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Porto Seguro 
2020 
 
1 
 
 
 
Universidade do Estado da Bahia 
Faculdade de Filosofia e Ciências 
Humanas 
Especialização em Gênero e Sexualidade 
na Eduacação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edson Pesca de Jesus 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um estudo das causas e consequências do alto índice de evasão escolar dentre @s 
alun@s negr@s lgbt’s das escolas públicas do município de Porto Seguro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Seguro 
2020 
 
 
Um estudo das causas e consequências do alto índice de evasão escolar dentre @s 
alun@s negr@s lgbt’s das escolas públicas do município de Porto Seguro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como requisito ao curso de Especialização em 
Gênero e Sexualidade na Eduacação, da 
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas das 
Universidade Federal da Bahia 
 
 
 
 Orientador: Prof. Dr.. Josué Leite dos Santos 
3 
Agradecimentos 
 
Ao meu mestre Jesus cujo exemplo de amor por todxs conduziu minhas reflexões de vida e 
transformações pessoais marcadas durante este tempo de convívio com todxs os professores, 
discentes e demais pessoas envolvidas no curso. 
 
A tod@s colegas que me permitiram uma troca de olhar, de afeto, de cuidado e de experiências 
no decorrer de cada encontro presencial. 
 
Aos processores por ter ofertado parte de sua vida para me proporcionar ser uma pessoa melhor. 
 
Agradecimento especial a professora Daniela por todo carinho, dedicação e compromisso com 
a turma e comigo. 
 
Ao minha esposa e filhos pelo incentivo e compreensão de minhas ausências para dedicação ao 
curso. 
 
4 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 5 
APRESENTAÇÃO DE DADOS DA REALIDADE................................................... 5 
OBJETIVO GERAL..................................................................................................... 6 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................... 6 
JUSTIFICATIVA........................................................................................................... 7 
ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS...................................................................................... 10 
CRONOGRAMA........................................................................................................... 20 
AVALIAÇÃO................................................................................................................. 21 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A construção de uma sociedade mais justa e democrática perpassa pelo reconhecimento da 
educação e da diversidade como direitos fundamentais, os quais devem ser assegurados a todas as 
pessoas sem qualquer distinção. Assim, o presente trabalho evidencia os desafios em relação à proteção 
e garantia do direito à diversidade sexual e à educação escolar da população LGBTTQ, bem como no 
combate as violações de direitos das minorias sociais e no enfrentamento ao bullying homofóbico que 
são os principais motivadores do abandono (expulsão) e evasão escolar desse segmento populacional. 
O projeto de intervenção pedagógica intitulado “Um estudo das causas e consequências do alto índice 
de evasão escolar dentre os alunos negros lgbt’s das escolas públicas do munícipio de Porto Seguro”, 
objetiva a descontrução da heteronormatividade no ambiente escolar à apartir da ressignificação das 
relações interpessoais no tocante à diversidade sexual. 
 
1. APRESENTAÇÃO DE DADOS DA REALIDADE LOCAL 
 
 O município de Porto Seguro situado na região extremo-sul do Estado da Bahia, considerado a 
terra mãe do Brasil, é um dos destinos turísticos mais procurados por turistas e historiadores de todas as 
nações do mundo. Tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 
1973 como Patrimônio Histórico Nacional, e reconhecido pela UNESCO no ano 2000 como Patrimônio 
Natural da Humanidade, o Centro Histórico de Porto Seguro, localizado na Cidade Histórica, leva às 
origens do Brasil, voltando ao período do Descobrimento.Forjado no berço da colozização portuguesa 
e da miscigenação étnico-racial, Porto Seguro desponta como uma cidade grande ascensão 
demográfica. São mais de 130 mil habitantes, mais de 185 escolas públicas que abrigam cerca de 45 mil 
alunos matriculados, segundo o censo escolar de 2018. O município conta atualmente com uma 
universidade federal e o instituto federal de educação. 
Em Porto Seguro vivem muitas pessoas auto-declaradas não-binárias que trabalham, estudam e 
contribuem para o crescimento deste município. Pessoas que lutam diarimente pelo direito a igualdade 
de tratamento e pela dignidade necessárias que sejam felizes. As Escolas pesquisadas possui um público 
heterogêneo marcado pela diversidade étnica, contudo, o corpo docente e os gestores, em sua maioria 
cristãos, ainda zela por uma postura preconceituosa e avessa a diversidade sexual. 
 
 
 
 
 
 
 
2. OBJETIVO GERAL 
 A pesquisa apresentada tem como objetivo geral investigar as causas e consequências da expulsão 
das pessoas LGBTQI que também se auto-declaram negros das escolas do referido município. 
 
 
 
 
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Investigar como as causas da Evasão escolar nas escolas pesquisadas; 
 Avaliar as consequências da homofobia para os estudantes LGBT’s; 
 Analisar como o Plano político pedagógico das escolas estudadas trata das questões 
inerentes a diversidade sexual; 
 
4.JUSTIFICATIVA 
 
 
 
A evasão escolar continua sendo um dos maiores desafios do Sistema educacional brasileiro. 
A maior prova disso é que, dentre os adolescentes de 15 a 17 anos, que deveriam estar no ensino 
médio, só 84,3% estudam. O Censo relativo ao ano passado mostrou vários dados. No Brasil todo, 
foram 1,3 milhão de matrículas a menos, contabilizando cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes 
de 4 a 17 anos fora da escola. Dentre estes, a maior taxa é a dos adolescentes de 15 a 17 anos, nesta 
última idade, um número absurdo: 915.455 que hoje não estudam. No Ensino Médio, desde 2014, 
houve uma redução de 7,1% das matrículas. Só de 2017 para 2018, mais de 220 mil jovens a menos 
na escola – e a imensa maioria nas escolas públicas. No caso de o alun@ ser identificad@ e/ou auto 
– declarad@ lésbica, gay, bissexuais, travesti ou transgênero os índices de abandono escolar são muito 
mais expressivos. Caso o estudante seja identificado enquanto gay, negro e pobre, os índices se 
mostram de uma maneira mais alarmante. De acordo com o defensor público João Paulo Carvalho 
Dias que é presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil e 
membro conselheiro do Conselho Municipal de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, 
Transexuais e Transgêneros) em Cuiabá, o Brasil concentra 82% da evasão escolar de travestis e 
transgêneros. Estimativas atuais indicam que no Colégio Estadual Eraldo Tinoco, uma escola pública 
do município de Porto Seguro que atua no Ensino médio e que é umas escolas pesquisadas, a cada 
cinco estudantes declarados Negros e Gays apenas dois concluem o a última etapa do ensino médio, 
 
desses apenas um ingressa na Universidade, geralmente pela modalidade EAD. Tal estatística 
aterradora suscita questões inquietantes. O estudante Negro LGBTTQ abandona a escola ou está 
sendo “expuls@”? Até onde a heteronormatividade legitima esse tipo de violência? Qual é o papel 
do professor na promoção de políticas em prol da diversidade sexual e da igualdade racial e de gênero? 
Pesquisas e estudos apontam para dois principais fatores responsáveis pela evasão escolar dealunos 
Negros identificados como LGBT. Um deles, atua como elemento fomentador, outro como 
ferramenta de expulsão (evasão). A heteronormatividade instituida e o “bulling” homofóbico são 
certamente as principais causas da evasão escolar e da não continuidade dos estudos dos estudantes 
LGBT’s. Pesquisa apresentada no final do ano de 2018 em audiência pública na Câmara dos 
Deputados revela que 73% dos estudantes brasileiros que se identificam como LGBT já sofreram 
bullying homofóbico na escola. O levantamento revela, também que 60% se sentem inseguros no 
ambiente escolar e 37% já chegaram a ser vítimas de violência física. A LGBTfobia em intersecção 
com o preconceito racial tem contribuído para evasão ou “expulsão” (BENTO, 2008) de alunos 
Negros LGBT”s do espaço escolar. Santos (2018) afirma que: 
 
 
A instituição escolar, ao classificar os sujeitos pela classe social, etnia e sexo, tem 
historicamente contribuído para (re) produzir e hierarquizar as diferenças. Essa 
tradição deixa à margem aqueles que não estão em conformidade com a norma 
hegemônica e, desta forma, não contempla a inclusão da diversidade sexual, proposta 
na atualidade. (SANTOS, 2008, P.3). 
 
 
Pessoas não nascem homofóbicas, são condicionadas desde crianças a tornarem-se 
homofóbicas, sendo a Heteronormatividade, o cerne dessa modelagem vil e socialmente inaceitável. 
A heteronormatividade nutre a ideia de que os seres humanos recaem em duas categorias distintas e 
complementares: macho e fêmea (binarismo de gênero); que relações sexuais e afetivas são normais 
somente entre pessoas de sexos diferentes; e que cada sexo tem certos papéis naturais na vida. Assim, 
sexo físico, identidade de gênero e papel social de gênero deveriam enquadrar qualquer pessoa dentro 
de normas integralmente masculinas ou femininas, e a heterossexualidade é considerada como sendo 
a única orientação sexual normal. Tal pensamento legitima a violência contra pessoas não - hetero 
em diversas áreas da sociedade, contudo, é na escola que esse tipo de violência tem se fortalecido. 
Isso porque a Escola foi instrumentalizada ao longo da história para reproduzir os dogmas da 
heteronormatividade reforçados pelas ideologias classistas, sexistas e machistas e eurocêntricas das 
religiões cristãs. 
 
A homofobia no ambiente escolar “[...] acontece porque a escola, assim como a 
sociedade, caracteriza-se por normas rígidas de gênero e sexualidade, como 
expectativas a respeito da masculinidade, feminilidade e heterossexualidade.” 
(ALBUQUERQUE e WILLIAMS, 2015, p.664). 
 
 
Nenhuma tipificação de violência pode ser justificada, seja ela de que natureza for. A educação não 
pode se abster de uma posição incisiva na adoção de uma pedagogia libertadora para a promoção da 
equidade. Tampouco podem os professores perpetuar seus dogmas, suas crenças e suas convicções 
fundamentalistas as quais muitas vezes estão contribuindo para legitimação do bullying homofóbico e 
para o agravamento da problemática da evasão escolar. 
Em nosso país, a Escola tem servido como ferramenta propagadora da heteronorma, reproduzindo 
atraves de seu curriculo e de suas relações hierarquizadas o classismo, o machismo, a homofobia e tantas 
outras formas de preconceito. No ambiente escolar as questões tornam-se naturalizadas, tratando formas 
de violência como bullying homofóbico, como algo normal a ser aceito como parte de um suposto 
processo natural de socialização. 
Mesmo diante da inconformação gerada nos últimos anos pelos clamores da resistência que sessoam 
contra uma sociedade machista e homofóbica, a Escola tem se fechado para um diálogo aberto e 
transformador no diz respeito a diversidade sexual. Agindo com neutralidade e/ou indiferença a Escola 
promove a exclusão social daqueles que não se enquadram na heteronorma. De acordo Isabella 
Tymburibá (2013, p.1) Os alunos que possuem comportamentos que não se encaixam no padrão 
heteronormativo, como os homossexuais, são regulados por estratégias e táticas usadas pelos 
professores e pela direção para repreendê-los ou mesmo invisibilizá-los. Essas atitudes contribuem para 
a manutenção do bullying homofóbico e consequentemente, para o agravamento da evasão escolar. 
É notório o despreparo do corpo docente em relação a não saber intervir e/ou atuar diante de 
uma situação de racismor e homofobia, bem como o desinteresse dos professores em se aprofundar 
nesse assunto e na abordagem do mesmo como tema transversal em sala de aula. Tal despreparo é 
perceptível também dentre os demais membros da comunidade escolar, principalmente entre os 
gestores que utilizam de sua autoridade inerente ao cargo para normatizar, relativizar ou mesmo coibir 
ações e projetos que visam promover a diversidade sexual na escola. Enquanto isso, aqueles alunos 
que não se identificam com a heterossexualidade compulsória, sem apoio para enfrentar a homofobia, 
tem de escolher entre conviver com o sofrimento cotidiano ou optar por descontinuar seus estudos. 
Uma vez evadidos, muitos deles acabam sendo empurrados para os serviços subalternos, para a 
prostituição ou para a marginalidade. 
O estudo "Discriminação em razão da Orientação Sexual e da Identidade de Gênero na 
Europa", publicado pelo Conselho da Europa, identificou que jovens submetidos ao assédio 
homofóbico são mais propensos a abandonar o estudo e, também, mais disposto a contemplar a 
automutilação, cometer suicídio ou praticar atos que apresentem risco à saúde. Aqui no Brasil, 
 
muitos jovens vítimas de homofobia acabam enveredando pelos caminhos da drogadição e do crime. 
Situamos o conceito de gênero na articulação com questões advindas do contexto social, cultural e 
político em que os corpos são explicados e por que também não dizer, questionados por não aderirem 
mais às únicas maneiras de ser e estar, socialmente aceitas. Todavia, a situação de estudantes gays e 
lésbicas que tentam esconder sua orientação sexual também não é mais fácil já que o silenciamento e 
o ocultamento de sua sexualidade é também uma forma de violência. Como lembra Guacira Louro: 
 
 
Ao não falar a respeito deles e delas, talvez se pretenda ´eliminá-los`, ou, pelo menos, 
se pretenda evitar que os alunos e as alunas ´normais` os/as conheçam e possam 
desejá-los/as. Aqui, o silenciamento – a ausência da fala – aparece como uma espécie 
de garantia da ´norma`. (LOURO, 1997, p. 67-68). 
 
 
 
 
Em face do exposto, tais inquietações podem justificar o interesse de realizar esta pesquisa, 
sobretudo pelo fato de perceber que no universo escolar, é mais provável a preferência pelo 
silenciamento ou naturalização do fenômeno tão complexo como o proposto nessa investigação, 
permitindo assim que, os processos de preconceito e homofobia sejam legitimados e 
consequentemente, tornem- se replicadores da violência na sociedade. Outro fato que também pode 
justificar meu interesse de desenvolver essa investigação, diz respeito a real possibilidade de sua 
contribuição para pesquisa na área de formação de professores. Por fim, a proposta pode ser justificada 
também, pelo fato de que os dados por ela produzidos poderão provocar debates acerca desse 
fenômeno e, nessa medida, criar possibilidades de alcançar uma realidade diferente nas escolas de 
educação básica, além de criar demandas para futuras investigações. 
 
 
 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
Ressignificar o papel da escola e do docente sobre a homossexualidade e a diversidade racial, 
sexual e gênero é um desafio que deve ser adotado pelas instituições educacionais objetivando 
desconstruir o preconceito promovendo a redução da discriminação e da violência contra gays, 
lésbicas, travestis, bissexuais e transexuais interseccionados com os marcadores étnicos-raciais e de 
classe. Nessa perspectiva Ferreira e Luz (2009) afirma que, “a instituição 
 
escolar deve contribuir para uma educação cidadã e libertadora que contemple a dimensão sexual,a 
diversidade, os direitos humanos e a multiculturalidade”. Não cabe à Escola a função de legitimar o 
bullyng homofóbico através do silenciamento ou do cerceamento das expressões em prol diversidade 
sexual. 
Em razão disso, apresento brevemente nas linhas seguintes, os conceitos teóricos que 
considero relevante para compreender o fenômeno que me propus investigar nessa pesquisa, sendo 
esses: 
Evasão Escolar, Homofobia, Heteronormatividade, Diversidade Sexual.. 
 
 
 Evasão escolar 
 
 
Evasão escolar é o ato de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em 
decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta 
principalmente os alunos do Ensino Médio e tem propagado o fracasso escolar para além dos muros 
das escolas. 
Bourdieu-Passeron (1975) e Cunha (1997) apontam a escola como responsável pelo sucesso 
ou fracasso dos alunos, principalmente daqueles pertencentes às categorias menos favorecidas 
economicamente, explicando teoricamente o caráter reprodutor desta instituição compreendida como 
aparelho ideológico do Estado (AIE). Assim, compreende-se que as causas da evasão escolar estão 
diretamente relacionadas às questões que envolvem o processo de ensino e aprendizagem, a formação 
docente, o currículo e as práticas pedagógicas que não contemplam as inquietações contemporâneas 
acerca da pluralidade social. De acordo com a pesquisadora Maria Helena Souza Patto: 
 
 
 
“Neste contexto sem ignorar as questões extraescolares não se pode deixar de 
enfrentar que o fracasso escolar, bem como, a evasão, constituem um problema 
pedagógico. É no estudo do cotidiano da escola que vários autores têm apontado 
possibilidades concretas de transformação de suas práticas, como forma de 
enfrentamento do problema.” (PATTO, 1997 p.238). 
 
O “bullyng” homofóbico ainda é uma triste realidade no país, inclusive nas escolas, sendo 
uma das causas preponderantes da evasão escolar. Segundo a Pesquisa Nacional Sobre o Ambiente 
Educacional no Brasil 2016, 27% dos entrevistados afirmaram ter sofrido agressão na escola e 73% 
foram alvos de xingamento em razão de sua orientação sexual. Em relação à identidade ou expressão 
de gênero, 25% foram agredidos fisicamente dentro da escola e 68%, verbalmente. A pesquisa, da 
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), indica que 
menos da metade (42,4%) desses estudantes informou à instituição alguma vez. 
O que leva um (a) jovem a considerar a evasão escolar uma forma de libertação? Para 
Jaqueline de Jesus, professora de psicologia social do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), os 
transexuais vivem no Brasil um apartheid de gênero. “Alguém que não pode usar nem a própria 
identidade civil (por indicar um gênero e um nome com os quais a pessoa não se identifica) não pode 
se sentir humano. Afirma Rafaela Coelho, que em 1999 foi considerada uma das primeiras pessoas 
transgênero a ingressar numa faculdade pública, mas que por conta da homofobia foi obrigada a 
abandonar o curso. 
Homofobia 
 
 
Pela primeira vez no Brasil, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura (Unesco), lançou na terça-feira uma consulta internacional para lidar com o bullying contra 
estudantes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) nas escolas e universidades. De 
acordo com o diretor de Educação pela Paz e pelo Desenvolvimento Sustentável do órgão, Mark 
Richmond, é preciso combater esse tipo de violência, que contribui para o aumento da evasão escolar. 
 
Junqueira (2009, p. 02) reforça, dizendo que: 
 
 
 
A homofobia compromete a inclusão educacional e a qualidade do ensino. Incide na relação 
docente-estudante. Produz desinteresse pela escola, dificulta a aprendizagem e conduz à 
evasão e ao abandono escolar. Afeta a definição das carreiras profissionais e dificulta a 
inserção no mercado de trabalho. O que os autores acima colocam, 
 
 
Na escola a homofobia se expressa por meio de agressões verbais e/ ou físicas a que estão 
sujeitos estudantes que resistem a se adequar à heteronormatividade, conceito criado pelo pesquisador 
americano Michael Warner (1993) para descrever a norma que toma a sexualidade heterossexual 
como norma universal e os discursos que descrevem a situação homossexual como desviante. No 
contexto educacional, o termo bullying tem sido utilizado para nomear a violência sofrida por alunos 
(as) no ambiente escolar, e o termo bullying homofóbico tem sido utilizado para nomear 
especificamente a violência sofrida por alunas (os) gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. 
 
 
 Heteronormatividade 
 
 
 
Dentre os diversos padrões e normas dominantes ainda vigentes em nossa sociedade está a 
heteronormatividade, que pode ser entendida como a prática de considerar “normal” apenas a forma 
heterossexual de viver a sexualidade, invisibilizando e marginalizando sujeitos não - heterossexuais 
- os “desviantes” (PASSOS e Silva 2012). Tal heteronormatividade se complexifica quando 
associada a outros marcadores sociais, como etnia e classe, gerando uma hierarquia de valores, que 
resulta nas relações sociais de desigualdade. Alguns atributos relacionados a tais marcadores são 
considerados de mais valor do que outros, fazendo com exista uma “pirâmide” em que, no topo, estão 
as pessoas de mais valor as que possuem atributos masculinos, cisgênero, brancos, heterossexuais e 
de classe média. (BUTLER Apud VEIGA, 2009). A heterossexualidade compulsória - que a base da 
heteronormativiadade (BUTLER, 2013) - faz com que nasçamos socialmente predefinidos a sermos 
cisgênero e heterossexuais, de forma que todo sujeito que foge a essa regra ou expectativa é tratado 
como desviante seja inferiorizado e/ou invisibilizado em relação ao considerado “natural” ou 
“normal”. 
Diversidade Sexual 
 
 
Para pensar a Diversidade Sexual é preciso reconhecer que, apesar da semelhança 
biológica, a vida social de cada um(a) é diferente uma das outras, assim como as famílias, a turma 
da escola, os(as) amigos(as), vinhos(as), crenças religiosas, ou ainda todas as questões sócias e 
culturais de um pais inteiro. Reconhecer a complexidade das relações entre as pessoas, suas 
diversidades e costumes, línguas, culturas, etnias e a própria diversidade de vivências é o primeiro 
passo para entender a diversidade sexual. Portanto, podemos entender a Diversidade Sexual não 
somente como as práticas sexuais, mas como todos os elementos que compõem a sexualidade 
humana, de forma ampla, ou seja, nossas vivências – sexuais ou não; nossas práticas habituais 
que aprendemos e incorporamos ao longo da vida, nossos desejos e afetos, nossos 
comportamentos e maneiras como vemos a nós mesmos e nos mostramos para os outros. 
De acordo com Debora C. Araújo: 
 
 
(...) ao se pensar no ambiente escolar atual e na convivência de diferentes grupos 
sociais, fica evidente o surgimento de conflitos e idéias contrastantes a respeito de 
assuntos ligados aos variados grupos. No que se refere à sexualidade, as discussões 
sejam talvez as mais polêmicas por envolverem muito mais que conceitos científicos 
diversos: referem-se, muitas vezes, a conceitos dogmáticos, especulativos, 
preconceituosos, limitados e conservadores, que, aliados a uma formação incipiente por 
parte das / os educadores / as, gera a apropriação de um currículo que geralmente ignora, 
trata com superficialidade ou desconsidera tal perspectiva. (SANTOS; ARAÚJO, 2009, 
p. 15) 
 
 
 
 
 
 
Considerando as características do objeto de estudo em questão, nessa investigação farei 
uso dos instrumentos da pesquisa qualitativa, assimilando o que afirma Minayo ( 1995, p. 21-22): 
A pesquisa qualitativa responde a questões 
muito particulares. ela se preocupa, nas ciências sociais, com 
um nível de realidade que não pode ser quantificado , ou seja,ela trabalha com um universo de significados, motivos, 
aspirações , crenças, valores e atitudes o que corresponde a um 
espaço mais profundo das relações dos processos e dos 
fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização 
de variáveis. 
 
 
Assim sendo, para alcançar os resultados dessa proposta de pesquisa utilizaremos o 
Estudo de Caso a partir de uma concepção coletiva (Stakes,1966)..Este tipo de metodologia 
consiste em uma pesquisa descritiva, que visa estudar um caso particular ou um sistema 
determinado, buscando o entendimento ou compreensão do funcionamento ou da evolução deste 
caso ou sistema, sem visar a generalização deste entendimento para outros casos ou sistemas. 
Como instrumento de apoio à coleta de informação para aplicação da pesquisa-
intervenção optei pela observação participante, uma vez que esse procedimento metodológico 
representa um eficiente recurso de investigação para compreensão desse complexo fenômeno 
aqui proposto. Esse recurso metodológico pode possibilitar ao pesquisador uma análise mais 
completa do problema, pois permite a vivência das relações sociais dos indivíduos, procurando 
entender o desdobramento do problema dentro da situação observada. 
Nessa perspectiva, utilizarei de minha experiência como docente para observar as relações 
existentes no ambiente escolar, aluno-aluno, aluno-professor, professor-professor, etc., bem 
como promover a aproximação com os alunos já evadidos, a fim compreender de forma mais 
realística os fenômenos suscitados nessa pesquisa. 
Este projeto de pesquisa-intervenção propõe ações reflexivas acerca da evasão escolar dos 
alunos Negros LGBT’S, da educação sexual e da homofobia. Pretendendo-se assim, sensibilizar 
através de ações educativas, a comunidade escolar pesquisada. Para isso serão realizadas 
palestras sobre a homofobia em duas das escolas pesquisadas objetivando chamar a atenção da 
comunidade para importância da integração da diversidade sexual nas escolas. 
 
 
 
7. ESTRATÉGIA DIDÁTICA 
 
 O projeto será desenvolvido no ambiente escolar através da explanação e da discussão do tema entre 
doscentes e discentes, estendendo gradativamente aos demais membros da comunidade escolar. As oficinas 
e demais atividades ocorrerão em ciclos mensais e perdurarão aproximadamnete por 1 semestre letivo com 
oficnas ocorrendo em pelo menos 3 meses. 
 
 1ª semana: 
Atores: Direção, coordenação, professores (as) e Colegiado escolar.. 
Objetivo Específico: Divulgar o projeto e elaboarar juntamente com a comunidade 
escolar as ações necessárias ao seu desenvolvimento 
Estratégia: Uma reunião com corpo docente juntamente com os gestores e coordenadores 
daescola a fim de justificar a necessidade do projeto e sua aplicação na Unidade Escolar. 
Na primeira reunião será realizado um diálogo sobre evasão escolar e suas consequências, 
analisando os dados do último ano letivo acerca da evasaõ escolar indentificando dentre 
os alunos reprovados e evadidos aqueles que se enquadram nos marcadores sociais e 
minorias demosntrando a partir da realidade que os alunos negros e hoafetivos estão 
sempre encabeçando o rol do fracasso escolar, evidenciando assim a necessidade de se 
abordar o temáticada diversidade sexual na escola, bem como da mudança de postura 
perante essa problemática que tanto tem afligido nossos alunos. 
Duração: dois períodos de 2 horas; 
Conteúdo: Evasão Escolar; Bullyng homofóbico; Gênero e Diversidade Sexual na 
escola; A Escola como espaço de promoção da igualdade. 
Recursos: , Datashow, notebook, caixa de som, apostila, gráficos. 
Avaliação: Será avaliada a participação e o comprometimento dos envolvidos neste 
primeiro momento. 
 
 2ª semana: 
Atores: Professores (as), pais, mães e responsáveis. 
Objetivo Específico: Divulgar o projeto para os pais, mães e responsáveis para que todos 
possam colaborar no combate as violências de gênero e diversidade sexual. 
Conteúdo: Gênero e Diversidade Sexual na escola; Bulling homofóbico; A Escola como 
espaço de promoção da igualdade. 
Estratégia: Reunião dos (as) mestres (as) com os pais, mães e responsáveis pelos (as) 
alunos (as) com a discussão sobre a temática educação, violências, desigualdades de 
gênero e diversidade sexual. Nessa reunião mostraremos vídeos sobre o bulling 
homofóbico e as notícias de pessoas vítimas de violência por causa do preconceito. 
Duração: Uma manhã e/ou tarde, 2 horas. 
Conteúdo: Gênero e Diversidade Sexual na escola; Bulling homofóbico; O papel dos 
pais no combate a violência de gênero; 
Recursos: vídeos, Data show, som; 
Avaliação: Será avaliada a participação e comprometimento dos envolvidos neste 
momento. 
 
 3ª semana: 
Atores: Alunos (as). 
Objetivo Específico: Levantar quais as violências de gênero e orientação sexual são 
vivenciadas e propor as primeiras mudanças. 
Conteúdo: Violência. Gênero e Sexualidade; 
Estratégia: Apresentação de filmes sobre a temática; 
Duração: Uma manhã e/ou tarde, 4h, desta semana. 
Recursos: Tv; papel e canetas; 
Avaliação: Participação, falas e reflexões sobre as violências vivenciadas no ambiente 
escolar. 
 
 4ª semana: 
Atores: Alunos (as). 
Objetivo Específico: Promover reflexões sobre masculinidades e feminilidades. 
Conteúdo: Gênero (masculinidades e feminilidades). 
Estratégia: Esta atividade irá durar um turno todo (matutino ou vespertino). Solicitar que 
os educandos levem brinquedos e objetos pessoais para a escola e que coloquem em uma 
sala vazia. Os meninos irão colocar os seus objetos em uma sala e as meninas em outra. 
Depois misturar meninos e meninas e misturar também os objetos em duas salas distintas. 
Pedir para os (as) alunos escolherem três objetos quaisquer dos coleguinhas e explicar 
porque escolheram. A partir da brincadeira, começar a buscar mecanismos de 
desconstrução das hierarquias de gênero (masculinidades e feminilidades). Neste 
momento levantar reflexões sobre masculinidades e feminilidades e indicar que não 
existem espaços ou brinquedos específicos para meninos e para meninas. Pedir que 
reflitam sobre o que se exigem dos meninos e das meninas e que escrevam no quadro 
estas expectativas femininas e masculinas. Depois solicitar que falem o que gostariam de 
fazer e não fazem por ser algo visto como de menino e de menina e levantar discussões 
sobre o assunto. Repetir a brincadeira dos objetos após esta reflexão e observar a reação. 
Duração: Dois dias, durante uma manhã ou tarde, 4 horas de atividades para cada dia. 
Recursos: Brinquedos, objetos pessoais, sala de aula, quadro, piloto, som. 
Avaliação: Participação, envolvimento e reflexões dos educandos acerca das violências 
de gênero, demarcados através de objetos considerados de meninos e de meninas. 
 
 5ª semana: 
Atores: Alunos (as), Professores (as) e Funcionários (as) da Unidade Escolar. 
Objetivo Específico: Levantar as discussões sobre gênero e sexualidade e suas 
violências na Unidade Escolar. 
Conteúdo: Violência, Gênero e Diversidade Sexual. 
Estratégia: Palestra durante todo um turno (matutino ou vespertino) com especialistas 
sobre o tema, com linguagem própria para os educandos do 6º ano, tratando de gênero e 
diversidade sexual; Após a exposição realizar roda de conversa ou caixinha de perguntas 
com os (as) alunos (as). 
Duração: Uma tarde e/ou manhã (4horas). 
Recursos: Datashow, Caixa de Som, Microfone. 
Avaliação: Envolvimento e participação na palestra. Perguntas levantadas durantes a 
exposição. 
 
 6ª semana: 
Atores: Alunos (as). 
Objetivo Específico: Acompanhar os resultados das atividades desenvolvidas e a 
desenvolver, assim como registrar os conhecimentos adquiridos pelos (as) alunos (as) ao 
longo do projeto. 
Conteúdo: Violência, Gênero, Diversidade Sexual, Respeito a Diversidade, 
Estratégia: Esta atividade será desenvolvida durante todo o projeto. Após asprimeiras 
sensibilizações e palestras os (as) alunos (as) darão um nome ao projeto e irão começar a 
escrever suas vivências pessoais envolvendo gênero e diversidade sexual em diários e 
cadernos. Tudo que for aprendido e pesquisado durante o projeto deverá ser anotado nos 
diários, assim como as vivências na comunidade e no ambiente escolar. 
Duração: 4 semanas (durante todo o projeto). 
Recursos: Cadernos e diários. 
Avaliação: A avaliação será feita a partir dos registros dos (as) alunos (as) e 
acompanhados semanalmente pelos (as) professores (as) envolvidos (as). 
 
 
 
 7ª semana: 
Atores: Alunos (as), Funcionários (as) e Professores (as). 
Objetivo Específico: Conhecer os documentos legais e obter mais conhecimentos 
envolvendo gênero e diversidade sexual. 
Conteúdo: Violência, Gênero e Diversidade Sexual; Direitos Humanos; Respeito às 
Diferenças; Homofobia. 
Estratégia: Durante dois dias desta semana trechos de documentos serão lidos e 
interpretados nas aulas de Língua Portuguesa, Artes, Geografia e História. Pretende-se 
reforçar a importância do projeto e sinalizar que se encontra em leis. Os (as) alunos irão 
organizam-se em grupos e apresentar aos professores (as) e funcionários (as) os 
conhecimentos apreendidos. Serão lidas e desenvolvidas atividades com documentos 
sobre: diversidade sexual e homofobia; Direitos Humanos; Parâmetros Curriculares 
Nacionais; Programa Brasil sem Homofobia; Constituição Federal, LDB e Regimento 
escolar. 
Duração: Dois dias, 2 horas cada dia. 
Recursos: Sala de leitura, data show, notebook e quadro branco para projeção. 
Avaliação: Compreensão dos documentos e conceitos debatidos e como percebem sua 
aplicação na escola. 
 
 8ª semana: 
Atores: Alunos (as). 
Objetivo Específico: Problematizar espaços e funções para as meninas nas sociedades. 
Conteúdo: Gênero, Sexualidade, Direitos Humanos, Violências. 
Estratégia: Esta atividade pode durar um turno (matutino ou vespertino), ou dois 
turnos. Assistir o Vídeo – Vida de Maria. Após o vídeo realizar um debate sobre as 
realidades vivenciadas pelas meninas, meninos e seus lugares e “papéis” na sociedade. 
Após o vídeo e o debate entregar aos alunos (as) revistas, jornais, figuras, canetas 
coloridas e cartolinas para quem construam uma nova história para a “Maria” do vídeo. 
Duração: Dois dias, 2 horas cada dia. 
Recursos: Datashow, notebook, sala de vídeo, filme, revistas, jornais, cartolinas, 
canetas coloridas. 
Avaliação: Observar se os (as) alunos (as) compreenderam o filme e identificar se as 
meninas se identificarem ou perceberam seus pares na realidade das “Marias” do Brasil. 
 
 9ª semana: 
Atores: Alunos (as). 
Objetivo Específico: Problematizar os espaços e funções para os meninos nas 
sociedades e discutir sobre as masculinidades e suas violências. 
Conteúdo: Gênero (masculinidades) e violências. 
Estratégia: Assistir o Vídeo – Vida de João e realizar um ciclo de conversa após a 
exibição. Solicitar que sejam formados grupos e que os grupos construam frases de 
impacto desconstruindo as masculinidades e feminilidades, 
Duração: Um turno, matutino e/ou vespertino, durante 2horas. 
Recursos: Datashow, notebook, sala de vídeo, filme, cartolinas, canetas coloridas. 
Avaliação: Observar se os (as) alunos compreenderam o filme e identificar se 
compreenderam a partir dos filmes passados as masculinidades e feminilidades e se 
refletiram sobre as hierarquias de gênero e as diversas violências cotidianas. 
 
 10ª semana: 
Atores: Alunos (as) 
Objetivo Específico: Iniciar a discussão sobre diversidade sexual e suas violências 
cotidianas. 
Conteúdo: Gênero, Diversidade Sexual e Violência. 
Estratégia: Em um turno (matutino ou vespertino) será apresentados o vídeo "Medo de 
quê?”. Após a apresentação do vídeo será levantado à discussão para os alunos e iniciar 
as discussões sobre diversidade sexual, violências e respeito às diferenças. Em outro 
turno, na mesma semana, será apresentado o vídeo “Pra que time ele joga”. As discussões 
sobre o vídeo serão levantadas e os alunos deverão pesquisar sobre homofobia e suas 
violências e indicar como acontece no ambiente escolar e como podemos combatê-la. 
Duração: Dois turnos, matutino e/ou vespertino, durante 4 horas cada dia. 
Recursos: Datashow, notebook, sala de vídeo, filme, 
Avaliação: Participação e envolvimentos dos (as) alunos (as) nas atividades, assim como 
mudanças de posturas. 
 
 11ª semana: 
Atores: Alunos (as). 
Objetivo Específico: Apresentar as discussões realizadas de forma lúdica, observando 
os conhecimentos e mudanças de posturas homofobias e violentas nos (as) alunos (as). 
Conteúdo: Gênero, Diversidade Sexual e Violência. 
Estratégia: Durante dois dias, no turno matutino ou vespertino, os (as) alunos (as) 
deverão construir revistas em quadrinhos, com personagens e histórias envolvendo os 
conteúdos trabalhados no projeto. 
Duração: Dois dias, no turno matutino e/ou vespertino, 4 horas cada dia. 
Recursos: Papel ofício, revistas, jornais, canetas coloridas. 
Avaliação: Acompanhar e interferir nos conhecimentos e posturas dos educandos ao 
longo das atividades do projeto. Perceber o envolvimento nas atividades, como também 
se está aprendendo a respeitar as diferenças. 
 
 12ª semana: 
Atores: Alunos (as) 
Objetivo Específico: Reunir as atividades realizadas através de um jornal informativo a 
ser distribuído e apresentado à escola. 
Conteúdo: Gênero, Diversidade Sexual e Violência. 
Estratégia: Os (as) alunos (as) durante duas semanas irão organizar as atividades que já 
foram realizadas no projeto e construir textos, charges, reportagens e trazer informações 
diversas, que tenham como tema violência de gênero e diversidade sexual. 
Duração: duas semanas, 2 horas por dia. 
 
Recursos: Papel ofício, figuras, canetas coloridas, notebook, 
Avaliação: Avaliar o Jornalzinho e as informações apresentadas pelos educandos sobre os 
conhecimentos no projeto. 
 
8. CRONOGRAMA 
 
Atividade MARÇO ABRIL MAIO 
3ª. 
sem 
4ª. 
sem 
1ª. 
sem 
2ª. 
sem 
3ª. 
sem 
4ª. 
sem 
1ª. 
sem 
2ª. 
sem 
3ª. 
sem 
4ª. 
sem 
5ª. 
sem 
Elaborar projeto x x x x x 
Divulgar projeto para população alvo x x 
Executar projeto x 
Enviar resumo do trabalho x 
Apresentar projeto e resultados x 
 
 
9. PRODUTO FINAL A SER PRODUZIDO 
 
 
Essa investigação tem como produto final, a proposição de um curso de capacitação em 
Diversidade sexual para os membros da comunidade escolar, tendo objetivo principal a desconstrução 
do pensamento binarista e heteronormativo na escola, promovendo a igualdade de direitos, a redução 
do bulling homofóbico e garantindo a permanência dos alunos LGBTTQI na escola. 
 
 
10. RESULTADOS ESPERADOS 
 
 
 Após a ministração das palestras e da socialização dos resultados da pesquisa, 
espera-se: 
 Sensibilizar os membros da comunidade escolar acerca das consequências da evasão 
escolar; 
 Conquistar o apoio da maioria dos alunos no enfrentamento ao bullyng homofóbico; 
 Ampliar o entendimento dos professores sobre as questões inerentes a diversidade 
sexual; 
 Mobilizar a comunidade escolar em prol da garantia dos direitos de liberdade e 
igualdade dos alunos identificados como LGBT. 
 
11. AVALIAÇÃO 
 
 
 A avaliação se dará em etapas, sendo a primeira uma valiação diagnóstica a fim de 
nortearo desenvolvimento do projeto. Posteriormente segue uma avaliação intermediária com 
os docente e discentes mensurando o grau de envolvimento em a cada um dos atores do 
trabalho e por final será aplicada uma avaliação final a fim de constatar a mudança de 
pensamento acercada diversidade sexual. 
 
 
 12 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria Especial de Direitos Humanos. Plano Nacional de Promoção 
da Cidadaniae dos Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília, 
2009. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Programa Nacional de Direitos Humanos 
(PNDH-3) / Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Ed. ver. e. atual Brasília: SDH/PR, 
2010. 
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Pluralidade cultural 
e orientação sexual. Brasília: MEC/SEF, 1997. 
 
d LOURO, G. L. Pedagogia da sexualidade. In: Louro. G. L. (org). O corpo educado: pedagogias da 
sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 
BENTO, B. A. M. O que é transexualidade. São Paulo; Brasiliense, 2008. 
 
BERTOLINE, V.; FREITAS, L.; OLIVEIRA, A.; QUEIRÓZ, I. Diversidade e educação: para começar a 
entender as resistências à promoção dos direitos humanos na escola. –Cuiabá, MT: EDUFMT, 2012 
 
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Berenice; FÉLIX-SILVA, Antônio Vladimir (Org.). Desfazendo Gênero: subjetividade, cidadania, 
transfeminismo. Natal: EDUFRN, 2015a, p. 233-242. 
FERREIRA, B. L.; LUZ, N. S. Sexualidade e Gênero na Escola. – Curitiba: UTFPR, 2009. 
 
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XAVIER FILHA, Constantina (Org.). Educação para a sexualidade, para a equidade de gênero e para a 
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LIONÇO, Tatiana; DINIZ, Débora. Qual a diversidade sexual dos livros didáticos Brasileiros? In: 
LIONÇO, Tatiana; DINIZ, Débora (Org.). Homofobia & educação: um desafio ao silêncio. Brasília: Letras 
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LOURO, Guacira Lopes et al. (orgs). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 
Petrópolis: Vozes, 2003. 
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós- estruturalista. 11. Ed. Petrópolis, 
RJ: Vozes, 2010. 
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: 
Autêntica, 2004. 
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SILVA, Manoel Regis da. Causas e Consequências da Evasão Escolar na Escola Estadual Professor 
Pedro Augusto de Almeida –Babaneiras/PB. Acesso em: 18 de março de 2016. 
 
	Edson Pesca de Jesus
	Orientador: Prof. Dr.. Josué Leite dos Santos
	SUMÁRIO
	1. INTRODUÇÃO
	4.JUSTIFICATIVA
	6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
	Evasão escolar
	Homofobia
	Heteronormatividade
	Diversidade Sexual
	1ª semana:
	2ª semana:
	3ª semana:
	4ª semana:
	5ª semana:
	6ª semana:
	7ª semana:
	8ª semana:
	9ª semana:
	10ª semana:
	11ª semana:
	12ª semana:
	9. PRODUTO FINAL A SER PRODUZIDO
	10. RESULTADOS ESPERADOS
	12 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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