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@lulu_sarto 2º Bimestre Da Pesquisa-Ação à Dinâmica de Grupos: Kurt Lewin Pesquisa em Laboratório e Pesquisa de Campo: • Após estudar as minorias psicológicas, Kurt Lewin chega a duas conclusões metodológicas: 1 - Para ser válida, toda exploração científica de problemas relativos ao campo da psicologia dos grupos deve operar-se em constante referência à sociedade global: (Onde os fenômenos de grupo se inserem e se manifestam) 2. - E, todas as ciências do social contribuem para compreender e interpretar cientificamente os fenômenos relacionados a dinâmica dos grupos • Lewin opõe-se em relação à pesquisa de laboratório à pesquisa de campo. Para ele, a pesquisa em laboratório parecia mais artificial e inadequada e somente a pesquisa de campo poderia oferecer condições válidas de experimentação. Olhar de Kurt Lewin sobre Experimentação e Ação Social: • Lewin chega a fixar dois objetivos que são complementares e indissociáveis para toda pesquisa sobre os fenômenos sociais: a. Fornecer um diagnóstico sobre uma situação social dada. b. Formular a dinâmica própria da vida de um grupo. Pesquisa-Ação: • A pesquisa em psicologia social deve originar-se a partir de uma “As hipóteses que a ciência formula, as leis que destaca e as teorias que elabora não têm valor para a psicologia de grupo, senão na medida em que são APLICÁVEIS. (Pesquisa-ação) E sua sentença de base é o seguinte: a validade de uma hipótese, a verdade de uma teoria são proporcionais à exatidão das previsões que elas permitem.” @lulu_sarto situação social concreta a modificar. E deve se inspirar constantemente nas transformações e nos componentes novos que surgem durante e sob a influência da pesquisa. • Para Lewin, os fenômenos de grupo não revelam as leis internas de sua dinâmica, cabe aos pesquisadores estarem dispostos a se engajar pessoalmente a fundo e prosseguir suas pesquisas no próprio campo em que se manifestam os fenômenos que estuda. • Para o pesquisador, será necessário assumir dois papéis complementares, de participante e de observador. Opções Metodológicas: • Lewin, foi um dos primeiros e um dos principais teóricos do guestaltismo.1 (apreende os fenômenos em sua totalidade, sem querer dissociar os elementos do conjunto em que eles se integram) 1 No plano dos objetos: • Lewin opta por uma exploração sistemática e exclusiva dos MICRO-FENÔMENOS DE GRUPOS. É a partir dos pequenos grupos, que é acessível ao psicólogo social à observação e consequentemente a experimentação científica. 2. No plano dos métodos: • Para conhecer a dinâmica essencial, o pesquisador deverá atingir o fenômeno em sua totalidade concreta, existencial, não de fora, mas do interior. Sendo assim, Lewin é contra a pesquisa em laboratório, que visa decompor em segmentos e reconstituir os fenômenos estudados. Com isso, ele introduz: • PEQUENOS GRUPOS- TESTEMUNHAS: É a inserção, no meio social, de indivíduos com "formação especial" e capazes de influenciar os demais. Seriam eles aquilo que Lewin chamará de ÁTOMOS SOCIAIS RADIOATIVOS. Atitudes Coletivas: • Com Lewin e a partir dele, o interesse dos pesquisadores se desloca para as atitudes coletivas. • Para Lewin, a explicação da dinâmica de grupo não está nos aspectos singulares dos elementos e sim no conjunto das INTERAÇÕES que se produzem no interior de um @lulu_sarto espaço psicossocial (tensões, conflitos, comunicações, pressões) • O ambiente social contribui para a formação e transformação das atitudes coletivas favorecendo, ou inibindo, as tendências sociais já adquiridas • É a relação de reciprocidade entre as atitudes do indivíduo, (seus desejos suas necessidades, suas expectativas, suas aspirações) e a estrutura de seu meio, que coloca o indivíduo em um determinado estado de espírito. • Com isso, comportamento é função da relação entre as atitudes do indivíduo com o conteúdo mental do ambiente. • Toda situação social pode constituir uma cadeia de fenômenos cuja resultante seriam os comportamentos de grupo. Teoria de Campo: • Em sua teoria de campo, Lewin se baseia na premissa de que o comportamento humano é consequência da totalidade dos fatos coexistentes; a coexistência dos fatos cria um campo dinâmico, no qual todas as suas partes, de algum modo, se relacionam e se influenciam mutuamente. • O comportamento, em sua opinião, não depende nem do passado nem do futuro, e sim dos fatos e acontecimentos atuais e de como o sujeito os percebe. Os fatos estão interconectados e constituem um campo de forças dinâmico que podemos denominar espaço vital. Conceitos-Chaves: 1 -Totalidade Dinâmica • O foco da teoria de campo de Kurt Lewin permite estudar nosso comportamento com uma perspectiva de totalidade, sem ficarmos em uma análise das partes separadas. • Portanto, todo conjunto de elementos interdependentes constitui uma totalidade dinâmica. • Todos os grupos são totalidades dinâmicas, porém, nem todas as totalidades são grupos: ex. Personalidade. Se não existem mudanças no campo, não haverá mudanças no comportamento. @lulu_sarto (ZONA INTERMEDIARIA) Sistemas de valores partilhados por grupos 2- Vetores de Comportamento: • São direções, orientações dadas a um comportamento ou barreiras que dificultam a expressão de si. 3- Personalidade: • Para Lewin, um indivíduo não era passivo, estabelecia uma interação com seu entorno. • A personalidade (eu íntimo, eu social e eu público) é concebida como um sistema que tende a reencontrar- se idêntico a si mesmo em todas as situações. O eu (a que ele prefere chamar de “self”) revela-se em relação às realidades sociais como um sistema de círculos concêntricos. Regiões da Personalidade EU ÍNTIMO EU SOCIAL EU PÚBLICO (CENTRO) Núcleo dinâmico, fechado, valores fundamentais e de maior importância (ZONA PERIFÉRICA) Aberto, superficial, contatos humanos ou tarefas automáticas – fenômenos de massa @lulu_sarto O Campo Social: • Campo é o espaço de vida de uma pessoa. O espaço de vida é constituído pela pessoa e pelo meio psicológico de como ele existe para o indivíduo. • O campo social é uma “Gestalt”, isto é, um todo irredutível aos subgrupos que nele coexistem e aos indivíduos que ele engloba. • É essencialmente uma totalidade dinâmica., que não necessariamente são integradas entre si. • Podem coexistir no interior de um mesmo campo social, grupos, subgrupos, indivíduos separados por barreiras sociais ou ligados por redes de comunicações. • O que o caracteriza são as posições relativas que nele ocupam os diferentes elementos que o constituem. • A personalidade de seus membros não revela a dinâmica dos laços que os constituem em um mesmo campo social. • A partir deste conceito de campo social, Kurt Lewin elabora quatro hipóteses sobre a dinâmica dos pequenos grupos: 1 - O grupo constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém. 2 – O grupo é para o indivíduo um instrumento. Isto significa que o indivíduo utiliza o grupo e as relações sociais que mantém em seu grupo como instrumentos para satisfazer suas necessidades psíquicas ou suas aspirações sociais. 3 - O grupo é uma realidade da qual o indivíduo faz parte, (mesmo aqueles que se sentem ignorados, isolados ou rejeitados.) A dinâmica de um grupo tem sempre um impacto social sobre os indivíduos que o constituem, podendo ser frustrantes ou gratificantes. 4 – O grupo é para o indivíduo um dos elementos de seu espaço vital. É no interior de um espaço vital que o indivíduo se desenvolve ou evolui. (Sempre que uma pessoa não consegue definir claramente sua participação social ou não está integrada em seu grupo, seu espaço vital ou sua liberdadede movimento no interior do grupo serão caracterizados pela instabilidade e pela ambiguidade.) @lulu_sarto A Adaptação Social: Segundo Lewin, consistiria em concluir a superação entre: atualizar as aspirações e atitudes individuais, atingir seus objetivos pessoais, sem nunca forçar ou romper os laços funcionais com a realidade coletiva ou o campo social em que o indivíduo se insere e que constitui o fundamento de sua existência. Resistências Emotivas à Mudança Social: • Kurt Lewin deduz que a conduta de todo indivíduo em grupo é determinada pela dinâmica dos fatos - clima cultural no qual ele vive - a dinâmica da situação social em que ele se encontra - o momento histórico que o rodeia E pela dinâmica dos valores que percebe em cada situação. • O campo de forças que se destaca da interação dos fatos e dos valores depende de três coisas: 1- Das tendências do eu concebidas como a maneira única pela qual cada indivíduo percebe cada instante presente em função de seu passado pessoal 2- As tendências do super- ego que representam os imperativos da sociedade, tais quais foram interiorizados pelo indivíduo. 3- A própria situação social concebida como o conjunto dos fragmentos do universo social com os quais ele está em estado de interdependência. • É conseguindo derrubar as resistências à mudança social que melhor se pode chegar à compreensão de seus processos e de seus mecanismos. • A mudança social é a modificação do campo dinâmico no qual o grupo se encontra. Conforme se realize ou não esta modificação, o observador-participante pode identificar três tipos de fenômenos distintos em relação à mudança social: 1. - Grupo conformista: Não há desejo de mudança e evolução (constância social.). A mudança social tem pouca ou nenhuma possibilidade de se operar. @lulu_sarto 2. - Grupo não-conformista: A mudança social é iniciada e desejada, porém encontram resistências do grupo conformista que tenta contrariar as tentativas de mudança. (Suas manobras são geralmente clandestinas e tendem a criar climas de grupo que tornam as transformações sociais impossíveis, de modo a não comprometer seus privilégios adquiridos.) 3. - Os grupos não-conformistas no interior da maioria dos membros que sente uma inclinação para a mudança. As estruturas formais são flexíveis e funcionais. Elas favorecem entre eles relações interpessoais, laços de interdependência e interações cada vez mais dinâmicos. A mudança social para se operar exige que sejam modificadas: • as estruturas da situação social • as estruturas das consciências que vivem nesta situação social • os acontecimentos que surgem nesta mesma situação social • Mas o fator determinante que tornará possível a mudança social, será o clima de grupo dominante, ou seja, introduzir um novo estilo de autoridade, ou uma nova concepção do poder.
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