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Complementos de Mecânica dos Solos e Fundações - material de apoio 1

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Complementos de Mecânica dos Solos e Fundações – Material de Apoio 1 
 
Amostragem e Armazenamento do solo: 
 Qual a importância de uma boa amostragem e armazenamento das amostras? 
 Métodos de investigação geotécnica diretos e indiretos do subsolo 
 Amostras de solo e seu correto armazenamento 
 
 
 
1. Qual a importância de uma boa amostragem e armazenamento das amostras? 
 
Já analisamos o quão importante é se conhecer o solo e o subsolo sobre os quais se 
pretende construir. Para que se possa reconhecer as características do subsolo da região na 
qual se pretende trabalhar, faz-se necessária a sua prospecção que, para ser devidamente 
precisa, necessita de uma correta amostragem ao longo da área que será solicitada, bem 
como de um correto armazenamento das amostras retiradas do local. 
 
A amostragem, se feita corretamente, nos permitirá o conhecimento acerca das 
condições do subsolo (a disposição de suas camadas, as diferenças entre elas, sua espessura, 
suas características mecânicas, etc.). Uma amostragem, para ser adequada, precisa ser 
estatisticamente significativa. O que equivale a dizer que a quantidade das amostras, suas 
locações e seu tipo (se indeformadas ou deformadas), precisam realmente representar o 
subsolo da região analisada. 
 
Quando uma amostragem não se faz correta, o engenheiro pode incorrer em erros 
graves que podem, posteriormente, danificar a obra da construção civil, como ocorre no 
caso do surgimento de recalques. 
 
Da mesma forma, as amostras retiradas do solo e levadas ao laboratório para serem 
analisadas precisam ser devidamente acondicionadas para que não percam suas 
características durante o trajeto, o que pode modificar as respostas dos ensaios solicitados e 
prover respostas errôneas acerca do comportamento mecânico do solo que aquelas 
amostras representam. 
 
Diferentes cuidados devem ser tomados no armazenamento para as diferentes 
amostragens, de acordo com o que se pretende analisar para o solo, tanto entre o momento 
da retirada da amostra do solo e seu transporte até o laboratório, quanto depois, caso as 
amostras fiquem armazenadas para testes posteriores. 
 
A escolha do método de investigação do subsolo (o que inclui os tipos de 
amostragem e de armazenamento), dos testes laboratoriais que serão necessários, e da 
amplitude da investigação do subsolo são uma função do tamanho e das características do 
terreno que precisa ser investigado, das dimensões e finalidades da obra de construção civil, 
dos dados já disponíveis de investigações anteriores realizados na mesma região, e da 
observação do comportamento de estruturas próximas (Caputo, 2000). 
 
 
2. Métodos de Investigação Geotécnica Diretos e Indiretos 
Quando se necessita verificar as condições do subsolo de uma região na qual se 
pretende construir, pode-se realizar investigações de forma direta ou indireta para se 
determinar a qualidade mecânica dos solos ou rochas presentes na região de interesse. 
Métodos de investigação direta incluem: 
- Execução de poços; 
- Execução de galerias; 
- Execução de trincheiras; 
- Sondagens; 
Já métodos indiretos incluem: 
- Métodos de investigação geofísicos (refração e reflexão de ondas; ensaios entre 
furos – crossholes e tomografias; sonografia; ecobatimetria); 
- Métodos potenciais (magnetometria; gravimetria); 
- Métodos elétricos (resistividade; polarização induzida; potencial espontâneo; GPR; 
gamaespectometria) 
 
Sondagens 
As normas adotadas para a execução de sondagens, no Brasil, regidas pela ABNT, são 
as seguintes: ABNT NBR 9603:2015 – Sondagem a trado - Procedimento; ABNT NBR 
1592:2007 – Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade ambiental - 
Procedimento; ABNT NBR 6484:2001 – Solo - Sondagem de simples reconhecimento com 
SPT - Métodos de ensaio; e ABNT NBR 8036:1983 – Programação de sondagens de simples 
reconhecimento dos solos para fundações de edifícios - Procedimentos. 
 
Existem diversos tipos de sondagem: 
a) Sondagem a Varejão: 
A sondagem a varejão é executada com uma haste lisa de ferro, cravada 
manualmente, ou com golpes de marreta, em sedimentos inconsolidados. Ela é utilizada 
para avaliar depósitos de areia, cascalho e argila. 
Neste método, a haste penetra em torno de 2m de profundidade no solo, e o 
material é identificado pela reação sonora, atrito e força necessária para a penetração da 
haste. 
b) Sondagem a Trado: 
Este tipo de sondagem é executada também manualmente, com a intenção de 
averiguar solos de baixa a média resistências. Utiliza-se um trado, cujos tipos mais comuns 
são o trado espiral e o trado do tipo cunha, que é cravado no solo com força manual. 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem retirada de www.google.com.br 
À medida que o trado é cravado no solo, ele retorna uma amostra, que tem diâmetro 
entre 7,6 e 10,2cm (3 e 4 polegadas), e que se encontra deformada. As amostras de solo são 
coletadas de metro em metro, ou quando existe alguma variação significativa do solo 
amostrado (variação de litologia, mudança significativa de cor, granulometria, etc). 
Esse tipo de sondagem é bastante utilizado para a investigação de subsolos de áreas 
de empréstimo e em subleitos de rodovias. 
 
c) Sondagem a Percussão 
A sondagem a percussão consiste na perfuração do solo através da percussão do 
trépano, que vai desagregando o solo. 
Uma vez desagregado, o solo vai sendo retirado do furo de sondagem pelo 
bombeamento de água, sob pressão, no furo da sondagem. Neste caso, as amostras de solo 
que podem ser obtidas são amostras deformadas, uma vez que o trépano desagrega o solo 
na medida em que vai sendo “batido” no furo de sondagem, a um avanço de 55cm. 
O conjunto utilizado para a realização da sondagem à percussão envolve um tripé 
com bomba de água e equipamentos para perfuração e corte do solo (como o trépano de 
lavagem). O diâmetro do furo tem em torno de 6,3cm (2,5 polegadas), e atinge uma 
profundidade máxima de 20m. Essa profundidade é, entretanto, limitada pelo peso do 
conjunto de furação e pela competência do material. O furo realizado é geralmente 
protegido por tubos de revestimento que protegem suas paredes do desabamento. 
Com um conjunto entre sondagens a trado e a percussão, é possível realizar a 
Sondagem de Simples Reconhecimento, muito utilizada para a investigação geotécnica de 
subsolos onde se pretende construir. 
A sondagem de simples reconhecimento, acompanhada de testes de SPT (Standard 
Penetration Test) permite que se estabeleçam as condições mecânicas do subsolo da região 
amostrada. 
d) Sondagem de Simples Reconhecimento com teste SPT 
 Um tipo de procedimento bastante comum adotado é a sondagem de simples 
reconhecimento. 
 Ela é regida pela norma brasileira NBR – 6484 e consiste em dois tipos de operação: 
perfuração e amostragem. 
 A perfuração se inicia com um trado tipo cavadeira, com 10cm de diâmetro: 
 
 
 
 
Trado tipo cavadeira e trado tipo espiral. Imagens retiradas de www.google.com.br. 
 Com o trado, o furo é aprofundado e o material é recolhido e classificado quanto à 
sua composição. O esforço requerido para a penetração do trado já fornece uma primeira 
indicação da consistência ou compacidade do solo. 
 Ao se atingir uma dada profundidade, utiliza-se um tubo de revestimento de duas 
polegadas e meia de diâmetro, que é cravado com um martelo. Depois de posicionado o 
tubo, a perfuração continua com um trado espiral. 
http://www.google.com.br/
 A perfuração com o trado continua até que se atinja o nível de água, ou seja, até que 
se perceba o surgimento de água no interior da perfuração ou no tubo de revestimento. 
 Quando isso ocorrer, deve-se registrar a cota do nível de água, e então se interrompe 
a operação, esperando para se ver se o nível de água se mantém, ou se ele se modifica (se 
ele se eleva dentro do tubo de revestimento). Caso a cota do nível de água se modificar, é 
necessário que se espere até que o novo nível fiqueestável e, então, anota-se esta nova 
cota. 
 Caso essa mudança de cotas do nível de água ocorrer, significa que o lençol freático 
se encontrava sob pressão. A diferença entre a segunda cota e a primeira cota medidas 
indica a pressão à qual está submetido o lençol freático naquela região. 
 Essa informação é bastante relevante para questões posteriores da obra, pois a 
pressão do lençol freático interfere, por exemplo, na estabilidade de escavações que 
precisem ser feitas neste solo. Lençóis freáticos sob pressão são bastante comuns, 
especialmente em regiões onde há um solo arenoso recoberto por um argiloso (menos 
permeável). 
 Quando mais de um lençol freático aparecer, é necessário que se repita o mesmo 
procedimento citado anteriormente com cada um deles. 
 Como o nível dos lençóis freáticos geralmente se modifica durante o ano, é 
necessário que se registre a data em que o (s) mesmo (s) for (em) encontrado (s). 
 Depois que se atinge o nível da água, a perfuração pode prosseguir com uma técnica 
conhecia como percussão e lavagem. 
 Nessa técnica, uma bomba de água motorizada injeta água no interior do furo, em 
sua extremidade inferior, através de uma haste de menor diâmetro, que desce por dentro 
do tubo de revestimento. Na extremidade dessa haste, existe um trépano com ponta afiada 
e com dois orifícios por onde a água injetada pela bomba sai com pressão. 
 A haste interna é erguida e deixada cair a uma altura de cerca de 30cm a cada 
“golpe”. A sua queda é acompanhada de um movimento de rotação imprimido 
manualmente pelo operador. No fundo do furo, o solo vai sendo destorroado a cada golpe. 
Simultaneamente, a água que vai sendo injetada no furo pelos orifícios do trépano ajuda na 
desagregação do solo e, quando esta retorna à superfície pelo espaço entre a haste interna e 
as paredes do tubo de revestimento, transporta as partículas desagregadas do solo consigo. 
Este material que chega à superfície carregado pela água não permite uma boa classificação 
do solo, mas mostra mudanças acentuadas do tipo de solo. 
 Apesar de a perfuração por lavagem ser mais rápida que a perfuração por trado, ela 
só pode ser utilizada abaixo do nível de água porque, se for utilizada acima dele, alteraria a 
umidade do solo e, por conseguinte, suas condições de amostragem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema de sondagem por percussão e lavagem com seus componentes utilizados. Retirado de Coastal 
Planning & Engineering do Brasil (2011). 
 A cada metro, ou sempre que as partículas do solo transportados pela água 
mostrarem alguma mudança perceptível, a operação de perfuração é suspensa e uma 
amostragem é feita. 
 Para se realizar a amostragem, utiliza-se um amostrador padrão, constituído por um 
tubo de 50,8mm (2 polegadas) de diâmetro externo e 34,9mm de diâmetro interno, com 
uma extremidade cortante biselada. A outra extremidade, que é fixada à haste que leva ao 
fundo da perfuração, deve conter dois orifícios laterais para a saída de água e ar, e uma 
válvula constituída por uma esfera de aço. 
 Esse amostrador é conectado à haste de perfuração e apoiado no fundo da 
perfuração. Ele então passa a ser cravado por um martelo (uma massa de ferro fundido de 
65kg), que é elevado a 75cm e deixado cair livremente sobre o amostrador. Este martelo é 
erguido manualmente ou por meio de equipamento mecânico através de uma corda flexível 
que passa por uma roldana existente na parte superior do tripé. 
 O amostrador será socado repetidamente até que se afunde 45cm no solo do fundo 
da perfuração. O amostrador é retirado, e a amostra colhida é submetida a um primeiro 
exame tátil visual e, em seguida, armazenada em recipientes impermeáveis para posteriores 
análises laboratoriais. As anotações das características percebidas em campo auxiliarão e 
serão confirmadas pelos ensaios laboratoriais apropriados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema de amostragem feita durante uma perfuração de percussão e lavagem. Imagem retirada de 
www.google.com.br. 
 
 Resistência à Penetração – SPT (Standard Penetration Test) 
 As sondagens são intensamente empregadas em projetos de fundação. Por exemplo, 
as definições de projetos (como o tipo e o comprimento das estacas) e a escolha do tipo de 
fundação de prédios comuns (de 3 a 30 pavimentos) são costumeiramente baseadas apenas 
nos resultados tátil-visuais e de SPT das sondagens, que devem sempre ser analisadas de 
acordo com o conhecimento geológico do local e com a experiência regional. 
 De especial interesse são os resultados do SPT para essas questões. Entretanto, os 
resultados do SPT são, muitas vezes, obtidos em campo sem a supervisão do engenheiro e, 
por isso, e como dependem de uma série de fatores (tais como o posicionamento do 
equipamento, a queda do martelo, etc.), o projetista deve prestar bastante atenção à 
qualidade das sondagens, para que faça uma correta leitura dos resultados obtidos delas. 
 O SPT é obtido durante a amostragem do solo. Durante essa amostragem, 
realizada conforme descrito acima, o número de golpes necessário para fazer o amostrador 
descer cada 15cm no solo é anotado. Os dados do primeiro trecho de 15cm são então 
descartados. O número de golpes necessário para se fazer o amostrador descer os outros 
30cm é definido como a resistência à penetração (SPT) daquele solo. 
 O SPT é também referido como o número N do SPT ou como SPT do solo. 
 Quando o solo é tão fraco que um único golpe é capaz de fazer o amostrador descer 
mais de 45cm, o resultado da cravação deve ser expresso pela relação entre o golpe dado 
com a respectiva penetração. Por exemplo, se com um golpe o amostrador penetrar 58cm 
de solo, a notação ficaria 1/58. Da mesma forma, quando não ocorre penetração de todo o 
amostrador, o SPT também é demonstrado em forma de fração. Por exemplo, para 30 
golpes em que houve uma penetração no solo de 14cm, a notação ficaria como 30/14. 
 Deve-se sempre considerar que a energia de cravação que atinge o amostrador 
depende do sistema de cravação e do comprimento das hastes. 
 O estado do solo pode, então, ser classificado de acordo com a resistência à 
penetração do amostrador. Se o solo for arenoso ou silte arenoso, ele será classificado pela 
compacidade. Caso seja argiloso, ou silte argiloso, será classificado por sua consistência. 
 Quando o SPT é empregado em argilas, a medição que se obtém de sua resistência 
está naturalmente relacionada à sua consistência. Entretanto, como a cravação do 
amostrador é dinâmica, a resistência medida está mais associada à resistência residual do 
que àquela em seu estado indeformado. Dessa forma, no caso de argilas sensitivas, o SPT 
pode subestimar sua consistência em seu estado natural. 
 Já quando o SPT é empregado em areias e lhes mede sua resistência, a correlação 
com a compacidade não é natural. Isso porque a resistência das areias não depende apenas 
de sua compacidade, mas também de sua distribuição granulométrica e do formato de seus 
grãos. Também, porque a resistência das areias depende das tensões sobre elas aplicadas, 
conforme será visto mais para frente na disciplina. Dessa forma, um mesmo tipo de areia 
terá SPT diferentes dependendo da profundidade em que se encontrar (um maior SPT à uma 
maior profundidade). 
 Essas classificações são o fruto da experiência acumulada e dependem da energia 
efetivamente aplicada ao barrilete amostrador (ou seja, da maneira como o martelo é 
acionado). Esse procedimento difere um pouco conforme o país. Para o Brasil, adotam-se as 
seguintes classificações, pela norma NBR 7250 da ABNT: 
 
Resistência à penetração (número N do 
SPT) 
Compacidade da Areia 
0 a 4 Muito fofa 
5 a 8 Fofa 
9 a 18 Compacidade média 
18 a 40 Compacta 
> 40 Muito compacta 
Retirado de Pinto (2006). 
Resistência à penetração (número N do 
SPT) 
Consistência da Argila 
<2 Muito mole 
3 a 5 Mole 
6 a 10 Consistência média 
11 a 19 Rija 
> 19 Dura 
Retiradode Pinto (2006). 
 Os resultados obtidos são apresentados em perfis do subsolo, que traz descrições das 
amostras, suas cotas correspondentes, a posição do nível de água (ou dos níveis de água) e 
sua eventual pressão, a data em que foi determinado o nível de água e os valores da 
resistência à penetração do amostrador. 
 Caso haja a possibilidade ou a necessidade de se executar sondagens próximas umas 
às outras (por exemplo, a cada 20m), faz-se o traçado de seções do subsolo. Para se traçar 
essas seções basta ligar as cotas de materiais semelhantes na hipótese de que as camadas 
de solo sejam contínuas na área em que as sondagens foram executadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de perfil de sondagem executado na Av. Rebouças, próximo à Av. Dr. Arnaldo, em São Paulo, capital. 
Retirado de Pinto (2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de seção de subsolo em depósito estuarino, Benfica, Recife. Retirado de Gusmão Filho (1998), apud 
Pinto (2006). 
 
 Programação das Sondagens e Outros Métodos de Prospecção 
 A programação das sondagens, a quantidade delas, sua disposição na área a ser 
estudada e a profundidade de seus furos depende do conhecimento prévio que se tenha da 
geologia local, do solo e da obra específica para a qual a prospecção está sendo feita. 
 As recomendações sobre a programação de sondagens estão nas normas ABNT NBR 
acima citadas. 
 Estas normas dispõem sobre o número mínimo de sondagens exigido, sua disposição 
em campo, e a profundidade dos furos de acordo com o tamanho, em planta, da obra que 
será executada. 
 Em casos especiais, como no caso de pesquisas para fundações de pequenas 
residências, projetos de pavimentos e estradas, quando a geologia local já é conhecida, as 
perfurações para simples reconhecimento da área (chamadas também de expeditas) podem 
ser feitas apenas com a identificação do solo, sem o emprego do tripé e sem a determinação 
da resistência à penetração. 
 Em outros casos, pode ser necessário que se façam outros testes complementares 
durante as sondagens, tais como a resistência à cravação (Cone Penetration Test - CPT), ou a 
resistência à torção de palheta em argilas moles (Vane Test). 
 O CPT consiste na medição do esforço necessário à cravação do solo por um cone 
penetrômetro de 60° de ângulo de abertura sob velocidade constante. Existem dois tipos de 
cone: o mecânico, que permite que se façam as resistências de ponta e lateral a cada 20cm; 
e o elétrico, que permite uma leitura contínua à medida em que for sendo cravado no solo. É 
um teste feito em solos granulares para medir sua compacidade e resistência e em solos 
argilosos para medir continuamente a resistência não drenada das argilas. 
 Já o Vane Test (ou ensaio de palheta) é um teste no qual se mede o torque necessário 
à rotação e um molinete ou de uma palheta cravada no solo, sob velocidade constante. Ele 
tem como objetivo avaliar a resistência ao cisalhamento de materiais argilosos sob 
condições não drenadas. Ele é geralmente efetuado no interior de furos de sondagens ou 
perfurações. 
 Os resultados obtidos nesses testes são superiores àqueles obtidos pelo SPT mas, em 
compensação, eles não permitem a amostragem do solo. Dessa forma, sua utilização deve 
ser sempre complementar à sondagem de simples reconhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Retirada de http://engenheirosunidos.com.br. 
 
e) Sondagem Rotativa 
A sondagem rotativa é utilizada geralmente para perfurações em corpos rochosos. 
Ela se utiiza de um conjunto composto por tripé com sonda motorizada, hastes, barriletes, 
coroa e bomba de água. O avanço da sondagem ocorre por rotação e pressão do conjunto 
formado por hastes, e por um barrilete que possui uma peça cortante na ponta, chamada 
coroa, enquanto se injeta água sob pressão pela haste. Essa água retorna à superfície do 
furo por fora do conjunto e executa o seu resfriamento e a limpeza do furo. 
A operação da sondagem é feita em ciclos, chamados manobras, de furação e 
retirada de testemunhos, que possuem comprimento entre 1 e 5m. 
A cada manobra, uma amostra indeformada do solo e/ou rocha, cilíndrica, é retirada 
do furo. Essa amostra se chama testemunho de sondagem. Ela fica protegida dentro do 
barrilete por uma camisa livre. 
A coroa, que é a peça que perfura o solo, pode ser feita de vídia (carboneto de 
tungstênio) ou diamante, e possui diâmetros padronizados. 
Os testemunhos são guardados em caixas em uma sequência exata de sua posição no 
furo de sondagem. Posteriormente, são abertos (cortados ao meio) e analisados. Em geral, 
eles passam a ser recuperados (amostrados) após se obter uma resistência de 50 golpes no 
ensaio SPT, para evitar desmoronamentos das paredes do furo mediante a retirada dos 
testemunhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de coroas de perfuração a rotação. Imagem retirada de www.google.com.br 
 
 
 
 
 
Caixa com testemunhos abertos guardados. Imagem retirada de www.google.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem ilustrativa de sondagem rotativa. Imagem retirada de www.google.com.br 
 
As amostras indeformadas (testemunhos) da sondagem rotativa permitem uma 
análise mais acurada do subsolo da região onde se pretende construir. Esse tipo de 
sondagem é geralmente utilizado, entre outras coisas, para se analisar o perfil litológico/de 
solo da região, e para a classificação do maciço rochoso de subsuperfície pelo índice de 
qualidade do maciço rochoso (RQD). 
 
 
 
Poços, Trincheiras e Galerias 
São perfurações feitas no solo para a análise in situ do material (rocha e solo) e para a 
retirada de amostras de maior volume que estejam indeformadas. 
Por meio deles, é possível se analisar as estruturas presentes no maciço terroso 
(como, por exemplo, suas estruturas). 
Para a execução dos poços, galerias ou trincheiras, podem ser utilizados tanto 
equipamentos manuais, tais como pá, picareta e explosivos, como equipamentos 
mecanizados, como no caso de marteletes e das perfuratrizes de grande diâmetro. O 
equipamento correto deve ser escolhido de acordo com a situação do solo e/ou rocha da 
região que se deseja analisar, bem como do método de análise (se poço, galeria ou 
trincheira). 
Poços são abertos quando se deseja analisar o subsolo em profundidade. Trincheiras 
e galerias são utilizadas quando há a necessidade de uma análise de extensões longitudinais 
maiores. 
Poços são escavações verticais, de seção circular ou quadrada, com dimensões 
mínimas que permitam o acesso do observador para a descrição das camadas de solo e/ou 
rocha e para a coleta de amostras. A abertura dos poços é geralmente realizada com o uso 
de pás e picaretas, ou perfuratriz, no caso de solos, e por marteletes, perfuratriz ou 
explosivos nas rochas. 
Geralmente, utilizam-se poços quadrados para profundidades menores (até 2m); 
poços retangulares para profundidades um pouco maiores (de 2 a 4m); e poços circulares ou 
retangulares com degraus a partir de 3m de profundidade. Poços quadrados ou retangulares 
são feitos com degraus quando há a possibilidade, para evitar desmoronamentos das 
paredes e para facilitar o acesso do observador. O diâmetro dos poços varia, geralmente, 
entre 1 e 3m. 
Trincheiras são aberturas de menor profundidade que os poços que possuem 
continuidade horizontal. Elas também devem ter dimensões mínimas que permitam o 
acesso do observador para a descrição do solo e/ou rocha e para a coleta de amostras. 
Assim como no caso dos poços, os instrumentos utilizados para a abertura de trincheiras 
envolvem tanto pás e picaretas quanto marteletes ou explosivos, retroescavadeiras, pás 
escavadeiras, etc., dependendo da composição do subsolo da região a ser analisada. 
Galerias são trincheiras abertas em subsuperficie. Sua execução se limita a regiões 
que sejam formadas por maciços rochosos ou por solos muito consistentes. 
A norma querege a execução de poços, galerias e trincheiras é a NBR 9604: 2016 – 
Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e 
indeformadas-Procedimento. 
As amostras indeformadas retiradas de poços, trincheiras ou galerias de inspeção 
podem ser recolhidas do fundo das escavações, ou de suas paredes. Elas geralmente são 
talhadas cuidadosamente na forma de um cubo de 30cm de aresta e então protegidas com 
parafina fundida e fios de talagarça para que fiquem bem preservadas até sua análise 
laboratorial. Ainda, é necessário que a amostra contenha indicações precisas de seu 
posicionamento espacial (ou seja, deve ser indicada a posição correta na qual a amostra 
estava ao ser retirada da perfuração), para que se possam realizar ensaios orientados, em 
laboratório, de acordo com o carregamento previsto para o corpo de solo ou maciço 
rochoso, e de seus planos de resistência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo esquemático de poço de inspeção. Imagem retirada de www.google.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de poço de inspeção. Imagens retirada de www.google.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de trincheiras de inspeção. Imagens retirada de www.google.com.br. 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de galerias de inspeção. Imagens retirada de www.google.com.br. 
 
 
3. Amostras de Solos e Seu Correto Armazenamento 
Há dois tipos de amostras que podem ser obtidas para os solos: as amostras 
deformadas, e as amostras indeformadas. 
 
a) Amostras Deformadas 
Amostras deformadas são aquelas que são obtidas sem que se preserve as 
características originais do solo, tais como sua compacidade ou resistência naturais, 
constituindo-se em porções desagregadas do solo que representam. 
Elas nos permitem reconhecer algumas das características do solo, tais como sua 
composição mineralógica e sua textura. Podem ser utilizadas para testes de identificação 
tátil-visual do solo, em ensaios de classificação do solo, tais como os ensaios de 
granulometria, índices de consistência, massa específica e umidade do solo; para ensaios de 
compactação do solo, e na preparação de corpos de prova para ensaios de permeabilidade, 
compressibilidade e resistência ao cisalhamento do solo, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
Amostra deformada de solo de sondagem a trado. Retirada de http://suportesolos.com.br/ 
 
As amostras deformadas são obtidas das sondagens (com exceção da sondagem 
rotativa, conforme indicado acima), e também com o uso de pás, enxadas, picaretas, etc. 
caso a amostragem seja feita em menores profundidades (até 1 metro de profundidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instrumentos utilizados para coleta de amostras deformadas. Retiradas de www.google.com.br. 
Segundo as normas ABNT NBR 9604: 2016; ABNT NBR 9603: 2015; e ABNT NBR 6484: 
2001, as amostras deformadas devem ser obtidas a cada metro de profundidade (ou de 
espaçamento) do solo, ou em profundidades ou locais em que se note a mudança de 
características do solo, tais como textura ou cor. Essas normas ditam que toda amostra 
deformada coletada deve passar imediatamente por um primeiro teste tátil visual. 
Seu posicionamento dentro da área de estudo, bem como sua cota de profundidade 
em sondagens ou poços, ou sua localização dentro da trincheira, devem ser anotados com 
precisão. Além dessas informações, quaisquer outras que sejam relevantes devem ser 
levadas em consideração (tais como o número da sondagem ao qual a amostra se vincula, o 
local da obra, o número designativo da amostra em questão, a data da coleta, etc.). A 
identificação de cada amostra deve ser feita duplamente: do lado de fora de cada recipiente, 
e internamente, contendo as mesmas informações. 
Caso haja matéria orgânica nas amostras coletadas, estas devem ser retiradas, 
quando possível, ou se deve anotar a presença dessas matérias orgânicas em meio às 
amostras de solo, quando estas forem acondicionadas para serem levadas para testes 
laboratoriais. 
As amostras deformadas coletadas no teste de SPT durante as sondagens de simples 
reconhecimento devem ser imediatamente acondicionadas em recipientes herméticos cujas 
dimensões permitam receber um cilindro de solo colhido do amostrador padrão ou, quando 
necessário, do solo colhido no corpo do amostrador padrão. A quantidade de solo 
representativo de cada amostra dependerá dos resultados da coleta durante o teste de SPT. 
 
 
 
 
 
Amostras retiradas de sondagem de simples reconhecimento com teste de SPT. Imagens retiradas de 
http://www.geosonda.net e http://www.dicionariogeotecnico.com.br 
 
Essas amostras devem ficar protegidas do sole da chuva. Elas devem ser identificadas 
de forma a se saber a qual das sondagens cada amostra pertence e, dentro de uma mesma 
sondagem, qual a sua cota e seu posicionamento em relação às demais amostras coletadas. 
Uma vez acondicionadas dessa forma, essas amostras podem ser guardadas até que se 
executem os testes laboratoriais requeridos. 
As amostras deformadas coletadas em poços ou trincheiras devem ser 
acondicionadas em sacos de lona ou plástico resistente. A quantidade de solo coletado 
dependerá dos requisitos dos testes a serem efetuados em laboratório. Cada amostra 
acondicionada em um desses sacos deve ser identificada de forma que se possa saber a sua 
exata posição dentro da área que está sendo analisada, bem como sua posição em relação 
às demais amostras retiradas do mesmo poço ou trincheira. 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de recipiente de plástico resistente ou lona utilizado para guardar amostras deformadas de 
solo. Retirada de www.google.com.br. 
 
Amostras deformadas de poços ou trincheiras que são destinadas à análise de 
umidade do solo devem ser acondicionadas em recipientes de plástico, vidro ou alumínio 
com tampa hermética, parafinada ou selada com fita colante. Essas amostras devem receber 
o mesmo tipo de identificação que as citadas anteriormente. 
Essas amostras deformadas de poços ou trincheiras devem ser coletadas à medida 
que o poço ou trincheira vai sendo escavado, e não após a sua conclusão, pois o solo aberto 
vai modificando suas condições quando em contato com o sol ou com agentes intempéricos, 
como o vento ou a chuva. As amostras coletadas devem permanecer em local ventilado e à 
sombra até que sejam analisados em laboratório. 
Já nas sondagens a trado, as amostras destinadas à análise de umidade do solo 
devem ser coletadas e acondicionadas imediatamente após o avanço de cada furo. Essas 
amostras devem possuir ao menos 100g, que devem ser acondicionadas em recipientes com 
tampa hermética, parafinada ou selada com fita colante. 
Amostras deformadas para outros testes laboratoriais devem ser devidamente 
identificadas e acondicionadas em sacos de lona ou plástico com amarilho, logo após sua 
coleta. Essas amostras devem ter um peso mínimo de 4kg. Elas também devem ser mantidas 
protegidas de sol ou chuva, em ambientes ventilados, até que sejam testadas em 
laboratório. 
Já de acordo com o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), de 
acordo com sua norma DNER-PRO 003/94 – Coleta de amostras deformadas de solo, para a 
coleta de amostras deformadas retiradas de perfurações, deve-se coletar amostras em todas 
as camadas de solo que se encontrar enquanto se faz a perfuração. 
Uma lona é colocada em frente ao local onde a perfuração será realizada. Sobre essa 
lona serão dispostas as amostras coletadas de tal perfuração. À medida que a perfuração da 
sondagem avança, vão sendo colocados montes de solo sobre a lona, em ordem de 
profundidade de perfuração. Um novo monte de solo é feito quando se notam diferenças 
significativas no material (tais como diferenças granulométricas, ou de cor). A análise tátil 
visual do solo é feita nesses montes, levando-se em consideração o tipo de solo (se coesivo 
ou não coesivo, granulometria, cor). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de lona com montesde diferentes tipos de solo, separados por profundidade de sondagem. Retirada 
de www.google.com.br. 
 
Para que se obtenha uma amostra de uma das camadas de solo dessa sondagem, os 
montes individuais que possuem as mesmas características são unidos e postos em sacos de 
lona ou plástico resistente. Cada uma dessas amostras é então devidamente identificada. 
Cada amostra deve ter no mínimo 10kg se destinadas a ensaios de caracterização, e 60kg se 
destinadas a ensaio de compactação e Índice de Suporte Califórnia. 
Caso a amostra de solo seja destinada à análise da umidade natural do solo, essa 
amostra deve ter uma porção coletada imediatamente após a sua amostragem. Essa porção 
deve ser acondicionada em recipiente de vidro com tampa ou em saco plástico de cerca de 
0,5kg de capacidade. Essas amostras devem ser mantidas em local protegido até o envio 
para o laboratório. 
 
 
b) Amostras Indeformadas 
Amostras indeformadas do solo são aquelas que são obtidas de modo que se 
preserve as características originais do solo, tais como sua estrutura, condições de umidade, 
compacidade ou consistência naturais, além de texturas e composição mineral do solo. Essas 
amostras podem ser obtidas de sondagens rotativas, ou por meio de amostragens em 
trincheiras, poços ou galerias. 
Seu formato é geralmente cúbico ou cilíndrico, dependendo da forma como são 
coletadas. Elas indicam as características que o solo apresenta “in situ”, tais como seus 
índices físicos, seu coeficiente de permeabilidade, seus parâmetros de compressibilidade e 
de resistência ao cisalhamento do solo. 
Os cuidados com essas amostras devem ser maiores que aqueles adotados para as 
amostras deformadas, de forma que se possa preservar todas as características do solo até 
que cada amostra seja devidamente analisada. 
No Brasil, as duas normas que ditam a coleta de amostras indeformadas de solo são a 
ABNT NBR 9604:2016 – Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de 
amostras deformadas e indeformadas - Procedimento; e ABNT NBR 9820: 1997 – coleta de 
amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos de sondagem -
Procedimento. 
Amostras indeformadas de solos moles que se encontram abaixo do nível de água 
(ou seja, abaixo do nível do lençol freático) geralmente são executadas com o uso de um 
amostrador de paredes finas. 
Para amostragem de solos coesivos de baixa consistência em furos de sondagem, a 
norma ABNT NBR 9820:1997 estabelece que a cota de água ou lama dentro do furo de 
sondagem deve ser mantida igual ou um pouco superior à cota do lençol freático. O tubo de 
amostragem deve ter paredes externas e internas inteiramente lisas, e ser constituído por 
material resistente à corrosão (geralmente, aceita-se o latão, o aço inoxidável ou o bronze), 
e o furo de sondagem deve estar livre de quaisquer detritos da perfuração, solos amolgados 
ou partículas graúdas de solo, bem como de quaisquer outras impurezas que não 
representem o solo a ser amostrado. 
O amostrador deve ser introduzido cuidadosamente no furo, sem entrar em contato 
com suas paredes, preferencialmente por meio de esforço manual. Caso o esforço manual 
não seja suficiente, utilizam-se equipamentos que permitam uma cravação contínua, sem 
rotação ou interrupções. A percussão não pode ser utilizada neste caso. Após ter sido 
cravado, o amostrador deve permanecer no solo por dez minutos, sem que haja peso 
atuando sobre ele e, em seguida, é retirado cuidadosamente. 
A amostra, retirada da perfuração no interior do amostrador, deve ser 
imediatamente lacrada com parafina ou uma mistura de parafina com cera cristalina, 
mantendo-se o tubo em posição vertical e protegido do sol. Após a aplicação da parafina, 
utilizam-se anéis de proteção com rigidez adequada, que são mergulhados uma vez mais na 
parafina para a proteção final da amostra. 
A amostra deve ser perfeitamente identificada, com etiquetas e/ou canetas de tinta 
indelével. A identificação deve conter todos os parâmetros importantes, tais como o número 
da amostra, sua profundidade de coleta, localização da sondagem dentro da área analisada, 
data e hora da coleta, características do amostrador, cotas de topo e fundo da amostra, 
comprimento penetrado e recuperado, nome e local da obra. 
Uma vez coletadas, as amostras devem ser transportadas e armazenadas de forma a 
não sofrerem variações bruscas de temperatura, umidade, vibrações ou choques até que 
sejam analisadas em laboratório. Os tubos devem ser mantidos preferencialmente na 
posição vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de amostra indeformada de solo retirada de sondagem, após abertura do tubo amostrador. 
Retirada de www.google.com.br 
 
Já a norma ABNT NBR 9604: 2016 indica que em trincheiras, poços e galerias, devem ser 
moldados blocos de solo em formato cúbico, que possuem no mínimo 0,15m e, no máximo, 0,40m 
de aresta. 
Os blocos podem ser retirados tanto do fundo da escavação, quanto de suas paredes. 
Blocos Retirados do Fundo da Escavação 
Quando se deseja amostrar o fundo da escavação, é necessário que, a partir de 0,10m acima 
da profundidade em que a amostra será retirada, a escavação passe a ser realizada cuidadosamente 
com o mesmo tipo de material que será utilizado para a moldagem do bloco. Assim que for atingida a 
cota prevista para a moldagem do bloco, este deve começar a ser talhado lateralmente, até uma 
profundidade de 0,10m abaixo de sua base. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bloco sendo moldado em fundo de poço. Retirada de http://www.topsoilconsultoria.com.br 
 
O topo de bloco deve ser então identificado com a letra “T”, e suas faces devem ser envoltas 
em talagarça (ou algum material similar). Então se aplica parafina líquida nas paredes do bloco. Essa 
operação deve ser repetida por três vezes. Só depois de adotados todos estes procedimentos é que o 
bloco é seccionado em sua base, tombado lateralmente em um espaço de solo fofo, e tem sua base 
regularizada até a medida correta. A base do bloco é então recoberta com talagarça e parafina 
líquida, da mesma forma que suas outras faces o foram anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bloco sendo envolto em talagarça e parafina em fundo de poço. Retirada de 
http://www.topsoilconsultoria.com.br 
 
 
A identificação do bloco (nome da obra, local da execução do poço, trincheira ou galeria, 
número da amostra, orientação da amostra em relação a uma direção geográfica, além da indicação 
do topo da amostra; profundidade em que o bloco foi coletado em relação à superfície do terreno; 
data da amostragem, e outras informações relevantes) deve ser feita antes da última aplicação de 
parafina, de forma a ficar preservada. 
Os blocos coletados são postos em caixas de madeira ou similares, maiores que eles, sendo 
que o espaço existente entre a caixa e o bloco em todas as direções é preenchido com serragem 
úmida. As caixas devem conter etiquetas que possuam as mesmas informações de identificação de 
amostras que seus respectivos blocos contêm. Deve-se evitar que os blocos entrem em contato 
excessivo coma luz solar ou que sejam atingidos pela chuva e, uma vez que estejam embalados, 
devem ser levados o mais rapidamente possível para o laboratório, sempre com o topo do bloco 
voltado para cima, sem que sofram impactos e vibrações excessivas durante o seu transporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bloco sendo colocado em caixa de madeira em fundo de poço. Retirada de 
http://www.topsoilconsultoria.com.br 
 
Blocos Retirados da Parede da Escavação 
Os procedimentos adotados para a retirada de blocos das paredes laterais das escavações 
seguem os mesmos critérios adotados para os blocos que são retirados do fundo da escavação, com 
uma única modificação: quando os blocos são talhados na parede da escavação, moldam-se 
primeiramente as faces frontal, laterais e superior do bloco. A sua face lateral é devidamente 
identificada e então essas faces são cobertascom parafina. Só então as faces inferior e posterior do 
bloco são seccionadas. 
 
 
 
 
 
 
4. Bibliografia 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 9604:2016 – Abertura 
de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e 
indeformadas-Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2016. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 9603:2015 – Sondagem 
a trado – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 1592:2007 – Sondagem 
de reconhecimento para fins de qualidade ambiental - Procedimento. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2007. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 6484:2001 – Solo - 
Sondagem de simples reconhecimento com SPT - Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2001. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 9820:1987 – coleta de 
amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos de sondagem -
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. ABNT NBR 8036:1983 – 
Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de 
edifícios - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1983. 
CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Vol.1. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e 
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DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM – DNER. DNER-PRO 003/94 – 
Coleta de amostras deformadas de solo. DNER, 1994. 
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PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos. 3ª ed. São Paulo: Oficina de Textos. 2006. 
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TEIXEIRA, w.; TOLEDO, M.C. de; FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo: 
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Acesso em 04 de agosto de 2016. 
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http://engenheirosunidos.com.br/wp-content/uploads/2016/02/ensaios-de-sondagem-1.png
http://engenheirosunidos.com.br/wp-content/uploads/2016/02/ensaios-de-sondagem-1.png
http://suportesolos.com.br/img/gallery/sondagem_a_trado_st_com_coleta_de_amostra.jpg
http://www.dicionariogeotecnico.com.br/album/geotecnia/ensaios/spt/images/image/DG%
20-%2016%20-%20Medindo%20Amostra.jpg. Acesso em 04 de agosto de 2016. 
http://www.geosonda.net/files/images/slider/12482516082015_ensaio%20spt%20amostras
.jpg. Acesso em 04 de agosto de 2016. 
http://www.topsoilconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2014/08/sondagem-residencial-
sul-042.jpg. Acesso em 04 de agosto de 2016. 
http://www.topsoilconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2014/08/sondagem-residencial-
sul-071.jpg. Acesso em 04 de agosto de 2016. 
http://www.topsoilconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2014/08/sondagem-residencial-
sul-085.jpg. Acesso em 04 de agosto de 2016. 
 
http://www.dicionariogeotecnico.com.br/album/geotecnia/ensaios/spt/images/image/DG%20-%2016%20-%20Medindo%20Amostra.jpg
http://www.dicionariogeotecnico.com.br/album/geotecnia/ensaios/spt/images/image/DG%20-%2016%20-%20Medindo%20Amostra.jpg
http://www.geosonda.net/files/images/slider/12482516082015_ensaio%20spt%20amostras.jpg
http://www.geosonda.net/files/images/slider/12482516082015_ensaio%20spt%20amostras.jpg
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http://www.topsoilconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2014/08/sondagem-residencial-sul-085.jpg

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