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Alterações cardiovasculares da hipertensão arterial: hipertrofia ventricular esquerda, doença arterial coronária e insuficiência cardíaca ( RESUMO 1)
Introdução 
Hipertrofia ventricular esquerda (HVE) representa um achado comum em pacientes hipertensos. Entre seus determinantes se destacam: a idade do hipertenso, a duração e a magnitude da hipertensão, a concomitância de obesidade, dieta rica em sal e raça negra, entre outros .A idade avançada se correlaciona com algum grau de hipertrofia independentemente de hipertensão arterial. A duração do processo hipertensivo capaz de fazer aparecer hipertrofia ventricular em modelos experimentais tem sido observada como mais ou menos curta após o estabelecimento de hipertensão arterial. A obesidade concorre para formas excêntricas de hipertrofia ventricular esquerda . Ingestão excessiva de sal na dieta determina maior aparecimento de HVE. Outros fatores de ordem genética também desempenham papel relevante na determinação de HVE.
Diagnóstico
A hipertrofia ventricular esquerda é mais sensivelmente diagnosticada por meio da ecocardiografia. O ECG tem ampla aplicação na avaliação do paciente hipertenso, levando-se em conta sua grande disponibilidade e baixo custo. O critério de Cornell modificado associa elementos de voltagem do QRS e de sua duração. Este último parece apresentar maior sensibilidade diagnóstica, embora pareça ter maior aplicação em protocolos de pesquisa.
HVE como fator e marcador de risco para evento cardiovasculares 
No hipertenso a presença de HVE representa um forte marcador de risco para eventos cardiovasculares e renais. A hipertrofia ventricular esquerda se faz à custa de importantes alterações estruturais do miocárdio, entre as quais se incluem, além da hipertrofiado cardiomiócito, um aumento do conteúdo de fibroblastos e elementos intersticiais Adicionalmente, doença arterial obstrutiva aterosclerótica é relativamente comum no paciente hipertenso agravando este potencial de isquemia, principalmente quando se complica por infarto do miocárdio.
Regressão de HVE
A redução da HVE era até recentemente considerada como provavelmente benéfica, embora carecessem informações específicas sobre o assunto. A regressão de hipertrofia ventricular esquerda é alcançada em maior ou menor grau com diferentes formas de intervenção terapêutica, incluindo as não-farmacológicas e as farmacológicas.
Doença arterial coronária e hipertensão arterial sistêmica
Introdução
Hipertensão arterial se constitui em importante fator de risco para o desenvolvimento de doença arterial coronária. Fatores que diretamente ligam a hipertensão à doença arterial coronária incluem um efeito lesivo direto da pressão sanguínea elevada nas artérias coronárias, modificando o endotélio e propiciando o início e a progressão da aterosclerose.
Diagnóstico
O diagnóstico de doença arterial coronária no paciente hipertenso se depara com algumas peculiaridades. A queixa de dor anginosa, quando presente, orienta quanto ao diagnósticos. Por outro lado, dor precordial pode ser registrada no paciente hipertenso, principalmente no portador de HVE, assemelhando-se em muitos aspectos àquela da angina clássica, na ausência de doença coronária obstrutiva. A sobrecarga de ventrículo esquerdo vista ao ECG acarreta, em alguns pacientes, o aparecimento de alterações de repolarização que se confundem com as da condição isquêmica.
Tratamento
A redução das cifras pressóricas traz benefícios para a ocorrência de doença arterial coronária e diversos estudos demonstram isso principalmente entre os hipertensos do sexo masculino.
Hipertensão arterial e insuficiência cardíaca
Introdução
Hipertensão arterial se constitui uma das condições etiológicas mais frequentes de insuficiência cardíaca, quer como sua reconhecida causa direta ou, ainda mais frequentemente , como condição subjacente ao processo etiológico aparente, como na cardiopatia isquêmica, entre outra Os principais fatores determinantes de insuficiência cardíaca congestiva no paciente hipertenso são as cifras pressóricas, a ocorrência de infarto e a presença de diabetes. O tipo diastólico de insuficiência cardíaca congestiva é prevalente em hipertensão arterial e provavelmente a forma inicial de aparecimento desta condição.
Diagnóstico
Sintomas de dispneia progressiva evoluindo dos maiores aos pequenos esforços com o tempo de doença e eventualmente com dispneia paroxística noturna são os achados habituais. Edemas de membros inferiores podem advir. Neste particular convém lembrar que algumas medicações anti-hipertensivas, como, por exemplo, as do grupo de antagonistas dos canais do cálcio, podem determinar aparecimento de edemas de tornozelos por mecanismo de ação local e independente da presença de congestão venosa sistêmica A radiografia de tórax cumpre importante papel, principalmente em evidenciar 
a presença de congestão pulmonar. O aumento da área cardíaca nem sempre é evidenciado .Um exame de grande utilidade é o ecocardiograma6,15, que permite a um só tempo verificar as alterações estruturais esperadas da doença cardiovascular hipertensiva, tais como o aumento da massa ventricular, além de poder avaliar presença de disfunção sistólica ou diastólica.
Tratamento
A maioria dos ensaios randomizados para tratamento de hipertensão arterial exclui pacientes com insuficiência cardíaca. Por outro lado, a maioria dos ensaios clínicos randomizados realizados para avaliação de insuficiência cardíaca exclui pacientes com hipertensão arterial não-controlada. Encontra-se bem evidenciado em literatura, confirmando assim a impressão geral do tratamento do paciente hipertenso, que o controle da pressão arterial se apresenta com medida muito eficaz par a prevenção de insuficiência cardíaca nesses pacientes, com a utilização de praticamente todos os tipos de anti-hipertensivos.
Evolução Intra-hospitalar e Seguimento Pós-alta de Pacientes Idosos Atendidos com Insuficiência Cardíaca Congestiva na Unidade de Emergência ( REUMO 2)
A síndrome de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) apresenta prevalência de 1 a 2% na população geral 1-3. Em indivíduos com idades entre 65 e 67 anos, esse número eleva-se para 23% 4, tornando-se problema sério em idosos. 
Métodos
No período de fevereiro a dezembro/96, foram estudados 57 pacientes consecutivos com diagnóstico de ICC, atendidos na UE de um hospital cardiológico.
Após o diagnóstico clínico da ICC, todos os pacientes foram submetidos a realização de ecocardiograma, para cálculo da fração de ejeção (FE) (volume diastólico final menos volume sistólico final dividido pelo volume diastólico final) e fração de encurtamento (diâmetro diastólico final menos diâmetro sistólico final dividido pelo diâmetro diastólico final). 
 Os critérios de exclusão foram infarto do miocárdio nos últimos 30 dias, angina de peito na admissão, pericardite constritiva, doença pulmonar obstrutiva crônica e neoplasias malignas associadas.
Resultados
A idade média foi de 69+15 (27 a 94) anos, sendo 39 (68,4%) do sexo masculino. Haviam sido internados por ICC previamente 36 (63%) casos e estavam em CF III ou IV no momento da admissão 55 (98,2%). A FE média determinada pelo ecocardiograma foi de 43+14% e a fração de encurtamento de 20+1%. Nove (16%) pacientes tinham ICC puramente diastólica. A etiologia da ICC foi variada, sendo isquêmica em 34 (60%) pacientes, hipertensiva em 9 (16%), idiopática em seis (11%), valvular em seis (11%), alcóolica em um (2%) e cardiomiopatia hipertrófica em outro caso. Usavam inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) 35 (61,4%), digital 30 (52,6%) e diuréticos 29 (50,8%
 O tempo médio de internação foi de 9+8 dias. Nenhum paciente era vacinado contra infecções por pneumococos ou por vírus da gripe
Ocorreram oito (14%) óbitos na fase intra-hospitalar, todos tendo como causa de morte disfunção miocárdica grave.
A análise conjunta das evoluções intra-hospitalar e pós-alta mostra que a mortalidade global foi 29,8% (17 óbitos). A mortalidade foi ligeiramente menor nos pacientescom disfunção diastólica isolada, porém sem atingir significância estatística (22% vs 31%; p=0,70). Houve maior mortalidade no sexo feminino (50% contra 20,51%; p=0,02
Discussão
A ICC permanece como um grave problema de saúde pública. Dados atualizados do estudo de Framingham mostram sobrevida média de 1,7 anos para homens e 3,2 anos para mulheres 14. Além disso, observou-se um aumento na taxa de internações por ICC nas últimas duas décadas 17. Em nosso estudo, a sobrevida em um ano foi de 66%, menor que a observada em alguns estudos com população semelhante 
Em um dos raros trabalhos na literatura envolvendo pacientes com ICC na sala de emergência, a mortalidade em seis meses foi de 23% e a taxa de reinternação foi de 30% 20.
Outros fatores, além da idade, poderiam estar contribuindo para alta taxa de reinternação e de mortalidade, como não aderência ao tratamento, fatores socioeconômicos, orientação inadequada quanto a medidas higieno-dietéticas e uso não otimizado dos IECA
Nos pacientes coronários, a falta de pesquisa de viabilidade miocárdica também contribui para a morbimortalidade, pois esses pacientes poderiam obter melhora da função ventricular após algum tipo de revascularização miocárdica
A alta morbimortalidade da ICC resulta em custos elevados.
Também chamamos atenção para a alta taxa de reinternação em nossos pacientes, chegando a 51% em seis meses, contribuindo muito para a elevação dos custos, já que 80% dos gastos totais com ICC 
Portanto, algumas destas mortes poderiam ter sido evitadas através de educação e vigilância rígida dos pacientes.

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