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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DAS POTENCIALIDADES 
 HUMANAS 
 Jequié – Pç. Cel. João Borges Edf. Multicenter S/ 1009 Centro Jequié - Ba
www.ideph.org.br (73) 3525-3383 / 9997-3314
jaironbatista@gmail.com 
TÉCNICAS DE HIPNOSE CLÍNICA E PRÁTICA
CURSO RECONHECIDO PELA:
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS TERAPEUTAS
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA ALTERNATIVA
“Explorar o ser interior é a chave para o indivíduo se conhecer. 
Vai destrancar a porta para as causas dos problemas de comportamento e personalidade, dos distúrbios e doenças emocionais e de muitas outras dificuldades pessoais que todos nós costumamos ter. 
Quando conhecemos as razões e motivações existentes por trás destas coisas, é mais fácil solucionar ou superar os problemas e fazer as mudanças que proporcionarão saúde, felicidade e sucesso”. LeCRON
Jairon Souza Batista
FORMAÇÃO:
· Bacharel em Filosofia Pela UCSal ( Universidade Católica de Salvador) 
· Bacharel em Teologia Pela UCSal ( Universidade Católica de Salvador) 
· Psicanalista Clínico pela SPOB – (Sociedade Psicanalista Ortodoxa do Brasil)
· Practitioner em PNL ( Sociedade Brasileira de PNL) 
· Curso de Hipnose Pratica e Clinica – habilitado como Técnico em Hipnose (Associação Exercício Clínico e Experimental da Hipnose Com Reconhecimento da Academia Internacional de Hipnologia Clínica y Experimental Navarra - ESPAÑA Prof. Fábio Puentes )
· CURSO DE FORMAÇÃO em HIPNOSE ERICKSONIANA COM CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL - por Stephen Paul Adler, Ph.D. 
- Recognized by the American Society for Clinical Hypnosis and
- Certified by the American Board of Hypnotherapy
· Curso Básico de Hipnoterapia Ericksoniana – Centro de Estudos de Hipnoterapia (Drª Sofia Bauer - Belo Horizonte - MG)
· Técnicas de Hipnose Avançada – Sociedade Brasileira de Hipnose Clássica ( Dr. Luiz Carlos Mota - Ribeirão Preto - SP) 
· Técnica de Regressão e Linha do Tempo (PNL) Sociedade Brasileira de Hipnose Clássica ( Ribeirão Preto - SP)
· Psicoterapia Breve – Dr. Francisco Batista - Santa casa da Misericórdia do Rio de Janeiro / julho de 2002
· Conferência de Parapsicologia Cientifica ( Centro Latino- América de Parapsicologia) – Novembro de 1997
· Curso de Parapsicologia e Religião ( CLAP – Centro Latino-Americano de Parapsicologia) – Pe. Quevedo - Julho 2005 
· Workshop - Hipnose na Dor (Prof. Gelson Crespo da Silva – Soc. Hipnose Médica do Rio de Janeiro) / Janeiro de 2003
· Participou da XI Jornada de Hipnologia Científica – SOHIPAR (Sociedade de Hipnologia do Paraná) dezembro de 2004
· Curso Base de ADI ( Abordagem Direta do Inconsciente) em Montes Claros – MG, com Renate Jost de Moraes 
· Curso de Didata Pela SPOCB (Sociedade Psicanalítica de Orientação Contemporânea Brasileira)
· Curso de Técnicas de Memorização graduado como LIDER Em Memória Treinada pela DYNAMIC SYSTEMS ( Drª. Agda Correia Silva) Março de 1992
· Curso de Leitura Dinâmica, graduado como LIDER MOTIVADOR pela DYNAMIC SYSTEMS ( Drª. Agda Correia Silva) Novembro de 1992
· Curso de EXPRESSÃO VERBAL NA COMUNICAÇÃO MODERNA Pela UCSal ( Universidade Católica de Salvador) agosto de 1994
ATIVIDADES:
· Diretor Presidente do IDEPH ( Instituto de Desenvolvimento das Potencialidades Humanas)
· Membro fundador da SPOCB (Sociedade Psicanalítica de Orientação Contemporânea Brasileira ) CNP - Nº 2504039/Ba
· Vice Diretor do Departamento de Relações éticas Profissionais da SPOCB (Sociedade Psicanalítica de Orientação Contemporânea
· Delegado da ANT/Ba - Associação Nacional dos Terapeutas / Sociedade Brasileira de Medicina Alternativa – habilitado em: Hipnose Clinica e Hipnose Ericksoniana CNT- Nº 7404/Ba
· Membro da Sociedade Brasileira de Hipnose e Hipniatria Clássica, Hipnose Dinâmica com Comunicação não Verbal, Hipnose Rápida, Letargia e Auto-Hipnose. Nº 0104
· Coordenador da SPOCB com turma de formação em Jequié 
· Professor Titular da cadeira de Hipnose da SPOCB
· É Presidente do Conselho de Comunidade para Assuntos Penais da Comarca de Jequié
· É Sacerdote Católico e atua como Pároco da Paróquia de Cristo Rei em Jequié – Bahia 
· Atua como Psicanalista Clinico / Didata e Hipnotarapeuta
CONSULTÓRIO
Endereço Praça Coronel João Borges S/N Edf. Multicenter Salas 1008/1009 – Centro
Cidade: Jequié – Bahia 
Telefone: ( 73) 9997-3314 / 3252-3383
E-mail: jaironbatista@gmail.com
AGRADECIMENTOS:
Ao Deus da vida que um dia encontrei e por Ele fui hipnotizado me deixando em um estado de transe permanente.
Aos meus Genitores im memória: Floriano e Tereza
A alguém que diante de uma síndrome de abstinência me levou a debruçar-me na hipnose. 
A todos que em algum momento participaram das sessões de hipnose, pois sem eles não teria desenvolvido a prática da hipnose.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
01
HISTÓRIA DA HIPNOSE
02
MITOS
22
CONCEITUAÇÃO
25
A TERAPÊUTICA HIPNÓTICA
26
HIPNOTERAPIA
26
HIPNOÁNALISE
27
HIPNIATRIA
27
HIPNODONTIA
27
HIPÓTESE E TEORIA A CERCA DO FUNCIONAMENTO DA HIPNOSE
28
O CEREBRO HIPNOTIZADO
28
HIPNOSE NA VIDA DIARIA
31
CONTRA INDICAÇÃO DA HIPNOSE
33
COSTELAÇÃO HIPNÓTICA
33
FENOMENOLOGIA DOS ESTADOS HIPNÓTICOS
34
· RELACIONADOS A MEMÓRIA
34
· IDEOSENSORIEDADE
35
· RACIOCÍNIOS SOBRE O FUTURO
36
· CONGNIÇÃO
36
· NOÇÃO DE TEMPO
36
COMO SE DESENVOLVE OS PROCESSOS MENTAIS
37
ESTÁGIOS DA HIPNOSE
42
ALGUMAS REGRAS PARA AÇÃO HIPNÓTICA
43
· REPETIÇÃO
43
· MONOTÔNIA
43
TESTE DE SUGESTIONABILIDADE
44
EXECUTANDO TESTES DE SUGESTIONABILIDADE
44
· TESTE DAS MÃOS
45
· TESTE DA OSCILAÇÃO
45
· PENDULO DE CHEVEREUL
46
· TESTE SENSORIAIS
46
· TESTE OLFATIVO
46
· TESTE TÉRMICO
46
MÉTODOS SUBJETIVOS DE INDUÇÃO HIPNÓTICA
47
MÉTODO DE BERNHEIM
47
MÉTODO DE MOSS
48
MÉTODO DA ESTRELA
49
ENTRANDO EM TRANSE HIPNOIDAL LEVE PRÓPRIO P/ HINOTERAPIA
50
MÉTODO DE BRAID
51
MÉTODO DE INDUÇÃO (VARIANTE DE BRAID)
51
MÉTODO DO OLHAR FIXO NUM PONTO
51
MÉTODO DO PESTANEJAMENTO SINCRÔNICO
52
MÉTODO DE AUTO-VISUALIZAÇÃO
52
MÉTODO DE ERICKSON E WOLBERG
52
M. DA INTERRUPÇÃO PADRÕES ESTABELECIDOS E AUTOMATIZADOS
53
MÉTODO DO BALÃO
53
MÉTODO DA AUTOSCOPIA
54
MÉTODO DE HIPNOSE RAPIDA
54
MÉTODO DE MILTO ERICKSON
54
MÉTODO DA LETARGIA
55
M. RESULTANTE DA ASSOCIAÇÃO DE VÁRIOS MÉTODOS
55
HIPNOTERAPIA ERICKSONIANA
56
A TERAPIA ESTRATÉGICA DE ERICKSON
57
INDUÇÃO DE RELAXAMENTO PROGRESSIVO
60
INDUÇÃO DA RESPIRAÇÃO
62
INDUÇÃO DE UM LUGAR AGRADÁVEL
63
INDUÇÃO DA LEVITAÇÃO DAS MÃOS
64
INDUÇÃO DA CONFUSÃO MENTAL
67
TÉCNICA DOS ESTADOS DE EGO
69
UMA NOTA SOBRE SUGESTÃO PÓS-HIPNÓTICA
71
TEC. DE BORBADEAMENTO DE CRASILNECK
72
· 1ª FASE: RELAXAMENTO PROGRESSIVO
73
· 2ª FASE: DESLOCAMENTO
74
· 3ª FASE: SUBMODALIDADE DA DOR
74
· 4ª FASE: ANESTESIA DE LUVA
75
· 5ª FASE: REGRESSÃO DE IDADE
75
· 6ª FASE: AUTO-ANÁLISE
76
IMAGENS
77
O QUE É TERAPIA MENTE E CORPO?
78
· PORQUE O CORPO SOFRE
78
· QUAL A AÇÃO NEUROFISIOLÓGICA EM UM ESTRESSADO?
78
O QUE É TREINAMENTO AUTÓGENO?
79
O CURSO NORMAL DO TREINAMENTO AUTÓGENO
79
A RESPIRAÇÃO
80
EXERCICIO PRATICO- TÉC. DE RELAXAMENTO PROGRESIVO DE SHULTZ
80
VIÉIS E FRAGMENTOS DA HIPNOSE NAS OBRAS DE FREUD
85
A HIPNOSE E A IGREJA CATÓLICA
89
FICHA CLÍNICA DE ANAMNESE
90
BIBLIOGRAFIA
92
INTRODUÇÃO
Com certeza vocês ficaram hipnotizados espontaneamente centenas ou milhares de vezes
 L.M Lê Cron, L´auto-hipnose
Considerando a redescoberta e importância da Hipnose como recurso auxiliar nas terapias e objetivando o aprimoramento profissional o IDEPH ( Instituto de Desenvolvimento das Potencialidades Humanas), promove este curso de Hipnose.
O Curso tem como objetivo mostrar o que é a hipnose a partir de sua evolução histórica e suas diversas teorias que analisam este fenômeno, desde sua origem até a contemporaneidade, bem como capacitar os participantes para o emprego de técnicas rápidas e modernas de hipnose, visando melhorar o seu desempenho profissional, e possibilitando ao paciente uma melhora, rápida da sua patologia. 
O presente material é parte do curso de hipnosePrática e Clinica promovido pelo IDEPH.
Algumas das induções aqui apresentadas são chamadas induções clássicas, portanto me servirei muito de Karl Weissmann, grande hipnostista de palco e de gabinete da década de 50, que em seu Livro O Hipnotismo, recapitula os textos e métodos clássicos das induções hipnóticas. 
Ao participante deste, não é suficiente apenas ter assistido o curso e ter feito uma leitura desta apostila para se tornar um grande hipnólogo, pois se assim o fosse, o cristão assistiria a missa ( ou culto), lia a Bíblia e já estava no céu, mas é preciso complementar seu cabedal com outras leituras, e mais do que nunca, é absolutamente essencial que aproveite cada oportunidade que se lhe depare, a fim de realizar cotidianamente uma ou mais experiências deste gênero. Aviso também que deve tornar-se perito em cada experiência antes de passar as outras.
O Hipnotismo é uma arte. É a arte de convencer. Hipnotizar é convencer e convencer é sugestionar. Só sugestiona quem convence e só quem convence hipnotiza. Quanto a mim sou apenas um hipnotizador, o que apresento aqui é apenas uma sugestão, caso queira, poderá desfrutar desta indução. Acredito eu, que após este curso sua visão em relação ao ser humano não será a mesma. Lembro, ainda de um ditado popular que diz: “cada cabeça é um mundo”, ou seja, se permitir-nos poderemos ao menos contribuir para um mundo melhor.
Jairon Batista
HISTÓRIA DA HIPNOSE
A história da hipnose, na realidade, iniciou-se antes da existência de qualquer relato escrito da história humana. Nas cerimônias religiosas e de cura de todos os povos primitivos que já habitaram este planeta existem elementos essenciais para induzir seus participantes em transe hipnótico. Assume-se, portanto, pelo estudo das cerimônias de povos primitivos ainda existentes na África, na Austrália e em outros lugares, que, mesmo antes da história começar a ser gravada, as induções eram realizadas através de cantos rítmicos, batidas monótonas de tambores, juntamente com o olhar fixo dos olhos acompanhado de catalepsia do resto do corpo.
Também nos achados da Antigüidade, existem textos, com mais de 4.500 a.C., nos relatando como os sacerdotes da Mesopotâmia, usavam o Transe - "um estado diferenciado da consciência usual" - para realizar diagnóstico objetivando curas. Os Antigos egípcios a 2000 a.C., já utilizavam empiricamente encantamentos, amuletos, imposição de mãos, sem se darem conta da imaginação e sugestão envolvidas nesses procedimentos.
Historicamente, os primeiros registros de práticas hipnóticas, remontam a 2400 a.C., na Índia e na Caldéia. Podemos identificá-las, também, na Pérsia, Babilônia, Assíria, Suméria, Egito, Grécia, Roma, nos antigos Hebreus, nos Deltas.
Nas cerimônias primitivas tinham como ponto essencial o foco central da atenção, com áreas neurológicas vizinhas de inibição, sendo estes dois fatores responsáveis por 95% da indução do transe hipnótico. Na realidade é sem importância que estas cerimônias sejam chamadas de religiosas, curandeirismo ou uma combinação de ambas. O fato é que o estado de transe existia e seu caráter era hipnótico, apesar de que a palavra "hipnose" jamais fora aplicada a ele antes de Braid cunhar o termo em 1842.
Todos aqueles que viajam através do mundo estão familiarizados com hindus, faquires, iogues, encantadores de serpentes, e adeptos da Magia no ocidente que induzem em si e em outros, estados catalépticos através da fixação dos olhos e de outras técnicas de mesmerismo, capazes de realizar proezas físicas e de eliminar a dor.
Séc. XXX aC. – Egito 
Os sacerdotes induziam um certo tipo de estado hipnótico.
Séc. XVIII aC. – China 
Induzia-se um certo tipo de transe hipnótico para se buscar a aproximação entre os pacientes e seus antepassados.
Mitologia Grega 
Asclépios aprendeu com Centauro Quíron um tipo de sono especial que curava as pessoas.
Séc. XI - Avicena (980-1037) 
Sábio filósofo e médico iraniano acreditava que a imaginação era capaz de enfermar e de curar pessoas.
"A imaginação pode fascinar e modificar o corpo de um homem, tornando-o doente ou restaurando-lhe a saúde".
Séc. XVI (1493-1541)
Philippe Bombast Von Hohenheim (Paracelsus) era médico e filosofo suíço, viveu de 1493 a 1541, e considerava que todos os seres humanos estavam sobre a ação do influxo sideromagnético dos astros. Para ele, considerado o pai da medicina hermética, o corpo humano se comportava como um verdadeiro íma, que podia atrair o fluxo dos astros e absorvêlo, bem como assimilar ou eliminar os elementos terrestres. 
O pólo norte do corpo humano corresponderia aos pés e o pólo sul aos genitais. Ele empregava minerais magnéticos para o tratamento das doenças e relatava várias curas. Em virtude das suas idéias Paracelso foi perseguido, tendo que ir de uma cidade para outra.(Marlus, p. 9)
Séc. XVIII 
Padre Gassner
É irônico o fato de que a história moderna da hipnose inicie-se não com um médico, mas com um membro do clero, um padre católico que viveu em Klosters. O Padre Gassner defendia a tese de que, de acordo com as crenças da época, os pacientes doentes estavam possuídos por demônios, que deviam ser banidos, antes que o paciente pudesse novamente gozar de boa saúde. Gassner obteve o consentimento da Igreja para suas ações através da afirmação de que Deus estava agindo através dele para expulsar os demônios que estavam possuindo seus infelizes pacientes.
Diferentemente de outros homens de sua época, o Padre Gassner não fazia segredos de seus métodos, e freqüentemente permitia que médicos observassem-no administrando seu tratamento. Os médicos que se apresentavam para observá-lo em ação eram conduzidos a uma sala parecida com um pequeno teatro onde se acomodavam, e então o paciente era posicionado numa espécie de palco no centro desta sala para esperar pelo Padre Gassner. Com o objetivo de melhorar ainda mais o espetáculo, no ‘timing’ de sua entrada, Gassner caminhava até a plataforma através de um longo promontório negro, segurando um grande crucifixo de "ouro" com a mão estendida ao alto. O paciente era de antemão avisado que quando o Padre Gassner o tocasse com o crucifixo, ele prontamente cairia ao chão e permaneceria ali esperando novas instruções. Os pacientes de Gassner eram instruídos a "morrer" enquanto jaziam prostrados ao chão, e que durante este período de "morte" Gassner expulsaria os demônios de seus corpos, devolvendo-lhes a vida normal novamente. (Esta idéia de renascimento permeia tanto a hipnose quanto a religião, inclusive suas formas mais primitivas.
Depois que algum médico examinava o paciente, não sentindo seu pulso, não ouvindo as batidas do coração e dando-o como morto, o Padre Gassner ordenava que o demônio partisse e, logo após, o paciente ‘ressuscitava’ e se levantava completamente curado. É dito que Mesmer assistiu várias performances do Padre Gassner por volta de 1770, sendo depois responsável pela introdução do fenômeno na prática médica.
Séc. XVIII – Franz Anton Mesmer (1734-1815)
Inaugurou a fase científica da hipnose. O início da história formal da hipnose se deu em 1765 com os trabalhos de Mesmer com seu magnetismo animal...
Franz Anton Mesmer, filho de um guarda florestal, nasceu em 23 de maio de 1734, em Iznang, no Lago Constance, Alemanha. Ele estudou nas Universidades de Dillingen e Ingolstadt, na Áustria, onde recebeu seu Ph.D., estudando Direito posteriormente. Recebeu seu grau de Doutor em Medicina no ano de 1766, depois de apresentar um artigo com o título de 'De Planetarum Influx' (Sobre a Influência dos Planetas). Dois anos depois de sua graduação, Mesmer casou-se com a rica viúva de um Tenente-Coronel do exército, de nome Marie Anna Von Posch, em 10 de janeiro de 1768. Incapaz de aceitar a hipótese do Padre Gassner de que os pacientes eram possuídos por demônios, Mesmer acreditava que de alguma maneira o crucifixo de metal empunhado por Gassner fosse talvez o responsável pela magnetização do paciente; então desenvolveu suas idéias e explicou os resultados na teoria do magnetismoanimal, testada pela primeira vez em 1773, em uma jovem de 28 anos, Franziska Osterlin, que por acaso se casou com Fredrich Von Posch, enteado de Mesmer. Mesmer publicou seu primeiro relato da cura magnética em 1775, sob o título de Schreiben Uber die Magnetiker. Apesar de sua fama continuar a se espalhar, ele foi forçado a deixar Viena após o famoso caso Paradis, no qual o Dr. Von Stoerck e o Dr. Barth foram seus oponentes. Em 1777, Maria Theresa Paradis, uma jovem pianista cega, e favorita da Imperatriz da Áustria, que recuperou sua visão depois de ser tratada por Mesmer, apesar do fato de ter estado por dez anos sob os cuidados do maior especialista em olhos da Europa, o Dr. Von Stoerck, sem qualquer melhora. Influenciada por médicos ciumentos, a mãe da criança afastou-a dos cuidados de Mesmer antes da cura estar completa. Numa cena de emocionalismo, a mãe deu um tapa no rosto da criança por ela não querer deixar a clínica do Dr. Mesmer, fazendo com que a cegueira histérica se reafirmasse.
No entanto, a influência de Mesmer ainda era grande o bastante para garantir uma recomendação do Ministro do Exterior austríaco à Embaixada Imperial em Paris, para onde se mudou em fevereiro de 1778. Ele fundou uma clínica com D'Eslon, na Place Vendôme, e publicou seu famoso livro em 1779, Mémoire Sur La Découverte Du Magnetisme Animal.
Em 1784, o governo francês investigou Mesmer, declarando-o um farsante. Entretanto, Benjamin Franklin, que era membro do comitê de investigação, escreveu o relatório da minoria, que afirmava que o fenômeno era digno de maiores considerações. Outros membros da comissão eram Jussieu, famoso por sua ligação com os Twilleries; Guillotin, o inventor da guilhotina, que leva seu nome; e Lavoisier, o famoso químico francês cujo nome ainda é familiar aos americanos como o nome de uma marca de antisséptico bucal! 
A descrição fascinante de Esdaile a respeito da investigação afirma que ele acreditava que o veredito era justo o bastante, considerando a natureza das provas apresentadas aos membros da comissão. Ele continua afirmando: “...mas entretanto, (tal é a falibilidade humana), neste caso, summum jus também era summa injuria; a verdade foi sacrificada à falsidade, como penso que se tornará claro de uma rápida análise dos procedimentos. Este provavelmente não será tempo perdido, pois tenho ouvido cavalheiros inteligentes dizerem que o relato dos filósofos franceses ainda decidiam suas opiniões. 
Eles tinham uma série de axiomas sobre o Mesmerismo que lhes foram apresentados, cuja verdade eles examinariam e a eficácia de certos processos deveria ser provada para sua satisfação através de experimento.
O objetivo dos Mesmeristas parece ter sido tentar convencer a comissão de que Mesmer possuía um segredo digno de ser aprendido, e ao mesmo tempo continuar a guardá-lo para si ocultando sua extrema simplicidade sob o manto de um complicado mecanismo e vários tipos de teatralismos. D'Eslon, aluno de Mesmer, propôs suas leis do Magnetismo Animal desta forma:
I. O magnetismo Animal é um fluído universal, constituindo um polônio absoluto na natureza, e o meio de toda influência mútua entre os corpos celestes, e entre a terra e os corpos animais. Esta é uma afirmação muito exagerada.
II. É o fluído mais sutil na natureza, capaz de fluxo e de refluxo, e de receber, propagar, e dar continuidade a todas as formas de movimento.
III. O corpo animal está sujeito às influências deste fluído através dos nervos, que são imediatamente afetados por ele. Não vemos outra maneira no presente.
IV. O corpo humano possui pólos e outras propriedades, análogas ao ímã. A primeira proposição jamais foi provada, e admite tudo como sendo correto; e na segunda existe apenas probabilidade.
V. A ação e a virtude do magnetismo animal pode ser transmitida de um corpo a outro, quer animado ou inanimado. Isto está correto, no que diz respeito às relações entre corpos animados; e estes podem também impregnar substâncias inanimadas.
VI. Opera a uma grande distância, sem a intervenção de qualquer pessoa. Verdadeiro. 
VII. É aumentado e refletido por espelhos, transmitido, propagado e aumentado pelo som, e pode ser acumulado, concentrado, e transportado. 
VIII. Não obstante a universalidade deste fluído, todos os corpos animais não são afetados por ele; por outro lado existem alguns, apesar de que pequeno em número, cuja presença, destrói todos os efeitos do magnetismo animal. A primeira parte está correta, a última não é improvável.
IX. Por meio deste fluído, doenças nervosas são curadas imediatamente, e outras medialmente; e suas virtudes, de fato, estendem-se à cura universal e a preservação da Verdade da humanidade, a um grau tão elevado, que ainda não sabemos o quão longe poderá ir.
Surpreende o fato de que a comissão desdenhosamente recusou tamanha quantidade de asserções absolutas e de teorias insustentáveis, com certeza temperadas com verdade, porém tão diluídas e obscurecidas a ponto de se tornarem irreconhecíveis? Como uma testemunha de Bengala, D'Eslon não se contentou em simplesmente dizer a verdade, mas acrescentou por conta própria tantas invenções corroboradoras a ponto de ninguém saber em que acreditar, e o caso foi encerrado como indigno de posterior investigação. Ele arruinou a si e a sua causa também, (talvez por ignorância) ao carregar a verdade com um pacote de maquinarias espalhafatosas, através das quais esperava que o poder da natureza penetrasse. Mas a Natureza, como um camelo sobrecarregado, virou-se contra seu condutor, jogando a si e sua parafernália de plataformas magnéticas, bastões e cordas condutoras, pianos, árvores e baldes magnetizados, na lama; e a verdade retirou-se em desgosto para o fundo de seu poço, para lá permanecer até que homens mais honestos pudessem novamente extraí-la para surpreender e beneficiar o mundo.
Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, se as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do paciente e uma atenção e paciência sustentada por parte do operador. O processo sendo natural, quanto mais as partes estiverem num estado natural, melhor: os corpos de meus pacientes estando despidos, e suas cabeças geralmente raspadas, provavelmente não é de pouca conseqüência nos procedimentos…"
Existem algumas asserções muito importantes neste excerto do livro de Esdaile. Em primeiro lugar, ele certamente salienta claramente a razão por que a comissão rejeitou o fenômeno como sendo indigno de posteriores investigações. 
Segundo: ele também ilustra a questão de forma dupla através do acréscimo de um número de suas próprias concepções erradas, concepções estas que no entanto eram aceitas como verdadeiras em sua época, no que diz respeito à prática médica. Terceiro: ele sumariza uma teoria realmente astuta e brilhante em apenas uma sentença: ‘Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, se as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do paciente e uma atenção e paciência sustentada por parte do operador.’ Quarto: ele faz uma observação que poderia servir para outros experimentos: O processo sendo natural, quanto mais as partes estejam num estado natural, melhor. Isto poderia ser conseguido de uma forma melhor por outros meios que não a mera nudez, apesar de que, talvez, possivelmente o fato de estar nu, o indivíduo psicologicamente está "sem defesa", ou mais "submisso". Meu método favorito de indução é levar o paciente com todos os seus sentidos para uma viagem a uma área de floresta primitiva, cheia de paz e quieta, tranqüila e calma, onde a concentração e o relaxamento são maiores. Os espíritos da obediência passiva, bem como da viagem à vastidão da natureza para buscar comunhão com Deus, fazem parte de toda grande religião do mundo.
O acima já é o suficiente no que tange ao relatório da comissão que teve como seu principal efeito a denúncia de Mesmer, seus métodos e suas teorias, apesar de que suas teorias estavam, na realidade, sendo mais julgadas doque seus métodos.
Depois de ser denunciado em Paris, a popularidade de Mesmer rapidamente diminuiu, e então ele viajou para a Inglaterra, Itália e Alemanha, retornando para uma rápida visita a Paris antes do início da revolução. Ele então estabeleceu-se em Frauenfeld, na Suíça, até o verão de 1814, quando mudou-se para Morsburg, onde faleceu no dia 5 de março de 1815.
Não é de conhecimento geral, mas no entanto verdadeiro, que Mesmer e seu filho publicaram trabalhos sobre o magnetismo animal, e até mesmo hoje cópias destas obras completas podem ser obtidas.
Quando os pacientes de Mesmer eram colocados em banheiras cheias de água e de limalhas de ferro das quais sobressaíam-se varas maiores de ferro, Mesmer sugeria a eles que, quando os tocasse com seu bastão magnético, eles se tornariam magnetizados e eventualmente entrariam num estado de "crise" do qual sairiam curados. Seus pacientes invariavelmente se curavam e Mesmer considerava a crise uma necessidade absoluta para a cura. Mesmer era uma figura muito imponente com seus longos robes, segurando seu bastão magnético e passando de quarto em quarto em sua clínica. Seus métodos de magnetismo, portanto, permaneceram inqüestionados e seu discípulo e aluno de boa fé, o Marquês de Puysegur, colocava pacientes em um transe que chamava de sonambulismo artificial, no qual os pacientes não entravam num estado de crise, mas num estado de calmo relaxamento. (O Marquês havia se esquecido de sugerir de antemão aos seus pacientes que eles experimentariam um ‘ataque’!)
Marquês de Puysegur
Discípulo de Mesmer (Armand Marie Jacques de Chastenet) conhecido como Marquês de Puysegur, tratando separadamente um paciente de 23 anos de idade de nome Victor Race, em 1784, observou que ao invés de o mesmo apresentar convulsões como ocorria com os pacientes de Mesmer, ele dormia tranqüilamente e durante esse sono podia falara, responder ordens, e após ser acordado não lembrava de nada. Então denominou esse estado de sonabulismo artificial por analogia ao sonambulismo do sono fisiológico. Foi responsável pela descrição das três características fundamentais da Hipnose: 1) concentração dos sentidos no operador, 2) aceitação das sugestões sem questionamento, e 3) amnésia em relação a acontecimentos em transe. 
Séc. XVIII (1756-1819) José Custódio de Faria.
Sacerdote português, nascido em Condolim de Bardez (Goa), Ídia Portuguesa, chegou em Paris por volta de 1813, e considerava que não podia haver influência de um “fluido” nas experiência do marquês de Puységur. Para o abade Faria era a vontade do paciente que conduzia ao que chamava de “sono lúcido”. Faria foi o primeiro a afirmar que a vontade receptiva do paciente e o rapport entre o paciente e o magnetizador determinava a formação do processo de cura. No entanto, a popularidade de Mesmer estava tão bem estabelecida que a hipótese de Faria foi logo esquecida. 
O Dr. Wolfart, a pedido do governo da Prússia, viajou de Berlim para Frauenfeld em 1812, para investigar Mesmer e para aprender tudo o que o que fosse capaz a respeito do magnetismo animal, trazendo posteriormente este conhecimento para a Universidade de Berlin. No mesmo período, Koreff já estava em Paris numa missão semelhante. O Mesmerismo espalhou-se rapidamente através da Europa, incluindo a Suíça, a Itália e até mesmo os países Escandinavos. Isto produziu muitos especialistas, incluindo Eschenmayer, Kerner, Lallemant, Schelling, Passavant, Kluge, Pace, Ostermeyer, Pfaff, Pezold, Selle, Bartels e muitos outros.
Séc. XVIII (1795-1843) James Braid
Nascido em Fifeshire na Escócia, adepto do ocultismo, médico oftomologista e cirurgião de Manchester, Inglaterra, apareceram os primeiros conceitos científicos sobre o hipnotismo. No dia 13 de novembro de 1841, um magnetizador francês chamado La Fontaine, que demonstrou o Mesmerismo, introduziu James Braid pela primeira vez ao Mesmerismo (teoria baseada no magnetismo animal) e aos experimentos mesméricos numa reunião acontecida naquele dia. Uma descrição completa desta reunião pode ser encontrada por escrito juntamente com uma história detalhada da atividade de Braid, no livro de Bramwell, Hypnotism, Its History, Practice and Theory. Seis dias depois assistiu novamente e, o fato do indivíduo não poder abrir as pálpebras lhe chamou atenção. Braind achou que ali estava as causas dos fenômenos, e ao voltar para casa fez experiências com a sua esposa, um amigo e um criado. Pediu para que olhasse fixamente um determinado ponto brilhante até que seus olhos entregassem extenuados ao reposo. A partir desse momento teve em suas mãos essas pessoas “magnetizadas”. As primeiras conclusões de James Braind foram:
a)O fenômeno do mesmerismo era puramente subjetivo e não dependia de qualquer poder mágico, de nenhuma influência astral, de qualquer fluido mineral ou animal, nem sequer de qualquer influencia da pessoa do operador; 
b) esses fenômenos deviam-se exclusivamente à natureza física, mecânica e funcional, produzindo alterações nos órgãos dos sentidos, especialmente na visão, levando a um esgotamento do centro visual pela estimulação continuada e monótona;
c) introduziu o método de indução da fixação do olhar, que ainda hoje pode sesr utilizado, com ou sem modificações.
James Braid é mais conhecido pelo fato de ter renomeado o Mesmerismo para "Hipnotismo", em 1842, com base na palavra grega "Hypnos", que significa "sono", e por ter se oferecido a apresentar um documento a seu respeito numa reunião da British Medical Association, em Manchester, que recusou. Apesar disso, ao contrário de Mesmer, ele manteve uma boa reputação profissional em sua comunidade durante toda sua vida, e não apenas ficou conhecido como um excelente hipnotista, mas também como foi amplamente aclamado por suas cirurgias de pé plano (chato) e outras deformidades. No final de sua vida, Braid concluiu que o hipnotismo não era um verdadeiro sono, mas uma concentração da mente, e tentou mudar o nome para monoideísmo. Mas, na época, "Hipnose" e "Hipnotismo" já eram palavras bem enraizadas em todas as línguas da Europa, abandonando por fim este esforço de mudar o nome. 
Ele cultivou a prática e o interesse no hipnotismo durante toda sua vida, escrevendo vários documentos e monografias sobre o assunto. Apesar de Braid ser mais conhecido por ter renomeado a arte de Mesmer para hipnotismo, ele também foi responsável por várias idéias que ainda persistem até o presente.
 Estas são como descritas a seguir:
1: Que a hipnose é uma ferramenta poderosa que deveria ser limitada somente aos profissionais da medicina e da odontologia. 
2: Que apesar de ter o hipnotismo sido capaz de curar muitas doenças para as quais antes não havia remédio, não era, no entanto, uma panacéia, mas era apenas uma ferramenta médica que deveria ser usada em combinação com outras informações médicas, drogas, remédios, etc., para apropriadamente tratar os pacientes. 
3: Que em mãos qualificadas não há grande perigo associado ao tratamento com a hipnose, nem sequer dor ou desconforto. 
4: Que muitos estudos e pesquisas seriam necessários para compreendermos por completo vários conceitos teóricos a respeito da hipnose.
Estes enunciados filosóficos eram extremamente sólidos, especialmente para um médico que viveu no século XIX e que possuía conhecimentos limitados, disponíveis naquela época. O fato de que estes conceitos permaneceram virtualmente imutáveis até hoje demonstra, claramente, o brilhantismo deste grande médico e hipnotista de Manchester.
John Elliotson
Tal como Braid, Elliotson graduou-se em medicina em Edinburgo, mas continuou seus estudos no continente e em Cambridge e no Sir Guy's Hospita. Ele nasceu em 1791 e morreu no dia 29 de julho de 1868, após uma longa doença, na casa de seu amigo, o Dr. Symes, um aluno formal. Assim como Braid, Elliotson foi um brilhante médico, palestrante e Professor de Medicina. A fama de Elliotson, entretanto, até mesmo excedeu a de seu predecessor, o Dr. Braid, pois Elliotson chegou ao topo da vida acadêmica de Professorado em Medicina naUniversidade de Londres. Ele também foi nomeado Presidente da Royal Medical and Surgical Society, e foi um dos fundadores do University College Hospital, em Londres.
Ele introduziu o estetoscópio na Inglaterra, juntamente com os métodos de se examinar o coração e os pulmões da forma que são utilizados até hoje. Uma história completa de sua vida aparece também no livro de Bramwell.
Elliotson é mais conhecido pelo fato de ter estabelecido o primeiro periódico a tratar do hipnotismo, em 1846. Esta revista tinha o título de ‘The Zoist’, e cópias completas de seus números ainda podem ser obtidas através de algumas fontes. Ele foi expulso do University College Hospital por ter escolhido a hipnose como o assunto do discurso Harveiano de 1846. Neste discurso, Elliotson citou esta passagem memorável das obras de Harvey: "Os verdadeiros filósofos, compelidos pelo amor à verdade e à sabedoria, nunca se imaginam tão sábios e cheios de si a ponto de não se renderem à verdade, de qualquer fonte e a qualquer tempo; nem possuem eles mentes tão estreitas a ponto de acreditar que qualquer arte ou ciência nos foi transmitida por nossos predecessores em tal estado de perfeição a ponto de nada restar para futura dedicação".
Elliotson aplicou então as palavras de Harvey à ciência do Hipnotismo e afirmou em termos nada duvidosos que era o dever dos médicos daquela época analisar cuidadosamente e com isenção sua pesquisa sobre o assunto. Muitos artigos interessantes foram publicados em seu periódico The Zoist, que foi publicado trimestralmente de abril de 1843 até 31 de dezembro de 1855. Durante treze anos, artigo após artigo foi publicado por Elliotson, Esdaile e muitos outros médicos brilhantes da época, testemunhando os excelentes resultados do tratamento com hipnose para insanidade, epilepsia, histeria, gagueira, nevralgia, asma, torcicolo, dores de cabeça, dificuldades funcionais do coração, reumatismo, tic doloroso, cólicas espasmódicas, ciática, lumbago, paralisia, convulsões, inflamações agudas dos olhos e dos testículos, e relatos de centenas de operações sem dor, desde a remoção de uma catarata até a amputação do pênis, a qual James Esdalie relatou dois casos. Parker (que originou a expressão "Parker Sem Dor") relatou cerca de 200 operações sem dor na Exeter, uma instituição que Elliotson ajudou-o a fundar. Elliotson era excelente no campo da hipnose infantil, e trabalhou com muitas crianças e com muitas doenças infantís, tais como Dança de São Vito, coréia, tiques e outras enfermidades. Ao contrário de Braid, no entanto, Elliotson continuou a acreditar na clarividência e outros fenômenos místicos até sua morte.
James Esdaile
O Dr. James Esdaile provavelmente realizou mais operações cirúrgicas sob hipnoanestesia do que qualquer outro médico, pelo menos até a presente época. Ele era um homem de extrema perspicácia e inteligência que trabalhou a maior parte de sua vida na Índia, e provavelmente é mais conhecido por seu trabalho com a hipnose do que qualquer outro homem, com a possível exceção do próprio Mesmer. Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1808, filho de um ministro, e como Elliotson e Braid, estudou em Edinburgo, onde graduou-se em 1830, obtendo um cargo na East India Company.
Esdaile realizou sua primeira operação sob hipnose no dia 4 de abril de 1845, em um hindu condenado à prisão que tinha dupla hidrocele, no hospital de Hooghly. Após realizar 75 operações sob hipnoanestesia, ele escreveu à junta médica, porém sua carta não foi nem sequer reconhecida. Mais tarde, no final daquele mesmo ano, tendo mais de cem operações em seu crédito, ele contatou Sir Herbert Maddock, o então vice-governador de Bengala, que nomeou um comitê de investigação composto primariamente de médicos.
Ao receber o relatório favorável deste comitê, o Governador então colocou Esdaile como responsável de um pequeno hospital experimental próximo a Calcutá, para que ele pudesse dar continuidade em sua pesquisa sobre a hipnose, sejam quais fossem os valores que esta pudesse ter. Esdaile iniciou sua pesquisa em novembro de 1846, com os seguintes médicos nomeados para auxiliá-lo: R. Thompson, D. Stuart, J. Jackson, F Mouatt, R. O'Shaughnessy. E, ao final do primeiro ano do trabalho experimental de Esdaile, ele já tinha mais 133 operações em seu crédito, bem como um grande número de casos médicos. Os relatos daqueles que visitaram a instituição continuaram a ser favoráveis, e, portanto, com o continuado apoio do vice-governador, Esdaile foi então indicado para trabalhar no Lane Hospital and Dispensary de Sarkea, para dar continuidade ao seu trabalho e expandi-lo para outros campos da medicina.
A fama de Esdaile espalhou-se para todos os cantos, e certa vez ele afirmou com sinceridade que havia feito mais operações em tumores escrotais em um mês do que todas as que aconteceram em todos os hospitais de Calcutá em um ano inteiro. Alguns médicos locais que achavam seus pacientes serem histéricos, criticaram-no nas revistas médicas. 
O comentário de Esdaile quanto a isto foi que o seu próprio relato dos casos ainda era digno de nota, nem que se fosse como um exemplo de uma epidemia da insanidade. Seu senso de humor o acompanhou até quando deixou a Índia, em 1851. Ao deixar aquele país, ele tinha milhares de operações sem dor em seu crédito, e cerca de 300 grandes operações, todas executadas com a hipnose.
Enquanto estava na Índia, o clorofórmio foi introduzido como um anestésico e depois de ter deixado a Índia, um prêmio de dez mil dólares foi oferecido em 1853 ao descobridor das propriedades anestésicas do éter, que foi descrito como o primeiro dos anestésicos. Esdaile enviou uma carta revoltada de protesto contra isso, chamando a atenção ao fato de que ele havia realizado cirurgias sem dor com o Mesmerismo anos antes que qualquer pessoa tivesse ouvido falar do éter. (A propósito, o clorofórmio surgiu antes do éter.)
Desgostoso com a Índia, e "não dando a mínima" a respeito de uma grandiosa prática em Calcutá, Esdaile retornou a Perth, o lar de seu pai, onde estabeleceu-se e permaneceu até desenvolver uma doença nos pulmões (tuberculose?), mudando-se então da Escócia para a cidade de Sydenham, na Inglaterra, onde morreu com a idade de 50 anos, no dia 10 de janeiro de 1859. Suas obras foram numerosas, mas talvez a mais famosa seja um livro originalmente entitulado Mesmerism in India, e posteriormente publicado sob o título Hypnosis in Medicine and Surgery. Neste livro, ele não apenas relatou 73 operações sem dor, mas também descreveu 18 casos médicos de paralisia, lumbago, ciática, convulsões e tic doloroso, além de informar o público sobre a hipnose. Ele atacava a estupidez de certos médicos que eram cegos para quaisquer novas idéias, citando a frase em latim "Stare super vias Antiquas", para descrever tais médicos. Ele chegou ao ponto de dizer que, como um amante da verdade por si só, ele ficava pouco satisfeito quando seus amigos lhe diziam: "Eu acredito porque você está dizendo". Ele achava que esta era uma crença estéril e constantemente procurava médicos para demonstrar-lhes sua recém descoberta ferramenta médica. O médico Jacob Conn, da Universidade de Medicina Hopkins, afirmou que ninguém trabalhou mais diligentemente do que James Esdaile para trazer o valor da analgesia e da anestesia hipnótica à atenção dos profissionais da medicina. A obra de Esdaile evidentemente se pagou, pois a Associação Médica Britânica relatou favoravelmente em 1891 que "Como um agente terapêutico, o hipnotismo é com freqüência eficaz no alívio da dor, proporcionando sono e suavizando muitas indisposições funcionais".
Dr. Ambroise-Auguste Liebeault
Liébeault é descrito pelos seus biógrafos como um homem sereno, bondoso e estimado pelos pobres, que o chamavam Lebon père Liébeault. Dizia Liébeault aos seus clintes, em quase sua totalidade humildes camponeses: “ Se desejais que vos trate com drogas, o farei, mas tereis de me pagar antes. Se, entretanto, me permitis que vos hipnotize, farei o tratamento de graça”. Ao método de fixação ocular de Braid,liébaul acrescentou o da sugestão verbal.
Liebeault é amplamente conhecido como o "Pai da Hipnose Moderna". A razão para isto é, antes de tudo, ter sido Liebeault o homem que concluiu e publicou a observação de que todos os fenômenos do hipnotismo são subjetivos em origem. Liebeault foi um humilde médico francês que, apesar de ser desinteressado pela pesquisa de uma maneira geral, foi, no entanto, um gênio na terapêutica. Ele manteve a prática médica de forma constante no campo, que o manteve ocupado dia e noite até receber seu diploma em medicina em 1850. Sua prática no hipnotismo era quase totalmente gratuita, e por causa disto obteve o sereno respeito de todos que o conheciam. Ele nasceu em 1823, começou seus estudos em medicina em 1844, e iniciou seus experimentos com o hipnotismo em 1848, mesmo antes de ter concluído a universidade. Após ter completado várias sessões terapêuticas de hipnose, ele escreveu um livro que demorou dois anos para ser concluído. O ceticismo no entanto, era tão grande que ele vendeu apenas uma cópia, e foi para Bernheim. Em 1882, Liebeault curou um caso obstinado de ciática, que Bernheim havia tratado sem resultados por cerca de seis meses. Em parte por causa de sua curiosidade, e em parte porque queria expor Liebeault como um charlatão, Bernheim comprou o livro e viajou para se encontrar com ele, convencido de que de fato Liebeault era um charlatão. Entretanto, Bernheim ficou tão impressionado pelo seu trabalho a ponto de decidir ficar com ele e dele tornou-se um devotado aluno e amigo por toda a vida. Bernheim e Liebeault, então, publicaram juntos outro livro, que foi amplamente aclamado. Isto assim o foi especialmente por causa do grande número de fascinantes históricos dos casos de Liebeault.
Enquanto Parker e seus contemporâneos estavam primariamente interessados na cirurgia sem dor, Liebeault invadiu todos os campos da medicina, sendo de fato o médico mais importante na ampliação do escopo da terapêutica através do uso da hipnose. Uma descrição excelente da clínica de Liebeault aparece no livro de Bramwell.
Liebeault tornou-se um adepto da hipnose rápida e, de fato, foi um dos primeiros a perceber que para a maior parte dos casos de hipnoterapia, um transe profundo era desnecessário, fato assinalado com freqüência pelo Dr. S. J. Van Pelt. Ao contrário, Liebeault induzia seus pacientes com não mais do que um aceno de sua mão e uma frase rápida, tal como "Durma, meu gatinho"; sugeria que os sintomas mórbidos se fossem e permitia que os pacientes acordassem quando desejassem. Ele atendia centenas de pacientes, raramente demorando-se mais do que quinze minutos com eles. Bramwell afirma que todos os pacientes de Liebeault melhoravam ou se curavam, após seus tratamentos de sugestão rápida.
 Liebeault, com a assistência de Bernheim, estabeleceu o que ficou conhecida como a "Escola de Nancy". Este foi um período de desenvolvimento da hipnose durante o qual uma grande quantidade de trabalhos experimentais foram feitos com muitos tipos de indução.
Ao mesmo tempo que Liebeault estava meramente usando a palavra "durma", com um gesto de sua mão, Charcot, por outro lado, estava violentamente tocando gongos e piscando ‘luzes de drummond’.
Os alemães Weinhold e Heidenhain preferiam o tique-taque de um relógio, e Berger usava chapas quentes de metal. As idéias do magnetismo e dos processos magnéticos ainda não haviam desaparecido por completo. Apesar de Liebeault explicar os fenômenos como sendo subjetivos, Piteres sustentava que certas partes do corpo eram particularmente sensíveis ao estímulo da pele, e estas assim chamadas zonas hipnóticas que foram descritas por ele, existiam, algumas vezes, em apenas um lado do corpo e, em outras, em ambas.
Moll afirmou ter ele mesmo visto muitas pessoas serem hipnotizadas apenas quando suas testas eram tocadas. Purkinje e Spitt afirmaram que toques na testa induziam um estado sonolento em muitas pessoas. A técnica de balançar o berço para induzir crianças era bem conhecida, e Eisenhart mencionou que o toque na testa era uma excelente técnica de indução em crianças. Hirt usava com freqüência a eletricidade para induzir a hipnose, e Sperling, um contemporâneo de Bramwell e de Moll, descreveu os transes hipnóticos dos Dervixes que havia visto em Constantinopla (atual Istambul). Drzewiecki sentiu que havia uma diferença na suscetibilidade à hipnose por causa da nacionalidade, e chegou a afirmar que os russos eram mais facilmente hipnotizáveis do que qualquer outro povo. Entretanto, percebeu-se mais tarde que nem nacionalidade e nem sexo contavam na habilidade de uma pessoa ser hipnotizada. Foi somente depois de Liebeault atingir uma idade avançada e ter-se aposentado da medicina, que ele desfrutou um pouco da aprovação que certamente lhe era devida. Ele não buscou e nem fez fortuna. Até sua morte, permaneceu feliz e tranqüilo, cônscio de uma vida bem vivida no tratamento dos pobres.
O Dr. Bernheim, da Escola Nancy, é talvez mais conhecido pela propaganda do uso da hipnose. Apesar de ter Liebeault sido responsável pela ampliação da terapêutica, seu livro nunca foi amplamente lido. No entanto, quando Bernheim publicou seu livro sobre hipnose (com os históricos dos casos de Liebeault), este foi imediatamente aceito em todos os lugares. De fato, não obstante a tremenda reputação de Charcot e de seu pioneirismo com a Escola de Salpêtrière, mais e mais pessoas adotaram o modo de pensar da Escola Nancy. A disputa médica continuou através de todo o século XIX e até o início do século XX, com cada lado reivindicando vitórias na explicação da hipnose. Bernheim simplesmente pedia ao paciente para olhar para ele, não pensar em nada além de sono, e então dizia-lhe: "Suas pálpebras começarão a ficar pesadas, seus olhos estão cansados e começam a piscar, eles estão ficando úmidos, seus olhos não podem ver distintamente, e eles estão fechados." Se o paciente não fechasse seus olhos e caísse no sono quase imediatamente, como acontecia com muitos, ele então repetiria o processo até ser bem sucedido. Caso os pacientes não mostrassem quaisquer sinais de sono ou entorpecimento, ele então lhes asseguraria que o sono não era essencial e que a influência hipnótica poderia ser exercida sem ele. Bernheim inspirou centenas de médicos-hipnotistas famosos, tais como Von Schrenk, Noltzing, Babinski e muitos outros. Charles Richet foi reconhecido como o introdutor do método de indução com o pressionar dos polegares e das mãos juntas.
(1825—1893) Jean Martin Charcot
Jean Martin Charcot, o famoso neurologista francês, tratava de pacientes histéricos no hospital dela Salpêtrière em Paris, deduzia que a hipnose era uma manifestação histérica. E, ainda, que a hipnose era obtida essencialmente por meios físicos, dando mínimo ou nenhum valor à sugestão. É óbvio que foram dois grandes erros desse famoso neurologista, que segunda a história, nunca teria hipnotizado ninguém porque seus pacientes histéricos eram preparados pelos seus assistentes. 
Nasceu em 1825 e morreu em 1893. Era muito bem conhecido pelos profissionais de medicina por tantas e variadas realizações, e sua biografia é tão fácil de ser obtida que nenhum estudo detalhado a seu respeito será dado aqui. Ele provavelmente foi o médico mais famoso a adotar o hipnotismo naquela época e, além de seu trabalho com o hipnotismo, era conhecido pelo banho de Charcot, pela doença de Charcot, pela junta de Charcot, pela síndrome de Charcot, etc., bem como pelo tipo de dente Charcot-Marie, e seu trabalho com a atrofia muscular neuropática progressiva, de conhecimento de todos os estudantes de medicina.
A Síndrome de Charcot-Weiss-Barber (síndrome do seio da carótida) e o sinal Charcot-Vigouroux também são bastante conhecidos. Vários cristais foram nomeados em homenagem a Charcot, incluindo os cristais Charcot-Leyden, os cristais Charcot-Neuman e os cristais Charcot-Robin. Apesar de sua grande fama no campo da medicina, ele mergulhou no hipnotismo sem a costumeira pesquisa cuidadosa que cercava seus outros trabalhos.Conseqüentemente, sua reputação enfraqueceu quando suas teorias de que a hipnose era um estado patológico que enfraquecia a mente foram mais tarde desaprovadas pela Escola Nancy de Medicina. De fato, quando Charcot morreu, Babinski denunciou muitas das curas de Charcot, afirmando que algumas foram na realidade falsificadas, e outras invenções da imaginação de Charcot. O amargo ataque de Babinski contra Charcot, mais do que qualquer outra coisa, foi responsável pelo declínio do uso da hipnose na França. Este declínio continuou até tempos modernos, com apenas algumas exceções, tal como Pierre Janet e o Dr. Joseph Morlaas, que usaram a hipnose até que esta fosse oficialmente introduzida nas escolas francesas de medicina, em 1958.
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Josef Breuer
Até a época de Breuer, a hipnose havia primariamente sido usada para o alívio da dor em cirurgias, e esta de acordo com o método de Liebeault, que simplesmente sugeria que os sintomas se fossem. Entretanto, por volta de 1880, Breuer fez uma descoberta acidental que mudou os métodos da hipnoterapia. Na verdade esta descoberta não apenas mudou os métodos da hipnoterapia, mas na realidade introduziu uma arte completamente nova em si, pois foi a obra de Breuer que atraiu Freud e o direcionou aos métodos da psicanálise que são tão comuns hoje em dia aos psiquiatras.
Breuer estava tratando uma paciente a qual chamou de Anna O.. O caso é longo e complexo, sendo bem conhecido de todos os estudantes de psiquiatria. Durante uma parte da terapia, eles descobriram, para grande agonia da paciente, (e Anna O. era uma paciente histérica com muitos problemas e muito diferenciados) que ela não conseguia beber água. Na verdade, não importava a intensidade da sede que ela sentia, ela sentia que era uma impossibilidade física engolir água. Devido a isso, ela sobreviveu por alguns meses comendo frutas aquosas e melões, até que, durante uma sessão de hipnose, ela revelou num ataque de raiva, como, para sua grande aversão, uma ex-governanta havia deixado um cão beber água que estava num copo, em sua presença. Tão logo acordou do transe, ela imediatamente pediu água a Breuer, esvaziando o copo com facilidade. Isto fez com que Breuer concluísse que a simples recordação das experiências traumáticas do passado (do cão bebendo água num copo) foi responsável pela remoção dos sintomas. Depois de chegar a esta conclusão, Breuer tentou então associar todos os sintomas dos pacientes com experiências traumáticas no passado. Depois de trabalhar com Anna O. por quase um ano, Breuer foi capaz de remover seus sintomas de cegueira, paralisia, surdez, a contratura de seu braço direito, sua falta de sensibilidade, tosse, tremores e outros sintomas, apenas através da repetição dos transes que revelaram mais e mais suas experiências do passado, que continham incidentes traumáticos danosos.
Tal como Wolberg afirma em seu livro Medical Hypnosis, “A importância da obra de Breuer jaz na mudança de ênfase na terapia com hipnose, da remoção direta dos sintomas para o enfoque na causa aparente desses sintomas".
Apesar de Janet ter chegado a esta mesma conclusão simultaneamente, o crédito por esta descoberta foi dado a Breuer.
Dr. Eugene Azam
Azam, um professor da Faculdade de Medicina em Bordeaux, e correspondente na Academia de Medicina em Paris, escreveu em 1887 um livro sobre um caso de consciência dividida. Ele descreveu em detalhes o caso de uma jovem, chamada Felita X., que o procurou pela primeira vez durante o mês de junho de 1858. Ele percebeu muitos fenômenos hipnóticos nesta paciente, fazendo algumas deduções psicológicas que confirmaram muitas das conclusões de Braid. O Professor Jean Martin Charcot (supra) escreveu o prefácio do livro, elogiando muito a obra do Dr. Azam. Traduzido do francês, dizia o texto:
“Na época de hoje, em que o Hipnotismo chegou e é agora a aplicação regular deste método de descrição de doenças, que finalmente tomou seu lugar entre os fatos da ciência positiva, seria injusto esquecer os nomes daqueles que tiveram a coragem de estudar esta questão numa época em que estava sob a desaprovação universal. O Dr. Azam foi um dos pioneiros, sendo o primeiro na França. Ele buscou controlar, através de sua experiência pessoal, os resultados anunciados por Braid. A boa sorte de uma descoberta inesperada, é verdade, foi-lhe favorável ao dispor-lhe a experiência de uma paciente, que espontaneamente apresentou vários fenômenos que haviam sido descritos por Braid. Mas, quantos médicos que estivessem no lugar do Dr. Azam teriam passado por estes fatos interessantes sem se deterem, quer por medo de serem confundidos por uma histeria jugular, ou por medo de comprometerem suas reputações ao realizar estudos que haviam sido desacreditados, ou simplesmente por seguir a preguiça científica que nos desprovê do benefício de novas coisas no desenvolvimento moderno? Os resultados do Dr. Azam não são apenas de interesse históricos: esta análise redescobriu a parte mais importante dos fenômenos somáticos e da anestesia psíquica, hiper-anestesia, contratura e catalepsia, que aprendemos, desde que neste ano foram apresentados, de acordo com uma determinação rigorosa, uma categoria especial de indivíduos (pacientes). Seria interessante observar, a bem da verdade, que pela escolha dos indivíduos e pela natureza dos fenômenos produzidos, os casos clínicos do Dr. Azam pertencem à hipnose histérica. É dito que esta forma de hipnose primeiro tomou seu lugar na ciência e somente agora chegou até nós. Ela manifesta sintomas tão característicos a ponto da pessoa mais cética não poder duvidar de sua existência. Portanto, devemos convidar nossos eminentes colegas a tomar parte no sucesso da obra ao qual ele contribuiu, após termos registrado a pesquisa do Dr. Azam com aqueles da escola de Salpêtrière.”
Azam enfrentou grandes dificuldades para remover a aura de mistério da hipnose, e foi elogiado por Charcot por isso. O Dr. Heinz Hammerschlag afirma em seu livro Hypnose und Verbrechen que os estudos de Azam em Bordeaux, apesar de importantes, foram importantes primariamente porque estes estudos atraíram a atenção de Liebeault, que foi o primeiro a ser bem sucedido em dar a estes pesquisadores uma novo ponto de vista.
Ele esforçou-se para atribuir os fenômenos da hipnose à influência psiquiátrica da sugestão, em vez da influência do magnetismo, que havia antes sido tão popular na época de Mesmer. 
Como Charcot pôde continuar a manter a afirmação ridícula de que todos os assuntos hipnóticos eram "histéricos", face a face com a pesquisa de Braid, e do lado oposto de sua boca elogiar o Dr. Azam por esclarecer e reiterar as conclusões de Braid, é algo completamente incompreensível.
Sigmund Freud
Até mesmo começar a tentar resumir a vida e a obra de um gênio é naturalmente impossível. Da mesma maneira, escolher incidentes específicos em sua vida e, ao descrevê-los, esperar que se compreenda o raciocínio intricado da mente de Freud, seria tão ridículo quanto descrever George Washington como "o garoto que cortou uma cerejeira". Várias centenas de livros foram escritos sobre Sigmund Freud, possivelmente o mais completo deles sendo The Life and Work of Sigmund Freud, de Ernest Jones (1879 - 1958), em três volumes. Para uma compreensão completa de Freud, esta obra em três volumes supera todas as outras, mas estando tal tarefa além do escopo deste texto, devemos nos satisfazer com um pequeno resumo da ligação de Freud com o desenvolvimento da hipnose.
Foi a obra de Breuer que atraiu Freud e que o fez publicar seu famoso livro co-autorado por Breuer, Studien uber Hysterie, que foi publicado em 1895. Breuer e Freud concluíram corretamente que os sintomas histéricos são desenvolvidos como resultado de experiências repressivas danosas, e que se estas experiências danosas fossem novamente liberadas da mente subconsciente por uma catarse mental, os sintomas histéricos seriam eliminados. Breuer conseguiu isso através do uso da hipnose, mas Freud, um hipnotista pobre, achou que a livre associação conjugada com a psicanáliseeram veículos através dos quais poderia realizar seu trabalho de forma melhor. Parlour observou que, apesar de que Freud menosprezou a "hipnose" formal, ele no entanto usou constantemente muitas técnicas de hipnose, tais como "tocar a testa do paciente", "a concentração da mente do paciente", "o relaxamento do corpo sobre um sofá" e "o farto uso da imaginação". Este fato foi muito negligenciado durante o tempo em que Freud viveu, atenção sendo dada às palavras de Freud que nem sempre explicavam as ações do mesmo.
Foi durante este período que uma das idéias mais errôneas a respeito da hipnose ganhou terreno, e que ainda hoje, infelizmente, é difícil desalojar das mentes de muitos médicos e de milhares de leigos. Devido à condenação da hipnose feita por Freud em favor da psicanálise, as pessoas começaram a associar a hipnose com "sugestões diretas" (este sendo apenas um dos aspectos do hipnotismo). Por conseguinte, o público em geral e os leigos também começaram a pensar em termos de psicanálise versus sugestão direta. O que não foi suficientemente explicado foi que a ciência e arte do hipnotismo contém tanto análise quanto sugestão, e quando corretamente aplicada não apenas fraciona o problema em seus componentes para análise, mas recompõe o indivíduo novamente com uma Síntese. 
A psicanálise convencional, entretanto, com sua falta de orientação diretiva, elimina inteiramente a última parte mencionada acima e torna a primeira delas lenta, incômoda e muitas vezes ineficaz. 
Todavia, devido ao grande brilho e popularidade de Freud, as palavras “associações livres” e “psicanálise” tornaram-se as senhas da época, e a hipnose novamente mergulhou na obscuridade.
Alguns especialistas, tal como Pierre Janet da França, Bramwell e Moll da Grã-Bretanha, Morton Prince e McDougall dos Estados Unidos, e Pavlov na Rússia, continuaram a fazer uso do hipnotismo. A maioria dos neurologistas (naquela época, a maior parte das doenças mentais era investigada do ponto de vista da “neurologia”) foi imediatamente influenciada pela teoria e métodos de Freud.
Freud era um homem fascinante. Ele nasceu no dia 6 de maio de 1856, na cidade morávia de Freiberg, uma pequena e antiga cidade industrial que então pertencia ao Império Austro-Húngaro. Sua mãe, Amália, por quem teve um forte apego edipiano, era vinte anos mais nova que seu pai Jacob. A família mudou-se para Viena, onde viveu sua vida. Seu pai morreu em outubro de 1896, quando Freud tinha quatro anos, afetando-o profundamente, o que expressou numa carta que escreveu ao seu amigo, o Dr. Fliess.
A família de Freud era judia, mas Freud ignorava as comemorações dos judeus, e em vez disso celebrava o Natal e o Ano Novo porque "era mais fácil". Este tipo de comportamento parece muito incomum para um não conformista, mas como afirmamos acima, Freud era na realidade um paradoxo, dizendo algumas coisas e praticando outras. Ele constantemente afirmava, por exemplo, que era um cientista de primeira linha, que buscava sempre a verdade e somente a verdade. Até sua morte, ele continuou a acreditar na teoria de Lamarch de que características pessoais adquiridas poderiam ser herdadas, algo que nenhum verdadeiro cientista da época acreditava mais, da mesma forma que não acreditava que o mundo era plano. Freud também interessou-se pelo ocultismo e pela telepatia, e abertamente afirmava sua crença neles, apesar de nunca ter publicado obras deste teor. Freud acreditava sobremaneira na magia dos números, e seu amigo íntimo William Fliess, mencionado acima, afirmou que Freud acreditava que coisas importantes aconteciam aos seres humanos em ciclos de 23 a 28 dias. Ele previu sua própria morte na idade de 61 ou 62 anos, e ficou um tanto quanto desapontado depois de ter passado por essa idade, elevando assim sua predição para 85 anos e meio, a idade em que seu pai e seu meio irmão morreram. O filho mais velho de Freud, Jean Martin Freud, cujo nome lhe foi dado em homenagem a Charcot, o qual Sigmund admirava tanto, publicou um livro relativamente novo sobre a vida doméstica de Freud como pai e como homem. Freud conheceu sua esposa em abril de 1882, e apaixonou-se à primeira vista, apesar de não ter se casado antes de ter prestado um mês de serviço em manobras do Exército Austríaco em 1886, quando foi promovido de Primeiro Tenente a Capitão.
Freud trabalhava como especialista em doenças nervosas, e era um professor iniciante na Universidade de Viena quando Jean Martin nasceu. Ele vivia em Suenhaus, frente a Ringstrasze, mas escreveu muitos de seus melhores livros em cenários naturalistas. A Interpretação dos Sonhos, provavelmente um dos livros mais famosos de Freud, foi escrito numa vila em Berchtesgaden, uma linda estância situada no alto das montanhas da Bavária, que mais tarde se tornaria famosa como o bem guardado refúgio de Adolph Hitler.
Freud estava sempre imaculada e cuidadosamente vestido, mesmo durante os últimos dezessete anos de sua vida, nos quais dolorosamente submeteu-se a uma operação após a outra por causa dos cânceres incuráveis que tanto o incomodaram. Ele manteve seu senso de humor mesmo após a maior parte da estrutura de sua boca, pálato e maxilar ter sido removida, e de ter sido forçado a usar uma prótese monstruosa para poder fechar a abertura entre a cavidade nasal e a garganta para poder falar. Fraco e incapaz de falar, exceto em seu alemão nativo (apesar de que antes falasse bem o francês e o inglês), disse certa vez à cantora francesa Yvette Guilbert: "Meine Prosthese Spricht Keine Franzosisch" (Minha prótese não fala francês).
Freud submeteu-se a um total de 33 operações, incluindo uma operação de esterilização, a qual esperava que de alguma maneira mudaria a configuração hormonal de seu corpo, evitando que o câncer se espalhasse. Ele fugiu para a Inglaterra em 1938 para escapar de Hitler, e aos 82 anos de idade, em Londres, recuperou-se o suficiente para fazer quatro tratamentos de análise por dia. Freud odiava as drogas e tomava apenas aspirina ocasionalmente. Em fevereiro de 1939 seu câncer finalmente o encurralou, sendo considerado inoperável e completamente incurável na época, e, no dia 21 de setembro daquele ano, pediu ao seu médico, o Dr. Max Schur, que lhe desse um sedativo. "É somente tortura agora, e não faz mais qualquer sentido", disse Freud, e dias depois, com 83 anos de idade, ele morreu. Sua filha Anna permaneceu ao seu lado durante sua longa enfermidade, mantendo-o confortado. "O mais importante," disse o biógrafo Jones (que talvez foi o psicanalista de língua inglesa número um em sua época), "é a crescente consciência que as pessoas têm de serem movidas por forças obscuras dentro de si mesmas, as quais não conseguem definir. 
Poucos pensadores hoje em dia poderiam afirmar possuir um conhecimento completo de si mesmos, ou de que o que estão conscientemente cientes engloba o total de sua mentalidade, e este reconhecimento, com todas suas conseqüências formidáveis para o futuro das organizações sociais, nós devemos acima de tudo a Freud. O principal inimigo e perigo do homem é sua própria natureza incontrolável e as forças negras enclausuradas em seu interior. Se nossa raça tiver sorte de sobreviver por outros mil anos, o nome de Sigmund Freud será lembrado como aquele do homem que foi o primeiro a averiguar a origem e a natureza destas forças e que apontou a maneira de obter algum controle sobre elas".
EMILE COUÉ - (1857-1926)
Farmacêutico francês, seu nome está associado às pesquisas sobre o "Efeito Placebo", é considerado o pai da Auto-Hipnose. Coué se baseou num fato que ocorreu "por acaso": Ao administrar um medicamento a um paciente, disse-lhe que era um remédio poderoso recém-chegado de Paris e que, sem dúvida, promoveria a cura - mas o medicamento não tinha essa especificação. Interessado pela hipnose, ele conclui dessa experiência que "na verdade, não é a sugestão que o hipnotizador faz que realiza qualquer coisa, é a sugestão que é aceita pela mente do paciente. Todas as sugestões efetivas devem ser ou são transformar em auto-sugestões". Descobriu, assim, que não era necessário "hipnotizar" um paciente para induzi-lo a reagir desta ou daquela forma. Bastava "relaxar" o paciente e "fazer a sugestão", com voz firme, decidida, para obter o mesmo resultado. Foi ele quem formulou vários princípios e leis que fundamentam a aplicação e sistematização do processo sugestivo. 
Foi no início do séc. XX que Emile Coué começou a popularizar a auto-sugestão consciente. Autor de alguns livros sobre o tema, dois deles, publicados em português, propunha uma auto-hipnose genérica, extremamente simples e, por isso mesmo, muito popular. A frase que se tornou a sua marca registrada foi: "De dia para dia, em tudo e por tudo, vou cada vez melhor". Esta frase destinada a ser repetida 20 vezes todas às noites, antes de dormir e logo ao acordar, faz parte do célebre método que ele chamou de "Domínio de si mesmo pela auto-sugestão consciente" e começou a popularizar a auto-sugestão consciente. Essa frase se tornou muito popular no Brasil, graças a Omar Cardoso, radialista e astrólogo que a utilizava na abertura de seu programa nos anos 70. 
Milton Hyland Erickson, (1901-1980)
A partir do 1980 a hipnose tornou-se muito popular devido a uma nova orientação conhecida como Psicoterapia Ericksoniana ou Hipnose Naturalista Fruto do trabalho do médico e psiquiatra americano Milton Hyland Erickson, (1901-1980). Dentre as inúmeras contribuições para o campo da Psicologia deixadas por ele, pode-se citar o conceito de utilização da realidade individual do paciente, levando sempre em consideração o indivíduo que está passando pelo processo terapêutico e sua realidade pessoal. Erickson trabalhava em cima do sintoma do paciente, entrando, através de uma hipnose naturalista, na forma em que a pessoa causava o problema a si mesmo. 
Outros Grandes autores do século XX que cunharam a Hipnose
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Ivan Pavlov (1849-1936) - Transe ( “sono incompleto”, causado por sugestões hipnóticas. As sugestões provocariam uma excitação em algumas partes do córtex cerebral e inibição em outras partes. Criador da indução reflexológica.
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Pierre Janet (1849-1947) - descreveu o transe como dissociação. Introduziu o termo subconsciente para diferenciá-lo do inconsciente.
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1918 - No Congresso de Psicanálise de Budapeste - frisou a importância de aliar a psicanálise à hipnose.
1938 - Falou da legitimidade de alguns fenômenos hipnóticos - no Esboço de Psicanálise.
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Ernest Simmel - psicanalista alemão (1918) - desenvolveu a hipnoanálise.
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Clark L.Hull (1984-1952) - professor de Psicologia em Yale, interessou-se pelos aspectos experimentais da hipnose. Autor do livro, “Hypnosis and Sugestibility” - considerava os fenômenos hipnóticos como uma resposta adquirida, igual aos hábitos. Teoria da aprendizagem: repetição associativa, condicionamento e formação de hábito.
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Kris (1952) - regressão dirigida a serviço do ego.
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André M. Waitzenhoffer (1921-1953) - reforça o conceito da aprendizagem, mas caracteriza o transe como experiência naturalista.
MITOS
No geral muitas pessoas têm idéias deturpadas sobre a hipnose, algumas das quais são compartilhadas por médicos, até mesmo por psicólogos. No entanto, um numero imenso de mulheres tiveram filhos sob hipnose. Além disso, milhares de outras pessoas submeteram a tratamentos terapêuticos onde foram aplicadas técnicas hipnóticas. Infelizmente estas opiniões erradas ainda prevalecem e muitos dos que poderiam beneficiar-se com a hipnose não contam com seu auxilio. 
A maioria das pessoas julgam que um indivíduo hipnotizado fica inconsciente, que fará tudo o que for sugerido, que podem não acordar etc. 
ALGUNS MITOS SOBRE HIPNOSE.
A hipnose é terapia ou psicanálise ?
Falso
A hipnose é mais uma ferramenta que pode ser utilizada em uma terapia. A psicanálise utiliza o método da livre associação.
Existe hipnose sem permissão?
Falso
É preciso a concordância do sujeito que vai ser hipnotizado para que o efeito hipnótico aconteça. Não há hipnose sem a anuência do sujeito. Não há perda do livre arbítrio em estado hipnótico. Não há perda de consciência na hipnose. Existe um estado de atenção concentrada. Existe um aprofundamento dos conceitos e valores.
Durante a hipnose se perde a lucidez?
Falso
Caracterizada por um estado de profundo relaxamento onde o paciente mantém a lucidez e se mostra altamente responsivo às sugestões, se pode observar que existe um aumento da capacidade de concentração. Esta concentração pode ser direcionada a execução de determinadas atividades orgânicas internas a nível até mesmo celular.
Aumentando e melhorando o trabalho destas células, glândulas, órgãos ou sistemas a favor de uma recuperação mais rápida e mais eficiente. E diminuindo os fatores que intensificariam esta doença.
Este mesmo recurso é conseguido a noite ao dormir ou quando a pessoa esta em repouso (convalescente). A atividade orgânica esta diminuída e mais energia fica disponível para a recuperação e reposição de substâncias e estruturas ao corpo, maior concentração no trabalho e na atividade celular. A diferença é que na hipnose este recurso pode ser conduzido.
Como definir o estado hipnótico?
Dá-se este nome, escreve Jolivet, a uma espécie de sono anormal cuja profundeza é variável, e durante o qual o sujeito se levanta, escreve ou fala, isto é, realiza o seu sonho. Distinguem-se os sonambulismos naturais ou espontâneos, estados patológico que em geral se desenvolve no curso do sono, e os sonambulismos artificiais ou provocados, que é uma forma do estado hipnótico, caracterizado pelo fato de se poder conversar com o sujeito, que, de seu lado, pode apresentar, para um observador inadvertido, a aparência de uma pessoa normal e perfeitamente acordada.
Os estados da consciência são:
a)Vigília: são ondas cerebrais do tipo beta.
b)Estado alterado da consciência: estágio intermediário entre a vigília e o sono. São ondas do tipo alfa.
c)Sono: são ondas cerebrais do tipo delta e teta.
Fase REM do sono (fase de movimentos oculares rápidos), é o momento onde geralmente ocorrem os sonhos.
Fase NREM do sono. 
Todas as pessoas são hipnotizáveis?
Falso.
Somente 10% da população não é hipnotizável, ao contrário do que se acreditava. Pessoas alcoolizadas ou com deficiência mental estão nesse grupo. Crianças de pouca idade são hipnotizadas, mas com maior dificuldade.
Existem três estágios de profundidade hipnótica: leve, médio e profundo. O estágio mais profundo só é percebido numa pequena parte da população. Daí a conclusão errada que somente 10% da população era hipnotizável
A hipnose é causada pelo poder do hipnotizador? 
Falso
Esta idéia vem desde os tempos de Mesmer, que vinculou o transe ao poder do magnetismo animal. Porém a hipnose não acontece apenas pelo poder do hipnotizador, mas pela aceitação e interação da pessoa que entra em transe e deseja experimentar aquilo que se pede. A hipnose só acontece quando existe a empatia (interação e confiança) entre o hipnotizado e o hipnotizador.
O hipnotizador controla o desejo do paciente? 
Falso
O sujeito é protegido pelo inconsciente de fazer aquilo que não deseja. Caso ele faça é porque julgou inofensivo, ou por acreditar que aquilo possa ajudar.
A pessoa pode não voltar do transe, ficar presa nele?
Falso
O máximo que acontece é a pessoa adormecer, que seria o passo seguinte ao transe profundo. Sabe-se que o transe é um estado entre a vigília e o sono. Se você aprofunda, dorme e pode ser acordado.
A hipnose é sono?
Falso
A hipnose é um estágio anterior. Às vezes, confunde-se o estado da pessoa em transe profundo, pensando que adormeceu. Mas mentalmente a pessoa é capaz de estar concentrada e com certo grau de consciência e responder aos seus comandos, ou seja, a pessoa está relaxada de forma alerta.
Toda hipnose tem regressão?
Falso
Para haver regressão é necessário um transe médio ou profundo na hipermnésia e nem toda pessoa regride. A regressão não é hipnose.
Na regressão as memórias podem ser construídas. O que vale é a realidade psíquica para o trabalho na psicanálise.
Há perigos na hipnose?Verdadeiro.
Os riscos existem quando o paciente se presta a participar de shows e demonstrações sem finalidades terapêuticas que normalmente são conduzidas por pessoas que se intitulam hipnotizadores, sem formação profissional adequada, podendo este leigo prejudicar o paciente.
É uma técnica que trabalha com o desconhecido, a mente inconsciente do ser humano. Ela pode ser uma ferramenta de trabalho para o psicoterapeuta, entretanto se torna uma arma perigosa se aplicada indevidamente por pessoas não qualificadas ou mal intencionadas.
Uma pessoa hipnotizada revela seus segredos involuntariamente? 
Falso
A pessoa só falará, se assim o desejar, porque pode ocorrer a hipermnésia, a lembrança vívida de um fato esquecido.
CONCEITUAÇÃO
HIPNOSE
Conceitos mais antigos de hipnose:
1) Hipnose é guiar um sonho.
2) Hipnose é um natural, alterado estado de consciência.
3) Hipnose é um estado de relaxamento e hipersugestiona​bilidade ( maior responsividade.
4) Hipnose é um estado de transição entre estar acordado e adormecer
Tradicionalmente, hipnose tem sido considerada como estado subjetivo de experienciação no qual o indivíduo tem capacidades ou experiências geralmente diferentes daquelas que experimenta quando acordado.
Numa visão mais “moderna” hipnose é um processo de comunicação efetiva que influencia e produz mudanças. Hipnose é vista como um fenômeno relacional.
(
Hipnose é um processo sistêmico.
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Hipnose é uma ponte entre o hemisfério cerebral direito e o esquerdo (Zeig).
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Hipnose é a zona neutra, o ponto morto para que aconteça a troca de marcha (Zeig).
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Hipnose é um ato de amor (Sofia).
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Toda hipnose é transe, nem todo transe é hipnose.
(
“Um estado de transe é um estado alternativo de consciência, isto é, uma forma diferente de estar acordado, onde a atenção está orientada mais intensamente para o interior do que para o exterior, com flutuações particulares em cada caso. Durante o transe a pessoa tem uma grande atividade interna, sem perder o estado de alerta, isto é, estando acordada.” (Tereza Robles).
“O transe é um período no qual as limitações que uma pessoa tem, no que dizem respeito a sua estrutura comum de referências e crenças, ficam temporariamente alterados, de modo que o paciente se torna receptivo aos padrões, às associações e aos moldes de funcionamento que conduzem a solução de problemas.” (M. Erickson).
“É um estado alterado de consciência, ou é um estado de consciência no qual o conhecimento que você adquiriu durante toda sua vida e que você usa automaticamente torna-se, de repente, disponível, Milton Erickson”.
“É um estado temporário de atenção modificada que se caracteriza por uma sugestionabilidade aumentada, Abrahan Mason”.
“Abrange qualquer procedimento que venha causar, por meio de sugestões, mudanças no estado físico e mental, podendo produzir alterações na percepção, nas sensações, no comportamento, nos sentimentos, nos pensamentos e na memória Sociedade Brasileira de hipnose”.
“Resulta da ação direta de uma vontade mais forte, ou seja, a vontade do hipnotista, sobre uma vontade mais fraca, ou seja, a vontade do “sujet”, Karl Wessmann”.
"A Hipnose é a habilidade de entrarmos em contato com a nossa capacidade de otimização e criatividade, vencendo nossos limites. A hipnose é a ciência voltada para a expansão do potencial humano", (Brian Weiss).
“É um estado artificialmente induzido, às vezes semelhante ao sono, porém sempre fisiologicamente distinto do mesmo, tendente a aguçar a sugestibilidade, acarretando modificações sensoriais e motoras, além de alterações de memória, Karl Wessmann”.
É um estado de estreitamento de consciência, geralmente provocado artificialmente, que se parece com o sono, porém dele se distingue fisiologicamente, Antonio Carlos morais Passos”. 
Sendo toda hipnose uma forma de auto-hipnose, é o próprio paciente que permite que a mesma aconteça, detendo ele o controle durante todo o tempo que passa em transe. Não se pode obrigar o hipnotizado a fazer o que não quer ou o que fira seus princípios morais e mesmo revele segredos do seu passado.
Mesmo que a hipnose tenha sido desenvolvida, inicialmente, como um método de cura (Mesmer), ela por si não cura nada. A hipnose é uma emoção límbica, como qualquer emoção do nosso dia-a-dia, sua utilidade na educação e reprogramação do comportamento supera qualquer outro procedimento, porque polariza a atenção de forma seletiva, e concentrada, facilitando a programação do subconsciente. Por meio da hipnose podemos desenvolver nossas habilidades naturais e desbloquear nossas energias represadas, liberando o potencial do nosso inconsciente elevando nossa capacidade de otimização. 
A TERAPÊUTICA HIPNÓTICA
Atendidas as peculiaridades intrínsecas de cada caso, na prática as técnicas terapêuticas aliadas à hipnose, comparadas a outras modalidades, apresentam inestimável ganho pela maior eficácia que adquirem e pela abreviação no tempo de tratamento. Não é isto, porém, sinônimo de resultado quase mágico, instantâneo e infalível. Uma sugestão bem aplicada é freqüentemente mais eficaz e, simultaneamente, menos danosa que a ingestão de qualquer medicamento. Para agir num ponto do organismo, o medicamento dissolve-se em todo ele, perturba e envenena mais ou menos todas as células. Voltaire definiu a medicina como a arte de introduzir drogas pouco conhecidas em um organismo mais desconhecido ainda. Isso obviamente não se aplica à sugestão hipnótica! 
HIPNOTERAPIA
Quando se usa a hipnose para tratar um problema psicológico, chamamos o processo de Hipnose Clínica ou de Hipnoterapia, denominação que deriva da junção das palavras hipnose e terapia em grego, sendo que a primeira vem de Hypnos, o "Deus do Sono" da mitologia e a segunda vem de Therapéutikos que significa "cura" ou "cuidado". Em outras palavras, Hipnoterapia é o cuidado ou cura através da Hipnose. 
Hoje oficialmente considera-se a Hipnoterapia não como uma terapia alternativa, mas uma alternativa terapêutica, uma das primeiras a ser escolhida devido a ser completamente natural e segura, aos seus resultados rápidos e persistentes, custo-efetividade e "efeitos colaterais" benéficos. 
HIPNOANÁLISE
Termo usado por Hadfield em 1920, para denominar uma combinação de catarse hipnótica e de sugestões re-educativas, que utiliza hipnose para ajudar a vencer as resistências do paciente, e aceitar a assimilar as experiências relembradas. A Hipnose facilita a "livre-associação", ajudando enormemente o trabalho analítico em relação às fantasias inconscientes. 
Não faz sentido supor que a psicoterapia no estado de vigília, que se dirige à cerebração consciente, seja mais eficaz que a Hipnoanálise, que se dirige diretamente ao sub-consciente, onde reside a causa do mal. Pode-se dizer que a dependência do analisado em relação ao analista (psicanalista) é ainda mais forte, muitas vezes chega a ponto de fazer o paciente aceitar passar anos no divã. 
HIPINATRIA
A Sociedade de Hipnose Médica de São Paulo, na expectativa de homogeneizar a terminologia adotada pelas diversas correntes, definiu-a da seguinte maneira: Procedimento ou ato médico que utiliza a hipnose como parte predominante do conjunto terapêutico. A referida Sociedade observa que este é o termo mais adequado para o tratamento médico feito através da hipnose pura ou combinada com fármacos. Esta nomenclatura deveu-se à demanda do Departamento de Hipnologia, numa analogia com algumas especialidades médicas (Pediatria, Psiquiatria, Foniatria, Fisiatria, etc.). Este termo, criado em 1968 pelos professores Miguel Calille Junior e Antônio Carlos de Moraes Passos, foi adotado pelo Conselho Federal de Medicina, no ano 2000, como adequado a ser utilizado quando um médico fizer abordagem através do uso da Hipnose para diagnóstico ou tratamento (iatria, do grego, "arte de curar"), sendo unanimemente considerado por todas as escolas médicas de hipnose no Brasil. [PROCESSO-CONSULTA CFM Nº 2.172/97 PC/CFM/Nº42/1999]. 
HIPNODONTIA
Aplicação da hipnose e sugestões controladas

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