Buscar

APS DIREITO DO TRABALHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APS DIREITO DO TRABALHO
Leitura e interpretação do texto “A (DES)NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO DA DISPENSA COLETIVA NO BRASIL: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DO VALOR SOCIAL DO TRABALHO E DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, de autoria de Nelma Karla Waideman Fukuoka e Victor Hugo Almeida, disponível em https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/23705. Seguida da elaboração pelo aluno de uma resenha crítica.
Para as dispensas coletivas, tem se usado como justificativa por parte dos empregadores o fator econômico da empresa, bem como causas externas e financeiras.
O desemprego tão popular em nosso país pode ser visto como desdobramento de uma economia capitalista e da globalização econômica, o que faz surgir crises como a de 2008/2009 originada no mercado financeiro.
Já é conhecido de todos que o empregador deve suportar os riscos do negócio, não devendo afetar seus funcionários nem em períodos de crise, porém não é o que acontece, pois as empresas desejam cortar gastos momento este que ocorrem as demissões em massa e outras medidas extremas.
Visão diferente apresenta Souto Maior ao dizer que as diminuições das garantias não se dão pela crise, pois os lucros do capital têm sido cada vez maiores, mas em virtude da concorrência internacional. (SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. O direito do trabalho como instrumento de justiça social. São Paulo: LTr, 2000.)
O trabalho sendo inerente ao ser humano na perspectiva de José Antônio Pancotti, este incorpora pelos menos cinco valores, sendo estes: econômico (fonte de renda), jurídico (criação da relação jurídica), político (fator de crescimento econômico do Estado), sociológico (fator de desenvolvimento das classes trabalhadoras) e psicológico (fator de aperfeiçoamento da personalidade e afirmação social). (PANCOTTI, José Antônio. Aspectos jurídicos da dispensa coletiva no Brasil. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, Campinas, n. 35, p. 39-67, 2009.)
Mesmo com as garantias previstas na CF, os trabalhadores se tornaram reféns das crises econômicas, que por fatores políticos e econômicos dificultam a efetividade dos direitos e fazem com que os trabalhadores brasileiros tenham péssimas condições de vida com salários muito baixos.
A proteção social do trabalhador deve ser vista como um direito fundamental, pois tenta igualar os polos da relação de trabalho. 
Importante se faz lembrar do art. 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem que aduz “todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego”. Para a OIT o pleno emprego é fator de destaque para acabar com a pobreza e com a fome.
Com a CF de 88 veio a garantia do pleno emprego, em seu art. 7º que traz a proteção a dispensa arbitraria ou sem justa causa. O empregador pode dispensar o trabalhador sem oposição do mesmo, porém este tem alguns direitos resguardados como o aviso prévio e o 13º proporcional.
No Brasil, utiliza-se a dispensa coletiva com manifestação unilateral, sendo que o nosso ordenamento pátrio necessita de regulamentação o que torna o tema ainda mais espinhoso.
Podemos conceituar de uma forma simples que a dispensa coletiva é relacionada a fatores que não a relação laboral, sendo provenientes de motivos estruturais, tendo como causa única a redução do quadro de funcionários, deve se evitar a dispensa de um maior número do que o estrito necessário para ajudar a empresa a se manter ativa.
Essa falta de regramento vem sendo suprida por acordos e negociações coletivas, bem como por decisões jurisprudências e diretrizes da OIT. O TST por maioria dos votos, decidiu que a negociação coletiva é imprescindível para a dispensa coletiva. Uma das opções para evitar a dispensa em massa é limitar o direito de dispensar.
Tema importante pois o mundo sofre diversas alterações no mundo do trabalho pelos avanços industriais e tecnológicos.
Os entendimentos da dispensa individual não bastam para a dispensa coletiva, esta atinge um grande grupo o que gera um maior impacto, deve haver um tratamento diferenciado.
Ponto importante seria o Brasil ratificar a Convenção nº158 da OIT pois trata justamente das demissões em massa e trata do uso da “ampla negociação coletiva”.
Concluindo, portanto, que o trabalhador não deve suportar sozinho as consequências de uma crise econômica, merecendo uma maior proteção em caso de dispensa coletiva. A jurisprudência continua sendo o único meio que o trabalhador pode se amparar nessas situações, o que desde logo deve ser alterado e o tema deve passar a ser alvo de projetos de lei específicos que deverão se espelhas nas convenções da OIT, para somente assim se alcançar um equilíbrio real nas relações de trabalho.

Outros materiais