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8 Crimes de Acao Penal Privada no CP

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1
CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA 
NO CÓDIGO PENAL
8
1) Calúnia, difamação e injúria (arts. 138, 139 e 140). Injúria real. Se da violência resultam vias de fato, a ação é penal privada (CP, art. 140 § 2º). /// Se da violência resulta lesão corporal grave: ação penal pública incondicionada. /// Lesão corporal leve: ação penal pública condicionada à representação do ofendido (lei 9.099/95). /// Delitos contra o PR ou chefe de governo estrangeiro: ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. /// Delitos contra funcionário público, em razão de suas funções: ação penal pública condicionada à representação do ofendido. /// Não basta que a ofensa seja irrogada contra o funcionário público ou no seu local de trabalho, pois exige-se que ela tenha estreita relação com a função por ele exercida. /// Cuidado: injúria qualificada do § 3º (elementos de raça, cor, etnia e religião, origem, idoso ou deficiente) diferente do crime de racismo. Racismo é segregação (não cabe fiança). Em calúnia e difamação cabe retratação, na injúria não.
· Injúria real é praticada pelas vias de fato ou pela violência (lesão corporal). Se a injúria real é praticada pelas vias de fato (um empurrão, por exemplo) pune-se apenas a injúria real (vias de fato são absorvidas). A punição neste caso será apenas pela injúria real. Mas, se o agente, para praticar a injúria real, comete lesão corporal, as penas da lesão corporal serão somadas às da injúria real, e o agente responde por dois crimes.
2) Alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando não houver violência e a propriedade for privada (art. 161, § 1º, I e II);
3) Dano, mesmo quando cometido por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (art. 163, caput, parágrafo único, IV). 
· Dano é a alteração prejudicial de um bem; a destruição ou diminuição de um bem; o sacrifício ou restrição de um interesse jurídico. Exemplo de crime de dano: homicídio, lesões corporais, peculato, roubo, estupro etc. Especificamente, todavia, como fato típico, o Código Penal denomina crime de dano, limitado à esfera patrimonial, o fato de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Dano qualificado Parágrafo único - Se o crime é cometido: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
4) Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art. 164, c/c o art. 167, detenção de 15 dias a 6 meses ou multa). Sujeito passivo tem que ser o proprietário do lugar. Dolo. Não há forma culposa.
5) Fraude à execução (art. 179 e parágrafo único). Fraudar é iludir, lesar ou enganar alguém com a intenção de obter proveito. O verbo principal atrai outros, constituindo figuras compostas: 1) fraudar alienando bens; 2) fraudar desviando bens; 3) fraudar danificando bens; 4) fraudar simulando dívidas. Percebe-se que em todas as situações está presente a fraude. Se o credor ao alienar parcelas de seus bens, no curso de um processo de execução, deixa quantidade que baste para satisfazer o débito, evidentemente, não pratica crime. Sujeito ativo é o executado (devedor), e o passivo o exequente (credor). Não há forma culposa.
· O instituto previsto no CP dispensa o dano causado ao credor – admitindo a tentativa – e exige-se a intenção de fraudar (dolo). O instituto previsto no CPC dispensa a intenção de fraudar (consilium fraudis) e exige-se o dano causado ao credor (eventum damni). No âmbito penal, configurado o crime, como expresso no Parágrafo único do art. 179 do código criminal a ação penal será promovida mediante queixa. É imprescindível o dolo, que consiste no dolo de fraudar a execução, com a consciência e especial vontade de prejudicar o credor. Ainda que o art.179 do CP refira, em seu parágrafo único, que a ação penal nos crimes de fraude à execução somente se procede mediante queixa, o art. 24 do CPP, em seu § 2º, determina que, seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública incondicionada.
6) Violação de direito autoral (art . 184, caput). Detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Direito autoral é o ramo do Direito Privado que regula as relações jurídicas, advindas da criação e da utilização econômica de obras intelectuais inéditas, estéticas e compreendidas na literatura, nas artes e nas ciências. As relações regidas por esse direito nascem com a criação da obra, exsurgindo, do próprio ato criador, direitos respeitantes à sua face pessoal (como os direitos de paternidade do autor sobre sua obra, de nominação, de integridade da obra) e, de outro lado, com sua comunicação ao público, os direitos patrimoniais (distribuídos por dois grupos de processos: os de representação e os de reprodução da obra, a exemplo das músicas, direitos de fixação gráfica, de gravação, de inserção em CD, de inserção em filme, de execução, etc). Além do dolo o tipo exige o especial intuito de lucro, direto ou indireto. Procede-se mediante queixa nos crimes previstos no caput do 184. Nos parágrafos 1º e 2º a ação é pública incondicionada; e no parágrafo 3º pública condicionada à representação. A ação é pública incondicionada nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público. 
7) Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins matrimoniais (art. 236 e parágrafo). Não esquecer que o prazo decadencial de 6 meses conta aqui não do conhecimento da autoria, mas do trânsito em julgado da sentença que anule o casamento, por motivo de erro ou impedimento. Aproveite para rever o conteúdo de decadência.
8) Exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência (art. 345, parágrafo único, se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa). Significa obter, pelo próprio esforço, algo que se considere justo ou correto. Conduta que atende ao entendimento do agente, e não do Estado. A distribuição da justiça é monopólio estatal. Dolo. Não existe forma culposa. 
· REVISÃO - RENÚNCIA EXPRESSA OU TÁCITA AO DIREITO DE QUEIXA - (inciso V, art. 107, CP) extingue a punibilidade. 
Conceito. Abdicação do direito de promover a ação penal privada, pelo ofendido ou seu representante legal. 
Quando cabe: somente na ação penal exclusivamente privada. Não cabe na ação penal privada subsidiária da pública (esta possui natureza jurídica de ação pública).
Ocasião. Somente antes de iniciada a ação penal privada, ou seja, antes de oferecida a queixa-crime.
Indenização civil. Não implica em renúncia ao direito à reparação do dano na esfera civil, à promoção da Ação Civil Ex Delicto (isso se aplica também ao perdão).
Formas. Expressa ou tácita. 
1) Expressa: declaração escrita assinada pelo ofendido ou por seu representante legal, ou por procurador com poderes especiais, CPP art. 50.
2) Tácita: é a prática de ato incompatível com a vontade de dar início à ação penal privada (ex.: ofendido vai jogar cartas com o ofensor, na residência deste). 
O fato de receber a indenização: receber a indenização pelo dano resultante do crime não caracteriza renúncia tácita ao direito de queixa (CP, art. 104, parágrafo único). Todavia, na Lei n. 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais)[footnoteRef:1], “tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação pública condicionada à representação, o acordo entre ofensor e ofendido, homologado, acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação (art. 74, parágrafo único). Trata-se neste caso dacomposição civil dos danos, consistente na aceitação pelo ofendido da indenização pelo dano resultante da infração. Assim, nas ações penais de iniciativa privada e pública condicionada à representação, de competência dos Juizados Especiais, o recebimento da indenização extingue a punibilidade do agente. Nos demais casos, não. [1: JECrim, é um órgão da estrutura do Poder Judiciário destinado a promover a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo (contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa)] 
· REVISÃO - QUEIXA-CRIME OFERECIDA CONTRA UM DOS OFENSORES
O MP não pode aditar a queixa para nela incluir os demais ofensores (como não é parte legítima para propor a ação penal privada também não pode incluir querelados). Segundo o art. 48 do CPP a Queixa deve ser oferecida contra todos os autores do crime, em face do princípio da indivisibilidade da ação penal privada.  A ação penal pública, por ser possível o seu aditamento para incluir novo réu pelo Ministério Público, é divisível. 
O MP pode requerer, na ação penal privada a extinção da punibilidade dos querelados quando o querelante deixar de processar algum dos ofensores.
Em caso de morte do ofendido a renúncia de algum dos integrantes do CADI (cônjuge, descendente, ascendente, irmão) não impede os demais de iniciar ou prosseguir a ação.
Crimes de dupla subjetividade passiva (ex.: crime de violação de correspondência, art. 151, CP, apresenta duas vítimas, o destinatário e o remetente; o crime do art. 125, CP, aborto provado por terceiro, são vítimas a gestante e o feto). A renúncia de uma das vítimas não impede o oferecimento da queixa pela outra.

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