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G8: Catarina Falcão, Eduarda Oliveira, Júlia Sobral, Juliana Scaldaferri e Ludmilla Melo. Introdução • Infecção zoonótica, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. • Grande problema de saúde pública e representam um complexo de doenças com importante espectro clínico e diversidade epidemiológica. Introdução Epidemiologia • É considerada pela OMS como uma das seis mais importantes doenças infecciosas, pelo seu alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades. • No Brasil, é uma das afecções dermatológicas que merece mais atenção devido à: Magnitude; Risco de ocorrência de deformidades; Envolvimento psicológico; Doença ocupacional. • Apresenta ampla distribuição com registro de casos em todas as regiões brasileiras. Epidemiologia • Situação epidemiológica da Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil (2017): 17.528 casos novos no ano; Coeficiente de detecção – 8,44 casos por 100 mil habitantes; 44,7% → Região Norte; 72,7% masculinos; 7,9% em crianças menores de 10 anos; 4,7% de formas mucosas; 67,1% dos pacientes eram pardos; 0,7% de coinfectados Leishmania/HIV. Casos de Leishmaniose Tegumentar no Brasil de 1980 a 2017. Epidemiologia Distribuição das principais espécies de flebotomíneos vetores da LTA no Brasil em 2015. Epidemiologia Padrões epidemiológicos • Silvestre – a transmissão ocorre em área de vegetação primária e é, fundamentalmente uma zoonose de animais silvestres, que pode acometer o ser humano quando este entra em contato com o ambiente. • Ocupacional e Lazer – associado à exploração desordenada da floresta e derrubada de matas. • Rural e periurbano em áreas de colonização – relacionado ao processo migratório, ocupação de encostas e aglomerados em centros urbanos associados a matas secundárias ou residuais. Agente etiológico • A Leishmania é um protozoário pertencente à família Trypanosomatidae, parasito intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, com duas formas principais: Amastigotas: Ovoides ou arredondadas, sem flagelo, encontradas nos infiltrados inflamatórios no interior dos macrófagos do homem e em animais parasitados. Promastigotas: Flageladas, móveis, encontradas no tubo digestivo do inseto vetor. Transmissão • É feita pela picada de flebotomíneos de dois gêneros – Lutzomya e Psychodopygus, conhecidos no Brasil por birigui, mosquito- palha ou tatuquira. • No Brasil, são reconhecidas seis espécies de leishmânias: • O período de incubação no ser humano é, em média, de dois a três meses, podendo variar de duas semanas a dois anos. Etiopatogenia Etiopatogenia • Espécies mais comuns em cada manifestação clínica da LTA no Brasil: Fisiopatologia • Para o controle da infecção, é necessária a predominância da resposta imune celular com características de tipo 1 (linfócitos CD4 e CD8 e citocinas como IL-12, IFN-γ, TNF-α) e algumas quimiocinas produzidas por macrófagos. • Esta resposta tem como resultado a ativação de macrófagos, tornando-os capazes de eliminar o parasito, controlando a infecção. Fisiopatologia Formas clínicas • Mesmo com a diversidade de espécies de Leishmania, a manifestação clínica depende também do estado imunológico do indivíduo. Fonte:<https://www.researchgate.net/fig ure/Clinical-and-immunopathological- spectrum-of-American-cutaneous- leishmaniasis-modulated- by_fig1_26708730> https://www.researchgate.net/figure/Clinical-and-immunopathological-spectrum-of-American-cutaneous-leishmaniasis-modulated-by_fig1_26708730 Formas clínicas Leishmaniose cutânea • Manifestação clínica mais frequente. • Período de incubação: duas semanas a dois meses. • A lesão de inoculação acontece em áreas expostas e, em geral, é única. • A mácula, que perdura de um a dois dias depois da picada infectante, forma uma pápula que aumenta progressivamente produzindo, geralmente, uma úlcera. Leishmaniose cutânea • A úlcera típica de leishmaniose cutânea: - Geralmente indolor; - Localização em áreas expostas da pele; - Formato arredondado ou ovalado; - Mede de alguns milímetros até alguns centímetros; - Base eritematosa, infiltrada e de consistência firme; - Bordas bem delimitadas e elevadas com fundo avermelhado e granulações grosseiras. Leishmaniose cutânea • Outros tipos de lesões cutâneas menos frequentes podem ser encontrados: Lesões nodulares - Localizadas profundamente na hipoderme; Lesões pápulo-tuberosas - Pequenas pápulas, que evoluem aumentando em tamanho e profundidade e ulcerando no vértice; Lesões vegetantes - Aspecto papilomatoso, úmido e de consistência mole; Lesões verrucosas - Superfície seca, áspera, com presença de pequenas crostas e de descamação. Leishmaniose cutânea • A infecção secundária bacteriana altera o aspecto das lesões, tornando-as mais inflamadas, dolorosas e purulentas. • Alguns indivíduos curam precocemente a lesão, às vezes sem procurar atendimento médico. Outros permanecem meses com a lesão em atividade e o processo de cicatrização mostra-se lento. • As lesões cutâneas, ao evoluir para a cura, costumam deixar cicatrizes atróficas, deprimidas, com superfície lisa, áreas de hipo ou de hiperpigmentação e traves fibrosas. Lesões iniciais, papulosas, papulocrostosas, nódulocrostosas e úlcero-crostosas Úlcera, bordas altas e infiltradas, em moldura de quadro, fundo cor vermelho-vivo podendo estar recobertas por exsudato seroso ou seropurulento Cura espontânea. Placa infiltrada verrucosa e ulcerada. Lesão de tipo sarcóideo constituída por placa papulosa infiltrada. Leishmaniose cutânea - evolução Leishmaniose cutânea - evolução • Representa o acometimento primário da pele; • Imunologia: forte resposta de células T, com citocinas do tipo Th1, como IFN-γ e IL-12 e alta frequência de células B . • Características: Lesão é geralmente do tipo úlcera, com tendência à cura espontânea e apresenta boa resposta ao tratamento. • As lesões podem ser únicas ou múltiplas (até 20 lesões em um mesmo segmento corporal). Forma cutânea localizada • Região Norte, as lesões múltiplas são frequentemente causadas por L. (V.) guyanensis. • Pode acompanhar-se de linfadenopatia regional e de linfangite nodular • Teste de Montenegro: positivo. Forma cutânea localizada Úlcera leishmaniótica típica no pé, com bordas emolduradas e fundo granuloso.Fonte: <Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti > Forma cutânea localizada Forma cutânea disseminada • Agente etiológico principal: Leishmania (V.) braziliensis. • Imunologia: Forte resposta de células T e diminuição de imunidade celular. Os níveis de células T CD4+ são baixos e os títulos de anticorpos são elevados. • Características: Múltiplas lesões papulares e de aparência acneiforme que acometem vários segmentos corporais (frequentemente a face e o tronco). • O fenômeno de disseminação ocorre posteriormente ao desenvolvimento das lesões primárias, (disseminação via hemática ou via linfática). Forma cutânea disseminada • O quadro surge semanas após a lesão inicial ulcerada característica. As lesões aumentam em número, podendo chegar a centenas, evoluindo para pápulas, nódulos e ulcerações, que coexistem. • Destaque: Acometimento mucoso concomitante e manifestações sistêmicas, como febre, mal-estar geral, dores musculares, emagrecimento, anorexia, entre outros, que podem ocorrer em alguns casos, sugerindo que há parasitemia. • Teste de Montenegro: Pode apresentar resultado negativo, positivando-se no decorrer do tratamento. Múltiplas pápulas eritematosas com centro ulcerado na face. Fonte: <Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti > Forma cutânea disseminada Dozens of inflammatory erythemato violaceous papules with different sizes on the dorsal region. Etiologic agent: L. (V.) braziliensis. Fonte:<https://www.scielo.br/sci elo.php?script=sci_arttext&pid= S0365-05962019000100002> Forma cutânea disseminada https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962019000100002Forma recidiva cútis • Ativação da lesão nas bordas, após cicatrização da lesão, mantendo-se o fundo com aspecto cicatricial. • A resposta terapêutica costuma ser inferior à da lesão primária. Infiltrative plaques with a central atrophic area in left temporomandibular region. Forma recidiva cútis Fonte:<https://www.ajtmh.org/co ntent/journals/10.4269/ajtmh.16- 0459?crawler=true> https://www.ajtmh.org/content/journals/10.4269/ajtmh.16-0459?crawler=true The primary lesion with cicatricial center and growing verrucous borders is visualized. Forma recidiva cútis Fonte:<https://www.gavinpublishers. com/articles/case-report/Journal-of- Tropical-Medicine-and-Health-ISSN- 2688-6383/leishmaniasis-recidiva- cutis-intralesional-treatment-and- surgical-approach> https://www.gavinpublishers.com/articles/case-report/Journal-of-Tropical-Medicine-and-Health-ISSN-2688-6383/leishmaniasis-recidiva-cutis-intralesional-treatment-and-surgical-approach • Agente etiológico principal: No Brasil, exclusivamente o L. (L.) amazonensis. • Imunologia: ausência de resposta celular específica (anergia) com acentuada proliferação dos parasitos e à disseminação da infecção. • Características: Lesão única que evolui de forma lenta com formação de placas e múltiplas nodulações não ulceradas recobrindo grandes extensões cutâneas. Forma cutânea difusa/anérgica • Lesões graves e deformantes, ricas em parasitos. • Teste de Montenegro: negativo. • Altos níveis de anticorpos antileishmania circulantes. • É uma enfermidade crônica, altamente resistente à quimioterapia, com pouca ou nenhuma resposta ao tratamento. Forma cutânea difusa/anérgica Lesão vegetante recoberta por crosta na pirâmide nasal e na face. Lábios infiltrados. Fonte:<https://www.medicinan et.com.br/conteudos/bibliotec a/2513/3_forma_cutanea_difu sa.htm> Forma cutânea difusa/anérgica https://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/2513/3_forma_cutanea_difusa.htm a Rice-grain to thumb-sized reddish nodules and papules were observed on the ear lobes, auricles, face, and shoulders. b Various types of eruptions, such as papules, nodules, infiltrated erythemas, and brownish-colored freckles, were found on the lower extremities. Induration of the lesions was palpable. Fonte:<https://tropmedhealth. biomedcentral.com/articles/10 .1186/s41182-016-0002-0> Forma cutânea difusa/anérgica https://tropmedhealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s41182-016-0002-0 • Agente etiológico principal: L. (V.) braziliensis. • Imunologia: exagero das respostas celulares antileishmania, levando à escassez de parasitos. • Características: infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe e/ou laringe. • A forma clássica é secundária à lesão cutânea. Com frequência, pacientes com LM referem história de LC de evolução crônica e curada sem tratamento ou com tratamento inadequado. Leishmaniose mucosa • Queixas comuns: obstrução nasal, eliminação de crostas, epistaxe, disfagia, odinofagia, rouquidão, dispneia e tosse. • Teste de Montenegro: Fortemente positivo. • Difícil confirmação parasitológica (escassez parasitária e difícil resposta terapêutica). • O risco de deformidades permanentes é considerável e o diagnóstico precoce é essencial para a eficácia terapêutica e para evitar sequelas. Leishmaniose mucosa Ulceração, aumento de volume do nariz e área de eritema e infiltração do lábio superior.Fonte: <Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti > Leishmaniose mucosa Extensas lesões ulcerovegetantes na face. Fonte: <Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti > Leishmaniose mucosa Lesão indolor no septo nasal anterior, cartilaginoso, próxima ao introito nasal Eritema e discreta infiltração no septo nasal Ulceração na mucosa das faces laterais das asas do nariz e elementos contíguos Comprometimento da cartilagem do nariz e ossos da face (quadros destrutivos do maciço centro-facial) Leishmaniose mucosa - evolução Leishmaniose inaparente ● Resultados positivos de IDRM em indivíduos sem sinais de lesão atual ou pregressa de LT. ● Indivíduos aparentemente sadios e residentes de áreas com transmissão de LT. ● O uso de testes sorológicos é controverso e não está indicado; ● A infecção assintomática não constitui indicação para o tratamento específico. Coinfecção leishmania-HIV • Espectro variado. As lesões cutâneas variam de pápulas a úlceras, sendo únicas ou múltiplas, lesões atípicas caracterizadas por máculas ou pápulas disseminadas podem ser encontradas, mas as úlceras são mais comuns. • Em pacientes coinfectados com imunossupressão grave, as lesões podem ser encontradas não só em áreas expostas. • Pode ter implicações na abordagem da leishmaniose quanto à indicação terapêutica, ao monitoramento de efeitos adversos, à resposta terapêutica e à ocorrência de recidivas. • Sorologia para HIV a todos os pacientes com LT, independentemente da idade. Coinfecção leishmania-HIV Coinfecção leishmania-HIV Fonte:<https://teses.usp.br/teses/disp oniveis/5/5134/tde-14092006- 161632/publico/rodrigonbarbosa.pdf> Pápulas disseminadas em tronco. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-14092006-161632/publico/rodrigonbarbosa.pdf Coinfecção leishmania-HIV Fonte:<https://teses.usp.br/teses/disp oniveis/5/5134/tde-14092006- 161632/publico/rodrigonbarbosa.pdf> Lesão ulcerada extensa em pênis, escroto e pele circundante. https://teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-14092006-161632/publico/rodrigonbarbosa.pdf Diagnóstico • O diagnóstico é feito com base no quadro clínico juntamente com os exames laboratoriais, sendo esses realizado por métodos parasitológicos, pois existem diversas doenças que fazem diagnóstico diferencial. DIAGNÓSTICO = ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E TESTES LABORATORIAIS • Os métodos de diagnóstico laboratorial permitem a confirmação dos achados clínicos e fornecem informações epidemiológicas (identificação da espécie de forma a orientar a adoção de medidas). Diagnóstico Diagnóstico Diagnóstico laboratorial • Reação de Montenegro: - Avaliação da imunidade celular antileishmania; - É feita a inoculação intradérmica de leptomonas (formas promastigotas); - Positivo: presença de pápula maior do que 5 mm de diâmetro no local da aplicação após 48 - 72 horas; - Positividade não significa doença em atividade; - Pode ser negativo: nos dois primeiros meses, em imunodeprimidos, na LT difusa e L. visceral. Diagnóstico laboratorial • Exame de esfregaço: - É feita a coloração com corantes Leishman ou Giemsa; - Geralmente tem-se resultado positivo em lesões recentes, e negativo em lesões antigas. Esfregaço por aposição de material biopsiado de lesão de pacientes de LTA, corados pelo Giemsa. (A) Leishmania do complexo mexicana (1000X); (B) Leishmania do complexo braziliensis (1000X); (C) Macrófago parasitado com amastigotas (1000X) Diagnóstico laboratorial • Sorologia: - Pode ser realizada através da técnica de imunofluorescência indireta; - Reagente em cerca de 75% dos doentes, mas geralmente não é reagente na forma mucosa da doença; - Os níveis de anticorpos antileishmania são mais altos nos casos com lesões múltiplas que nos com lesão única; - Após a cura clínica, os títulos dos testes sorológicos tendem a cair rapidamente; - Não é um teste específico. Diagnóstico laboratorial • Teste imunoenzimático (ELISA): - Utilizada a técnica de amplificação do DNA, a famosa PCR (reação em cadeia da polimerase); - É um teste importante para o diagnóstico específico da LTA: possui alta sensibilidade e possibilita identificar a espécie do parasita. Diagnóstico laboratorial • Exame histopatológico: - Mostra um granuloma linfohistioplasmocitário, com áreas ou faixas de células epitelioides, que são os centros claros; - Geralmente encontra-se um número elevado de plasmócitos. • Cultura e inoculação: - Realizada em meio de Novy-Mac- Neal-Nicolle (NNN), é mais utilizada para fins depesquisa do que para fins diagnósticos. Diagnóstico diferencial • Forma cutânea localizada → tuberculose, micobacterioses atípicas, paracoccidioidomicose cutânea, úlceras de estase venosa, úlceras decorrentes da anemia falciforme, picadas de insetos, granuloma por corpo estranho, ceratoacantoma, carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular, histiocitoma, linfoma cutâneo, esporotricose, cromoblastomicose, piodermites, trauma local. • Forma cutânea disseminada → histoplasmose, criptococose cutânea, micobacteriose disseminada. • Forma cutânea difusa→ hanseníase virchowiana. • Forma mucosa → paracoccidioidomicose, carcinoma epidermoide, carcinoma basocelular, linfomas, rinofima, rinosporidiose, entomoftoromicose, hanseníase Virchoviana, sífilis terciária, perfuração septal traumática ou por uso de drogas, rinite alérgica, sinusite, sarcoidose, granulomatose de Wegener. Tratamento • Antimoniato de meglumina (Antimonial pentavalente) → medicação preferencial. Por via IM ou EV, 15 mg de Sb/kg/dia nas cutâneas e 20 mg de Sb/kg/dia, nas formas cutâneo- mucosas. Não deve ser administrado em gestantes. • Anfotericina B→ indicada para formas resistentes à terapia antimonial. • Anfotericina B lipossomal→ indicada para formas graves ou resistentes, alto custo. • Pentamidina → alternativa entre a glucamina e a anfotericina B. • Antibióticos → quando houver infecção secundária. • Eletrocirurgia e criocirurgia → em lesões verrucosas. • Cirurgia dermatológica corretiva → indicada nas sequelas cicatriciais pós-tratamento. Tratamento • O critério de cura é baseado na cura clínica pela completa cicatrização da lesão. Há acompanhamento do paciente durante pelo menos um ano após o término do tratamento, sem a ocorrência de reativação da lesão • A eficácia do tratamento é um fenômeno complexo que envolve: Fatores do hospedeiro - resposta imunológica, características genéticas do paciente e a forma clínica da doença; Vantagens do tratamento - qualidade da droga, duração da terapia e efeitos colaterais; Características do parasito - espécie e resistência a drogas. Evolução e prognóstico • Dependente da hipersensibilidade celular, a infecção pode evoluir de maneira benigna, inclusive com cura clínica e, até mesmo, biológica. Por sua vez, também pode evoluir de maneira grave, provocando grandes devastações. • Do ponto de vista evolutivo, podemos classificar os casos em: Forma abortiva sem cicatriz; forma abortiva com cicatriz; Forma disseminada; Forma anérgica difusa. • Para a cura do paciente, seja de forma espontânea, seja após tratamento específico, é necessário que a infecção tenha estimulado o sistema imune a estabelecer uma resposta celular de tipo 1 equilibrada. Evolução e prognóstico Forma disseminada Forma anérgica difusa Medidas de controle e prevenção • As ações de vigilância no âmbito da LTA compreendem: - A coleta e a análise de dados dos casos humanos, dos vetores e dos fatores de risco; - Conhecer as áreas de ocorrência, integrando as informações dos casos, a incidência e os indicadores de densidade também são formas de controle e prevenção da doença. Medidas de controle e prevenção • Para definir as estratégias e a necessidade das ações de controle para cada área de LTA a ser trabalhada, deverão ser considerados os aspectos epidemiológicos: - A descrição dos casos de LT segundo idade, sexo, forma clínica, local de transmissão (domiciliar ou extradomiciliar); - A distribuição espacial dos casos; - A investigação na área de transmissão: presença de animais, a fim de verificar possíveis fontes alimentares e ecótopo favorável ao estabelecimento do vetor. Medidas de controle e prevenção • Para evitar os riscos de transmissão, algumas medidas preventivas devem ser estimuladas, tais como: − Uso de repelentes; − Evitar a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite); − Manejo ambiental por meio de limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as condições do meio que propiciem o estabelecimento de criadouros; − Limpeza periódica dos abrigos de animais domésticos.; − Em áreas potenciais de transmissão, sugere-se uma faixa de segurança de 400 a 500 metros entre as residências e a mata. Referências RIVITTI, E. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. Porto Alegre: Artes Médicas, 2014. Brasil. Manual de vigilância da leishmaniose tegumentar. 2017, Brasília - DF, 1ª ed., pag. 1-191. AZULAY, Rubem David. Dermatologia. 7. ed. [S. l.]: GUANABARA KOOGAN LTDA, 2017. 2080 p. UNICAMP, Universidade Estadual de Campinas . Anatpat: Anatomia Patológica para Graduação - Peças e Lâminas. Disponível em: <http://anatpat.unicamp.br/lampele7.html>. Acesso em: 22 maio 2020. SCIENCE Photo Library. [S.I.], 2020. Disponível em: www.sciencephoto.com/media/443989/view. Acesso em: 22 maio 2020. REIS, LC. Caracterização da resposta imune celular em portadores de leishmaniose tegumentar americana antes e após tratamento quimioterápico. Recife. Dissertação [Mestrado em Ciências]. Fundação Oswaldo Cruz. 2007 Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3967/2/000015.pdf> Acesso em: 22 maio 2020
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