Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lucivânia Rangel de Araújo Medeiros Engenheira Ambiental MSc. Engenharia Civil e Ambiental Dimensionamento e operação de adutoras 2 Adutora por gravidade Em adutoras por gravidade geralmente são significativos os custos da tubulação e de seu assentamento Os custos de operação e manutenção, de modo geral, tem pouca variação em função do diâmetro, não sendo considerado no estudo das alternativas Do ponto de vista econômico a adutora por gravidade resume-se no máximo aproveitamento da seção tubular e da altura geométrica A adução por gravidade pode ser em conduto forçado e em conduto livre 3 Adutora por gravidade em conduto forçado O escoamento se dá entre um nível de água mais elevado para um menos elevado, sendo a diferença dessas cotas a energia disponível para o escoamento 4 Parâmetros geralmente conhecidos O diâmetro é o parâmetro que se deseja determinar 54,063,2 J.D.C.279,0=Q Adutora por gravidade em conduto forçado 5 É necessário verificar os limites admissíveis de velocidade e pressão para o diâmetro calculado Velocidades pequenas geralmente favorecem a formação de depósitos de materiais sedimentáveis e dificultam a remoção de ar nos pontos altos Velocidades elevadas aumentam a perda de carga e transientes hidráulicos. Impedir a deposição de sedimentos Adutora por gravidade em conduto livre Quando as condições topográficas forem favoráveis, a adutora pode funcionar como conduto livre 6 Adutora por gravidade em conduto livre 7 Adutora por recalque O diâmetro da adutora por recalque é hidraulicamente indeterminado Para a mesma vazão, diminuindo o diâmetro, aumenta-se a potência do equipamento de recalque e vice-versa Portanto existem vários pares diâmetro-potência que permitem solucionar a questão, para a mesma vazão de bombeamento 8 Adutora por recalque É necessário escolher o diâmetro que conduz ao mínimo custo de implantação, operação e manutenção do sistema elevatório. A determinação do diâmetro é feita levando-se em consideração aspectos econômico-financeiros: Aquisição e assentamento dos tubos, peças e aparelhos Aquisição do conjunto motor-bomba adequado a cada valor do diâmetro Operação, manutenção e consumo de energia elétrica Amortização e juros 9 Adutora por recalque 10 A velocidade econômica em adutoras por recalque varia entre 1,0 a 1,5 m/s Adutora por recalque Recomendações para o estudo do diâmetro econômico da adutora: Pré-dimensionamento do diâmetro e avaliação de alternativas considerando a vazão de projeto, o comprimento da adutora, o desnível geométrico, o material da tubulação Análise econômica através do critério do valor presente Consideração de todos os custos não comuns: tubulação, montagem, escavação e reaterro, equipamentos, energia elétrica As obras comuns não necessitam ser consideradas 11 Adutora por recalque Pré-dimensionamento do diâmetro: Fórmula de Bresse, para adução contínua com K = 0,9 ; 1,0 ; 1,1 e 1,2 D → diâmetro em m Q→ vazão em m³/s Fórmula da ABNT, para adução descontínua com T = n° de horas de trabalho por dia / 24 12 QK=D QT3,1=D Materiais da adutora Aspectos que devem ser considerados na escolha: Não ser prejudicial a qualidade da água Alteração da rugosidade com o tempo (incrustação, etc.) Estanqueidade Resistência química e mecânica Resistência a pressão da água (estática, dinâmica, transitórios) Facilidade de montagem Economia (não só custo da tubulação, mas instalação, aspectos construtivos, necessidade de proteção a corrosão, manutenção, etc.) 13 Materiais da adutora Materiais metálicos Aço Ferro fundido dúctil Materiais não metálicos Polietileno de Alta Densidade e Polipropileno (PE e PP) PVC Poliéster Reforçado com Fibra de Vidro (PRFV) 14 Aço é competitivo com o ferro para grandes diâmetros e pressões elevadas Materiais da adutora A escolha do material dos tubos depende primariamente das pressões de serviço que as tubulações vão ser submetidas Além dos diversos materiais, os fabricantes oferecem, para um mesmo material, diversas opções para pressões de serviço e de ruptura Esses tubos de diferentes resistências estão divididos em grupos geralmente denominados de classes Ex.: PVC Classe 20 significa que este tubo deve trabalhar a uma pressão máxima de 10 kgf/cm2 15 Tubulação de aço Vantagens Alta resistência às pressões internas e externas Estanqueidade (com junta soldada) Vários diâmetros e tipos de juntas Competitivo principalmente em maiores diâmetros e pressões Desvantagens Cuidados com a dilatação térmica Pouca resistência à corrosão externa 16 Tubulação de aço 17 Todas as estruturas metálicas enterradas estão sujeitas a ações corrosivas de natureza eletroquímica ou eletrolítica. Tubulação de aço Tipos de juntas Soldadas 18 Utilizadas para adutoras de alta pressão . Tipo: Aço biselado (duas pontas lisas) e de ponta e bolsa. Vantagens: Estanqueidade, e eliminação de blocos de ancoragem. Tubulação de aço Tipos de juntas Flangeadas → geralmente utilizadas em tubulações de sucção e no barrilete de estações elevatórias. Facilita as montagens e desmontagens e dispensam blocos de ancoragem Elásticas Utilizada para tubulação de aço com ponta e bolsa e te a vantagem da facilidade de montagem e manuseio dos tubos. Vantagens: Estanqueidade e dispensa da areia na execução envoltória para seu assentamento. 19 Tubulação de ferro fundido ductil Diâmetros: 16 opções de 50 a 1200 mm Comprimento: 6 a 8 m Classes: K-9, K-7 e 1 Mpa Revestimento interno com argamassa de cimento Revestimento externo com zinco e pintura betuminosa 20 Tubulação de ferro fundido ductil Tipos de juntas: 21 Dois flanges os quais se interpõe uma arruela especial.Preparada para suportar alta pressões- Tubos de diâmetro médio ou grande O mais usado, Constituído por um anel de borracha. Facilidades na montagem Acrescentado um cordão de bolsa, anel de trava partido, contrafalnge e um conjunto de parafusos e porcas. Neutralizar esforços dinâmicos Tubulação de Polietileno Diâmetros: 30 opções de 16 a 1200 mm Comprimento: limitado pelo transporte, até centenas de metros sem juntas (emissários submarinos) Classes: 8 opções de 32 a 250 mca Sem revestimento interno ou externo Leve e flexível Etanqueidade Resistência química Resistência a abrasão Menor rugosidade 22 Tubulação de Polietileno Principais juntas em adutoras: Solda termoplástica (topo) Flanges 23 Operação das adutoras Condições operacionais: Condição normal: condição prevista no projeto como adequação do sistema à situações operacionais. Manobra de válvulas, enchimento e esvaziamento da adutora, partida e parada do bombeamento, etc. Condição emergencial: falha operacional de dispositivos. Exemplo: funcionamento inadequado de válvulas de controle. Condição catastrófica: acidente operacional com riscos a vida e/ou danos excepcionais como a ruptura em um ponto baixo. 24 Enchimento de adutoras Condição para enchimento: expulsão plena de ar, com a gradativa e lenta admissão de água Velocidade média para enchimento: 0,3 m/s- evita situações transitórias. Válvulas para expulsão de ar: ventosas 25 Bloqueio de adutoras 26 Consiste na paralisação do escoamento, ocasionada pela existência de ar confinado nos pontos altos da adutora Para haver escoamento: h1+h2 > h3 Para haver escoamento: Hs+h2> h1+h3+h4 Entrada de ar em adutoras 27 Dispositivos de proteção das adutoras 28 Blocos de ancoragem É conveniente ancorar uma tubulação quando a declividade for maior que 20% para tubulação aérea e 25% para tubulação enterrada Os atritos entre o terreno e a tubulação são insuficientes para mantes o equilíbrio da tubulação; Equilíbrio axial através dos blocos de ancoragem ou de juntas travadas. Dispositivos de proteção das adutoras29 Recomenda-se: Um blocos de ancoragem atrás de cada bolsa de tubo. As bolsas devem ser direcionadas para cima favorecendo o apoio aos blocos. Folga de 10mm deve ser deixava entre a ponta do tudo e a bolsa. Dispositivos de proteção das adutoras 30 Blocos de ancoragem O bloco de ancoragem é colocado na cabeceira do trecho , ou utilizando-se um comprimento de travamento suplementar. O esforço axial máximo é suportado pela primeira junta travada a jusante do bloco. Dispositivos de proteção das adutoras 31 Proteção contra corrosão Todo material metálico enterrado ou submerso são passíveis de corrosão A corrosão se processa através de reações eletroquímicas com o meio, resultando na deteriorização do metal Proteção catódica Injeção de corrente contínua na estrutura a ser protegida elevando seu potencial em relação ao meio Uma das mais utilizadas mundialmente No Brasil teve um impulso importante a partir da década de 60, principalmente nas instalações da PETROBRAS Dispositivos de proteção das adutoras 32 Proteção catódica galvânica Os materiais utilizados como anodo são ligas de Zn, Mg e Al por apresentarem maior diferença de potencial em relação ao aço Quando dois metais dissimilares estão em contato dentro de qualquer eletrólito, o metal mais anódico corrói. Dispositivos de proteção das adutoras 33 Proteção catódica por corrente impressa A diferença de potencial entre o leito de anodos e a estrutura a ser protegida é promovida por uma fonte geradora de corrente contínua (retificador, bateria ou gerador) Limpeza de adutoras 34 Limpeza de adutoras 35 Um dos métodos mais utilizados para limpeza de adutoras é a passagem de equipamentos que removem as incrustações através de raspagem Em tubos metálicos revestidos, PVC, concreto e fibrocimento, utiliza-se o “polly-pig” Em tubos metálicos não revestidos emprega-se o “polly-pig” com escovas de aço ou o “raspador de arraste hidráulico” Limpeza de adutoras 36 Operação dos polly-pigs Limpeza de adutoras 37 Alternativas para aumentar a capacidade de adução 38 Construção de uma nova adutora ou de outra em paralelo Aumento da capacidade de recalque pela substituição dos conjuntos elevatórios ou troca dos rotores das bombas Instalação de boosters Reabilitação das tubulações existentes Reabilitação de adutoras 39 O revestimento com argamassa de cimento é utilizado para recuperar tubos de ferro fundido e tubos de aço com problemas de corrosão e incrustação Para diâmetros superiores a 150 mm pode ser um processo econômico, se comparado com a troca da tubulação por uma nova PARA CASA •Leitura das páginas 167 a 209 do livro de Tsutiya •Leitura do capítulo V da apostila do professor Carlão Bibliografia utilizada: TSUTIYA, M. T. (2006). Abastecimento de água. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 3° Edição, São Paulo-SP. MEDEIROS FILHO, C. F. (2009). Abastecimento de água. Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB. Disponível em http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Agua.html Notas de aula da disciplina Saneamento II (PHD2412) do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 41 http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Agua.html
Compartilhar