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PRATICA CLINICA E PROCESSO DE CUIDAR NA SAUDE DO ADULTO Livro-Texto Unidade II

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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Unidade II
3 ATENÇÃO SECUNDÁRIA: CONSULTA DE ENFERMAGEM EM AMBULATÓRIO 
DE ESPECIALIDADES – ASMA BRÔNQUICA
O caso, que será apresentado para realizar a SAE, é de uma jovem portadora de asma com várias crises 
e problemas decorrentes dessa patologia, identificados durante a consulta de enfermagem. Para realizar 
o raciocínio crítico, o julgamento diagnóstico e planejar a assistência a fim de atingir os resultados 
esperados, vamos rever a fundamentação científica sobre a asma e a assistência de enfermagem.
A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper‑responsividade das vias aéreas 
inferiores, que causa contratura da musculatura lisa dos brônquios, levando ao broncoespasmo e à 
limitação do fluxo aéreo. A hiper‑responsividade é reversível espontaneamente ou com tratamento 
broncodilatador e resulta de interação genética, exposição ambiental a alérgenos (que causam um 
processo inflamatório nas vias aéreas inferiores com broncoespasmo) e produção excessiva de muco.
Algumas das manifestações clínicas da asma são dispneia e sibilos na ausculta pulmonar, ocasionados 
pelo estreitamento das vias aéreas. Também é comum a presença de tosse produtiva, causada pelo 
processo inflamatório desencadeado nos brônquios. Outro sintoma é a dor ventilatório‑dependente, 
que ocorre pelo uso e consequente fadiga da musculatura acessória da respiração para ajudar na crise 
de dispneia. Vários são os fatores desencadeantes, de acordo com a suscetibilidade individual, sendo os 
mais comuns:
• ácaros, fungos;
• pólens e poeiras;
• alterações climáticas;
• poluentes;
• fumaça de cigarro;
• produtos químicos;
• cheiros fortes (perfumes);
• pelos de animais;
• atividade física;
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• fatores emocionais (ansiedade e depressão);
• refluxo gastroesofágico;
• medicamentos (anti‑inflamatórios não hormonais).
Há uma classificação da asma de acordo com sua gravidade:
• Leve: sintomas semanais, eventual uso de broncodilatador, limitação de atividades apenas nas 
exacerbações (crises de brocoespasmo).
• Moderada: sintomas diários, uso de broncodilatador diariamente, limitação de atividades apenas 
nas exacerbações.
• Grave: sintomas diários ou contínuos, uso de broncodilatador diariamente, limitação contínua 
de atividades.
3.1 Diagnóstico clínico
Através da identificação de crises de broncoespasmo com sintomas de dispneia, tosse e sibilância, 
desencadeados por alérgenos. Devem ser investigadas a periodicidade, a intensidade e a duração das 
crises, classificando, assim, sua gravidade.
O diagnóstico funcional é realizado através da espirometria, que avalia o volume expiratório forçado 
no primeiro segundo (VEF1), que estará diminuído na crise e normal fora dela. Avalia‑se também 
a capacidade vital funcional (CVF), que deve estar normal. Podem ser realizados exames adicionais 
específicos, como testes cutâneos, para avaliar a quais substâncias o indivíduo tem resposta alérgica.
 Observação
Normalmente realizam‑se três espirometrias na sequência: uma fora 
da crise, com resultado normal, outra após administração de alérgeno, que 
leva à crise (broncoprovocação), resultando na diminuição do VEF1, e a 
última após a administração do broncodilatador, avaliando a melhora do 
VEF1 e a resposta à medicação broncodilatadora na crise.
As intervenções de enfermagem na asma estão relacionadas principalmente à educação em saúde. 
Para melhor controle da doença, com diminuição e prevenção de crises, tais intervenções se voltam para 
os fatores listados a seguir:
• Controle dos fatores desencadeantes, evitando objetos que acumulem poeira, como cortina, tapete, 
brinquedo de pelúcia. Utilizar para limpeza pano úmido ao invés de varrer o chão. Evitar contato direto com 
animais e realizar atividade física com moderação e utilizando exercícios respiratórios concomitantemente.
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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• Orientar e treinar o uso correto dos medicamentos e seus dispositivos.
• Informações adequadas aos pacientes, familiares e profissionais da saúde para diminuir 
preconceitos (por exemplo: medicamento como algo que vicia/causa problema no coração, não 
fazer exercício físico).
• Controle da sintomatologia com medicações: spray de corticoide (anti‑inflamatório hormonal), 
uso diário para prevenção da crise, e broncodilatador (beta‑2 adrenérgico), uso durante a crise 
para relaxar a musculatura lisa dos brônquios e controlar de broncoespasmo.
• Exercícios respiratórios estimulando a expiração para controle intercrises.
• Exercícios respiratórios estimulando a expiração nas crises de broncoespasmo.
• Exercícios para fortalecimento da musculatura respiratória para serem realizado entre as crises.
 Saiba mais
Utilize o material indicado a seguir para estudo e resolução do caso.
BETTENCOURT, A. R. de C. et al. Educação de pacientes com asma: 
atuação do enfermeiro. Jornal de Pneumologia, Brasília, v. 28, n. 4, p. 
193‑200, 2002.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Diretrizes da 
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da asma. 
Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 38, Suplemento 1, p. S1‑S46, 
abr. 2012.
3.2 Caso clínico: consulta de enfermagem em ambulatório de especialidades 
– asma brônquica
Cláudia, de 21 anos, encaminhada pela UBS com antecedente de asma desde a infância, com várias 
internações devido a crises asmáticas. Atualmente faz uso de dois tipos de bombinha, somente quando 
tem crise, porém não sabe referir o nome dos medicamentos. Relata muita falta de ar durante as crises 
e não sabe o que fazer nesses momentos, também tem receio de usar os medicamentos, pois apresenta 
tremor e o coração dispara, além do medo de ficar viciada nos fármacos.
No exame físico apresenta‑se consciente, orientada, descorada, hidratada, dispneia com frequência 
respiratória de 24 movimentos por minuto (FR24 mpm) e saturação de oxigênio 96%, apresentando 
tosse com pequena expectoração clara, boa expansibilidade pulmonar simétrica com MV presentes e 
sibilos difusos. Taquicardia, normotensa, BRnF em 2T s/s. Relata boa alimentação, IMC normal, abdome 
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plano, flácido, RHA presentes, eliminações vesical e intestinal sem alterações. Membros superiores 
(MMSS) e inferiores (MMII) com boa perfusão periférica, sem edema.
Quadro 8 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de 
enfermagem no caso da paciente Cláudia
Dados de enfermagem Diagnóstico de enfermagem
Características 
definidoras Fator relacionado/risco
Várias internações devido a crises 
asmáticas, uso de bombinha apenas 
quando tem crise, não sabe o nome 
dos medicamentos
Falta de adesão
Comportamento de falta 
de adesão, exacerbação dos 
sintomas
Regime de tratamento 
complexo
Falta de ar durante as crises e não 
sabe o que fazer nesses momentos, 
receio de usar os medicamentos e 
medo de se viciar
Enfrentamento 
ineficaz
Dificuldade para organizar 
informações e medo
Alto grau de ameaça, 
incerteza secundária de 
crise asmática
Dispneia com FR24 mpm e saturação 
de oxigênio a 96%, tosse com 
pequena expectoração clara e sibilos 
difusos
Troca de gases 
prejudicada
Dispneia, padrão 
respiratório anormal
Desequilíbrio na relação 
ventilação/perfusão
Quadro 9 – Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os 
diagnósticos de enfermagem identificados no caso da paciente Cláudia
Diagnóstico de enfermagem Resultado esperado (NOC) Intervenções de enfermagem (NIC)
Falta de adesão Autocontrole da asma
1) Ensino: medicamento prescrito e habilidade 
psicomotora
2) Ensino:processo da doença
3) Ensino: procedimentos e tratamento
Enfrentamento ineficaz Autocontrole na crise de asma 1) Ensino: procedimentos e tratamento durante a crise asmática
Troca de gases prejudicada Monitorização respiratória
1) Controle da asma
2) Assistência ventilatória
Quadro 10 – Prescrição de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem 
identificados no caso da paciente Cláudia
Diagnósticos de 
enfermagem Prescrição de enfermagem
Falta de adesão
1) Orientar e determinar a compreensão do paciente em relação à doença e como 
controlá‑la
2) Orientar a diferença de medicamentos sprays anti‑inflamatórios e 
broncodilatadores e quando utilizar cada um
3) Ensinar a técnica e treinar a utilização de medicamentos sprays inalatórios
4) Orientar sobre os fatores desencadeantes da crise e auxiliar o paciente a identificar 
os alérgenos que causam crise
5) Estabelecer estratégias com o paciente para evitar contato com os alérgenos
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Enfrentamento ineficaz
1) Estabelecer com o paciente um plano por escrito para o controle das exacerbações
2) Ajudar a reconhecer sinais e sintomas de reação asmática iminente e implementar 
medidas adequadas
3) Utilizar medicação spray broncodilatadora por no máximo três vezes, com intervalo 
de quinze minutos; se a crise não melhorar, procurar o pronto atendimento
4) Orientar sobre os efeitos colaterais dos medicamentos, salientando que a 
medicação não vicia
5) Encorajar a verbalização de sentimentos quanto ao diagnóstico, ao tratamento e 
ao impacto no estilo de vida
Troca de gases prejudicada
1) Monitorar frequência, ritmo, profundidade e esforço da respiração com uso de 
musculatura acessória
2) Manter repouso em posição de Fowler
3) Orientar exercício respiratório estimulando a expiração.
4) Administrar medicação CPM
 Lembrete
Os cuidados de enfermagem para o asmático visam à educação em 
saúde, ensinando o indivíduo a adequar seu estilo de vida para conviver 
melhor com a doença, diminuir e saber lidar com as crises, levando, assim, 
a uma melhora da qualidade de vida destas pessoas.
4 ATENÇÃO SECUNDÁRIA: CONSULTA DE ENFERMAGEM EM AMBULATÓRIO 
DE ESPECIALIDADES – DIABETES MELITOTIPO II
Um senhor portador de diabetes melito tipo II apresenta várias descompensações e problemas 
decorrentes dessa patologia, todos identificados durante a consulta de enfermagem. Para realizar 
o raciocínio crítico, o julgamento diagnóstico e planejar a assistência com o objetivo de atingir 
os resultados esperados, vamos rever a fundamentação científica sobre o diabetes melito e a 
assistência de enfermagem.
diabetes melito é uma doença crônica com alta incidência na população, estimativas crescentes do 
número de portadores, alta morbidade e comorbidade com prejuízo da qualidade de vida, bem como 
alto custo previdenciário. É consequência de um distúrbio no metabolismo de carboidratos resultante da 
deficiência ou da resistência à insulina disponível, sendo caracterizada pela hiperglicemia. A educação 
em saúde visando a um melhor controle metabólico pode previnir as complicações dessa patologia.
4.1 Classificação
O diabetes melito tipo I, insulinodependente e responsável por 5% a 10% dos casos, é caracterizada 
por deficiência na produção de insulina. Sua causa exata é desconhecida, podendo resultar de um 
processo autoimune, possivelmente ativado por vírus, tem participação de fatores genéticos.
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O diabetes melito tipo II, não insulinodependente e responsável por 90% dos casos, é 
caracterizado por defeitos na liberação e no uso da insulina, além da resistência ao hormônio. 
Afeta pessoas com idade superior a 40 anos, e os fatores predisponentes incluem obesidade, vida 
sedentária e suscetibilidade genética.
O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez, caracterizando‑se por uma intolerância transitória 
à insulina. É associada ao risco aumentado de desenvolver diabetes no futuro, e sua incidência é maior 
em mulheres acima de 30 anos. É associada também ao elevado peso do recém‑nascido (RN), ou seja, 
superior a 4 kg.
4.2 Fisiopatologia do diabetes melito tipo II
Vários são os problemas que levam ao diabetes melito não insulinodependente (tipo II). Normalmente 
existe mais de um problema associado. São eles:
• Deficiência na produção de insulina pelas células beta das ilhotas de Langherans no pâncreas.
• Falta de secreção adequada em resposta aos altos níveis de glicemia.
• Inativação da insulina na circulação.
• Falta de um número adequado de receptores de insulina sobre a superfície celular, comprometendo 
a absorção da glicose pelas células.
Os fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes melito tipo II envolvem:
• idade igual ou maior que 45 anos;
• sobrepeso (IMC ≥ 25 Kg/m2);
• obesidade central (circunferência abdominal superior a 102 cm em homens e 88 cm em mulheres);
• antecedente familiar;
• histórico de intolerância à glicose ↓ ou exame de glicemia de jejum alterada;
• histórico de diabetes gestacional ou RN com mais de 4 Kg;
• hipertensão arterial (HA) superior ou igual a 140 mmHg x 90 mmHg em adultos;
• dislipidemia (trigliceridemia ≥ 250 mg/dl) ou colesterol HDL baixo (≤35 mg/dl);
• diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos;
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• histórico de doença vascular ⇒ cardíaca, cerebral ou periférica;
• sedentarismo;
• uso de medicamentos diabetogênicos (como os medicamentos com corticosteroides).
O diagnóstico do diabetes melito tipo II baseia‑se nos seguintes exames:
• glicemia de jejum ≥100 mg/dl, sendo o valor de referência de normalidade entre 70 mg/dl a 
99 mg/dL. Em caso de glicemia ≥ 100 mg/dl, é recomendado solicitar teste oral de tolerância 
à glicose (TOTG);
• teste oral de tolerância à glicose (TOTG) acima de 140 mg/dl em duas horas (com valor de referência 
de normalidade entre 70 mg/dl a 140 mg/dL);
• hemoglobina glicada ≥ 6,5%, (com valor de referência de normalidade entre 4,5% a 5,6%). Esse 
exame avalia a concentração de glicose no corpo (ligada à hemoglobina), em média, de 60 a 
90 dias antes da coleta, sendo um bom teste para avaliar como ficou a glicemia no sangue nos 
últimos meses e não somente no dia anterior à coleta do sangue.
4.3 Sinais e sintomas da hiperglicemia
Polidpsia (sede excessiva), polifagia (fome excessiva) e poliúria (aumento do volume urinário) 
constituem os três “P” da DM. Outros sinais são o emagrecimento, a desidratação e a fraqueza, todos 
relacionados ao aumento da glicemia no sangue. A seguir, trataremos de algumas complicações agudas.
 Observação
A suscetibilidade à infecção no diabético é resultado da capacidade 
comprometida dos granulócitos de responder aos agentes infecciosos 
somada a um ambiente propício à proliferação de microrganismos (pelo 
excesso de glicose).
4.4 Coma hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico
Mais comum no diabetes melito não insulinodependente (tipo II), é associado ao aumento do 
consumo de glicose e ao tratamento incorreto, à infecção ou utilização de glicocorticoides.
As manifestações clínicas são desidratação, nível de consciência diminuído, taquicardia, hipotensão, 
glicemia acima de 700 mg/dl, osmolaridade sanguínea acima de 300 mOsm/Kg.
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4.5 Cetoacidose diabética
É mais comum no diabetes melito insulinodependente (tipo I), caracterizada por hiperglicemia e 
acidose grave.
As manifestações clínicas são desidratação, nível de consciência diminuído, taquicardia, respiração 
de kussmaul, hálito cetônico, distúrbios gastrointestinais (náuseas, vômitos e dor abdominal), potássio 
sérico aumentado, gasometriacom acidose.
4.6 Hipoglicemia
Associada a uso excessivo de agentes hipoglicemiantes, diminuição da ingestão alimentar, aumento 
da atividade física, consumo excessivo de álcool ou insuficiência renal.
As manifestações clínicas são glicemia abaixo de 70 mg/dl, pele úmida, fria e pálida, taquicardia, 
tremor, parestesias (alteração na sensibilidade), cefaleia, confusão progredindo para perda da consciência 
ou convulsão.
4.7 Complicações crônicas
As complicações crônicas estão relacionadas ao crônico aumento do nível de glicose no sangue:
• Microangiopatias: espessamento da membrana basal do capilar, comum nos vasos da retina 
(déficit visual) e nos glomérulos (insuficiência renal crônica).
• Macroangiopatias: alterações arterioscleróticas aceleradas pelas anormalidades lipídicas 
exacerbadas: hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio (IAM) e 
hemorragia vascular cerebral (AVC).
• Neuropatia periférica: função anormal do nervo, afetando as bainhas nervosas ou a função da 
célula neurológica, causada pela elevação do nível de glicose no sangue crônico (pé diabético).
 Lembrete
Polidpsia, polifagia e poliúria constituem os três “P” da DM e significam 
que o paciente está apresentando aumento de glicose na circulação, sendo 
necessário investigar o motivo do aumento da glicemia e implementar 
medidas para manutenção da glicemia estável (prevenindo, assim, as 
complicações do diabetes).
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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
4.8 Caso clínico: consulta de enfermagem em ambulatório de especialidades 
– diabetes melito tipo II
Senhor E. F. S., 50 anos, encaminhado pela UBS com diagnóstico de diabetes melito há três anos. 
Desde então, faz tratamento com hipoglicemiante oral (sulfonilureias e metformina), mas os exames 
laboratoriais mostram hiperglicemia persistente. Durante a consulta relata poliúria, polidpsia e polifagia, 
além de cansaço e dor nos membros inferiores. Diz que está apresentando importante problema com 
o filho mais velho, usuário de drogas. Sai pouco de casa e briga frequentemente com a esposa. É 
trabalhador autônomo (vendedor ambulante) e tem tido dificuldades para obter a renda mensal para 
sustento da família. Não faz atividade física porque não tem tempo. Apresenta IMC 30 e relata que não 
consegue realizar a dieta para diabetes. Quando questionado sobre aos remédios que toma diariamente, 
diz que esquece algumas vezes e não lembra a dosagem de cabeça. Faz verificação de glicemia capilar 
apenas quando vai ao posto, pois não tem aparelho em casa, relatando não ter dinheiro para adquirir 
um. Na consulta médica, foi introduzida insulina exógena NPH para o controle da glicemia.
Quadro 11 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de 
enfermagem coletados no caso do senhor EFS
Dados de enfermagem Diagnóstico de enfermagem
Características 
definidoras
Fator relacionado/ 
risco
Hiperglicemia persistente, poliúria, 
polidipsia e polifagia, cansaço e dor 
nos MMII, esquece de tomar remédios 
e não lembra a dosagem, glicemia 
capilar só quando vai ao posto, não 
tem aparelho e insulina NPH
Controle ineficaz 
da saúde
Dificuldade com o 
regime terapêutico
Regime de tratamento 
complexo
Problema com o filho mais velho e 
brigas com a esposa. Dificuldade para 
obter a renda para sustento da família
Processos 
familiares 
disfuncionais
Abuso verbal de filho, 
escalada de conflitos, 
desvantagem financeira
Habilidades insuficientes 
de solução de problemas
IMC 30 e alega que não consegue 
realizar a dieta para diabetes Obesidade IMC>30 Kg/m2
Comportamento 
alimentar inadequado
Quadro 12 – Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os 
diagnósticos de enfermagem identificados no caso de senhor EFS
Diagnóstico de 
enfermagem Resultado esperado (NOC) Intervenções de enfermagem (NIC)
Controle ineficaz da 
saúde Autocontrole do diabetes 
1) Educação para a saúde
2) Assistência na automodificação
Processos familiares 
disfuncionais Enfrentamento familiar
1) Melhora do enfrentamento
2) Promoção do envolvimento familiar
Obesidade
Apetite
Comportamento de aceitação
Dieta prescrita
1) Aconselhamento nutricional
2) Monitorização nutricional
3) Controle de ambiente
4) Intermediação cultural
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Quadro 13 – Prescrição de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem 
identificados no caso do senhor EFS
Diagnósticos de 
enfermagem Prescrição de enfermagem
Controle ineficaz da saúde
1) Orientar e determinar a compreensão do paciente em relação à doença
2) Orientar e treinar a técnica para monitorização da glicemia capilar
3) Orientar a indicação dos medicamentos e a diferença entre a insulina regular e 
NPH
4) Ensinar a técnica e treinar a autoaplicação da insulina
5) Orientar e determinar a compreensão do paciente em relação ao risco de 
hipoglicemia, além de como evitá‑la
6) Orientar e determinar a compreensão do paciente em relação ao risco de 
hiperglicemia, além de como evitá‑la
Processos familiares 
disfuncionais
1) Utilizar a comunicação terapêutica para a mobilização familiar e a mediação de 
conflitos
2) Encaminhar para terapia familiar
Obesidade
1) Oferecer informação sobre a necessidade de modificação da dieta: perda de peso e 
restrição de açúcares e carboidratos
2) Identificar com o paciente os comportamentos alimentares a serem mudados
3) Estabelecer com o paciente metas a curto e longo prazo em relação às mudanças 
no estado nutricional
4) Estabelecer com o paciente estratégias para modificar a dieta
5) Discutir hábitos de compra de alimentos e limites orçamentários
6) Pesar o paciente e avaliar sua circunferência abdominal
 Saiba mais
Utilize o material indicado a seguir para aprofundar seus conhecimentos 
sobre o assunto.
TEIXEIRA, C. R. de S. et al. Validação de intervenções de enfermagem em 
pessoas com diabetes mellitus. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 
São Paulo, v. 45, n. 1, p. 173‑179, 2011.
 Resumo
Nesta unidade foram apresentados dois casos clínicos para elaboração 
da SAE na atenção secundária à saúde. Os casos abordaram a consulta de 
enfermagem em ambulatório de especialidades.
O primeiro caso apresentado foi de uma jovem portadora de asma 
com várias crises e problemas decorrentes dessa patologia. Os principais 
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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
diagnósticos identificados foram falta de adesão (evidenciada por várias 
internações devido a crises asmáticas, uso da bombinha apenas quando em 
crise, não sabe o nome dos medicamentos) e troca de gases prejudicada 
(evidenciada por dispneia com FR 24 mpm e saturação de oxigênio 96%, 
tosse com pequena expectoração clara e sibilos difusos).
A fim de atingir os resultados esperados (NOC), as ações prescritas 
pelo enfermeiro para o diagnóstico de falta de adesão foram: 1. orientar 
e determinar a compreensão do paciente em relação à doença e à forma 
de controlá‑la; 2. orientar sobre a diferença entre medicamentos sprays 
anti‑inflamatórios e broncodilatadores, explicitando quando utilizar cada 
um; 3. ensinar a técnica e treinar a utilização de medicamentos sprays 
inalatórios; 4. orientar sobre os fatores desencadeantes da crise e auxiliar 
o paciente a identificar os alérgenos que a causam; 5. estabelecer com o 
paciente estratégias para evitar contato com os alérgenos.
Para o diagnóstico de troca de gases prejudicada: 1. monitorar 
frequência, ritmo, profundidade e esforço da respiração com uso de 
musculatura acessória; 2. manter repouso em posição de Fowler; 3. orientar 
exercício respiratório estimulando a expiração; 4. administrar medicação 
conforme prescrição médica (CPM).
O segundo caso foi de um senhor portador de diabetes melito comvárias 
descompensações e problemas decorrentes dessa patologia. Os principais 
diagnósticos identificados foram controle ineficaz da saúde (evidenciado 
por hiperglicemia persistente, poliúria, polidipsia e polifagia, cansaço e dor 
nos MMII, o paciente esquece de tomar remédios e não lembra a dosagem, 
glicemia capilar só quando vai ao posto, não tem aparelho e insulina NPH) 
e obesidade (evidenciada por IMC 30 e pelo relato do paciente sobre não 
conseguir realizar a dieta para diabetes).
As ações prescritas pelo enfermeiro para esses problemas, no sentido 
de atingir os resultados esperados (NOC), para o diagnóstico de controle 
ineficaz da saúde foram: 1. orientar e determinar a compreensão do paciente 
em relação à doença; 2. orientar e treinar a técnica para monitorização 
da glicemia capilar; 3. orientar a indicação dos medicamentos e esclarecer 
sobre a diferença entre insulina regular e NPH; 4. ensinar a técnica e treinar 
a autoaplicação da insulina; 5. orientar e determinar a compreensão do 
paciente em relação ao risco de hipoglicemia e como evitá‑la; 6. orientar e 
determinar a compreensão do paciente em relação ao risco de hiperglicemia 
e como evitá‑la.
Para o diagnóstico de obesidade: 1. oferecer informação sobre a 
necessidade de modificação da dieta: perda de peso e restrição de 
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Unidade II
açúcares e carboidratos; 2. identificar com o paciente os comportamentos 
alimentares a serem mudados; 3. estabelecer com o paciente metas a curto 
e longo prazo em relação às mudanças no estado nutricional; 4. estabelecer 
estratégias com o paciente para modificar a dieta; 5. discutir hábitos de 
compra de alimentos e limites orçamentários; 6. pesar o paciente e avaliar 
sua circunferência abdominal.
Assim, a SAE foi realizada pautada em evidências científicas, para 
permitir adequação dos hábitos de vida às necessidades das doenças, 
reduzindo os riscos de complicações e melhorando a qualidade de vida 
dessas pessoas.
 Exercícios
Questão 1. (CIAAR, 2009) A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas e provoca a 
hiper‑responsividade dessas vias, edema de mucosa e produção de muco. Em relação à asma, assinale a 
alternativa correta.
A) O exame físico do asmático geralmente é inespecífico. Os sintomas mais comuns da asma são 
sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. A 
presença de sibilos é indicativa de obstrução ao fluxo aéreo, contudo, pode não ocorrer em todos 
os pacientes.
B) A fisiopatologia subjacente na asma é a inflamação difusa e irreversível da via aérea. A 
inflamação leva à obstrução a partir do seguinte: edema das membranas que revestem as vias 
aéreas, aumentando o diâmetro da via aérea, contração da musculatura lisa brônquica, produção 
diminuída de muco, que aumenta o tamanho da via aérea e pode tamponar por completo os 
brônquios.
C) As células como os mastócitos, neutrófilos, eosinófilos e linfócitos T não possuem papel significativo 
na inflamação da asma.
D) A alergia é um fator predisponente de pequena importância para a asma.
E) A confirmação do diagnóstico de asma usualmente é feita através da espirometria após a inalação 
de um broncodilatador de ação longa. Contudo, uma espirometria normal não exclui o diagnóstico 
de asma.
Resposta correta: alternativa A.
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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: as manifestações clínicas da asma variam de dispneia a sibilos na ausculta, devido ao 
estreitamento das vias aéreas. A tosse é desencadeada pelo processo inflamatório dos brônquios.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a fisiopatologia na asma é a inflamação dos brônquios, causando tosse devido à 
obstrução das vias aéreas, porém não é irreversível. Broncodilatadores são usados no tratamento para 
dilatação dos brônquios, e o broncoespasmo produz muito muco.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: pessoas com asma produzem mais imunoglobulina E (relacionada aos alérgenos 
ambientais) e são mais sujeitas a processos inflamatórios. Os mastócitos produzem mais interleucina 
e, no ataque ao processo inflamatório, produzem histamina (que causa edema e alergia). As células de 
defesa participam do processo de imunidade e, ao entrarem em contato com o alérgeno (antígeno), irão 
desencadear o processo inflamatório e induzir o corpo a produzir anticorpos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a alergia é um fator predisponente de grande importância para a asma. O indivíduo 
pode vir a óbito por um edema de glote e fechamento das vias aéreas, necessitando, por isso de 
tratamento adequado.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a confirmação do diagnóstico de asma usualmente é feita através da espirometria, 
exame que avalia o volume expiratório forçado no primeiro segundo (estará diminuído na crise e normal 
fora dela).
Questão 2. (UFRJ, 2016) Tradicionalmente, o sistema de saúde brasileiro está organizado para 
atender a saúde materno‑infantil, não considerando o envelhecimento como uma de suas prioridades. O 
Brasil envelhece de forma rápida e intensa; sua população idosa é composta por 23 milhões de pessoas, 
totalizando 11,8% da população total do país (IBGE, 2010). Com o envelhecimento populacional, há 
o aumento da incidência das doenças crônicas e, dentre as de maior relevância para a saúde, está o 
diabetes mellitus. Considerando a magnitude da incidência de diabetes na população idosa, assinale a 
alternativa correta para a atual classificação de diabetes mellitus.
A) Diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2 e diabetes mellitus gestacional.
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B) Diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2, diabetes mellitus gestacional e diabetes mellitus 
insulinodependente.
C) Diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2, diabetes mellitus gestacional e diabetes mellitus 
não insulinodependente.
D) Diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2, outros tipos específicos de diabetes mellitus e 
diabetes mellitus gestacional.
E) Diabetes mellitus insulinodependente e diabetes mellitus não insulinodependente.
Resolução desta questão na plataforma.

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