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Feridas e Curativos Assistencial II Prof. Enfa. Soraia Ferida é a solução de continuidade dos tecidos que revestem a superfície corporal. Quanto ao mecanismo da lesão: ■ Incisas; ■ Contusas; ■ Lacerates; ■ Perfurantes. Feridas Incisas ■ EX. corte feito por uma incisão cirúrgica. Feridas contusas ■ Provocadas por contusão (forte batida). Feridas Lacerantes ■ Provocadas por laceração normalmente por acidentes. Feridas perfurantes: ■ Provocadas por qualquer objeto que perfure a pele. EX. FAF e FAB, pregos, vidros etc. Ferimento de arma branca: Quanto a origem: ■ Traumáticas; ■ Cirúrgicas; ■ Patológicas. Feridas traumáticas: ■ Provocadas por qualquer tipo de trauma. Feridas cirúrgicas: ■ Provocadas após uma incisão cirurgica. Feridas patológicas ■ Provocadas a partir de uma patologia anterior. EX. câncer ósseo, escaras de decúbito. Grau de contaminação: ■ Limpas – as que não apresentam germes patogênicos; ■ Contaminadas – apresentam germes patogênicos; ■ Infectada – com sinais flogísticos. Feridas Limpas: Feridas contaminadas: Feridas Infectadas: Fase cicatricial: ■ Inflamatória; ■ Proliferativa; ■ Maturação. Fase cicatricial da Ferida Característica do exsudato: ■ Descrever o aspecto, a quantidade e o odor das secreções. *Se existir fístula relatar a origem Exsudato: Característica do leito da ferida: ■ Com tecido fibrótico; ■ Tecido de granulação; ■ Tecido necrótico; ■ Epitelização. Tecido fibrótico: Tecido de granulação Epitelização: Tecido necrótico: Cultura de secreção: ■ Definição do agente etiológico e da antibioticoterapia específica. Quanto a evolução da ferida: ■ Aguda – recente, não apresenta infecção. ■ Crônica – antiga, em geral com infecção e tecido necrosado. Ferida Aguda ■ Recentes, não apresentam infecções. Feridas Crônicas ■ Antigas , em geral com infecção e tecido necrosado. Tipo de cicatrização: ■ Primária; ■ Secundária; ■ Primária tardia. Lesão tissular profunda. Úlcera de pressão estágio I. Úlcera de pressão estágio II. Úlcera de pressão estágio III. Úlcera de pressão estágio IV. Úlcera de pressão. Úlcera de pressão com necrose. Úlcera venosa. Lesão crônica em perna. Tratamento Bota de Ulnna Deiscência da Ferida operatória: ■ É anunciada pela súbita drenagem de líquido serosanguinolento pela ferida, o paciente refere que algo se rompeu. ■ Na ferida intestinal as margens podem estar afastadas e os intestinos podem se exteriorizar com saída de líquido peritonial para o curativo. A deiscência acontece geralmente com: ■ Pontos inadequados ou excessivamente apertados; ■ Hematomas e seromas; ■ Infecção; ■ Tosse excessiva; ■ Distenção abdominal; ■ Desnutrição; ■ DM ■ Uso de esteróides. Intervenção da enfermagem: ■ Permanecer ao lado do paciente e pedir que avisem a enfermeira e o cirurgião; ■ Caso os intestinos estejam exteriorizados protegê-los com um curativo embebido em SF 0,9%. ■ Monitorar sinais vitais e de choque; ■ Manter o paciente em repouso absoluto no leito. ■ Colocar o paciente em posição semi-fowler ■ Preparar o paciente para cirurgia. Deiscência de sutura abdominal. DRENOS: ■ São introduzidos em feridas onde existe ou se espera uma coleção anormal de líquido. ■ Geralmente em compartimentos que não toleram acumulo de líquidos (articulação e tórax), em regiões com grande vascularização (pescoço e rim) e em feridas infectadas. ■ Em geral são feitos de borracha ou de plástico e colocados no interior da ferida ou de cavidades do organismo. ■ Cabe a enfermagem monitorar a drenagem pelo dreno em cada turno. Dreno de Penrose: ■ Dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias que implicam em possível acúmulo local pós-operatório, de líquidos infectados ou não. ■ O orifício de passagem do dreno deve ser amplo, e o mesmo deve ser posicionado à menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno através da incisão cirúrgica e, sim, através de uma contra incisão. Dreno de Penrose ■ A fim de evitar depósitos de fibrina que possam vir a ocluir seu lúmen, o dreno de penrose deve ser observado e mobilizado em intervalos de 12 horas, ou seja, tracionado em cada curativo (exceto quando contra-indicado), cortado seu excesso e recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada. ■ Seu orifício de saída deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que necessário. Veja o dreno de Penrose: Dreno de Porto Vac: ■ É um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com dureza projetada para uma sucção contínua e suave. ■ É constituído por uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com cordão de fixação; uma extensão intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e conector de duas ou três vias, e um catéter de drenagem com agulha de aço cirúrgico ( 3,2mm, 4,8mm ou 6,4mm ). Dreno de Portovac Dreno Kehr ■ Introduzido na região das vias biliares extra-hepáticas, utilizados para drenagem externa, descompressão, ou ainda, após anastomose biliar, como prótese modeladora, devendo ser fixado através de pontos na parede duodenal lateral ao dreno, tanto quanto na pele, impedindo sua saída espontânea. Dreno de tórax Dreno de tórax: frasco coletor. Dreno de Derivação Ventricular: DVE Cicatrização: ■ É um processo fisiológico dinâmico que busca restaurar a continuidade dos tecidos. Processo de cicatrização: ▪ Está diretamente relacionado as condições gerais do organismo. ▪ O meio úmido facilita a migração celular, a formação do tecido de granulação e a reepitelização e o curativo adequado favorece este processo. Formas de cicatrização: ■ Cicatrização por primeira intenção: ■ As feridas são feitas de maneira asséptica, com um mínimo de destruição de tecidos e fechadas adequadamente. ■ A formação de tecido de granulação não é visível. ■ EX. Incisão de Ferida operatória, cesária. Cicatrização por 2ª. Intenção: ■ Acontece nas feridas onde ocorre a formação de pus (supuração) ou afastamento das bordas, o processo de reparo é mais lento e complicado. ■ EX. Ulceras vasculogenicas, abscessos. Cicatrização por 3ª. Intenção: ■ É aquela corrigida ou estimulada cirurgicamente após a formação do tecido de granulação, ou seja, é a realização de uma terceira tentativa de cicatrização. ■ EX. Pontos de ancoragem após deiscência de sutura. Fatores que podem interferir no processo de cicatrização de uma ferida: ■ Tecido desvitalizado e infecção; ■ Edema e hemorragia ■ Deficiência de irrigação sanguínea ■ Tensão na linha de sutura ■ Presença de corpos estranhos ■ Estado geral do paciente ■ Uso de corticosteróides ■ Radiação. Curativos: ■ É o tratamento da ferida e tem por finalidade: ■ auxiliar no processo de recuperação da área lesada, ■ prevenir ou curar infecção, ■ proporcionar higiene e conforto do paciente. Classificação dos curativos: ■ Secos ■ Úmidos; ■ Abertos ■ Fechados Cuidados na realização dos curativos: ■ Preparar o ambiente e o paciente ■ Lavar as mãos ■ Preparar o material conforme o tipo de curativo e prescrição ■ Fazer o curativo seguindo a técnica e os princípios gerais, partindo da área menos contaminada para a mais contaminada. Soluções e coberturas: ■ Ácidos graxos essenciais- acido linoléico, ácido linóico associado a lanolina. ■ EX. Dersani ■ Mantém o meio úmido e aceleram o processo de cicatrização. Indicação: ■ Lesões abertas não infectadas ■ Profilaxia de ulceras de decúbito Atenção: alguns pacientes podem apresentar hipersensibilidade ao produto AÇUCAR CRISTAL ■ Mecanismo de ação: ■ Bactericida pelo efeito osmótico (hiperosmolaridade) na membrana da parede celular bacteriana; ■ Acelera a formação do tecido de granulação. Indicação e freqüência de substituição do curativo: ■ Indicação: ■ Em feridas limpas e infectadas com exsudação de intensa a moderada.■ Freqüência de substituição do curativo: ■ A cada 2 horas, pois dissolve-se no leito da ferida. Solução fisiológica : ■ A aplicação de gases em solução fisiológica 0,9% mantém o leito da ferida úmido, favorece o processo de autólise do tecido desvitalizado e a formação do tecido de granulação. Indicação do Soro Fisiológico: ■ Na limpeza como tratamento da ferida. ■ Lavagem da ferida com SF 0,9%, aquecida a temperatura corpórea é recomendada pois evita a vasoconstrição local. Freqüência da troca de curativo com SF 0,9% ■ O curativo deverá ser substituído em média a cada 4 horas. Sulfadiazina de prata e nitrato de cério ■ Composição: Pomada hidrofílica, composta por Sulfadiazina de prata 1%. ■ Pode ser associada a nitrato de cério. Mecanismo de ação: ■ Prata: confere características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais, provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana. Nitrato de cério: ■ Potencializa o efeito bactericida. Indicação da Sulfadiazina de prata: ■ Tratamento de queimaduras ■ Lesões refratárias, por exemplo, úlcera vasculogênica. Acido Ricinoléico : ■ Derivado do óleo de mamona tem como componente principal o ácido Ricinoléico. Mecanismo de ação: ■ Bactericida . ■ É solvente ativo da quitina, presente na membrana celular de todo o organismo. Indicações: ■ Desbridante químico e facilitador do processo cicatricial; ■ Tratamento de feridas infectadas como coadjuvante da antibioticoterapia sistêmica. Modo de usar: Efeito desbridante: ▪ Aplicar sobre a ferida o ácido ricinoleico a 100% com o auxilio de uma gaze e mantê-la de 5 a 15 minutos, segundo a necessidade. Efeito bactericida: ■ Lavar o leito da ferida com ácido ricinoleico em Soro fisiológico na proporção 1:4 (solução padrão). ■ Repetir a operação toda a vez que o curativo for realizado. ■ É recomendada troca do curativo a cada 12 horas. Filme transparente: Filme auto- adesivo (Bioclusive, Hydrofilm, Opsite, Tagaderm) ■ Promovem a manutenção do meio úmido e apresentam permeabilidade seletiva. ■ São transparentes e aderentes a superfícies secas. ■ Compostos de poliuretano estéreis. Indicações: ■ Fixação de cateres vasculares ■ Cobertura de incisões cirúrgicas. ■ Prevenção de ulceras de pressão. Vantagens e freqüência da troca de curativo: Vantagens: ■ Adaptam-se aos contornos do corpo; ■ Favorece a monitorização direta da ferida ou do acesso vascular. Freqüência da troca de curativo: ■ Em média sete dias. Protetores cutâneos: Periostomias (stomaresi, Cavilon, Hidrocolóide em granulo, placa ou pasta.) ■ Composição: ■ Gelatina: função de hemostasia e de absorção. Faz hidrolise parcial do colágeno. ■ Pectina: absorve a água transformando-se em solução coloidal viscosa. ■ Placa (hidrocolóide: protege e regenera a pele permitindo a fixação de bolsas coletoras. ■ Solução líquida- bastão ou compressa (Cavilon): seca após a aplicação formando uma película protetora. ■ OBS: na eventualidade, como alternativa aos protetores cutâneos poderá ser empregado a albumina. Veja exemplos de vários protetores cutaneos: Técnica do Curativo: ■ Finalidades: ■ Evitar o aparecimento de infecções nas feridas assépticas; ■ Impedir a propagação em feridas sépticas; ■ Promover a cicatrização ■ Prevenir espaço morto e formação de sero-hematoma; ■ Favorecer a permanência de medicamentos e demais soluções; ■ Proteger a ferida contra traumas mecânicos; ■ Promover conforto do paciente ■ Auxiliar na hemostasia ■ Absorver secreções e facilitar a drenagem, possibilitando a medição da mesma. Material necessário para montar a bandeja do curativo: ■ Pacote de curativo com: ■ Folhas de gaze (8) ■ Pinça anatômica com dente de rato (01) ■ Pinça anatômica sem dente (01) ■ Pinça Kocher (01) ■ Pinça Crille (01) Veja as pinças: Bandeja do curativo: ■ Soro fisiológico 125ml ■ Saco de lixo branco para descartar gases e turundas usadas; ■ Tesoura; ■ Micropore. Veja os demais materiais utilizados na bandeja: Observações a serem consideradas para execução de curativo: ■ As mãos devem ser lavadas cuidadosamente antes e depois do tratamento; ■ Os curativos de drenos devem ser isolados do curativo da incisão cirúrgica se possível. ■ Os curativos de drenos devem ser trocados sempre que estiverem úmidos; ■ Quando houver dreno de penrose na ferida deverá ser colocado um alfinete de segurança para evitar que o dreno escorregue para dentro da cavidade; ■ Primeiro recolocar o alfinete de segurança e após cortar o dreno. Observações a serem consideradas para execução de curativo: ■ As extremidades ou lesões mais amplas poderão ser limpas com auxilio de uma bacia ou cuba rim esterilizada. ■ Quando forem utilizadas pomadas sobre a ferida, estas devem ser espalhadas com uma espátula ou pinça montada com uma turunda; ■ Quando houver secreção dentro de uma cavidade ou orifício , o soro fisiológico poderá ser instilado com uma seringa; ■ Todo o material que vai direto com a ferida deve ser esterilizado. ■ No momento que usar pomadas ou soluções desprezar a primeira porção do tubo ou frasco. Observações a serem consideradas para execução de curativo: ■ manter a ferida exposta o menor tempo possível e evitar conversar durante a realização do mesmo. ■ Quando o mesmo material for utilizado para dois curativos colocar as pinças sobre uma gaze em um canto de campo. ■ Manter os cabos das pinças fora do campo para evitar a contaminação do interior deste. Retirada de Pontos: ■ Finalidades: ■ Remover os fios cirúrgicos utilizados para fechar a ferida operatória; ■ Permitir a drenagem de secreções pela ferida operatória. Material necessário: ■ Pacote de curativo ■ Soro fisiológico 125ml ■ Saco de lixo branco para descartar gases e turundas usadas; ■ Material para retirada de pontos (tesoura e pinça delicadas) Observação importante na retirada de pontos: ■ É conveniente ir retirando os pontos intervalados no caso de suspeita de deiscência de sutura.
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