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1 UCM MODULO DE TECNICA DE EXPRESSAO EM LINGUA PORTUGUESA

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE 
MOÇAMBIQUE 
Centro de Ensino a Distância 
 
Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 
 
 
Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa 
 
Código: A0001 
 
Módulo único 
24 Unidades
 
 
Elaborado Por: Geraldo Ferando Vunguire 
Colaborador do Curso de Licenciatura em ensino do Português do Centro de 
Ensino à Distância (CED) da Universidade Católica de Moçambique e docente 
da Faculdade de Ciencias da mesma Universidade, sita em Sofala – Beira 
Revisado por: José Bartolomeu J. Marra 
Mestrando em Ciência da Educação/ Supervisão Pedagógica na Educação em 
Línguas Estrangeiras, pela Universidade do Minho – Portugal. 
 
Direitos de autor (copyright) 
 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino `a Distância 
(CED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no 
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa da entidade editora (Universidade Católica de 
Moçambique - Centro de Ensino `a Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a 
processos judiciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino `a Distância-CED 
Rua Correia de Brito No 613-Ponta-Gêa 
Moçambique-Beira 
Telefone: 23 32 64 05 
Cel: 82 50 18 44 0 
Fax:23 32 64 06 
E-mail: ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual, 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na eleboração deste manual. 
 
Pela contribuição do conteúdo. dr. Baptista Franze e ao dr. Brain Tachiua, pelo 
apoio moral e material. 
dr. Armando Artur, dr. Baptista Franze e ao dr. 
Geraldo Fernando Vunguire, pela força 
encorajadora, apoio moral e material para a 
elaboração deste manual. 
 
Pela revisão linguística dr.Armamdo Artur (Coordenador do Curso na 
UCM- CED); 
 
 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa i 
 
Índice 
Visão geral 1 
Benvindo ao Módulo de Técnica de Expressão ................................................................ 1 
Objectivos do Módulo ...................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 1 
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 2 
Acerca dos ícones .......................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 3 
Tarefas(avaliação e auto-avaliação) .................................................................................. 3 
Avaliação .......................................................................................................................... 4 
Unidade 1. Textos Informativos 5 
Introdução ................................................................................................................ 5 
TEXTO INFORMATIVO ............................................................................. 5 
A NOTÍCIA (O Discurso de Imprensa) ......................................................... 6 
Características ................................................................................................ 7 
A sintaxe da notícia (GUERRA e VIEIRA:71-72:2003) ............................... 7 
Sumário ............................................................................................................................. 9 
Exercícios .......................................................................................................................... 9 
Unidade 2. Técnicas de Estudo 12 
Introdução .............................................................................................................. 12 
Sumário ........................................................................................................................... 15 
Exercícios ........................................................................................................................ 15 
Unidade 3. O Exercício de Leitura 16 
Introdução .............................................................................................................. 16 
Sumário ........................................................................................................................... 19 
Exercícios ........................................................................................................................ 19 
Unidade 4. Como Fazer Anotações? 20 
Introdução .............................................................................................................. 20 
Sumário ........................................................................................................................... 22 
Exercícios ........................................................................................................................ 22 
Unidade 5. Elaboração de Resumo 23 
Introdução .............................................................................................................. 23 
ii Índice 
 
 Eliminar as repetições, as interjeições; 24 
 Suprimir pormenores, exemplos isolados, citações, mas sem cair na generalização esquemática;24 
Sumário ........................................................................................................................... 24 
Exercícios ........................................................................................................................ 25 
Unidade 6. Elaboracão da Síntese 26 
Introdução .............................................................................................................. 26 
Percurso de elaboração ................................................................................ 26 
Sumário ........................................................................................................................... 27 
Exercícios ........................................................................................................................ 28 
Unidade 7. A Ortografia 29 
Introdução .............................................................................................................. 29 
Sumário ........................................................................................................................... 34 
Exercícios ........................................................................................................................ 34 
Unidade 8. A Pontuacao 36 
Introdução .............................................................................................................. 36 
Sumário ........................................................................................................................... 44 
Exercícios ........................................................................................................................ 44 
Unidade 9. Classes de Palavras 45 
Introdução .............................................................................................................. 45 
Sumário ........................................................................................................................... 46 
Exercícios ........................................................................................................................ 46Unidade 10. A Frase 48 
Introdução .............................................................................................................. 48 
Sumário ........................................................................................................................... 51 
Exercícios ........................................................................................................................ 51 
Unidade 11. A Frase Simples e Complexas 52 
Introdução .............................................................................................................. 52 
Sumário ........................................................................................................................... 54 
Exercícios ........................................................................................................................ 54 
Unidade 12. Estudo do Verbo 56 
Introdução .............................................................................................................. 56 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa iii 
 
Sumário ........................................................................................................................... 58 
Exercícios ........................................................................................................................ 58 
Unidade 13. Conjugação Pronominal 59 
Introdução .............................................................................................................. 59 
Sumário ........................................................................................................................... 61 
Exercícios ........................................................................................................................ 61 
Unidade 14. O Discurso directo e Indirecto 62 
Introdução .............................................................................................................. 62 
Sumário ........................................................................................................................... 64 
Exercícios ........................................................................................................................ 64 
Unidade 15. A Ficha Bibliográfica 65 
Introdução .............................................................................................................. 65 
Sumário ........................................................................................................................... 66 
Exercícios ........................................................................................................................ 66 
Unidade 16. A Ficha de Leitura 67 
Introdução .............................................................................................................. 67 
Sumário ........................................................................................................................... 70 
Exercícios ........................................................................................................................ 70 
Unidade 17. O Sumário 71 
Introdução .............................................................................................................. 71 
Sumário ........................................................................................................................... 74 
Exercícios ........................................................................................................................ 74 
Unidade 18. Textos Administrativos 75 
Introdução .............................................................................................................. 75 
Sumário ........................................................................................................................... 76 
Exercícios ........................................................................................................................ 76 
Unidade 19. Formas de Tratamento 77 
Introdução .............................................................................................................. 77 
Sumário ........................................................................................................................... 78 
Exercícios ........................................................................................................................ 79 
Unidade 20. A Carta 80 
Introdução .............................................................................................................. 80 
iv Índice 
 
Sumário ........................................................................................................................... 83 
Exercícios ........................................................................................................................ 83 
Unidade 21. A convocatória 84 
Introdução .............................................................................................................. 84 
Sumário ........................................................................................................................... 86 
Exercícios ........................................................................................................................ 86 
Unidade 22. A Acta 87 
Introdução .............................................................................................................. 87 
Sumário ........................................................................................................................... 89 
Exercícios ........................................................................................................................ 90 
Unidade 23. Texto Expositivo-Explicativo 91 
Introdução .............................................................................................................. 91 
Sumário ........................................................................................................................... 94 
Exercícios ........................................................................................................................ 95 
Unidade 24. Texto Expositivo-Argumentativo 96 
Introdução .............................................................................................................. 96 
Estrutura do Texto Argumentativo 97 
Sumário ......................................................................................................................... 100 
Exercícios ...................................................................................................................... 100 
Unidade 25. O Relatório 101 
Introdução ............................................................................................................ 101 
Sumário ......................................................................................................................... 103 
Exercícios ...................................................................................................................... 103 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 1 
 
Visão geral 
Benvindo ao Módulo de Técnica de Expressão 
A Competência na comunicação e expressão é uma das habilidades 
indispensáveis, quer na comunidade em geral, quer no processo de 
docência. Assim, por meio deste manual pretendemos que o futuro 
professor ou formador seja capaz de exprimir-se correctamente e de 
produzir documentos de carácter pedagógico com uma boa 
expressividade e correcção linguísticas. 
 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo do módulo de Técnica de Expressão, o formando 
será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 Produzir correctamente textos de carácter didáctico pedagógicos; 
 Compreender o uso das diferentes regras gramaticais; 
 Aplicar eficazmente as diferentes formas de tomada de nota ou de 
estudo. 
 Reconhecer as estratégias discursivas que norteiam a produção e 
organização de textos. 
 Usar correctamenteas regras de pesquisa e elaboração de trabalhos 
científicos. 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para todos os estudantes dos Cursos de 
Licenciatura no Centro de Ensino à Distância (CED) e também para o 
Público que o considere interessante. 
2 
 
Como está estruturado este módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos pelo Centro de Ensino à 
Distância (CED) encontram-se estruturados da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave necessários para completar o estudo. Recomendamos 
vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu 
estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo um 
sumário da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do módulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários 
serão úteis para nos ajudar a [e] avaliar e melhorar este curso / módulo. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens 
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 3 
 
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de 
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada 
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós 
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao 
longo deste curso / módulo. 
Ao longo do módulo encontrarás uma série de imagens que sitntetizam as 
teorias apresentadas. Estes ícones foram retirados de obras consultadas 
ou então criadas para facilitar o processo de compreensão dos conteúdos 
patentes no módulo. 
Habilidades de estudo 
Caro formando, o ensino à distância requer de ti um grande interesse pelo 
estudo, porque és um “Auto didacta”. Neste sentido terás de criar um 
horário de estudo que te dá a possibilidade de estudar o módulo pelo 
menos quarto horas por semana. 
No fim de cada unidade será necessário que se elabore uma síntese das 
teorias lidas para a compreensão dos conteúdos. 
 
 
Precisa de apoio? 
 A base do estudo é este módulo, mas podes completar as tuas 
investigações na biblioteca do Centro de Ensino à Diatância ou até com 
os materiais que poderás encontrar noutras bibliotecas. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
As Tarefas de exercícios estão em função dos objectivos, fichas 
informativas, recursos existentes e de todo um leque de condições 
concretas. Os trabalhos serão entregues obedecendo aos critérios 
estabelecidos pelo CED 
 
4 
 
Avaliação 
A avaliação da cadeira será controlada da seguinte maneira: 
 Três (3) Trabalhos realizados pelos estudantes, sendo divididos 
em três sessões presenciais de acordo com a programação do 
Centro. 
 Dois (2) Testes escritos em presença e um exame no fim do ano. 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 5 
 
Unidade 1. Textos Informativos 
Introdução 
Nesta primeira unidade, falaremos dos textos informativos porque estes 
constituem a base da nossa comunicação no quotidiano. Estes são 
encontrados em situações escolares procurando transmitir conhecimentos 
ou saberes. 
Focalizamos nela, textos didácticos e jornalísticos como, por exemplo, a 
notícia. Assim será indispensável mencionar as características e as 
estratégias da sua elaboração. 
Ao completar esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Distinguir os textos informativos de outros; 
 Identificar as partes estruturais correspondentes a estes textos; 
 Redigir uma notícia tendo em conta a estrutura a que deve 
obedecer. 
 
TEXTO INFORMATIVO 
É um tipo de texto presente em situação escolar em que a intenção 
comunicativa veicula conhecimentos da realidade da qual oferece um 
saber. Ele (texto informativo), transmite dados organizados e 
hierarquizados sem, contudo, procurar persuadir ou explicar. O seu 
objectivo é, portanto, comunicar de forma clara e pormenorizada, em 
poucas linhas, a um leitor determinado, o que deve saber de um facto, de 
um assunto ou de um problema. Este tipo de texto possui três 
características importantes a saber, a clareza, a correcção e a concisão. 
Neste tipo de texto usa-se, essencialmente, a 3ª pessoa. A 3ª pessoa 
«indica uma realização discursiva situada fora da correlação de pessoa 
existente no par eu/tu, remetendo para uma situação “objectiva”. Assim, 
esse tipo de discurso é indiciado pelos pronomes de terceira pessoa (ele, 
ele, eles, elas) e respectivos deíticos (o, isso, isto, aquilo, lá, então, 
etc.) reenviando à objectividade, própria dos elementos referenciais 
colocados fora da elocução. A linguagem cumpre, assim, a sua função 
informativa ou referencial, centrando-se em dados concretos, que se 
concretizam nos referentes situacionais. 
A terceira pessoa, está por conseguinte, presente no discurso de 
imprensa, no discurso pedagógico, no discurso ensaístico, onde a 
finalidade da mensagem é transmitir informações de conteúdo objectivo. 
(GUERRA, J.A.F.; VIEIRA, J.A.S.:69). 
6 
 
A NOTÍCIA (O Discurso de Imprensa) 
O jornal, por exemplo, é um meio de comunicação de massa. Destinado a 
qualquer leitor, o discurso de imprensa apresenta características próprias. 
Este tipo de discurso engloba a notícia e artigos de natureza diversa, em 
suma, textos de carácter informativo. 
A imprensa escrita ou oral, que tem por função transmitir as notícias, 
informar, dar conhecimento ao público dos acontecimentos de última hora, 
constitui um largo campo de utilização do discurso de terceira pessoa. 
A não-pessoa, isenta de marca de subjectividade, é a forma pronominal 
mais adequada para as instâncias discursivas que utilizam a linguagem 
em situações descritivas ou verificativas, onde a objectividade é 
necessária. O jornalista, como entidade responsável pela informação, 
preocupa-se com o relato factual, tendo como objectivo fornecer dados 
concretos que reenviam a determinados referentes. A notícia submete-se, 
consequentemente, a normas estipuladas que pretendem veicular os 
conteúdos informativos em moldes documentais. 
A lei das cinco W [...], indica as questões essenciais a que o lead 
(cabeçalho da notícia, imediatamente a seguir ao título, em caracteres 
negros, que resumem em breves linhas o acontecimento) se vincula; ele 
deve responder a cinco questões fundamentais iniciadas em inglês por W: 
What?, When?, Who?, Where?, Why? (O quê? Quando? Quem? Onde? 
Porquê?). O referente é tratado em termos precisos (What, Who), 
dimensionado no espaço e no tempo (Where, When) e nas suas relações 
de causalidade (Why). No corpo da notícia serão desenvolvidos estes 
aspectos, tendo em atenção a realidade dos acontecimentos. 
É, portanto, a função referencial a que predomina na notícia, não se 
excluíndo, por vezes, a função emotiva da linguagem, quando transparece 
a presença do emissor, através da valoração pessoal que ele pode 
conferir ao enunciado, ou de sentimentos de adesão ou de recusa que 
conduzem à emoção por parte do público e não propriamente à 
informação. 
A função conotativatambém pode estar presente, se a interpretarmos 
como faceta genérica que possui a linguagem para chamar a atenção do 
leitor: Um título pode ser muito ou pouco sensacional, pelo facto de se 
integrar numa notícia de pequena actualidade ou num editorial; do mesmo 
modo, os próprios acontecimentos, com reflexo a nível nacional ou 
internacional, podem ocupar na imprensa lugares proeminentes que 
despertam e sugestionam a opinião pública, pela forma como são 
apresentados graficamente e por todo o discurso com forte tendência 
apelativa. (GUERRA e VIEIRA:71:2003) 
Em suma, a notícia é um texto essencialmente informativo de um 
acontecimento actual. A sua elaboração obedece a regras fixas. O 1º 
parágrafo, o lead, deve ser a resposta às perguntas: 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 7 
 
 Quem? 
 O quê? 
 Quando? 
 Onde? 
 Porquê? 
No corpo da notícia serão desenvolvidos estes aspectos, tendo em 
atenção a realidade dos acontecimentos. 
Características 
 Objectividade - redacção na 3ª pessoa (a não pessoa): expõe-se 
de modo imparcial e com a maior fidelidade, a realidade ou os 
seus fundamentos; 
 Brevidades – usam-se apenas as palavras necessárias à 
expressão do pensamento; 
 Função informativa ou referencial da linguagem. 
 
A sintaxe da notícia (GUERRA e VIEIRA:71-72:2003) 
Uma das leis fundamentais do jornalismo de hoje: na notícia o mais 
importante escreve-se logo no princípio. 
Uma norma como esta aconselha o aperfeiçoamento de um estilo inverso 
do novelístico. O autor de uma notícia deve começar pelo desfecho de um 
determinado acontecimento para depois descrever, em pormenor, a forma 
como as coisas se passaram. Uma notícia não tem suspensa: obedece ao 
princípio de competitividade entre os materiais jornalísticos de uma 
determinada publicação, partindo da certeza de que raro é o leitor que 
dedica a sua atenção a todos os textos. Ele escolhe os mais atraentes e 
muitas vezes só lê partes. Por isso o mais importante tem de estar logo no 
princípio. 
Um mesmo crime terá, portanto, descrições absolutamente diferentes no 
romance policial e na notícia. No primeiro caso, o autor tece a intriga, 
descreve as investigações, enumera suspeitos e culmina com a 
descoberta do assassino e respectiva prisão. Na notícia o jornalista terá 
de informar logo nas primeiras linhas que, por exemplo, «a Polícia 
Judiciária prendeu Fulano, acusado de ter assassinado Sicrano». 
Seguem-se as peripécias do caso, com uma outra preocupação: os factos 
ordenam-se por ordem decrescente de importância. 
O autor da notícia deverá abolir todos os pormenores supérfluos – que no 
romance serve até para colocar factores de diversão com o objectivo de 
testar o faro detectivesco do leitor – para respeitar os princípios da 
síntese, simplicidade e clareza. 
A elaboração da notícia ordenando os factos por ordem decrescente de 
importância criou no jornalismo a técnica conhecida sob a designação de 
pirâmide invertida. 
8 
 
Esta técnica, base do estilo noticioso utilizado em jornais de todo o 
mundo, significa a elaboração da notícia em duas fases: A primeira 
denominada lead ou cabeça; e a segunda, o corpo ou o desenvolvimento 
da notícia. 
Suponha o leitor uma pirâmide invertida representada, para maior 
comodidade pelo triângulo isóscele. Divida-a, por exemplo, em oito 
secções. Estas secções representam os parágrafos da notícia. A extensão 
e cada uma delas são directamente proporcionais à importância dos 
dados contidos nos respectivos parágrafos. 
A primeira secção é o lead ou cabeça, portanto o mais importante da 
notícia porque, como já vimos, os dados fundamentais são os que se 
devem divulgar em primeiro lugar. As restantes secções ou parágrafos 
são o corpo da notícia que pormenorizam os factos enunciados no lead. A 
extensão de cada secção diminui da zona superior para a zona inferior da 
figura, significando que os factos estão elaborados por ordem decrescente 
de importância. 
A figura permite ter uma ideia aproximada da 
estrutura resultante da aplicação da técnica 
jornalística da pirâmide invertida para uma 
notícia com oito parágrafos. O sistema da 
pirâmide invertida representa, na prática, a 
elaboração de dois relatos: um primeiro, o lead, 
o mais sintético possível, uma espécie de notícia 
condensada; o segundo, mais desenvolvido, 
enumerando pormenores, como que 
«desenrolando» o que ficou enunciado no 
primeiro parágrafo. 
Concluindo, o texto da notícia apresenta os seguintes aspectos: 
 Expositivo - apresenta ou narra uma exposição tal como ela é; 
deve começar pela visão do conjunto, pela síntese, partindo para 
o pormenor ou análise. 
 Interpretativo - clarifica o alcance e o sentido de certos factos ou 
conceitos. 
 Demonstrativo - tenta provar determinadas afirmações, teses ou 
posições, devendo ser claros os passos que levaram às 
proposições principais, que devem distinguir-se das simples 
opiniões. 
Deve-se evitar os seguintes defeitos: 
 falsear ou exagerar os factos; 
 deformá-los, omitindo pormenores; 
 confundir factos com opiniões; 
 cair em contradições; 
 desenvolver de forma incompleta algum ponto; 
 construir parágrafos longos. 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 9 
 
Sumário 
Em síntese: O texto informativo é todo aquele que procura comunicar, de 
forma clara e pormenorizada ou então em poucas linhas, aos leitores um 
determinado assunto. 
Este tipo de texto apresenta três características importantes a saber, a 
clareza, a correcção e a concisão. 
Exercícios 
Leia atentamente os textos e responda as questões levantadas em torno 
deles. 
TEXTO -1 
Lição sobre a água 
Como substância, a água é incolor, insípida e inodora. Desempenha, 
portanto, um papel invulgar em todos os campos de actividade do mundo. 
Quimicamente, nada se lhe compara. Trata-se de um composto de grande 
estabilidade, notável solvente e poderosa fonte de energia química. 
Quando congelada, portanto na forma sólida, a água se expande ao invés 
de retrair, conforme acontece com a maioria das demais substâncias, e o 
sólido mais leve flutua sobre o líquido mais pesado __ com 
consequências surpreendentes. Ela é capaz de absorver e liberar mais 
calor que todas as demais substâncias comuns. No que diz respeito a 
uma série de propriedades físicas e químicas __ tais como seu ponto de 
congelamento e ebulição__a água é singular, verdadeira excepção à 
regra. E quase todas as propriedades participam dos mecanismos da vida 
humana, quer naturalmente, como no processo digestivo, ou 
artificialmente, como uma máquina a vapor. 
Todas essas peculiaridades da água podem ser explicadas à luz da sua 
estrutura molecular. A combinação de dois átomos de hidrogénio com um 
de oxigénio formando a água (H2O) resulta numa molécula 
espantosamente resistente, sendo necessária uma energia extraordinária 
para cindi-la. De fato, até há uns 180 anos passados acreditava-se que a 
água fosse um elemento indivisível, e não um composto químico. 
(MATTOS e MEGALE:13:1990) 
1. Para possuir palavras com um significado só, toda a 
ciência deve ter um vocabulário próprio com palavras que 
quase nunca são empregues na língua de todo o dia. 
10 
 
a) Procure, no texto, dez palavras que jamais usaria numa 
conversa informal. 
 
2. A seu ver, o que torna a linguagem desse texto objectiva, 
racional, lógica, impessoal, técnica, precisa e verificável 
ou simplesmente científica e informativa? 
3. Mesmo fazendo ciência, o homem nem sempre consegue 
reprimir sua emotividade. 
4. No texto citado, em que expressões o sentimental invade 
o científico? 
Texto I 
 
1. Aponte a estrutura da presente notícia, indicando as respostas do 
lead e o desenvolvimento. 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 11 
 
2. Faça a representação da notícia em causa numa pirâmide 
invertida. 
3. que indica, nesta notícia, a objectividade inerente a textos 
informativos.Usando dos conhecimentosadquiridos sobre textos 
informativos e sobre a notícia, elabore uma notícia sobre um 
acontecimento ou facto que tenha ocorrido no seu local de 
residência, localidade, distrito, cidade, etc. com o máximo de 6 
parágrafos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Unidade 2. Técnicas de Estudo 
Introdução 
A unidade aborda essencialmente as técnicas de estudo para os 
estudantes do ensino superior e, no geral, para os estudantes de qualquer 
nível que queiram ver o seu trabalho repleto de sucessos. 
A UCM, em particular a Faculdade de Medicina e o Centro de Ensino à 
Distancia, usam o método PBL, que centraliza o proceso de ensino e 
aprendizagem no aluno e a aplicação do estudante nos estudos constitui 
a base. 
Ao completar esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Diferenciar os métodos de estudo no ensino superior dos métodos 
do ensino secundário; 
 Organizar, planear e implementar as tarefas, ou seja, as 
actividades de estudo; 
O método de estudo 
Ao ingressarmos numa instituição temos de prestar atenção a algumas 
mudanças relacionadas aos métodos de estudo. Aqui e em particular 
neste Centro usa-se o método PBL que centraliza o processo de ensino e 
aprendizagem no aluno. Neste método o aluno é o centro da 
aprendizagem e todas as atenções estão viradas para o seu 
desenvolvimento, com tendência a resolução de problemas específicos da 
vida quotidiana. Como veremos nos tópicos que se seguem nesta unidade 
não pretendemos ilustrar a aplicabilidade do método mas sim, o uso de 
determinadas técnicas que contribuirão para o maior rendimento do 
estudante no método. 
A Aprendizagem na faculdade 
Como já dissemos acima, os métodos de aprendizagem na faculdade são 
diferentes dos usados no ensino secundário geral, pois, para além do 
nível de abordagem dos conteúdos que é mais profundo, os estudantes 
devem possuir a seguinte postura (+) pesquisadores, (–) dependentes do 
Docente e de maior autonomia na aprendizagem. 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 13 
 
A título de exemplo de algumas diferenças dos estudantes das duas 
escolas temos, de acordo com Ruiz, (1991:19)1 
“ no curso médio, o estudante leva para casa as tarefas diárias; 
não acontece o mesmo na faculdade. No curso médio os alunos 
andam uniformizados, não podem fumar no recinto escolar e as 
classes são bastante homogéneas; no curso superior nada disso 
acontece”. 
Como se pode notar, a caracterização do ambiente de estudo no ensino 
universitário é diferente do ensino secundário. Assim, o estudante do 
ensino universitário deve ser pontual, responsável e assíduo às aulas. A 
responsabilidade referida parte da programação das actividades diárias. 
O plano de actividades 
No quotidiano notamos constantemente que todo o homem planifica, pois, 
a planificação é guia das suas actividades. Com base nela os homens 
praticam e controlam o cumprimento dos objectivos previamente 
estabelecidos. Assim, tendo o estudante um conjunto de actividades a 
efectuar é pertinente que essas sejam devidamente planificadas para que 
o objectivo de assimilação dos conteúdos seja consumado. 
Segundo Estanqueiro (2002: 13)2 
“ Se compararmos o rendimento de duas pessoas com 
capacidades intelectuais semelhantes, veremos que vai mais 
longe aquele que dedica mais horas ao estudo. Acontece até que 
muitos estudantes de ritimo lento (tipo tartaruga) chegam a ser 
superar colegas rápidos (tipo lebra), só porque começam mais 
cedo e são mais regulares.” 
Da citação pode compreender-se até que ponto vai a responsabilidade do 
estudante na universidade, pois, antes de tudo, o estudante deve ser 
capaz de dispor de tempo para estudar ou mesmo para frequentar todas 
as aulas do curso. Assim, torna-se indispensável que o estudante 
descubra o tempo para o desenvolvimento desta e das outras actividades. 
 
 
 
1 RUIZ, J. Alvaro, Metodologia Científica: Guia para efeciência nos estudos, 
Sao Paulo: ATLAS 1991 
2 EATANQUEIRO, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
14 
 
De acordo com Ruiz, (1991: 22)3 
“ A maneira mais prática de descobrir ou fazer aparecer o tempo 
consiste em tomar uma folha de papel, anotar os diversos dias da 
semana em linha horizontal e os diversos afazeres em linha 
vertical; registar depois, na coluna de cada dia da semana, as 
horas plenas e os diversos espaços” 
 
É evidente que nem sempre acordaremos a hora indicada no nosso 
horário mas o grande esforço do estudante deve cingir-se no cumprimento 
do horário estabelecido. Neste horário devem constar todas as actividades 
inclusive as actividades de estudo individual: preparação para a aula, 
revisão de aula, revisões gerais para as provas e exames e até os tempos 
de lazer. 
Não importa se o tempo de estudo de cada cadeira ou disciplina é pouco 
ou não, porque se usarmos correctamente as técnicas de leitura, revisão, 
fichamento teremos um bom aproveitamento. Nisto, é necessário 
desenvolver técnicas para tornar qualquer tempo produtivo. 
Do ponto de vista de Ruiz, (1991: 22)4 
“ A perseverança no cumprimento do programa é o maior 
problema geralmente, o nosso tempo é pequeno, mas o pior é 
que o pequeno espaço de tempo se converte em nada pela falta 
de perseverança.” 
 O autor acima referido apela-nos para maior perseverança nas 
actividades programadas no horário individual mas, para além da 
perseverança Estanqueiro também cita a necessidade de ocupar as 
 
3 RUIZ, J. Alvaro, Metodologia Científica: Guia para efeciência nos estudos, 
Sao Paulo: ATLAS 1991 
4 RUIZ, J. Alvaro, Metodologia Científica: Guia para efeciência nos estudos, 
Sao Paulo: ATLAS 1991 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 15 
 
melhores horas do dia para o estudo individual. 
(2002:14)5 
“ o estudo é uma actividade ciumenta que exige as melhores horas do 
dia. Quais são? Várias experiências provam que o rendimento 
intelectual da manhã é superior ao da tarde e ao da noite. Ao princípio 
da tarde, ocorre sempre uma quebra de vivacidade mental, fruto de 
uma certa sonolência que ataca a gente e não apenas os que fizeram 
um grande almoço. Quanto a noite, é natural que o cansaço 
acumulado de um dia prejudique o rendimento, apesar de haver 
pessoas que se dão bem a estudar na calma da noite.” 
Pode-se depreender da citação que, cada estudante tem um determinado 
tempo que lhe é rentável nas suas actividades, pois, enquanto uns obtêm 
uma boa atenção mental na assimilação dos conteúdos nas manhãs, 
outros, obtêm o mesmo estado nas tardes ou a meia-noite. Por isso, 
convêm deixarmos bem claro nesta unidade que cada estudante deve ser 
capaz de descobrir o seu tempo mais rentável. Além do tempo as 
condições do ambiente de estudo “calmo, barulhento, no quarto, na praia”, 
estado emocional do estudante entre outros, constituem os principais 
factores a ter em conta na planificação do tempo de estudo. 
 
Sumário 
Em síntese: A adopcção de um ou do outro método de estudo nos estabelecimentos 
educacionais tem como objecto alcançar os objectivos preconizados nos programas. 
Assim, com a adopção do método PBL esperamos que o processo seja eficaz e que o 
aluno sinta que tem todas as feramentas necessárias para o seu progresso. 
A programação, a preseverança e a responsabilidade nas actividades será como sempre 
a base do êxito educacional do estudante. 
Exercícios 
1. Elabore um horário das suas actividades tendo em conta as 
cadeiras que tens, e as exigências do curso. 
2. Indique duas vantagens da programação das actividades. 
3. Porque se afirma que a perseverança é o maior problema? 
 
5 EATANQUEIRO, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
16 
 
Unidade 3. O Exercício de LeituraIntrodução 
No Processo de ensino e aprendizagem é preciso compreender que o 
êxito nos estudos provém da adopcção de técnicas de estudo e de leitura. 
Fazer uma boa leitura significa criar condicões para que a leitura termine 
na compreenssão dos conteúdos. Assim, nesta unidade pretendemos 
apresentar algumas técnicas que te poderão ajudar nos seus estudos. 
Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Indicar o propósito da Leitura 
 Praticar a leitura de acordo com as etapas. 
 Verificar a compressão dos conteúdos 
Para se alcançar o pleno êxito na sua carreira estudantil não basta 
apenas o facto de participares às aulas e receberes as orientações com 
relação aos objectivos da aprendizagem, mas é também necessário que 
se façam leituras. 
De acordo com Gomes (2002:57)6, O acto de ler consiste em “decifrar 
símbolos de linguagem escrita para lhes conferir a correspondência com 
os sons que representam”. 
Do conceito de leitura acima apresentado é possível notar que toda 
actividade da aprendizagem terá o seu fulcro na leitura por que com base 
nela o estudante será capaz de assimilar conteúdos a partir da atitude de 
clarificar os conteúdos subjectivos. 
Segundo Potts (1989:56)7 
“No sentido genérico, a qualidade de uma leitura é a soma de 
todos os elementos que estão presentes numa peça impressa, 
que influencia o êxito que um grupo de leitores consegue com ela. 
O êxito é medido pela extensão em que o texto é compreendido, 
a velocidade óptima é tida como interessante.” 
Como se afirma na citação, o êxito da leitura é avaliado pelo grau 
da compreensão do texto no processo de ensino e aprendizagem. Se os 
 
6 Gomes A. Didáctica de Ensino da Língua Portuguesa, Vol. II, 2002 
7 In Didáctica de ensino da língua portuguesa. 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 17 
 
estudantes não forem capazes de transmitir o conteúdo patente no texto, 
ou seja, de mostrar que conhecimentos adquiriram ou, ainda, de usar os 
conhecimentos para responder a determinadas necessidades, então, eles 
não entenderam o texto. Porém, a leitura é antecedida por uma selecção 
de obras que normalmente nos é apresentada pelo docente mas se assim 
não suceder siga as instruções que se seguem. 
Como Seleccionar o que ler 
É evidente que ao nos dirigirmos à biblioteca já teremos em mão um tema 
relacionado com uma determinada área da aprendizagem. No entanto, 
será fundamental que conheçamos a organização dos livros de estudo na 
biblioteca e depois que conheçamos a organização dos próprios livros em 
si. Assim, é interessante trazermos a teoria de Estanqueiro (2001:69)8 
que se refere que há três técnicas entre outras possíveis de ajudar a 
conhecer um livro, a descobrir o seu interesse e a tornar mais rentável a 
sua utilização. 
As técnicas destacadas pelo autor são: Percorrer o Índice, ler a Introdução 
e folhear as páginas. Para o autor “pelo índice é possível o essencial da 
matéria tratada. (...) Na Introdução, o autor explica as intenções do livro, 
(...) Folheando o livro pode observar-se a forma como é apresentada a 
matéria.”9 
Na mesma perspectiva de abordagem, Ruiz (1991: 35)10 para além dos 
elementos citados acrescenta que “devemos ver o nome do autor, o seu 
Curriculum, a orelha do livro, a documentação ou as citações ao pé das 
páginas, a bibliografia, assim como verificar a editora, a data, a edição e 
ler rapidamente o prefácio” 
No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em conta dois 
passos que são considerados fundamentais para que se efectue uma 
leitura efectivamente produtiva. Na primeira leitura procura-se ter um 
conhecimento global do texto e na segunda faz-se uma leitura mais 
aprofundada procurando compreender e assimilar o essencial. 
A primeira etapa da leitura, de acordo com Estanqueiro, pode ser 
designada Ler “por Alto” e a segunda Ler “em Profundidade”. A primeira 
consiste em dar uma passagem de olhos pelo seu conteúdo, procurando 
ter uma visão panorâmica do terreno a explorar ou seja uma visão geral 
do assunto “a Ideia Principal”. Nesta primeira leitura pode-se fazer a 
 
8 ESTANQUEIRO, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
9 ESTANQUEIRO, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
10 RUIZ, J. Alvaro, Metodologia Científica: Guia para efeciência nos estudos, 
Sao Paulo: ATLAS 1991 
18 
 
leitura de alguns parágrafos (os iniciais e os do meio e o último parágrafo). 
As questões tais como: 
“O Que diz o texto? Que pretende transmitir o autor? 
Que explicações são fundamentadas? Os factos e os 
argumentos são esclarecidos? 
Concordo com a opinião do autor? 
Que novidades surgem no texto? 
Encontro informações úteis? Posso aplica-las na pratica? 
Que ligações tem o assunto com aquilo que já sei?” 
É bom notar que um bom leitor não regista passivamente tudo aquilo o 
que lê nos livros, mesmo se os autores lhe merecem toda a confiança. O 
bom leitor tem de manifestar o seu espírito crítico perante todo o conteúdo 
que lê, ele analisa, compreende, interpreta, compara e avalia. Esta prática 
torna-se eficaz a partir do momento em que sabemos sublinhar o 
essencial do texto. 
O acto de sublinhar as ideias-chave do texto desperta a atenção, ajuda a 
captação e facilita as revisões. Assim para sublinhar e fazer anotações a 
margem do texto, o metodólogo Estanqueiro diz que é necessário: 
 “Dar Prioridade as definições, fórmulas, esquemas, termos 
técnicos, e outras palavras ou expressões que sejam a chave da 
ideia principal. 
Destacar uma ou duas frases por parágrafo. 
Sublinhar apenas os livros pessoais” 
Por sua vez, Ruiz reforça que temos de seleccionar apenas as ideias as 
ideias principais e os detalhes importantes; não devemos sublinhar por 
ocasião da primeira linha, reconstruir o parágrafo a partir a partir das 
palavras sublinhadas, ler o parágrafo sublinhado com a continuidade e 
plenitude de sentido de um telegrama; sublinhar com dois traços as 
palavras-chave da ideia principal, e com um único traço os pormenores 
importantes; assinalar com linha vertical, as margens mais significativas e 
finalmente assinalar com um ponto de interrogação as margens dos 
pontos a discordar. 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 19 
 
 
Sumário 
Em síntese: A qualidade de uma leitura é a soma de todos os 
elementos que estão presentes nele, que influenciam no êxito que 
um grupo de leitores consegue com ela. O resultado da leitura é 
medido pela extensão em que o texto é compreendido, a 
velocidade óptima é tida como interessante.” 
Exercícios 
“No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em conta dois 
passos fundamentais para que se efectue uma leitura efectivamente 
produtiva.” 
1. Quais são as etapas a seguir no acto da leitura? 
2. Que questões podem ser colocadas depois de ter feito uma 
leitura? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Unidade 4. Como Fazer Anotações? 
Introdução 
As anotações constituem uma síntese dos conteúdos lidos e todo o 
estudante deverá conhecer e usar correctamente estas regras. Assim, 
nesta unidade apresentamos as diferentes formas de tirar apontamentos e 
as orientações recomendadas para cada método. 
Ao completar esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Indicar o propósito da Leitura 
 Praticar a leitura de acordo com as etapas. 
 Verificar a compressão dos conteúdos 
Fazer Anotações 
Um bom leitor para além de sublinhar também faz anotações quer 
seja no papel quer seja no próprio texto de apoio e estas anotações 
principalmente as feitas no texto a prova do seu espírito crítico. Enfim, as 
anotações são reacções ou comentários pessoais e podem expressar-se 
através de formas diversificadas entre elasestão patentes algumas que já 
referimos na abordagem de Ruiz (ponto de interrogação como sinal de 
dúvida), ponto de exclamação como sinal de surpresa ou entusiasmo, 
letras diversas para fazer uma observação simples como por ex: B- bom, 
I- importante ou interessante, N- não R- rever e outros; palavras que 
resumam o núcleo central de um parágrafo; uma nota de referência sobre 
os assuntos defendidos pelo mesmo autor ou por autores diferentes. 
Nota: 
Fazer anotações é enriquecer o livro e elas (as anotações) devem ser 
claras e breves. 
A actividade de tirar apontamento é complexa e constitui um dos 
processos fundamentais para a captação e retenção da matéria, pois, por 
meio dos apontamentos aprendemos melhor e as nossas informações 
ficam guardadas para sempre. 
De acordo com Estanqueiro, os apontamentos podem ser de três 
tipos: Transcrição, esquemas e resumos. 
O primeiro tipo de apontamento “A Transcrição” consiste em 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 21 
 
transcrever e copiar uma informação de forma totalmente igual ao texto 
original. Porém, é importante referir que esse não é o processo mais 
eficaz para estudar um determinado assunto, embora, seja útil, porque 
quanto reflectimos sobre os assuntos lidos. 
Regras: 
De acordo com o mesmo autor11 as regras a serem seguidas nos 
apontamentos de transcrição são: 
 Não copiar longos textos, integralmente. Basta seleccionar as 
partes mais significativas. 
 Pôr entre aspas os textos copiados; 
 Indicar com precisão a fonte, ou seja, registar o nome do autor, o 
título do livro ou a revista; o número da edição, o local da edição, 
o editor, a data e a página. 
Se assim estiverem organizados, os apontamentos poderão servir em 
qualquer momento. 
Esquema 
E uma técnica importante passar a esquema todas as informações tidas 
como ideias chave, durante a leitura. Pois eles (os esquemas) são simples 
enunciados das palavras-chave, em torno dos quais é possível arrumar 
grandes quantidades de conhecimentos. De acordo com Estanqueiro “eles 
também representam uma enorme economia de palavras e oferecem a 
vantagem de destacar e visualizar o essencial do assunto em análise, 
podendo ainda ser facilmente reformulados.” 
Tipos de esquemas: 
Ainda na mesma abordagem, refere-se que existem os seguintes tipos de 
esquema: Índices, quadros, gráficos, desenhos ou mapas e todos estes 
tipos de esquema podem ser encontrados nos manuais. 
De acordo com Ruiz as regras do resumo são: 
 Ser fiel ao texto 
 Apanhar o tema do autor; 
 Ser simples claro e destacar os títulos e subtítulos; 
 Subordinar as ideias aos factos; 
 Manter um sistema uniforme de observação. 
Nota: Os esquemas não são aconselháveis pela insuficiência de 
 
11 Estanqueiro, A, Aprender a Estudar, lisboa: Texto ed. 2001 
22 
 
informações. 
O resumo 
Resumir um texto é tornar o mais breve possível, tornar mais curto, e, isto 
requer capacidades de seleccionar e reformular as ideias essenciais, 
usando frases bem articuladas. 
Assim, a elaboração do resumo segue as seguintes etapas: compreensão 
do texto, identificação das palavras-chave, registar numa folha de 
rascunho os vários tópicos, e finalmente reconstruir o texto, de um modo 
pessoal. 
Contudo, resumir um texto é um processo eficaz para compreender e 
assimilar a matéria. Porém, no capítulo seguinte veremos de forma mais 
pormenorizada as técnicas de elaboração do resumo. 
 
Sumário 
Em síntese: 
A actividade de tirar apontamento constitui um dos processos 
fundamentais para a captação e retenção da matéria, pois, por meio 
dos apontamentos aprendemos melhor e as nossas informações ficam 
guardadas para sempre. Os apontamentos podem ser de três tipos: 
Transcrição, esquemas e resumos 
Exercícios 
1. Indica as diferentes formas de tirar apontamentos. 
2. Diferencie-as. 
 
 
 
 
 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 23 
 
Unidade 5. Elaboração de Resumo 
Introdução 
Qualquer estudante do ensino superior deve ser capaz de resumir textos 
de carácter científico ou didáctico, pois, por meio dos resumos os 
resultados adquiridos nos estudos são mais eficazes e mais amplos. 
Nesta unidade veremos as estratégias usadas para a redução de um texto 
– a técnica de resumo - específicamente o método RASERO. 
 
Ao completar esta unidade /lição, serás capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Detectar o essencial num texto para resumí-lo; 
 Discernir sobre o que é indispensável, o principal, o importante, o 
secundário, o acessório e o inútil; 
 Resumir um texto de qualquer natureza (científico / literário); 
A actividade de resumir um texto, destaca-se pelo facto de tratar – se 
simplesmente de tornar o texto mais curto, contraído, condensado ou de 
abreviá-lo. Porém, não se deve confundir um plano com um resumo, pois, 
este, é correctamente redigido, claro e construído. Deve pôr em realce o 
essencial, sem ser nem uma análise nem um comentário. 
De acordo com Lemitre (1986: 158) O resumo dá uma visão de conjunto 
do conteúdo e acentua a progressão dos pontos principais. Ele respeita a 
linearidade do discurso inicial. Não pode retomar todas as ideias 
expostas, mas não deverá tão-pouco limitar-se a um sobrevoo abstracto 
não conservando senão os conceitos sem explicações. 
Em suma, resumir é apresentar de forma contraída, reduzida ou 
abreviada, as ideias principais de um texto. E para chegarmos a ele, há 
que fazer uma operação mental insubstituível: dispensar o que não é 
significativo. Ao dispensar o que é secundário, valorizará só o que é 
fundamental. Por isso, um resumo bem feito é económico em palavras e 
rico em significado. 
São alguns dos exemplos de resumo: as manchetes, os títulos, as 
legendas. Assim, dar títulos, fazer manchetes ou construir legendas é uma 
actividade que muitas vezes nos ajuda no domínio do significativo num 
24 
 
texto 
Para detectar, referenciar, descobrir, apreender, e apontar as ideias 
de fundo, directrizes, mestras, essenciais ou centrais, é necessário seguir 
o método rasero. 
 Rápida leitura do texto; 
 Atenta leitura do texto 
 Sublinhar as ideias Chave 
 Esquematizar 
 Resumir e 
 Operatividade. 
Nestas actividades a grande dificuldade é de identificar qual é o 
conteúdo mais importante mas é preciso recorrer que as ideias principais 
encontram-se em constelações de ideias. Ver em Ruiz p. 38-39 como se 
pode notar a partir do Plano (esquema) traçado o leitor é capaz de 
produzir o resumo considerando os seguintes aspectos: 
 Eliminar as repetições, as interjeições; 
 Suprimir pormenores, exemplos isolados, citações, mas sem cair 
na generalização esquemática; 
 Manter os valores mais significativos em abordagens que 
apresentam números 
 Distinguir as ideias principais das secundárias; 
 Respeitar a ordem, a estrutura e a proporção do texto, bem como 
as articulações lógicas. 
Defeitos a evitar: 
 A utilização de frases ou expressões inteiras do texto que se quer 
resumir; 
 Acrescentamento de comentários pessoais; 
 A ausência de elos de ligação entre as frases e os parágrafos. 
 
Sumário 
Em síntese: Resumir é apresentar de forma contraída, reduzida ou 
abreviada, as ideias principais de um texto. E para chegarmos a ele, há 
que fazer uma operação mental insubstituível: dispensar o que não é 
significativo. Ao dispensar o que é secundário, valorizará só o que é 
fundamental. Por isso, um resumo bem feito é económico em palavras e 
rico em significado. 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 25 
 
 
Exercícios 
1. “O resumo dá uma visão de conjunto do conteúdo e acentua a 
progressão dos pontos principais. Ele respeita a linearidade do 
discurso inicial.” 
a) Clarifica a ideia expressa na afirmação. 
2. Explicite detalhadamenteo método rasero e resume o texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Unidade 6. Elaboracão da Síntese 
Introdução 
Para a elaboração de qualquer texto, seja de que natureza for, é 
necessário seguir um determinado percurso de forma a atingir uma 
hiperestrutura textual coerente e coeso. 
Portanto, nesta unidade apresentamos o percurso metodológico que deve 
ser seguido na produção ou elaboração de um resumo. 
Ao completar esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Elaborar texto de qualquer natureza (científico / literário); 
 
Segundo Esteves (2002:82)12, a síntese é “um género de texto elaborado, 
de dimensão reduzida, mas redigida de forma simples, clara e 
consistente”. A elaboração de uma síntese implica um bom domínio das 
técnicas de leitura e de escrita. Deste modo, é possível trabalhar-se vários 
tipos de texto em simultâneo. 
O apelo à escrita sintética do mundo actual é devido a dois aspectos. Por 
um lado, aos vários suportes de informação existentes e por outro às 
exigências do próprio leitor que se interessa por escritos recheados de 
“paginação, cor, abundância de títulos, subtítulos e cabeçalhos, quadros, 
gráficos, resumos e sínteses, estrutura e plano em destaque, frases curtas 
(20 a 30), estilo concreto e vivo, próximo da oralidade, usando a forma 
activa e o infinitivo.”13 
 Percurso de elaboração 
Os passos a seguir para a elaboração de uma síntese assentam na 
compreensão do texto, na elaboração de um plano ou no reagrupamento 
das ideias e na redacção. 
I. Compreensão do texto 
 
12 Esteves Rei, Curso de Redacção II, Porto: Porto Editora, p.82 
13 idem 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 27 
 
Deve-se fazer uma leitura activa, tal como no resumo mas em menor 
profundidade. Implica destacar as palavras-chave, ideias-chave e fazer 
anotações numa folha, usando frases soltas. 
II. Plano ou reagrupamento de Ideias 
Engloba os seguintes pontos: 
1. Apresentação – “Identifica o texto, o tema tratado, o 
nome do autor e eventualmente a tese”; 
2. Ilustração – “expõe os factos respeitantes ao tema; 
noutros casos, história o problema”; 
3. Causas – “diagnostica o estado da questão, indo até 
às suas origens”; 
4. Efeitos – “reúne as consequências”; 
5. Remédios – “indica as soluções apresentadas pelos 
autores para alterar os efeitos ou resolver os 
problemas”; 
Conclusão – “apresenta as considerações finais dos textos.” 
 
Plano ou Reagrupamento das Ideias 
1. Apresentar no estilo indirecto as posições de cada 
autor; 
2. Respeitar o pensamento de cada autor; 
3. Ser conciso, claro e preciso; 
4. Ter atenção à construção frásica. 
 
Aspectos a evitar 
1. Não se deve utilizar frases e expressões inteiras do 
texto; 
2. Não se deve fazer comentários ao texto. 
 
Sumário 
Em síntese: A elaboração de uma síntese implica um bom domínio das 
técnicas de leitura e de escrita. Na produção, há que evitar os seguintes 
aspectos: utilizar frases e expressões inteiras do texto; fazer comentários 
ao texto. 
 
28 
 
Exercícios 
Leia atentamente os textos e faça a sua sintese 
TEXTO -1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 29 
 
Unidade 7. A Ortografia 
Introdução 
A língua portuguesa constitui, para além de elemento de Unidade 
Nacional em Moçambique, um meio de comunicação. Assim, ao futuro 
professor, que usará esta língua como instrumento de ensino, por isso 
torna-se imperativo dominá-la. Portanto, é importante que estejas atento à 
correcção linguística dos enunciados que ouves ou que lês no dia-a-dia. 
O Desenvolvimento da capacidade de expressão escrita só será possível 
com a escrita constante. Escrever bem implica também dominar as 
regras, quer de ortografia quer da pontuação, por isso na unidade 
seguinte falaremos da Pontuação. 
Ao completar esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Aprofundar conhecimentos sobre o sistema verbal escrito da 
língua portuguesa; 
 Escrever correctamente um enunciado sem cometer erros 
ortográficos; 
Conceito da ortografia 
A Ortografia é a parte da Gramática que ensina a maneira correcta de 
escrever as palavras. (Pinto; Lopes; Neves: 2001: 4) 
Importância da escrita (extraído da cópia do livro: Saber estudar; s/ 
referência) 
A habilidade de escrever é uma arma eficaz de sucesso, tanto na escola 
como na profissão. 
Na escola, a escrita é uma das formas de expressão mais valorizada na 
avaliação dos estudantes, em quase todas as disciplinas. 
Pela vida fora, as pessoas, mesmo seguindo profissões técnicas, têm de 
escrever cartas, relatórios, actas, exposições, comunicados, projectos, 
etc. A escrita é um instrumento fundamental para informar, demonstrar, 
persuadir ou simplesmente para interessar os outros pelas nossas ideias. 
30 
 
É possível ter sucesso sem saber escrever correctamente. Mas aqueles 
que sabem escrever estão sempre em vantagem. 
(...) 
Na expressão escrita o mais importante é fazer-se entender, mas isto não 
significa que se deve desprezar a ortografia. As palavras têm de ser 
escritas com correcção. 
Os erros ortográficos podem ter como causas a deficiente aprendizagem 
no ensino básico, a falta de tempo e de motivação para a leitura ou ainda 
a desvalorização da escrita em relação a outras formas de expressão. A 
maioria dos erros é um reflexo da oralidade. Espontaneamente, as 
pessoas escrevem as palavras como as pronunciam na linguagem oral. 
Falando mal, pioram na escrita. 
Observemos exemplos dos erros mais frequentes, encontrados nos 
trabalhos dos estudantes. 
Eliminação ou troca de letras 
 
Devido às confusões provocadas pela oralidade, acontece, por vezes, ao 
nível da grafia, a eliminação ou troca de algumas letras. É vulgar: 
__ A eliminação do e ou do i : 
adquado (errado) __adequado 
advinhar (errado ) __ adivinhar 
establecer ( errrado) __ estabelecer 
intlectual ( errado) __ intelectual 
__ A troca de e por i ou i por e: 
defenição (errado) __ definição 
destinção (errado) __ distinção 
indespensável (errado) __ indispensável 
ivitar ( errado ) __ evitar 
menistro (errado) __ ministro 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 31 
 
previlégio (errado) __ privilégio 
__ A troca de o por u ou u por o: 
agrícula (errado ) __ agrícola 
mágua (errado) __ mágoa 
opurtuno (errado) __ oportuno 
suburdinado (errado) __ subordinado 
__A confusão entre os prefixos es e ex: 
esperiência (errado) __ experiência 
espectativa (errado) __ expectativa 
expectáculo (errado) __ espectáculo 
 
__ A confusão entre os prefixos per e pre: 
perconceito (errado) __ preconceito 
pregunta (errado) __ pergunta 
prefeição (errado) __ perfeição 
premissão (errado) __ permissão 
 
Troca de palavras homófonas 
Alguns erros provêm da troca de palavras homófonas, isto é, palavras que 
se pronunciam do mesmo modo. 
Diferentes na escrita e no significado, merecem distinção claras seguintes 
palavras: 
acento (modo de pronúncia) assento (lugar ) 
apreçar (avaliar) apressar (acelerar o passo) 
cem (numeral) sem ( preposição) 
32 
 
conselho (município) conselho(opinião, parecer) 
concerto (sessão musical) conserto (reparação) 
consolar ( aliviar o sofrimento) consular (relativo ac consul) 
coser ( costurar ) cozer ( cozinhar) 
estofar ( cobrir de estofo) estufar ( meter na estufa) 
espiar ( espreitar) expiar ( sofrer um castigo) 
morar ( residir) murar ( pôr muro) 
paço (palácio) passo ( modo de andar) 
peão ( pessoa que anda a pé) pião (brinquedo) 
roído (mordido) ruído ( som) 
ruço ( pardacento) russo ( da Rússia) 
soar ( produzir som) suar (transpirar) 
tacha (prego)taxa (imposto) 
Outras palavras são igualmente difíceis de distinguir ao nível da oralidade, 
mas têm grafia e significados diferentes. Exemplos: 
descrição ( narração) discrição (prudência) 
despensa ( compartimento) dispensa (desobrigação) 
Confusões nos verbos 
Para o escritor Mark Twain, a culpa principal dos erros ortográficos deve 
ser atribuída aos verbos: «o verbo não tem estabilidade nem dignidade 
nem opinião duradoira». Apesar do tom humorístico da frase, é um facto 
que o verbo tem pessoas, tempo modo e vozes. Torna-se muito complexo 
conjugar tudo isso com a devida correcção. 
Por culpa dos verbos ou da ignorância de quem os usa, existem vários 
tipos de confusões: 
__ Confusão entre formas verbais e outras palavras: 
há ( verbo haver) e à (preposição) 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 33 
 
traz (verbo haver) e trás (preposição) 
asso (verbo assar) e aço (metal) 
vazo (verbo vazar) e vaso (recipiente) 
cede ( verbo ceder) e sede (lugar) 
__ Confusão entre verbos diferentes 
vêm (verbo ir) e vêem(verbo ver). 
__ Confusão entre tempos diferentes do mesmo verbo: 
andaram ( pretérito) e andarão (futuro) 
__ Confusão entre conjugações diferentes do mesmo verbo: 
mudasse ( conjugação simples) e muda-se(conjugação pronominal) 
N.b. 
Ler bons autores (em livros e revistas), de forma cuidadosa e com um 
dicionário sempre à mão, permite enriquecer o vocabulário essencial para 
a escrita (cerca de 2.200 palavras em Português, segundo os especialista. 
(...) 
A leitura activa e interessada permite ainda observar como os outros 
comunicam. Escritores e bons jornalistas podem ser para o estudante 
escolas vivas, exemplos a seguir, modelos a imitar. (...) 
(...) Conhecer as regras básicas da gramática é um meio para falar e 
escrever com correcção. 
Na arte da escrita ninguém nasce perfeito. Aprende-se a escrever, 
escrevendo. O segredo fundamental para aprender a escrever é praticar a 
escrita, com exercícios constantes. A qualidade só se consegue depois de 
muita quantidade, feita com intenção de melhorar. Entre várias formas de 
treinar, sugerimos: 
__ tirar apontamentos nas aulas; 
__copiar textos interessantes (pensamentos, poemas...); 
__ resumir leituras de livros, revistas e jornais; 
__ fazer trabalhos escritos, por iniciativa própria; 
34 
 
__ elaborar «escritos pessoais» ( por exemplo escrever um diário onde se 
registem ideias, experiências e sentimentos) 
Praticando a escrita, com treinos sistemáticos (recorrendo a dicionários e 
prontuários sempre que houver dúvidas), é possível escrever sem medo. 
Mais do que isso, é possível escrever com gosto. 
Sumário 
Em síntese: 
 
A correção na escrita é indispensável porque para se fazer entender, é 
necessário que a linguagem usada e a ortografia das palavras sejam 
claras e correctas. 
Contudo, saber escrever é ter a ferramenta necessária para o sucesso no 
contacto em toda sociedade. 
 
Exercícios 
Depois destes parcos subsídios sobre a ortografia, e com de outras 
bibliografias responda as questões que lhe são levantadas. 
 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Unidade 8. A Pontuação 
Introdução 
Pontuar uma frase escrita corresponde ao estabelecimento das pausas na 
comunicação oral e é apresentar a ideia que se pretente transmitir com 
exactidaão e precisão. 
A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na completa 
ambiguidade comunicativa. Assim, nesta unidade apresentamos os 
diferentes sinais de pontuação e as regras usadas para a sua aplicação 
ou utilização. 
Ao completar esta unidade / lição, serás capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 Aplicar correctamente os diferentes sinais de pontuação; 
 Identificar erros de pontuação em textos produzidos. 
 Enunciar as regras para a utilização dos Sinais de pontuação. 
 
Definição 
Designa-se por pontuação ao sistema de utilização de certos sinais 
gráficos convencionais (NOGUEIRA, 1989:67). Entretanto, FERREIRA e 
FIGUEREDO acrescentam que: “ a pontuação não é só importante para 
exprimirmos com clareza o que pretendemos dizer. É–o também para 
uma boa e expressiva leitura dos textos”. 
Os sinais de pontuação contribuem para dar-nos a entoação de vida à 
leitura e fazer as pausas necessárias. 
 Tipos de pontuação 
Os sinais de pontuação são: ponto final (.), ponto e vírgula (;), vírgula (,), 
ponto de interrogação (?), ponto de exclamação (!) as reticências (…), as 
aspas (« »), vírgulas altas (“ ”) o parêntese ( ), e o travessão (-). Dentre 
vários sinais de pontuação existentes podem ser agrupados em sinais que 
marcam a pausa e os que marcam a melodia (cf. FERREIRA, 
FIGUEREDO e CUNHA e CINTRA). 
 Sinais que marcam a pausa 
Vírgula (,) 
No entender de CUNHA e CINTRA (), os sinais de pontuação que 
marcam a pausa são os que a seguir mencionamos. 
 A vírgula, que marca uma pausa de pequena duração. Emprega-se 
não só para separar elementos de uma oração, mas também em orações 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 37 
 
de um só período. Quando a vírgula se encontra no interior da oração 
serve para: 
a) Separar elementos que exercem a mesma função sintáctica (sujeito 
composto, complementos, adjuntos), quando não vêm unidos pelas 
condições e, ou e nem, 
Ex: A sua frota, a sua boca, o seu sorriso, as suas lágrimas, enchem-
lhe a voz de formas e de cores… 
b) Separar elementos que exercem funções sintácticas diversas, 
geralmente com a finalidade de realçá-los. Em particular, a vírgula é 
usada: 
i) Para isolar o aposto, ou qualquer elemento de valor meramente 
explicativo: 
Ex: Alice, a menina, estava feliz. 
ii) para isolar vocativo: 
Ex: dona Glória, a senhora persiste na ideia de manter o nosso 
Bentinho no seminário? 
iii) para isolar os elementos repetidos: 
Ex: Só minha, minha, minha, eu quero! 
iii) para isolar o adjunto adverbial antecipados: 
ex: Lá fora, a chuvada despenhou-se por fim. 
 
c) Emprega-se ainda vírgula no interior da oração: 
i) Para separar, da datação de um escrito, o nome lugar: 
Ex: Beira, 22 de Setembro de 1983. 
ii) para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o verbo) ou de 
um grupo de palavra: 
Ex: no céu azul, dos fiapos de nuvens. 
Observação: 
Quando os adjuntos adverbiam são de pequeno corpo (um advérbio, 
por exemplo), costuma-se dispensar a vírgula. A vírgula é, porém, de 
regra quando se pretende realçá-los. Compara-se estes passos: 
Depois levaram o Ricardo para casa da mãe Avelina. 
38 
 
Depois, o engraçado são as passagens de nível, os aparelhos de 
sinalização, os vagões – cisternas. 
Depois, tudo caiu em silêncio. 
• Entre orações, emprega-se a vírgula: 
i) Para separar as orações coordenada assindéticas 
Ex: subiram ao sótão, desceram a cave, espreitaram no poço. 
ii) para separar as orações coordenas sindéticas, salvo as introduzidas 
pela conjunção e: 
Ex: Ou elas tocavam, ou jogavam os três, ou então lia-se alguma 
coisa. 
iii) para isolar as orações intercalada: 
Ex: «lá vem ele com as raízes», resmungou o Paulino, baixando a 
cabeça, 
iiii) para isolar as orações subordinadas adjectivas explicativa: 
Ex: Loa, que tinha relações sobrenaturais, diagnosticara um espírito. 
iiiii) para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente 
quando antepostas a principal: 
Ex: Se eu o tivesse amado, talvez o odiasse agora. 
iiiiii) para separar as orações reduzidas de infinitivo, de gerúndio e de 
particípio, quando equivalentes a orações adverbiais: 
Ex: a não ser isto, é uma paz regalada. 
Ponto (.) 
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grande fónico 
da final descendente. 
Emprega-se, pois, fundamentalmente, para indicar o término de uma 
oração declarativa, seja ela absoluta, seja a derrodeira de um período 
composto: 
Ex: Entardecer no Anjico. Estou parada, sozinha,na frente da casa de 
Estancia olhando para o poente. O sol parece uma grande laranja 
tamporã, cujo sumo escorre pelas faces da tarde. O ar cheira a guaço 
queimado. Um silencia de paina crepuscular envolve todas as coisas. A 
terra parece anestasiada, rara estrelas começam a pontar no firmamento, 
amis advinhada do que propriamente visíveis. Sinto um langor de corpoe 
espírito. De certo é a tardinha que me contagia com sua doce febre. 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 39 
 
i) Quando o período é simples ou composto se encadeiam pelos 
pensamentos que expressam, sucedem-se um aos outros na mesma 
linha. 
Diz-se, neste caso, que estão separados por um ponto simples. 
ii) quando se passa de um grupo a outro grupo de ideias, costuma-se 
marcar a transposição com o maior repouso da voz, o que, na escrita, se 
representa pelo ponto parágrafo. Deixa-se, então, um branco o resto da 
linha em que termina um dado grupo ideológico, e inicia-se o seguinte o 
segunte na linha abaixo com o recuo de algumas letras. 
Assim: 
O Búzio não possuía nada, como uma árvore não possui nada. Vivia 
com a terra toda que era ele próprio. 
A terra era sua mãe e sua mulher, sua casa e sua companhia, sua 
cama, seu alimento, seu destino e sua vida. 
Ao ponto que encerra um enunciado escrito dá-se o nome de ponto 
final. 
Observação 
Além de servir para marcar uma pausa longa, o ponto tem outra 
utilidade. É o sinal que se emprega depois de qualquer palavra escrita 
abreviadamente. 
Assim: V. S.° (vossa senhora), Dr. (Doutor). 
Nota-se que, se a palavra assim reduzida estiver no fim do período, 
este encerra-se com o ponto abreviativo, pois não se coloca outro ponto 
depois dele. 
Ponto e vírgula (;) 
Como nome indica, sete sinal serve de intermediário entre o ponto e a 
vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo 
os valores pausais e melódicos que representam no texto. No primeiro 
caso é que vale a uma espécie do ponto reduzido; no segundo, 
assemelha-se a uma vírgula alongada. 
Esta imprecisão do ponto e vírgula faz que o seu emprego dependa 
substancialmente do contexto. Entretanto, podemos estabelecer que em 
primeiro ele é usado: 
i) Para separar num período das orações da mesma natureza que 
tenham uma certa extensão: 
ex: numa tarde de Outono murmuraste; toda a mágoa de Outono que 
40 
 
ele me trouxe… 
ii) para separar os diversos itens de um enunciado enumerativos em 
leis, decretos, portarias, regulamentos etc. Sirva de exemplo os títulos: 
— Respeito a dignidade e as liberdades fundamentais do homem; 
— O fortalecimento da unidade nacional é a solidariedade 
internacional; 
 Sinais que marcam a melodia 
Para além dos sinais que marcam a pausa, existem outros que 
marcam a melodia nomeadamente: dois pontos, ponto de interrogação, 
ponto de exclamação, reticência, aspas e parentes. 
Os dois pontos 
Os dois pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível 
suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída. Emprega-se, 
pois para enunciar: 
i) Uma citação. 
Ex: Armando voltou para dizer: 
— Não enganei ninguém, camarada. Era bicho. 
ii) uma enumeração explicativa: 
ex: não foi ele, outros seriam: pajens, gente de guerra, vadios de 
estalagens, andenjos das estradas. 
iii) um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência do que foi 
enunciado: 
ex: e a facilidade traduz-se por isto: criarem-se hábitos. 
Não era desgosto: era cansaço e vergonha. 
 
Observação 
Depois do vocativo que encabeça cartas, requerimentos, ofícios, etc. 
costuma-se colocar dois pontos, vírgula ou ponto, havendo escritores, que 
nestes casos, dispensam qualquer pontuação. Assim: 
Prezado senhor: prezado senhor. 
Prezado senhor, prezado senhor 
Sendo o vocativo inicial emitido com entoação suspensiva, deve ser 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 41 
 
acompanhado, preferencialmente, de dois pontos ou de vírgula, sinais 
denotadores daquele tipo de inflexão. 
Ponto de interrogação (?) 
O ponto de interrogação é sinal que se usa no fim de qualquer 
interrogação directa, ainda que a pergunta não exija resposta: 
Ex: estará surdo? Estará a tentar irritar-me? 
Nos casos em que a pergunta envolve dúvida, costuma-se fazer seguir 
de reticências o ponto de interrogação. 
— então?... Que foi isto?... A comadre? 
Nas perguntas que denotam surpresa, ou aquelas que não têm 
endereço nem resposta, emprega-se por vezes combinados o ponto de 
interrogação e ponto de exclamação: 
Ex: Ah, é a senhora?! Pois entre, a casa é sua… 
Observação 
O ponto de interrogação nunca se usa no fim de uma indirecta termina 
com uma entoação descendente, exigindo, por isso, um ponto comparem-
se: 
— Quem chegou [= interrogação directa] 
— Diga-me que chegou [= interrogação indirecta] 
Ponto de exclamação (!) 
O ponto de exclamação é o sinal que se supõem a qualquer 
enunciados de entoação exclamativa. Emprega-se, pois, normalmente: 
a) Depois de interjeições ou do termo equivalentes como os vocativos 
intensivos, as apóstrofes: 
Ex: - credo em Deus! Gemeu Raimundo assombrando. 
b) Depois de um imperativo: 
- Agarrem! 
- Gentes, agarrem! Agarrem! Agarrem! 
 
 Outros sinais de pontuação 
Para além dos sinais de pontuação anteriormente mencionados, 
existem outros que servem de auxiliares aos mais importantes sinais 
42 
 
nomeadamente: 
a) As reticências (...): são sinais que marcam uma interrupção da 
frase e, consequentemente, a suspensão da sua melodia. Normalmente, 
empregam-se em casos variados: 
- para indicar que o narrador ou a personagem interrompem uma ideia 
que começou a exprimir, e passa a consideração acessoriais. 
- para marcar suspensões provocadas por hesitação, surpresa, dúvida 
ou timidez, ou para assinalar certas inflexões de natureza emocional de 
quem se fala. 
- para indicar que a ideia que se pretende exprimir não se completa 
com o término gramatical da frase, e que deve ser suprida com a 
imaginação do leitor: 
Não se deve confundir as reticências que têm valor estilístico 
apreciável, com os três pontos que se empregam, como simples sinais 
tipográficos, para indicar que foram suprimidas palavras no início, no 
meio, ou no fim de uma citação. 
b) As aspas (“”): empregam-se principalmente: 
- no início e no fim de uma citação para distinguí-la do resto do 
contexto: 
Ex : Definiu César toda a figura da ambição quando disse aquelas 
palavras: 
“antes o primeiro na aldeia do que o segundo em Roma”. 
- para fazer sobressair termos ou expressões, geralmente não 
peculiares a linguagem normal de quem escreve . 
ex: era melhor que fosse “Luís” 
- para acentuar o valor significativo de uma palavra ou expressão: 
ex: a palavra “nordeste” é hoje uma palavra desfigurada pela 
expressão “ obra de nordeste” que quer dizer: “obras contra as secas”. E 
quase não sugere se não as secas. 
- para realçar ironicamente uma palavra ou uma expressão: 
- Esta o mundo perdido, ate a Judite já tem “Arranjinhos”. 
- para indicar o título de uma obra: 
ex: Belinha acaba de ler “ Elzira, a morta virgem” 
c) Os parênteses: empregam-se os parênteses para intercalar num 
 
 Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa 43 
 
texto qualquer indicações acessoriais: 
- uma explicação dada ou uma circunstância mencionada 
incidentemente: 
Ex: Ela (no café) que se encontra as estalajadeira. 
- uma reflexão, um comentário a margem do que se afirma. 
ex: A mingua guerra, como a dos que tinham perdido (se é que tinha), 
começava agora. 
- uma nota emocional expressa geralmente em forma exclamativa ou 
interrogativa: 
ex: A escola, que era azul e tinha um mestre mau, de assustador 
pigarro… (meu Deus! Que é isto? Que emoção a minha quando estas 
coisas tão singelas narrou?) 
 - usam-se também os parênteses para isolar orações intercaladas 
com verbos declarativos: 
d) O travessão (-): emprega-se principalmente

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