a teoria funcionalista as mudanças ocorridas na família provocaram a dificuldade de homens e mulheres de criar e educar suas crianças de maneira adequada. Entretanto, este pensamento é muito criticado pela sociologia atual porque defende que a família convencional formada pelo homem que trabalha e pela mulher que cuida dos filhos como algo dado pela natureza. Já a sociologia feminista observa que o movimento das mulheres em direção ao mercado de trabalho principalmente durante a década de 60 provocou alterações profundas nas relações familiares, tendo em vista que antes disso o poder familiar era apenas do homem e este comandava com mão de ferro, de maneira autoritária. Com a mulher contribuindo para o sustento da casa, as relações familiares passaram a ser cada vez mais democráticas, onde as decisões são discutidas e combinadas. Para este grupo de teóricos a mudança no interior da família não deve ser julgada como algo bom ou ruim, é preciso apenas que os indivíduos encontrem os melhores caminhos para desfrutar dela. ATIVIDADE 06 1) Qual é o papel da família no processo de socialização? 2) Como se deve olhar para os tipos de formação familiar? 3) O que pensa a sociologia funcionalista sobre a família? 4) O que pensa a sociologia feminista sobre a família? INSTITUIÇÃO RELIGIOSA Desde o início dos tempos o homem teve algumas dúvidas que o atormentava: “Da onde vim?”, “Para onde vou?” e “o que faço aqui?” são algumas dessas questões que fizeram cada grupo de homens juntos em pequenas ou grandes sociedades, formular respostas diferentes, dando origem às diferentes religiões conhecidas. Isto significa que para a sociologia as religiões são criações dos homens e para muitas teorias, como a de Durkheim, elas servem para manter a sociedade coesa (unida) por isso são importantes e positivas, para outras teorias, como a de Marx, elas servem para que as pessoas não percebam o quanto são exploradas em seu dia a dia, por isso têm um papel negativo e alienante, é dele a famosa frase: “a religião é o ópio do povo”. Quase todas as religiões possuem alguns elementos que a qualificam enquanto religião, dogmas, ritos e locais sagrados são alguns deles. Assim, dogmas são verdades que não são discutíveis no interior da religião, desta forma é que os católicos acreditam que Virgem Maria é uma santa e os evangélicos não crêem no mesmo. Ritos ou rituais são todos aqueles atos que são repetidos em diversas ocasiões pelos fiéis e celebrantes das diversas religiões, por exemplo, em algumas religiões evangélicas há a divisão do pão numa data específica do ano ou ainda quando os muçulmanos deitam-se em direção a Meca para rezar e assim por diante. Os rituais existem em quase todas as religiões para manter acesa a ligação do fiel com seu deus. E finalmente temos os locais sagrados que são nada mais do que as igrejas, sinagogas, mesquitas e centros, ou seja, aquele lugar em que os fiéis daquela religião específica se encontram para celebrar a mesma crença. São sempre lugares cercados por uma série de símbolos e significados, por exemplo, em alguns lugares não são aceitos chapéus, outros só entram homens, outros somente descalços e assim por diante, o fato é que é preciso saber as regras de cada espaço sagrado para que não aja a possibilidade do desrespeito a elas. De modo geral estar inserido numa religião significa passar por um verdadeiro processo de socialização, tendo em vista que todas as religiões promovem a defesa de valores importantes para determinada sociedade, como por exemplo, o amor ao próximo e o perdão, que se forem seguidos pelos fiéis pode determinar os tipos de relações sociais os indivíduos vão estabelecer do cotidiano inclusive no interior da própria família. É claro que certos comportamentos são estimulados pelas religiões, mas outros são condenados, considerados desvios de conduta, e por isso muitos deles são punidos com a promessa do inferno ou algo parecido. Pode-se dizer que as religiões exercem um forte controle social, em muitos lugares posicionam-se contra o divórcio ou o aborto e podem pressionar tanto que são capazes de influenciar na constituição das leis nacionais. Este grande poder de controle social e de pressão sob os governos pode tanto conter conflitos entre indivíduos e países, quanto provocá-los. Um grande exemplo é conflito de décadas entre palestinos e judeus, ambos os grupos defendem suas formas de vida e as religiões são motivos de guerras entre eles, mortes em nome de deus. No Brasil há predominância do catolicismo, entretanto, nos últimos anos há um grande crescimento do número de evangélicos que podem ser divididos em dois grandes grupos: os chamados protestantes históricos e os pentecostais. Os protestantes históricos são fiéis das igrejas surgidas no período da Reforma Protestante e que se instalaram também no Brasil no século XX e que por não serem muito proselitistas, reproduzem-se apenas de geração em geração. Eles são: os luteranos, os batistas, os presbiterianos, os metodistas, entre outros. Os pentecostais tiveram sua origem nos EUA quando houve uma espécie de alteração nas crenças protestantes centrado em cultos de forte apelo emocional e na conversão em massa dos indivíduos. Eles são: Congregação Cristã e Assembleia de Deus. Estas religiões por sua vez deram origem e outras como, por exemplo, Universal do Reino de Deus, Renascer em Cristo e outras tantas. Em alguns lugares do país há a presença de um forte sincretismo religioso que éa fusão de crenças católicas com práticas rituais de religiões africanas. Neste caso, existe a possibilidade destes indivíduos se denominarem como sendo da Umbanda ou do Candomblé ou ainda verem-se como católicos ou evangélicos, mas, ao mesmo tempo, acreditarem em muitos elementos das religiões espiritualistas. ATIVIDADE 07 1) O que é religião para a sociologia? 2) O que é dogma, ritual e lugar sagrado? 3) De que maneira a religião exerce controle social 4) Como podemos definir a religião no Brasil? INSTITUIÇÃO ESCOLAR A escola é um dos mais importantes espaços de socialização das sociedades modernas. É através dela que se podem promover certos valores que serão assumidos pelos indivíduos e que os definirão como parte de determinada cultura ou nação. A escola como se conhece na atualidade surgiu na Idade Moderna juntamente com as indústrias. A burguesia que dividiu o trabalho para produzir mais no interior das fábricas fez o mesmo com o conhecimento, escolheu determinados saberes e os dividiu em séries, além disso, impôs à escola que nascia a mesma disciplina criada para a indústria. Isto significa que os trabalhadores não fizeram parte do processo de constituição da escola, assim, a classe dominante até hoje impõe seu ponto de vista sobre determinados fatos e acontecimentos. As características valorizadas pela burguesia passam a ser transmitidas pelas escolas como se fossem os valores fundamentais de toda a sociedade. No Brasil, por exemplo, durante muito tempo, os livros escolares fizeram com que diversas gerações acreditassem que os responsáveis pelas transformações históricas são apenas os grandes heróis, as grandes personalidades que pertenciam às classes abastadas. E por outro lado, muitos acontecimentos históricos liderados pelo povo praticamente desapareceram dos livros. Entretanto, a escola é mesmo contraditória, pois se por um lado reproduz os valores das gerações mais antigas e da burguesia, por outro lado, como ela abriga a juventude sempre foi um lugar de inovação, de rebeldia e de crítica. Um dos sociólogos mais importantes que pesquisam a instituição escolar é o francês Pierre Bourdieu que criou a teoria reprodutivista que criticava ao alertar que a escola é responsável por reproduzir em seu interior as desigualdades sociais e os preconceitos. Além disso, percebe que a escola ignora as características culturais dos alunos de periferia ao impor os valores e costumes da classe dominante. Para que isto não aconteça, Bourdieu acreditava que seria preciso a escola tomar consciência de seu papel, do que faz e do que poderia fazer para transformar a realidade ao seu redor. Outro sociólogo relevante foi Durkheim que via como positivo o fato da escola se esforçar em fazer com que a geração mais nova seja a mais próxima possível dos costumes e valores da geração anterior. No Brasil existe o educador Paulo Freire que acreditava que a escola poderia emancipar o homem, porque segundo ele, quanto mais conhecimento, maiores serão as opções na hora da tomada de alguma decisão. Isto significa que o saber pode libertar os trabalhadores da ignorância que o sistema capitalista impõe a eles. Para tanto, é necessário que o professor conheça o aluno, sua realidade social, seus costumes para fazer com que o conhecimento faça sentido para o aluno e assim ele o incorpore como realmente seu, podendo transformar sua vida e o mundo ao seu redor. ATIVIDADE 08 1) Porque podemos considerar a escola como uma instituição social de grande importância para a sociedade? 2) Como surgiu a escola como se conhece hoje? 3) O que pensa Bourdieu, Durkheim e Freire sobre a escola? 4) Por que para o educador Paulo Freire a educação poderia emancipar o homem? ESTADO MODERNO O Estado é a instituição social que tem a exclusividade, o monopólio da violência legítima; e assim é porque a lei lhe confere o direito de recorrer á violência, caso isso seja necessário. O poder e a autoridade centralizam-se de maneira mais clara no Estado. Desse modo, o Estado é uma das agências mais importantes de controle social; o Estado executa suas funções por meio da lei, apoiado em ultima instância no uso da força. O Estado constitui-se de quatro elementos: Território – é a base física do Estado, sobre a qual exerce sua jurisdição; População – é composta pelos habitantes do território; Governo – é o grupo de pessoas colocadas á frente dos órgãos fundamentais do Estado e que em nome da população exercem o poder público. Constituição – onde estão expressas as leis e demais normas de convivência social. (pode ser escrita ou não) Estado, nação e governo. Estado é diferente de nação. A nação é um conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de idioma, religião, valores. O Estado é, portanto, a nação com um governo. Porém, estado é diferente de governo. Estado é uma instituição social permanente e governo é um elemento transitório do Estado. O Estado pode ter as seguintes formas de governo: - Monarquia – o governo é exercido por uma só pessoa (o rei ), que herda o poder e o mantém até a morte ou renúncia; - República – o poder é exercido por representantes eleitos periodicamente pela população; - Ditadura – uma só pessoa – o ditador – impõe a sua vontade e dispõe de poder ilimitado. Funções do Estado Nas sociedades modernas pode-se dizer que cabe ao Estado três finalidades: - garantir a soberania – manter a ordem interna e a segurança externa, a integridade territorial e o poder da decisão; - manter a ordem – as leis estabelecem o que deve ou não ser feito, o que pode ser feito, e prescrevem as punições por sua violação. O Estado é a instituição autorizada a decretar, impor, administrar e interpretar as leis na sociedade moderna; -promover o bem-estar social – propiciar a população de um Estado a ordem interna e externa, a paz, o respeito as leis, promovendo á justiça, dispor de meios suficientes para atender as necessidades humanas em seus diferentes aspectos: físico, moral, espiritual, psicológico e cultural; manter a ordem social, através de leis existentes ou redigindo novas, que reajustam a própria ordem, quando as condições de mudanças o exigirem. ATIVIDADE 09 1) Por que pode-se afirmar que o Estado tem o monopólio da violência? 2) Por que o Estado é uma das agências mais importantes do controle social? 3) Cite e explique os quatro elementos que compõem o Estado. 4) Explique a diferença entre Estado, nação e governo. 5) Cite e explique as três principais formas de governo. 6) Dentre as três finalidades do Estado qual a que você acha mais importante? Explique.
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