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AULA-REPRESENTACAO-CIVIL-ART.-115-a-120-16042020

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DA REPRESENTAÇÃO – Capítulo II do Livro III da Parte Geral do Código Civil: 
O Capítulo II da Parte Geral do Código Civil, trata dos preceitos gerais sobre representação. 
Conceito: Representação é a atuação jurídica em nome de outrem (representado – representante). 
O representante é uma projeção da personalidade jurídica do representado, muito embora não 
se confundam. 
Na representação, quem pratica o ato é o representante enquanto quem fica vinculado ao negócio 
jurídico é o representado. Representação significa a atuação jurídica em nome de outrem, consiste 
numa verdadeira legitimação para agir em nome de outra pessoa, que decorre da lei ou do contrato. 
O artigo 115 do Código Civil é claro ao apontar a Representação Legal e a Voluntária 
(convencional). 
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. 
A Representação Legal é sempre exercida no interesse do representado, corresponde a “múnus” 
(função ou encargo) posto que o representante exerce atividade obrigatória, e é investido de um poder-
dever. Tem caráter personalíssimo sendo, portanto, indelegável seu exercício. 
Ocorre também representação legal de pessoas capazes. É conferida aos sindicatos quando da 
celebração de acordos coletivos; ao síndico ou administrador judicial da massa falida, e ao inventariante. 
A Representação Legal obviamente decorre da lei ou da nomeação pelo juiz (Judicial) em face 
de processo, ocorre, por exemplo, com os pais em relação aos filhos menores (artigo 115, 1ª parte; 
artigo 1.634, inciso V, e artigo 1.690 do Código Civil) e, nos casos de tutores, curadores, inventariantes 
e outros. 
Já a Representação Convencional ou Voluntária tem por fim o auxílio ou a defesa ou a 
administração dos interesses alheios. Caracteriza-se pelo fim de cooperação jurídica. 
A representação voluntária ou convencional pauta-se na autorização privada mediante a outorga 
de procuração (que é instrumento do mandato) artigo 653, 2ª. Parte do Código Civil. 
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, 
em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento 
do mandato. 
Pode a procuração ser revogada a qualquer tempo pelo representado, o mesmo já não se dá com 
a representação legal. 
O Representante Voluntário ou Convencional é o que recebe mandato outorgado pelo 
representado, expresso ou tácito, verbal ou escrito (artigo 115, 2ª parte e artigo 656 do Código Civil). 
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. 
São simples as regras da representação previstas nos artigos 116 e 118 do Código Civil. 
O representante atua em nome do representado vinculando-o diretamente a terceiros com que 
tratar, e deve atuar dentro dos poderes conferidos. Se ocorrer excesso no uso dos poderes conferidos, 
o representante poderá ter eventual responsabilidade civil (artigo 118 do Código Civil). Assim, enquanto, 
o representado não ratificar os referidos atos de excesso de poder, serão eles considerados anuláveis. 
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus 
poder es, produz efeitos em relação ao representado. 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em 
nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, 
não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. 
 
O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem trata e m nome do representado, a 
sua qualidade e a extensão de seus poderes - artigo 118 do Código Civil. A publicidade do fato é 
chamada de “contemplatio domini” ou Princípio da Exteriorização ou da Notoriedade, e é do núcleo central 
da representação. 
O vínculo negocial se pratica entre o representado e a outra parte, sendo o representante estranho 
ao negócio jurídico celebrado. A eventual inadimplência do representado não é de responsabilidade do 
“dominus negoti” (representante), salvo se este pessoalmente responsabilizou-se pelo cumprimento. 
Não se admite que estando de boa-fé, seja a outra parte, prejudicada pelo ato do representante. 
A origem do conflito de interesses entre representante e representado decorre geralmente de abuso de 
direito e excesso de poder. 
Negócio consigo mesmo – artigo 117 do Código Civil: 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico 
que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. 
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o 
negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido sub estabelecidos. 
Uma situação de dupla representação pode gerar o chamado contrato consigo mesmo ou autocontrato. 
Ocorre também o mandato em causa própria que é previsto no art. 685 do Código Civil. Consagra o 
art. 117 do Código Civil que é possível o contrato consigo mesmo apesar de ser em princípio negócio 
anulável, salvo se a lei ou o representado autorizem sua realização. 
A melhor doutrina entende condicionar a validade e eficácia da auto contratação à ausência de 
conflitos de interesses. 
O artigo 117 do Código Civil funda as raízes no princípio da vedação ao autocontrato, que 
em regra é anulável. Há duas hipóteses em que será válido o negócio celebrado pelo representante 
consigo mesmo; ou tal permissão decorre da lei ou então da vontade (ou permissão) do próprio representado. 
Por meio do substabelecimento, o representante transfere a outrem os poderes que recebeu do 
representado (art. 667 do Código Civil ) o vício da anulabilidade persistirá ainda que o negócio seja 
celebrado entre o substabelecido e o representante. 
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na 
execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou 
daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer 
pessoalmente. 
Na verdade, a causa objetiva de anulabilidade prevista n o artigo 117 do Código Civil, se estende 
à representação legal, convencional e qualquer outro meio de transmissão a outrem de poderes de 
representação. 
A procuração em causa própria seria espécie em que se outorgam poderes, ao procurador para 
administrar certo negócio, como coisa sua, em seu próprio interesse, por exemplo, a conferida ao 
credor para vender um bem do representado (devedor) e pagar-se com preço da venda. O parágrafo 
único do artigo 117 do Código Civil , ressalva o contrato consigo mesmo por meio de terceira pessoa 
(substabelecimento). 
O artigo 119 do Código Civil, prevê uma causa subjetiva de anulabilidade, que é o conflito 
de interesses entre representante e representado. No entanto, na ignorância do terceiro, prevalecerá o 
negócio praticado, para manutenção do princípio da boa-fé, mas o representante responderá perante o 
representado, ou seus herdeiros, pelos danos que daí provierem. 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses 
com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele 
tratou. 
Parágrafo único . É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio 
ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-sea anulação 
prevista n este artigo. 
A representação é a essência de um contrato chamado mandato e preceituado no artigo 120 
do Código Civil, que os requisitos e os efeitos da representação legal são fixados nas normas específicas, 
enquanto a representação voluntária é tratada na parte especial do Código Civil. 
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos 
nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste 
Código.

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