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resenha "a criança e seus jogos"

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1 
 
 
 
 
 
LARISSA RIBEIRO PONTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA DO LIVRO: CRIANÇAS E SEUS JOGOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERLÂNDIA - MG 
2020 
 
2 
 
LARISSA RIBEIRO PONTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA DO LIVRO: CRIANÇAS E SEUS JOGOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resenha apresentada à disciplina 
Desenvolvimento Humano: Infância, do 
curso de Psicologia do Centro Universitário 
do Triângulo - UNITRI, como requisito 
parcial para a conclusão do curso de 
Bacharelado. 
 
Orientador: Professor Daniel Vieira da 
Silva Brant 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UBERLÂNDIA - MG 
2020 
3 
 
Em seu livro A Criança e seus Jogos, a autora Arminda Aberastury começa fazendo 
questionamentos que, ao longo da obra, serão respondidos. 
É normal aos quatro anos determinado modo de brincar? Corresponde à idade cronológica? Qual o 
presente adequado para um bebê de oito meses? Será conveniente dar o mesmo presente ao filho de 
dois anos e ao de quatro, para evitar ciúmes? Por que algumas crianças não brincam? Por que brincam 
somente com determinado brinquedo e de uma só maneira com monotonia que entristece? Por que há 
outras crianças cuja atividade é puramente motora e que se movimentam durante todo o dia, mas cujo 
movimento não é um verdadeiro brinquedo? (p. 10) 
A autora enfatiza a pesquisa de Freud onde o bebê entre sete e doze meses brinca de 
maneiras específicas, como meter e retirar coisas, introduzir objetos penetrantes em orifícios, 
encher recipientes com pequenos objetos, explorar buracos. Ela diz que, para cada fase, o 
bebê/criança vai ter o seu brinquedo favorito que satisfaz suas necessidades para que o 
desenvolvimento ocorra de maneira normal. 
Além disso, coloca o brinquedo como uma maneira de a criança se expressar, como 
podemos ver no trecho: 
“Além disso, o brinquedo é substituível e permite que a criança repita, à vontade, situações prazenteiras e 
dolorosas que, entretanto, ela por si mesma não pode reproduzir no mundo real.” (p.15) 
Muitas vezes, o brinquedo é o único método que a criança tem de colocar para fora seus 
medos, inseguranças, angústias e reproduzir eventos que a deixam ansiosa para, assim, 
conseguir processá-los em sua cabeça. Ou, em casos de eventos traumáticos, por exemplo, a 
criança tem uma chance de modificar o final, como se fosse um filme interativo que ela 
pudesse escolher como termina. 
A autora diz que a criança começa a desenvolver a habilidade de brincar a partir do 
momento que os objetos começam a fazer sentido para ela (no texto, em torno dos quatro 
meses). Essa criança começa a ser capaz de controlar os seus próprios movimentos, ficar 
sentada e, com isso, o lençol, o chocalho, o dedo, o corpo da própria mãe, tudo isso se torna 
uma espécie de brinquedo para o pequeno humano aprender e se desenvolver adquirindo e 
estimulando novas experiências. 
Também com quatro meses, a criança começa a ter sua primeira tentativa de comunicação 
verbal, repetindo sons em forma de balbucios. 
4 
 
Descobre que ao bater em um objeto pode também produzir sons. Sabe que um copo que cai, uma porta 
que se fecha de repente, produz sons; todos os sons lhe interessam e muitos a assustam. Tenta reproduzi-
los para vencer o medo e o chocalho serve para repetir estas experiências (p. 32) 
A autora também frisa a importância da perda do vínculo com a mãe para que um com o 
pai possa ser formado. Isso acontece por volta dos quatro/seis meses e é de extrema 
importância para o desenvolvimento dessa criança que o pai faça atividades corriqueiras com 
ela como dar banho, levar para sair, dar-lhe de comer e brincar. A importância desse vínculo 
baseia-se na ideia de que o comportamento dos pais perante a criança irá ditar como ela reage 
até mesmo em seus relacionamentos futuros. Até então, a imagem dos pais é a única 
identificação que a criança tem de como teve ser um relacionamento entre homem e mulher. 
Ela diz que, embora não tenham muitos estudos em relação à carência paterna, suas 
conseqüências são tão graves quanto à materna. 
Na segunda parte do primeiro ano da criança, ela descobre novos brinquedos (“surge novo 
interesse em seus brinquedos: descobre que algo oco pode conter objetos, que algo penetrante pode entrar em 
objeto oco. Brinca incessantemente com isso.” p. 36). É a fase onde a criança começa a colocar tudo na 
boca, tenta colocar nos ouvidos ou umbigo. 
Uma vez realizados esses jogos com seu corpo e com os das pessoas que a cercam, passa a brincar com 
coisas inanimadas: o buraco da banheira, canos, esgotos, fendas na parede, buraco da fechadura, tudo é 
objeto de seus brinquedos. Um pau, um lápis, óculos, seus dedos, tudo serve para pôr e tirar, unir e 
separar. (p.36) 
De acordo com a autora, entre oito e doze meses, as diferenças sexuais entre as crianças 
começam a influenciar diretamente nos brinquedos que escolhe. Assim, meninas tendem a 
preferir brinquedos ocos e os meninos tendem a escolher 
brinquedos com os quais possa penetrar alguma coisa. Arminda 
Aberastury não usou nenhum exemplo. 
Também nesse período, a criança começa a engatinhar e até 
dar seus primeiros passos, o que a permite se afastar e aproximar 
dos seus brinquedos voluntariamente. 
Depois, a autora diz que as crianças passam a experimentar 
uma fase em que o desejo pela maternidade/paternidade começa 
a surgir. É quando elas “adotam” um objeto como se fossem seus 
5 
 
filhos e o tratam como tal. Esse objeto pode permanecer como um de seus brinquedos favoritos 
por anos. 
A partir dos sete ou oito anos, a autora diz que o corpo passa a ter um papel fundamental 
para as brincadeiras das crianças, assim como acontecia quando eram apenas um bebê. 
Se no início da vida a criança passou do brinquedo com o corpo para o brinquedo com objetos, agora irá 
abandonando esses objetos para se orientar novamente e, de modo definitivo, para seu corpo e o de seu par. (p. 83) 
A autora diz que se desvincular dos brinquedos é difícil para a criança e essa quebra pode 
nem acontecer, como o caso de adolescentes e adultos que ainda têm alguns dos seus 
brinquedos mais adorados durante a infância. 
A partir dos dez ou onze anos, a menina e o menino procuram formar grupos. Os meninos têm meninos à 
sua volta e as meninas têm meninas, porque necessitam se conhecer e aprender as funções de cada sexo. 
Pouco a pouco, vão abandonando o mundo dos brinquedos, e na puberdade, quando os dois grupos se 
unem, as experiências amorosas substituirão o brincar com brinquedos. 
(p.84) 
Arminda Aberastury termina seu raciocínio dizendo que a 
adolescência vem para desprender aquele indivíduo totalmente de seu 
corpo e vontades infantis. Sua vida adulta se gera a partir dessa 
desvinculação para que, assim, possa se gerar uma nova vida e o ciclo 
se repetir. 
No entanto, minha opinião se diverge em alguns pontos com as da autora. Como indivíduo, 
tenho dificuldade para me identificar com análises feitas a partir de uma ótica freudiana, apesar 
de achá-las necessárias para a construção de uma base teórica para o meu futuro acadêmico e 
profissional. Como o livro todo é feito sob essa perspectiva, a leitura foi mais lenta do que o 
habitual, mas isso não significa que não tiveram momentos em que achei a tese interessante. 
A parte que mais me identifiquei foi quando a autora discorre a respeito da fase onde nós, 
enquanto bebês, passamos a identificar objetos como brinquedos e nos escondemos atrás do 
lençol, brincamos com objetos que fazem barulho, etc. Achei interessante, pois tive a 
oportunidade de acompanhar de perto os primeiros anos da minha afilhada e ler essas coisas me 
fez lembrar que ela passou por alguns períodos descritos no texto.

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