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Leonardo de souza lima A etapa final de um procedimento cirúrgico passar a ser a síntese. A síntese seria, portanto, o conjunto manobras que o cirurgião empregar para aproximar (reunir) tecidos que foram separadas. Seu objetivo é reconstruir a região operada de maneira a voltar à condição que se encontrava antes da cirurgia. Por meio da síntese restitui se a função e acelera – se a cicatrização. Para a reconstrução óssea podemos lançar mão dos fios de aço, placas e parafusos de titânio esta é chamada osteossíntese. Para tecidos moles usamos a sutura. Para realizar a sutura, devemos levar em consideração alguns princípios. • O fio de sutura sempre agulhado para diminuir o traumatismo no tecido • A agulha deve ser presa na porta agulhas, aproximadamente no meio. Nem muito próximo a ponta, impedindo assim sua penetração mais profundamente no tecido e nem muito próximo a região acoplada ao fio dificultando o manuseio na penetração que deverá ser feita perpendicularmente ao tecido e penetrada conforme a sua curvatura girando apenas o pulso e não braço inteiro • Não devemos usar a força e sim habilidade • Na aproximação das bordas, um livre e outra fixa, deve se começar sempre pela superfície livre a qual estará estabilizada pela pinça auxiliar da sutura. • O retalho a ser aproximado deverá ser estabilizado com pinça delicada com dente • As extremidades dos fios devem puxadas juntas e amarradas o suficiente para aproximação das bordas da ferida (reposição adequada do retalho) sem comprometer a vascularização. • Durante o manuseio da sutura a agulha deve ser mantida presa a palma da mão ou mesmo entre os dedos do cirurgião evitando se lesões na face do paciente. • O nó da sutura pode ser realizado com auxílio de instrumento (porta agulhas) passando se primeiramente duas vezes o fio em sua volta no sentido horário ou no anti-horário e então tracionando. Passa se o fio uma única vez no sentido contrário aquele utilizado anteriormente, é extremamente importante para que consiga a estabilização do nó. • O número de pontos deve ser limitado o suficiente para fechar adequadamente a ferida. • O corte do fio excedente ao nó deve ser feito a cerca de 2 a 3mm acima deste • Deve se evitar pontas compridas, excesso para não incomodar o paciente, aumentando também acumulo de placa e microrganismo facilitando a inflamação local. • As suturas de mucosa devem ser mantidas por cinco dias. SUTURAS/ SÍNTESE Leonardo de souza lima OBJETIVO • Reposicionar e manter firme o retalho • Aproximar as bordas da ferida • Restabelecer a continuidade dos tecidos • Hemostasia • Diminuir os espaços anatômicos REPARAÇÃO DAS FERIDAS Princípios cirúrgicos fundamentais Cicatrização ideal e produzir continuidade tecidual: resulta em cicatriz discreta com mínima perda de função – toda ferida deixa cicatriz CICATRIZAÇÃO 1. Cicatrização por 1º intenção: • Desejável • Bordas aproximadas com mínimo de espaço • Redução da reepitelização • Redução da deposição de colágeno • Redução da contração e da remodelação. 2. Cicatrização por 2º intenção • Grande migração epitelial • Espaço entre as bordas • Maior quantidade de tecido fibroso • Cicatrização mais lenta • Maior contração e remodelação FATORES PREJUDICIAIS • Presença de corpos estranhos; debridamento e lavagem do tecido • Tecido necrótico • Isquemia • Tensão dos tecidos PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS • Devem estar apoiadas em tecido ósseo sadio • Não deve ser realizada tensão sobre os tecidos • Deve ser iniciada pela parte móvel • O 1º ponto deve ser no vértice do retalho • A sutura deve ser realizada de vestibular para lingual • Nó fora da incisão • A distância do ponto deve ser até 3mm INSTRUMENTAIS Porta agulha, pinça, tesoura, agulha e fio de sutura AGULHAS • Utilizaremos agulhas circulares tamanhos variados (1/4 , 3/8 , ¾ , ½ mais utilizada) • Mais utilizada e semicírculo Pontas secção transversal • Cônica • Cortante • Cortante reversa Leonardo de souza lima Conexão final • Traumática: conexão final maior que o corpo (não vem com fio de sutura) provoca trauma tecidual maior devido a diferença de diâmetro. Atraumática: o fio já foi montado na agulha, o que reduz o tamanho da conexão final FIOS • Possuir resistência a torção e tração • Calibre fino e regular • Monifilamentar • Não irritante • Proliferação celular • Macio, flexível e pouco elástico • Baixo custo CLASSIFICAÇÃO • Absorvível ou não • Fio mutifilamentar ou monofilamentar Quanto a sínteses teciduais superficiais, profundas, temporárias ou definitivas Quanto a sua origem: orgânicos (origem animal ou vegetal) ou sintéticos Quanto a medida (espessura) do fio quanto mais 0, maior a redução do diâmetro e resistência do fio – 3-0 é ideal na odontologia. Leonardo de souza lima FIOS E SUTURA Fios de sutura absorvíveis 1. Catgut • Fio de origem animal • Monofilamentar • Induzem intensa resposta infamatória • Sua absorção ocorre de 2 – 4 dias na boca 2. Catgut cromado • Fio curtido em solução crômico • Monofilamentar • Absorção de 3-5 dias boca fagocitose 3. Ácido poliglicólico (dexon®) • Fio sintético • Multifilamentar • Grande reação inflamatória • Absorção de 30 – 60 dias – ação de macrófagos 4. Proliglactina 910 (Vicry®) : • Fio sintético • Multifilamentar • Absorção 30 – 60 dias de ação dos macrófagos 5. Poliglecaprone 25 (Monocryl®) • Fio sintético • Monofilamentar • Sem pigmento • Causa pouca reação inflamatória • Absorção em 21 dias (hidrólise em 120 dias) FIOS DE SUTURA NÃO ABSORVÍVEIS 1. Nylon • Fio sintético • Monofilamentar • Causa agressão na mucosa • Apresenta pequena reação inflamatória • Não retém indutos • Maior força de tensão Leonardo de souza lima 2. Seda • Fio de origem animal • Multifilamentar trançado • Causa reação inflamatória no 4º dia • Previne dilaceração dos tecidos • Possui resistência as forças de tensão • Fácil manipulação e visualização (cor preta) • Nó apenas com 3 lançadas • Baixo custo • Porém sofre embebição e retenção de indutos. OS TIPOS DE SUTURA PONTO SIMPLES • Técnica interdental é utilizada quando os retalhos vestibulares e linguais foram elevados é técnica mais utilizada em odontologia. • Usado em reparo de ferida simples Ponto único amarrado individualmente 2 lançadas – sentido horário 1 lançada – sentido anti-horário Passo a passo 1 - Passa agulha pela superfície externa (epitelial) do retalho vestibular 2 - Passa agulha sob ponto de contato 3 - Passa a agulha pela superfície interna do retalho lingual 4 - Passa a agulha sob o ponto de contato novamente 5 - Dar laço na superfície vestibular do dente de forma que o nó não fique na linha de incisão 6 - Cortar o fio de sutura 2,0 a 3,0 mm nó isto pode ser facilmente realizado imediatamente acima dos mordentes da porta agulhas. Obs: o tipo de laçada simples da técnica de sutura interrompida somente é usado para aproximação/ coaptação dos retalhos cirúrgicos e não para resistir a qualquer tipo de tensão do retalho. Está técnica aproxima coapta os retalhos cirúrgicos sem interposição de material de sutura entre os retalhos do tecido. Esta técnica não ofereceresistência a tensão de esforços musculares. PONTOS U (SUSTENTAÇÃO) Utilizada por vezes em situações de risco de comunicação bucosinusal Leonardo de souza lima Passa se a agulha em uma extremidade, puxa o fio pega na outra extremidade e puxa do outro lado (parecido com nó simples) Ajeita se agulha e retorna à pelo sentido contrário de inserção Também 2 laçadas no sentido horário e 1 no sentido anti-horário Passo a passo 1 – Utilizar uma agulha de corte invertido circular de 3/8 penetrar para vestibular acima da junção mucogengival. 2- Passo sob o contorno 3 – Penetrar a superfície do lado interno do retalho, um pouco acima da junção mucogengival emergindo pela superfície epitelializada do lado externo 4 – Amarrar o fio de sutura vestibulamente PONTO EM X (MANUTENÇÃO DE COÁGULO) 1- Penetração inicial da agulha através do retalho vestibular 2- Amarrando o nó na face vestibular formando x no retalho. Dois nós simples cruzados ou insere se agulha pelo lado vestibular, e ao inseri –la retalho lingual faz –se uma angulação. Obs: está sutura é usada em espaços endêndtulos ao iniciar a técnica uma agulha circular de 3/8 penetra na junção mucogengival na linha mesiovestibular atravessa horizontalmente o retalho e emerge no ângulo da face distovestibular. O procedimento é terminado no lado igual. Note que quando estar sutura é amarrada o fio cruza o campo cirúrgico. PONTO CONTINUO • Mais indicado em grandes retalhos e exodontias múltiplas, na mesma arcada. Vantagens Técnica rápida de ser realizada Desvantagens • Necessita de habilidade • Se a sutura se rompe o retalho pode ficar solto • A sutura continua é feita de pontos praticados com único fio que percorre toda linha da incisão sem interrupção temos apenas dois nós, um começo e outro no fim da sutura. PONTO CONTINUO SIMPLES Utiliza se em exodontias múltiplas Desvantagem: caso solte um ponto, solta toda a sutura Nó simples no início e continua se suturando (como se estivesse costurando) e no final faz se um novo nó simples. Leonardo de souza lima PONTO CONTINUO FESTONADO Semelhante à sutura contínua, porém, passa se a agulha por entre a sutura o que promove uma amarria. CUIDADOS PÓS OPERATÓRIOS • Conjunto de medidas que visam restabelecer os aspectos alterados pelo procedimento cirúrgico • Após realização da sutura faz – se compressão local com gaze • Evitar esforços físicos • Não bochechar nas primeiras 12 horas após procedimento • Saliva sanguinolenta é normal, mas em caso de sangramento realizar compressão com gaze. • Dieta liquida e fria no 1º dia liquida e pastosa no 2º dia da dieta normal após 72 horas • Não cuspir com frequência • Não se expor ao sol • Higiene normal • Compressa de gelo indicado nas primeiras 4 horas COMPLICAÇÕES • Reações alérgicas • Hemorragias • Necrose tecidual • Trismo • Alveolites • Hematomas Referências • Silverstein lee h. princípios de sutura na ododntologia • Ronaldo de Freitas. Tratado de cirurgia bucomaxilofacial. Aluno: Leonardo de souza lima @lslreal
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