4ª aula_preparo inicial - desmatamento

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Prof. Veronildo Souza de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREPARO 
 INICIAL 
DO SOLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OPERAÇÕES PARA O PREPARO 
INICIAL DO SOLO 
 
 
 
 
 DESMATAMENTO 
 
 
 
 
 MOVIMENTAÇÃO 
 DO SOLO 
 DERRUBA 
 
 
 
 DESTOCA, ENLEIRAMENTO 
 
 
 DRENAGEM 
 
 
 UNIFORMIZAÇÃO DO SOLO 
PREPARO 
PERIÓDICO 
DO SOLO 
COM REVOLVIMENTO - ARAÇÃO 
 
SEM REVOLVIMENTO - ESCARIFICAÇÃO 
 
DESTORROAMENTO - GRADEAÇÃO 
DESMATAMENTO É A PRIMEIRA OPERAÇÃO QUE SE REALIZA NO SENTIDO 
DE SE COLOCAR UMA ÁREA PARA EXPLORAÇÃO 
AGRÍCOLA. 
DERRUBA - OPERAÇÃO REALIZADA COM TRATORES DE ESTEIRAS USANDO 
LÂMINAS CORTADORAS DE ÁRVORES. 
- EM ÂNGULO "ROME/KG 
 
- EM "V" OU LÂMINA FLECO 
TIPOS DE LÂMINAS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A lâmina fleco tem um formato em “V” que 
também é utilizada no corte de árvores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Empurrador de árvores, que 
ajuda a derrubada da árvore. 
 
 
 
 
 
Trator de esteiras com lâmina bull-
dozer, de movimentação de solo, 
que pode ser utilizado no desma-
tamento em áreas com vegetação 
do tipo caatinga, cerrado e cerra-
dão. A lâmina apresenta cilindro 
hidráulico para regulagem do ân-
gulo vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Angledozer, lâmina montada 
em uma estrutura em forma de 
“u”, para permitir a variação do 
ângulo horizontal, que facilita o 
deslocamento lateral do mate-
rial. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Detalhe da cabine, com pro-
teção, para evitar que por 
acidentes as árvores atinjam o 
operador. 
 
 
 
 
 
 
Derrubada de árvores com o correntão ( cerrado ou campo) 
 
 Um dos equipamentos mais utilizado é o correntão. Consiste na utilização 
de um corrente com grandes elos, tracionado nas duas extremidades, por 
tratores de esteiras. A distância máxima entre os tratores não deve exceder 
1/3 do comprimento do correntão, a fim de assegurar que o mesmo adqui-
ra a forma de uma parábola durante a operação. 
 
 
 
 Os tratores de esteiras de mesma po-
tência a uma mesma velocidade, tracio-
nam o correntão promovendo a derruba 
das árvores que estiverem na parábola 
formada. Normalmente se utiliza duas pas-
sadas, uma em sentido contrário à outra. 
A primeira passagem se destina a deitar a 
vegetação. A segunda, que tem o nome 
de arrepio, tem a função de arrancar a 
vegetação previamente derrubada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Entrada de dois tratores de esteiras, tracionando um correntão em uma 
mata tropical. 
 
 
 
 
Correntão em operação, vista 
dos elos da corrente. 
 
Para uma maior segurança, o 
comprimento do correntão de-
ve ser maior 2,5 vezes a altura 
máxima das árvores do talhão 
a ser derrubado. 
 
 
 
 
 
 
A capacidade de campo efetiva do correntão é dado pela fór-
mula: 
 
 
 
 
 
 
 
Onde: V = velocidade do conjunto trator + implemento 
 L = largura de trabalho do implemento 
 Ef = Eficiência da operação 
 0,5 = arrepio 
 
Calcular a capacidade de campo efetiva de uma operação de desma-
tamento com correntão, sabendo-se que a potência dos tratores é de 203 
cv, a velocidade de deslocamento dos tratores é de 4,5 km/h e o compri-
mento do correntão é de 120 m e a eficiência de 70%. A operação exige 
arrepio. 
 
Cálculo: A largura de trabalho vai ser 1/3 de 120 m = 120/3 = 40 m 
 
 
Ccef = V(km/h).L (m).Ef. 0,5 = ha/h 
 10 
 
 
C cef = 4,5(km/h) x 40m x 0,7 x 0,5 = 6,3 ha/h 
 10 
 V(km/h) x L(m) 
Ce(ha/h) = x Ef x 0,5 
 10 
 
 
 
 
Desmatamento com motosserra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A motosserra é um equipamento acionado por um motor de combustão interna de 
dois ou quatro tempos, utilizada no corte de árvores. O motor que funciona com 
uma mistura de gasolina + óleo, ao girar, aciona uma corrente que possui dentes 
cortantes. A corrente circunda um sabre que está acoplado ao motor. 
 
 
 
 
 
 
 
Rolo Faca 
 
 
 Outro implemento que é utilizado na derrubada de vegetação arbustiva 
é o rolo faca. O rolo faca constitui-se de um cilindro oco de chapa, sobre o 
qual são montadas as facas encarregadas de cortar o material vegetal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rolo faca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destoca – Todos os processos de corte que deixem restos ou tocos requer 
uma operação específica denominada de destoca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destocador de tração Destocador rotativo 
 
 
 
 
 A destoca é uma operação realizada após a 
derruba, quando se utiliza implementos de cor-
te da madeira, que deixam rente ou não ao 
solo. Dependendo do porte da árvore, o toco 
pode ser retirado com um destocador de tra-
ção, atralado ao sistema hidráulico de três 
pontos, ou um destocador rotativo, acionado 
pela tomada de potência (TDP). 
 
Depois da retirada da madeira de lei, que tem aproveitamento econômi-
co, e retirada do restante do material que pode ser utilizada como lenha, 
deve-se fazer o enleiramento do material restante para ser queimado. 
 
 
Enleiramento 
 
Após a derrubada da vegetação, por qual-
quer dos métodos, há necessidade de se 
amontoar o material de forma a ocupar a 
menor área possível do talhão. Essa operação 
de ajuntamento do material é chamada de 
enleiramento e as faixas de material amonto-
ado de leiras. 
 
 
 
 
 
 
 
Ancinho enleirador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trator de esteira com lâmina 
enleiradora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As leiras são queimada. Em seguida, processa-se o encoivaramento, que 
consiste na retirada dos galhos e troncos finos que não foram eliminados 
pelo fogo. Esse material é empilhado e ateado fogo novamente. 
 
 
 
 
 
 
 
CALCULO DE DESMATAMENTO UTILIZANDO LÂMINA CORTADORA 
DE ÁRVORE 
 
DERRUBA Estimativa de desempenho na derrubada de 
mata virgem ou capoeirão 
 
Levantamento da vegetação - três amostragens de 1/10 de hec-
tare, contando-se todas as árvores que existam dentro dessa área 
e medindo-se o seu diâmetro. 
 
 
A estimativa é feita calculando-se o tempo necessário para traba-
lhar um hectare, nas operações de corte e enleiramento. Para o 
corte, a estimativa do tempo para um hectare é dado por. 
 
 
 T = X(A.B + M1N1 + M2N2 + M3N3 + M4N4 +D.F) 
 
 
ONDE T = Tempo por hectare, em minutos 
 A = fator de concentração ou presença de cipós que afetam o tem-
po básico 
 X = fator de concentração de madeiras de lei que afetam o tempo 
básico 
 B = tempo básico para cada trator, por ha. 
 M = minutos por árvore, em cada classe de diâmetro. 
 N = número de árvore por hectare, em cada classe de diâmetro, ob-
tido no levantamento no campo. 
 D = soma dos diâmetros, em metros, de cada árvore por hectare, 
com diâmetro acima de 1,80m ao nível do campo, obtido no levan-
tamento. 
 F = minutos por metro de diâmetro para árvore com mais de 1,8 m de 
diâmetro 
 
X = a percentagem de madeiras de lei afeta o tempo total do seguinte mo-
do: 
 
 75 - 100% somar +30% ao tempo total (x=1,3) 
 25 - 75% não altera o tempo (x=1) 
 0 - 25% subtrair 30% do tempo total (x=0,7) 
 
 
 
 
 
 
 
Tempos unitários (em min.) para corte com lâmina ROME K/G, são dados na 
tabela 1. 
 
TRATOR 
 
Tempo básico 
 em min/ha 
 "B" 
DIÂMETRO (cm) 
 31-60 61-90 91 -120 121-180 
 M1 M2 M3 M4 
Para Diâmetro 
Acima de 1,80m 
A Cada 30cm (F) 
142 cv 100 0,8 4,0 8,0 - - 
203cv 62 0,5 1,8 3,6 11 3,6 
305cv 51 0,3 1,5 2,5 7 2,0 
406cv 450,2 0,5 1,5 4 1,2 
 
Densidade de árvore inferior a 30 cm e presença de cipós: 
 
a) Mais de 1480 árvores/ha - A = 2 
b) 990 - 1480 árvore/ha - A = 1 
c) menos de 990 árvore/ha - A = 0,7 
 
Se houver muitos cipós, A = 1 mais o valor descrito. Se o trabalho incluir a re-
moção de árvores e tocos com mais de 30 cm na mesma operação, acres-
centar 25% do tempo total. Se o trabalho incluir a remoção dos tocos em 
operação separada, acrescentar 50% ao tempo total. 
 
 
Exemplo 
Quantos horas são necessárias para desmatar uma área de mata virgem, 
com uma lâmina ROME K/G, utilizando-se um trator de 406 cv. As madeiras 
de cerne duro equivalem a 50% do total. A presença de cipós e densa. Os 
tocos serão arrancados na mesma operação. A presença de vegetação 
com diâmetro inferior a 30 cm é de 1500 árvores/ha. Para o cálculo utiliza-se 
áreas amostrais de 1/10ha para estimar o tempo da operação de derruba 
em min/hectare. 
 
Quadro 1. Dados de campo 
Intervalos de 
Diâm (cm) 
 Nº de árvores/amostra 
 1 2 3 
Total Média Média/ha 
N 
31 - 60 10 9 13 32 10,70 107 
61-90 8 6 7 21 7,00 70 
91 - 120 3 2 4 9 3,00 30 
121 - 180 1 2 2 5 1,70 17 
220 1 - - 1 0,33 3,3 
260 1 - 1 2 0,67 6,7 
280 - 1 - 1 0,33 3,3 
Das medidas obtidas, pode-se calcular o tempo necessário para a derruba. 
No trabalho inclui a remoção de árvores e tocos com mais de 30 cm na 
mesma operação 
 
 
 
X= 1; % de madeira de lei 
A= 2,0 +1,0 =3; Densidade de árvores < que 30 cm e presença de cipós 
B= 45 Tabela (tempo básico do trator) 
M1= 0,2 x N1= 107 = 21,4 Tabela 1 x Quadro1 
M2= 0,5 x N2= 70 = 35,0 
M3=1,5 x N3= 30 = 45,0 
M4= 4,0 x N4= 17 = 68,0 
 = ∑168,4min/ha 
 
D = 2,2 x 3,3 
 = 2,6 x 6,7 
 = 2,8 x 3,3 
 ∑= 33,92m/ha 
 
F = Se a cada 30 cm F = 1,2 min 
 
 0,3m 1,2 min 
Em 1 m 4 min X = 1m x 1,2 min = 4,0 min 
 0,3m 
 
T = 1,0(3x45min/ha+168,4min/ha+33,92m/hax4min/m) = 440,08 min/ha 
 
 
Como a remoção dos tocos será realizada na mesma operação 
 
 440,08 min/ha x 1,25 = 550 min/ha 550/60 = 9,17 ou 9h10min/ha