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gestão escolar e as estratÉgias educacionais nas sÉries iniciais

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gestão escolar e as estratÉgias educacionais nas sÉries iniciais
Luana Gomes Carvalho
Tutora Externa: Débora Grei do Nascimento
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Licenciatura Plena em Pedagogia (PED 1879) – Estágio III
05/05/20
RESUMO
O presente paper apresenta uma pesquisa desenvolvida sobre a relação entre a gestão escolar e as estratégias educacionais nas séries iniciais, dentre elas a música. Sabemos que a música está ligada ao ato de ler, escrever, interpretar e à socialização dos alunos, por isso é tão importante desenvolver práticas musicais na escola. A música é reconhecida por muitos pesquisadores como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. A música nos mostra que não é somente uma junção de sons e letras, mas sim, um rico subsídio que pode fazer a diferença nas escolas, pois, ela desperta o indivíduo para um mundo satisfatório e prazeroso para a mente e para o corpo, que facilita a aprendizagem e também a socialização do aluno. A inserção do lúdico na educação vai além de implantar e estabelecer currículos ou aplicá-los para os alunos sem nenhum recurso que desperte sua atenção, isso implica numa renovação da formação continuada do professor.
palavras-chave: Gestão escolar, Música, Aprendizagem, séries iniciais.
1 INTRODUÇÃO
	A música tem um grande poder de interação e desde muito cedo adquire grande relevância na vida de uma criança despertando sensações diversas, tornando-se uma das formas de linguagem muito apreciada por facilitar a aprendizagem e instigar a memória das pessoas. Por isso a escolha do tema Gestão Escolar e as estratégias educacionais nas séries iniciais.
Na sua formação a criança recebe estímulos de todas as formas, mas os mais significativos são os conhecimentos adquiridos na escola e a forma com que ela expressa através de seu corpo, o seu entendimento, sua forma de comunicar-se com o mundo.
Sendo assim torna-se justificado a pesquisa desse trabalho para buscar e colocar à tona a contribuição da música para as séries iniciais e fundamenta-se em autores que propõem novas práticas para o ensino de música bem como a importância da mesma para a formação do ser humano.
Dentre os grandes desafios que precisam ser enfrentados para que possamos, de fato, ter propostas consistentes de ensino, a Lei Nº 11.769 foi sancionada em 18 de agosto de 2008, que possibilitou termos o ensino de Música nos Projetos Pedagógicos das Escolas estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica.
A aprovação da Lei foi sem dúvida uma grande conquista para a área de educação musical no País, garantindo o direito do ensino da música. Com isto aumenta a importância de haver um entrelaçamento entre escola, professor, música e aluno. A música aguça o imaginário da criança e torna-os criativos.
Temos assim o objetivo de analisar os momentos em que a música é utilizada como estratégia no processo de aprendizagem. Pois é perceptível que através da música, bem como o uso de outros meios artísticos, pode incentivar a participação, a cooperação, socialização, e assim destruir as barreiras que atrasam o desenvolvimento curricular do ensino. 
 A educação deve ser vista como um processo comum, permanente e progressivo, que precise de diferentes formas de estudos para seus aperfeiçoamentos, pois em qualquer espaço sempre haverá diferentes condições familiares, sociais, ambientais e afetivos.
A musicalização abraça aspectos importantes com propósitos educacionais, e é um apetrecho que assessora o educador a cumprir bem o seu papel, visto que educar exige doses de emoção, alegria, compromisso, além de trazer experiências que enriquecem a relação entre professor e alunos.
O tema ainda aborda sobre o quanto a gestão escolar é uma importante aliada para o desenvolvimento de projetos e conteúdos relacionados à música, não apenas como estética, mas também como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem e como instrumento que tem um grande poder de tornar a escola um ambiente mais receptivo e alegre que façam com que os alunos desejem estar neste ambiente e dediquem-se ainda mais as suas atividades, pois estarão envolvidos emocionalmente com todo o espaço, tanto físico quanto emocional da escola.
As exposições aqui apresentadas farão agregar saberes importantes que se misturam e se completam no entendimento de que a educação sem comprometimento e alegria torna-se totalmente sem graça e sem vida, pois educar é uma tarefa que tem que ser experimentada com realidade, beleza e prazer.
Além da Introdução, o Paper de Estágio está dividido em mais três tópicos, sendo eles: fundamentação teórica, item de extrema importância para enriquecer e respaldar este documento; a vivência do estágio, etapa na qual possibilita conhecer e assim descrever todas as informações vivenciadas no estágio; e considerações finais.
2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Elemento motivador e de estímulo para o desenvolvimento da expressão musical para o qual a imitação, a percepção e a criação são os principais elementos deste processo. 
A expressão musical desempenha importante papel na vida recreativa de toda criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética (STABILE, 1988, p. 122).
 	Segundo Stabile é viável fazer um paralelo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para Educação Infantil que afirmam que esse é o verdadeiro caminho, e coloca como “eixos norteadores” as interações e as brincadeiras, garantindo experiências que favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, dramática e musical. É possível que dessa forma as crianças em processo de alfabetização se interem um pouco mais da diversidade cultural existente. É possível também que através dessa socialização essas mesmas crianças aprendam a valorizar a cultura e respeitar as individualidades, os gostos, e as formas como cada qual se expressará e consequentemente formar seu próprio conhecimento. 
A aprendizagem é um processo que acontece gradativamente. Corpo e mente deve estar em perfeita harmonia. Como auxiliar desse processo tem-se um importantíssimo instrumento, a música. Pois, ela desperta na criança uma vivência prazerosa, satisfatória e equilibrada, proporcionando paz de espírito, controle emocional e concentração.
 
A linguagem musical deve estar presente nas atividades [...] de expressão física, através de exercícios ginásticos, rítmicos, jogos, brinquedos e rodas cantadas, em que se desenvolve na criança a linguagem corporal, numa organização temporal, espacial e energética. A criança comunica-se principalmente através do corpo e, cantando, ela é ela mesma, ela é seu próprio instrumento (ROSA, 1990, p. 22-23). 
Nos dias atuais, a música continua favorecendo a expressividade e socialização. Talvez muitas pessoas ainda não se deram conta e nem pararam para analisar o quanto a música vem exercendo um papel social entre os mais diversos grupos humanos da sociedade. Nem mesmo alguns professores perceberam que a linguagem musical vai ajudar o aluno a adquirir a linguagem formal que se espera tanto na forma oral quanto escrita. Certamente o papel do professor merece destaque, pois nas práticas pedagógicas devem estar inseridos momentos que propiciem prazer e aprendizagem. 
Qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em atividades de apreciação e produção (PCN, Arte 2011 pg.75). 
Segundo o compositor Norte Americano, Aaron Copland (1974), todos nós ouvimos a música de acordo com nossas aptidões,variáveis, sob certo aspecto, em três planos distintos: sensível, expressivo e puramente musical, o que corresponde a ouvir, escutar e compreender. Essa é a razão pela qual o professor deve respeitar o nível de desenvolvimento em que a criança se encontra, adaptando as atividades de acordo com suas aptidões. 
Uma vez que a criança sente-se inserida no universo musical, sente que seu gosto musical próprio é aceito e aceita a escolha musical dos colegas, ela se sentirá mais segura, mais confiante e certamente poderá aprender e ensinar o que sabe e que conhece para seus amigos. 
Para Silva (1998 p. 15) o resultado da manutenção da motivação por parte do professor, não só é em um mesmo trabalho, senão em todos eles, e deve conduzir ao surgimento da educação e da motivação da própria criança. O professor como mediador dessa troca e diversidade de gêneros musicais que vão ocorrer na sala de aula, deve estar preparado para orientar seus alunos e conseguir selecionar aquilo que é favorável ou não a aprendizagem das crianças. Pois atualmente a mídia de forma geral, rádio, TV, internet, entre outros não tem limitações, divulgando todo e qualquer tipo de trabalho, então cabe ao professor, selecionar e incentivar músicas e cantigas que não seja prejudicial às próprias crianças. Portanto é fundamental planejar muito bem as aulas com música.
 TRABALHO DO COORDENADOR
O trabalho pedagógico deve ser orientado, um bom projeto e a execução do mesmo é a intenção e a certeza de que a escola e seus profissionais realizem um trabalho de qualidade. Ele será o resultado de reflexões e questionamentos de seus profissionais sobre o que é a escola é hoje e o que poderá a vir a ser. Visando, a inovação da prática pedagógica da escola para elevar a qualidade do ensino.
FALCÃO FILHO (1994:46) ressalta:
 do aluno requer um conjunto de ações que apenas um docente não pode a formação realizar; portanto o processo de ensino – aprendizagem não se alimenta exclusivamente da contribuição individualizada de cada conteúdo ou professor isoladamente; pelo contrário, além dessas contribuições individuais, há aquelas provenientes do trabalho conjunto de todos os docentes e destes com os demais profissionais da educação lotados na escola.
O trabalho do coordenador deve ser orientado e isso, exige um compromisso muito amplo, não somente com a comunidade na qual se está trabalhando, mas consigo mesmo. Trata-se de um compromisso político que induz a competência profissional e acaba por refletir na ação do educador, em sala de aula, as mudanças almejadas. Todavia, a tarefa do coordenador é muito difícil de ser realizada, exige participação para a integração em sua complexidade.
Segundo Gandin (1983, p. 89), esta ação não é fácil, por que:
· Exige compromisso pessoal de todos;
· Exige abertura de espaços para a participação;
· Há necessidade de crer, de ter fé nas pessoas e nas suas capacidades;
· Requer globalidade (não é participação em alguns momentos isolados, mas é constante);
· Distribuição de autoridade;
· Igualdade de oportunidades em tomada de decisões;
· Democratização do saber.
Diante do exposto até aqui se conclui que a escola, é parte integrante da totalidade social, não é um produto acabado. É resultado, dos conflitos sociais que os trabalhadores vivem nas relações de produção, nas relações sociais e nas lutas de classe. É também fruto das lutas sociais pela escola como lugar para satisfazer a necessidade de conhecimentos, qualificação profissional, e de melhoria de suas condições de vida enquanto possibilita melhores empregos e o acesso a uma maior renda. 
3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
O estágio foi realizado no Centro Educacional Anay Coutinho, na qual foi acompanhado o trabalho desenvolvido pela coordenação pedagógica. 
 Os dias de observação foram destinados a conhecer o compromisso que o coordenador e o gestor têm com a arte de ensinar. 
O papel do coordenador pedagógico é extrema importância, pois compete a ele acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos da instituição de ensino, tanto individual quanto coletivamente. É esse profissional que tem a função de avaliar o rendimento escolar dos estudantes e buscar a causa de possíveis problemas.
Além disso, ele consegue ter uma visão do processo de aprendizagem na escola como um todo, avaliando o desempenho do conjunto de integrantes de uma turma e trazendo para a escola projetos que favoreçam a aprendizagem, como é o caso da coordenadora do Centro Educacional Anay Coutinho.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Evidenciou-se através deste estudo que as diversas áreas do conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização. De acordo com esta perspectiva, a música é concebida como um universo que conjuga expressão de sentimentos, ideias, valores culturais e facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo e com o meio em que vive. 
A prática pedagógica requer que se pense de forma dialética e que se faça educação para toda a sociedade, ainda que, através de diferentes meios e em diferentes espaços sociais. À medida que esta sociedade se torna tão complexa, há que se expandir a intencionalidade educativa para diversos outros contextos, abrangendo diferentes tipos de formação necessária ao exercício pleno da cidadania. Espera-se, pois, que o Coordenador Pedagógico conheça plenamente o seu espaço de trabalho, compartilhe ideias e conhecimentos, construa o seu papel na escola, tornando-se assim, a ligação fundamental, traçando o seu caminho transformador, formador e articulador. 
Vale ressaltar o quanto enriquecedor foi este estágio, pois me possibilitou vivenciar uma temática que me trouxe um conhecimento sobre as atribuições da coordenação pedagógica, sobre sua atuação na formação e supervisão das situações de ensino-aprendizagem de professores e alunos. Compreendeu-se quais são as prioridades que o mesmo atender na sua prática pedagógica, detectando os desafios que encontram no trabalho escolar. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 19.851, de 11 de Abril de 1931. Rio de Janeiro, RJ, 1931.
_. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Brasília, DF, 2008a, que trata da obrigatoriedade do ensino de música na educação básica.
COPLAND, A. Como ouvir e entender a música. 1ª ed. Rio de Janeiro: Artenova, 1974.
PCN, Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte / Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3ª ed. Brasília: A Secretaria, 2011.
 
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. Editora Ática, 1993.
 
ROSA, Nereide Shilaro Santa. Educação Musical para a Pré-Escola. Editora Ática, 1990. 
ROSA, Nereide Shilaro Santa. Educação Musical para 1ª a 4ª série. Editora Ática, 1990.
SILVA, Elizabeth Nascimento. Recreação 4 a 5 anos. Rio de Janeiro. Editora Sprint, 1998.
 
SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música? 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. 
STABILE, Rosa Maria. A Expressão Artística na Pré-Escola. São Paulo: FTD, 1988.

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