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Laura Mendes Martins Tecido Nervoso O sistema nervoso tem origem na 3° semana do embrião. Esse tecido nervoso acha-se distribuído pelo organismo, interligando-se e formando uma rede de comunicações, que constitui o sistema nervoso. Esse sistema é dividido em central (formado pelo encéfalo) e periférico (formado pelos nervos e gânglios nervosos) O tecido nervoso está relacionado com: Percepção e identificação das condições ambientais externas; Percepção e identificação das condições dentro do próprio corpo; Elaboração de respostas que adaptem o organismo a essas condições. Matriz Extracelular Pobre em matriz extracelular 10 a 20% do volume do encéfalo Não há fibras, mas há glicosaminoglicanos (ácido hialurônico, sulfato de condroitina etc.) o conferem estrutura de gel, permitem a difusão entre capilares e células Células do Tecido Nervoso Neurônios: o Células geralmente com longos prolongamentos o De transmissão: recebe e transmite impulsos nervosos (95%) o Neurossecretores (hipotalâmicos) (5%) Células da glia (neuroglia) o Sustentação e proteção neuronal o Modula a atividade neuronal Laura Mendes Martins Neurópilo – “Matriz Extracelular” É uma área formada por dendritos compactados, células da glia e ramos de axônios. É encontrada em núcleos do sistema nervoso central e entre os corpos celulares neuronais. Aspecto róseo e homogêneo na microscopia óptica; pode parecer finamente granuloso ou espumoso; Complexidade observável na microscopia eletrônica: prolongamentos citoplasmáticos entrelaçados e imbricados Neurônios Responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos; Influenciam diversas atividades do organismo e liberam neurotransmissores Pericário, corpo celular ou soma Contém o núcleo grande, esférico e pouco corado com um nucléolo evidente (grande e central) É o centro trófico da célula, com função receptora e integradora de estímulos; RER abundante que forma agregados de cisternas paralelas, entre as quais ocorrem numerosos polirribossomos livres Corpúsculo de NISSL ou tigroide o Coloração arroxeada no citoplasma devido à grande quantidade de RNA mensageiro associado a ribossomos presente Mitocôndrias em moderada quantidade Golgi desenvolvido em torno do núcleo Neurofilamentos são filamentos intermediários Pigmentos – melanina** e lipofuscina (lipídios digeridos pelos lisossomos) o **Diidroxifenilalanina (DOPA) dopamina coordenação e fluidez de movimentos Laura Mendes Martins Neurônios motores do corno anterior da medula espinal corados por HE. Notar núcleo vesiculoso com cromatina frouxa e nucléolo evidente, citoplasma abundante com corpúsculos de Nissl (pequenas manchas roxas) Neurônios da substância negra do mesencéfalo contêm melanina (pigmento marrom) no citoplasma. Neurônios motores da medula espinal, como a maior parte dos neurônios, acumulam com a idade um pigmento amarelado no citoplasma, a lipofuscina, constituída por restos degenerados de organelas intracelulares Terminações Aferentes – Dendritos Mesmos constituintes citoplasmáticos presentes no pericário, com exceção do aparelho de Golgi Os dendritos são especializados em receber estímulos, aumentando consideravelmente a superfície receptora dos neurônios. Gêmulas ou espículas dendríticas (projeções que recebem os impulsos) o Participam da plasticidade dos neurônios relacionados com a adaptação, a memória e o aprendizado. o Grande quantidade o São formadas de uma parte alongada presa ao dendrito e que termina por uma pequena dilatação o Há uma perda de espículas dendríticas com a idade e com a deficiência nutricional o 1° local de processamento dos impulsos nervosos que chegam ao neurônio São estruturas dinâmicas, com plasticidade morfológica baseada na proteína actina. Ramificação é característica pra cada tipo de neurônio Laura Mendes Martins Neurônios motores do corno anterior da medula espinal demonstrados por impregnação argêntica para mostrar riqueza de prolongamentos (dendritos e axônios). Células de Purkinje do córtex cerebelar enviam grandes dendritos ramificados à camada molecular, pobre em células, mas rica em sinapses Terminações Eferentes - Axônios Não possui RER Sem corpúsculos de Nissl É rico em microtúbulos e neurofilamentos A porção final do axônio em geral é muito ramificada e chama -se telodendro A condução é mais rápida nos axônios com maior diâmetro e com mais mielina. Transporte Axonal Vírus, toxinas e microtúbulos o Transporte retrógrado em microtúbulos de neurônios o É 30 a 60% mais lento que o transporte anterógrado; o Realizado pela deneína (proteína motora) o Transporta certas toxinas (tetânica) e alguns vírus Laura Mendes Martins Vasos sanguíneos Neurônio – corte grosso Os neurônios se organizam de maneiras distintas no SNC e SNP No encéfalo e na medula espinal são reconhecidas duas porções distintas devido a segregação entre corpos celulares e prolongamentos de neurônios: Substância branca: formada por prolongamentos de neurônios e células da glia o Presença de grande quantidade de material esbranquiçado, denominado mielina que envolve axônios (prolongamentos de neurônios) o Riscos (fibras) são mais evidentes que na cinzenta Substância cinzenta: formada por corpos celulares e células da glia, fibras não mielinizadas. o Contendo também prolongamentos de neurônios o É mais externa e a branca mais interna, menos na medula que é ao contrario Laura Mendes Martins Substância cinzenta Substância Branca Laura Mendes Martins De acordo com sua morfologia os neurônios podem ser classificados nos tipos: Multipolares: mais de dois prolongamentos celulares; grande maioria dos neurônios. Cérebro, cerebelo, medula Bipolares: um dendrito e um axônio; gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória Pseudo-unipolares ou pseudomultipolares: prolongamento único que se divide em dois, um ramo se dirige a periferia e outro pra SNC. Aparecem na vida embrionária sob a forma de neurônios bipolares. Gânglios espinais e cranianos Os dois prolongamentos das células pseudounipolares, por suas características morfológicas e eletrofisiológicas, são axônios, mas as arborizações terminais do ramo periférico recebem estímulos e funcionam como dendritos. Neste tipo de neurônio, o estímulo captado pelos dendritos transita diretamente para o terminal axônico, sem passar pelo corpo celular. As dimensões e a forma das células nervosas e seus prolongamentos são muito variáveis O corpo celular pode ser esférico, piriforme ou anguloso; Em geral, as células nervosas são grandes, podendo o corpo celular medir até 150micrometro; Axônios até 1 metro Neurônio rosa mosqueta – Essas células estão presentes no córtex do cérebro em região ligada à autoconsciência, sendo considerada a estrutura mais complexa da natureza Laura Mendes Martins Os neurônios podem ainda ser classificados segundo sua função Os neurônios motores: controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares. Os neurônios sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo. Os interneurônios estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos complexos As funções mais complexas e de mais alto nível do sistema nervoso dependem das interações dos prolongamentos de muitos neurônios Sinapse Sinapses transmitem informações por meio da liberação de neurotransmissores. Neurotransmissores: substâncias que, quando se combinam com proteínas receptoras,abrem ou fecham canais iônicos. Neuromoduladores: mensageiros químicos associados à proteínas, não agem diretamente sobre as sinapses - são mais lentas. Um neurônio faz sinapse com muitos neurônios Tipos de sinapses nervosas: o Axo-dendritica o Axo-axonica o Dendro-dendrítica o Axo-somática A axo somática e a axo-axonal normalmente são inibitórias; A sinapse entre um neurônio e uma célula muscular é a junção neuromuscular (ou placa motora) Células da Glia Oferecem microambiente adequado para os neurônios e desempenham outras funções Localizadas tanto na substância branca quanto na cinzenta, mas mais evidentes na primeira Em HE, só reconhecemos os núleos, as células da glia normal não mostram citoplasma na HE Núcleos de astrócitos e ligodendrócitos são redondos, maiores e mais frouxos nos primeiros do que nos últimos Núcleos da micróglia são alongados em forma de vírgula e densos Tumefação aguda da oligodendroglia (penetração de água na célula por anóxia na preparação) facilita a identificação em cortes de parafina Tipos de gliócitos Neuroglia central o Astrócitos o Oligodendrócitos o Micróglia o Células ependdimárias o Glia radial Laura Mendes Martins Neuroglia periférica o Células de Schwann o Células-satélite (anfícitos) Células da Neuróglia Astrócitos o Células em forma estrelada com prolongamentos eles envolvem os capilares sanguíneos e os induzem a formar junções oclusivas que constituem a barreira hematoencefálica o Os astrócitos ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e à pia-máter (túnica delgada camada de tecido conjuntivo que reveste o sistema nervoso central). o Astrócitos protoplasmático: substância cinzenta o Astrócitos fibroso: substância branca o Os astrócitos fibrosos têm quantidade muito menor de prolongamentos que os astrócitos protoplasmáticos. Seus prolongamentos são longos e ramificados o São as maiores e mais numerosas células da glia do SNC o Os pés vasculares modificam a estrutura do endotélio, tornando-o bastante impermeável: praticamente não ocorre pinocitose, não há poros e estabelecem-se junções de oclusão e uma lâmina basal contínua. Exceção: neurohipófise e hipotálamo Controlam os constituintes do meio extracelular, absorvem excessos localizados de neurotransmissores e sintetizam moléculas neuroativas, como peptídios da família do angiotensinogênio e encefalinas (precursores de opioides). Laura Mendes Martins Transferem moléculas e íons do sangue para os neurônios Astrócitos normais Astrócitos protoplasmticos Astrócitos fibrosos Laura Mendes Martins Astrócitos demonstrados por impregnção metálica Astrocitos demonstrados por impregnação metálica Células da Micróglia o Células pequenas, alongadas, prolongamentos curtos irrregulares o São fagocitárias, derivam de precursores trazidos na medula óssea pelo sangue – sistema monnuclear fagocitária no SNC o Quando ativadas, retraem seus prolongamentos e assumem a forma de macrófagos o Substância brranca e cinzenta, são células macrofágicas e participam da defesa do SNC o Participam da inflamação e da reparação do SNC o Removem os restos celulares que surgem nas lesões do SNC o Apresentadores de antígeno o Participam de “poda das sinapses” – retirada do excesso de sinapses o Sinapses em excesso, comunicação em excesso entre os neurônios está associada, por exemplo, ao Autismo e aos vários tipos de retardo mental Laura Mendes Martins Células Ependimárias São células cúbicas ou colunares, com microvilos e, muitas delas, com cílios. O núcleo é ovoide, basal e com cromatina condensada. Unem-se por desmossomos, lembrando um tecido epitelial, mas não se apoiam sobre uma lâmina basal. Possuem prolongamentos que se colocam no interior do TN, mesclando-se com os prolongamentos dos astrócitos subjacentes São células que revestem os ventrículoscerebrais e ainda facilitam o movimento do líquido cefalorraquidiano (LCR) Formam o plexo coróide que secretao LCR Laura Mendes Martins Oligodendrócitos (SNC) e células de Schawnn (SNP) o Produzzem a bainha de mielina no SNC o Possuem prolongamentos que sse enrolam em volta dos axônios o Na substância cinzenta, os oligodendrócitos estão próximos aos corpos celulares dos neurônios. Há uma interdependência no metabolismo dessas células: quando um estímulo provoca alteração química no neurônio, modificações químicas também ocorrem no oligodendrócito. Os oligodendrócitos ajudam a controlar o pH extracelular através da enzima anidrase carbônica Laura Mendes Martins Laura Mendes Martins Laura Mendes Martins Fibras Nervosas O axônio e a bainha envoltória constituem a fibra nervosa; No SNC, as fibras nervosas agrupam-se formando feixes, vias ou tratos e, no SNP, formam os nervos Fibras amielínicas: uma única célula de Schwann envolve várias fibras nervosas. o As células de Schwann formam uma bainhacontínua. o No SNC também são observadas Axônios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma única dobra da célula da glia, sem a ormação de mielina. As fibras nervosas agrupam-se em feixes, resultando nos nervos do SNP Nódulos de Ranvier – responsáveis pela velocidade das transmissores neuronais Um nervo periférico é composto por fascículos separados e envolvidos por tecido conjuntivo rico em colágeno, chamado epineuro que também reveste o nervo por fora. Cada fascículo é envolto por uma camada de células especializadas, o perineuro, e contém axônios mielínicos e amielínicos em meio a tecido conjuntivo frouxo, o endoneuro. Nódulos de Ranvier Laura Mendes Martins Laura Mendes Martins Nervo Amielínico Geralmente são de pequeno calibre, não tem aquele aspecto rendilhado dos nervos mielínicos (porque não têm mielina) e têm um perineuro bem caracterizado. Os núcleos das células de Schwann são sempre muito evidentes Gânglios Regões dentro do SNP São aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central; Aparecem como pequenas dilatações em certos nervos Gânglios nervosos do sistema nervoso simpático se distribuem pelas grandes cavidades do corpo, principalmente cavidade torácica e abdominal, principalmente próximo aos grandes vasos que percorrem estas cavidades.. Gânglios do sistema nervoso parassimpático se situam geralmente no interior dos órgãos a serem inervados e por esta razão estes gânglios são também denominados gânglios intramurais. Gânglio Nervo Laura Mendes Martins Células-satélite gliais Principais gliócitos do SNP Compõem as lâminas celulares finas que cercam oss neurônios nos gânglios Núcleo relativamente grande; corpo celular se estende para os lados, formando processos perineuronais; Apresentam receptores e transportadores Nos gânglios sensoriais, os processos são raros; nos simpáticos, formam sinapses com os neurônios
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