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LIVRO ARTE E EDUCAÇÃO NÃO FORMAL KLS UNOPAR

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Arte e educação 
não formal
Tatiana Romagnolli Peres
Arte e educação não 
formal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Peres, Tatiana Romagnolli 
 
 ISBN 978-85-8482-448-9 
 1. Arte – Educação e ensino. 2. Educação não formal. 3. 
 Museus. 4. Espaços culturais. 5. Patrimônio cultural. I. Título.
 CDD 708 
Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
 200 p.
P437a Arte e educação não formal / Tatiana Romagnolli Peres. – 
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Dieter S. S. Paiva
Camila Cardoso Rotella
Emanuel Santana
Alberto S. Santana
Regina Cláudia da Silva Fiorin
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Parecerista
Rosângela de Oliveira Pinto
Editoração
Emanuel Santana
Cristiane Lisandra Danna
André Augusto de Andrade Ramos
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 1 | Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, 
escolas de arte, galerias
Seção 1 - Sobre a importância da formação em arte 
1.1 | A importância da arte e da formação em arte
1.2 | Arte e sua relação com os espaços
Seção 2 - Espaços culturais para a arte 
2.1 | Museus 
2.2 | Centros de cultura
2.3 | Escolas de arte
2.4 | Galerias
7
11
11
23
31
31
42
44
46
Unidade 2 | Interação entre os espaços de educação formal e não formal
Seção 1 - Delimitações sobre espaço formal e não formal 
2.1 | Espaço formal
1.1 | Espaço não formal
Seção 2 - Arte em diferentes espaços 
1.1 | A arte começa na escola?
1.2 | Possibilidades da integração entre educação formal e não formal
59
63
63
78
87
87
92
Unidade 3 | Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação 
de bens culturais
Seção 1 - Conceitos de exposição, curadoria, monitoria 
1.1 | Exposição
1.2 | Curadoria
1.3 | Monitoria
Seção 2 - Patrimônio e conservação 
2.1 | O que é patrimônio cultural?
2.2 | Conservação de bens culturais
107
111
111
120
130
137
137
143
Unidade 4 | Praticas pedagogicas em sala de aula
Seção 1 - Novas práticas para a arte-educação: desafios de
aproximação entre educação formal e não formal 
1.1 | Os novos desafios para a aproximação da educação formal e não formal
153
157
158
Sumário
1.2 | Visitando exposições de arte: discussões, propostas e sugestões
introdutórias
Seção 2 - Reflexões sobre o museu virtual como prática
educativa
171
187
Apresentação
Atualmente, diversos questionamentos se interpõem frente à educação em 
arte. Muitos buscam desvendar e contribuir para a proposição de novos caminhos 
que tentam desvendar as potências implícitas ou explícitas do conhecimento em/
sobre arte. 
Contudo, um fator chama a atenção quando se atenta para as implicações da 
arte: as constantes e atuais transformações do universo informacional e tecnológico. 
É evidente que muitas dessas transformações, que, muitas vezes, são originárias de 
outras áreas, acabam também desencadeando uma série de mudanças nos modos 
de fazer, compreender, apreciar, pesquisar ou de relacionar-se com a arte e com 
seus desdobramentos. Em razão disso, interpõem-se questões sobre a capacidade 
de adaptação dos conteúdos ou metodologias da aula de arte. 
Por esse motivo, este livro visa debater como possíveis conexões entre espaços 
de educação formal e não formal podem alavancar as potencialidades da arte e 
cooperar de modo significativo para o surgimento de possibilidades educacionais 
que estimulem e instiguem os novos perfis de estudantes da contemporaneidade.
Dessa forma, o livro Arte e Educação Não Formal objetiva discutir novas práticas 
e abordagens pedagógicas que tenham em vista ultrapassar os muros das escolas, 
alcançando outros possíveis lugares para formação e construção do conhecimento, 
mesmo que esses sejam simplesmente espaços virtuais. Neste material, você terá 
acesso a informações que demandam discutir sobre esses possíveis espaços não 
formais de formação e sua relação com o conhecimento em arte. A intenção será 
refletir sobre como esses espaços não formais podem cooperar para a criação de 
novos ambientes de intervenção e interação educacional.
A Unidade 1, "Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas 
de arte, galerias", possui duas seções. A primeira seção, "Sobre a importância da 
formação em Arte", compreende delimitações sobre a relevância da arte para 
a compreensão do universo comunicacional e imagético. A segunda, "Espaços 
culturais para a Arte", aponta como diferentes espaços culturais podem contribuir 
para a formação em arte.
Na Unidade 2, Interação entre os espaços de educação formal e não formal, 
encontram-se duas seções, sendo que a primeira, "Delimitações sobre o espaço 
formal e não formal", apresenta definições sobre educação formal e não formal. 
Assim, a segunda, "Arte em diferentes espaços", proporciona formas de pensar a 
interação entre espaços formais e não formais na arte-educação.
Já a Unidade 3, "Conceitos de exposição, curadoria, monitoria e conservação 
de bens culturais", apresenta duas seções. A primeira, "Conceitos de exposição, 
curadoria, monitoria", discute delimitações e especificidades desses termos. 
A segunda, "Patrimônio e conservação", trata de evidenciar a valorização e 
conservação do patrimônio cultural brasileiro.
Por fim, a Unidade 4, "Práticas pedagógicas em sala de aula", apresenta 
também duas seções. A primeira, "Novas práticas para a arte-educação: desafios 
da aproximação entre educação formal e não formal", direciona debates sobre 
propostas de aproximação entre educação formal e não formal por meio da visita 
a museus. Já a segunda, "Reflexões sobre o museu virtual como prática educativa", 
aborda a importância da exploração de museus virtuais nas aulas de Arte.
Bons estudos!
Tatiana Romagnolli Peres
Unidade 1
ARTE E OS ESPAÇOS 
CULTURAIS: MUSEUS, CENTROS 
DE CULTURA, ESCOLAS DE 
ARTE, GALERIAS
Na primeira seção desta unidade, compreenderemos a relevância da 
arte para a compreensão do universo comunicacional e imagético. Tais 
conteúdos convergirão para reflexões sobre as potencialidades da arte e, 
Seção 1 | Sobre a importância da formação em Arte
Objetivos de aprendizagem 
Nesta unidade, você irá compreender a importância da arte e do universo 
imagético para a atualidade e como ambos tornaram-se imprescindíveis para 
entender as relações do homem contemporâneo. Além disso, compreenderá que 
a arte pode ser um grande instrumento de comunicação, percebendo ainda que 
ela pode portar influências advindas de relações sociais e culturais precedentes. 
Nesse contexto, a posição de importância da arte na contemporaneidade será 
evidenciada por meio de análises sobre a sua função a partir das contribuições 
da arte-educação. Para tanto, serão evidenciadas as propostas de intervenção 
de espaços culturais específicos como museus, centros de cultura, escolas 
de arte e galerias. Também serão sugeridas reflexões que contribuirão para o 
estabelecimento de novos posicionamentossobre a arte por meio de correlações 
dessa com possíveis espaços de produção, apresentação e apreciação artística 
vigentes. Essas informações podem ser fundamentais para que você possa 
entender que a formação em arte ultrapassou, há tempos, os limites de escolas.
Tatiana Romagnolli Peres
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
8
consequentemente, da imagem na formação dos indivíduos. Essas discussões 
convergirão, do mesmo modo, para a necessidade de pensar a respeito das 
relações estabelecidas entre a arte-educação e os espaços culturais.
Já a segunda seção se desdobrará sobre os diferentes espaços culturais que 
podem contribuir para a educação cultural e formação em Arte. Sendo assim, 
serão abordados assuntos referentes às ações e possibilidades de intervenções 
sugeridas por museus, centros de cultura, escolas de arte e galerias.
Seção 2 | Espaços culturais para a Arte
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
9
Introdução à unidade
Qual a importância da arte? Em que espaços pode-se ter acesso à arte? Uma 
educação para a arte pode ser acessada somente por meio de instituições formais 
de ensino, como a escola? A arte é capaz de portar alta quantidade de elementos 
informacionais e comunicacionais. Dessa forma configura-se como importante 
instrumento de comunicação humana. Em função dessas constatações, percebe-se 
que o lugar que a arte ocupa atualmente na formação dos diferentes grupos tornou-se 
extremamente relevante na medida em que percebemos que ela contribui de maneira 
pontual para a construção de sujeitos muito mais críticos, criativos e capazes de melhor 
compreender a realidade que os cerca.
Nesta unidade, faremos uma viagem por diferentes questões que embasam 
o conhecimento sobre a importância da arte para a formação dos indivíduos, 
abarcando questões que amparam a ideia de que se tornou imprescindível o contato 
e ampliação de conhecimento sobre a necessidade da arte. Configura-se, portanto, 
um momento em que se buscará promover a compreensão de como a arte e os 
espaços em que esta é apresentada são essenciais para o desenvolvimento estético. 
Para que isso ocorra, destacaremos também que a arte pode ser encontrada em 
ambientes surpreendentes e alternativos que rompem com lugares estereotipados 
ou elitistas.
Para tanto, na primeira seção, "A importância da arte e de seus espaços culturais", 
o estudante entenderá as potencialidades da arte e as influências dos espaços para 
a educação não formal. Na segunda seção, 'Espaços culturais para a arte", você irá 
conhecer diferentes espaços culturais para a exposição de objetos artísticos/obras 
de arte como museus, centros de cultura, escolas de arte e galerias.
Cultura: “Do verbo latino colere, que significa cultivo, cuidado com 
as plantas, os animais e tudo o que se relaciona com a terra, como a 
agricultura. Designava também o cuidado com os deuses, de onde vem 
a palavra ‘culto’; também era aplicada ao cuidado com as crianças e com 
sua educação, referindo-se ao cultivo do espírito. É neste último sentido 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
10
que o termo é usado até hoje. Do ponto de vista da Antropologia, o termo 
‘cultura’ refere-se a tudo o que o ser humano faz, pensa, imagina, inventa, 
porque ele é capaz de viver somente guiado por seus instintos, ele é levado 
a construir ‘ferramentas’ que possam ajudá-lo a instalar-se no mundo, a 
sobreviver, a desenvolver sua humanidade. A essas ferramentas dá-se o 
nome de cultura. [...] Em sentido restrito, diz respeito à produção ligada 
às diferentes práticas artísticas, ou seja, às manifestações que façam uso 
das linguagens artísticas, populares ou eruditas” (ARANHA; MARTINS, 
2009, p. 409-411).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
11
Seção 1
Sobre a importância da formação em Arte
Nesta seção, iremos desvendar informações sobre importância da arte e 
compreender como ela pode interferir ativamente na construção crítica dos indivíduos. 
Abordaremos, para tanto, modos que possibilitarão a apreensão do potencial 
informacional, muitas vezes subjetivo, contido tanto na arte quanto nas imagens, 
sejam elas artísticas ou não. Discutiremos sobre como o universo imagético tornou-se 
imprescindível para as relações sociais e culturais do homem contemporâneo. Além 
disso, nesta seção, também será possível notar aprofundamentos sobre como a arte 
pode exercer ativamente sua função, ainda que encontrada em espaços culturais 
diferenciados, que rompem com a perspectiva óbvia da sala de aula, da educação 
formal. Por isso, você poderá notar como a arte se relaciona com os espaços em que 
é exposta e qual o papel que esses espaços podem ocupar atualmente na educação 
não formal sobre Arte.
1.1 A importância da arte e da formação em arte
Qual a importância da imagem e da arte para você? Com base no que imaginou 
previamente, você poderá embrenhar-se em um outro universo que tentará a 
desvendar os segredos contidos na arte e por consequência na imagem. De diferentes 
O homem anseia por absorver o mundo circundante, integrá-
lo a si; anseia por estender pela ciência e pela tecnologia o 
seu "Eu" curioso e faminto de mundo até as mais remotas 
constelações e até os mais profundos segredos do átomo; 
anseia por unir na arte o seu "Eu" limitado com uma existência 
humana coletiva e por tornar social a sua individualidade.
 Ernst Fischer
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
12
pontos de vista, vários autores, que serão estudados nesta unidade, debruçaram-se 
sobre inúmeras pesquisas na tentativa de desvendar e discutir a importância da arte, 
sua relação com o processo de aprendizagem e com a educação. Em função disso, 
é sabido que a arte-educação contribui amplamente com o desenvolvimento do 
aluno, podendo também colaborar na construção de criticidade e percepção do 
mundo. De acordo com Buoro (2003, p. 33), “a finalidade da Arte na educação é 
propiciar uma relação mais consciente do ser humano no mundo e para o mundo, 
contribuindo na formação de indivíduos mais críticos e criativos que, no futuro, 
atuarão na transformação da sociedade”.
Por isso, pode-se imaginar antecipadamente que as relações estabelecidas entre 
arte e educação não são isentas de potencialidades extremamente importantes, não 
podendo, portanto, ser considerada desnecessária ao currículo. Consequentemente, 
é possível afirmar que a educação, em suas variadas instâncias, coexiste com a arte, 
num processo de dependência mútua. Essas relações denotam consequências 
altamente complexas para a arte-educação, já que complementam e influenciam o 
processo de ensino-aprendizagem. Inquestionavelmente, reafirma-se a necessidade 
da presença permanente da arte-educação nos currículos.
Sendo assim, todas essas discussões iniciais giram em torno da ideia de se 
pontuar claramente qual é a verdadeira função da arte na formação educacional, 
metodológica, cultural ou histórica do indivíduo. A arte pode ser vista como reflexo 
de diferentes relações sociais. Pode ser percebida também como um modo do 
indivíduo, seja ele pertencente a qualquer época ou lugar, compreender seu entorno 
e, consequentemente, estabelecer relações com a cultura circundante. Para reforçar 
essa percepção sobre a função da arte, vale analisar a fala de Buoro (2003, p. 23) 
É necessário introduzir a arte na educação como uma 
metodologia pedagógica e como uma metodologia para 
adquirir conhecimentos. O fato é que é necessário introduzir 
noções pedagógicas na arte para afinar o rigor da criação e 
para melhorar a comunicaçãocom o público ao qual o artista 
quer se dirigir. O fato é que não há verdadeira educação 
sem arte nem verdadeira arte sem educação. O fato é que o 
artista que não consegue sobreviver no mercado vai ensinar 
sem saber como ensinar. O fato é que o professor que não 
tem ideias não se atreve a recorrer à arte para tê-las. O fato, 
trágico, é que aceitamos socialmente que é possível ensinar 
sem rigor e que somente pode se fazer arte por designação 
divina. [...] arte e educação são uma mesma atividade que se 
formaliza em meios diversos (CAMNITZER, 2009, p. 20-21).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
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ao assegurar que “em cada momento específico o homem tenta satisfazer suas 
necessidades socioculturais também por meio de sua vontade/necessidade de Arte”.
Logo, há que se pensar que a arte é primeiramente e, no mínimo, necessária.
Ao longo de toda a vida, cada indivíduo entra em contato com uma quantidade 
incalculável de imagens cotidianamente. Dessa maneira, devemos refletir que 
“imagens impõem presenças que não podem persistir ignoradas ou subestimadas 
em sua potencialidade comunicativa” (BUORO, 2003a, p. 35). Faz-se necessário 
compreender o mundo imagético e informacional circundante.
Contudo, uma questão se faz presente: as imagens são mesmo relevantes 
na contemporaneidade? A resposta a essa pergunta decorre de um outro 
questionamento: onde encontramos imagens? Todos poderiam citar uma infinidade 
de espaços, até porque a quantidade de imagens a que se tem acesso atualmente 
tornou-se praticamente incalculável. Elas encontram-se na internet, nos celulares, 
A arte, portanto, se faz presente, desde as primeiras 
manifestações de que se tem conhecimento, como linguagem, 
produto da relação homem/mundo. Neste sentido, não 
existe homem puro, o ser biológico separado de suas 
especificidades psicológicas, sociais e culturais. Cada uma 
dessas especificidades está presente e sempre esteve presente 
na vida humana, e é por meio delas que, desde os tempos 
mais remotos, o homem foi se relacionando com a natureza 
e com o mundo ao seu redor, construindo as possibilidades 
de sua sobrevivência e desenvolvimento. A arte, enquanto 
linguagem, interpretação e representação do mundo, é parte 
deste movimento. Enquanto forma privilegiada dos processos 
de representação humana, é instrumento essencial para o 
desenvolvimento da consciência, pois propicia ao homem 
contato consigo mesmo e com o universo. Por isso, a arte é 
uma forma de o homem entender o contexto ao seu redor e 
relacionar-se com ele (BUORO, 2003, p. 20).
FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
14
nos outdoors, nas revistas, na televisão, na escola, nos livros escolares dos alunos de 
todas as idades ou em outros inúmeros lugares ou espaços. 
No entanto, acessa-se cotidianamente um número de imagens, que podem ou 
não ser arte, mas que inundam seu repertório visual, mesmo que imperceptivelmente. 
Há, portanto, uma urgência em se pontuar e destacar qual o papel da imagem/arte 
para a formação do indivíduo, começando pela definição da importância que tanto 
a imagem quanto a arte possuem. Logo, é necessário investir em uma educação 
pautada em imagens e em sua compreensão. É imprescindível, sobretudo, 
uma alfabetização a partir das visualidades, decodificando o mundo imagético e 
compreendendo suas correlações. Sendo assim, para Buoro (2003a, p. 34-35):
De forma categórica, podemos afirmar que já, há algum tempo, o homem 
contemporâneo convive com tantas imagens que essas passaram a fazer parte do 
seu dia a dia. A grande quantidade de imagens que vemos todos os dias pode se 
tornar prejudicial para a compreensão e distinção do valor da imagem? Autores 
como Vilém Flusser (2007) ponderam que o excesso de visibilidade dado às imagens 
pode ser prejudicial à visualidade e à compreensão do mundo, já que acabam 
interpondo-se na percepção do mundo. Dessa forma, Flusser (2007, p. 143) afirma 
que “o propósito das imagens é dar significados ao mundo, mas elas podem se 
tornar opacas para ele, encobri-lo e até mesmo substituí-lo”. 
A substituição assegurada por Vilém Flusser (2007) pressupõe que as imagens 
produzidas pelos aparelhos eletrônicos são incalculáveis e, por isso, tornam-se 
substitutas dos próprios objetos. O autor ainda continua explicando como superarmos 
tal problema entre excesso de imagens e a percepção do mundo, à medida que ele 
desvenda que uma das formas seria tornando compreensível o universo imagético. 
Dessa maneira, afirma que “as imagens são mediações entre o homem e o seu mundo 
[...]. São ferramentas para superar a alienação humana. [...] É necessário aprender a 
As imagens, que aparecem majoritariamente com função 
intransitiva de mera decoração nos livros de ensino 
fundamental e da educação infantil, surgem assim como que 
parcialmente emudecidas e, portanto, incapacitadas para 
fornecer significados a professores e crianças e, mais ainda, para 
encaminhá-los no sentido de sua apropriação como poderoso 
recurso a serviço da prática pedagógica. É imperativo investir 
numa prática que transforme esses sujeitos em interlocutores 
competentes, envolvidos em intenso e consistente diálogo com 
o mundo, estimulados para isso por conexões e informações 
que circulam entre verbalidade e visualidade. 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
15
decifrar essas imagens, é preciso aprender as convenções que lhes imprimem 
significados” (FLUSSER, 2007, p. 142).
A chave fundamental para superar esse processo de alienação é começar a 
compreender os códigos imagéticos trazidos pelas imagens. No entanto, ainda 
existem muitas referências a respeito dos prejuízos ocasionados pelos excessos 
de imagem. Uma das principais discussões ainda se refere a essa possibilidade das 
imagens se tornarem “biombos”, encobrindo o mundo e, consecutivamente, a visão 
crítica de fatos ou informações. Essas implicações determinam que a percepção do 
mundo visível também pode se tornar ofuscada, limitada ou destorcida. Pimentel 
(2003, p. 85-87) adverte que:
Você já observou que, em parques, espaços públicos, 
exposições de grandes obras de arte ou até mesmo nas 
escolas, o ato de fotografar tem se tornado mais importante 
do que a simples observação das formas, dos objetos, dos 
momentos, das paisagens?
Você, em algum momento importante, já se preocupou mais 
em tirar uma fotografia do que em apreciar o acontecimento? 
Você já retomou todas as imagens que fotografou para 
observá-las e apreciá-las calmamente?
Nos dias de hoje, a imagem visual tem uma presença cada 
vez maior na vida das pessoas. Imagens nos são apresentadas 
e reapresentadas a todo momento, num misto de criação e 
recriação. A apropriação e transformação de imagens procura 
dar uma nova significação a imagens já conhecidas e, ocupa 
grande espaço na mídia, sendo cada vez mais usadas em 
cartazes, outdoors e nos meios de comunicação eletrônicos. 
Devido à velocidade com que vemos as imagens, nem sempre 
podemos pensar sobre elas e selecionar as que devem fazer 
parte do nosso repertório imagético, isto é, da referência 
visual que gostaríamos de deixar registrada. Nesse contexto, 
é importante desenvolver-se a competência de saber ver e 
analisar a imagem, para que se possa, ao produzir imagens, 
fazer com que ela tenha significação [...]. Assim, é preciso 
conhecer a produção artística visual contemporânea, valorizar 
nossa herança cultural e ter consciência da nossa participação 
enquanto fruidores e construtores da cultura do nosso tempo. 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
U1
16
Como compreender o universo imagético? Como tornaro alfabetismo visual 
acessível, consciente e necessário ao desenvolvimento humano? Essas respostas 
encontram-se, certamente, nos caminhos que levam à arte-educação, seja ela 
formal ou não formal. A tomada de consciência da potencialidade do mundo 
imagético perpassa por desvendamentos fornecidos pelo universo da arte e, hoje, 
são fundamentais para o estabelecimento da importância desses objetos.
Qual a distinção entre imagem e arte? Toda imagem observada pode ser 
considerada uma obra de arte ou imagem artística? É possível assegurar que existe 
uma distinção muito pontual entre imagens artísticas ou não, mas é necessário 
destacar que a arte pode se utilizar frequentemente de imagens em suas criações. 
Do mesmo modo, os arte-educadores também se utilizam de imagens durante 
o processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, esta seção se debruça sobre 
discussões que abrangem tanto a imagem quanto a arte, por compreender, nesse 
momento, que em diversos contextos, não há como separar uma e outra. 
No entanto, para serem consideradas artísticas, as imagens devem respeitar uma 
série de critérios como, por exemplo: intenção de criação artística ou preocupação 
com ineditismo, unicidade (criação única), proposição de uma poética, criatividade, 
entre outros. Apesar disso, tanto a imagem artística quanto não artística possuem 
signos passíveis de leitura e análise. Porém, a leitura de imagens é diferente daquela 
que acontece com textos lineares produzidos pela escrita tradicional. 
Na imagem, a leitura acontece de forma livre e de modo não linear, já que os 
olhos caminham livremente pelo espaço. O mesmo não ocorre na escrita, pois ela 
possui uma lógica que deve ser obedecida durante a leitura, como, por exemplo: da 
esquerda para a direita, de cima para baixo. Já as imagens possuem códigos abertos, 
ou seja, códigos que não podem ser precisamente determinados como ocorre no 
caso do alfabeto. Desse modo, as informações sugerem a ocorrência de diferentes 
interpretações durante a leitura de uma mesma imagem ou obra de arte. Essas 
diferenças de interpretação dependem da vivência, da bagagem informacional ou 
da cultura que cada pessoa que observa e busca compreender a imagem possui. Por 
Visualidade: qualidade ou estado de ser visual ou visível; visibilidade. Imagem 
mental ou pictórica; visualização.
Visibilidade: qualidade ou caráter do que é visível, do que pode ser percebido 
pelo olhar; percepção pelo sentido da visão.
Disponível em: <http://www.aulete.com.br/visualidade>. Acesso em: 18 fev. 
2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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17
Curiosidade
Você já brincou de olhar para o céu e determinar as formas que cada nuvem 
possui? E você já fez essa brincadeira, mesmo quando criança, junto com 
outras pessoas? Você já notou como é comum cada uma das pessoas 
encontrar formas completamente diferentes para uma mesma nuvem?
O mesmo pode acontecer com uma obra de arte ou uma imagem!
Cada uma das pessoas tem impressões, sensações ou percepções diferentes 
diante de uma mesma obra.
isso, compreende-se que um mesmo traço pode representar diferentes objetos ou 
formas, dependendo do contexto em que está inserido e da pessoa que o observa.
Para explicar as potencialidades da imagem, há que se adentrar mais 
profundamente nos conceitos que as embasam. E, se imagens possuem códigos 
passíveis de leitura, há que se compreender o que são os códigos e qual sua função 
na comunicação. Nesse contexto, Flusser (2007, p. 130) afirma que “um código é 
um sistema de símbolos. Seu objetivo é facilitar a comunicação entre os homens. 
Como os símbolos são fenômenos que substituem ('significam') outros fenômenos, 
a comunicação, é, portanto, uma substituição: ela substitui a vivência daquilo a que 
se refere”.
A capacidade informacional das imagens, e consequentemente da arte, já foram 
descritas e elucidadas. Agora, faz-se necessário pensar sobre a criação artística de 
forma mais aprofundada, partindo justamente dos elementos sociais e culturais que 
podem influenciar uma produção em arte.
O que influencia a criação artística? Pode-se pontuar que todo indivíduo é resultado 
do tempo histórico em que se encontra e das relações sociais e culturais que possa 
estabelecer. Descobrem-se assim, outras fontes que podem influenciar a criação 
artística. Portanto, os lugares que frequentam, a época em que vivem, o lugar onde 
moram, as pessoas com as quais se relacionam também influenciam na formação dos 
indivíduos e influenciam, consequentemente, a produção artística. Ostrower (1977, p. 
5) corrobora essas ideias ao garantir que “a natureza criativa do homem se elabora no 
contexto cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cujas 
necessidades e valorações culturais moldam os próprios valores de vida”.
Essa noção de correlação entre o meio e a arte é necessária para que se possa 
compreender como a criação artística pode ser resultado de muitas influências 
socioculturais. Dessa forma, pode-se perceber que ao entrar em contato com uma 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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obra de arte, um objeto artístico, tem-se acesso a épocas, lugares ou culturas distintas. 
Esses conhecimentos obtidos por meio da arte são capazes de desvendamentos, 
esclarecimentos, ampliação de conhecimentos e até mesmo compreensão do 
mundo circundante. 
Retrocedendo no tempo, pode-se perceber que o homem, desde os primórdios 
da civilização, sempre se utilizou ou se expressou por meio de imagens. Essas 
informações reafirmam a necessidade de relacionar-se com imagens e, portanto, 
com diferentes formas de arte. Através do desenho, gravura, pintura, escultura, ou 
qualquer uma das modalidades, o ser humano sempre demostrou sua necessidade 
de comunicação ou de criação de imagens, fossem elas com objetivos artísticos ou 
não. Sobre essas informações, Buoro (2003, p. 24) destaca que:
Surge, então, uma questão a ser pensada: ao longo da história, seria possível 
traçar uma forma única de criação de arte? Obviamente, não! A obra de arte é a 
consequência do tempo em que está inserida e das necessidades decorrentes desse 
período. Logo, ela é resultado de uma sequência de influências que respondem 
a características atreladas às transformações espaço-temporais. Daí a necessidade 
de pensar como a arte acontece, se articula e se transforma em decorrência de 
constantes transformações sociais e culturais. Para cada época, lugar ou região, 
apresenta-se um tipo de criação artística específica. 
Atualmente, deve-se levar em consideração várias transformações no que é ou 
não considerado arte. Os parâmetros que orientam os limites do que seja ou não 
arte são delimitados a partir de padrões, normas ou questões que estão conectadas 
a variantes intimamente arraigadas com o tempo ou o lugar em questão. Nota-se, 
na contemporaneidade, que se alteraram os materiais, os objetivos, os estilos, os 
espaços que apresenta ou se desenvolve a arte e, consequentemente, as relações 
estabelecidas entre artista, obra e público. Todas essas relações e formatos são 
absolutamente diferentes dos que eram apresentados há alguns anos atrás. 
Ao desenhar nas paredes das cavernas e fabricar cestarias 
e cerâmicas, o homem “primitivo” era impulsionado pelas 
mesmas questões de sobrevivência que motivaram o homem 
do Renascimento e do século XX. A Arte, então, aparece no 
mundo humano como forma de organização, como modo de 
transformar a experiência vivida em objeto de conhecimento que 
se desvela por meio de sentimentos, percepções e imaginação. 
Assim, ela abarca um tipo de conhecimento a partir de universos 
sensíveis e ideias da apreensão humana da realidade.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Você percebeu como aarte pode refletir diferentes influências?
Diante de todas as informações analisadas, já é admissível perceber todas as 
possíveis conexões e alterações propostas por esta arte na formação do indivíduo. 
Contudo, ainda é imprescindível refletir a relevância da contextualização da obra 
• Quais são as principais diferenças notadas por você entre as 
duas imagens a seguir?
• Você percebeu que ambas as imagens podem ser percebidas 
ou analisadas a partir de reflexos do tempo sociocultural em 
que estão inseridas?
• Você notou que elas pertencem a momentos históricos 
diferentes?
• Portanto, você percebeu como as representações da 
figura humana são concebidas de modo completamente 
diferentes?
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_2go2vY-U8Ac/
S9rUKVa24MI/AAAAAAAAAvA/PQoB0obulUs/s1600/
Rubens.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016. 
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/8/81/JuanGris.Portrait_of_Picasso.
jpg/464px-JuanGris.Portrait_of_Picasso.jpg>. Acesso 
em: 11 fev. 2016.
Figura 1.1 | As três graças, Peter Paul 
Rubens (1635)
Figura 1.2 | Retrato de Picasso de Juan 
Gris (1887-1927)
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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para a compreensão de informações pertinentes a ela. Por isso, ao observar a 
importância da arte por diferentes ângulos, é provável encontrar novos pontos a 
serem conectados. Um deles é que não se pode acostumar com a percepção e 
apreciação de formatos específicos de arte. Estando conectada ao período histórico, 
à cultura e à sociedade, a arte pode ser considerada efêmera e, portanto, altamente 
mutável.
A história da arte não se pode basear na naturalização do 
objeto artístico. Além disso, é preciso admitir que a ideia de 
arte se relaciona aos usos da imagem. Os usos da imagem, 
porém, são muito diversificados e envolvem também os seus 
usos artísticos, o que confere um estatuto especial à imagem, 
distinguindo-a de outras. Há uma construção social que está 
baseada na afirmação de um sistema de artes, que define as 
características do circuito da criação, produção, exposição, 
fruição e recepção do objeto artístico, conduzindo à sua 
institucionalização. Isso implica um jogo de posições no 
sistema das artes que se relaciona com a ordem política da 
sociedade. Há um entrelaçamento entre ordem política e 
sistema das artes (KNAUSS, 2013, p. 61).
Efêmero: [Figurado] De curta duração = breve, passageiro, temporário, 
transitório ≠ duradouro, permanente.
Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 2008-2013. Efêmero. 
Disponível em: <https://www.priberam.pt/DLPO/ef%C3%AAmero>. 
Acesso em: 31 jan. 2016.
Mutável: Que pode ser mudado.
Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 2008-2013. Mutável. 
Disponível em: <https://www.priberam.pt/DLPO/mut%C3%A1vel>. 
Acesso em: 31 jan. 2016.
Em razão dessa constatação, discute-se ainda sobre como a arte sofreu constantes 
transformações ao longo do tempo. Transformações essas que também puderam ser 
constatadas do mesmo modo nas sociedades, épocas ou culturas. Destaca-se que o 
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contexto histórico, todas as experiências e contatos que cada pessoa estabelece ao 
longo da vida acabam influenciando de modo único suas produções. Buoro (2003a, 
p. 58) demonstra que todas essas alterações ocorrem ao afirmar que:
[...] qualquer ser humano inicia sua formação antes mesmo de 
nascer. Mais tarde, segue construindo seus caminhos pessoais, 
determinados pelos encontros e eventos significativos que nele 
operam crises e transformações, pelos desejos que movem 
suas buscas, descobertas de novos interesses e gostos, muitos 
dos quais inusitados, e pela superação de gostos e interesses 
que perdem seu vigor no embate com a experiência – e tudo 
isso é o mesmo que viver significativamente. A escola participa 
intensivamente dessa formação, a qual alterna as dimensões 
formal e informal e as entretece numa trama que é a da nossa 
história pessoal: somos as narrativas que construímos. Assim, 
cada ser humano é único nas relações que estabelece com o 
mundo – parceiro e eterno outro que nos fascina, assombra 
e põe em marcha – ao longo de seus percursos de vida e de 
formação profissional.
Essa discussão sobre as alterações nos modos de propor, fazer ou apreciar arte 
define, portanto, que é preciso sempre ponderar sobre quais foram as influências 
determinantes em cada período da história. Do mesmo modo, essas possíveis 
conexões orientam esclarecimentos sobre como cada artista se apropriou e se 
relacionou com todas as influências no decorrer do processo de construção do 
seu trabalho artístico. Em contrapartida, surge a necessidade de compreensão das 
complexidades que entrelaçam a produção artística que, muitas vezes, só podem ser 
acessadas por meio da educação específica em arte, seja ela formal ou não. Muitas 
vezes, para que haja perfeita compreensão do objeto artístico é necessária muita 
pesquisa, conhecimento do contexto histórico e do percurso criativo do artista.
Para complementar essas revelações sobre o universo artístico e suas 
complexidades, são necessárias definições a respeito da relevância de se desvendar 
a arte, ou a imagem, a partir de esclarecimentos mais profundos sobre seus códigos. 
Já é sabido que a arte pode conter uma imensa gama de informações referentes 
ao entorno, à cultura, à época ou ao próprio indivíduo que a produz. Acessa-se, 
portanto, um mundo codificado e altamente informacional até então adormecido. 
Você já percebeu anteriormente que as informações referentes ao universo 
imagético sempre estiveram ali, diante de nossos olhos, mas eram inacessíveis por 
falta de conhecimentos sobre como promover a leitura desses códigos contidos 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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nessas superfícies (imagens). Por isso, reafirma-se que o estímulo à capacidade de 
leitura dos códigos imagéticos também será responsabilidade da arte-educação, 
formal ou não. Sendo assim, vale destacar a importância de se distinguir as diferenças 
e relevâncias de esclarecimentos sobre os códigos em superfícies ou em linhas. 
Portanto, é imprescindível considerar novamente a fala de Flusser (2007, p. 102), ao 
assegurar que:
As superfícies adquirem cada vez mais importância no nosso 
dia a dia. Estão nas telas de televisão, nas telas de cinema, nos 
cartazes e nas páginas de revistas ilustradas, por exemplo. 
As superfícies eram raras no passado. Fotografias, pinturas, 
tapetes, vitrais e inscrições rupestres são exemplos de 
superfícies que rodeavam o homem. Mas elas não equivaliam 
em quantidade nem importância às superfícies que agora 
nos circundam. Portanto, não era tão urgente com hoje 
que se entendesse o papel que desempenhavam na vida 
humana. Outro problema de maior importância existia no 
passado: a tentativa de entender o significado das linhas. 
Desde a “invenção” da escrita alfabética (isto é, desde que o 
pensamento ocidental começou a ser circulado), as linhas 
escritas passaram a envolver o homem de modo a lhe exigir 
explicações.
O que pode ser pontuado, neste momento, é que muito tempo se passou 
sem que se pudesse compreender o quanto a imagem, e a própria arte, poderiam 
colaborar para a ampliação e aprofundamento do conhecimento geral ou estético. 
Tanto a imagem quanto a arte são capazes de ampliar visões de mundo. Visão 
essa que também pode ser transformada por meio da percepção dos códigos 
imagéticos/artísticos. Considerando-se que somente uma parcela da comunicação 
se dá sobre a forma da fala e escrita linear, há que se considerar como a apreensão 
de códigos das superfícies, das imagens ou da arte, é necessário à compreensão 
globalda comunicação humana. Essa comunicação global só pode ser alcançada 
quando compreende-se a existência de signos contidos no “mundo codificado, ou 
seja, um mundo construído a partir de símbolos ordenados, no qual se represam as 
informações adquiridas” (FLUSSER, 2007, p. 96). 
A partir de agora, você já é capaz de entender quais são as potencialidades da 
imagem discutidas no decorrer desta seção: imagens/arte comportam uma série de 
códigos que contemplam informações que podem contribuir para a apreensão do 
mundo que nos cerca e, por isso, são fundamentais para o processo comunicacional. 
Em razão destas colocações, é possível saber como esse universo cultural imagético 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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também pode ser considerado uma forma de discurso que contribui para a 
compreensão da sociedade, da história e da cultura. Deve-se, sobretudo, aceitar o 
fato de que aprender a comunicar-se com palavras ou compreender suas regras é 
tão importante quanto aprender a comunicar-se com ou por meio de imagens.
Diante de todas as informações já citadas, reafirma-se a necessidade de reforçar 
outras razões que podem contribuir para o estabelecimento desta linha de reflexão 
que se refere às potencialidades, muitas vezes subjetivas, das imagens. Portanto, 
reitera-se que o universo imagético se tornou imprescindível para as relações sociais 
e culturais do homem contemporâneo. 
Como começar a reestruturação dos encaminhamentos metodológicos sobre 
a educação que poderão alterar a percepção da relevância da arte-educação? A 
resposta encontra-se na formação dos arte-educadores (ou agentes-mediadores) 
e na conscientização de que esses devem propor discussões que contextualizem 
as informações artísticas durante as visitas aos espaços culturais de arte. Essa 
contextualização abrangerá, consequentemente, toda a referência sobre o 
entrelaçamento entre arte e cultura, já citado anteriormente nesta unidade. Por esse 
motivo, é importante destacar informações que evidenciam que:
Qualquer que seja o caminho metodológico construído ou 
reconstruído, é de suma importância atentar para o papel 
dos agentes mediadores no processo: os educadores, os 
mediadores, assessores, facilitadores, monitores, referências, 
apoios ou qualquer outra denominação que se dê para os 
indivíduos que trabalham com grupos organizados ou não. 
Eles são fundamentais na marcação de referenciais no ato 
de aprendizagem, eles carregam visões de mundo, projetos 
societários, ideologias, propostas, conhecimentos acumulados 
etc. Eles se confrontarão com os outros participantes do 
processo educativo, estabelecerão diálogos, conflitos, ações 
solidárias etc. Eles se destacam no conjunto e por meio deles 
podemos conhecer o projeto socioeducativo do grupo, a visão 
de mundo que estão construindo, os valores defendidos e os 
que são rejeitados. Qual o projeto político-cultural do grupo 
em suma (GOHN, 2006, p. 1).
1.2 Arte e sua relação com os espaços
Quando se sugere reflexões acerca da arte e sua relação com os espaços, uma 
das primeiras questões a surgir é: quais são os espaços da arte? Onde a arte pode 
ser observada e apreciada?
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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É plausível citar uma lista de espaços onde a arte pode ser encontrada, começando 
por museus, galerias, fundações culturais, coleções particulares, internet, entre 
inúmeros outros. E, ao longo do tempo, muitos espaços diferenciados foram 
utilizados. Nas paredes das cavernas, nas catedrais, em templos, palácios, livros, 
catacumbas, paredes das casas. Contudo, por diversas vezes, o público em geral não 
tinha acesso a muitas obras produzidas. Assim, o público encontrava-se “distante do 
ambiente artístico, da apreciação, da fruição ou manifestação artística, permaneciam 
alijados da cultura, prejudicados em sua sensibilidade, sem meios suficientes para 
apreciar ou produzir arte. Viviam afastados da cultura de seu tempo” (SANTA ROSA; 
SCALÉA, 2006, p. 54). 
Apesar disso, em diferentes momentos pode-se perceber que houve a pretensão 
de expor obras de arte em espaços públicos, mesmo que essa intenção estivesse 
atrelada à exaltação de governantes. Percebe-se, então, que esses ambientes de 
cultura transformaram-se em espaços onde se buscava usufruir ou apreciar a beleza 
e refletir a respeito das diferentes propostas dos artistas (SANTA ROSA; SCALÉA, 
2006).
Hoje em dia, em quais espaços a arte pode ser encontrada, visualizada, apreciada? 
De que modo estes espaços culturais interferem na construção da arte-educação?
Atualmente, é perceptível que, diante das possibilidades de acesso propiciadas 
pelas mídias e pela internet, as fronteiras que distanciavam obra e espectador foram 
reestabelecidas e alargadas. Até há algum tempo atrás, a arte era objeto restrito aos 
espaços de grandes museus e galerias. Contudo, em todos esses espaços o objetivo 
é sempre o mesmo: esses ambientes são concebidos para se tornarem lugares para 
apreciação e reflexão crítica sobre arte.
No entanto, desde de que outras propostas foram absorvidas pela arte 
contemporânea, como, por exemplo, o uso de novos espaços para apresentação 
e exposição da arte, alterações substanciais nos moldes do fazer artístico foram 
evidenciadas. Uma delas toma como ponto de partida a aproximação da obra com 
o público. Dessa forma, nota-se que a arte-educação, formal ou não formal, e a 
convivência com obras tornaram-se fundamentais para a perfeita compreensão do 
universo comunicacional circundante. Conclui-se, para tanto, que a arte pode exercer 
ativamente sua função ainda que encontrada em espaços culturais diferenciados.
A educação em arte só pode propor um caminho: o da 
convivência com as obras de arte. Aquelas que estão assim 
rotuladas em museus e galerias, as que estão em praças 
públicas, bancos, repartições do governo, nas casas de 
amigos e de conhecidos. Também aquelas, anônimas, que 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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25
Durante a seção 1, você compreendeu a importância da exploração das 
potencialidades da arte. Por isso, agora vale refletir sobre como os espaços culturais, 
grandes vias de acesso à obra de arte, podem contribuir para a exploração de tais 
potencialidades. Importante se faz também a aproximação entre obra e público, 
promovendo constantes interações culturais e ampliação do conhecimento. Essas 
alterações se tornaram extremamente importantes, pois passaram a desmistificar a 
arte enquanto objeto de culto, intocável e praticamente inacessível. 
É necessário pontuar que a aproximação entre obra e público também aconteceu 
em razão da chegada dos aparelhos técnicos, de reprodutibilidade e das máquinas 
de fotografar. E, nessa onda da reprodução das imagens e da arte, ou de imagens 
de arte, novas relações ou aproximações se estabeleceram também entre público 
e obra. E, como num movimento em cadeia, essas transformações acarretaram, 
consecutivamente, novas formas de arte, novas práticas, novos espaços e novas 
formas de aproximação.
Surgem novos espaços culturais para a divulgação da arte que ultrapassam as 
barreiras da escola (educação formal). Entre esses novos espaços, é possível destacar 
os museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias. Todos eles contribuem 
amplamente, e de modo muito pontual, para a formação artística. Desse modo, 
cada um desses espaços assume uma função complementar à aproximação do 
público com a arte, facilitando o processo de educação estética.
Você sabia que muitos museus promovem diversas atividades educativas e 
culturais no intuito de aproximar-se do público? 
Muitas dessas ações educativas são resultado de um grande processo de 
desenvolvimento de tecnologias que servem, nestes casos, para auxiliar, aproximare proteger a memória cultural. E ainda vale lembrar o quanto os acessos e visitas a 
estes espaços que buscam promover a arte podem ser altamente enriquecedores. 
encontramos às vezes numa vitrina, numa feira [...]. As que estão 
em alguns cinemas, teatros, na televisão e no rádio. As que estão 
nas ruas: certos edifícios, casas, jardins, túmulos. Passamos por 
muitas delas, todos os dias sem vê-las. Por isso, é preciso uma 
determinada intenção de procurá-las, de percebê-las. Quanto 
mais ampla for essa convivência com os tipos de arte, os estilos, as 
épocas e os artistas, melhor. É só por meio desse contato aberto e 
eclético que podemos afinar nossa sensibilidade para as nuanças 
e sutilezas de cada obra (ARANHA; MARTINS, 2009, p. 433). 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Sobre as atividades do Museu Nacional de Belas Artes
“As ações educativas do Museu Nacional de Belas artes visam à 
promoção da cidadania cultural, entendida como o acesso democrático 
ao universo artístico do nosso patrimônio cultural. Nesse sentido, as 
ações, que ocorrem nas Galerias da Arte Brasileira dos Séculos XIX e 
de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea, procuram atender aos 
mais diferentes públicos, em diversos projetos, de forma a diminuir 
barreiras, estabelecendo uma relação dialógica: partindo dos contextos 
previamente trazidos pelos participantes, busca-se levá-los à construção 
do conhecimento artístico”.
Projetos: Visitas ao acervo do museu; todo mundo no museu; oficina 
para professores; projetos inclusivo; material de apoio pedagógico.
Disponível em: <http://mnba.gov.br/portal/educacao/atividades.html>. 
Acesso em: 1 fev. 2016.
Sob sua ótica, é possível potencializar ainda mais a formação em arte a partir do 
incentivo a aproximações do público com museus, galerias, centros de arte, casas 
de cultura? 
Para adentrar nesse campo, é necessário saber que “é preciso repensar a formação 
do educador e do educando no sentido de possibilitar o conhecimento, levando em 
conta a totalidade do ser e de perceber a função da arte na educação como campo 
de conhecimento tão importante como o da ciência” (BUORO, 2003, p. 32).
Com base nessas informações que enfatizam assuntos relativos ao potencial da arte, 
é possível pensar de que modo os agentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem 
podem contribuir para promover estímulos que demandem encontros significativos 
com a arte. É necessário avaliar que existem influências mútuas e constantes advindas 
de todos os envolvidos neste processo de arte-educação. Por isso, considerar que o 
público apreciador também tem muito a contribuir. Como resultado, compreende-se 
que “não há espectador totalmente ingênuo. Portanto, há marcas culturais tatuadas nas 
pupilas dos olhos dos alunos que não devem ser desprezadas, mas, sim, incorporadas 
e ampliadas [...] para que novas interpretações e construção de sentido possam ser 
desveladas” (MARTINS; PICOSQUE, 2003, p. 9).
Além de contextualização das informações estéticas, os propositores/mediadores 
também podem contribuir com o enriquecimento da formação e do contato com a 
arte a partir da ideia de impulsão de potencialidade.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Vários exemplos de intervenções que divulgam uma remodelação nos formatos de 
relação obra e público vêm sendo implantadas no intuito de aproximar e aprofundar 
estas relações. O formato de exposição que considera a arte como metodologia 
do conhecimento, sugerido por Luis Camnitzer durante a da 6a Bienal do Mercosul, 
apresenta-se como um grande exemplo de novas propostas de intervenção.
Ainda refletindo sobre como a arte se relaciona com os espaços de formação 
e apresentação e qual o papel que esses espaços podem ocupar atualmente na 
educação não formal, é possível destacar outras questões. Uma delas encontra-se 
no fato de que o Brasil é um país gigantesco com muitas peculiaridades que são 
fruto de influências específicas. Dessa forma, não há como falar sobre espaços para 
arte sem embrenhar-se em territórios que demandam considerações. 
Impulsionar a potencialidade de obras e artistas submersos 
nos livros, nos museus, nos sites, nas reproduções esquecidas 
que fazem parte de nosso acervo de professores, para além 
daquelas sempre escolhidas. Reside nessa ação a formação 
cultural dos alunos. Formação esta que, enfatizando a 
habilidade perceptiva e cognitiva para interpretar obras de arte 
em termos de seu contexto social e cultural, possa ampliar o 
acervo imaginário de tal modo que obras e artistas passem 
a integrar o patrimônio pessoal como um bem simbólico 
interno, um repertório conectado à vida para a leitura do 
mundo, das coisas do mundo e da própria Arte (MARTINS; 
PICOSQUE, 2003, p. 8). 
A equipe curatorial redesenhou a estrutura da Bienal para 
destacar a relação entre o artista e o público, para envolver 
o visitante no processo criativo do artista, para conseguir que 
o consumidor vá se equipando para ser criador; em outras 
palavras: para voltar a resgatar a arte como uma metodologia 
do conhecimento. Queremos que a ênfase da mostra não 
termine em exibir a inteligência do artista, mas em estimular 
a inteligência do visitante. Essa tarefa, por sua vez, estimula 
muito mais a nossa inteligência como artistas do que poderia 
conseguir o narcisismo tradicional (CAMNITZER apud 
CAMNITZER; PÉREZ-BARREIRO, 2009, p. 13-14).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Diversas cidades brasileiras não possuem museus, centros de arte ou galerias. 
Muitas delas sequer possuem espaços culturais. Em algumas escolas, principalmente 
públicas, o ensino da arte ainda está nas mãos de professores sem graduação 
específica. As aulas são curtas, o número de alunos por turma é bastante amplo 
em diversos lugares, os espaços para desenvolvimento das atividades são restritos 
à própria sala de aula e os materiais muitas vezes são simples ou reduzidos. Esses 
espaços limitados dificultam a exploração e o desenvolvimento pleno de atividades. 
Em contraponto, os espaços não formais podem, muitas vezes, possuir uma estrutura 
muita mais desenvolvida e planejada.
O ensino de artes plásticas no currículo da escola formal coloca 
o professor diante de alguns determinantes, no que se refere à 
escolha de seu objeto de trabalho. A realidade física da sala de 
aula e o tempo de duração da aula, muito diferentes daquele 
vivido em um ateliê ou oficina, reduzem as diversas abordagens 
da escolha de atividades, que poderiam ser realizadas, para 
trabalhar os conteúdos. É o caso, por exemplo, das produções 
tridimensionais, que exigem espaços amplos, nem sempre 
compatíveis com a sala de aula. Além disso, o ensino de arte 
a ser proposto no contexto da escola formal deve considerar, 
entre outras coisas, fatores ligados aos conteúdos selecionados, 
às questões de ensino-aprendizagem, aos interesses de alunos 
e educadores, ao uso de materiais compatíveis com o espaço 
físico, e ao número de aulas que o educador dispõe para a 
abordagem em cada conteúdo (BUORO, 2003, p. 110). 
Um professor que mantém viva a curiosidade, que gosta de 
estudar, investigar imagens para sua prática na sala de aula e 
levar seus alunos ao encontro com a linguagem da arte sem 
forçar uma construção do sentido “correto” ou único, veste 
sandálias de professor-pesquisador, envolvendo com a mais 
fina atenção sua pele pedagógica, dando sustentação para 
pisar em terras ainda desconhecidas. Não lida com as certezas, 
Além disso, muitas questões precisam ser revistas para que se tenha acesso a 
esclarecimentos que apoiariam novas percepções e proposição de diferentes 
possibilidades de formação da educação em arte. Nesse sentido:
Arte e os espaços culturais: museus, centrosde cultura, escolas de arte, galerias
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e com reducionismos simplistas, mas com a compreensão e a 
articulação da complexidade. Por isso mesmo, seu caminhar se 
dá no futuro, no lugar da pergunta, da questão, da dúvida, movido 
por passos de andar sinuoso que evitam os caminhos retos porque 
assim pode traçar sua própria trilha na escavação das Arqueologias 
Contemporâneas (MARTINS; PICOSQUE, 2003, p. 8).
Apesar de debatermos a respeito das potencialidades da arte (e 
,consequentemente, da imagem), há que se destacar que outros pontos de 
vista podem se contrapor, ou até mesmo complementar tais colocações. 
Vicente Lanier (2011, p. 45) destaca que alguns posicionamentos somente 
reiteram que a arte esteja apenas empregada sobre os domínios da 
responsabilidade social, deixando de lado sua função de procedimentos 
estéticos-visuais. Por isso, explica que:
Não há, tampouco, nenhuma razão constrangedora 
que nos faça duvidar ou negar que as atividades de 
arte na sala de aula possam promover crescimentos 
pessoais independente do valor ou da resposta estética. 
Talvez a arte possa tornar alguém mais criativo em 
geral (o que quer que isso queira dizer). Talvez possa 
fazê-lo perceber seu contexto físico ou social mais 
objetivamente. Talvez possa ajudá-lo a resolver suas 
inadequações emocionais, aumentar seu QI, enriquecer 
sua aposentadoria ou promover a paz mundial e a 
boa vontade entre os homens. O ponto sobre o qual 
queremos insistir é que todos esses outros aspectos do 
crescimento individual não são ou não deveriam ser o 
principal foco para o professor de artes plásticas: que 
a sua principal referência deveria ser o progresso no 
domínio dos procedimentos estéticos-visuais. [...] Em 
resumo, estou propondo que, de fato, devolvamos a 
arte à arte-educação (BARBOSA, 2011, p. 45).
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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1. Diante de todas as informações propostas na seção 
1, descreva, de acordo com os textos estudados, qual a 
importância da arte?
2. Os espaços culturais para o desenvolvimento/formação em 
arte restringem-se somente às escolas?
• Você já havia imaginado como os espaços culturais para 
divulgação e exposição de obras são importantes para a 
formação em arte?
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Seção 2
Espaços culturais para a arte
Nesta seção, será dada continuidade ao assunto já iniciado na seção 1, que 
discutiu a importância da arte e de seus espaços de divulgação e exposição. 
Neste momento, para fundamentar ainda mais o que já fora estudado, alguns 
aprofundamentos serão propostos. Dessa forma, assuntos ligados aos principais 
conceitos e funções dos espaços culturais serão discutidos. Você irá reconhecer 
e distinguir diferentes espaços culturais para a exposição de objetos artísticos, 
ou obras de arte, como museus, centros de cultura, escolas de arte e galerias. 
Muitos desses ambientes culturais têm como objetivo expor, promover debates e 
aprofundar os conhecimentos sobre arte por meio do contato aproximado entre 
público, obra e artista. Os conceitos e delimitações aqui sugeridos continuarão a 
revelar potencialidades subjetivas da aplicação da arte como forma de instigar o 
desenvolvimento intelectual e estético do indivíduo. Convido você a se enveredar 
por essa aventura, que se distingue principalmente por ser extremamente relevante 
para novas proposições sobre a disciplina de Arte!
2.1 Museus
Antes de aprofundamentos mais conceituais sobre os museus e sua relação com 
a arte-educação, uma questão será respondida: como surgiram os museus? De 
acordo com Santa Rosa e Scaléa (2006), os museus surgiram no século XVIII com a 
chamada prática do colecionismo. 
Pessoas abastadas recolhiam objetos exóticos, pinturas, 
esculturas, recordações de viagens, documentos, sem nenhum 
critério e exibiam em suas casas. [...] Nos meados do século XVIII, 
com a democratização de grande parte da Europa, as coleções 
passaram a ser geridas pelo Estado e os governantes tomaram 
para si a reponsabilidade de preservá-las. Diversos museus 
foram criados com o objetivo de guardar as obras de arte, mas 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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logo se tornou necessário que exibissem suas coleções, isto é, 
que tornassem públicas as obras que pertenciam à sociedade, e o 
museu passou a ter um ou mais espaços expositivos destinados à 
visitação. [...] Só no final do século XIX, os museus passaram a ter 
coleções mais homogêneas, com espaços específicos para obras 
de arte, objetos e documentos de valor histórico (SANTA ROSA; 
SCALÉA, 2006, p. 55).
É possível considerar que espaços como os museus podem socializar e 
democratizar o ensino de arte? De acordo com Ott (2011, p. 113), existem infinitas 
potencialidades a serem exploradas nesses espaços.
O ensino de arte em museus constitui um componente 
essencial para arte-educação: a descoberta de que arte é 
conhecimento. A arte pode assumir diversos significados em 
suas várias dimensões, mas como conhecimento proporciona 
meios para a compreensão do pensamento e das expressões 
de uma cultura. Por meio dessa prática educativa em museus, 
podem ser reveladas diversas formas de expressão artística 
que contêm muitas das maiores ideias da cultura universal, 
cujos significados de arte são contribuições relevantes para 
a sociedade. Esses conceitos necessitam ser trabalhados 
por meio de um ensino sensível, ou seja, um sistema de 
arte-educação que possibilite, nos museus, uma atmosfera 
positiva para a crítica. 
Incontestavelmente, o museu é uma das instituições não formais e culturais 
de arte mais conhecidas, principalmente por apreciadores de arte que buscam 
promover a divulgação do patrimônio artístico e cultural de determinado artista, estilo 
ou período. No entanto, tais espaços não são encontrados em todas as cidades do 
país. Os museus não surgem com o objetivo de ensinar arte, mesmo que diversas 
vezes pode-se encontrar cursos e ações educativas em seus espaços. Schilaro e 
Scaléa (2006, p. 52) apontam que “a instituição em si não tem como objetivo o 
ensino da arte, e sim a formação de um público apto a usufruir desse segmento do 
conhecimento”.
Diante das afirmações sobre o papel dos museus na construção do conhecimento, 
é importante pontuar o quanto as visitas a esses espaços podem ser acessíveis. 
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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Atualmente, pode-se ter acesso a esses lugares de duas formas: numa visita física, 
presencial ou por meio de visitas virtuais. Além da apreciação dos acervos, os museus 
hoje oferecem uma ampla gama de possibilidades de cursos, aperfeiçoamentos, 
ações educativas e projetos.
Nesta seção, você terá a oportunidade de conhecer diferentes opções de 
materiais disponíveis na internet que serão capazes de agregar muitas informações 
relevantes sobre arte. Por isso, fique ligado! Essas dicas são necessárias justamente 
para propiciar acesso a espaços culturais a todas as pessoas que vivem em regiões 
que não possuem museus ou que se encontram distantes dos circuitos tradicionais 
de arte. 
Sugestão de visita ao site do Conselho Federal de Museologia!
Nesse espaço você poderá acessar uma série de links de grandes 
universidades sobre temas ligados à teoria museológica, história dos 
museus, questões relacionadas à formação profissional, administração, 
planejamento, patrimônio, memória etc.
Disponível em: <http://cofem.org.br/?page_id=423> Acesso em: 2 fev. 
2016.
Curiosidade
Alguns sites oferecem sugestões de visitas a alguns dos principais museus 
de São Paulo. 
Além de visitá-los pessoalmente, você também pode visitá-los virtualmente, 
já que a maioria possui sites interessantíssimos!!Vale a pena conferir!
Como exemplo, podemos citar um guia que propõe uma seleção do que 
considera os 9 museus mais imperdíveis de São Paulo. 
• PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO
• MUSEU DE ARTE MODERNA – MAM
• MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA
• MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO – MASP
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• MUBE – MUSEU BRASILEIRO DA ESCULTURA
Disponível em: <http://www.guiadasemana.com.br/artes-e-teatro/noticia/
cinco-museus-imperdiveis-em-sao-paulo>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Vale lembrar que é possível refletir sobre a relevância dos museus para a arte- 
-educação e para as definições do valor da obra de arte enquanto portadora de 
infinitos signos e significados. Sendo assim, são essenciais algumas considerações 
sobre as obras de arte e sua relação com espaços culturais como os museus.
Por isso, mesmo que você esteja em uma cidade que não possua museu, 
ainda assim, você pode e deve conhecê-los. Uma das grandes contribuições do 
desenvolvimento tecnológico é diminuir as distâncias. Dessa maneira, você pode 
conhecer virtualmente uma grande quantidade de espaços como esses por todo 
o país, ou até pelo mundo, acessando sites ou redes sociais e desfrutar de passeios 
virtuais interessantíssimos. Na verdade, esse pode ser um grande trunfo para o arte-
-educador. Numa sala com muitos alunos e numa cidade que não possui espaços 
culturais, a visita ao museu poderia ser impensável se não fosse por meio de 
computadores. Então, aproveite e utilize todos os recursos a favor da arte!
Os museus são repertórios de objetos com significado. Nós 
guardamos as coisas que nos são caras, mas, mesmo assim, 
os objetos nas coleções dos museus são meramente objetos. 
As obras como as que pertencem ao acervo dos museus, 
destituídas do valor monetário que a sociedade lhes atribui, 
servem para lembrar-nos das ideias que as inspiraram. Assim 
sendo, nós aprendemos e também nos afetamos pela Arte 
(OTT, 2011, p. 119).
Sugestão de visita virtual!
MARE – Museu de Arte para a Educação é um banco interativo de imagens e 
textos sobre os temas representados na arte ocidental, desde a Antiguidade. 
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Para Chagas e Storino (2014, p. 74):
Nele, você poderá descobrir muito mais sobre obras de arte! Você pode 
conhecer um pouco mais sobre este assunto acessando o site do museu 
disponível em: <http://www.mare.art.br/index.asp>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Os museus são compreendidos como práticas sociais, antros de 
relação e dispositivos de narração que se constrõem por meio 
de espacialidades, temporalidades, imagens, informações, 
vivências e convivências tratadas, em simultâneo, como bens, 
ver se deve aparecer dois Para saber mais a seguir. 
De acordo com a Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, que instituiu 
o Estatuto de Museus, “Consideram-se museus, para os efeitos desta 
Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, 
comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, 
pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções 
de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra 
natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu 
desenvolvimento”.
Disponível em: <http://www.museus.gov.br/os-museus/o-que-e-
museu/>. Acesso em: 2 fev. 2016.
No portal do colocar iniciais em caixa alta de Museus, você poderá 
encontrar assuntos correlacionados a museus, o que é museu, como 
criar museus, museus do Brasil, museus Ibram, economia dos museus, 
além de uma série de links sobre o assunto. Você pode conhecer mais 
sobre esse assunto acessando o site!
Disponível em: <http://www.museus.gov.br/os-museus/>. Acesso em: 
2 fev. 2016.
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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No entanto, o objetivo de se pensar sobre museus é também distinguir sua 
função para a educação não formal em arte. Desse modo, há que se retomar as 
informações sobre ações educativas, já iniciadas na seção 1, para complementar a 
busca por posturas que promovam a ampliação de conhecimento artístico. Por isso, 
uma pergunta emerge: quais as ações promovidas pelos museus que estreitam ou 
viabilizam a promoção do conhecimento artístico?
Existem vários museus no país que promovem ações no intuito de socializar 
conhecimento sobre obras ou temáticas específicas. Alguns possibilitam esses 
recursos por meio de palestras, revistas impressas ou digitais com artigos que 
discutem sobre temas relacionados aos museus, oficinas, visitas mediadas, materiais 
de apoio pedagógico (que, muitas vezes, podem estar disponíveis no site para 
download) e que podem acontecer de forma presencial ou a distância. 
Importante se faz ressaltar como estas ações são extremamente relevantes para 
a formação em arte. Indiscutivelmente, esses espaços virtuais encurtam distâncias e 
potencializam o uso do tempo, já que podem ser acessados virtualmente. 
Dessa forma, vários espaços que exploram estes ambientes virtuais serão trazidos 
como exemplo. O objetivo principal é o de divulgar possibilidades que podem 
contribuir para o enriquecimento cultural e estético.
Vejam como essas ações culturais são apresentadas. O primeiro exemplo é o site 
do Museu de Belas Artes.
Projetos ofertados:
1 – Visitas ao acervo do museu: mediações – voltadas para grupos de 
instituições escolares da rede pública e privada, e ONGs que possuam uma 
ação educativa, ocorrem mediante agendamento prévio pelo telefone. As 
visitas mediadas objetivam promover a construção de significados e novos 
olhares no espaço expositivo. As visitas do público infantil, a partir de 5 anos, 
podem ser permeadas por jogos e histórias, acolhendo a forma da criança 
interagir com o mundo.
2 – Todo mundo no museu! – esse projeto contempla visitas mediadas para 
famílias, com jogos e brincadeiras, nas galerias do museu, com objetivo 
de articular arte, cultura e lazer. Ao apreciarmos uma obra de arte, nos 
despimo-nos do olhar cotidiano e abrimos espaço para novos significados. 
Fazer isto em família é uma oportunidade de renovar as relações humanas.
3 – Oficina para professores – o Museu Nacional de Belas Artes e seu acervo: 
contribuições para o ensino da Arte na Educação. Objetivo: discutir sobre o 
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papel do museu na educação, conhecer o Museu Nacional de Belas Artes, 
fornecer subsídios para que o professor crie estratégias pedagógicas para 
trabalhar o acervo do MNBA em suas aulas e incentivar a visitação ao museu.
4 – Projetos inclusivos: Ver e Sentir através do Toque – projeto experimental 
de acessibilidade estética. Consiste em visitas mediadas com grupos de 
cegos e videntes, utilizando estímulos sensoriais diversos, a fim de provocar 
o diálogo e a troca de impressões, lembranças, comparações, tornando a 
visita ao museu uma experiência enriquecedora para todos os visitantes do 
grupo. 
5 – Material de apoio pedagógico
Publicações da Seção Educativa disponíveis para download:
Coleção aprendendo no Museu
Vol. 1 - Guia de Visita em Família: orientações para a visita em família, de 
forma autônoma, com jogos e brincadeiras sobre o acervo do museu.
Vol. 2 - Quando o Brasil amanhecia – a Primeira Missa no Brasil vista por Vítor 
Meireles e Candido Portinari
Disponível em: <http://mnba.gov.br/portal/educacao/atividades.html>. 
Acesso em: 2 fev. 2016.
Você observou como os museus oferecem muitas possibilidades de interação e 
informação por meio de ações educativas sugeridas em seus espaços virtuais?
É possível promover o enriquecimento do conhecimento em arte a partir de 
visitas virtuais a museus?
Existem ainda outros exemplos de museusque promovem discussões amplas a 
respeito de diversos assuntos ligados a este tema e também a temas correlacionados. 
Um deles é o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que possui um site com muitas 
informações. Vale conferir! Nele, é possível acessar uma revista científica com artigos 
que promovem debates interessantíssimos, tour virtual, notícias, apresentação de 
exposições, catálogos de obras, publicações, entre outros.
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“O Museu de Arte do Rio Grande do Sul apresenta o primeiro número da 
revista Tes ] xOH. A publicação foi criada com o objetivo não só de refletir 
prioritariamente as áreas de atividade do museu, mas também de ampliar 
seu raio de ação para outras disciplinas. As áreas de desenvolvimento 
da revista são aquelas compreendidas entre conservação e restauração, 
curadoria, história de exposições, crítica e teoria da arte, arte-educação, 
administração em arte, arquivismo em arte e arte.”
Acesse o site e descubra mais sobre a revista e o museu!
Disponível em: <http://www.margs.rs.gov.br/publicacao/revista-
no-01/>. Acesso em: 2 fev. 2016. 
Outras possibilidades para tratar das inter-relações sugeridas pelo museu 
demandam produções práticas. Como exemplo, é possível citar um artista, arquiteto, 
professor, poeta e artista plástico chamado Antônio Luiz Andrade (Almandrade). 
Ele se propôs realizar trabalhos que geraram exposições que discutiram a ideia de 
museu. Aqui, apresenta-se a criação de uma exposição, onde aconteceu, muito 
provavelmente, o ápice da interação e da busca por evidenciar a reflexão sobre as 
possibilidades da educação museológica. E sobre essa exposição e o museu ele 
comenta:
Claramente, uma das grandes contribuições da arte é promover a plena 
comunicação entre homem e o universo circundante, reorientando novas formas 
de olhar e de pensar. Esses objetivos podem ser potencializados se o número de 
pessoas alcançadas por estes espaços for o maior possível. Portanto, alguns espaços, 
com suas ações plenamente ativas, educativas e disseminadoras de arte, contribuem 
imensamente para que os objetivos da educação em arte sejam alcançados. 
Destaca-se, por isso, ações com o intuito de promover o acesso do maior número 
possível de pessoas. Há exposições importantes para o universo artístico, como a 
Instituição paradigmática para a arte contemporânea, 
conhecer seu espaço físico e ideologia que a envolve era 
uma necessidade do artista experimental. Realizei algumas 
exposições que tinham entre os seus objetivos discutir o 
museu, a exemplo das exposições: O Sacrifício do Sentido, 
no Museu da Arte Moderna na Bahia e a instalação “Público/
Privado”, montada no Museu de Arte Moderna no Rio de 
Janeiro, em 1982 (ALMANDRADE, 2013, p. 10).
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que aconteceu recentemente no Instituto Tomie Ohtake. 
A Exposição “Frida Kahlo – Conexões entre mulheres surrealistas no México” foi 
trazida para o Brasil em 2015 e circulou em diferentes estados por alguns meses. No 
entanto, por inúmeros motivos, muitas pessoas que gostariam de visitar a exposição 
não tiveram acesso. Pensando nisso, o instituto disponibilizou um espaço em seu 
site para visitas virtuais, em que é possível passear pela exposição utilizando apenas 
os comandos do computador. Incrível, não? Até pouco tempo atrás, essas atitudes 
eram impensáveis e a presença nos espaços físicos era incontestável. Pode-se 
afirmar, portanto, que esta é uma das grandes vantagens do universo altamente 
tecnológico no qual estamos inseridos! 
Você já visitou um museu de arte?
Você pode acessar a exposição virtual “Frida Kahlo – Conexões entre 
mulheres surrealistas no México” e se aventurar no passeio através do 
endereço do Instituto Tomie Ohtake. Disponível em: <http://www.
institutotomieohtake.org.br/media/frida/index.html>. Acesso em: 3 fev. 
2016.
Aproveite!
Fonte: <http://www.institutotomieohtake.org.br/media/frida/index.html>. Acesso em: 3 fev. 2016.
Figura 1.3 | Vista parcial do site com a exposição de Frida Kahlo
Arte e os espaços culturais: museus, centros de cultura, escolas de arte, galerias
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A acessibilidade aos espaços dos museus é completamente remodelada em 
função do aparecimento da internet. Todas as relações puderam ser reorganizadas 
justamente por tornar espaços que se encontram a milhares de quilômetros de 
distância acessíveis a um toque de tela. Por isso, enquanto professores de arte ou 
público apreciador, vale acompanhar notícias, exposições, cursos, visitas on-line e as 
agendas desses diferentes espaços de produção e divulgação da arte. As possibilidades 
mostram-se infinitas, mesmo que a distância. 
Nesta seção, você está estudando a importância de determinados espaços 
culturais de educação não formal para a formação em arte, por isso há que se 
exemplificar como acontece a divulgação, quais as atividades oferecidas e qual é 
a função destes espaços culturais com relação ao público apreciador, ao artista e à 
arte.
Outro exemplo de espaço de educação não formal, de museu, que auxilia na 
formação e ampla divulgação da Arte é o MAM – Museu de Arte Moderna – de São 
Paulo. No quadro a seguir, você pode conhecer o Museu de Arte de São Paulo 
e conferir quais são as ações práticas propostas que servem como exemplo de 
interação entre arte e os espaços culturais na educação em/para arte, propostas 
como objetivo desta seção.
Conhecendo o MAM!
Missão: colecionar, estudar, incentivar e difundir a arte moderna e 
contemporânea brasileira, tornando-a acessível ao maior número de 
pessoas possível.
Sobre o MAM: o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade 
civil de interesse público, sem fins lucrativos, fundada em 1948. Sua coleção 
possui mais de 5 mil obras produzidas pelos nomes mais representativos da 
arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto a coleção 
como as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a 
pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das 
sociedades contemporâneas.
As exposições principais são realizadas em duas salas, segundo uma grade 
anual estruturada em quatro temporadas. Outras mostras são exibidas 
regularmente nos espaços da biblioteca e do corredor de ligação, onde é 
desenvolvido o programa de instalações Projeto Parede. Integra a grade 
expositiva o programa DJ Residente, voltado para a difusão de pesquisas 
sonoras experimentais nas áreas internas do museu.
A cada dois anos, o MAM realiza o Panorama da Arte Brasileira, exposição 
que resulta do mapeamento da produção contemporânea em todas as 
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regiões do país. O crescimento do interesse pela arte brasileira no mundo 
consolidou o Panorama como uma mostra relevante no circuito artístico 
internacional.
O museu mantém ainda uma ampla grade de atividades que inclui cursos, 
seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de 
vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades 
é acessível a todos os públicos, por meio de audioguias, videoguias e 
tradução para a língua brasileira de sinais.
Instalações: o MAM está localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante 
área verde de São Paulo. O edifício foi adaptado por Lina Bo Bardi e possui, 
além das salas de exposição, ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e loja. 
Os espaços do museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, 
projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas 
as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.
Coleção: as obras da coleção são exibidas em exposições temporárias 
realizadas no MAM e em outras instituições, tanto brasileiras como

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