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Aulas 6 e 7 - Inflamação

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Inflamação
Introdução 
↪ Definição: reação dos tecidos a um 
agente agressor caracterizada 
morfologicamente pela saída de líquidos e de 
células inflamatórias do sangue para o 
interstício; 
↪ Componente da resposta imune 
(mecanismo de defesa), mas que também 
pode causar danos ao organismo; 
↪ “É a expressão morfológica da resposta 
imune.” 
↪ Agentes inflamatórios: exógenos (físicos, 
químicos e biológicos – infecciosos ou não) 
ou endógenos (estresse metabólico); 
↪ Sinais cardeais: dor, calor, rubor, tumor e 
alterações funcionais; 
 
↪ A inflamação é a manifestação das 
respostas imune inatas e adaptativas; 
↪ Série de eventos: 
1. Reconhecimento da lesão (agente 
inflamatório): por meio de moléculas 
que sinalizam a sua presença, 
reconhecidas por receptores em 
células do sistema imunológico; 
2. Liberação de mediadores inflamatórios: 
resulta em modificações na 
microcirculação necessárias para a 
saída de plasma e de leucócitos dos 
vasos e em estímulos para reparar o 
dano produzido; 
 Reconhecimento de agressões: 
• Ocorre através de moléculas sinalizadoras 
(alarminas/moléculas de alarme/moléculas 
sinalizadoras de agressão), reconhecidas 
pelos receptores celulares; 
• As alarminas podem ser: 
↪ PAMP (pathogen associated molecular 
pattern): trazidas com o patógeno/agente 
agressor; 
↪ DAMP (damage associated molecular 
pattern): produzidas pelo organismo após 
estímulo do agente agressor; 
↪ Liberadas por células mortas; 
• Alarminas mais importantes: HMBG1, 
defensinas e catelicidinas, proteases, 
proteína S100, HDGF, proteína HSP, anexina 
A1; 
• HMBG1: 
↪ Liberada no interstício após morte celular 
(necrose) ou por macrófagos estimulados 
por citocinas ou agonistas por receptores 
TLR; 
↪ Ativado, se liga a receptores RAGE, 
TLR2/4 e IL-1 → ativação do fator de 
transcrição NFkB → ativa genes pró-
inflamatórios (TNF-α, IL-1, IL-6 e IL-8); 
↪ Efeito quimiotático sobre monócitos, 
células dendríticas e células musculares lisas; 
↪ Orienta o crescimento de 
prolongamentos dendríticos em neurônios; 
• Defensinas e catelicidinas: 
↪ São proteínas de baixo peso molecular 
com ação microbicida (bactérias, fungos, 
alguns vírus e parasitos); 
↪ Podem ser constitutivas (neutrófilos, 
células de Paneth – intestino delgado e 
epitélios de revestimento) ou induzidas e 
secretadas; 
↪ Efeito quimiotático sobre neutrófilos, 
monócitos, células dendríticas e linfócitos T 
virgens (CD4+ e CD8+) → ativação de 
receptores de 7 voltas da membrana 
acoplados a proteína G (ex: receptor CCR6); 
PATOLOGIA I 
• Proteases: 
↪ Serinoproteínas (trombina, plasmina e 
triptase); 
↪ Liberadas/ativadas durante a agressão 
atuam em receptores de 7 voltas na 
membrana acoplados a proteína G 
(receptores “PAR”); 
↪ Induz vias que favorecem a sobrevivência 
das células e a liberação de mediadores pró-
inflamatórios; 
↪ Importante na indução de dor nos tecidos; 
• Proteínas S100: 
↪ Expressa em macrófagos; 
↪ Aumenta a permeabilidade vascular e 
ativam a coagulação; 
↪ Receptores FPRL; 
• HDGF (hepatoma derived growth factor): 
↪ Expressa em neurônios; 
↪ Secretada/liberada após morte celular 
(necrose); 
↪ Tem efeito neurotrófico (regeneração de 
prolongamentos neuronais); 
• Proteínas do choque térmico: 
↪ Constitutivas ou induzidas; 
↪ HSP70 e HSP27 induzidas pela agressão 
celular (proteínas do estresse); 
↪ Efeito antiapoptótico, estabilizador do 
citoesqueleto e ativador de NFkB; 
• Anexina A1: 
↪ Expressa em macrófagos e células da 
micróglia; 
↪ Efeito anti-inflamatório; 
↪ Inibição da fosfolipase A2, impedindo a 
saída de monócitos e neutrófilos dos vasos; 
• Alguns produtos do metabolismo podem 
atuar como alarminas: ATP, fosfatos e 
uratos; 
• Produtos da agressão tecidual: 
↪ Quebra/despolarização de 
macromoléculas da matriz (ex: fibrinogênio); 
↪ Liberação de mediadores associados a 
moléculas da matriz (ex citocinas); 
↪ Derivados lipídicos (participam da resposta 
imediata à agressão): 
▪ Fator de ativação de plaquetas (PAF): 
ativa leucócitos e favorece sua adesão 
e quimiotaxia; 
▪ Prostaglandinas e leucotrienos: 
promovem vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular; 
▪ Lipoxinas e resolvinas: atuam no 
término da inflamação – moléculas anti-
inflamatórias; 
↪ Agressões endógenas (estresse 
metabólico): podem gerar alarminas, como 
proteínas-β-amilóide e moléculas resultantes 
da hiperglicação não enzimática → iniciam 
resposta inflamatória; 
 Mecanismos de defesa: 
• Barreiras mecânicas e químicas no 
revestimento do corpo e de suas cavidades 
(pele e mucosas); 
1. Pele: 
↪ Barreira contra microrganismos, toxinas, 
variação de temperatura e umidade; 
↪ Epitélio ceratinizado 
impermeável/resistente, secreção sebácea, 
microbiota normal; 
↪ Componentes do sistema imune → 
células de Langerhans e numerosos linfócitos 
T na derme (SALT – skin associated 
lymphoid tissue); 
2. . Mucosas: 
↪ Barreira mais frágil, secreção abundante 
(microbicida), microbiota normal; 
↪ Substâncias microbicidas (lisozima, 
defensinas, catelicidinas, IgA); 
↪ Componentes do sistema imune → 
MALT - mucosal associated lymphoid tissue: 
tonsilas, placas de Peyer do íleo, BALT – 
bronchial associated lymphoid tissue; 
• Resposta imunitária; 
↪ Mecanismo de defesa mais eficiente do 
organismo em resposta a uma agressão; 
↪ “Possui receptores para reconhecer as 
moléculas do patógeno ou as moléculas 
sinalizadoras (alarminas) liberadas pelo 
organismo. As alarminas estimulam a 
produção de mediadores que agem na 
microcirculação, permitindo a saída de 
plasma e células inflamatórias com o intuito 
de eliminar ou neutralizar a agressão e 
reparar a lesão (inflamação)”; 
↪ Dividida em: 
1. Inata: reconhecimento e receptores 
limitados; 
2. Adaptativa: reconhecimento e 
receptores quase ilimitados; 
Resposta inata: 
• Seu mecanismo depende de genes definidos 
no período embrionário (linhagem 
germinativa); 
• Muito eficiente – mecanismo de defesa mais 
antigo; 
• Sistema de reconhecimento (receptores) 
limitado; 
• Amplo espectro de ação imediata → 
resposta inespecífica: “desencadeia 
respostas semelhantes contra agressões 
muito diversas”; 
• Associada à resposta adaptativa = cria o 
microambiente que define a qualidade e a 
imunidade desta; 
• Depende da estimulação de receptores 
celulares e tem componentes efetores 
celulares e humorais; 
• Receptores celulares: 
↪ O sistema imunitário tem duas estratégias 
de reconhecimento das lesões: 
1. Receptores que reconhecem 
PAMP/DAMP; 
2. Receptores que reconhecem moléculas 
constitutivas; 
↪ Localizam-se na membrana celular ou 
intracelular; 
↪ Principalmente em células do sistema 
imune, mas também em células endoteliais, 
fibroblastos e células gliais; 
• Receptores de membrana: 
↪ Receptores TLR (tool-like receptors): 
▪ Reconhece PAMP e DAMP; 
▪ Presente em todas células do sistema 
imune; 
▪ Quando ativados, recrutam proteínas 
de adaptação que ativam diferentes 
fatores de transcrição (ex: NFkB → 
ativa genes pró-inflamatórios IRF3/7 → 
ativam genes de IFN-α e β); 
↪ Receptores com domínios de lectina tipo 
C (CLR): 
▪ Reconhece PAMP em células 
dendríticas (ex: infecção por vírus); 
▪ Pode ter domínios intracitoplasmáticos 
inibidores (efeito anti-inflamatório); 
↪ Receptores FPR (formyl peptide 
receptors): 
▪ Presentes em células do sistema imune; 
▪ Reconhecem o peptídeo N-formil de 
origem bacteriana ou da ação 
proteolítica; 
▪ Ativam o deslocamento de fagócitos e 
a explosão respiratória; 
↪ Receptores de membrana que 
reconhecem moléculas endógenas: 
▪ Receptores purinérgicos: expressos em 
leucócitos e reconhecem nucleotídeos 
(ADP e ATP) e adenosina; 
▪ Receptores ativáveis por proteases 
(PAR): expressos em muitas células do 
sistema imune e reconhecem 
proteases (importante na regulação da 
reposta inata); 
▪ Receptores RAGE: se liga a vários 
agonistas (ex: AGE– advanced alycation 
end products – e alarminas endógenas 
como HMGB1 e peptídeo-β-amilóide). 
Importantes na inflamação crônica 
(artrite reumatoide, colite ulcerativa, 
diabetes, etc); 
▪ Receptores de remoção SR (scavenger 
receptors): expressos em macrófagos 
e células endoteliais e reconhecem 
várias moléculas (hemoglobinas, 
haptoglobina, etc); 
↪ Receptores de células citotóxicas naturais 
(KIR): permitem que as células NK 
reconheçam MHC 1 das células em geral, 
inibindo seu efeito citotóxico; 
↪ Receptores leucocitários imunoglobulina-
símile de efeito inibidor (LIR): expressos em 
células de origem mieloide e são importantes 
em células dendríticas para induzir tolerância. 
Inibe ativação da célula (ação anti-
inflamatória); 
↪ Receptores imunoglobulina-símile que 
reconhecem o ácido siálico (Siglec): 
expressos em células de origem mieloide e 
são importantes na modulação da resposta 
inata; 
↪ Receptores para o complemento: regula 
a endocitose de partículas opsonizada por 
C3b e a modulação da resposta de linfócitos 
T e B; 
• Receptores intracelulares: 
↪ Receptores NLR (NOD like receptors): 
formam os inflamossomos, que ativam a 
caspase 1 → ativação de IL-1 e IL-8; 
↪ Receptores RLR (retinoic acid inducible 
gene like receptor): reconhecem RNA e 
DNA de vírus. Ativam proteína da membrana 
mitocondrial (MAVS) que, por sua vez, ativa 
fatores de transcrição e caspases pró-
apoptóticas; 
↪ Receptores da família AIM (absent in 
melanoma): formam inflamossomos com 
auxílio da proteína ASC; 
• Outros mecanismos de reconhecimento: 
↪ Colectinas: manose (MBP), C1q do 
complemento, colectina 43 – ativam o 
complemento após agressão; 
▪ Surfactante pulmonar: um tipo de 
colectina que, além de ativar o 
complemento, reconhece e aglutinina 
patógenos nos alvéolos; 
↪ Anticorpos naturais: produzidos por 
linfócitos B1 nas serosas – reconhecimento 
imediato de patógenos e ativação do 
complemento; 
↪ Linfócitos Tγδ: 1-5% dos linfócitos 
circulantes. Localizam-se principalmente na 
pele e mucosas. Reconhecem moléculas 
MHC 1.; 
• Componentes celulares da resposta imune 
inata: 
↪ Contém receptores que reconhecem a 
agressão e geram mediadores da resposta 
inata; 
 
 
 
↪ Leucócitos: migram dos vasos para os 
locais da agressão → células executoras 
mais importantes das respostas inata e 
adaptativa. Eliminam microrganismos 
invasores → potencialmente lesivos para os 
tecidos; 
↪ Plaquetas: aderem ao endotélio e são 
fonte de mediadores pró-inflamatórios 
(prostaglandinas e leucotrienos), anti-
inflamatórios (lipoxinas) e componentes da 
coagulação sanguínea; 
↪ Mastócitos: presentes no tecido 
conjuntivo e mucosas. Sintetizam citocinas, 
quimiocinas, leucotrienos e protaglandinas. 
Grânulos contendo histamina, heparina e 
proteases. Possui os seguintes receptores: 
▪ Receptores de alta afinidade Fc épsilon 
para IgE; 
▪ Receptores para C3a e C5a; 
▪ β-adrenérgicos (agonistas da 
desgranulação); 
▪ Colinérgicos (agonistas de agentes que 
induzem a desgranulação); 
↪ Células dendríticas: se originam na medula 
óssea e estão presentes em todos os 
tecidos. Realizam endocitose de tecido lesado 
e de corpos estranhos, digestão de 
antígenos proteicos e associação com MHC 
1 e II. São células apresentadoras de antígeno 
nos linfonodos, baço e MALTs. Exemplos: 
células de Langerhans (pele), células de 
Kupffer (fígado) e células reticulares 
dendríticas (linfonodos); 
↪ Células linfoides da imunidade inata (ILCs): 
possuem morfologia de linfócitos, mas 
desprovidos de receptores para antígeno. 
São capazes de produzir citocinas quando 
estimulados. Divididos em 3 grupos, de 
acordo com as citocinas que produzem: 
▪ ILC 1: IFN-γ e TNF-α e ativadores de 
Th1; 
▪ ILC 2: IL-5, IL-9, IL-13, IL-4 e ativadores 
de Th2 ; 
▪ ILC 3: IL-22 e IL-17, ativadores de Th17; 
↪ Células residentes em tecidos: participam 
da resposta inata – tem receptores para 
reconhecer alarminas. 
▪ Células epiteliais, da glia e fibroblastos: 
produzem citocinas e quimiocinas pró-
inflamatórias (TNF-α, IL-1 e IL-6); 
▪ Células musculares esqueléticas: podem 
produzir citocinas pró-inflamatórias ou 
anti-inflamatórias; 
▪ Tecido adiposo: citocina pró-
inflamatória; 
▪ Macrófagos migram dos órgãos para os 
tecidos e, junto com as células 
dendríticas, são os primeiros a sinalizar 
a agressão; 
↪ Terminações nervosas: substância P 
(efeito anti-inflamatório) e CGRO (efeito pró-
inflamatório); 
↪ Células endoteliais: controlam 
permeabilidade vascular, vasomotricidade e 
coagulação; 
▪ Exsudação de leucócitos (diapedese) 
→ dependem das selectinas e 
integrinas (aderem os leucócitos às 
paredes dos vasos); 
▪ Tônus vascular: produz substâncias 
vasodilatadoras (NO e prostaglandina I2) 
e vasoconstrictoras (endotelinas) → 
controle do fluxo sanguíneo e da PA; 
▪ Coagulação sanguínea: produzem 
fatores pró coagulantes (fVW, fator 
tecidual) e fatores anticoagulantes 
(prostaciclina, NO, trombomodulina); 
↪ Componentes humorais: moléculas 
produzidas por células ou que circulam no 
plasma e vão para a matriz extracelular. 
▪ Sensores: reconhece alarminas e induz 
a liberação de mediadores inflamatórios; 
▪ Efetores: executam a resposta 
inflamatória (mediadores inflamatórios); 
▪ “O plasma contém sistemas 
proteolíticos em cascata que produzem 
efeitos específicos ou peptídeos que 
atuam em células fagocíticas e na 
homeostase: coagulação sanguínea, 
fibrinólise, complemento e gerador de 
cininas. Independentemente de sua 
natureza, qualquer agressão pode 
acionar esses sistemas.” 
▪ Coagulação sanguínea: complexos 
moleculares (pré-proteases, cofatores e 
substratos), reunido em um substrato 
de microvesículas liberadas pelo 
endotélio e plaquetas. O produto é a 
polimerização do fibronogênio em 
fibrina pela trombina, culminando no 
trombo estável; 
▪ Fibrinólise: O tPA (endotélio) e o uPA 
(várias células) ativam o plasminogênio 
que se transformará na forma ativa, 
plasmina.. A plasmina é responsável pela 
digestão da fibrina e dissolução do 
trombo; 
▪ Sistema gerador de cininas: íntima 
associação com o sistema de 
coagulação; 
 
Mediadores inflamatórios: 
• “O sistema imune reconhece agressões por 
meio de alarminas, que se ligam a receptores 
celulares, que induzem a síntese e liberação 
de moléculas de natureza variada 
(mediadores inflamatórios), algumas 
estimuladoras (pró-inflamatórias) e outras 
inibidoras (anti-inflamatórias) do processo 
inflamatório.” 
• Inclui citocinas, quimiocinas, mediadores 
lipídicos, aminas vasoativas, neuropeptídios, 
componentes da coagulação, fibrinólise e 
complemento; 
• Citocinas (interleucinas): proteínas que 
regulam a resposta inata e adaptativa. 
Características gerais: 
↪ Sintetizadas por células do sistema imune, 
endoteliais ou do tecido (parênquima ou 
estroma); 
↪ Secretadas por um período curto e 
quantidade limitada; 
↪ Redundância de suas fontes e em seus 
efeitos. Uma mesma citocina pode ser 
produzida por células distintas, tendo 
citocinas diferentes o mesmo efeito; 
↪ Pode ter efeito pleiotrópico (efeitos 
diversos em células diferentes); 
↪ Uma citocina pode influenciar a síntese de 
outra, inibindo-a ou estimulando-a; 
↪ Pode ter ação sinérgica ou antagônica; 
↪ Atuam em receptores celulares; 
↪ Os efeitos se manifestam após indução 
gênica, com síntese de mRNA (efeitos não 
imediatos); 
↪ Citocinas pró-inflamatórias: IL-1, TNF-α, IL-
6, IL-18, IL-17, IFN- γ; 
↪ Citocinas anti-inflamatórias: IL-10, IL-4 e 
TGF-β; 
 
 
• Quimiocinas (“citocinas quimiotáticas): 
caracterizam-se por possuírem resíduos de 
cisteína na extremidade N. Também atuma 
na embriogênese, carcinogênese e 
angiogênese; 
↪ Reconhecidas em receptores 7 voltas na 
membrana acoplados a uma proteína G; 
↪ Funcionalmente podem ser: 
▪ Induzíveis (inflamatórias): secretadas 
após agressão, responsáveis pela 
regulação do tráfego, ativação e 
diferenciaçãodos leucócitos na 
inflamação; 
▪ Constitutivas (homeostáticas): 
responsáveis pela migração de células 
nos órgãos imunes. É reconhecida por 
um receptor privativo (diferente das 
induzíveis); 
• Mediadores lipídicos: fonte = lipídeos de 
membrana (principalmente fosfolipídeos e 
esfingomielina); 
 
 
↪ Prostaglandinas e leucotrienos: 
vasodilatação, vasoconstrição, agregação 
plaquetária, ativação de linfócitos, efeito anti-
inflamatório, etc; 
↪ Lipoxinas: efeito anti-inflamatório e inibidor 
da síntese de leucotrienos; 
↪ Esfingomielinase: liberam ceramida e 
fosforilcolina → inibem a proliferação e 
estimulam a diferenciação celular; 
• Aminas vasoativas: 
↪ Histamina: produzida em mastócitos (mas 
também em plaquetas e basófilos) →liberada 
por agentes físicos, reação alérgica, 
anafilatoxinas, neuropeptídios ou citocinas → 
causa dilatação arterial (aumento da 
permeabilidade vascular); 
 
↪ Serotonina: produzidas em plaquetas e 
células endócrinas do TGI → liberada após 
agregação plaquetária → causa dilatação 
arterial (aumento da permeabilidade 
vascular); 
• Cininas: 
↪ Bradicinina e calidina: vasodilatação de 
arteríolas (aumento da permeabilidade 
vascular), mediadores da dor (efeito 
algigênico). Induz a síntese/liberação de PGDs 
• Componentes do sistema complemento: 
↪ C3a e C5a (“anafilatoxinas”): estimulam a 
liberação de histamina nos mastócitos e ação 
quimiotática em neutrófilos e monócitos, 
ação opsonizadora de bactérias; 
• Componentes da coagulação sanguínea e 
fibrinólise: 
↪ Trombina: estimula receptores ativáveis 
por proteases (PAR) → resulta na produção 
e liberação de selectinas, citocinas e 
quimiocinas, moléculas de adesão de células 
endoteliais, aumento de protaglandinas, PAF 
e NO; 
↪ Fibrina: aumenta a permeabilidade 
vascular, ação pró-inflamatória; 
• Neuropeptídeos: 
↪ Substância P: ação pró-inflamatória 
(vasodilatação); 
↪ CGRP: ação anti-inflamatória (inibe os 
efeitos vasculares da substância P e 
histamina); 
Fenômenos da inflamação: 
• Qualquer que seja sua causa, a reação 
inflamatória envolve uma série de etapas ou 
momentos: 
 
1. Irritação: reconhecimento de alarminas e 
liberação de mediadores; 
2. Modificações vasculares locais; 
3. Exsudação plasmática e celular; 
4. Lesões degenerativas e necróticas; 
5. Eventos que terminam ou resolvem o 
processo inflamatório; 
6. Reparação: proliferação 
conjuntiva/regeneração do tecido lesado; 
 
• Tais fenômenos não são isolados no tempo 
(geralmente se superpõe durante o 
processo inflamatório). 
 
Fenômenos irritativos: 
• Toda inflamação começa com os 
fenômenos irritativos; 
 
Agressão → Alarminas (trazidas pelos 
agentes agressores ou produzidas pela 
agressão) → Liberação de mediadores 
inflamatórios 
 
• Não são morfologicamente visíveis (só pela 
histoquímica/biologia molecular); 
• Alarminas determinam a síntese de 
mediadores tanto pró como anti-
inflamatórios → Define o início e a 
intensidade do processo (depende de quais 
mediadores inflamatórios são liberados); 
• Se no início da agressão há maior quantidade 
de mediadores anti-inflamatórios, a 
inflamação pode ser suprimida na sua fase 
inicial e o organismo fica mais suscetível aos 
efeitos da agressão; 
• Há uma cronologia ideal onde os 
mecanismos pró-inflamatórios antecedem os 
anti-inflamatórios, possibilitando a ocorrência 
e a resolução da inflamação; 
• Mediadores universais (liberados no início da 
inflamação): histamina (liberada por 
mastócitos), substância P e CFRP (liberadas 
por terminações nervosas); 
• Se a inflamação provoca hemorragia, há 
coagulação do sangue e geração de outros 
mediadores (plasmina e fragmentos de 
fibrina estimulam a síntese de cininas e de 
componentes do complemento); 
• Células epiteliais e mesenquimais: produção 
de citocinas (TNF-α, IL-1 e IL-8); 
• Primeiros leucócitos exsudados: produção de 
mais citocinas, quimiocinas e mediadores 
lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos) → 
amplificação de fenômenos vasculares e 
exsudação de plasma e de células; 
• Se há progressão da inflamação, há a 
liberação de mediadores anti-inflamatórios; 
↪ Neutrófilos e macrófagos interagem com 
plaquetas, células endoteliais e epiteliais → 
produção de lipoxinas e resolvinas 
(mediadores anti-inflamatórios); 
 
Fenômenos vasculares: 
• Modificações na microcirculação 
comandadas por mediadores liberados 
durante os fenômenos irritativos: 
↪ Vasodilatação arteriolar: produzida 
inicialmente porhistamina e substância P e 
mantidas por prostaglandinas, leucotrienos e 
PAF → aumento do fluxo de sangue para 
a área agredida, gerando hiperemia ativa e 
fluxo sanguíneo rápido; 
↪ Constrição leve das vênulas: aumento da 
pressão hidrostática na microcirculação; 
• Resultado: aumento da permeabilidade 
vascular → saída de plasma para o interstício 
(hemoconcentração local) → circulação 
lenta; 
• Hiperemia ativa (vermelhidão inicial) torna-se 
progressivamente hiperemia passiva (mais 
escura) de fluxo lento; 
↪ Surge hipóxia local e aumento da 
excreção de catabólitos (ADP e H+), o que 
intensifica a vasodilatação e a abertura dos 
capilares, aumentando a hiperemia; 
↪ Formação de microtrombos pela lesão 
endotelial → agravam o processo 
inflamatório; 
↪ Células endoteliais → fatores vasoativos 
(NO, prostaciclina); 
 
Fenômenos exsudativos: 
• Consistem na saída de plasma e células do 
leito vascular para o interstício; 
• Em geral, a exsudação plasmática precede a 
exsudação celular; 
• A predominância de uma ou outra varia de 
acordo com os mediadores liberados; 
• A exsudação de leucócitos é o elemento 
morfológico mais característico das 
inflamações; 
 
 
 
• Exsudação plasmática: 
↪ Começa nas fases iniciais da inflamação e 
continua durante o processo inflamatório; 
↪ Pode ser rico ou pobre em proteínas; 
↪ Histamina, substância P, prostaglandinas e 
leucotrienos → contração do citoesqueleto 
de células endoteliais → saída de plasma pela 
formação de poros interendoteliais; 
 
↪ Exsudação de proteínas → aumento da 
pressão oncótica → retenção de água 
(edema inflamatório); 
↪ Constitui componente importante da 
imunidade inata: 
1. Possibilita a saída de anticorpos e 
complemento, que têm ação inibidora, 
lítica e opsonizadora sobre 
microrganismos; 
2. O fibrinogênio exsudado sofre 
polimerização e forma um suporte sólido 
de fibrina que favorece a migração de 
leucócitos e funciona como barreira; 
3. Permite a saída de proteínas com ação 
inibidora sobre proteases e removedora 
de radicais livres, reduzindo o potencial 
lesivo da inflamação; 
↪ A saída de plasma independe da 
exsudação celular: há inflamações com 
grande edema (exsudação plasmática) e 
pouco exsudato celular e vice-versa; 
• Exsudação celular: 
1. Marginação leucocitária: leucócitos 
deixam o fluxo sanguíneo (centro do 
vaso) e passam a ocupar a periferia do 
vaso); 
2. Captura e rolamento: aderem-se ao 
endotélio, deslocando-se sobre a 
superfície endotelial; 
3. Adesão e espraiamento: são ativados, 
aderem-se e espraiam-se pelo endotélio. 
4. Migração (diapedese): migram através da 
parede vascular (entre as células 
endoteliais); 
 
↪ Leucócitos saem dos vasos por processo 
ativo, enquanto hemáticas e plaquetas, por 
passivo; 
↪ Nas primeiras 24h de inflamação: 
predomínio de neutrófilos (mais numerosos 
no sangue e têm receptores para vários 
agentes quimiotáticos); 
▪ Ação microbicida efetiva (substâncias 
dos grânulos e produção de radicais 
livres); 
▪ Obs: ação lesiva nos tecidos se 
exacerbação da resposta inflamatória 
(diferente dos macrófagos que tem 
ação microbicida mais leve); 
↪ Após o reconhecimento da agressão, as 
células produzem fatores para o afluxo inicial 
de neutrófilos e monócitos patrulhadores → 
estes rolam e saem do endotélio, onde são 
ativados e juntamente com macrófagos 
residentes e células dendríticas produzem 
citocinas (IL-6, IL-1) e quimiocinas(CXCL 1, 2, 
5, 8), que, por sua vez, atraem 
polimorfonucleares (neutrófilos); 
↪ Os polimorfonucleares ativados passam a 
produzir quimiocinas (CCL 2, 3, 4, 8, 9, 20 e 
23) que atraem monócitos clássicos 
(monócitos inflamatórios), que são ativados 
para macrófagos M1 para matar 
microrganismos → são as células 
dominantes depois de 48h da inflamação; 
↪ Linfócitos, células NK e células linfoides da 
imunidade inata (ILC 1, 2 e 3) também 
migram precocemente, mas em pequeno 
número e dificilmente notados no exsudato 
nas primeiras horas; 
• Quimiotaxia: 
↪ A migração dos leucócitos depende de 
substâncias quimiotáticas, que orientam o 
movimento de células por meio de um 
gradiente de concentração. 
↪ O agente quimiotático é liberado e 
difundido no interstício, criando um gradiente 
que diminui em direção ao vaso; 
↪ Resumindo, os leucócitos saem do caso e 
dirigem-se ao centro do foco inflamatório 
guiados por agentes quimiotáticos; 
↪ Substâncias quimiotáticas: 
1. Exógenas trazidas pelo agente 
inflamatório; 
2. Endógenas: geradas no foco 
inflamatório (ex: quimiocinas produto do 
complemento, substância P, 
leucotrienos e citocinas); 
↪ Principais agentes quimiotáticos e 
leucócitos-alvo: 
Leucócitos-alvo Agentes quimiotáticos 
Neutrófilos Quimiocinas que agem nos 
receptores CXCR2 e 3, C5a, 
leucotrienos, substância P, produtos 
bacteriais solúveis, peptídeos gerados 
da autólise e necrose 
Monócitos Quimiocinas que agem nos 
receptores CCR3, C5a, 
fibrinopeptídeos, proteínas catiônicas 
de polimorfonucleares, produtos de 
degradação do colágeno e 
fibronectina 
Linfócitos Quimiocinas que agem nos 
receptores CXCR3 (linfócitos T 
virgens), que agem nos receptores 
CCR3 (linfócitos T ativados) e que 
agem nos receptores CXCR4 e 5 
(linfócitos B) 
Eosinófilos Fator eosinotático da anafilaxia 
(liberado por mastócitos), eotaxinas 
(quimiocinas CCL12, 21 e 26) e 
moléculas liberadas por helmintos 
Basófilos Moléculas liberadas por helmintos, 
quimiocinas liberadas por linfócitos T 
 
• Células do exsudato inflamatório: 
MONÓCITOS/MACRÓFAGOS: 
↪ Os monócitos deixam a circulação guiados 
por quimiocinas e acumulam-se no local da 
inflamação e passam a ser chamados de 
macrófagos; 
↪ São ativados por citocinas pró-
inflamatórias (macrófagos M1) → aumento do 
tamanho, número de grânulos e REG, 
capacidade de espraiamento, fagocitose e de 
liberar radicais livres; 
↪ Durante a resolução da inflamação, 
sofrem ação de outras citocinas, PGD, 
lipoxinas e resolvinas (macrófagos M2) → 
produz citocinas anti-inflamatórias; 
• Células do exsudato inflamatório: CÉLULAS 
DENDRÍTICAS: 
↪ Morfologia e capacidade fagocitária 
semelhantes à dos macrófagos; 
↪ Em qualquer órgão, essas células fazem o 
processamento local de antígenos e se 
deslocam para os linfonodos regionais ou 
para o baço, onde apresentam os epítopos 
aos linfócitos T; 
 
• Células do exsudato inflamatório: 
NEUTRÓFILOS: 
Células mais numerosas no início da 
inflamação! 
↪ Grânulos azurófilos (MPX, elastase, 
lisozima, defensina); 
↪ Grânulos específicos (gelatinase, 
lactoferrina, lisozima); 
↪ Vesículas secretoras (integrina); 
↪ Importantes na fagocitose e destruição de 
microrganismos; 
↪ Ação de IL-1 e TNF-α na medula óssea 
para produção de leucócitos (linhagem 
granulocíticas), que migram para a circulação, 
onde vivem por 8 horas, sendo destinados 
para os tecidos ou ficando aderidos à parede 
vascular; 
 
 
• Células do exsudato inflamatório: 
EOSINÓFILOS: 
↪ Formados na MO pelo estímulo de 
fatores produzidos por linfócitos T; 
↪ Sai dos vasos pela ação das quimiocinas; 
↪ Pequena atividade fagocitária; 
↪ Quando ativados, têm grande capacidade 
de exocitose e “explosão respiratória” →
citotoxicidade mediada por células 
dependentes de anticorpos; 
↪ Defesa de helmintos, presente em 
dermatites (urticária, pênfigo, etc); 
↪ Modulam reações anafiláticas mediante 
vários mecanismos, como, por exemplo: 
1. Inativação da histamina pela histaminase; 
2. Inativação de leucotrienos pela 
peroxidase; 
3. Inativação da heparina pela proteína 
básica maior; 
• Fagocitose: 
1. APROXIMAÇÃO: deslocamento dos 
fagócitos para reconhecer e fagocitar o 
agente estranho, guiados por estímulos 
quimiotáticos; 
2. ADERÊNCIA (reconhecimento): a 
aderência/reconhecimento da partícula 
através de receptores de remoção 
(receptores SR), receptores TLR, 
integrinas e lectinas. Os receptores Fc 
de IgG (FcyR) favorecem a adesão e 
desencadeiam a ingestão; 
3. ENGLOBAMENTO (ingestão): a 
partícula é envolvida por lamelipódios 
até ser incluída dentro de um vacúolo 
fagocitário ou fagossomo. A ingestão é 
rápida (10-30s após o contato) e 
depende das proteínas contráteis; 
4. DESGRANULAÇÃO: as membranas do 
fagossomo e dos lisossomos do 
fagócito se fundem, possibilitando a 
eliminação de enzimas e outros 
produtos no vacúolo fagocitário, agora 
denominado fagolissomo ou lisossomo 
secundário; 
5. MORTE/DIGESTÃO: todos os fagócitos 
possuem mecanismos microbicidas 
(radicais livres, proteínas dos grânulos, 
NO); 
 
 
• Explosão respiratória: 
↪ Consiste em um conjunto de alterações 
metabólicas em que ocorre grande aumento 
no consumo de O2; 
↪ O fenômeno foi assim denominado, pois 
pensava-se que o O2 consumido fosse 
utilizado na respiração mitocondrial para a 
síntese de ATP necessário para a 
endocitose; 
↪ Entretanto, o motivo é outro: o O2 
consumido é transformado em metabólitos 
muito reativos, os quais originam água 
oxigenada (H2O2) e radicais livres que 
reagem com outras moléculas gerando 
efeitos lesivos; 
↪ A H2O2 e radicais livres (superóxido O2-, 
radicais hidroxila OH-) têm efeito microbicida; 
• Diferença dos efeitos provocados por 
neutrófilos e por macrófagos: 
↪ Neutrófilos: explosão respiratória e 
acidificação do fagolissomo são rápidas e 
acentuadas → degrada totalmente as 
proteínas, prejudicando a apresentação para 
linfócitos → “apresentador de antígeno 
ruim”; 
↪ Macrófagos: explosão respiratória 
acentuada, mas com menor atividade das 
bombas de prótons → hidrólise incompleta 
de proteínas, favorecendo a geração do 
complexo peptídeos-MHC para 
apresentação antigênica → “apresentador 
de antígeno bom”; 
↪ Os grânulos de neutrófilos e macrófagos 
contêm várias proteínas com atividade 
microbicida direta: Lisozima, Lactofefrrina, 
Proteínas catiônicas, Defensinas, Catelicidinas; 
↪ Os macrófagos liberam ainda NO que tem 
efeito microbicida; 
• Células Natural Killer (NK – células citotóxicas 
naturais): 
↪ São variantes de linfócitos com efeito 
citotóxico natural (independente de 
sensibilização e ativação prévia); 
↪ Originados na MO e, mais frequente, no 
baço; 
↪ Atividade citotóxica contra vírus/parasitas 
intracelulares e células neoplásicas (não tem 
efeito nas células normais, porque elas 
possuem um receptor que inibe a ação das 
células NK – receptor KIR “killing inhibitor 
receptor”); 
↪ Mecanismo citotóxico semelhante ao de 
linfócitos T citotóxicos: grânulos com 
perfurinas e granzimas. A perfurina cria um 
poro anfipático por onde entra a granzima 
que promove a apoptose; 
↪ Migram precocemente na inflamação, 
atraídas por quimiocinas, e são importantes 
na modulação da atividade de células 
dendríticas porque possuem IFN-ɣ, IL-4 e IL-
13; 
• Linfócitos: células predominantes nas 
inflamações crônicas; 
↪ Linfócitos T: migram precocemente em 
inflamações, atraídos por quimiocinas 
(número menor do que 
neutrófilos/monócitos) produzem citocinas 
que interferem nas outras células exsudadas; 
↪ Linfócitos B: exusdados, podem se 
proliferar no local da inflamação e se 
diferenciar em plasmócitos, responsáveis 
pela produção de imunoglobulinas; 
• Basófilos: 
↪ Originados na MO e são pouco 
numerosos no sangue (1% leucócitos); 
↪ Desgranulação dos basófilos: armazenam 
e liberam histamina e são moduladores de 
linfócitos T; 
 
Fenômenos alternativos: 
• Degeneraçõese necrose; 
↪ Causado pela ação direta ou indireta do 
agente inflamatório e pode aparecer no 
início ou durante a evolução da inflamação; 
↪ Ocasionalmente, pode representar o 
efeito imediato da ação do agente 
inflamatório, iniciando a irritação com 
liberação de alarminas e mediadores (ex: 
lesão por soda cáustica sobre a mucosa do 
esôfago); 
↪ Resultam, principalmente, da atividade de 
produtos de células do exsudato, trombose 
ou fenômenos imunes; 
↪ Em algumas inflamações, a necrose é 
componente comum e importante na 
doença (ex: tuberculose); 
 
Fenômenos resolutivos: 
• Após a eliminação do agente agressor; 
• “Mecanismos anti-inflamatórios naturais” 
• Diminuição da resposta inflamatória → 
diminuição de mediadores inflamatórios → 
diminuição de fenômenos vasculares e 
exsudativos; 
• Durante a resposta inflamatória, mecanismos 
anti-inflamatórios locais neutralizam os efeitos 
dos fatores pró-inflamatórios; 
• Inflamação aguda: termina em, 
aproximadamente, 12 semanas (depende da 
eficácia da resposta); 
• Inflamação crônica: duração acima de 24 
semanas (fracasso dos mecanismos de 
eliminação ou autoagressão imune); 
• Mecanismos locais: 
1. Modificações em receptores nas células 
do exsudato e dos tecidos: aumento da 
receptores anti-inflamatórios. Exemplo: 
aumento de receptores adrenérgicos, 
colinérgicos, purinérgicos P2 e para 
histamina H2 → ação anti-inflamatória; 
2. Geração de mediadores com efeitos 
anti-inflamatórios: Lipoxinas, resolvinas, 
ciclopentonas (PGJ2), 
protetinas/neuroprotetinas, anexinas, 
etc; 
3. Mudança no comportamento das 
células do exsudato (tendência a 
apoptose ou função anti-inflamatória): 
ex: macrófago M2 sintetiza TGF-β e 
IL-10, que inibe a ação pró-inflamatória 
dos linfócitos T e macrófagos M1 
(capazes de fagocitose) 
4. Exudação de células com função 
reguladora: diminuição de estímulos de 
sobrevivência e aumento de estímulos 
pró-apoptóticos; 
• Mecanismos sistêmicos: 
↪ Endorfina e melanocortinas: inibe linfócitos 
e fagócitos; 
↪ IL-1, TNF-α, IL-6, IFN- ɣ : atuam no fígado 
e no SNC → antiproteases, ceruloplasmina, 
proteína C reativa → inibem sistemas 
proteolíticos, mediadores da coagulação e 
fibrinólise, complemento, sistema das cininas, 
diminui o efeito de radicais livres, inibe a 
ativação de linfócitos, etc; 
↪ Citocinas: atuam no hipotálamo liberando 
ACTH atua → atua na adrenal produzindo e 
liberando glicocorticoides → ação anti-
inflamatória (diminuição da permeabilidade 
vascular, quimiotaxia e ativação de 
fagócitos/linfócitos T, síntese de lipocortinas, 
etc); 
 
Fenômenos reparativos: 
• Uma inflamação pode provocar 
degenerações ou necrose, que devem ser 
reparadas por regeneração ou cicatrização; 
• As quimiocinas, citocinas e fatores de 
crescimento liberados pelos tecidos 
inflamados orquestram os fenômenos de 
reparação, em paralelo aos fenômenos 
resolutivos, de tal modo que a resolução e a 
reparação sejam simultâneas e 
coordenadas; 
 
Resposta inflamatória 
sistêmica: 
• A extensão da inflamação para todo o 
organismo se deve à disseminação do 
próprio agente inflamatório ou de alarminas 
a partir do local agredido; 
• Independentemente da causa, as 
características gerais são semelhantes, 
denominada síndrome da resposta 
inflamatória sistêmica (SIRS); 
• SIRS devido à agente inflamatório: sepse; 
• Distúrbio vascular associado à essa condição: 
choque séptico; 
• Critérios de SIRS (American College of 
Physicians): 
1. Hipertermia (>38° C) ou hipotermia 
(<36° C); 
2. Frequência cardíaca > 90bpm; 
3. Frequência respiratória > 20 
movimentos/min ou paCO2 < 32 torr; 
4. Leucócitos > 12.000 ou < 4.000/mm³; 
• Resposta inflamatória sistêmica crônica: 
↪ Recentemente foi proposto que doenças 
degenerativas crônicas, como aterosclerose, 
DM tipo 2, osteoartrose e doenças 
neurodegenerativas, acompanham-se ou são 
procedidas de um estado inflamatório 
crônico sistêmico; 
↪ Esse estado inflamatório crônico sistêmico 
é interpretado por níveis séricos elevados da 
proteína C reativa e de citocinas pró-
inflamatórias (IL-1, TNF-α, IL-6); 
↪ Parece que a persistência dessa resposta 
inflamatória crônica se deve a: 
1. Aumento da produção de moléculas 
hiperglicadas e radicais livres; 
2. Dislipidemia, que favorece modificações 
na relação entre ácidos graxos pró e 
anti-inflamatórios; 
3. Alterações na resposta do eixo 
hipotálamo-hipófise e do sistema 
nervoso autônomo após agressões; 
 
Medicamentos anti-
inflamatórios: 
ESTEROIDES • Estabilizam membranas (diminui 
fagocitose exocitose de fagócitos); 
• Diminuição da permeabilidade 
vascular e ativação endotelial 
(bloqueio das moléculas de adesão); 
• Ação antifibrinogênica; 
NÃO 
ESTEROIDES 
• Interferem na síntese de 
protaglandinas e leucotrienos; 
• Bloqueadores da dor e do edema 
inflamatório; 
• Ex: inibidores da COX1 (ácido 
acetilsalicílico) e COX2; 
 
Nomenclatura: 
• Inflamação aguda: 
↪ Inflamação exsudativa: predomina a 
exsudação plasmática, principalmente em 
serosas, com acúmulo de líquido e/ou fibrina 
(inflamação serosa, fibrinosa ou sero-
fibrinosa). O termo “inflamação sero-
hemorrágica” é usado se há hemorragia; 
 Ex: pleurites, peritonites, pericardites; 
↪ Inflamação catarral: em mucosas, com 
exsudação de líquido e leucócitos na 
superfície, associada a descamação do 
epitélio e secreção de muco. A forma 
crônica pode causar atrofia da mucosa 
(inflamação atrófica); 
 Ex: faringite, laringite, gastrite crônica 
atrófica; 
↪ Inflamação pseudomembranosa: 
geralmente possui etiologia bacteriana, que 
produz toxinas que causam necrose do 
epitélio, exsudação e fibrina. A fibrina forma 
uma “membrana” espessa sobre a mucosa; 
 Ex: laringite diftérica, colite 
pseudomembranosa; 
↪ Inflamação necrosante: necrose 
associada; 
 Ex: enterocolite necrosante; 
 ↪ Inflamação purulenta (supurativa): 
etiologia bacteriana, caracterizada pela 
formação de pus (fibrina, restos celulares e 
fagócitos). Pode ser aguda ou crônica e 
ocorrer em qualquer órgão/tecido; 
↪ Pústula (seca ou úmida): inflamação 
purulenta aguda circunscrita da pele e 
mucosa; 
 Ex: piodermite por estafilo/streptococos, 
varicela (catapora); 
↪ Abscesso: coleção de pus em uma 
cavidade neoformada, circundada por uma 
cápsula de tecido inflamado; 
↪ Furúnculo abscesso na derme ou TSC, 
geralmente por estafilococos que penetram 
nos folículos pilosos e glândulas sebáceas; 
↪ Fleimão/flegmão: inflamação purulenta 
difusa no qual o pus se infiltra no tecido 
conjuntivo, sem formar uma cápsula 
(diferente de abscesso); 
↪ Coleção de pus em cavidades naturais: 
empiema (pleura), pioperitônio, piartro 
(articulação), piocele, piossalpinge, etc; 
• Inflamação crônica: 
↪ Persistência da inflamação por mais de 6 
meses; 
↪ Predomínio dos fenômenos tardios da 
resposta (ex: fenômeno reparativo); 
↪ Diminuição/ausência dos sinais iniciais 
típicos (eritema, edema, etc); 
↪ Microscopia: atividade inflamatória com 
exsudato celular composto 
predominantemente de mononucleares 
(macrófagos e linfócitos), fenômenos 
alterativos e áreas de 
regeneração/reparação; 
• Inflamação granulomatosa: 
↪ Caracterizam-se por modificações nas 
células inflamatórias do exsudato, que se 
organizam e formam agregados 
circunscritos, denominados granulomas, com 
predomínio de macrófagos; 
↪ Granulomatosa epitelioide: macrófagos se 
agrupam e formam pregas interdigitantes, 
unindo-se de forma semelhante às células 
epiteliais; 
 Ex: esquistossomose, tuberculose; 
↪ Granulomatosa do tipo corpo estranho: 
mais “frouxo”, sem pregas interdigitantes; 
↪ Formação de células gigantes 
multinucleadas (fusão de macrófagos); 
 Ex: células de Langhans, com núcleos 
periféricos (comum na tuberculose) e células 
gigantes do tipo corpo estanho (distribuição 
irregular dos núcleos); 
• Inflamações hipertrofiantes ou hiperplásticas: 
↪ Inflamações crônicas acompanhadas por 
acentuadaneoformação conjuntivovascular 
(fenômeno reparativo cicatricial exagerado) 
ou de hiperplasia do parênquima do órgão 
(principalmente de mucosas) → pode 
formar elevações da superfície (pólipos); 
 Ex: colite poliposa; 
• Inflamações esclerosantes: 
Inflamação crônica com neoformação e 
retração fibrosa excessiva, que alteram a 
arquitetura e a função de um órgão; 
 Ex: fibrose pulmonar secundária à 
pneumonia intersticial; 
• Proteínas de fase aguda: marcadores da 
inflamação;

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