Buscar

RESENHA - Avanços e retrocessos da educação brasileira no período posterior a ditadura militar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Avanços e retrocessos da educação brasileira no período posterior a ditadura militar
A educação no Brasil no período denominado redemocratização apresentou avanços formidáveis. O ensino básico se expandiu beneficiando uma parcela bem maior da população, houve a destinação de recursos garantida por uma legislação específica e uma expansão do ensino superior. Todavia, a qualidade do ensino continua preocupante e a meta de atendimento aos estudantes em tempo integral, um desafio longe de ser alcançado. 
Considerando a educação como direito universal, uma necessidade de todos os cidadãos, constata-se que os últimos trinta anos foram de expansão do número de estudantes nas escolas brasileiras. É inegável que o setor de educação tem lutado de maneira árdua para reparar um vergonhoso déficit histórico e para reverter o abandono das estruturas educacionais do país que vem de décadas.
Os avanços possíveis até os dias atuais devem-se a um contínuo processo de aperfeiçoamento da gestão pelos órgãos administrativos da área educacional, desde o Ministério da Educação, às secretarias estaduais e municipais. Ambos foram capazes de estabelecer, em algumas áreas, rumos que se mantiveram através de diferentes gestões. 
Uma das políticas públicas bem sucedidas na fase de redemocratização do país, a qual foi preconizada na Constituição cidadã de 1988, foi a gradual expansão da rede de ensino, cujo reflexo pôde ser percebido no crescimento da frequência escolar em todas as faixas etárias. A garantia de universalização do acesso a educação deve ser vista como uma conquista memorável de educadores de distintas gerações.
Contudo, a busca pela garantia de universalização do acesso a educação para todas as crianças e jovens não culminou em um ensino de qualidade. Não importava apenas garantir a matrícula, tinha que ter o estímulo para os estudantes continuarem na escola e se apropriarem do conhecimento. O que em inúmeras situações não ocorreu. A busca pela qualidade do ensino é uma política pública desafiadora para educadores e gestores públicos. 
Política pública da área de educação de extrema relevância, também prevista na Constituição Federal promulgada em 1988, foi a criação do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental), regulamentado pela lei em 1996, o fundo criado com prazo de dez anos ajudou municípios e estados a cumprirem suas responsabilidades financeiras na área de educação. Posteriormente, a partir de 2007 passou a se chamar Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), tendo como prazo de validade 14 anos e alcance de financiamento até o ensino médio. 
Ressalta-se que a transformação do FUNDEF em FUNDEB significou um crescimento dos valores investidos na educação. Além do fundo, a Constituição determinou que os entes federados fossem obrigados a reverterem um percentual mínimo das suas receitas para a manutenção e o desenvolvimento do ensino – 18% para o governo federal, 25% para estados e municípios. 
Ainda no período de redemocratização do país, citam-se importantes políticas públicas regulatórias, novas leis para a educação. Em 1996, após intensos debates, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), cujo relator no Congresso Nacional foi o senador Darcy Ribeiro. A nova lei seguindo determinação da Constituição de 1988 orientou a municipalização do Ensino Fundamental, preconizou a formação dos professores em nível superior e promoveu a Educação Infantil à posição de etapa inicial da Educação Básica.
Em 2001, foi aprovada a Lei do Plano Nacional de Educação (PNE). Previsto na Constituição, o PNE estipulava metas para serem cumpridas em um período de dez anos, as quais visavam aumentar o nível de escolaridade dos brasileiros e o acesso de todos à educação. Entretanto, constata-se que a maioria das metas não foi alcançada. Apesar disso, houve avanços como a determinação de que o Ensino Fundamental fosse ampliado para nove anos, o que já está consolidado nas redes de ensino dos municípios. 
Ainda no período de redemocratização do país, cita-se importantes políticas públicas regulatórias, novas leis para a educação. Em 1996, após intensos debates, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/1996), cujo relator no Congresso foi o senador Darcy Ribeiro. A nova lei seguindo determinação da Constituição de 1988 orientou a municipalização do Ensino Fundamental, preconizou a formação dos professores em nível superior e promoveu a Educação Infantil à posição de etapa inicial da Educação Básica.
Em 2001, foi aprovada a Lei do Plano Nacional de Educação (PNE). Previsto na Constituição, o PNE estipulava metas para serem cumpridas em período de dez anos, as quais visavam aumentar o nível de escolaridade dos brasileiros e o acesso de todos à educação. Entretanto, constata-se que a maioria das metas não foi alcançada. Apesar disso, houve avanços, como a determinação de que o Ensino Fundamental fosse ampliado para nove anos, o que já está consolidado nas redes de ensino dos municípios. 
Outras políticas públicas no âmbito da educação nacional de grande relevância foram implantadas nos anos dois mil. A Prova Brasil, exame criado em 2005 com o intuito de avaliar os alunos do 5° e 9° anos do Ensino Fundamental, mostrou através dos resultados que havia a necessidade de ampliar, o acesso à escola, melhorar os índices de aprendizagem e aumentar o investimento financeiro nessa etapa de ensino.
Outra estratégia importante foi a criação das escolas de tempo integral. Em 2007, o Ministério da Educação criou o Programa Mais Educação, o propósito era aumentar a carga horária ofertada aos estudantes e por consequência prolongar a permanência dos estudantes no espaço escolar. Entretanto, passados vários anos desde a sua implantação, o ensino em tempo integral está restrito a poucas escolas. 
Destaque deve ser dado a lei federal que aprovou o Piso Salarial Nacional dos Professores no ano de 2010. Essa política pública além de estabelecer uma remuneração mínima aos profissionais do ensino propôs que um terço da jornada de trabalho do professor fosse dedicado ao planejamento e formação docente. 
É importante frisar, contudo, que nas últimas décadas a escola pública no Brasil está passando por diversas transformações. Essas mudanças estão relacionadas as políticas neoliberais que muito tem afetado a vida dos milhares de alunos matriculados nas escolas públicas. Salienta-se que o neoliberalismo prega a menor participação do Estado nos investimentos educacionais e até mesmo a privatização do ensino público.
Constata-se que o neoliberalismo está estabelecendo os rumos da educação no país na atualidade. Os estudantes, devido a isso, estão recebendo uma educação com pouca qualidade, alicerçada mais nos princípios de mercados. Exemplo a ser dado é o Novo Ensino Médio cuja proposta de currículo flexível é interpretada como um desmonte do sistema público de ensino do país. O currículo do Ensino Médio visa a formação técnica para os alunos e não a demanda de ingresso no ensino superior público. 
Enfim, o que se verifica é que os estudantes da escola pública estão sendo conduzidos a reproduzir ações sem conhecimentos profundos e sem incentivo a formação de um pensamento crítico. Se o neoliberalismo prega a diminuição de financiamento por parte do Estado na educação, consequentemente leva o ensino público ao sucateamento e abandono, o que é péssimo para o sistema educacional brasileiro. 
Por conseguinte, em virtude de todos os fatos mencionados, conclui-se que nas últimas três décadas a educação brasileira alcançou avanços extraordinários no que se refere a inserção de diversas políticas públicas. No entanto, não se pode negar que o neoliberalismo tem provocado um processo de deterioração da educação pública em favorecimento do ensino privado. Esses efeitos negativos do neoliberalismo tem contribuído para a manutenção da desigualdade entre os estudantes ricos que podem pagar por um ensino privado e os estudantes pobres que dependem unicamenteda escola pública, a qual vem sendo negligenciada pelos governos neoliberais. 
REFERÊNCIAS
ANDRIOLI, Antonio Inácio. As políticas educacionais no contexto do neoliberalismo. Disponível em www.andrioli.com.br. Acesso em: 16/04/2020.
FERREIRA, Anna Rachel. Educação pós-ditadura: qualidade para todos. Revista Nova Escola/Editora Abril. Dezembro 2013.
FERREIRA, João Diego da Silva. SANTOS, Rayner Souza dos. SANTOS, Raynice Souza dos. Os efeitos do neoliberalismo na escola pública no Brasil. Disponível em www.joinpp.ufma.br. Acesso em: 16/04/2020.
GUIMARÃES, Claudivan Santos. A educação no Brasil após a redemocratização (1985-2002). Revista Fundamentos, V.2, n1, 2015. Disponível em www.revistas.ufpi.br . Acesso em: 14/04/2020. 
YANAGUITA, Adriana Inácio. As políticas educacionais no Brasil nos anos 1990. Universidade Estadual Paulista – UNESP. Disponível em www.anpae.org.br. Acesso em 15/04/2020.

Outros materiais