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Raciocínio U1 lógicológico Raciocínio lógico Raciocínio lógico Apresentação Seja bem-vindo à disciplina Raciocínio Lógico. Esta disciplina a distância complementará seus estudos, permitindo que você desenvolva sua capacidade de apreensão de conteúdo, qualquer que seja sua área de seus curso, resultando em uma experiência bem interessante. Estudar raciocínio Lógico também será importante na sua formação geral, pois proporcionará melhor compreensão tanto dos novos conteúdos da área de estudo escolhida por você, quanto do próprio mundo que o cerca. Afinal, articular de modo eficiente o raciocínio é uma condição imprescindível para um bom desempenho, tanto pessoal quanto profissional. Ao final, você aprenderá bastante os segredos do pensamento, como também aplicá-lo no seu dia a dia, percebendo como a lógica e seus desdobramentos estão presentes no modo como organizamos nossa rotina, nos relacionamos com o mundo e até mesmo como o mundo se relaciona conosco. O raciocínio lógico está presente até nas atividades mais prosaicas de nosso cotidiano, como fazer compras, calcular nosso orçamento, reivindicar nossos direitos através de uma boa argumentação e até mesmo em textos publicitários. Você terá a oportunidade de interagir com seus colegas e professor nos fóruns, colocando suas dúvidas e debatendo as dos colegas. Mas não queremos ficar a distância, pelo contrário, queremos que você participe, compartilhe as suas dúvidas e nos procure sempre que precisar através dos diferentes meios de comunicação disponíveis na sua sala virtual. Bons estudos! Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 2 Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 3 Objetivo do estudo Esperamos que ao fi nal do estudo dessa unidade você seja capaz de apresentar, através da pesquisa das estruturas do pensamento, as regras que devem ser seguidas na elaboração de raciocínios válidos e corretos. CONCEITO DE LÓGICA http://www.a4psikiyatri.com/wp-content/ uploads/2014/07/mant%C4%B1ksal- d%C3%BC%C5%9F%C3%BCnme.jpg Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 4 1 T1 http://www.creacionismo.net/genesis/sites/ all/pictures/nodes/0003/0/picture.jpg A LÓGICA FORMAL O que é lógica formal? A palavra “lógica” origina-se do grego clássico, do vocábulo lógos, que signifi ca palavra, pensamento, idéia, argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico. A Lógica é uma ciência de base Matemática e muito ligada à Filosofi a. Ela tem como objetivo apresentar, através de uma pesquisa rigorosa das estruturas do pensamento, as regras que devem ser seguidas na elaboração de raciocínios válidos e corretos. Como o pensamento é a manifestação do conhecimento e este visa à obtenção da verdade, faz-se necessário o estabelecimento de regras para que tal meta consiga ser alcançada. Destarte, a lógica é o ramo da fi losofi a que estabelece as regras do pensar correto. O estudo da lógica só adquire sentido quando ela é vista, de fato, como um meio de garantir que o pensamento aja de maneira correta, chegando, assim, aos conhecimentos tidos como “verdadeiros”. LÓGICA NATURAL X LÓGICA CIENTÍFICA A Lógica é uma ciência, um sistema de conhecimentos defi nidos, alicerçados em princípios de caráter universal. No que tange a tal aspecto, a lógica fi losófi ca se diferencia da lógica espontânea ou empírica. A lógica natural, espontânea ou empírica, nada mais é do que uma aptidão inata do espírito empregada pelas faculdades intelectuais, mas sem ser capaz de justifi car racionalmente por meio de princípios universais. Você já observou como sua vida é rodeada de raciocínio lógico? Veja algumas situações: Realizando planejamento diário: Dependendo do trânsito terei que escolher entre trem e ônibus para ir à faculdade, pois não posso faltar à prova, senão serei reprovado. Escolhendo um aparelho celular novo: Preciso de um telefone para realizar chamadas, mensagens, fotografar e acessar a internet. Estou em dúvida entre o mais bonito e o mais barato. Achei um intermediário, logo o comprarei. Analisando variações de preços dos supermercados: Não quero me deixar enganar pela beleza da propaganda, vou analisar o quanto será economizado ao fi nal e irei às compras. Em cada uma das situações acima foi necessário o mínimo do pensamento lógico para se alcançar a melhor opção. Já a lógica científi ca faz parte da fi losofi a normativa. Ela tem como objetivo central defi nir quais devem ser as operações intelectuais utilizadas na satisfação das exigências de um pensamento correto. Ela determina as condições, não de exigência, mas de legitimidade. Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 5 Aristóteles A lógica aristotélica A lógica tem como base a boa elaboração dos argumentos, que são as estratégias linguísticas empregadas na defesa de uma tese. A obra fundadora da lógica clássica é Organon, de Aristóteles. Essa obra reúne grande parte de seus pensamentos. Aristóteles nasceu em Estagira, na Calcídia (384 a.C. - 322 a.C.). Ele foi aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande e é considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos. Juntamente com Sócrates e Platão, ele fi gura entre os mais infl uentes fi lósofos gregos e deixou contribuições em diversas áreas do conhecimento humano, tais como: ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia e história natural. No intuito de mostrar que os sofi stas, mestres da retórica e da oratória, eram capazes de enganar os cidadãos, empregando argumentos incorretos, Aristóteles passou a estudar a estrutura lógica da argumentação. Através desse estudo, ele chegou à conclusão de que alguns argumentos podem ser convincentes, a despeito de não serem corretos. Segundo Aristóteles, a lógica é um instrumento para atingir o conhecimento científi co. Apenas pode ser considerado ciência aquilo que é metódico e sistemático. Na obra Organon, o fi lósofo apresenta a lógica como um método do discurso utilizado na demonstração, o qual utiliza três tipos de operações da inteligência: a) o conceito: é a representação mental dos objetos; b) o juízo: é a afi rmação ou negação da relação entre o sujeito e seu predicado; c) o raciocínio: é o que leva à conclusão a respeito dos diversos juízos presentes no discurso. relação entre juízos [ proposição ] raciocínio [ argumento ] juízo [ proposição ] conceito [ termo ] relação entre conceitos [ termos ] representação mental [ ideia ] Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 6 Lógica formal x lógica material Na concepção de Aristóteles existem dois tipos de lógica: a lógica formal e a lógica material. a) a lógica formal ou menor: é a parte da Lógica que visa à defi nição da forma correta das operações intelectuais. Ela assegura o acordo do pensamento consigo próprio e, a partir disso, os princípios descobertos e as regras elaboradas são aplicados a todos os objetos do pensamento. b) a lógica material ou maior: é a parte da Lógica que determina as leis particulares que decorrem da natureza dos objetos a serem conhecidos. Ela defi ne os métodos da Matemática, da Física, da Química, das Ciências naturais e das Ciências morais. A lógica surge com os gregos e foi especialmente com Aristóteles que adquiriu a sua completude e perfeição. Os antigos, entretanto, não foram os únicos a se dedicarem à lógica. Alguns autores importantes não podem deixar de ser mencionados: a) os medievais: Porfírio, Boécio, Abelardo e S. Tomás de Aquino; b) os modernos: Leibniz, Wolff, Kant, Russel e Whitehead. saiba mais Não deixe de ler uma pequena biografia de Aristóteles acessando http://www.suapesquisa.com/aristoteles/ aprofundando Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 7 T2APRENDENDO A PENSAR Antes de começar, vamos dar a palavra ao professor Othon M. Garcia, que afi rma: Aprender a escrever é aprender a pensar Aprender a escrever é, em grande parte se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. (...) É que palavras não criam ideias; estas, se existem, é que, forçosamente, acabam corporifi cando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o indivíduo tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória. Todos reconhecemos ser ilusão supor – como já dissemos – que se está apto a escrever quando se conhecem as regras gramaticais e suas exceções. Há evidentemente um mínimo de gramática indispensável (grafi a, pontuação, um pouco de morfologia e um pouco de sintaxe), mínimo sufi ciente para permitir que se adquira certos hábitos de estruturação de frases modestas, mas claras, coerentes, objetivas. A experiência nos ensina que as falhas mais graves em redações resultam menos das incorreções gramaticais do que da falta de ideias ou da sua má concatenação. Escreve realmente mal aquele que não tem o que dizer porque não aprendeu a pôr em ordem seu pensamento, e, porque não tem o que dizer, não lhe bastam as regrinhas gramaticais, nem mesmo o melhor vocabulário de que possa dispor. Portanto, é preciso que tenhamos os meios de disciplinar o raciocínio, de estimular o espírito de observação dos fatos e aprender a criar ou aprovisionar ideias: aprender, enfi m, a pensar. GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1988, p. 291. É necessário, portanto, o esforço da cada um de nós, uma vez que sempre estamos sendo testados em nossas habilidades mentais. Desenvolvendo o raciocínio, as chances de sucesso, tanto na escrita quanto na interpretação de textos e de ideias, aumentam substancialmente. Vejamos um exemplo: “Ao defi nir-se uma tese para o escrito, podemos verifi car se no mesmo parágrafo, ou no seguinte, não estamos entrando em contradição com a ideia apresentada. Isto é, devemos trabalhar com logicidade. Em um texto dissertativo, se no primeiro parágrafo a ideia se dirige a um rumo A e, no segundo, a um rumo B e ainda se na conclusão determinarmos que os dois estão no mesmo sentido, incorremos num erro lógico. Então, só o pensar corretamente pode perceber se os parágrafos estão em sentidos opostos e não podem ser considerados que estão no mesmo sentido. Da mesma forma, tanto na escrita quanto na resolução de problemas numéricos a concentração é fundamental porque através dela a mente fi ca desperta para os signifi cados. À medida que se vai lendo concentradamente, o cérebro vai buscando a diretriz de raciocínio, fazendo as associações necessárias, o que gera o fácil entendimento.” (Silvio Salgueiro - Disponível em portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000013725. doc acessado em 11/05/2015) Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 8 Da validade dos fatos Os fatos em si mesmos às vezes não bastam: para que provem é preciso que sua observação seja acurada e que eles próprios sejam adequados, relevantes, típicos ou característicos, sufi cientes e fi dedignos. A simples leitura de uma reportagem sobre o crime supostamente praticado por Fulano não me pode permitir afi rmar com certeza que o suspeito é de fato o criminoso: nessas circunstâncias não houve exame acurado dos fatos, não houve sequer observação direta, pois os dados disponíveis me vieram de segunda mão. O cabo eleitoral que, com veemência demagógica, exaltar as virtudes do seu candidato, certamente não fornecerá ao eleitor em potencial senão os dados abonadores, manejados a jeito para tentar convencer: não serão fatos fi dedignos, isto é, não merecerão fé, pois é suspeita a fonte de onde provieram. Há interesse e pode haver malícia. Se alguém nos tentasse convencer de que a fundação de Brasília foi apenas desperdício de dinheiro porque Goiânia ou Belo Horizonte, cidades também do interior, poderiam perfeitamente funcionar como capital do Brasil, não estaria apresentando como razões fatos típicos nem característicos. Portanto, conclusões baseadas em fatos dessa ordem hão de ser forçosamente, ou provavelmente, falsas. Verdade X Validade A verdade é a correspondência entre o que é pensado e o objeto em si. Quando o que é pensado ou falado a respeito de um determinado objeto corresponde à realidade, afi rma-se que é enunciada a verdade. Se não ocorrer a correspondência, é dita uma mentira. Já a validade está relacionada à estrutura lógica da argumentação, ou melhor, ao encadeamento formal e lógico dos raciocínios. Se for apresentada uma argumentação que siga determinadas regras, tem-se uma argumentação válida; caso contrário, surge um raciocínio inválido. Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 9 As leis formais do pensamento De acordo com os lógicos, para que se chegue ao raciocínio formalmente válido, é imprescindível levar em consideração quatro princípios, os quais servem de critério para o conhecimento verdadeiro: Princípio da identidade: é aquele que afi rma a identidade de determinado elemento consigo mesmo. Ele pode ser enunciado da seguinte maneira: Toda coisa é o que é. Princípio da (não-) contradição: determina que um elemento, se for considerado sob o mesmo aspecto, não pode, ao mesmo tempo, ser e não-ser; portanto, coisa alguma pode ter ou não ter, simultaneamente, determinada propriedade. Princípio do terceiro excluído: defende que, caso seja dada uma determinada noção, ou ela é tida como verdadeira ou como falsa. Em outras palavras, não existe um meio-termo entre a afi rmação e a negação. De acordo com tal princípio, apenas existem duas maneiras de ser e, portanto, de dois juízos contraditórios, um é obrigatoriamente verdadeiro e o outro falso. Princípio da razão sufi ciente: esta lei não é apresentada por Aristóteles e pelos escolásticos. Ela foi primeiramente elaborada por Leibniz (1646-1716) em sua obra La Monadologia. Leibniz diz o seguinte: “Fato algum pode ser tomado como verdadeiro ou existente, nem algum enunciado ser considerado verídico, sem que haja uma razão sufi ciente para ser assim e não de outro modo”. obrigatoriamente verdadeiro e o outro falso.obrigatoriamente verdadeiro e o outro falso. Princípio da razão sufi ciente:Princípio da razão sufi ciente: por Aristóteles e pelos escolásticos. Ela foi primeiramente por Aristóteles e pelos escolásticos. Ela foi primeiramente elaborada por Leibniz (1646-1716) em sua obra La elaborada por Leibniz (1646-1716) em sua obra La Monadologia. Leibniz diz o seguinte: “Fato algum pode ser Monadologia. Leibniz diz o seguinte: “Fato algum pode ser tomado como verdadeiro ou existente, nem algum enunciado tomado como verdadeiro ou existente, nem algum enunciado ser considerado verídico, sem que haja uma razão sufi ciente ser considerado verídico, sem que haja uma razão sufi ciente para ser assim e não de outro modo”.para ser assim e não de outro modo”. Escolástica: http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Escolástica Leibniz: http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Leibniz saiba mais T3 MÉTODOS FUNDAMENTAIS DE RACIOCÍNIOEm linguagem vulgar, método é a melhor maneira de fazer as coisas. Quando se diz que alguém não tem método de trabalho, quer-se dar a entender que os meios de que se serve para realizar determinada tarefa não são os mais adequados nem os mais efi cazes; por isso, perde tempo, desperdiça esforço e energia, faz, desfaz, refaz e não realiza a contento os propósitos colimados. Etimologicamente, método (meta: através de, odos: caminho) é o caminho através do qual sechega a um fi m ou objetivo. Do ponto de vista da Lógica, é o conjunto dos meios ou processos empregados pelo espírito humano para a investigação, a descoberta e a comprovação da verdade. Método implica, assim, uma direção, um rumo, regularmente seguido nas operações mentais. Distinguem-se, primordialmente dois tipos de operações mentais na busca da verdade, vale dizer, dois métodos fundamentais de raciocínio: Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 10 indução dedução particulariza generaliza particularuniversal - a indução (que vai do particular para o geral) – “Mostrar como uma conclusão é tirada da experiência sensível, ou, em outras palavras, resolver uma conclusão nos fatos dos quais nosso espírito a extrai como de uma matéria é proceder por via indutiva.” - a dedução (que parte do geral para o particular) - “Mostrar como uma conclusão deriva de verdades universais já conhecidas (...) é proceder por via dedutiva ou silogística.” É neste sentido que Aristóteles e Sto. Tomás ensinam que nós temos somente dois meios de adquirir a ciência, a saber, o Silogismo, que procede a partir das verdades universais; e a Indução, que procede a partir dos dados singulares, dependendo formalmente todo o nosso conhecimento dos primeiros princípios evidentes por si mesmos, e tirando materialmente sua origem da realidade singular e concreta percebida pelos sentidos. Vamos conhecer melhor cada um deles? Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 11 exemplo Conhecendo e aplicando os métodos de raciocínio Método indutivo ou raciocínio indutivo Pela indução, partimos da observação e análise dos fatos, concretos, específi cos, para chegarmos à conclusão, à norma, regra, lei, princípio, quer dizer à generalização. Em outros termos: o processo mental busca a verdade partindo de dados particulares conhecidos para princípios de ordem geral desconhecidos. Parte do efeito para a causa. É um raciocínio a posteriori. Para entender melhor, vejamos um exemplo: Vejamos um fato específi co, um caso particular que aconteceu no século XX, lá pelos idos de 1918: a substituição dos bondes pelos ônibus elétricos no Rio de Janeiro. Trata-se de chegar a uma conclusão, de descobrir o que é melhor — e fi losofi camente, moralmente, o melhor é a verdade. Mas os caminhos que levam à verdade nem sempre são muito fáceis: A opinião pública estava dividida: uns defendiam a medida como solução ideal para o problema dos transportes coletivos, que os bondes já não atendiam satisfatoriamente; outros a condenavam de maneira taxativa. Na própria Assembléia Legislativa, a questão tinha dado motivo a longos debates. Pois bem: que faria um repórter ou um assessor técnico, desejosos de “tirar a questão a limpo”, como vulgarmente se diz? Sairiam pelas ruas a colher dados concretos, exemplos, testemunhos, fatos, em suma, fatos capazes de provar a conveniência ou não da medida preconizada pelas autoridades: quantos passageiros conduziam os bondes em cada viagem, e quantos conduziriam os ônibus elétricos? quantas viagens cada um deles poderia fazer em cada percurso de ida-e-volta? quanto tempo haveria de espera nas fi las dos ônibus elétricos? quais as condições de conforto em uns e outros? Eis aí alguns dos fatos que poderiam ser observados, analisados, confrontados, antes de se chegar a uma conclusão. Se os fatos observados fossem típicos, adequados, sufi cientes, relevantes e fi dedignos, a conclusão a que se chegaria representaria a melhor solução para o caso. O chefe de relações públicas da empresa concessionária (admitamos que a solução fosse favorável aos ônibus elétricos) poderia, então, baseado nos fatos apurados pelo assessor técnico, fazer a declaração: “O ônibus elétrico é a solução para o grave problema dos transportes urbanos nesta luminosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. Agindo dessa forma, o assessor e o repórter teriam adotado o método indutivo, partido dos fatos particulares ou específi cos para a conclusão ou generalização. Partiriam do que era conhecido (bondes e ônibus elétricos) para o desconhecido (só ônibus elétricos), isto é, a solução, a conclusão, o princípio ou norma ou diretriz, em suma: a verdade, que é sempre a melhor solução. Testemunho autorizado Nem sempre é possível examinar todos os fatos “ao vivo”, vale dizer, observá-los diretamente, pessoalmente. Outros já podem tê-lo feito em condições satisfatórias, tendo em vista outros propósitos, visando a outras conclusões. O estudante poderá aproveitar o resultado dessas pesquisas e acrescentar o das suas próprias. A ciência não é obra exclusivamente individual, mas resultado de um esforço coletivo, ao longo do tempo, através de gerações, pelo acúmulo de pesquisas e conclusões parciais, provisórias ou defi nitivas. Quando, na pesquisa da verdade, nos baseamos em afi rmações alheias dignas de crédito, nos servimos de testemunhos autorizados, estamos aplicando o que se chama de métodos de autoridade. Desde que o pesquisador não se submeta servilmente, cegamente, ao testemunho alheio, mas, ao contrário, o acolha com espírito crítico, o método de autoridade constitui processo de investigação da verdade indispensável ao progresso da ciência. Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 12 exemplo exemplo exemplo Analogia e comparação ANALOGIA É uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais completa. 1. As semelhanças são apenas imaginárias. 2. Tenta-se explicar o desconhecido pelo conhecido, o estranho pelo familiar. 3. Grande valor didático. 4. Sua estrutura gramatical inclui expressões próprias da comparação: como, semelhante a, parecido com. Veja o exemplo! O Sol é muitíssimo maior do que a Terra, e está ainda tão quente que é como uma enorme bola incandescente, que inunda o espaço em torno com luz e calor. Nós aqui na Terra não poderíamos passar muito tempo sem a luz e o calor que nos vem do sol, apesar de sabermos produzir aqui mesmo tanto luz como calor. Realmente podemos acender uma fogueira para obtermos luz e calor. Mas a madeira que usamos veio de arvores, e as plantas não podem viver sem luz. Assim, se temos lenha, é porque a luz do sol tornou possível o crescimento das fl orestas. 1. É uma comparação quanto à forma, mas na essência é uma analogia. 2. Tenta-se explicar o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola incandescente). 3. Semelhança apenas parcial: há outras, enormes, diferenças entre o Sol e uma bola de fogo. COMPARAÇÃO As semelhanças são mais reais, sensíveis. São expressas numa forma verbal própria: parecer, lembrar, dar uma idéia, assemelhar-se. Utilização dos chamados conectivos de comparação: como, quanto, do que, tal qual. Veja o exemplo! Esta casa parece um forno, de tão quente que é. Método dedutivo ou raciocínio dedutivo – o silogismo Se, pelo método indutivo, partimos dos fatos particulares para a generalização, pelo dedutivo, “caminhamos” em sentido inverso: do geral para o particular, da generalização para a especifi cação, do desconhecido para o conhecido. É método a priori: da causa para o efeito. Para entender melhor, vamos trabalhar o conceito de silogismo. Nome estranho, não? Parece até remédio para dor de cabeça... Mas não se preocupe, o conceito é simples e faz parte de nosso dia a dia. Entender e trabalhar com silogismos é mais fácil do que parece e não vai dar dor de cabeça em ninguém. Então, mãos à obra! Defi nição de silogismo É uma forma de raciocínio através da qual, com base em uma premissa maior e uma premissa menor, chega-se a uma conclusão. O silogismo é uma forma de raciocínio dedutivo (isto é, que parte da observação de casos gerais para a formulação de uma conclusão de caráter particular) muito comum em nosso dia a dia. A todo momento tiramos conclusões a partir de generalizações, mas o fazemos de modo tão natural quenão nos damos conta disso. Por exemplo: uma afi rmativa como “Aquela loja vive cheia. Vou dar um pulo lá” traz, em seu bojo, o seguinte raciocínio: Toda loja que vive cheia é porque tem variedade e bons preços. Aquela loja vive cheia. Logo, vou comprar lá também. Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 13 Na publicidade, por exemplo, é muito comum o uso de silogismos “disfarçados”, com o intuito de seduzir o consumidor. Imagine um anúncio de determinada marca de automóveis, que use o seguinte slogan: Quem ama, protege. Automóvel X, o único com airbags em todas as laterais e freios ABS de série. Espera-se que o consumidor realize, de fato, a seguinte leitura: Todo homem que ama sua família zela por sua segurança. Eu amo minha família. Logo, vou comprar o automóvel X, que é o mais seguro. Ou neste outro exemplo, bem conhecido: O biscoito X está sempre fresquinho porque vende bem, ou vende bem porque está sempre fresquinho? Por trás deste slogan, há um silogismo embutido: Quando um biscoito vende bem, está sempre fresquinho, porque há sempre novas remessas. Ora, o biscoito X vende bem. Logo, está sempre fresquinho. E, é lógico, você compra o biscoito que vende bem e ajuda a mantê-lo sempre fresquinho... exemplo T4 CONHECENDO A ESTRUTURA DO SILOGISMO E RESOLVENDO PROBLEMAS Um silogismo é formado, em geral, por três segmentos. O primeiro, chamado de “premissa maior”, tem caráter generalizante. O segundo, “premissa menor”, tem caráter particularizante. O terceiro, a “conclusão”, faz a síntese entre os dois. Observe: Premissa maior: Todos os médicos estudam anatomia. Premissa menor: Paulo é médico. Conclusão: Logo, Paulo estudou anatomia. Além disso, um silogismo tem que preencher as condições: 1ª) ter três termos (usados duas vezes cada um) e na disposição A-B, C-A; C-B. Veja: Todos os médicos (A) estudam anatomia. (B) Paulo (C) é médico. (A) Paulo (C) estudou anatomia. (B) 2ª) não possuir ambiguidade 3ª) apre sentar premissas verdadeiras Fique ligado! O uso do termo “todos” na premissa maior lhe confere caráter generalizante. Na premissa menor, temos a particularização, a partir da citação de um caso ou exemplo específi co. A conclusão promove a ligação entre as duas premissas, de modo lógico. Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 14 Vamos ver alguns exemplos? As mulheres são mais delicadas que os homens. Maria é uma mulher. Logo, Maria é mais delicada do que os homens. Todo queijo de supermercado é de fabricação nacional. O parmezon que está na geladeira foi comprado no supermercado. Logo, o parmezon é de fabricação nacional. Nenhum habitante desta cidade sabe ler e escrever. Aderbal mora nesta cidade. Logo, Aderbal não sabe ler e escrever. Todos os livros da biblioteca de minha escola levam um carimbo vermelho. Este livro tem um carimbo azul. Logo, este livro não é da biblioteca de minha escola. Todos os alunos da Escola Jardim Encantado foram vacinados. Meu fi lho estuda nessa escola. Logo, meu fi lho foi vacinado. Todos os meus cães são pastores alemães. Duque é um labrador. Logo, Duque não é um dos meus cães. Continuando o estudo da estrutura do silogismo, vemos que, quando ele apresenta tanto as premissas quanto a conclusão, isto é, está completo quanto ao seu aspecto formal, ele é considerado válido. Se a matéria de que trata se mostrar lógica em sua conclusão, ele é considerado verdadeiro (caso contrário ele é um silogismo falso, que iremos estudar mais adiante). Observe: Todos os advogados estudam o Código Penal. Mário é advogado. Logo, Mário estudou o Código Penal. No exemplo dado, ele é uma coisa e outra: válido e verdadeiro. Mas, por quê? Porque a conclusão só pode ser verdadeira se as duas premissas também o forem. Viu como não é difícil trabalhar com silogismos? Na verdade, o silogismo é um tipo básico de raciocínio, que até usamos em nosso dia a dia. Mas fazemos isso de modo automático, sem refl etir muito. Conhecendo, porém, seu mecanismo, podemos passar a usá-lo de modo mais variado e efi ciente. Vamos continuar? Problemas sobre silogismos Geralmente problemas sobre silogismos apresentam expressões como “todos”, “nenhum”, “algum”, “pelo menos um”. Muitos deles são resolvidos facilmente com base nos Diagramas de Venn muito utilizados em matemática. Pra começar, vamos ver as proposições categóricas: exemplos Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 15 Todo A é B: Algum A é B: Nenhum A é B Algum A não é B Agora vamos resolver um problema para entender melhor? Todas as amigas de Beto são, também, amigas de Berenice, mas nenhuma amiga de Berenice é amiga de Bruna. Todas as amigas de Bia são também amigas de Bela, e algumas amigas de Bela são também amigas de Bruna. Como nenhuma amiga de bela é amiga de Berenice, e como Bela, Bia e Bruna não têm nenhuma amiga em comum, então qual a opção correta? A) Pelo menos uma amiga de Bia é amiga de Bruna B) Pelo menos uma amiga de Beto é amiga de Bruna C) Todas as amigas de Bela são amigas de Beto D) Todas as amigas de Bela são amigas de Bia E) Nenhuma amiga de Bia é amiga de Beto Primeiro vamos montar os diagramas com o enunciado: 1) Todas as amigas de Beto são, também, amigas de Berenice BETO BERENICE 2) Nenhuma amiga de Berenice é amiga de Bruna BETO BERENICE BRUNA A B A B A B A B Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 16 3) Todas as amigas de Bia são também amigas de Bela 4) Algumas amigas de Bela são também amigas de Bruna 5) Finalmente, nenhuma amiga de bela é amiga de Berenice. E Bela, Bia e Bruna não têm nenhuma amiga em comum (no diagrama, veja que Bela e Bruna têm amigas em comum, mas Bela, Bia e Bruna não têm amigas em comum às três) Agora vamos analisar cada uma das opções, e verifi car a resposta correta: A) Pelo menos uma amiga de Bia é amiga de Bruna? Resposta: Não, porque apenas Bruna e Bela têm amigas em comum. B) Pelo menos uma amiga de Beto é amiga de Bruna? Resposta: Não, veja que os diagramas estão separados. C) Todas as amigas de Bela são amigas de Beto? Resposta: Não, veja que os diagramas estão separados. D) Todas as amigas de Bela são amigas de Bia? Resposta: Não, as de Bia são todas amigas de Bela, mas podem existir amigas de Bela que não são amigas de Bia (veja no diagrama) E) Nenhuma amiga de Bia é amiga de Beto? Resposta: Sim, esta é a resposta correta! BETO BERENICE BRUNA BIA BELA BRUNA BIA BELA BIA BELA Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 17 O raciocínio dedutivo e o cotidiano — o entimema O raciocínio dedutivo preside ou condiciona praticamente a totalidade do nosso comportamento diário. As mais simples ações, reações ou atitudes mentais tanto quanto as mais complexas — seja a compra de uma dúzia de laranjas, seja a demonstração de um teorema — implicam um raciocínio dedutivo. Nem sempre, entretanto, temos consciência de se estar elaborando em nós mesmos um silogismo completo. Às vezes, o que afl ora no plano da consciência é apenas a conclusão, traduzida em expressão verbal, em ações, impulsos ou comandos. Mas, antes dela, ou melhor, por baixo dela, subjaz como nos iceberg uma elaborada série de processos mentais, que chega a ser bem extensa quando inclui ainda a indução, que, como sabemos, fornece os elementos ou dados para a generalização que vai ser a premissa maior do silogismo dedutivo. É frequente omitir-se a premissa maior quando se aceita pacifi camente, tacitamente, a regra ou norma que nela se contém. Resulta daí um silogismo truncado ou incompleto, a que a lógica dá o nome de entimema: “J.P. é acusado de fraude; logo, não deve ser eleito”, J.P. lê Marx; logo, é comunista”. Não é preciso declarar expressamente que “nenhum indivíduo acusado de fraude deve ser eleito”ou que “todo indivíduo que lê Marx é comunista” para se chegar à conclusão. Na prática, às vezes nem mesmo a premissa maior é enunciada: vai-se logo à conclusão. Nesta hipótese, porém, quase sempre se impõe uma justifi cativa, isto é, a prova ou razão do que se declara. A justifi cativa ocorre espontaneamente ou resulta de pergunta do interlocutor, quando se trata da língua falada: “Por que? Por que diz você que J.P. não deve ser eleito (ou que é comunista)?” A vida cotidiana está cheia de situações que se “resolvem” em entimemas. Não é preciso dizer com todas as letras que os mentirosos não merecem crédito para não dar ouvidos ao que nos diz um mentiroso notório. Basta afi rmar: J.P. é um mentiroso (“logo, não acredite no que ele diz” é uma conclusão tão espontânea, que se torna desnecessário formulá-la.) O FALSO SILOGISMO (NON SEQUITUR) Mas o silogismo pode ser válido e não ser verdadeiro? É claro que sim! Basta que uma de suas premissas se revele falsa. Veja um exemplo de falso silogismo: Todo supermercado vende refrigerante. Aquele posto de gasolina vende coisas de supermercado. Logo, aquele posto de gasolina vende refrigerante. Embora o silogismo esteja formalmente correto, contendo uma premissa maior, uma premissa menor e uma conclusão, ele não é válido, uma vez que, obviamente, a conclusão se mostra falsa. Isto se deve ao fato de que o dado principal da premissa maior (vender refrigerantes) não é atribuição exclusiva dos supermercados. Neste caso, o silogismo fundamenta-se em falsas premissas. Ele pode ser resultado de um erro de informação ou da malícia de quem o formula. A conclusão pode ser verdadeira ou falsa, mas o argumento é falacioso porque há falta de conexão entre a premissa inicial e a conclusão. Observe o exemplo que se segue: Todas as cidades grandes têm igrejas. Em Bom Jesus da Ribeirinha há uma igreja. Logo, Bom Jesus da Ribeirinha é uma cidade grande. T5 Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 18 Não é difícil perceber a falha deste raciocínio. A relação entre as premissas não sustenta a conclusão a que se chega. O fato de ter uma igreja não faz de Bom Jesus da Ribeirinha uma cidade grande. Observe este outro exemplo: Todo time que joga bem ganha. Meu time ganhou o jogo. Logo, meu time jogou bem. Ora, ter ganhado o jogo não é garantia de ter jogado bem. De fato, o time pode ter jogado mal, mas o adversário ter jogado pior, o árbitro ter ajudado e assim por diante. Vamos ver mais alguns exemplos para facilitar o aprendizado? Você já sabe que um silogismo tem que preencher algumas condições: 1ª) ter três termos (usados duas vezes cada um) e na disposição A-B, C-A; C-B; 2ª) não possuir ambiguidade; 3ª) apre sentar premissas verdadeiras; 4ª) ter sempre uma premissa universal, seguida de uma particular e encerrada por uma conclusão. Identifi que o princípio que foi desrespeitado em cada um dos seguintes silogismos abaixo: Gatos têm sete vidas. Minha namorada é uma gata. Minha namorada tem sete vidas. Resposta: 2ª – ambiguidade 3ª – premissa falsa Todos os americanos vivem sob regime presidencialista. Os mexicanos são americanos. Os mexicanos vivem sob regime presidencialista. Resposta: 2ª – ambiguidade Todo favelado é marginal. José é favelado. José é marginal. Resposta: 3ª – premissa falsa Todos os professores são distraídos. Meu irmão é distraído. Meu irmão é professor. Resposta: 1ª – não segue a disposição A-B, C-A, C-B 3ª – premissa falsa Todos os estudantes gostam de ler. Aderbal é estudante. Logo, Aderbal gosta de ler. Resposta: 3ª – premissa falsa Fonte: http://www.xr.pro.br/default.html - acessado em abril de 2015 - prof. Marcus Valério - Material concebido para curso de Introdução à Filosofi a na Universidade de Brasília. exemplos Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 19 Vamos aprofundar nossos conhecimentos? Veja mais algumas dicas para reconhecer silogismos: SILOGISMO é a forma mais simples de argumentação, constituída de duas afi rmações, chamadas premissas, das quais se retira uma conclusão. Todo brasiliense é brasileiro. (Premissa 1) Fulano é brasiliense. (Premissa 2) Logo, Fulano é brasileiro. (Conclusão) Temos os 3 princípios. - A premissa 1 não admite a sua contraditória, que seria “Algum brasiliense não é brasileiro.”, pois é impossível que ambas sejam Verdadeiras ou Falsas ao mesmo tempo. - Os termos “brasiliense”, “brasileiro” ou “Fulano” só são idênticos a si mesmos. Desconsideramos qualquer tipo de brasiliense não brasileiro, mesmo que haja uma “Brasília” em outro país, consideramos apenas Brasília-DF. - E cada premissa, e a conclusão, só pode ser Verdadeira ou Falsa, e não uma terceira possibilidade. Se ambas as premissas são Verdadeiras, e a forma está correta, a conclusão só pode ser Verdadeira e o Silogismo é Válido. VERDADEIRO ou FALSO diz respeito a cada uma das premissas, julgadas de acordo com sua relação a uma matéria qualquer, o mundo real, ou um mundo imaginário. Por exemplo “Clark Kent é o Super-homem”. VÁLIDO ou INVÁLIDO diz respeito à forma do silogismo, se não violar nenhuma regra, é válido. Todo kriptoniano tem super poderes. O Super homem é kriptoniano. O Super homem tem super poderes. O silogismo é VÁLIDO, embora falso no mundo real, pois as premissas são falsas. Mas se as premissas forem verdadeiras, como é no universo fi ccional, então ele verdadeiro. Nenhuma águia é mortal. Fênix é uma águia. Logo, Fênix não é mortal. É VÁLIDO, embora falso no mundo real. E poderia ser criado um universo fi ccional onde as premissas fossem verdadeiras. ASSIM: Um Silogismo é Válido, quando é IMPOSSÍVEL que, de duas premissas Verdadeiras, a conclusão seja Falsa. As 8 regras do silogismo OBSERVAÇÃO: Não há uma lista padronizada, podendo haver reagrupamento ou aparecerem em outras ordens. 1 - O Silogismo só pode ter 3 termos Termo MAIOR (universal), Termo MÉDIO (que se repete) Termo MENOR (que está incluso no Maior, não necessariamente particular); exemplos brasileiros brasilienses fulano Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 20 Vejamos alguns exemplos de silogismos ERRADOS: Todo brasiliense é brasileiro. Todo parisiense é francês. Logo ??? Nenhuma pantera fala. Aquela mulher é uma pantera. Aquela mulher não fala. (O termo pantera está sendo usado em dois sentidos diferentes, o que resulta em dois termos distintos.) Todo lobisomem é feroz. Drácula, não é lobisomem. Então, ??? (Lobisomem e Não-Lobisomem são dois termos distintos.) 2 - A conclusão segue sempre a premissa mais fraca Mais fraca, é a premissa particular, em relação à universal, e ou a negativa em relação à positiva. Então: MAIS FORTE------------------------------------------------------------------------------------MAIS FRACA Universal Afi rmativa Universal Negativa Particular Afi rmativa Particular Negativa Vejamos um exemplo para facilitar o entendimento: Todos os insetos se reproduzem O besouro é um inseto. Assim, o besouro se reproduz. (A conclusão é particular, como a premissa menor.) Nota: Embora seja possível dizer na conclusão “Todo besouro se reproduz”, ainda assim o universo dos besouros é particular em relação ao dos insetos. Para esclarecer, basta ser mais específi co: Todos os insetos se reproduzem Este besouro é um inseto. Assim, este besouro se reproduz Formalizando, temos: A (insetos) B (capacidade de reprodução) e C (besouro) Todo A é B C é A Logo C é B Inválido seria colocar o “Todos os insetos”, ou “Tudo o que se reproduz” na conclusão. Nenhum cão voa. O morcego voa Logo, o morcego não é cão. (Conclusão negativa, como a premissa 1, e particular, como a 2.) Nenhum gelo é quente (Universal Negativa) Todo fogo é quente (Universal Afi rmativa) Nenhum gelo é fogo (A conclusãoterá que seguir a mais fraca, Universal Negativa.) exemplos seres que se reproduzem insetos besouros este besouro Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 21 3 - Os termos na conclusão não podem ter extensão maior que nas premissas Se um termo está no particular nas premissas, não poderá estar no universal na conclusão. Se um termo está no negativo nas premissas, não poderá estar no afi rmativo na conclusão. Veja um silogismo construído de forma ERRADA: Todos os meus cães são pretos. Rex é um de meus cães. Logo, todos os meus cães são Rex. Cães pretos Meus cães Totó Rex Fifi Note que Rex é apenas um de meus cães, ele não pode ser “universalizado”, que é o resultado de passar de “Rex é um” para “Rex é todos”. Derivações CORRETAS seriam: Todos os meus cães são pretos. Rex é um de meus cães. Logo, Rex é preto. Todos os meus cães são pretos. Princesa é branca. Princesa não é um de meus cães. 4 - O termo médio deve ser universal ao menos uma vez Vamos entender melhor por meio de exemplos. Construção ERRADA: Alguns sambistas tocam pandeiro. Zé é um sambista. Logo, Zé toca pandeiro. (Sambista, está no particular em ambas as premissas.) Construção CORRETA: Todos os sambistas tocam pandeiro. Zé é um sambista. Logo, Zé toca pandeiro. 4 - O termo médio deve ser universal ao menos uma vez4 - O termo médio deve ser universal ao menos uma vez exemplos Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 22 5 - De duas premissas particulares, nada se conclui O que deriva das regras anteriores, 2, 3 e 4, que estão relacionadas. Uma forma de sintetizar parcialmente as regras anteriores é afi rmar que na conclusão o Termo Menor deve ser sujeito, e o Maior predicado. Veja um exemplo de construção ERRADA: Alguns brasileiros jogam futebol. Mario joga futebol. Logo ??? 6 - O termo médio não pode entrar na conclusão Caso contrário, nada de novo será dito. Veja exemplos de construções ERRADAS: Nenhuma droga é saudável. Todo licor é droga. Dessa forma, uma droga é licor. (Que já foi dito na Premissa 2.) Todos os meus cães são pretos. Rex é um de meus cães. Então, um de meus cães é preto. (Que já está implícito na Premissa 1.) 7 - De duas premissas negativas, nada se conclui A construção só pode ser ERRADA, vejamos: Nenhuma mulher desiste. Paulo não é mulher. Logo ??? 8 - De duas premissas afi rmativas não pode haver conclusão negativa. Novamente teremos uma construção ERRADA: Qualquer pessoa quer ser feliz. Ela é uma pessoa. Logo, ela não quer ser feliz. exemplos Conceito de lógica Raciocínio Lógico | UNISUAM 23
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