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Demanda Módulo II Heitor Cunha Barros Microeconomia Definição “Microceonomia é a área da Ciência Econômica voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e/ou famílias (estas desde que caracterizadas por um orçamento único), ao estudo das empresas, suas respectivas produções e custos e ao estudo da produção e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos.” Pinho e Vasconcellos (1998) distingue-se da macroeconomia, porque esta se interessa pelo estudo dos agregados como a produção, o consumo e a renda da população como um todo. Microeconomia • Preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e serviços, bem como dos fatores de produção. • Responde também, a questões aparentemente simples; por exemplo, por que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve cair, ceteris paribus. Limitações! Uma das criticas mais fortes ao uso da escala “micro” é que dois indivíduos idênticos não tomam necessariamente a mesma decisão. Microeconomia para empresas Microeconômica não é um manual de técnicas para tomadas de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para estabelecer políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto para empresa como para políticas econômicas. Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões: • Política de preços da empresa; • Previsões de demanda e faturamento; • Previsões de custo de produção; • Decisões ótimas de produção; • Avaliação e elaboração de projetos de investimentos; • Política de propaganda e publicidade; • Localização da empresa; • Diferenciação de mercados. Microeconomia para governo Em relação à política econômica, a teoria microeconômica pode contribuir na análise de tomada de decisões das seguintes questões: • Avaliação de projetos de investimentos públicos; • Efeitos dos impostos sobre mercados específicos; • Política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou na compra de insumos como máquinas, fertilizantes); • Fixação de preços mínimos na agricultura; • Controle de preços; • Política salarial; • Política de tarifas públicas (água, luz e outras); • Política de preços públicos (como petróleo, aço); • Leis antitrustes (controle de lucros de monopólios e oligopólios). Microeconomia O estudo da teoria microeconômica envolve os seguintes tópicos: • Análise da demanda ou procura de uma mercadoria ou serviço; • Análise da oferta de um bem ou serviço; • Análise das estruturas de mercado. Modelo empírico de mercado As pessoas necessitam de trocar bens e serviços entre si. – Os indivíduos apreciam o consumo diversificado de bens e serviços. – Existem alguns Bens e Serviços em grande quantidade e outros em pequena quantidade, por haver diversidade de clima, de recursos naturais ou resultante da especialização na produção. Case: as pessoas que vivem à beira-mar têm muitas sardinhas e pouco milho enquanto que as que vivem mais no interior têm muito milho e poucas sardinhas. • Todas as pessoas melhoram se houver a possibilidade de trocar sardinhas por milho. Modelo empírico de mercado Os bens oferecidos no mercado têm preços. O preço é definido como o valor do bem expresso em moeda. Segundo a teoria econômica, os preços são resultado da interação entre dois agentes: os consumidores (que se preocupam com a utilidade dos bens) e as empresas (que representam o esforço ou os custos de produção). O preço de um bem é definido como valor desse bem expresso em moeda. Ele é resultado da interação entre os consumidores e as empresas. Modelo empírico de mercado O preço traduz a razão de troca entre cada par de bens Voltando ao case: eu troco três kg de milho por cada kg de sardinhas preço da sardinha = 3kg milho/kg. – Como vivemos numa economia com moeda, cada bem terá o seu preço monetário. – Cada bem ou serviços será vendido/comprado contra uma quantidade de moeda. No modelo do mercado de um b&s existem: – variáveis endógenas: o preço nominal e a quantidade transacionada – variáveis exógenas: múltiplos parâmetros. Modelo empírico de mercado Se não houvesse alterações nas variáveis exógenas (que traduzem tudo que é exterior ao preço e quantidades) O mercado estaria sempre igual: – Um determinado preço – Um determinado fluxo EX:, ao preço de 1€/t são transacionadas 10t/dias de maçãs Modelo empírico de mercado Mas as variáveis (que assumimos) exógenas estão em constante alteração: – A temperatura, o vento, a humidade, a hora; – Os preços de outros bens e serviços; – Os preços das matérias primas; – A bolsa, a taxa de câmbio; – O meu nível de glicemia no sangue; Modelo empírico de mercado Mercados variam sob vários aspectos: Grau de organização formal – regras que devem obedecer Grau de concorrência entre produtores/vendedores Formação de preços em mercados competitivos Modelo de competição perfeita e seus pressupostos: 1. Produtos homogêneos; 2. Grande número de produtores e consumidores, cada um transacionando uma pequena parte do mercado; 3. Livre entrada e saída do mercado; 4. Mobilidade perfeita dos fatores de produção; 5. Conhecimento perfeito. Teoria do Consumidor A demanda (procura) “Demandar significa estar disposto a comprar, enquanto comprar é efetuar de fato a aquisição. A demanda reflete uma intenção, enquanto a compra constitui uma ação”. Mochón (2006). p. 17. Também, é entendida como a quantidade de um bem ou serviço que uma pessoa deseja e está apta a comprar a determinado preço em dado intervalo de tempo, tudo o mais permanecendo inalterado (ceteris paribus). Depreende-se, daí, que a cada preço corresponde uma determinada quantidade demandada. Essa relação pode ser representada pela escala abaixo, considerada a procura por crédito: Teoria do Consumidor Teoria do Consumidor A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. • O preço do bem ou serviço; o consumidor decide o quanto vai comprar do bem; se o preço for considerado barato, provavelmente ele adquirirá maiores quantidades do que se for considerado caro; • O preço de outros bens; • A renda do consumidor; embora muitas vezes o consumidor considere atrativo o preço do bem, ele pode não ter a renda (y) suficiente para comprá-lo; • Hábitos ou preferência do indivíduo; embora o preço de um bem esteja adequado, o consumidor se não tiver o hábito não será influenciado pelo preço. Teoria do Consumidor Para um determinado nível de preços, quanto maior a necessidade, maior a preferência (ou gosto), quanto maior o preço dos bens substitutos e menor o preço dos bens complementares, maior a demanda por um bem ou serviço específico. Condição para bem substituto: • Bens serão substitutos se, após um aumento do preço do bem A, verificarmos um aumento da demanda por B. Substituições acontecem diariamente... Quando um consumidor vai ao supermercado e verifica um aumento no preço da manteiga é comum a substituição da mesma por margarina; isso também acontece com marcas diferenciadas de arroz, de feijão, óleo e açúcar e uma infinidade de outros produtos. Teoria do Consumidor Condição para bem complementar: • Bens serão complementares se, após um aumento do preço do bem, verificarmos uma redução da demanda por B. Na realidade, os consumidores demandarão menos dos dois bens A e B, pois como são complementares, sempre que ele adquirir o bem A adquirirá também o bem B. São também vários os exemplos de bens complementares... Sempre que o consumidor demanda um café ele consome açúcar (ou adoçante), sempre que compra um carro passa a consumir combustível; quando pede uma cerveja (ou uma cachaça) sempre compra um tira-gosto. Teoria do Consumidor A teoria econômica destaca que vários fatores influenciam a escolha dos consumidores pela demanda de um bem e serviço: • o preço do bem ou serviço em questão (Px); • o preço dos demais bens (Pz); • a renda do consumidor disponível no período (Y); • os hábitos de consumoou preferências do consumidor (H). A quantidade demandada de um bem ou serviço pelos consumidores (Qd) é função do preço desse bem ou serviço (Px), da renda (Y), do preço dos outros bens (Pz) e dos hábitos e preferências do consumidor (H), ou seja, estamos nos referindo à função demanda, que pode ser expressa matematicamente da seguinte forma: Qd = f (Px, Pz, Y, H) Teoria do Consumidor Em outras palavras, ao adotar essa suposição, estamos aplicando a condição ceteris paribus, ou seja, considera-se que cada uma dessas variáveis influencia separadamente as escolhas do consumidor. Com este raciocínio, a função demanda – Qd - passa a depender exclusivamente do preço - Px. Matematicamente, tem-se então: Qd = f (Px) Qual a relação entre Qd e o Px? A resposta é dada pela chamada Lei Geral da Demanda. Há uma relação inversa entre o preço do bem (Px) e quantidade demandada (Qd), ou seja, a um aumento de preço corresponde uma queda na quantidade demandada ou o contrário, redução de preço provoca aumento na quantidade demandada. Lei da demanda Quanto maior o preço de determinado bem ou serviço, menor a quantidade demandada desse bem ou serviço. Analogamente, quanto menor o preço de determinado bem ou serviço, maior a quantidade demandada desse bem ou serviço. Segundo a LEI DA DEMANDA, a quantidade demandada varia inversamente com o nível de preços. Atenção: não é o preço que varia com a quantidade demandada... A quantidade demandada é que varia em função da variação do preço. Lei da demanda A REAÇÃO TÍPICA DOS CONSUMIDORES AOS NÍVEIS DOS PREÇOS Pode ser explicada por três razões: 1º) Quanto mais altos os seus níveis, menor será o número de consumidores dispostos e efetivamente aptos para ingressar no mercado. 2º) Efeito substituição. 3º) Quanto maiores forem as quantidades disponíveis de um produto qualquer, menores serão os graus de sua utilidade marginal. A Curva da demanda É uma relação que descreve quanto de um bem os consumidores estão dispostos a adquirir, a diferentes níveis de preços. A curva de demanda de mercado resulta da soma horizontal de todas as curvas de demanda individuais para um determinado produto. A cada preço, a quantidade demandada no mercado é a soma das quantidades de cada indivíduo. Preço (R$) Demanda de mercado 10 130 30 100 50 60 100 20 A Curva da demanda Preço (R$) Demanda de mercado 10 130 30 100 50 60 100 20 A Curva da demanda Atenção: há apenas duas exceções... são os chamados bens de Giffen e bens de Veblen! A quantidade demandada desses bens aumenta com o aumento do preço, contrariando a LEI DA DEMANDA. Bens de Giffen são, em geral, produtos baratos, que têm grande importância no orçamento das famílias mais pobres. Quando o preço do bem de Giffen aumenta, os consumidores tendem a adquirir quantidades maiores deste bem, porque apesar da elevação do preço ele é ainda mais barato comparativamente a outros produtos. Bens de Veblen são bens de luxo, como obras de arte e joias. Normalmente, o objetivo do consumidor ao adquirir determinados bens é mostrar para a sociedade sua riqueza... sendo assim, quanto maior o preço destes bens, maiores quantidades serão adquiridas pelo consumidor ostensivo. Nesses casos, a curva de demanda é positivamente inclinada, refletindo a relação direta entre a quantidade demandada desses bens e o preço dos mesmos. A Curva da demanda A curva de demanda de mercado resulta da soma horizontal de todas as curvas de demanda individuais para um determinado produto. A cada preço, a quantidade demandada no mercado é a soma das quantidades de cada indivíduo. Por exemplo, veja a curva de demanda de mercado de ingressos de cinema, considerando dois consumidores, Luciana e Júnior.
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