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Tempo Histórico x Tempo Cronológico e Globalização

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Humanas
TEMPO HISTÓRICO X TEMPO CRONOLÓGICO.
Observação dos fenômenos naturais e contagem do tempo
O tempo é uma questão fundamental para a nossa existência. Inicialmente, os primeiros homens a habitar a terra determinaram a contagem desse item por meio da constante observação dos fenômenos naturais. Dessa forma, as primeiras referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e a noite, as fases da lua, a posição de outros astros, a variação das marés ou o crescimento das colheitas pudessem metrificar “o quanto de tempo” se passou. Na verdade, os critérios para essa operação são diversos.
Consciência da finitude
Não sendo apenas baseada em uma percepção da realidade material, a forma com a qual o homem conta o tempo também pode ser visivelmente influenciada pela maneira com que a vida é compreendida. Em algumas civilizações, a ideia de que houve um início em que o mundo e o tempo se conceberam juntamente vem seguida pela terrível expectativa de que, algum dia, esses dois itens alcancem seu fim. Já outros povos entendem que o início e o fim dos tempos se repetem por meio de uma compreensão cíclica da existência.
Definição de tempo histórico
Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, isso quer dizer que os historiadores não têm interesse pelo tempo cronológico, contado nos calendários, pois sua passagem não determina as mudanças e acontecimentos (os tais fatos históricos) que tanto chamam a atenção desse tipo de estudioso. Dessa maneira, se esse não é o tipo de tempo trabalhado pela História, que tempo tal ciência utiliza?
O tempo empregado pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que possui uma importante diferença do tempo cronológico. Enquanto os calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os eventos de curta e longa duração. Dessa forma, o historiador se utiliza das formas de se organizar a sociedade para dizer que um determinado tempo se diferencia do outro.
Seguindo essa lógica de pensamento, o tempo histórico pode considerar que a Idade Média dure praticamente um milênio, enquanto a Idade Moderna se estenda por apenas quatro séculos. O referencial empregado pelo historiador trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua organização, no desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das práticas econômicas e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.
Além disso, o historiador pode ainda admitir que a passagem de certo período histórico para outro ainda seja marcado por permanências que apontam certos hábitos do passado, no presente de uma sociedade. Com isso, podemos ver que a História não admite uma compreensão rígida do tempo, em que a Idade Moderna, por exemplo, seja radicalmente diferente da Idade Média. Nessa ciência, as mudanças nunca conseguem varrer definitivamente as marcas oferecidas pelo passado.
Importância das duas formas de tempo
Mesmo parecendo que tempo histórico e tempo cronológico sejam cercados por várias diferenças, o historiador utiliza a cronologia do tempo para organizar as narrativas que constrói. Ao mesmo tempo, se o tempo cronológico pode ser organizado por referenciais variados, o tempo histórico também pode variar de acordo com a sociedade e os critérios que sejam relevantes para o estudioso do passado. Sendo assim, ambos têm grande importância para que o homem organize sua existência.
GLOBALIZAÇÃO
A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no mundo.
Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada pelos sistemas de comunicação e transporte.
Mas o que é globalização exatamente?
O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade das relações sócio espaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do globo terrestre.
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo.
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes partes do planeta até existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá ser considerada menos eficiente em comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas próximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo encontra-se cada dia mais globalizado.
O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável pelo avanço e consolidação da globalização atual, propiciou uma integração que aconteceu de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”. O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial no meio técnico-informacional tornou o planeta metaforicamente menor.
A origem da Globalização
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização. O termo em si só veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a globalização tenha se iniciado a partir da expansão marítimo-comercial europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no qual o sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando evoluções, recebendo incrementos substanciais com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial para a última delas, também chamada de Revolução Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e que ainda se encontra em fase de ocorrência.
Nesse processo, intensificaram-se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de informação, com destaque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior evolução nos meios de transporte.
Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-se há cerca de cinco séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da segunda metade do século XX em diante.
Características da globalização / aspectos positivos e negativos
Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais diversos campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente.
Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da globalização, embora existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o principal entre os problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a questão às contradições do capitalismo.
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os diferentes territórios, em que culturas,valores morais, princípios educacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais.
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para uma doença grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto social e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos da globalização é a maior difusão comercial e também de investimentos, entre diversos outros fatores.
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da globalização depende da abordagem realizada e também, de certa forma, da ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto, deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial para a sociedade e para o planeta.
Efeitos da Globalização
Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos.
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente, expandem suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O processo de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil.
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também propiciar ações conjunturais em grupos.
Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas econômicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção na economia.
A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e características.
Sua manifestação não pode ser considerada linear, de forma a ser mais ou menos intensa a depender da região onde ela se estabelece, ganhando novos contornos e características.
Podemos dizer, assim, que o mundo vive uma ampla e caótica inter-relação entre o local e o global.
BLOCOS ECONÔMICOS
Os blocos econômicos compreendem a formação de mercados regionais entres países a fim de dinamizar e integrar a economia de seus membros, através da livre circulação de mercadorias ou da redução dos impostos cobrados em importações. A tendência para a criação e difusão de blocos econômicos em todo o mundo aconteceu após o término da
Guerra Fria, mas a sua prática começou a ocorrer após o final da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Inicialmente, os blocos econômicos eram tratados como um contraponto, uma oposição à globalização. Imaginava-se que a sua formação iria potencializar as dinâmicas comerciais em nível regional e enfraquecê-las globalmente. No entanto, hoje se sabe que os blocos econômicos são, na verdade, um dos principais elementos que propiciaram a instrumentalização de uma economia em nível global.
Isso porque, além de integrar regionalmente os países, a formação dos acordos econômicos potencializa o comércio com o mercado externo, através de tarifas comuns e estratégias de mercado, visando atenuar os efeitos da concorrência e dinamizar as trocas comerciais.
O primeiro acordo internacional entre países a se constituir no mundo foi o Benelux, que seria a semente para a formação posterior da União Europeia.
O Benelux consistia na união comercial com a redução de tarifas aduaneiras entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
Os principais Blocos Econômicos do mundo
A União Europeia é o principal bloco econômico da atualidade. Possui, atualmente, 28 países-membros, apresentando, além de uma dinâmica econômica e comercial acentuada, um elevado nível de organização, que inclui, até mesmo, a livre circulação de pessoas entre as nações que fazem parte do bloco.
A CEI – Comunidade dos Estados Independentes – é a formação econômica constituída pelos países que faziam parte da antiga União Soviética (URSS), com exceção de Estônia,
Letônia e Lituânia (que nunca fizeram parte do bloco), além da Geórgia (que deixou o grupo em 2009). A organização desse bloco se deve ao fato de que, quando a URSS surgiu e industrializou-se, ela interligou o comércio e as indústrias entre as diversas repúblicas que a compunham, o que as deixou extremamente interdependentes entre si.
O NAFTA – North America Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio – é integrado apenas por três países: Estados Unidos, Canadá e México. O bloco foi criado em 1993 para fazer frente à União Europeia. Sua organização se dá através do livre comércio.
O Mercosul – Mercado Comum do Sul – foi criado em 1993 e envolve alguns países da América do Sul: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, enquanto Equador, Chile, Colômbia, Peru e Bolívia participam como membros associados.
Classificação dos Blocos Econômicos
Os blocos econômicos são classificados em quatro tipos principais: zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.
Na Zona de Livre Comércio há a redução ou extinção das tarifas aduaneiras entre países de um mesmo bloco econômico. Nesse tipo de acordo, não se inclui outros elementos, como a adoção de uma moeda única ou a livre circulação de pessoas. Exemplo: NAFTA.
Na União Aduaneira há a inclusão da zona de livre comércio incrementada à Tarifa Externa Comum (TEC), em que os países-membros adotam as mesmas tarifas para suas exportações e importações. Exemplo: Mercosul.
No Mercado Comum há a mais avançada integração entre países que fazem parte de um mesmo bloco. Visa, além da eliminação das tarifas aduaneiras, à integração total em circulação de bens, mercadorias, capital e pessoas. Exemplo: União Europeia.
Por fim, a União Econômica e Monetária é quando os países do mesmo bloco adotam uma moeda única de circulação livre entre eles. Exemplo: o Euro, na União Europeia.
NOVA ORDEM MUNDIAL
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a economia capitalista vive uma fase de expansão e enriquecimento. Na década de 70 e início dos anos 80, essa prosperidade é abalada pela crise do petróleo, que provoca recessão e inflação nos países do Primeiro Mundo. Também nos anos 70, desenvolvem-se novos métodos e técnicas na produção. O processo de automação, robotização e terceirização aumentam a produtividade e reduz a necessidade de mão-de-obra.
A informática, a biotecnologia e a química fina desenvolvem novas matérias-primas artificiais e novas tecnologias. Mas a contínua incorporação dessa tecnologia de ponta no processo produtivo exige investimentos pesados. E os equipamentos ficam obsoletos rapidamente.
O dinheiro dos investimentos começa a circular para além de fronteiras nacionais,buscando melhores condições financeiras e maiores mercados.
Grandes corporações internacionais passam a liderar uma nova fase de integração dos mercados mundiais: é a chamada GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA. A divisão política entre os blocos soviético e norte-americano modifica-se com o fim da Guerra Fria.
Uma nova ordem econômica estrutura-se em torno de outros centros de poder: os Estados
Unidos, a Europa e o Japão. Em torno destes centros são organizados os principais blocos econômicos supranacionais, que facilitam a circulação de mercadorias e de capitais.
Em 1990, o intercâmbio comercial entre esses países era de aproximadamente 3 bilhões e meio de dólares. Em 95, já ultrapassa os dez bilhões. O MERCOSUL vive uma fase inicial de adequações e ajustes. Mas o comércio entre seus integrantes já demonstra seu potencial.
Os contatos políticos, econômicos e culturais se intensificam. Hoje se negocia a adesão de outros países da América do Sul.
Visando ampliar suas atividades comerciais, já se iniciam contatos políticos com os países da União Europeia para a formação de um superbloco econômico. A integração econômica entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai já é uma realidade.
A globalização já não é mais questão de opção; é inevitável para qualquer país que pretenda o pleno desenvolvimento econômico, e que queira fazer parte da integração mundial que está acontecendo para não sofrer prejuízo ou discriminação por não acompanhar os movimentos internacionais.
Sendo assim, com a crescente busca, por novos mercados e todos os demais diferentes parâmetros adotados mundialmente, diversos efeitos econômicos emergiram.
Globalização econômica de 1980 em diante: crescimento, pobreza e distribuição de renda
Para avaliar como a globalização afetou o crescimento econômico, a pobreza e a distribuição de renda, reuniram dados de um grupo de mais de cem países.
Eles foram divididos em três grupos: países ricos, países inseridos no processo de globalização e países não inseridos na globalização. O critério para diferenciar os países inseridos na globalização do resto dos países em desenvolvimento, de 1980 em diante, foi fixado em função de duas variáveis: cortes de tarifas e aumento do volume de comércio exterior.
Os países inseridos na globalização tiveram mudanças significativas no volume de comércio exterior em relação ao Produto Interno Bruto, passando de 16% para 32% nos últimos vinte anos. Como elemento de comparação, nos países ricos esse aumento foi de 29% para 50%.
Ao mesmo tempo os países inseridos na globalização reduziram as suas tarifas em 22 pontos percentuais (de 57% para 35%). Os países inseridos na globalização representam metade da população mundial, ou seja, mais de três bilhões de pessoas. Dentre eles se encontram China, Índia, Brasil, México e Argentina.
As conclusões do estudo mostram que “enquanto as taxas de crescimento dos países ricos declinaram nas décadas passadas, as taxas de crescimento dos globalizadores têm seguido o caminho inverso, acelerando-se dos anos 70 para os 80 e 90. O resto do mundo em desenvolvimento, por outro lado, seguiu o mesmo caminho que os países ricos: desaceleração do crescimento dos anos 70 para os 80 e 90.
Nos anos 90 os países inseridos na globalização tiveram um crescimento per capita de 5% ao ano; os países ricos cresceram a 2,2% per capita e os países não inseridos cresceram apenas 1,4%. Ou seja, a distância entre países ricos e em desenvolvimento declinou nas duas últimas décadas em relação aos países inseridos na globalização e aumentou para aqueles países não inseridos no processo.17
O estudo sugere também que a taxa de inflação dos países com maior abertura para o exterior declinou nas últimas décadas.
Dos anos 80 para os anos 90, a inflação média desses países passou de 24% ao ano para
12%. A estabilização monetária deverá contribuir para que a renda dos pobres cresça em torno de 0,4%. Em função desses resultados, os autores do estudo comentam: “podemos esperar que uma maior abertura deverá melhorar a vida material dos pobres. Também sabemos que no curto prazo haverá alguns perdedores entre os pobres e que a efetiva proteção social pode facilitar a transição para uma economia mais aberta, de tal maneira que todos os pobres se beneficiem com o desenvolvimento”.
A globalização econômica – aumento de comércio exterior e redução de tarifas – favorece o crescimento e a diminuição da pobreza. O grande desafio da globalização, entretanto, continua a ser a distribuição de renda entre países e entre pessoas: “países que reduziram a inflação e expandiram o comércio e viram acelerar suas taxas de crescimento nos últimos 20 anos não tiveram mudanças significativas na distribuição de renda”.
MUNDO CONTEMPORÂNEO
A geopolítica mundial tem sofrido grandes modificações nos últimos 30 anos. A partir da década de 1980, as sucessivas dissoluções dos regimes socialistas na Europa, marcadas pela queda do Muro de Berlim em 1989 e o enfraquecimento do império soviético, demonstraram que a configuração das relações políticas internacionais pós-Segunda Guerra estava prestes a se reestruturar. Em 1991, a União Soviética, país que idealizou um projeto político-econômico de oposição ao domínio ocidental capitalista, não conseguiu resistir às pressões internas relacionadas ao multiculturalismo e à fragilidade de sua economia.
Sua decadência decretou o fim da Ordem da Guerra Fria e o início da Nova Ordem Mundial, liderada pelos Estados Unidos e com uma estrutura baseada no conflito Norte-Sul: a interdependência entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
A Nova Ordem está vinculada aos interesses dos Estados Unidos. Detentor da maior economia mundial, o país desenvolveu durante a Guerra Fria todo um arcabouço técnico para aumentar a sua influência econômica, cultural e militar ao redor do globo. Por outro lado, a Europa apostou na formação de um bloco econômico bastante ambicioso, a União
Europeia, que envolve relações econômicas e políticas em torno do ideal de solidariedade e crescimento em conjunto. Com a adoção do Euro, no ano de 2002, o bloco atingiu o maior dos seus objetivos de integração regional, criando instituições para gerenciar esse modelo de organização política.
Na composição do eixo dos países desenvolvidos está o Japão, país que conta com alto grau de desenvolvimento tecnológico, mas que está atravessando muitas dificuldades econômicas desde o início da Nova Ordem Mundial, principalmente pelo baixo crescimento econômico acumulado e o envelhecimento de sua população.
Esse cenário começou a sofrer algumas alterações ao final da década de 1990, quando o termo ‘países emergentes’ começou a ganhar espaço nas análises da conjuntura econômica mundial. O crescimento expressivo e contínuo de países como China e Índia, a recuperação econômica da Rússia, a maior estabilidade econômica do Brasil e o desenvolvimento social e tecnológico da Coreia do Sul ofereceram uma nova característica para as relações internacionais: países que apenas detinham uma posição secundária no sistema capitalista mundial passaram a influenciar mais ativamente o comércio internacional, conquistando maior poder nas decisões de blocos e organizações mundiais.
Em 2001, o economista Jim O’Nill do banco de investimentos Goldman Sachs criou o termo BRICs, formado por Brasil, Rússia, Índia e China e que atualmente conta também com a presença da África do Sul. Para O’nill, esse grupo de países apresentaria o maior potencial de crescimento entre as nações emergentes, algo que foi consolidado na década de 2000 e que foi absorvido pelos países em questão, que promovem reuniões anuais com o estabelecimento de acordos comerciais e projetos para a transferência de tecnologia.
Todas essas transformações recentes nos direcionam para a seguinte reflexão: após duas grandes guerras, a Pax Americana estruturada ao final da 2a Guerra Mundial pode estar passando por um processo de desconstrução?
A crise econômica mundial expõe a fragilidade momentânea da economia norte-americana. Além do caráter conjuntural,as dificuldades econômicas dos EUA não representam uma decadência de sua ideologia, que continua fortalecida, muito menos do seu poder e eficiência militar. Nenhum outro Estado-Nação emerge como redefinidor de valores e nem sequer existem candidatos para esse posto (desconsiderando as bravatas expressas por líderes como o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o iraniano Mahmoud Ahmadinejad).
Os EUA devem reformular seus sistemas de vigilância, segurança nacional e planejamento estratégico, a fim de confirmar o status quo geopolítico que foi determinado após a sua consolidação como potência hegemônica. Mesmo a China possui limites quanto ao seu crescimento econômico e dificuldades para construir, em curto prazo, um mercado consumidor capaz de absorver tamanho crescimento.
No caso da Europa, que foi atingida mais gravemente pela crise econômica mundial, deve ocorrer uma mudança no planejamento de suas instituições que ainda precisam ser fortalecidas antes de apostarem na integração de países que possuem economias mais frágeis e limitadas a setores menos modernos ou até mesmo pouco produtivos.
Mais do que a transformação na Pax Americana, merece destaque a reformulação da ONU.
A atual configuração da organização supranacional parece estar mais condizente com o momento histórico que a Europa viveu entre o final do século XIX e a 2a Guerra Mundial
(Redefinição de fronteiras) e com a bipolaridade imposta pelo período da Guerra Fria.
Os debates acerca das novas funcionalidades da organização devem ser fundamentados na adaptação a esses novos tempos, em que os atos extremos, individuais ou planejados a partir de células terroristas, tornam-se difíceis de serem conduzidos por uma estrutura geopolítica como a atual, ainda muito preocupada com os interesses particulares nacionais e regionais. 
As problemáticas globais tais como meio ambiente, escassez de água, terrorismo, violência, energias alternativas, entre tantos outros, requerem o abandono dessas práticas políticas obsoletas e a introdução de uma nova racionalidade pautada em valores universais.
Até porque uma pitada de utopia nunca é demais
CARTOGRAFIA
A cartografia é a área do conhecimento que se preocupa em estudar, analisar e produzir mapas, cartogramas, plantas e demais tipos de representações gráficas do espaço. Trata-se, portanto, de um conjunto de técnicas científicas e até artísticas que visa à elaboração de documentos que representem de forma reduzida uma determinada localidade.
Apesar de contar, atualmente, com avançadas técnicas e modernos equipamentos, essa é uma prática extremamente antiga, pois existe desde que o homem aprendeu que seria melhor conhecer os lugares desenhando-os em pedaços de rochas. O mais antigo mapa que se tem notícia tem 4500 anos e provavelmente foi produzido pelos povos babilônicos. Ele foi produzido em uma placa de argila e representa, provavelmente, a área do vale do Rio Eufrates.
Com o passar dos tempos, as técnicas cartográficas foram se aprimorando, principalmente durante o período das grandes navegações, em que os europeus utilizavam mapas para encontrar novos caminhos marítimos e descobrir novos territórios. Temos aí a constituição da Cartografia como ciência moderna. A evolução, no entanto, não parou por aí, de forma que as técnicas cartográficas tornaram-se mais aprimoradas, especialmente durante períodos de guerra e de grandes revoluções científicas.
No século XX, uma nova era estabeleceu-se na cartografia com o uso de fotografias aéreas para auxiliar a produção dos mapas, uma técnica denominada por aerofotogrametria.
Pouco tempo depois, a Terceira Revolução Industrial propiciou o desenvolvimento de procedimentos ainda mais avançados.
Nos dias de hoje, graças aos avanços realizados no âmbito dos meios informacionais, a produção de mapas conta com complexas técnicas de elaboração e representação, envolvendo computadores, satélites, softwares e muitos outros equipamentos.
Os problemas da cartografia
Representar uma dada realidade física em um plano não é uma tarefa muito simples, sobretudo quando essa representação envolve todo o globo terrestre. O primeiro problema está no fato de a Terra apresentar uma forma esférica, o que torna impossível a sua representação em plano. O segundo problema está no fato de que essa esfera não é perfeita, possuindo contornos e traços não muito bem definidos.
O primeiro problema foi, de certa forma, resolvido por Karl F. Gauss (1777- 1855), um notável matemático que elaborou o conceito de Geoide, que considera o formato da Terra sem considerar os continentes, ou seja, apenas imaginando como ela seria se houvesse apenas os oceanos. Ao longo dos tempos, os cartógrafos foram avançando nessa ideia e aproximaram-se da forma que atualmente caracteriza os globos terrestres.
Já o segundo problema é impossível de ser resolvido totalmente. No entanto, a melhor solução foi a elaboração das chamadas Projeções Cartográficas, em que a Terra passa a ser representada em um plano de diferentes maneiras, ora distorcendo as formas dos continentes, ora distorcendo suas áreas e, às vezes, distorcendo ambos. Existem inúmeras projeções da Terra atualmente, cada uma atendendo a um determinado interesse ou aspectos da superfície terrestre.
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
As Coordenadas Geográficas formam um sistema de localização que se estrutura através de linhas imaginárias, traçadas paralelamente entre si nos sentidos norte-sul e Leste-Oeste, medidas em graus. Com a combinação dessas linhas, criam-se “endereços” específicos para cada ponto do mundo, permitindo a sua identificação precisa.
Essas linhas imaginárias são chamadas de paralelos e meridianos, e suas medidas em graus são, respectivamente, as latitudes e as longitudes. Os paralelos cortam a Terra horizontalmente, no sentido Leste-Oeste, enquanto os meridianos cortam a Terra verticalmente. A junção dessas linhas é o fator responsável pela existência das coordenadas geográficas.
O principal paralelo é a Linha do Equador, pois representa a faixa da Terra que se encontra a uma igual distância dos polos norte e sul. Já o principal meridiano é o de Greenwich e foi escolhido a partir de uma convenção, realizada na cidade de Washington D.C., nos Estados Unidos, no ano de 1884.
Essas duas linhas representam o marco inicial da contagem das latitudes e das longitudes. Por esse motivo, tudo o que se encontra exatamente sobre a Linha do Equador possui uma latitude 0º, aumentando à medida que se desloca para o norte e diminuindo à medida que se desloca para o sul. Assim, as latitudes são a distância em graus de qualquer ponto da
Terra em relação à Linha do Equador. Suas medidas vão de -90º até 90º.
Da mesma forma acontece com o Meridiano de Greenwich em relação às longitudes. Tudo que estiver sobre essa linha possui 0º de longitude, aumentando à medida que nos deslocamos para leste e diminuindo à medida que nos deslocamos para oeste. Por isso, as longitudes são a distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação ao Meridiano de Greenwich. Suas medidas vão de -180º até 180º.
Observação: É a partir das longitudes que são traçados os fusos horários.
Diante desse conceito, podemos concluir que as latitudes negativas estão sempre se referindo a lugares localizados no Hemisfério Sul, também chamado de Austral ou
Meridional. As latitudes positivas, obviamente, referem-se a lugares posicionados no
Hemisfério Norte, também chamado de Boreal ou Setentrional. 
Já as longitudes negativas fazem referência a pontos posicionados no Hemisfério Oeste ou
Ocidental, enquanto as longitudes positivas são relativas a pontos localizados no Hemisfério Leste ou Oriental.
O mapa a seguir fornece as coordenadas geográficas globais estabelecidas a partir da combinação das latitudes e das longitudes.
Ponto A:
Latitude: -20º ou 20ºS
Longitude: -60º ou 60ºW
Ponto B:
Latitude: -40º ou 40ºS
Longitude: 0º
25
Ponto C:
Latitude: -20º ou 20ºS
Longitude: 90º ou 90ºE
Ponto D:
Latitude: 0º
Longitude: 0º
Ponto E:
Latitude: 40º ou 40ºN
Longitude: 120º ou 120ºE
Observe que todos os pontos dasuperfície localizam-se em pelo menos dois hemisférios. O brasileiro, nesse caso, encontra-se em três hemisférios: uma pequena parte no norte, uma grande parte no sul e todo ele no oeste.
FUSOS HORÁRIOS
Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos através de uma reunião composta por representantes de 25 países em Washington, capital estadunidense, em 1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.
A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotação (24 h).
O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.
A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).
Alguns países de grande extensão territorial no sentido Leste-Oeste apresentam mais de um fuso horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, consequência de sua grande área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão territorial 4.319,4 quilômetros no sentido Leste-Oeste, fato que proporciona a existência de quatro fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.
A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas que realizam viagens e têm contato com pessoas e relações comerciais com locais de fusos distintos dos seus, proporcionado, portanto, o conhecimento de horários em diferentes partes do globo.
BIOMAS BRASILEIROS
Biomas brasileiros são regiões que compreendem grandes ecossistemas constituídos por uma comunidade biológica com características semelhantes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui seis biomas:
- Cerrado
- Amazônia
- Caatinga
- Mata Atlântica
- Pantanal
- Pampa
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Todos os dados a seguir referentes às espécies da fauna e da flora são registros do Ministério do Meio Ambiente.
Tipos de biomas no Brasil
Floresta Amazônica
O bioma Amazônia compreende uma área na qual se encontra a maior floresta tropical do mundo. A Floresta Amazônica estende-se por nove países da América do Sul, sendo sua maior porção localizada no Brasil, ocupando cerca de 40% do território. É o maior de todos os biomas brasileiros.
Caracteriza-se pela presença de diversos ecossistemas e por deter grande biodiversidade na fauna e na flora. Esse bioma compreende uma região constituída pela maior bacia hidrográfica do mundo: a Bacia Amazônica.
Fauna e Flora
Os principais representantes da fauna são onça-pintada, boto-cor-de-rosa, arara-azul, capivara, tatu e cobras, como a cascavel e a jararaca. A flora é constituída por aproximadamente 30 mil espécies das quase 100 mil existentes na América Latina. Entre as espécies de plantas mais conhecidas, destaca-se a vitória-régia, característica dos igapós.
Hidrografia
O bioma Amazônia compreende uma região que abrange a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica, que detém 20% da água doce do planeta. O Rio Amazonas é o principal e o maior em volume de água do mundo, recebendo vários afluentes.
Clima
Compreende uma região de clima quente e úmido, apresentando umidade do ar elevada durante todo o ano. O índice pluviométrico também é elevado, sendo mais de 2000 mm de chuvas provenientes da própria floresta.
Vegetação
A vegetação do bioma Amazônia divide-se em: mata de terra firme, mata de várzea e mata de igapó. As matas de terra firme compreendem os estratos mais altos, portanto, não são inundadas. As matas de várzea representam áreas inundadas durante alguns períodos do ano. Já as matas de igapó constituem os estratos mais baixos da vegetação e apresentam-se inundadas praticamente durante todo o ano.
Solo
O solo da Amazônia é arenoso e apresenta uma camada de húmus resultante da deposição de floras, frutos e restos de animais. Apesar disso, apenas cerca de 14% do território pode ser considerado fértil para práticas agrícolas.
Cerrado
O Cerrado é considerado o segundo maior bioma da América Latina e do Brasil. Conhecido como savana brasileira, apresenta grande biodiversidade e compreende uma área de elevado potencial aquífero.
Esse bioma caracteriza-se por apresentar diversas fitofisionomias em virtude dos vários contatos geográficos que possui com outros biomas. Ao norte, limita-se com o bioma
Amazônia; a leste e ao nordeste, com a Caatinga; ao sudoeste, com o Pantanal; e a sudeste, com a Mata Atlântica.
Fauna e flora
O Cerrado possui uma grande variedade biológica. Apresenta cerca de 837 espécies de aves,
185 espécies de répteis, 194 espécies de mamíferos e 150 anfíbios. Os principais representantes da fauna do Cerrado são tucano, tamanduá-bandeira, lobo-guará, onça-parda, veado-campeiro, entre outros. Apesar da grande variedade, a fauna do Cerrado não é totalmente conhecida, principalmente em relação ao grupo de invertebrados.
Em relação à flora, estudiosos estimam que há cerca de dez mil espécies de vegetais que já passaram por identificação. Muitas espécies são usadas para fins medicinais e para alimentação. São representantes da flora do Cerrado: ipê, cagaita, angico, jatobá, pequi, barbatimão, entre outros.
Hidrografia
O Cerrado abriga nascentes dos principais rios brasileiros, compreendendo, segundo o IBGE, nove das doze bacias hidrográficas existentes no Brasil. Além de abrigar tantas bacias hidrográficas, o Cerrado localiza-se numa região em que existem grandes aquíferos, como o
Guarani e o Bambuí. Por isso, esse bioma é considerado berço das águas.
Clima
O clima do bioma Cerrado é predominantemente tropical sazonal, apresentando duas estações bem definidas: invernos secos e verões chuvosos. O período de seca tem início no mês de maio e termina no mês de setembro. Já o período chuvoso inicia-se em outubro e finaliza-se em abril. A média pluviométrica é de 1500 mm, e a temperatura média anual é de 22ºC, variando ao longo desses períodos.
Vegetação
O Cerrado apresenta vegetações distribuídas em formações savânicas, formações florestais e formações campestres. As espécies variam entre plantas arbóreas, herbáceas, arbustivas e cipós, distribuindo-se entre estrato lenhoso e estrato herbáceo. Além das árvores de troncos tortuosos, que podem apresentar até 20 metros, há também cactos e orquídeas no Cerrado.
A vegetação desse bioma apresenta tonalidades de verde, amarelo e tons amarronzados ocasionados pela descoloração causada pela incidência solar.
Solo
Os solos do Cerrado são antigos (Período Terciário) e caracterizam-se, principalmente, pela profundidade e drenagem. São bastante porosos e permeáveis, propiciando o processo de (processos erosivo provocado a partir da lavagem da camada superficial do solo).
Apresentam cores avermelhadas e dividem-se em latossolos e podzólicos. Os latossolos são avermelhados, possuem acidez e são pobres em nutrientes. Já os podzólicos ou argissolos apresentam coloração mais escura e são propícios a sofrer processos erosivos.
Caatinga
O bioma Caatinga compreende cerca de 11% do território brasileiro, ocupando boa parte da Região Nordeste até a porção norte de Minas Gerais. O nome dado a esse bioma temorigem indígena e significa “floresta branca”, denominação que remete às características dessa vegetação ao longo da estação seca.
Considerado o bioma mais seco, a Caatinga apresenta baixos índices pluviométricos.
Fauna e flora
Segundo alguns estudiosos, a Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil, por isso, a maioria das suas espécies é endêmica (ocorre somente numa determinada área). Entre os biomas brasileiros, é o que possui a botânica menos conhecida. As espécies mais características da sua flora são mandacaru, juazeiro, umbu, xiquexique, entre outras. A flora varia de acordo com características locais, como índice pluviométrico e particularidades do solo.
A fauna da Caatinga é rica em biodiversidade, contando com cerca de 178 mamíferos, 591 aves, 177 espécies de répteis, 79 anfíbios, 241 peixes e 221 espécies de abelhas. Os principais representantes desse bioma são jacaré-de-papo-amarelo, jiboia, ararinha-azul, cágado e soldadinho-do-Araripe.
Hidrografia
A Caatinga é caracterizada por ter rios intermitentes, ou seja, rios que secam durante um período do ano. Se comparados aos intermitentes, são poucos os rios perenes nesse bioma.
Um exemplo deles é o São Francisco. Os rios da Caatinga nascem nas cabeceiras das serras e chapadas. O lençol freático da região abrangida por esse bioma possui baixo nível de água em virtude da escassez de chuvas e do solo pouco permeável.
Clima
O bioma Caatinga compreende a região em que predomina o clima semiárido, o qual define as principais características desse bioma. Os níveis pluviométricos atingem cerca de 800 mm ao ano. O clima semiárido possui dois períodos, um de chuva e um de seca. Nos períodos chuvosos, os níveis pluviométricos alcançam os 1000 mm por ano. Já nos períodos de seca, esse índice cai para 200 mm por ano. A temperatura média anual fica entre 25º C e 30º C.
Nessa região, ao longo do período de seca, algumas áreas são castigadas pela forte insolação.
Vegetação
A vegetação desse bioma apresenta características específicas, como queda das folhas durante o período de seca. Geralmente, as árvores são baixas e tortuosas, e a paisagem é composta por arbustos e cactos. Entre as principais características está o xeromorfíssimo, ou seja, adaptação das plantas para sobrevivência em regiões com pouca disponibilidade de água e clima seco por meio, por exemplo, de mecanismos de armazenamento de água. As raízes da vegetação, normalmente, cobrem o solo para conseguirem captar o maior volume de água possível 
Solo
Os solos da Caatinga variam de rasos a moderadamente profundos. São pouco férteis e, geralmente, ricos em minerais, porém pobres em matéria orgânica. São também arenosos e pedregosos, retendo pouca água. A coloração varia de tons de vermelho à cor cinza.
Mata Atlântica
O bioma Mata Atlântica ocupa cerca de 13% do território brasileiro e compreende a região costeira do Brasil, indo dos estados do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Esse bioma é composto por variados ecossistemas florestais e por uma biodiversidade semelhante à do bioma Amazônia.
Hoje resta menos de 10% da mata nativa, que sofre com o intenso desmatamento, responsável pela extinção de diversas espécies desse bioma.
Fauna e flora	
A fauna do bioma Mata Atlântica é semelhante à do bioma Amazônia, contando com aproximadamente 850 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 espécies de mamíferos e 350 espécies de peixes. Cerca de 39% dos mamíferos desse bioma são endêmicos. Os principais representantes da fauna são micos, tamanduás, tucanos, jaguatiricas, rãs, onças-pintadas, bichos-preguiça, entre outros.
A flora da Mata Atlântica conta com aproximadamente 20 mil espécies de vegetais, das quais 8 mil existem apenas nessa região. Cerca de 55% das espécies arbóreas e 40% das espécies não arbóreas são endêmicas, existindo apenas nesse bioma. Considerada uma das florestas com maior biodiversidade, a Mata Atlântica conta com o recorde de plantas lenhosas.
Hidrografia
A Mata Atlântica compreende a região onde se localizam sete bacias hidrográficas que se alimentam dos rios São Francisco, Paraíba do Sul, Paraná, entre outros. As águas dessa região abastecem cerca de 110 milhões de brasileiros.
Clima
O clima da Mata Atlântica é o tropical úmido. Apresenta temperaturas elevadas, altos índices pluviométricos e elevada umidade do ar, com escassez de períodos de estiagem. Em virtude de sua extensão, esse bioma também apresenta climas como tropical de altitude (Região Sudeste) e subtropical (Região Sul).
Vegetação
A vegetação do bioma Mata Atlântica é diversificada em decorrência de sua extensão.
Apresenta vegetações ombrófilas (vegetações de folhas largas e perenes) e estacionais. É composta por árvores de médio e grande porte, cujas copas tocam-se, caracterizando uma formação contínua de florestas que podem alcançar até 60 metros de altura.
Solo
Os solos que compõem a Mata Atlântica são geralmente rasos e ácidos, extremamente úmidos e pobres em decorrência da pouca incidência solar, que é impedida de alcançar a superfície em virtude do estrato arbóreo que compõe esse bioma. A pouca profundidade do solo e os altos níveis pluviométricos propiciam processos erosivos e deslizamentos nas partes mais altas.
Pantanal
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores planícies alagadas do mundo, compreendendo os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É o menor bioma em extensão territorial do Brasil, ocupando cerca de 2% do território nacional.
É um bioma com grande biodiversidade, que vem sendo ameaçada pela ação antrópica. Esse bioma sofre influência de outros biomas, como Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Fauna e flora
A fauna do bioma Pantanal apresenta uma característica incomum: espécies de outros biomas que se encontram ameaçadas aglomeram-se na região do Pantanal. Sua fauna é composta por 132 espécies de mamíferos, 463 espécies de aves, 113 espécies de répteis, 41 espécies de anfíbios e 263 espécies de peixes. Destacam-se, nesse bioma, o tuiuiú, o cervo-do-pantanal, a arara-azul, o jacaré-do-pantanal, entre outros.
A flora do Pantanal conta com cerca de duas mil espécies de plantas segundo a Embrapa.
Muitas dessas espécies possuem fins medicinais. A maioria dessas plantas provém de outros biomas, tendo, portanto, raras espécies endêmicas. São exemplos da flora do Pantanal: vitória-régia, aguapé, orquídea, palmeira, figueira, entre outras.
Hidrografia
O Pantanal compreende a bacia hidrográfica do Rio Paraguai. Os principais rios que alimentam a rede hidrográfica da região são: Rio Paraguai, Rio Cuiabá, Rio São Lourenço, Rio Miranda, entre outros. No período das cheias, boa parte da planície pantaneira alaga-se, fazendo com que o solo não seja capaz de absorver toda a água.
Clima
O clima predominante no Pantanal é o tropical com características de continentalidade.
Apresenta períodos de seca e períodos de chuva. As temperaturas médias ficam em torno de 25º C, contudo há uma grande amplitude térmica, com temperaturas que podem alcançar máximas de 40º C e mínimas próximas a 0º C.
Vegetação
A vegetação do bioma Pantanal é muito diversificada em decorrência da grande influência de outros biomas e também por conta do encharcamento do solo durante um período do ano. É composta por matas, cerradões, savanas, campos inundáveis (brejos). O curso dos rios apresenta matas ciliares (floresta mais densa) que os acompanham. Normalmente, a vegetação é aberta e varia conforme o relevo. Nos terrenos alagados, é possível encontrar espécies aquáticas e, raramente, tapetes de gramíneas.
Solo
O solo que constitui o bioma Pantanal é originado da deposição de fragmentos rochosos provenientes de áreas de maior altitude. Apresenta baixa impermeabilidade e reduzida fertilidade. Isso ocorre porque esse solo apresenta excesso de água, o que dificulta a decomposição da matéria orgânica. No período de seca, os solos apresentam uma espécie de areia composta por restos de animais e vegetais, o que lhes dá um pouco de fertilidade.
Pampa
O bioma dos Pampas, conhecido tambémcomo Campos Sulinos, ocupa cerca de 2% do território brasileiro, abrangendo o território do estado do Rio Grande do Sul. O nome “pampa” tem origem indígena e designa uma região plana.
A paisagem desse bioma é composta, em sua maioria, por campos nativos. O Pampa apresenta grande biodiversidade.
Fauna e flora
A fauna do bioma Pampa é bastante diversificada, contando com cerca de 500 espécies de aves, 100 espécies de mamíferos e uma grande variedade de insetos, que contribui para a existência de várias espécies de aves. Aproximadamente 40% das espécies são endêmicas.
Os principais representantes da fauna são ema, perdiz, pica-pau, joão-de-barro, veado campeiro, preá, entre outros.
A flora desse bioma conta com, aproximadamente, três mil espécies vegetais, com predominância de gramíneas, que alcançam cerca de 450 espécies. É possível encontrar também espécies de leguminosas e cactáceas. Como principais exemplos da flora, podemos citar: capim-forquilha, grama-tapete, babosa-do-campo, trevo-nativo, amendoim-nativo, entre outros.
Hidrografia
O Pampa compreende uma área constituída por duas bacias hidrográficas, a bacia hidrográfica Costeira do Sul e a bacia hidrográfica do Rio da Prata. Os principais rios são: Rio Uruguai, Rio Santa Maria, Rio da Prata, Rio Jacuí, Rio Ibicuí e Rio Vacacaí. A hidrografia desse bioma apresenta elevado potencial hidrelétrico e é extremamente navegável.
Clima
O clima característico do bioma Pampa é o temperado do tipo subtropical frio, apresentando temperaturas médias em torno de 19º C. Esse bioma apresenta uma particularidade: as quatro estações são bem definidas.
Vegetação
A vegetação do Pampa ou dos Campos Sulinos é constituída, basicamente, por vegetação campestre normalmente uniforme, como as gramíneas. Aparenta um tapete herbáceo baixo que pode chegar até 50 centímetros. Há dois tipos de fitofisionomias: campos limpos e campos sujos. Os campos limpos caracterizam-se por não apresentarem arbustos, ao contrário dos campos sujos, onde esses arbustos são encontrados.
Solo
Os solos do Pampa são, geralmente, pouco férteis e propícios à erosão. Em virtude da prática agrícola (monocultura) realizada nessa área e da pecuária, uma grande parte desse bioma foi devastada, intensificando os processos erosivos, tornando os solos arenosos.
EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA NO BRASIL
A agricultura tem seus primórdios na era pré-histórica, o que possibilitou aos homens deixarem de ser meramente caçadores nômades para fundarem povoados e cidades, e obterem alimentos através do cultivo da terra. Mais adiante, com as grandes revoluções e grande aumento de pessoas no planeta, a agricultura passou a ter um papel fundamental: alimentar o mundo. No Brasil não é diferente, e hoje em dia, além da tarefa de fornecer produtos para a população mundial, a agricultura no Brasil tem grande importância econômica, social e ambiental.
Evolução da agricultura
A agricultura tem sua origem na pré-história, quando o homem percebeu que poderia se alimentar de cereais e cultivá-los. Na época, a chamada Revolução Neolítica permitiu ao homem cultivar alimentos em um lugar fixo e deixar de lado sua característica nômade de caçador-coletor. O resultado foi a fundação dos primeiros povoados e futuramente cidades.
Com a crescente população e estabelecimentos de vilas, o homem passou a observar as plantas, aprendendo seu cultivo e domesticando as mesmas. Com isso, a quantidade de povoados fixos aumenta e novas técnicas agrícolas passam a ser constantemente desenvolvidas.
Muitas destas práticas foram sendo aprimoradas, o que resultou na introdução de novas culturas, ampliação do tamanho de propriedades, técnicas de conservação de solos, entre outras medidas que resultaram na produção de alimentos em excesso, sustentando o crescimento populacional das cidades.
Já na era moderna, com origem na Europa e amparada pela agricultura que gerava capital e alimentos, a revolução industrial trouxe grandes mudanças do ponto de vista produtivo e comercial. Liderada pelos setores têxtil e metalúrgico, com incentivos de diversos países e abertura de mercados, consolidou-se o sistema capitalista, onde a mecanização da produção transformou a produção artesã na produção mecanizada de artefatos industriais.
Crescimentos populacionais e pressão na agricultura
A crescente disponibilidade de alimentos, melhorias na habitação e saneamento, aumento da condição econômica da população, possibilitou o aumento da natalidade e expectativa de vida. O resultado seria um crescimento muito acelerado da população, o que levantou questionamentos.
Dono da teoria populacional malthusiana, ainda no século 18, Tomas Malthus já alertava sobre o crescimento muito acelerado da população em relação ao crescimento da produção de alimentos, o que levaria ao controle populacional pela fome no futuro. Desde então, surgiram outras teorias que ressaltam o descontrole populacional e controle populacional ocorrido pela falta de alimentos.
Em resposta, já no século passado, vivenciamos a chamada Revolução Verde liderada pelos EUA e Europa. O movimento basicamente expandiu técnicas como o uso intensivo de insumos industriais, mecanização agrícola e redução do custo de manejo. Entre eles, o avanço da biotecnologia, desenvolvimentos de novos defensivos, fertilizantes, máquinas, técnicas de plantio, colheita, irrigação e gerenciamento da produção formaram a base do grande aumento da produção de produtos homogêneos – commodities – com baixos custos de produção.
O resultado foi um grande salto na produção agrícola mundial, o que trouxe grande desenvolvimento econômico em diversas regiões, principalmente na Ásia e África, e que tirou milhares de pessoas da miséria e fome, e sustentou um enorme desenvolvimento econômico majoritariamente oriental.
Estratégias históricas da agricultura no Brasil
Desde o descobrimento do Brasil, a agricultura brasileira se desenvolveu de maneira notável, passando por algumas fases que resultam na agricultura moderna e referência mundial que é hoje. 
Primeiramente, a agricultura brasileira passa por um período em que seu papel é sustentar o desenvolvimento das cidades e auxiliar no equilíbrio da balança comercial. Exemplos disso são os grandes ciclos agrícolas, cada uma em uma época, que figuraram no Brasil: cana-de açúcar, mineração, pecuária, borracha, café etc. Muitos deles presentes no sudeste e sul do país, acompanhado pelo desenvolvimento urbano e econômico das regiões.
Análoga à revolução verde lá de fora, a revolução dos cerrados, encabeçada pela agência de pesquisa Embrapa, difundiu técnicas de manejo e novas tecnologias que permitiriam a exploração do cerrado brasileiro, com a entrada de máquinas, correção do pH dos solos, novos cultivares adaptados às características edafoclimáticas da região, entre outros.
A percepção de que era possível lucrar com a agricultura no cerrado brasileiro trouxe uma série de novos investimentos e o resultado foi a expansão de novas fronteiras agrícolas na direção centro-norte, provocando incremento significativo da produtividade de recursos (área, trabalhadores, máquinas, etc.) advindo da adoção tecnológica e consolidação do Brasil no cenário mundial do agronegócio.
Desenvolvimento da agricultura tradicional
Com traços dos últimos séculos, a agricultura passou a escalar cada vez mais, principalmente com a mecanização e automação da mão de obra, desenvolvimento de novas pesquisas e consequente lançamento de tecnologias (fruto da revolução verde). A estratégia de expansão da produção por meio da abertura de novas áreas, historicamente menos custosas até então, torna-se cada vez menos atrativa e atrai cada vez mais o holofote das sociedades mais desenvolvidas.
Neste cenário, a produtividade da área, fator de produção que, historicamente, imobiliza grande parte do capital investido na atividade torna-se fator chave e preponderante para o sucesso econômico no setor. O resultado da expansão da área (ainda que em menor proporção) e aumento da produtividade foi uma superprodução de commodities, o que favoreceua elevação da oferta global de alimentos. O aumento da oferta de alimentos resulta na queda dos preços pagos ao produtor que, por sua vez, contribui ainda mais para constantes adoções de tecnologias e minimização de custos.
Ao passo que a agricultura se desenvolve, outros setores também consolidam-se economicamente, o que gera um aumento do poder aquisitivo da crescente população. A população, principalmente em economias com maior poder de compra, muda também seus hábitos alimentares e passa a buscar alimentos processados ou com maior valor biológico, que demandam cada vez mais empenho de recursos no campo. A agricultura prova-se qualificada a alimentar toda a população mundial, ainda que os mais de 1/3 de desperdício de alimentos (pelos consumidores e ao longo da cadeia produtiva) e as más distribuições de alimentos culminem em desnutrição para certas camadas sociais menos favorecidas.
Com o avanço da agricultura, a balança comercial do Brasil que já era sustentada pelo setor, apresenta quase metade das suas exportações advinda do campo em 2016. O agronegócio passa a compor quase um quarto do produto interno bruto (PIB) nacional, favorecendo mais ainda a geração de empregos e o desenvolvimento econômico.
Novas estratégias de negócio para produtores rurais
Mais recentemente, uma parcela de produtores passa a consolidar seus conhecimentos quanto aos retornos econômicos associados à gestão da produção e da empresa rural como um todo. Está última abarcando também a gestão financeira, de máquinas, pessoas, compras, vendas, entre outros.
Exacerbada pela agricultura escalada e mecanizada, que compete pelas mesmas fontes de capital (assim como a terra) para expandir suas produções, novos modelos de negócio focam, não mais em abertura de novas áreas mas, principalmente, na gestão dos vários recursos empregados na composição de uma empresa rural. Tal estratégia passa a figurar como altamente atrativa entre produtores rurais.
Este é o caso por exemplo do sistema de integração lavoura-pecuária, que permite ao agricultor (ou pecuarista) realizar até 3 safras no ano (2 agrícolas e uma pecuária). A estratégia demanda maiores investimentos, contudo estes passam a focar em infraestrutura relativamente maiores, máquinas e técnicas agronômicas, e não mais na expansão de terras.
Cresce neste modelo também, a implementação de sistemas integrados dentro da propriedade agrícola que, de maneira geral, busca a agregação de margens dentro da porteira por meio da expansão das operações para setores de armazenamento, beneficiamento e comercialização da produção. Este é o caso da produção animal intensiva (ou não) e verticalmente integrada, que alia indústria, setor primário e varejo.
A nova revolução no campo, a Revolução Digital
Junto à adoção de novas práticas de gestão, já no século XXI, a agricultura no Brasil também se beneficia do que alguns chamam da nova revolução verde, a revolução digital no setor. A digitalização passa a trazer inúmeros benefícios para o setor, desde a redução de custos de processos que eram feitos manualmente, até o controle e predição de novos processos que levam em consideração a infinidade de varáveis presentes na produção agrícola. Ainda que a agricultura figure como o setor menos digitalizado da economia, é inevitável que cada vez mais as tecnologias da informação e computação se insiram no meio agropecuário brasileiro e contribuam para o seu desenvolvimento.
Aliada à agricultura de precisão, onda tecnológica que veio há poucos anos, a gestão da informação ganha corpo e figura como importante aliado nessa nova era. As utilizações de tecnologias permitem, por exemplo, a avaliação metro a metro de manchas de solos, permitindo a aplicação variável e otimização do uso de recursos, focando no maior custo benefício ou retorno econômico trazido.
Podemos mencionar também sistemas automáticos de irrigação, aplicação de defensivos apenas nas plantas necessárias, sistemas de colheita e plantio coordenados por GPS, entre outros. A informação passa a figurar como um insumo de produção, o que diminui desperdícios de outros insumos (com a aplicação variável) e também aumenta produtividade (maximiza os retornos da utilização de insumos).
A agricultura está avançando em ritmo muito acelerado, com tecnologias digitais cada vez mais presentes no dia a dia do campo. Seus benefícios são inegáveis e aumentam ainda mais a competitividade da agricultura brasileira.
11 DE SETEMBRO
Pode-se dizer, sumariamente, que uma ação terrorista tem por objetivo atingir diretamente a população, um órgão ou uma instalação governamental, criando algum tipo de instabilidade social, de modo que se pressione um governo a respeito daquilo que se quer.
No Brasil, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN) classifica como ato terrorista: “Ato com motivação política ou religiosa que emprega a força ou a violência física ou psicológica, para infundir terror, intimidade ou coagindo as instituições nacionais, a população ou um segmento da sociedade”.
Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, executados pelo grupo fundamentalista islâmico denominado Al-Qaeda, representaram o início de uma nova fase da História mundial. A maneira como foram organizados e executados mostrou como é possível atingir, tão profundamente, “o coração” da maior potência do mundo de uma maneira simples e eficiente. Como uma organização não-governamental, clandestina, que tinha como base o interior do Afeganistão, conseguiu tanto êxito?
Sem dúvida, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o contexto político-diplomático internacional se modificou. Após a ação da Al- Qaeda, os EUA desenvolveram uma nova doutrina de ação de defesa baseada na guerra preventiva, podendo agir de maneira unilateral em qualquer lugar onde, ao seu ver, houver indícios de ações contra a segurança interna do país.
Os atentados de 11 de setembro acabaram por dar respaldo ao domínio da tendência política conservadora republicana nas ações do governo Bush, criando assim uma postura diplomática inflexível e conservadora dentro do projeto governamental de “guerra contra o terror”. Outro ponto importante foi que, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o mundo assistiu ao enfraquecimento da ONU, frente às ações unilaterais do governo norte-americano.
Com isso, os EUA passaram por cima da Organização das Nações Unidas (ONU), tornando-a, de fato, uma instituição inoperante frente aos acontecimentos mundiais. Após os atentados de 11 de setembro, foram duas guerras preventivas executadas pelo EUA sem aprovação da ONU: Afeganistão (2002) e Iraque (2003).
Por outro lado, a estrutura organizacional da Al-Qaeda atua em células organizacionais independentes, distribuídas pelo mundo. A Al-Qaeda disseminou sua ideologia e sua metodologia operacional usando os meios globalizados de comunicação, de forma a tornar-se uma estrutura descentralizada com células operacionais em várias partes do mundo.
Os ataques realizados em Madrid (11 de março de 2004) e em Londres (7 de julho de 2005) mostraram essa flexibilidade e revelaram a impossibilidade de se antever um ataque terrorista planejado pela Al-Qaeda.
Em maio de 2011, após quase dez anos de ocupação militar e aproximadamente US$ 400 bilhões gastos, o principal objetivo da guerra foi atingido, o líder da Al Qaeda e organizador dos atentados de 11 de setembro, Osama Bin Laden, foi localizado e morto em um ataque militar na cidade de Abbottabad no Paquistão.
O sucesso da operação provocou uma onda diversificada de reações pelo mundo, desde protestos populares realizados no próprio Paquistão até congratulações por parte de chefes de estado de vários pontos do mundo ao presidente Barack Obama. Certamente a Al-Qaeda não deixará de atuar e o risco de um atentado deverá ser tratado como iminente.
Após uma década dos atentados de 11 de setembro, o mundo ainda procura uma solução definitiva para os problemas ligados ao terrorismo que envolvem aspectos políticos, sociais e econômicos. Sendo assim, oterrorismo acabou tornando-se o principal fenômeno global do início do século XXI, marcando permanentemente o início de uma nova era na história mundial.
INDUSTRIALIZAÇÃO E
URBANIZAÇÃO
No processo de constituição e transformação do espaço geográfico ao longo da história, um dos fatores que exerceram uma maior influência foi a industrialização, que se manifestou em diferentes ritmos e períodos entre os diversos países. Nesse sentido, podemos dizer que um desses efeitos foram as transformações relacionadas com o processo de urbanização das sociedades.
A relação entre industrialização e urbanização encontra-se no fato de que é o processo industrial que dinamiza as sociedades e atua no sentido de modernizá-las, embora esse não seja o único fator responsável por isso. Assim, ampliam-se os chamados fatores atrativos das cidades, ou seja, o conjunto de características do meio urbano que atrai os migrantes advindos do campo.
Além disso, entre os efeitos da industrialização na urbanização, temos a transformação do meio rural e, por extensão, dos fatores repulsivos do campo, ou seja, os elementos do meio rural responsáveis por enviar de maneira relativamente forçada a população rural para as cidades. Nesse caso, podemos citar a mecanização das atividades agrícolas, que geram a substituição de uma grande quantidade de trabalhadores por maquinários e do tipo de agrossistema adotado.
Essa mecanização é intensificada pelas inovações técnicas produzidas pela industrialização.
Portanto, a industrialização intensifica a urbanização das sociedades no sentido de propiciar a formação do êxodo rural, que é a migração em massa da população do campo para as cidades, além de atrair essa migração justamente para as áreas mais industrializadas, onde há mais empregos direta e indiretamente produzidos pelas indústrias.
Vale lembrar que não é só a atividade industrial em si que gera uma maior atratividade demográfica para as cidades, mas a dinâmica econômica por ela produzida, que provoca o surgimento de maiores oportunidades em outros ramos da economia, principalmente no setor terciário (comércio e serviços).
Não por coincidência, os países que mais avançaram no processo de industrialização e modernização das sociedades são aqueles que mais apresentam um setor terciário como composição predominante na produção de riquezas em suas respectivas economias.
No caso da industrialização e urbanização do Brasil, podemos perceber que as áreas que historicamente mais se industrializaram são aquelas que mais concentram um grande contingente populacional e, assim, encontram-se mais urbanizadas. As regiões Sudeste e Sul, principalmente as regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, formam as maiores aglomerações urbanas do país, uma vez que essas áreas detêm a maior porção do parque industrial, mesmo com a tendência atual de dispersão de boa parte da produção fabril para o interior do território brasileiro.
Além de atrair um maior volume demográfico e intensificar a urbanização, os efeitos da industrialização nas cidades também podem ser sentidos na composição hierárquica da divisão territorial do espaço geográfico. Em sociedades predominantemente agrárias, o campo exerce uma relação preponderante sobre as cidades, uma vez que elas dependem do meio rural para a geração de alimentos, matérias-primas e movimentação de capital.
Com a industrialização, as cidades modernizam-se e passam a subordinar o campo, que se torna dependente do meio urbano para o recebimento de máquinas, aparatos tecnológicos, mão de obra qualificada, conhecimentos científicos aplicados à produção, entre outros elementos.
Portanto, em resumo, podemos dizer que os efeitos da industrialização na urbanização são a intensificação do crescimento das cidades; concentração populacional; crescimento do setor terciário e a inversão da relação de subordinação entre campo e cidade. Esses aspectos são indicativos gerais e precisam ser devidamente adaptados para o entendimento de cada ocorrência ao longo do espaço geográfico mundial.
ÊXODO RURAL
O êxodo rural é um movimento migratório em que a população residente no espaço rural – no campo – desloca-se definitivamente para as cidades – áreas urbanas. Embora tenha ocorrido em todos os continentes, nos países desenvolvidos, esse processo aconteceu de maneira mais gradativa, levando, em média, de 100 a 200 anos para efetivar-se. Nos países subdesenvolvidos, como no caso do Brasil e seus vizinhos latino-americanos, a migração campo-cidade – como também é conhecido o êxodo rural – ocorreu de forma bem mais acelerada e em grande volume populacional.
Êxodo Rural no Brasil
No Brasil, o êxodo rural ocorreu de forma mais intensa em um espaço de três décadas: entre 1960 e 1990. O rápido deslocamento da população ocorreu em razão da industrialização do país, que se concretizou a partir da década de 1950, especialmente nos estados da Região Sudeste do Brasil. A expectativa de emprego atraiu grande volume de trabalhadores rurais de diversas partes do país em busca de melhores condições de vida.
Mais tarde, outro fator importante – nesse caso, de expulsão – deslocou ainda mais pessoas do campo para a cidade: a mecanização do campo. A substituição da mão de obra humana por máquinas, como plantadeiras, colheitadeiras, roçadeiras e outros implementos agrícolas, causou desemprego e intensificou o êxodo rural.
A explosão de pessoas vindas do campo causou em muitos centros urbanos um forte desequilíbrio em vários aspectos das estruturas sociais. Vejamos a seguir alguns efeitos do êxodo rural nos países subdesenvolvidos como o Brasil:
Segregação urbana – A população que migra do campo para a cidade, por causa dos altos custos, não consegue habitar os locais mais próximos do centro das cidades. Em razão disso, é obrigada a ocupar áreas cada vez mais periféricas e sem a devida estrutura urbana.
Favelização – Desde o início do êxodo rural, as populações tiveram, muitas vezes como única alternativa, que construir e ocupar habitações em áreas irregulares e de risco, o que contribuiu para o crescimento das favelas em muitas metrópoles brasileiras.
Desemprego – A expectativa em relação ao trabalho nem sempre se concretizava. A ausência de qualificação profissional e de escolaridade fez com que o ex trabalhador rural tivesse dificuldade de encontrar trabalho na cidade.
Subemprego – Como a oferta de trabalhadores é maior que a de postos de trabalho, as pessoas que migraram do campo para sobreviver na cidade realizam trabalhos de baixa qualidade e entram para o mercado informal. É a solução para muitas famílias, especialmente nas grandes cidades.
Mobilidade urbana e Transporte público prejudicados – A ausência de planejamento estatal e adequação à transformação demográfica fez com que, em muitas cidades, houvesse um verdadeiro caos na mobilidade urbana e nos transporte públicos. O investimento em infraestrutura viária e em veículos e equipamentos para o transporte de passageiros não acompanhou o ritmo de crescimento da população e a necessidade de deslocamento das pessoas.
Aumento da desigualdade social – os efeitos acima listados já são retratos significativos da desigualdade social intensificada pelo processo acelerado de êxodo rural. No entanto, existem outros efeitos resultantes da ineficiência do Estado em lidar com a chegada da população do campo nas cidades, a saber: ausência de profissionais e unidades de saúde que atendam toda a população urbana, creches e escolas em número insuficiente e falta de iluminação pública em bairros periféricos, segurança pública, equipamentos de lazer, entre outros.
ESTRUTURA FUNDIÁRIA
Estrutura Fundiária é o modo como as propriedades agrárias estão distribuídas e organizadas em um determinado país ou espaço. Para se conhecer a estrutura fundiária de um país, leva-se em consideração a quantidade, o tamanho e a distribuição social das propriedades rurais na área analisada.
A estrutura fundiária de um país ou região também é muito influenciada pelo nível de concentração fundiária dopaís, uma vez que, quanto maior for a concentração de terras, menor será a quantidade de propriedades de terras e maior será o tamanho das propriedades existentes. Além disso, a distribuição social da terra nos países em que há uma grande concentração rural tende a ser mais desigual, pois a parcela mais rica da população tem um acesso facilitado a terra, enquanto a população mais pobre, na maioria das vezes, não possui acesso à terra e/ou aos meios de produção.
Na maioria dos países desenvolvidos, as atividades agropecuárias são desenvolvidas em propriedades rurais menores, de base familiar, altamente produtivas e mecanizadas, voltadas para a produção de alimentos e matéria-prima para abastecer o mercado interno do país. Já em países subdesenvolvidos, principalmente da América Latina e da África, em virtude de sua herança colonial em que predominavam as plantations (grandes propriedades rurais que produziam monoculturas voltadas para abastecer o mercado internacional), há grandes propriedades rurais, concentradas nas mãos de poucos proprietários, que produzem monoculturas para exportação.
De acordo com o Estatuto da Terra, de 1964, as propriedades rurais brasileiras podem ser divididas em cinco categorias:
Imóvel rural: Qualquer imóvel rural utilizado para a produção agropecuária ou agroindustrial.
Propriedade Familiar (ou Módulo Rural): É o imóvel rural explorado por uma determinada família que absorve toda a mão de obra familiar e consegue garantir o sustento de toda a família.
Minifúndio: São pequenas propriedades rurais, com extensão maior do que as propriedades familiares, geralmente utilizadas na produção alimentar familiar ou coletiva.
Latifúndios: Grandes propriedades rurais voltadas para a produção moderna de monoculturas ou para a especulação imobiliária.
Empresa Rural: São médias e grandes propriedades rurais, de ordem física ou jurídica, voltadas para exploração econômica racional do espaço agrário para desenvolver produtos agropecuários.
A estrutura fundiária brasileira é uma das mais concentradas do mundo. Enquanto os minifúndios representam 70% do total das propriedades rurais e ocupam uma área de cerca de 11% do espaço agrário brasileiro, os latifúndios ocupam cerca de 55% da zona rural do Brasil.
Essa concentração fundiária contribui para o agravamento dos problemas no campo, visto que a maior parte das terras, muitas vezes improdutivas, encontrasse concentrada na mão de poucos proprietários, o que aumenta a quantidade de pessoas sem acesso à terra, intensificando, assim, os conflitos causados pela disputa por terras. Além disso, a grande concentração de terras prejudica também a produção de alimentos, visto que a maior parte deles é produzida em minifúndios.
Como a área ocupada pelos latifúndios é maior, a produção nacional e grande parte das políticas públicas relacionadas com o campo estão voltadas para a produção de monoculturas para a exportação, dificultando ainda mais a vida do pequeno produtor, que é o grande responsável pela produção de alimentos no país.
ÍNDICES DE SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil é um indicador social representado pelo número de crianças que morreram antes de completar um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um ano. É um importante indicador da qualidade dos serviços de saúde, saneamento básico e educação de uma cidade, país ou região.
Causas da mortalidade infantil
Mesmo sendo um índice importante, medir a mortalidade de bebês traz implícito um incômodo, pois é um questionamento a respeito da responsabilidade que sociedade e
Estado possuem nesse quadro. Os principais fatores que promovem a mortalidade infantil são:
- a falta de assistência e de instrução às gestantes;
- ausência de acompanhamento médico;
- deficiência na assistência de saúde;
- desnutrição;
- ausência de políticas públicas efetivas em educação;
- ausência ou deficiência no saneamento básico.
Esse último fator é ainda mais agravante quando a água e esgoto não tratados provocam a contaminação da água e, por consequência, dos alimentos, ocasionando doenças como a hepatite, malária, febre amarela, cólera, diarreia, entre outras. Essas doenças em conjunto com quadros de desnutrição são fatais.
A mortalidade infantil é um aspecto social tão significativo que a Organização das Nações Unidas (ONU) inseriu a redução da mortalidade infantil mundial entre as principais 8 Metas do Desenvolvimento do Milênio (conjunto de objetivos de melhorias no padrão de vida das pessoas em todo o mundo, especialmente nos países pobres).
Em geral, nos países desenvolvidos economicamente, as taxas de mortalidade infantil são significativamente baixas. Em oposição, nos países pobres, ainda encontramos taxas de mortalidade infantil altíssimas, como é o caso de Afeganistão, Chade, Angola, Guiné-Bissau,
Nigéria e Somália, que têm números superiores a 100 mortes de crianças com menos de um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um ano.
Embora, segundo a ONU, as médias mundiais de mortalidade infantil tenham sofrido uma queda de quase 50% nas últimas duas décadas, o problema ainda é muito grave em muitas nações e deve ser vencido, especialmente, por meio da implantação efetiva de políticas públicas de educação e saúde.
Taxa de natalidade
A taxa de natalidade representa o número de crianças nascidas vivas no período de um ano.
Exclui-se desse cálculo o número de crianças nascidas mortas ou que morreram logo após o nascimento. Esse indicador representa a relação entre o número de nascimentos e de habitantes de um determinado local. O cálculo é feito a cada mil habitantes, e o resultado é dado em permilagem (número por mil).
Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de natalidade:
População total do país: 1 500 000 habitantes
Nascimentos em um ano: 5000
Taxa de natalidade: 3,33‰
O resultado acima indica que, nesse país, nascem, aproximadamente, três crianças a cada mil habitantes no período de um ano.
→ Taxa de natalidade nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos
	
Países desenvolvidos
	
Países subdesenvolvidos
	A taxa de natalidade apresenta-se estável em declínio ou reduzida
	Taxa de natalidade é elevada em decorrência dos problemas sociais vividos nesses países 
	Políticas públicas voltadas a saúde e a educação atendem a população de maneira eficiente
	As políticas públicas referentes a saúde, educação e oportunidades de empregos são ineficientes 
	As famílias costumam ser planejadas
	Boa parte da população vive em situação de pobreza 
	As mulheres encontram-se cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, tardando casamento e filhos 
	Falta recursos básicos para viver
	O acesso a saúde, medicamentos e métodos contraceptivos é uma realidade social 
	A qualidade de vida é baixa
Taxas de natalidade e de mortalidade no Brasil
No Brasil, há uma tendência, não tão expressiva quanto nos países desenvolvidos, à diminuição da taxa de natalidade. Essa redução é consequente de uma significativa melhoria na qualidade de vida dos brasileiros, que passaram a ter maior acesso à saúde e à educação, mesmo que ainda precários.
O aumento do processo de urbanização, que modificou o modo de viver de muitas famílias, é também um fator preponderante para explicar essa redução na taxa de natalidade. A reorganização familiar passou a enxergar um novo membro como sinônimo de maiores despesas. Assim, o número de filhos nas famílias diminuiu. Além disso, o ingresso no mercado de trabalho tem levado as mulheres a tardarem o casamento e a escolherem ter menos filhos ou não os ter. Esses fatores refletiram na consequente diminuição da taxa de fecundidade.
É válido ressaltar que, apesar de apresentar tendências semelhantes, o Brasil não é considerado um país desenvolvido, visto que sua população ainda vive uma realidade de pobreza, fome e falta de recursos básicos em muitos lares.
No que diz respeito à taxa de mortalidade, avanços no campo da medicina permitiram que a sociedade pudesse ter acesso a vacinas, medicamentos e

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