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1	
©	Direitos	de	Publicação	Editora	Thoth.	Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br	e-mail:	contato@editorathoth.com.br
Diagramação	e	Capa:	Editora	Thoth	e	Nabil	Slaibi
Revisão:	o	autor
Editor	Chefe:	Bruno	Fuga
Coordenador	de	Produção	Editorial:	Thiago	Caversan	Antunes
	
Conselho	Editorial
Prof.	Me.	Bruno	Augusto	Sampaio	Fuga												Prof.	Me.	Thiago	Caversan	Antunes
Prof.	Dr.	Clodomiro	José	Bannwart	Junior										Prof.	Dr.	Celso	Leopoldo	Pagnan
Prof.	Me.	Thiago	Moreira	de	Souza	Sabião										Prof.	Dr.	Fábio	Fernandes	Neves	Benfatti
Prof.	Me.	Tiago	Brene	Oliveira																												Prof.	Dr.	Elve	Miguel	Cenci
Prof.	Dr.	Zulmar	Fachin																																						Prof.	Dr.	Bianco	Zalmora	Garcia
Prof.	Me.	Anderson	de	Azevedo																										Esp.	Rafaela	Ghacham	Desiderato
Prof.	Me.	Ivan	Martins	Tristão																												Profª.	Dr.	Rita	de	Cássia	Resquetti	Tarifa	Espolador
Prof.	Dr.	Osmar	Vieira	da	Silva																										Prof.	Me.	Daniel	Colnago	Rodrigues
Profª.	Dr.	Deise	Marcelino	da	Silva																						Prof.	Dr.	Fábio	Ricardo	R.	Brasilino
Prof.	Me.	Erli	Henrique	Garcia																										Me.	Aniele	Pissinati
Prof.	Me.	Smith	Robert	Barreni																										Prof.	Dr.	Gonçalo	De	Mello	Bandeira	(Portugal)
Profª.	Dra.	Marcia	Cristina	Xavier	de	Souza						Prof.	Me.	Arhtur	Bezerra	de	Souza	Junior
Prof.	Me.	Thiago	Ribeiro	de	Carvalho																	Prof.	Me.	Henrico	Cesar	Tamiozzo
Prof.	Me.	Flávio	Crocce	Caetano																									Profª.	Dr.	Amini	Haddad	Campos
Profª.	Me.	Marion	Bach
	
Dados	Internacionais	de	Catalogação	na	Publicação	(CIP)
	
D598				Direito	previdenciário:	atualidades	e	tendências/	organizadores	Renata	S.	Brandão
Canella,	Sérgio	Eduardo	Canella.	–	Londrina,	PR:	Thoth,	2019.
305	p.
	
Inclui	bibliografias.
																																																																														ISBN	978-85-94116-32-1
	
1.	Previdência	social	–	Brasil	–	Legislação.	2.	Previdência	social	rural.	3.	Contribuição
previdenciária.	I.	Canella,	Renata	S.	Brandão.	II.Canella,	Sérgio	Eduardo.
	
																					CDD	344.8102
	
	
	
Ficha	Catalográfica	elaborada	pela	bibliotecária	Rafaela	Ghacham	Desiderato
CRB	14/1437
	
Índices	para	catálogo	sistemático
1.	Previdência	social	:	Legislação	:	344.8102
	
	
	
Proibida	a	reprodução	parcial	ou	total	desta	obra	sem	autorização.
Todos	os	direitos	desta	edição	reservados	pela	Editora	Thoth.	A	Editora	Thoth	não	se	responsabiliza	pelas
opiniões	emitidas	nesta	obra	por	seu	autor.
	
	
	
	
SOBRE	OS	ORGANIZADORES
	
RENATA	BRANDÃO	CANELLA
Advogada,	graduada	em	Direito	pela	Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),
Mestre	 em	 Processo	 Civil	 e	 Especialista	 em	 Direito	 Empresarial	 pela
Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),	Especialista	em	Direito	do	Trabalho
pela	AMATRA,	docente	de	Processo	Civil	e	Direito	Previdenciário	na	faculdade
UNINORTE	 nos	 anos	 de	 2003	 a	 2007,	 escritora	 de	 artigos	 especializados,
palestrante,	 sócia	 e	 gestora	 do	 Escritório	 Brandão	 Canella	 Advogados
Associados,	membro	associado	do	Instituto	Brasileiro	de	Direito	Previdenciário
(IBDP),	membro	 da	Comissão	 de	Direito	Previdenciário	 da	OAB	Londrina	 de
2014	 a	 2016,	 presidente	 da	 Associação	 Brasileira	 dos	 Advogados
Previdenciários	(ABAP)
	
SÉRGIO	EDUARDO	CANELLA
Advogado,	graduado	em	Direito	pela	Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),
Mestre	 em	 Direito	 Negocial	 e	 Especialista	 em	 Direito	 Empresarial	 pela
Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),	Especialista	em	Direito	do	Trabalho
pela	AMATRA,	 docente	 de	Processo	Civil	 e	Direito	Empresarial	 na	 faculdade
UNOPAR	nos	anos	de	2004	a	2007,	escritor	de	artigos	especializados,	 sócio	e
gestor	do	Escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
SOBRE	OS	AUTORES
	
RENATA	BRANDÃO	CANELLA
Advogada,	graduada	em	Direito	pela	Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),
Mestre	 em	 Processo	 Civil	 e	 Especialista	 em	 Direito	 Empresarial	 pela
Universidade	Estadual	de	Londri-na	(UEL),	Especialista	em	Direito	do	Trabalho
pela	AMATRA,	docente	de	Processo	Civil	e	Direito	Previdenciário	na	faculdade
UNINORTE	 nos	 anos	 de	 2003	 a	 2007,	 escritora	 de	 artigos	 especializados,
palestrante,	 sócia	 e	 gestora	 do	 Escritório	 Brandão	 Canella	 Advogados
Associados,	membro	associado	do	Instituto	Brasileiro	de	Direito	Previdenciário
(IBDP),	membro	 da	Comissão	 de	Direito	Previdenciário	 da	OAB	Londrina	 de
2014	 a	 2016,	 presidente	 da	 Associação	 Brasileira	 dos	 Advogados
Previdenciários	(ABAP)
	
SÉRGIO	EDUARDO	CANELLA
Advogado,	graduado	em	Direito	pela	Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),
Mestre	 em	 Direito	 Negocial	 e	 Especialista	 em	 Direito	 Empresarial	 pela
Universidade	Estadual	de	Londrina	(UEL),	Especialista	em	Direito	do	Trabalho
pela	AMATRA,	 docente	 de	Processo	Civil	 e	Direito	Empresarial	 na	 faculdade
UNOPAR	nos	anos	de	2004	a	2007,	escritor	de	artigos	especializados,	 sócio	e
gestor	do	Escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
	
ELISÂNGELA	GUIMARÃES	DE	ANDRADE
Graduada	 em	 Direito	 pela	 Universidade	 Norte	 do	 Paraná.	 Pós-graduada	 em
Direito	Tributário	pelo	Instituto	Brasileiro	de	Estudos	Tributários.	Secretária	da
Associação	Brasilei-ra	dos	Advogados	Previdenciários.	Advogada	associada	ao
escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
	
EMERSON	COSTA	LEMES
Contador	e	pós-graduado	em	Direito	do	Trabalho	e	Previdenciário.	Atuou	por	20
anos	 com	 rotinas	 trabalhistas	 e	 previdenciárias,	 e	 desde	 2006	ministra	 cursos,
palestras,	aulas	e	treina-mentos	nestes	dois	temas.	Há	mais	de	10	anos	atua	como
perito	 judicial	 e	 extrajudicial	 nas	 áreas	 trabalhista,	 previdenciária	 e	 bancária
(CNPC	 2344).	 Associado	 à	 APEPAR	 (Associação	 de	 Peritos,	 Avaliadores,
Mediadores,	 Conciliadores,	 Árbitros,	 Intérpretes	 e	 Interventores	 do	 Paraná),
exerce	 o	 cargo	 de	 2º	 tesoureiro;	 no	 IBDP	 (Instituto	 Brasileiro	 de	 Direito
Previdenciário),	atua	como	1º	Tesoureiro.	É	membro	fundador	do	Observatório
de	 Gestão	 Pública	 de	 Londrina.	 Participou	 da	 criação	 do	 movimento	 Pela
Verdade	na	Previdência,	e	continua	participando	ativamente	da	discussão	sobre	a
reforma	da	previdência	social	brasileira.	É	professor	convidado	em	programas	de
pós-graduação	 de	 várias	 instituições:	 Atame	 (DF	 e	 GO),	 Damásio	 (SP),
FACCAR	 (PR),	 FAG	 (PR),	 IDCC	 (PR),	 IDS	 (RJ),	 IMED	 (RS),	 LFG	 (SP),
PUCPR	(PR),	Toledo	(SP),	Unicuritiba	(PR),	Unidavi	(SC),	Unipar	(PR),	entre
outras.	Autor	de	livros,	tem	artigos	publicados	em	obras	coletivas	e,	desde	2016,
é	vocalista	da	banda	NB46.
	
ISABELA	ROSSITTO	JATTI
Graduada	 em	 Direito	 pela	 Pontifícia	 Universidade	 Católica	 do	 Paraná.	 Pós-
graduada	 em	 Direito	 Previdenciário	 pela	 Universidade	 Estadual	 de	 Londrina.
Advogada	associada	ao	escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
	
IAGO	AUGUSTO	FERREIRA	BERTÃO
Advogado.	Graduado	em	Direito	pela	Universidade	Estadual	de	Londrina	–	UEL
Advogado	associado	ao	escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
	
JAMILE	SUMAIA	SEREA	KASSEM
Mestranda	 em	 Direitos	 da	 Personalidade	 pela	 Unicesumar.	 Pós-Graduada	 em
Direito	 Previdenciário	 pela	 Universidade	 Estadual	 de	 Londrina.	 Pós-Graduada
em	Direito	Aplicado	pela	Escola	da	Magistratura	do	Paraná.	Possui	graduação
em	Direito	pela	Pontifícia	Universidade	Católica	do	Paraná.	Advogada.
	
JOÃO	BADARI
Sócio	fundador	da	Aith,	Badari	e	Luchin	Advogados.	Graduado	em	Direito	pela
UNI-FMU.	 Pós-graduado	 pela	 Faculdade	 Legale	 e	 pela	 Escola	 Paulista	 de
Direito.	 Especialista	 em	 Direito	 Público	 pelo	 Instituto	 Damásio	 de	 Jesus.
Cursando	 MBA	 em	 Direito	 Previdenciário	 na	 Faculdade	 Legale	 e	 MBA	 em
Previdência	Social	com	direito	do	trabalho	pela	Instituição	A	Jurídica.
	
MALCON	ROBERT	LIMA	GOMES
Graduado	 em	 Direito	 pela	 Universidade	 Estadual	 do	 Piauí.	 Especialista	 em
Direito	Previdenciário.	Professor	de	pós-graduações.	Autor.	Palestrante.	Servidor
da	Justiça	Federal,	Seção	Judiciária	do	Piauí.
	
MURILO	GURJÃO	SILVEIRA	AITHSócio	da	Aith,	Badari	e	Luchin	Sociedade	de	Advogados.	Graduado	em	Direito
pela	 Fac-uldade	 Metropolitana	 Unidas	 (FMU).	 Pós-graduado	 em	 Direito
Previdenciário	pela	Escola	Paulista	de	Direito	Social	(EPDS).	Pós-graduado	em
Direito	Público	pela	Faculdade	de	Direito	Damásio	de	Jesus.	Pós-graduado	em
Direito	 Tributário	 pela	 Unisal/SC.	 Membro	 da	 Comissão	 de	 Direito
Previdenciário	 da	 38ª	 Subseção	 da	OAB/Santo	André.	Membro	 do	Comitê	 de
Seguro	 e	 Previdência	 da	 Associação	 Brasileira	 de	 Educadores	 Financeiros	 –
ABEFIN.
	
PEDRO	PANNUTI
Advogado,	Pós-Graduado	em	Direito	Previdenciário	e	Processual	Previdenciário
na	PUC/PR.	Graduado	pela	UFPR.	E-mail:	ppannuti@gmail.com.
	
RAFAELA	AIEX	PARRA
Advogada;	 Mestranda	 em	 Direito	 Negocial	 pela	 UEL/PR;	 Especialista	 em
Direito	 Aplicado	 pela	 EMAP;	 Pós-Graduanda	 em	 Agronegócios	 pela
USP/ESALQ;	 Aperfeiçoamento	 no	 MBA	 de	 Gestão	 Estratégica	 de	 Empresas
pelo	 ISAE/FGV;	Representante	 da	Sociedade	Rural	 do	Paraná	nos	Comitês	 de
Sustentabilidade	 e	 Leis	 e	 Regulamentos	 da	 Sociedade	 Rural	 Brasileira;	 Vice
Coordenadora	 da	 Comissão	 de	 Direito	 Agrário	 e	 Agronegócio	 da	 OAB
Londrina;	Coordenadora	Regional	da	UBAU	–	União	Brasileira	dos	Agraristas
Universitários,	no		Estado	do	Paraná.
	
THIAGO	LUCHIN
Advogado	 formado	 pela	 FMU/SP	 em	 2008,	 sócio	 da	 Aith,	 Badari	 e	 Luchin
Sociedade	de	Advogados.	É	especialista	em	direito	previdenciário,	foi	coautor	da
obra	 “Desaposentação	 –	 Justiça	 Social	 para	 o	 Aposentado	 Brasileiro”.
Atualmente	é	membro	da	Comissão	de	Ética	e	Disciplina	e	Diretor	Executivo	da
Comissão	de	Direito	Previdenciário	da	OAB	de	Santo	André.
	
CRISTIANA	GABRIELA	BRANDÃO
Administradora	de	Empresas	pela	Universidade	Filadélfia	de	Londrina.	Personal
&	Professional	Coach	pela	Sociedade	Brasileira	de	Coaching	e	Leader	as	Coach
pela	 Sociedade	 Brasileira	 de	 Coaching	 e	 Association	 for	 Coaching.	 Já	 atuou
como	 Gerente	 de	 Relacionamentos	 do	 Grupo	 Votorantim,	 hoje	 atua	 com
atendimentos	 de	 Life	 e	 Executive	 Coaching.	 Consultora	 de	 Empresas	 e
Palestrante.
	
CAROLINE	ITO	MARIANO	DE	SOUZA
Graduanda	 em	 Direito	 pelo	 Centro	 Universitário	 Filadélfia	 –	 UNIFIL,	 Pós-
Graduanda	em	Direito	Civil	e	Direito	Processual	Civil	pelo	Centro	Universitário
Filadélfia	 –	UNIFIL.	Aprovada	no	XXV	Exame	da	Ordem	dos	Advogados	do
Brasil.
	
LARISSA	DOMINGUES	CORREIA
Graduanda	do	curso	de	Direito	da	Universidade	do	Norte	do	Paraná.	Aprovada
no	XXVI	Exame	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil.
	
LUCAS	ALBANO
Graduando	 em	 Direito	 pela	 Universidade	 Estadual	 de	 Londrina	 –	 UEL.
Aprovado	no	XXVI	Exame	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil.
	
ANA	RITA	DA	SILVA	VIEIRA
Graduanda	do	curso	de	Direito	do	Centro	Universitário	Filadélfia	UNIFIL.
	
PREFÁCIO
	
Bertrand	 Russel	 nos	 ensinou	 que	 “quando	 um	 homem	 primitivo,	 nas
brumas	da	pré-história,	guardou	um	naco	de	carne	para	o	dia	seguinte	depois	de
saciar	a	fome,	aí	estava	nascendo	a	previdência”;	pensar	no	futuro,	no	amanhã,	e
principalmente	se	precaver	para	a	próxima	fase	da	vida	é	uma	necessidade	do	ser
humano.
Com	 o	 advento	 da	 Revolução	 Industrial,	 surgem	 os	 contornos	 atuais	 do
chamado	Direito	 do	Trabalho,	 com	a	 aprovação	de	Leis	 regulando	 as	 relações
entre	empregadores	e	empregados,	visando,	 sobretudo,	à	proteção	dos	últimos.
Porém,	 quando	 o	 cidadão	 perdia	 sua	 condição	 de	 trabalho,	 não	 havia	 quem	 o
protegesse;	os	Estados,	então,	passam	a	desenvolver	formas	de	proteção	social,
inspirando-se,	na	maioria	dos	casos,	no	modelo	desenvolvido	na	Alemanha	pelo
Chanceler	Otto	von	Bismarck.	Tal	modelo	 se	 fixava	em	um	 tripé	contributivo,
formado	pelo	governo,	empregador	e	trabalhador;	a	partir	de	tais	contribuições,
o	 sistema	 tinha	condições	de	 sustentar	o	cidadão	quando	este	não	 tivesse	mais
condições	de	se	sustentar	com	os	proventos	obtidos	em	seu	trabalho.
O	Brasil	adotou	modelo	semelhante	a	partir	de	1923,	quando	foi	publicada
a	 Lei	 Eloy	 Chaves,	 criando,	 em	 cada	 uma	 das	 empresas	 de	 estradas	 de	 ferro
existentes	 no	 país,	 uma	 caixa	 de	 aposentadoria	 e	 pensões	 para	 os	 respectivos
empregados.	O	sistema	então	criado	não	previa	contribuições	governamentais	–
e	 hoje	 não	 é	 diferente:	 apenas	 cidadãos	 e	 empresas	 contribuem	 para	 que	 o
sistema	se	sustente.
Como	 em	 todas	 as	 áreas	 da	 existência	 humana,	 tal	 sistema	 protetivo
também	evoluiu,	acompanhando	as	mudanças	da	sociedade	brasileira.	Em	1988,
com	 o	 advento	 da	 Constituição	 Cidadã,	 o	 país	 também	 ganha	 um	 Sistema	 de
Seguridade	Social,	englobando	 todas	as	preocupações	do	Estado	Brasileiro	nas
áreas	de	previdência	social,	assistência	social	e	saúde.	Este	Sistema	conta	com
um	 orçamento	 próprio,	 previsto	 também	 no	 texto	 constitucional,	 e	 que	 é
composto	 por	 contribuições	 feitas	 pelas	 empresas	 sobre	 folha	 de	 salários,
faturamento	e	lucro;	contribuições	feitas	pelos	trabalhadores	e	demais	segurados;
parcela	dos	valores	arrecadados	por	concursos	de	prognósticos;	e	imposto	sobre
importações.
Temos,	 portanto,	 o	 Estado	 preocupado	 com	 a	 vida	 e	 a	 sobrevivência	 do
cidadão.	 Esta	 preocupação	 o	 leva	 a	 criar	 um	 sistema	 de	 proteção	 social,
sustentado	em	parte	pelo	próprio	contribuinte	que	poderá	se	tornar,	no	segundo
momento,	 usuário	 desta	 proteção,	 seja	 requerendo	 um	 benefício	 por
ander
Selecionar
incapacidade	temporária	para	o	trabalho,	ou	por	incapacidade	definitiva,	ou	por
idade	avançada,	ou	ainda	 requerendo	o	sustento	de	seus	dependentes,	uma	vez
que	ele	mesmo	não	tenha	mais	condições	de	sustentá-los.
Temos,	 igualmente	 preocupados,	 uma	 gama	 enorme	 de	 profissionais	 de
previdência,	 como	 advogados,	 atuários,	 contadores,	 economistas,	 assistentes
sociais,	 cientistas	 sociais,	 administradores,	 pessoas	 que	 estudam	 previdência
social	 e	 sua	 melhor	 forma	 de	 funcionamento	 e	 aplicação.	 Destacam-se	 entre
estes	os	estudiosos	do	Direito	Previdenciário,	ramo	do	Direito	que	se	preocupa
com	 a	 aplicação	 das	 regras	 previdenciárias	 de	 forma	 justa.	 Este	 livro	 reúne,
capitaneados	 por	 minha	 querida	 amiga	 Renata	 Silva	 Brandão	 Canella,	 uma
pequena	parte	destes	profissionais.	Pessoas	brilhantes,	 profundas	 conhecedoras
das	áreas	em	que	se	propuseram	a	escrever,	preparando	artigos	primorosos	e	que,
com	 toda	certeza,	 servirão	como	 referência	para	profissionais	previdenciaristas
de	todo	o	país.
Fiquei	extremamente	 lisonjeado	com	o	convite	para	prefaciar	esta	obra	e
para	tratar	de	um	dos	seus	diversos	temas.	Espero	que	você,	leitor,	fique	tão	feliz
ao	ler	quanto	eu	quando	fiquei	ao	ser	convidado	para	estar	no	meio	de	pessoas
tão	especiais,	quanto	os	autores	e	organizadores	desta	obra!
	
Emerson	Costa	Lemes
Contador,	Especialista	em	Direito	do	Trabalho	e	Direito	Previdenciário
	
Sumário
SOBRE	OS	ORGANIZADORES
SOBRE	OS	AUTORES
PREFÁCIO
CAPÍTULO	 1	 	 APOSENTADORIA	 DA	 PESSOA	 COM
DEFICIÊNCIA
Introdução
1	Conceito	de	pessoa	COM	deficiência
2	Comprovação	da	deficiência
3	Benefícios	previdenciários	previstos	na	LC	Nº	142/2013
3.1	Aposentadoria	por	idade	da	pessoa	COM	deficiência
3.2	Aposentadoria	por	tempo	de	contribuição	da	pessoa	COM	deficiência
4	Graus	alternados	de	deficiência	e	períodos	de	atividade	sem	deficiência:
possibilidade	de	conversão
4.1	Alternância	nos	graus	de	deficiência
4.2	Conversão	dos	períodos	com	deficiência	para	a	concessão	das
aposentadorias	por	idade	e	por	tempo	de	contribuição	comuns
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	2
APOSENTADORIA	POR	IDADE	HÍBRIDA
Introdução
1	Idade	híbrida	ou	mista
1.1	Conceito
2	Do	valor	do	benefício	da	aposentadoria	por	idade	híbrida	e	fonte	de	custeio
3	Entendimento	do	INSS
4	Entendimento	doutrinário
ander
Selecionar
ander
Selecionar
ander
Selecionar
5	Entendimento	jurisprudencial
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	3
APOSENTADORIA	DO	PRODUTOR	RURAL
Introdução
1	Caracterização	do	produtor	rural	e	a	previsão	quanto	a	seus	recolhimentosprevidenciários
2	Dispensa	da	carência	para	o	produtor	rural,	segurado	especial,	e	a	orientação
jurisprudencial	correlata
3	Presença	de	recolhimentos	sobre	a	comercialização	da	produção	rural:
consequências
4	Condição	de	segurado	urbano	de	membro	do	núcleo	familiar:	isso	é
relevante	para	a	aposentadoria	do	produtor	rural?
4.1	Necessidade	de	início	de	prova	material	para	demonstrar	a
indispensabilidade	da	produção	rural	significativa
4.2	E	se	os	rendimentos	do	consorte	que	exerça	atividade	urbana	forem	de
somente	um	salário	mínimo?
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	4
FUNRURAL:	 OS	 ASPECTOS	 PREVIDENCIÁRIOS,
TRIBUTÁRIOS	E	OS	TRAÇOS	DA	FUNÇÃO	SOCIAL	DA	PROPRIEDADE
RURAL
Introdução
1	O	modelo	legal	de	propriedade	rural	no	Brasil:	a	necessidade	de	adequação
da	propriedade	ao	senso	coletivo
2	FUNRURAL:	do	nascimento	da	cobrança	às	discussões	atuais
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
ander
Selecionar
CAPÍTULO	 5	 CONTRIBUINTE	 INDIVIDUAL:
RECONHECIMENTO	DE	TEMPO	E	 PAGAMENTO	DE	CONTRIBUIÇÕES
EM	ATRASO
Introdução
1	Retrospecto	histórico	do	contribuinte	individual
2	O	produtor	rural	pessoa	física
3	O	garimpeiro
4	O	ministro	de	confissão	religiosa
5	O	brasileiro	que	trabalha	no	exterior	para	organismo	oficial	internacional
6	O	empresário,	o	titular	de	empresa	individual	e	o	diretor	de	empresa
7	O	autônomo
8	As	contribuições	do	contribuinte	individual	à	seguridade	social
9	Os	valores	das	contribuições	devidas	pelos	contribuintes	individuais
10	Reconhecimento	de	tempo	de	contribuição	do	contribuinte	individual
11	O	pagamento	de	contribuições	em	atraso
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	 6	 EFICÁCIA	 DOS	 MEIOS	 DE	 PROVA	 NA
APOSENTADORIA	ESPECIAL
Introdução
1	Traços	característicos	da	aposentadoria	especial
2	Aposentadoria	especial	e	o	direito	intertemporal
3	Eficácia	da	prova
3.1	Enquadramento	profissional	e	presunção	da	exposição
3.2	Periculosidade	e	a	eficácia	plena	da	prova
3.3	Documentos	técnicos	para	a	comprovação	da	exposição
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	 7	 ACIDENTE	 DE	 TRAJETO:	 A	 REFORMA
TRABALHISTA	E	OS	IMPACTOS	NO	DIREITO	PREVIDENCIÁRIO
ander
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ander
Selecionar
ander
Selecionar
ander
Selecionar
ander
Selecionar
Introdução
1	O	acidente	de	trajeto	na	lei	Nº	8.213/91
2	O	acidente	de	trajeto	e	a	responsabilidade	do	empregador	no	pacto	laboral
3	O	acidente	de	trajeto	e	os	questionamentos	da	reforma	trabalhista
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	 8	 ADICIONAL	 DE	 25%	 NA	 APOSENTADORIA:
GARANTIA	 AOS	 APOSENTADOS	 DE	 TODAS	 AS	 MODALIDADES	 DE
APOSENTADORIA	QUE	COMPROVEM	GRANDE	INVALIDEZ
Introdução
1	Benefícios	de	previdência	social	e	benefícios	de	assistência	social
2	Incapacidade	e	aposentadoria	por	invalidez
3	Grande	invalidez	e	adicional	de	25%	na	aposentadoria
4	Princípais	decisões	judiciais	sobre	o	adicional	de	25%	na	aposentadoria
Considerações	finais
Referências
CAPÍTULO	 9	 AÇÃO	 DE	 TODO	 O	 PERÍODO	 BÁSICO	 DE
CÁLCULO:	BENEFÍCIO	DA	“VIDA	TODA”
Introdução
1	Da	consideração	das	contribuições	vertidas	pelo	autor	em	todo	o	período
contributivo	e	não	apenas	após	Julho/1994
2	Do	direito	ao	melhor	benefício
3	Documentação	necessária	à	apuração	da	nova	renda	mensal	inicial	dos
segurados
4	Questões	constitucionais
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	 10	 REAPOSENTAÇÃO:	 UMA	 REVISÃO
PREVIDENCIÁRIA	FADADA	AO	FRACASSO	OU	NÃO
Introdução
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ander
Selecionar
1	O	caráter	contributivo	e	o	princípio	da	solidariedade	da	previdência	social
2	A	diferença	entre	desaposentação	e	reaposentação
3	Teses	favoráveis	e	contrárias	à	reaposentação
3.1	Princípio	da	legalidade
3.2	(Im)possibilidade	da	renúncia	à	aposentadoria
3.3	Restituição	dos	valores	recebidos	a	título	de	aposentadoria
3.4	Princípio	da	prevalência	da	situação	mais	vantajosa	ao	segurado
4	Manifestações	dos	Tribunais	Superiores	quanto	à	matéria
Considerações	finais
REFERÊNCIAS	BIBLIOGRÁFICAS
CAPÍTULO	 11	 REVISÃO	 DOS	 TETOS	 E	 O	 PRAZO
DECADENCIAL
1	Definição
2	Quem	tem	direito	e	qual	a	fundamentação
3	Óbice	do	prazo	decadencial	decenal	do	Art.	103	da	Lei	Nº	8.213/91
4	Da	ação	civil	pública	intentada,	processo	Nº	04911-28.2011.4.03.6183/SP,	e
a	contagem	da	prescrição	quanto	às	parcelas	vencidas
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	12	TRANSFORMAÇÃO	DA	APOSENTADORIA	POR
IDADE	 EM	 APOSENTADORIA	 POR	 IDADE	 HÍBRIDA:	 REVISÃO	 DE
APOSENTADORIA
Introdução
1	Breve	histórico
2	Modalidades	de	aposentadoria	por	idade
2.1	Aposentadoria	por	idade	urbana
2.2	Aposentadoria	por	idade	rural
2.3	Aposentadoria	por	idade	híbrida	ou	mista:	pressupostos
3	Revisão:	transformação	da	aposentadoria	por	idade	em	aposentadoria	por
idade	híbrida
3.1	Da	prova	da	atividade	rural
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	 13	 RETROAÇÃO	 DA	 DATA	 DE	 INÍCIO	 DO
BENEFÍCIO:	AÇÃO	DO	“MELHOR	BENEFÍCIO”
Introdução
1	Da	impossibilidade	da	aplicação	do	Art.	103,	da	Lei	Nº	8.213/91,	pela	não
observância	do	melhor	benefício	no	momento	da	concessão
2	Do	preenchimento	de	requisitos	e	direito	adquirido	ao	melhor	benefício
3	Da	tutela	de	evidência	nos	pedidos	de	retroação	da	data	de	início	do
benefício
4	Questões	constitucionais
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	14	REVISÃO	DE	BENEFÍCIOS	COM	ATIVIDADES
CONCOMITANTES	NOS	TERMOS	DA	LEI	DE	CUSTEIO
Introdução
1	A	composição	do	salário	de	contribuição
2	Atividades	concomitantes
3	Forma	de	cálculo	adotada	pelo	INSS
4	Revisão	do	cálculo	do	benefício	previdenciário	concedido	levando	em	conta
a	somatória	das	atividades	concomitantes	nos	termos	da	lei	de	custeio
Considerações	finais
REFERÊNCIAS	BIBLIOGRÁFICAS
CAPÍTULO	 15	 PLANEJAMENTO	 DE	 APOSENTADORIA	 E
CONCESSÃO
1	Educação	previdenciária
2	Pilares	do	direito	previdenciário
3	Requerimento	do	benefício
4	Melhor	benefício
ander
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ander
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ander
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ander
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5	Planejamento	de	aposentadoria
6	Passo	a	passo	para	elaborar	um	planejamento
7	Entendendo	as	dores
8	Cálculo	da	aposentadoria
9	Simulações
10	Investimento	X	retorno
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	16
MARKETING	JURÍDICO	E	A	JORNADA	DO	CLIENTE:	O	QUE
ESPERAR	DE	UM	ESCRITÓRIO	DE	ADVOCACIA?
Introdução
1	A	jornada	do	cliente
2	Conhecendo	e	entendendo	seu	cliente
3	Marketing	jurídico:	o	seu	produto	é	invisível
4	O	marketing	jurídico	pessoal
5	Um	pouco	do	modelo	Disney	de	gestão	aplicado	a	escritórios	de	advocacia
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	17
COACHING	 JURÍDICO:	 VERDADE,	 EMPATIA	 E	 PRESTAÇÃO
DE	SERVIÇO	DE	QUALIDADE
Introdução
1	O	processo
2	Deixando	as	regras	claras
3	Uma	única	empresa
4	Ética	no	marketing	jurídico
5	Equilibrando	competências
6	E	depois?
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	18
HONORÁRIOS	 CONTRATUAIS	 NO	 DIREITO
PREVIDENCIÁRIO
Introdução
1	Das	espécies	de	honorários
1.1	Dos	honorários	convencionados
2	Da	cláusula	quota	litis
3	Dos	honorários	contratuais	no	direito	previdenciário
Considerações	finais
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	19
EMPREENDEDORISMO,	 MARKETING	 JURÍDICO,	 GESTÃO
DE	ESCRITÓRIOS	DE	ADVOCACIA	E	PASSOS	PARA	UMA	ADVOCACIA
DE	SUCESSO
Introdução
1	Especialização	na	advocacia
2	Networking
3	Profissionalismo
4	Proatividade
5	Time	campeão
6	Clientes
7	Mind	set	de	um	advogado	campeão
8	Marketing	jurídico
9	Medir	os	resultados
Referências	bibliográficas
CAPÍTULO	1
APOSENTADORIA	DA	PESSOA	COM
DEFICIÊNCIA
	
ISABELA	ROSSITTO	JATTI
Graduada	em	Direito	pela	Pontifícia	Universidade	Católica	do	Paraná.	Pós-
graduada	em	Direito	Previdenciário	pela	Universidade	Estadual	de	Londrina.
Advogada	associada	ao	escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
Introdução
A	Emenda	Constitucional	(EC)	nº	47,	de	05/07/2005,	ao	dar	nova	redação
ao	§	1º	do	art.	201	da	Constituição	Federal	(CF),	possibilitou	a	regulamentação,
por	 lei	 complementar,	 de	 adoção	 de	 critérios	 e	 requisitos	 diferenciados	 para	 a
concessão	de	aposentadorias	aos	segurados	portadores	de	deficiência	física.
Assim,	o	§	1º	do	art.	201da	Carta	Magna	veda:
A	adoção	de	requisitos	e	critérios	diferenciados	para	a	concessão	de	aposentadoria
aos	beneficiários	do	regime	geral	de	previdência	social,	ressalvados	os	casos	 de
atividades	 exercidas	 sob	 condições	 especiais	 que	 prejudiquem	 a	 saúde	 ou	 a
integridade	física	e	quando	se	tratar	de	segurados	portadores	de	deficiência,	nos
termos	definidos	em	lei	complementar.
Visando	dar	cumprimento	ao	comando	constitucional,	em	09/05/2013,	foi
publicada	 a	 Lei	 Complementar	 (LC)	 Nº	 142	 que	 estabeleceu,	 no	 âmbito	 do
Regime	Geral	 da	 Previdência	 Social	 (RGPS),	 a	 possibilidade	 de	 concessão	 da
aposentadoria	por	idade	e	por	tempo	de	contribuição	para	as	pessoas	portadoras
de	deficiência	com	requisitos	concessórios	diferenciados.
Posteriormente,	 em	 03/12/2013,	 foi	 publicado	 o	 Decreto	 nº	 8.145,	 que
incluiu	 a	 Subsecção	 IV-A	 ao	 Decreto	 nº	 3.048/1999,	 detalhando	 a	 forma	 de
operacionalização	dos	 aludidos	benefícios	 e	 estabelecendo	outras	 questões	 não
tratadas	na	lei	complementar.
1	Conceito	de	pessoa	COM	deficiência
A	Convenção	 Sobre	 os	 Direitos	 da	 Pessoa	 com	Deficiência	 patrocinada
pela	 Organização	 das	 Nações	 Unidas	 –	 ONU,	 aprovada	 pelo	 Brasil	 por
intermédio	do	Decreto	Legislativo	nº	186,	de	09	de	julho	de	2008,	nos	termos	do
§	3º	do	art.	5º	da	Constituição	Federal	e,	portanto,	com	equivalência	de	emenda
constitucional,	 trouxe	 ao	 ordenamento	 jurídico	 brasileiro	 novo	 conceito	 de
pessoa	com	deficiência.
O	art.	1	da	referida	Convenção	define	pessoa	com	deficiência	como:
Aquelas	 que	 têm	 impedimentos	 de	 longo	 prazo	 de	 natureza	 física,	 mental,
intelectual	 ou	 sensorial,	 os	 quais,	 em	 interação	 com	 diversas	 barreiras,	 podem
obstruir	sua	participação	plena	e	efetiva	na	sociedade	em	igualdade	de	condições
com	as	demais	pessoas.
	 	 	 Tal	 conceito	 foi	 reproduzido	 pelo	 art.	 2º	 da	 Lei	 Complementar	 nº
142/2013	 e	 consta	 também	 no	 §	 3º	 do	 art.	Art.	 70-D	 do	Decreto	 nº	 3.048/99,
incluído	pelo	Decreto	nº	8.145/2013.
Infere-se,	 assim,	 que	 o	 conceito	 de	 pessoa	 com	 deficiência	 para	 fins	 de
concessão	 dos	 benefícios	 previstos	 na	 LC	 nº	 142/2013	 não	 implica,
exclusivamente,	 incapacidade	e	invalidez.	Pelo	contrário,	a	definição	de	pessoa
com	deficiência	decorre	de	uma	análise	multidisciplinar	que	verifica	não	apenas
as	 limitações	 físicas	do	segurado,	mas	 também	sua	 reação	e	 interação	no	meio
social,	 bem	 como	 a	 possibilidade	 de	 participação	 plena	 na	 sociedade	 em
igualdade	com	as	demais	pessoas.
Além	 de	 não	 equiparar	 deficiência	 com	 incapacidade,	 o	 novo	 conceito
trazido	 pela	 Convenção	 deixou	 de	 restringir	 deficiência	 ao	 aspecto	 médico,
incorporando	também	aspecto	social,	conforme	observa	Ricardo	Tadeu	Marques
da	Fonseca:
(...)	o	próprio	conceito	de	pessoa	com	deficiência	incorporado	pela	Convenção,	a
partir	da	participação	direta	de	pessoas	com	deficiência	levadas	por	Organizações
Não	Governamentais	 de	 todo	 o	mundo,	 carrega	 forte	 relevância	 jurídica	 porque
incorpora	 na	 tipificação	 das	 deficiências,	 além	 dos	 aspectos	 físicos,	 sensoriais,
intelectuais	 e	 mentais,	 a	 conjuntura	 social	 e	 cultural	 em	 que	 o	 cidadão	 com
deficiência	 está	 inserido,	 vendo	 nestas	 o	 principal	 fator	 de	 cerceamento	 dos
direitos	humanos	que	lhe	são	inerentes.	[1]
Desta	 feita,	 muitas	 pessoas	 são	 capazes	 para	 o	 trabalho	 e	 para	 a	 vida
independente;	 porém,	 o	 impedimento	 de	 longo	 prazo	 que	 apresentam	 pode
obstruir	a	participação	plena	e	efetiva	na	sociedade	em	igualdade	de	condições
com	as	demais	pessoas.
Toma-se	 como	 exemplo	 o	 indivíduo	 com	 visão	 monocular.	 Apesar	 da
cegueira	 em	 um	 dos	 olhos	 não	 gerar	 invalidez	 total,	 tal	 condição	 acarreta
redução	 da	 percepção	 de	 profundidade,	 o	 que	 afeta	 o	 equilíbrio	 e	 diminui	 o
campo	de	visão	periférico,	fazendo	o	que	o	indivíduo	encontre	maior	dificuldade
na	realização	de	atividades	cotidianas	do	que	outra	pessoa	considerada	saudável,
ensejando	o	enquadramento	como	pessoa	com	deficiência.
Sobre	o	assunto,	inclusive,	o	Superior	Tribunal	de	Justiça	(STJ)	já	decidiu
que	 “a	 visão	 monocular	 cria	 barreiras	 físicas	 e	 psicológicas	 na	 disputa	 de
oportunidades	 no	 mercado	 de	 trabalho”[2]	 o	 que	 garante	 ao	 portador	 de	 visão
monocular	o	direito	de	concorrer	em	concurso	público	às	vagas	reservadas	aos
deficientes,	entendimento	que	acarretou	na	edição	da	Súmula	nº377.
2	Comprovação	da	deficiência
O	 art.	 4º	 da	 LC	 nº	 142/2013	 expressamente	 prevê	 a	 necessidade	 de
avaliações	médica	e	funcional	como	requisitos	para	a	concessão	dos	benefícios
previdenciários	 de	 aposentadoria	 por	 idade	 e	 por	 tempo	 de	 contribuição	 da
pessoa	com	deficiência.
A	 Portaria	 Interministerial	 SDH/MPS/MF/MOG.AGU	 nº	 01,	 de
27/01/2014	 	 orienta	 que	 a	 avaliação	 médica	 e	 a	 funcional	 engloba	 a	 perícia
médica	 e	 o	 serviço	 social,	 objetivando	 examinar	 o	 segurado	 e	 fixar	 a	 data
provável	 do	 início	 da	 deficiência	 e	 o	 respectivo	 grau,	 bem	 como	 identificar	 a
ocorrência	de	variação	no	grau	de	deficiência	e	 indicar	os	respectivos	períodos
em	cada	grau.
O	 §	 1º	 do	 art.	 2º	 do	 Estatuto	 da	 Pessoa	 com	 Deficiência	 (Lei	 nº
13.146/2015)	 estabelece	 que	 a	 avaliação	 da	 deficiência	 será	 biopsicossocial,
realizada	 por	 equipe	 multiprofissional	 e	 interdisciplinar	 e	 considerará	 os
impedimentos	nas	funções	e	nas	estruturas	do	corpo;	os	fatores	socioambientais,
psicológicos	e	pessoais;	a	limitação	no	desempenho	de	atividades,	e	a	restrição
de	participação
Em	regra,	a	perícia	biopsicossocial	é	realizada	por	dois	peritos:	o	médico	e
a	assistente	social,	que	são	encarregados	pela	avaliação	do	segurado.
A	avaliação	funcional	é	realizada	com	base	no	conceito	de	funcionalidade
disposto	na	Classificação	Internacional	de	Funcionalidade,	Incapacidade	e	Saúde
-	 CIF,	 da	 Organização	 Mundial	 de	 Saúde,	 mediante	 aplicação	 do	 Índice	 de
Funcionalidade	Brasileiro	Aplicado	para	Fins	de	Aposentadoria	 -	 IF-BrA.	 Já	 a
avaliação	das	barreiras	externas	será	feita	por	meio	de	entrevista	com	o	segurado
e,	 se	 for	 necessário,	 com	 as	 pessoas	 que	 convivem	 com	 ele,	 podendo	 ser
realizadas	ainda	visitas	ao	local	de	trabalho[3].
Na	 prática,	 a	 avaliação	 funcional,	 ao	 utilizar	 o	 Índice	 de	Funcionalidade
Brasileiro	 (IF-BrA),	 avalia	 41	 atividades	 realizadas	 pelo	 segurado	 conforme	 o
grau	de	independência	para	a	realização.	Dentre	as	atividades	avaliadas,	citam-
se:	regulação	da	micção	e	defecção;		relacionamentos	íntimos;	preparar	refeições
tipo	lanche;	cuidar	de	partes	do	corpo;	deslocar-se	dentro	de	edifícios	que	não	a
própria	casa,	dentre	outras.
As	atividades	são	pontuadas	na	escala	de	100	a	25,	da	seguinte	forma:
•	25	pontos:	Não	realiza	a	atividade	ou	é	totalmente	dependente;
•	50	pontos:	Dependência	parcial	de	 terceiros	 -	Realiza	a	atividade	com	o
auxílio	 de	 terceiros,	 participando	 de	 alguma	 etapa	 da	 atividade,	 ou	 se	 for
supervisionado/incentivado	para	a	realização	de	determinada	tarefa;
•	 75	 pontos:	 Independência	 modificada	 -	 Realiza	 a	 atividade	 de	 forma
adaptada	 (necessidade	 de	 modificação	 do	 ambiente	 ou	 na	 forma	 de
realização),	diferente	do	habitual	ou	mais	lentamente.	Havendo	adaptações,
não	necessita	do	auxílio	de	terceiros	nem	para	a	colocação;
•	 100	 pontos:	 Independência	 completa	 -	 Realiza	 a	 atividade	 de	 forma
independente,	sem	adaptação,	modificação	ou	redução	de	velocidade.
Cabe	 à	 avaliação	 médica	 averiguar,	 além	 da	 documentação	 médica,	 as
barreiras	e	impedimentos	físicos	do	segurado	na	realização	de	determinada	tarefa
e	 a	 interação	 da	 pessoa	 em	 sociedade	 a	 partir	 de	 suas	 limitações.	 Os
impedimentos	são	determinados	pelo	perito	médico	e	poderão	ser	de	05	tipos,	a
saber:	auditivo,	intelectual/cognitivo,	físico/motor,	sensorial/visual	e	mental.
Por	fim,	após	a	avaliação	médica	e	funcional,	somam-se	a	pontuações	de
ambos	 os	 peritose,	 quanto	 menor	 a	 pontuação,	 maior	 o	 grau	 de	 deficiência,
conforme	tabela:
GRAU	DE	DEFICIÊNCIA PONTUAÇÃO
Grave Menor	ou	igual	a	5.739
Moderada Maior	ou	igual	a	5.740	e	menor	ouigual	6.354
Leve Maior	ou	igual	a	6.355	e	menor	ouigual	7.584
Não	há	deficiência Maior	ou	igual	a	7.585
	
Cumpre	ressaltar	que,	apesar	da	regulamentação	da	aposentadoria	especial
dos	segurados	portadores	de	deficiência	ter	surgido	somente	com	a	edição	da	LC
nº	142/2013,	a	existência	de	deficiência	anterior	à	sua	vigência,	em	09/11/2013,
pode	ser	comprovada	para	concessão	dos	benefícios	previstos	na	referida	norma.
Nesse	caso,	conforme	expressamente	previsto	nos	§§	1º	e	2º	do	art.	6º	da
LC	 nº	 142/2013,	 na	 primeira	 avaliação,	 deve-se	 certificar	 a	 existência	 de
deficiência	anterior	à	data	da	vigência	da	Lei	Complementar,	inclusive	quanto	ao
grau	 e	 a	 data	 provável	 do	 início,	 não	 se	 admitindo,	 para	 tanto,	 a	 prova
exclusivamente	testemunhal.
Assim,	 conforme	 exemplifica	 Carlos	 Alberto	 Pereira	 de	 Castro	 e	 João
Batista	 Lazzari,	 uma	 segurada	 portadora	 de	 deficiência	 moderada	 que	 foi
contratada	 em	 10/11/2000,	 com	 base	 na	 cota	 de	 deficientes	 (art.	 93	 da	 Lei	 nº
8.213/99),	 poderá,	 em	 10/11/2024,	 se	 não	 houve	 interrupção	 do	 vínculo
empregatício	e/ou	do	recolhimento	das	contribuições	previdenciárias,	requerer	a
aposentadoria	prevista	no	art.	3º,	inciso	II,	da	LC	nº	142/2013[4].
Assim,	 é	 possivel	 observar	 que	 a	 realização	 de	 perícia	 é	 essencial	 à
concessão	 da	 aposentadoria	 especial	 dos	 segurados	 portadores	 de	 deficiência,
uma	vez	que	é	ela	que	irá	determinar	o	grau	de	deficiência	do	segurado.
3	Benefícios	previdenciários	previstos	na	LC	Nº	142/2013
A	 LC	 nº	 142/2013	 prevê	 duas	 espécies	 de	 aposentadorias	 com	 critérios
diferenciados	 para	 as	 pessoas	 com	 deficiência	 no	 âmbito	 do	Regime	Geral	 da
Previdência	 Social,	 tais	 quais:	 Aposentadoria	 por	 Idade	 e	 Aposentadoria	 por
Tempo	de	Contribuição.
Apesar	de	a	 lei	complementar	não	 ter	especificado	o	período	de	carência
para	a	concessão	dos	benefícios,	aplica-se	a	regra	geral	da	Lei	nº	8.213/91,	que
estabelece	 a	 exigência	 mínima	 de	 180	 contribuições.	 No	 caso,	 a	 aplicação
subsidiária	 da	 Lei	 de	 Benefícios	 do	 Regime	 Próprio	 está	 prevista	 no	 art.	 9º,
inciso	IV,	da	LC	nº	142/2013.
Também	no	que	concerne	à	data	de	início	do	benefício,	a	LC	nº	142/2013
não	fixou	regra	específica,	adotando-se	a	regra	geral	da	Lei	nº	8.213/91.	Assim,
ambos	os	benefícios	serão	devidos	ao	empregado,	inclusive	o	doméstico,	a	partir
da	data	do	desligamento	do	emprego	(quando	requerido	até	90	dias	depois	deste)
ou	 da	 data	 do	 requerimento	 (quando	 não	 houver	 desligamento	 do	 emprego	 ou
quando	 requerido	 após	 90	 dias)	 e,	 para	 os	 demais	 segurados,	 desde	 a	 data	 do
requerimento.
Conforme	previsto	no	art.	70-A	do	Decreto	nº	3.048/99,	os	benefícios	de
aposentadoria	por	idade	e	por	tempo	de	contribuição	da	pessoa	com	deficiência
somente	serão	concedidos	se	o	segurado	comprovar	a	condição	de	deficiente	no
momento	 do	 requerimento	 	 administrativo	 ou	 quando	 implementado	 os
requisitos	exigidos.
Impende	 frisar	 que	 a	 concessão	 de	 ambos	 benefícios	 não	 implica
reconhecimento	 de	 invalidez	 e,	 portanto,	 o	 segurado	 aposentado	 pode
permanecer	em	atividade.
Carlos	 Alberto	 Pereira	 de	 Castro	 e	 João	 Batista	 Lazzari	 destacam	 ainda
que	não	se	aplica	o	disposto	no	art.	57,	§	8º,	da	Lei	nº	8.213/91,	o	qual	veda	a
continuidade	 de	 atividade	 ou	 operação	 sujeita	 a	 agentes	 nocivos	 por	 parte	 do
segurado	 que	 obtém	 aposentadoria	 especial,	 posto	 que	 essa	 regra,	 além	 da
duvidosa	 e	 discutida	 constitucionalidade,	 destina-se	 exclusivamente	 às
aposentadoria	 especias	 decorrentes	 do	 exercício	 de	 atividades	 com	 prejuízo	 à
saúde	ou	à	integridade	física	e,	não	sendo	regra	geral,	não	pode	ser	adotada	para
as	aposentadorias	previstas	na	LC	nº	142/2013[5].
Ainda,	 é	 possível	 ao	 segurado	 com	 deficiência	 a	 percepção	 de	 qualquer
outra	 espécie	 de	 aposentadoria	 prevista	 na	 Lei	 nº	 8.213/91	 que	 lhe	 seja	 mais
vantajosa	 do	 que	 as	 opções	 apresentadas	 na	 LC	 nº	 142/2013,	 desde	 que
cumpridos	os	requisitos.	Por	exemplo,	caso	o	segurado	fique	inválido	à	obtenção
de	 aposentadoria	 por	 invalidez,	 cujo	 percentual	 é	 de	 100%	 do	 salário	 de
benefício,	poderá	será	mais	vantajosa	do	que	a	concessão	da	aposentadoria	por
idade	do	deficiente.
3.1	Aposentadoria	por	idade	da	pessoa	COM	deficiência
O	 inciso	 IV,	 do	 art.	 3º	 da	 LC	 nº	 142/3013,	 trata	 do	 benefício	 de
aposentadoria	por	idade	urbana,	o	qual	será	concedido	aos	homens	aos	60	anos
de	idade	e	às	mulheres	aos	55	anos	idade.	Há,	portanto,	redução	de	cinco	anos	no
quesito	etário	em	comparação	à	aposentadoria	por	idade	urbana,	prevista	no	art.
48	da	Lei	nº	8.213/91.
Exige-se,	contudo,	a	comprovação	de	15	anos	trabalhados	na	condição	de
pessoa	 com	 deficiência,	 independentemente	 do	 grau	 de	 deficiência	 (leve,
moderada	ou	grave).
O	referido	benefício	pode	ser	concedido	a	todas	categorias	de	segurados.
O	§	3º	do	art.	70-F	do	Decreto	nº	3.048/1999	possibilita,	para	a	concessão
da	aposentadoria	por	idade	da	pessoa	com	deficiência,	a	conversão	do	período	de
exercício	de	atividade	sujeita	a	condições	especiais	que	prejudiquem	a	saúde	ou
a	 integridade	 física,	 cumprido	 na	 condição	 de	 pessoa	 com	 deficiência,
exclusivamente	para	efeito	de	cálculo	do	valor	da	renda	mensal.
O	 art.	 8º,	 inciso	 II,	 da	 LC	 nº	 142/2013,	 estabelece	 que	 o	 valor	 da
aposentadoria	por	idade	observará	o	disposto	no	art.	29	da	Lei	nº	8.213/91,	com
aplicação	do	percentual	de	70%	mais	1%	do	salário	de	benefício	por	grupo	de
12		contribuições	mensais	até	o	máximo	de	30%.
Desta	 feita,	 a	 apuração	 do	 salário	 de	 benefício	 segue	 a	 média	 dos	 80%
maiores	 salários	 de	 contribuição	 desde	 julho	 de	 1994,	 com	 observância	 do
mínimo	 divisor,	 para	 os	 segurados	 filiados	 antes	 da	 Lei	 nº	 9.876/99,	 com	 a
aplicação	 do	 respectivo	 percentual	 (art.	 8º,	 inciso	 II,	 da	 LC	 nº	 142/2013)	 e
incidência	 do	 fator	 previdenciário	 se	 resultar	 em	 renda	 mensal	 de	 valor	 mais
elevado	(art.	9º,	inciso	I,	da	LC	nº	143/2013).
3.2	Aposentadoria	por	tempo	de	contribuição	da	pessoa	COM	deficiência
O	 art.	 3º,	 incisos	 I,	 II	 e	 III	 da	LC	 nº	 142/2013	 prevê	 a	 possibilidade	 de
concessão	 de	 aposentadoria	 por	 tempo	 de	 contribuição	 ao	 segurado	 com
deficiência,	sendo	que	o	grau	da	deficiência	implicará		maior	ou	menor	número
de	contribuições	exigidos.
Assim,	a	aposentadoria	por	tempo	de	contribuição	será	concedida:
•	Aos	 25	 (vinte	 e	 cinco)	 anos	 de	 tempo	de	 contribuição,	 se	 homem,	 e	 20
(vinte)	anos,	se	mulher,	no	caso	de	segurado	com	deficiência	grave;
•	Aos	 29	 (vinte	 e	 nove)	 anos	 de	 tempo	 de	 contribuição,	 se	 homem,	 e	 24
(vinte	 e	 quatro)	 anos,	 se	 mulher,	 no	 caso	 de	 segurado	 com	 deficiência
moderada;
•	 Aos	 33	 (trinta	 e	 três)	 anos	 de	 tempo	 de	 contribuição,	 se	 homem,	 e	 28
(vinte	e	oito)	anos,	se	mulher,	no	caso	de	segurado	com	deficiência	leve.
Dessa	 maneira,	 o	 tempo	 de	 contribuição	 exigido	 para	 a	 concessão	 do
benefício	 de	 aposentadoria	 por	 tempo	 de	 contribuição	 do	 deficiente	 dependerá
do	grau	de	deficiência	do	segurado	aferido	pela	avaliação	funcional	e	médica.
Diversamente	do	previsto	para	a	concessão	da	aposentadoria	por	idade	da
pessoa	com	deficiência,	o	art.	10	da	LC	nº	142/2013	e	o	art.	70-F	do	Decreto	nº
3.048/99	 vedam	 a	 cumulação	 da	 redução	 do	 tempo	 de	 contribuição	 para	 a
aposentadoria	do	deficiente,	em	relação	ao	mesmo	tempo	de	contribuição,	com	a
redução	prevista	para	o	trabalhador	exposto	a	agentes	nocivos.
Nesse	 sentido,	 se	 o	 segurado	 com	 deficiência	 também	 estava	 exposto	 a
algum	agente	nocivo,	não	pode	ter	duas	reduções	no	tempo	de	contribuição,	qual
seja,	por	força	do	agente	nocivo	e	por	deficiência.	Nesse	caso,	cabe	ao	segurado
a	 opçãode	 escolha	 entre	 a	 redução	 da	 atividade	 sob	 condições	 especiais	 ou	 a
redução	da	atividade	como	deficiente.
Cabe	 ressaltar,	 contudo,	 que	 essa	 vedação	 aplica-se	 apenas	 quando	 se
tratar	 de	 mesmo	 período	 contributivo.	 Portanto,	 se	 os	 períodos	 contributivos
forem	diferentes,	não	há	qualquer	proibição	em	converter	um	ou	mais	períodos
pela	atividade	especial	e	outro	pelo	exercício	laboral	como	deficiente.
Quanto	ao	valor	do	benefício,	o	art.	8º,	da	LC	nº	142/2013	estabelece	que
o	valor	da	aposentadoria	observará	o	disposto	no	art.	29	da	Lei	nº	8.213/91	e,	no
que	concerne	à	aposentadoria	por	tempo	de	contribuição	do	deficiente,	o	inciso	I
prevê	a	aplicação	do	percentual	de	100%.
Desta	 feita,	 a	 apuração	 do	 salário	 de	 benefício	 segue	 a	 média	 dos	 80%
maiores	 salários	 de	 contribuição	 desde	 julho	 de	 1994,	 com	 observância	 do
mínimo	 divisor,	 para	 os	 segurados	 filiados	 antes	 da	 Lei	 nº	 9.876/99,	 com	 a
aplicação	do	respectivo	percentual	(art.	8º,	inciso	I,	da	LC	nº	142/2013).
O	 fator	 previdenciário,	 assim	 como	ocorre	 no	 caso	 da	 aposentadoria	 por
idade	do	deficiente,	não	será	aplicado,	salvo	se	dele	resultar	renda	mais	elevada
(art.	9º,	inciso	I,	da	LC	nº	143/2013).
4	Graus	alternados	de	deficiência	e	períodos	de	atividade	sem	deficiência:
possibilidade	de	conversão
É	possível	e	comum	que	o	trabalhador,	no	curso	de	sua	vida	contributiva,
torne-se	 deficiente	 ou	 até	 mesmo	 tenha	 alterado	 o	 grau	 de	 deficiência.
Antevendo	 essa	 situação,	 a	 LC	 nº	 143/2013,	 em	 seu	 art.	 7º,	 possibilitou	 o
ajustamento	 (ou	 conversão)	 do	 período	 em	 que	 o	 segurado	 laborou	 sem
deficiência	e	dos	períodos	em	que	houve	alternância	nos	graus	de	deficiência.
Os	 índices	 a	 serem	utilizados	para	 a	 conversão	dos	períodos	 trabalhados
com	determinado	grau	de	deficiência	para	outro	que,	porventura,	o	segurado	se
encontre,	 bem	 como	 para	 período	 sem	 deficiência,	 foram	 estabelecidos	 pelo
Decreto	nº	8.144/2013,	que	incluiu	o	art.	70-E	ao	Decreto	nº	3.048/99.
O	 referido	 decreto	 trouxe	 ainda	 o	 conceito	 de	 grau	 de	 deficiência
preponderante,	 explicado	 pelo	 parágrafo	 primeiro	 do	 art.	 70-E	 como	 sendo
aquele	em	que	ocorreu	de	o	segurado	cumpriu	maior	tempo	de	contribuição.
Cabe	destacar	que	só	haverá	conversão	dos	períodos	vertidos	ao	Regime
Geral	da	Previdência	Social	(RGPS),	não	havendo	previsão	para	conversão	dos
períodos	de	contribuição	do	Regime	Próprio	(RPPS).
4.1	Alternância	nos	graus	de	deficiência
Quando	 o	 segurado	 comprovar	 a	 deficiência	 durante	 todo	 o	 tempo	 de
contribuição	exigido,	porém,	apresentar	alternância	no	grau	de	deficiência,	o	art.
7º	 da	 LC	 nº	 142/2013	 possibilita	 a	 conversão	 de	 tempo	 qualificado	 para
qualificado,	 levando-se	 em	 conta	 o	 grau	 de	 deficiência	 preponderante,	 que,
conforme	 conceito	 trazido	 pelo	 Decreto	 nº	 8.145/2013,	 é	 aquela	 em	 que	 o
segurado	cumpriu	o	maior	tempo	contributivo.
A	 solução	 adotada	 pela	 lei	 complementar,	 cujos	 índices	 de	 conversão
foram	 estabelecidos	 pelo	 Decreto	 nº	 8.145/2013,	 que	 incluiu	 o	 art.	 70-E	 ao
Decreto	nº	3.048/99,	é	similar	à	regra	prevista	no	art.	66	do	Decreto	nº	3.048/99,
que	estabelece	regras	de	conversão	para	o	segurado	que	exerceu	sucessivamente
duas	 ou	mais	 atividades	 sujeitas	 a	 condições	 especiais	 sem	 complementar	 em
qualquer	delas	o	prazo	mínimo	exigido[6].
A	 proporcionalidade	 e	 a	 conversão	 dos	 períodos	 encontram-se	 previstas
art.	70-E	do	Decreto	nº	3.048/99	da	seguinte	forma:
MULHER
TEMPO	A
CONVERTER
MULTIPLICADORES
Para	20 Para	24 Para	28 Para	30
De	20	anos 1,00 1,20 1,40 1,50
De	24	anos 0,83 1,00 1,17 1,25
De	28	anos 0,71 0,86 1,00 1,07
De	30	anos 0,67 0,80 0,93 1,00
	
	
HOMEM
TEMPO	A
CONVERTER
MULTIPLICADORES
Para	25 Para	29 Para	33 Para	35
De	25	anos 1,00 1,16 1,32 1,40
De	29	anos 0,86 1,00 1,14 1,21
De	33	anos 0,76 0,88 1,00 1,06
De	35	anos 0,71 0,83 0,94 1,00
	
Como	 exemplo,	 toma-se	 um	 segurado,	 homem,	 que	 iniciou	 a	 vida
contributiva	 já	 com	 deficiência,	 apresentando	 deficiência	 leve	 no	 período	 de
01/01/1982	 a	 31/12/2004	 (22	 anos)	 e	 deficiência	 moderada	 no	 período	 de
01/01/2005	a	31/12/2015	(10	anos).	O	grau	preponderante	é	o	leve	-	período	no
qual	o	segurado	permaneceu	por	maior	 tempo	contribuindo	-	e	o	período	a	ser
convertido	para	esse	grau	é	o	de	deficiência	moderada.	Conforme	tabela	acima,	a
fim	de	converter	o	período	de	deficiência	moderada	(que	exige	29	anos	de	tempo
de	 contribuição	 para	 homem)	 para	 leve	 (que	 exige	 33	 anos	 de	 tempo	 de
contribuição	para	homem),	aplica-se	o	índice	de	1,14.	Assim,	multiplicando-se	o
período	de	01/01/2005	a	31/12/2015	(10	anos)	por	1,14,	atinge-se	11,4	anos,	por
meio	 dos	 quais,	 somados	 ao	 tempo	 contribuído	 na	 condição	 de	 pessoa	 com
deficiência	 leve	 (22	 anos),	 restam	 atingidos	 os	 33	 anos	 de	 contribuição
necessários	 para	 a	 concessão	 da	 aposentadoria	 por	 tempo	 de	 contribuição	 do
segurado	que	apresenta	deficiência	leve.	
No	referido	exemplo,	se	tratando	de	segurada	mulher,	o	multiplicador	seria
de	1,17	(de	deficiência	moderada	para	leve).
Cumpre	 observar	 ainda	 que	 é	 possível,	 para	 a	 concessão	 dos	 benefícios
previstos	na	LC	nº	143/2013,	a	conversão	do	tempo	rural,	tempo	comum	e	tempo
especial.	Ainda,	os	períodos	em	que	o	segurado	esteve	em	gozo	de	benefício	por
incapacidade,	 desde	 que	 intercalado	 com	 períodos	 contributivos,	 podem	 ser
convertidos.
Em	 tais	 casos,	 os	 índices	 previstos	 no	 art.	 70-E	 do	Decreto	 nº	 3.048/99
atuarão	 como	 um	 redutor	 do	 tempo.	 Por	 exemplo,	 uma	mulher	 que	 trabalhou
durante	 o	 intervalo	 de	 01/01/1960	 a	 31/12/1965	 (05	 anos)	 na	 zona	 rural,	 na
condição	 de	 segurada	 especial	 e,	 ao	 iniciar	 sua	 vida	 contributiva,	 no	 ano	 de
1970,	 apresentava	 deficiência	 grave.	 Nesse	 caso,	 o	 período	 laborado	 no	meio
rural,	 tido	 como	 comum,	 isto	 é,	 sem	 deficiência,	 pode	 ser	 convertido	 para
deficiência	 grave	mediante	 aplicação	 do	 fator	 0,67,	 com	 vista	 à	 concessão	 do
beneficio	 de	 aposentadoria	 aos	 20	 anos	 de	 tempo	 de	 contribuição	 (tempo
necessário	 ao	 deferimento	 da	 aposentadoria	 por	 tempo	 de	 contribuição	 da
segurada	mulher	com	deficiência	grave).
4.2	Conversão	dos	períodos	com	deficiência	para	a	concessão	das
aposentadorias	por	idade	e	por	tempo	de	contribuição	comuns
É	possível	ainda	a	aplicação	da	LC	nº	142/2013	aos	segurados	 -	pessoas
que	iniciaram	a	vida	contributiva	sem	qualquer	deficiência,	mas	que,	por	alguma
fatalidade,	 passaram	 a	 tê-la.	Nessa	 situação,	 é	 pouco	 provável	 que	 o	 segurado
implemente	 os	 anos	 de	 contribuição	 exigidos	 pela	 lei	 complementar,	 sem	 que
antes	 se	 atinjam	 os	 requisitos	 para	 a	 aposentadoria	 por	 tempo	 de	 contribuição
comum.
Assim,	caso	o	segurado	não	implemente	os	requisitos	para	a	aposentadoria
na	 condição	 de	 deficiente,	 existe	 a	 possibilidade	 de	 conversão	 dos	 períodos
laborados	 na	 condição	 de	 pessoa	 com	 deficiência	 para	 a	 concessão	 das
aposentadorias	por	 idade	e	por	 tempo	de	contribuição	comum,	previstas	na	Lei
nº	8.213/91.
Para	tanto,	utiliza-se	a	tabela	do	art.	70-E	do	Decreto	nº	3.048/99:
MULHER
TEMPO	A	CONVERTER
MULTIPLICADORES
Para	20 Para	24 Para	28 Para	30
De	20	anos 1,00 1,20 1,40 1,50
De	24	anos 0,83 1,00 1,17 1,25
De	28	anos 0,71 0,86 1,00 1,07
De	30	anos 0,67 0,80 0,93 1,00
	
	
HOMEM
TEMPO	A	CONVERTER
MULTIPLICADORES
Para	25 Para	29 Para	33 Para	35
De	25	anos 1,00 1,16 1,32 1,40
De	29	anos 0,86 1,00 1,14 1,21
De	33	anos 0,76 0,88 1,00 1,06
De	35	anos 0,71 0,83 0,94 1,00
	
	
Infere-se	 que	 a	 tabela	 prevê	 a	 conversão	 do	 tempo	 de	 contribuição	 com
deficiência	para	tempo	de	contribuição	sem	deficiência,	mediante	aplicação	dos
fatores	 de	 1,50	 (deficiência	 grave),	 1,25	 (deficiência	 moderada)	 e	 1,07
(deficiência	 leve)	 para	mulher,	 e	 dos	 fatores	 de	 1,40	 (deficiência	 grave),	 1,21
(deficiência	moderada)	e	1,06(deficiência	leve)	para	os	homens.
A	 título	 de	 ilustração,	menciona-se	 um	 segurado	 que	 possui	 17	 anos	 de
contribuição	para	o	RGPS	e,	após	sofrer	acidente	de	carro,	trabalhou	por	mais	15
anos	na	acometido	de	deficiência	moderada,	implementando,	assim,	32	anos	de
contribuição.	Nesse	caso,	não	é	possível	a	aposentação	prevista	no	inciso	II,	do
art.	3º	da	LC	nº	142/2013,	posto	que	se	exige	do	homem	29	anos	de	 tempo	de
contribuição	laborados	com	deficiência	moderada.	
É	possível,	contudo,	a	conversão	dos	períodos	trabalhados	de	duas	formas.
A	primeira	 possibilidade	 é	 a	 conversão	do	período	 trabalhado	 como	deficiente
(15	 anos)	 para	 tempo	 comum,	 mediante	 a	 aplicação	 do	 fator	 de	 1,21,	 o	 que
resultará	 em	 acréscimo	 de	 03	 anos.	Assim,	 o	 segurado	 passa	 a	 contar	 com	17
anos	 de	 tempo	 comum	 e	 18	 anos	 como	 deficiente,	 atingindo	 35	 anos	 de
contribuição,	tempo	suficiente	para	a	concessão	da	aposentadoria	por	tempo	de
contribuição	comum.	Nessa	hipótese,	exceto	se	atingida	a	pontuação	prevista	no
art.	29-C	da	Lei	nº	8.213/91,	há	incidência	do	fator	previdenciário.
A	segunda	hipótese	é	a	conversão	do	tempo	exercido	sem	deficiência,	17
anos	 (tempo	 comum),	 em	 tempo	 qualificado,	 mediante	 aplicação	 do	 fator	 de
0,83,	que	reduzirá	o	tempo	em	2,89.	O	segurado	passa	a	ter	14,11	anos	de	tempo
comum	convertido	para	qualificado	 (17	 anos	 -	 2,89	 anos)	 e	 15	 anos	de	 tempo
laborado	com	deficiência,	totalizando	29,11	anos	de	tempo	qualificado,	sendo	os
29	 anos	 previstos	 no	 inciso	 II,	 do	 art.	 3º	 da	 LC	 142/2013,	 para	 a	 deficiência
moderada.	Nesse	caso,	o	fator	previdenciário	será	aplicado	somente	se	aumentar
o	valor	do	benefício.
Com	efeito,	a	conversão	do	tempo	laborado	com	a	deficiência	para	tempo
comum	visa	facilitar	a	percepção	de	benefício	previdenciário	aos	 trabalhadores
que	 exerceram	 atividade	 laborativa	 na	 condição	 deficiente	 por	 certo	 período;
porém,	 não	 implementam,	 de	 forma	 isolada,	 os	 requisitos	 necessários	 à
concessão	dos	benefícios	previstos	na	LC	nº	142/2013.
Considerações	finais
A	fim	de	assegurar	o	tratamento	diferenciado	assegurado	pelo	art.	201,	§	1º
da	 Constituição	 Federal,	 aos	 portadores	 de	 deficiência	 foi	 editada	 a	 Lei
Complementar	 nº	 142/2013,	 que,	 juntamente	 com	 o	Decreto	 nº	 8.145/2013,	 o
qual	incluiu	a	Subsecção	IV-A	ao	Decreto	nº	3.048/1999,	regula	a	concessão	da
aposentadoria	da	pessoa	com	deficiência	com	critérios	diferenciados	em	relação
aos	demais	segurados	da	Previdência	Social.
O	 conceito	 de	 deficiência	 adotado	 para	 a	 concessão	 dos	 benefícios
previstos	 na	 lei	 complementar	 é	 idêntico	 ao	 previsto	 no	 art.	 1º	 da	Convenção
sobre	 os	Direitos	 das	Pessoas	 com	Deficiência	 da	ONU,	que	 considera	 pessoa
com	deficiência	aquela	que	tem	impedimentos	de	longo	prazo	de	natureza	física,
mental,	 intelectual	ou	 sensorial,	os	quais,	 em	 interação	com	diversas	barreiras,
podem	obstruir	 sua	 participação	plena	 e	 efetiva	 na	 sociedade	 em	 igualdade	de
condições	 com	 as	 demais	 pessoas	 e,	 portanto,	 não	 implica,	 exclusivamente,
incapacidade	e	invalidez.
A	condição	de	deficiência	do	segurado	é	comprovada	por	avaliação	médica
e	 funcional	 	que	visa	aferir	o	grau	de	deficiência,	 se	 leve,	moderado	ou	grave,
sendo	passível	de	variação,	além	de	fixar	a	data	de	início	da	deficiência.
A	 LC	 nº	 142/2013	 assegura	 a	 pessoa	 com	 deficiência	 duas	 espécies	 de
aposentadorias	 com	 critérios	 diferenciados	 para	 o	 RGPS:	 Aposentadoria	 por
Idade	e	Aposentadoria	por	Tempo	de	Contribuição.
Apesar	de	a	lei	complementar	não	ter	especificado	a	carência,	para	ambos
os	benefícios	exige-se	a	carência	mínima	de	180	contribuições	e	data	de	 início
observa-se	a	regra	geral	prevista	na	Lei	nº	8.213/91.
A	aposentadoria	por	 idade	da	pessoa	com	deficiência	é	concedida	com	a
redução	 de	 cinco	 anos	 no	 quesito	 etário	 em	 comparação	 à	 aposentadoria	 por
idade	urbana	da	Lei	nº	8.213/1991	e	exige-se	que	o	segurado	 tenha	 trabalhado
por	15	anos	na	condição	de	pessoa	com	deficiência,	independentemente	do	grau.
Quanto	 à	 aposentadoria	 por	 tempo	 de	 contribuição,	 é	 garantindo	 ao
segurado	 portador	 de	 deficiência	 uma	 redução	 no	 requisito	 contributivo	 a
depender	do	grau	de	deficiência	aferido	pela	avaliação	funcional	e	médica.
Constatada	a	alternância	nos	graus	de	deficiência	pela	avaliação	médica	e
funcional,	 	 os	 parâmetros	 para	 a	 concessão	 da	 aposentadoria	 serão
proporcionalmente	ajustados,	levando-se	em	conta	a	deficiência	preponderante.
O	 segurado	 com	 deficiência	 que	 não	 implementar	 os	 requisitos	 para	 as
aposentadorias	 previstas	 na	 lei	 complementar	 poderá	 converter	 os	 períodos
laborados	 na	 condição	 de	 pessoa	 com	 deficiência	 para	 a	 concessão	 das
aposentadorias	por	idade	e	por	tempo	de	contribuição	comum	previstas	na	Lei	nº
8.213/91.
Merece	atenção	os	segurados	que	recebem	ou	receberam	auxílio-acidente
(antigo	 auxílio-suplementar).	 O	 benefício	 é	 concedido	 como	 indenização	 pela
perda	 parcial	 e	 permanente	 da	 capacidade	 laborativa	 e,	 portanto,	 pode	 ser	 um
indício	 de	 deficiência	 que,	 se	 comprovada,	 pode	 possibilitar	 a	 concessão	 dos
benefícios	 previstos	 na	 lei	 complementar	 ou	 ainda	 a	 conversão	 do	 período
laborado	 com	 deficiência	 para	 tempo	 comum	 para	 a	 concessão	 das
aposentadorias	com	regras	gerais.
É	possível	ainda	a	 revisão	das	aposentadorias	concedidas	após	o	advento
da	 lei	 complementar,	 caso	o	 segurado	seja	pessoa	com	deficiência	e	não	 tenha
indicado	essa	condição	quando	do	requerimento	do	benefício.
Referências	bibliográficas
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1988.	 Documento	 eletrônico	 disponível	 em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>
Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
BRASIL,	Decreto	 nº	 6.949,	 de	 25	 de	 agosto	 de	 2009.	 Promulga	 a	Convenção
Internacional	 sobre	 os	 Direitos	 das	 Pessoas	 com	 Deficiência	 e	 seu	 Protocolo
Facultativo,	 assinados	 em	 Nova	 York,	 em	 30	 de	 março	 de	 2007.	 Documento
eletrônico	 disponível	 em:	 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6949.htm>.	Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
BRASIL,	Decreto	nº	8.144,	de	28	de	novembro	de	2013.	Discrimina	ações	do
Programa	Territórios	da	Cidadania	a	serem	executadas	por	meio	de	transferência
obrigatória,	 no	 exercício	 de	 2013.	 Documento	 eletrônico	 disponível	 em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2013/Decreto/D8144.htm>.	Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
BRASIL,	Decreto	nº	8.145,	de	03	de	dezembro	de	2013.	Altera	o	Regulamento
da	Previdência	Social	-	RPS,	aprovado	pelo	Decreto	no	3.048,	de	6	de	maio	de
1999,	para	dispor	sobre	a	aposentadoria	por	 tempo	de	contribuição	e	por	 idade
da	 pessoa	 com	 deficiência.	 Documento	 eletrônico	 disponível	 em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8145.htm>.
Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
BRASIL,	Lei	Complementar	nº	142,	de	08	de	maio	de	2013.	Regulamenta	o	§	1o
do	art.	201	da	Constituição	Federal,	no	 tocante	à	aposentadoria	da	pessoa	com
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Documento	 eletrônico	 disponível	 em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp142.htm>.	Acesso	em:	20	de
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Benefícios	 da	 Previdência	 Social	 e	 dá	 outras	 providências.	 Documento
eletrônico	 disponível	 em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>	 Acesso	 em:	 20	 de
junho	de	2018.
BRASIL,	 Lei	 nº	 13.146,	 de	 06	 de	 junho	 de	 2015.	 Institui	 a	 Lei	 Brasileira	 de
Inclusão	 da	 Pessoa	 com	 Deficiência	 (Estatuto	 da	 Pessoa	 com	 Deficiência).
Documento	 eletrônico	 disponível	 em:	 <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>.
Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
BRASIL,	 Portaria	 InterministerialSDH/MPS/MF/MOG.AGU	 nº	 01,	 de	 27	 de
janeiro	 de	 2014.	 Aprova	 o	 instrumento	 destinado	 à	 avaliação	 do	 segurado	 da
Previdência	Social	e	à	identificação	dos	graus	de	deficiência,	bem	como	define
impedimento	de	longo	prazo,	para	os	efeitos	do	Decreto	nº	3.048,	de	6	de	maio
de	 1999.	 Documento	 eletrônico	 disponível	 em:	 <
http://sislex.previdencia.gov.br/paginas/65/SDH-MPS-MF-MOG-
AGU/2014/1.htm>.	Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
FONSECA,	Ricardo	Tadeu	Marques	da.	A	ONU	e	o	seu	conceito	revolucionário
de	pessoa	com	deficiência.	LTr:	Revista	Legislação	do	Trabalho.	São	Paulo.	v.
72.	n.	3.	p.	263-70.	Mar.	2008.
LAZZARI,	 João	 Batista;	 CASTRO,	 Carlos	 Alberto	 Pereira	 de.	 Manual	 de
Direito	Previdenciário.	19.	ed.	Rio	de	Janeiro:	Editora	Forense,	2016.
SUPERIOR	TRIBUNAL	DE	JUSTIÇA.	Recurso	em	Mandado	de	Segurança	nº
19.291	 –	 5ª	 Turma	 –	 Recorrente:	 DRAILTON	DARLAN	 SILVA	GOUVEA	 –
Recorrido:	 ESTADO	 DO	 PARÁ.	 Documento	 eletrônico	 disponível	 em:
<https://ww2.stj.jus.br>.	Acesso	em:	20	de	junho	de	2018.
	
CAPÍTULO	2
	
APOSENTADORIA	POR	IDADE	HÍBRIDA
	
ELISÂNGELA	GUIMARÃES	DE	ANDRADE
Graduada	em	Direito	pela	Universidade	Norte	do	Paraná.	Pós-graduada	em
Direito	Tributário	pelo	Instituto	Brasileiro	de	Estudos	Tributários.	Secretária	da
Associação	Brasileira	dos	Advogados	Previdenciários.	Advogada	associada	ao
escritório	Brandão	Canella	Advogados	Associados.
Introdução
Com	o	presente	artigo,	haverá	primeiramente	a	explanação	do	motivo	e	a
necessidade	 pela	 qual	 surgiu	 a	 aposentadoria	 por	 idade	 híbrida	 ou	 mista,	 o
conceito	 desta,	 trazido	 com	 a	 inovação	 da	 Lei	 nº	 11.718/2008,	 que	 alterou	 o
artigo	48,	§3º,	da	Lei	nº	8.213/91,	o	entendimento	rígido	do	Instituto	Nacional
do	Seguro	Social	 (INSS)	e	as	 recentes	decisões	dos	Tribunais	e	entendimentos
mais	facilitadores.	Para	tanto,	é	necessária	a	implementação	de	alguns	requisitos,
os	quais	são	discorridos	ao	longo	deste	estudo.
1	Idade	híbrida	ou	mista
A	aposentadoria	por	 idade	híbrida	ou	mista	 surgiu	com	a	necessidade	de
atender	 à	 determinada	 contingência	 de	 segurados,	 que,	 por	 terem	 exercido	 por
um	 determinado	 período	 o	 trabalho	 rural	 e	 o	 trabalho	 urbano,	 não
implementaram	a	carência	necessária,	estabelecida	no	art.142	da	Lei	nº	8.213/91,
tampouco	alcançariam	a	aposentadoria	por	idade	urbana	ou	rural,	ambas	do	Art.
48	 §	 1º	 e	 2º,	 sucessivamente,	 ou	 seja,	 não	 preenchem	os	 requisitos	 para	 a	 tão
sonhada	 aposentadoria	 por	 idade,	 sendo	 necessária	 a	 mescla	 de	 ambos	 os
períodos	 para	 que	 o	 segurado	 faça	 jus	 à	 aposentadoria	 por	 idade	 híbrida	 ou
mista.
Contudo,	 embora	 seja	 permitida	 a	mescla	 de	 ambos	 os	 períodos,	 rural	 e
urbano,	para	que	se	alcance	a	carência	mínima	de	180	contribuições	mensais	e	a
comprovação	de	trabalho	após	a	mescla	dos	períodos	rural	e	urbano,	o	segurado
deverá,	se	homem,	ter	no	mínimo	65	anos	de	idade	e,	se	mulher,	no	mínimo	60
anos	de	idade.
1.1	Conceito
Repete-se	 que	 a	 aposentadoria	 por	 idade	 híbrida	 ou	 mista	 vem	 para
salvaguardar	o	direito	daqueles	que	primeiramente	 exerceram	atividade	 rural	 e
migraram	 para	 o	 meio	 urbano	 e,	 ainda	 que	 haja	 discussão	 acerca	 do	 assunto,
igualmente	daqueles	que	por	algum	motivo	migraram	do	âmbito	urbano	para	o
rural.	O	tema	é	vasto	para	discussões,	como	se	vê	adiante.
Até	 a	 data	 de	 20/08/2008,	 os	 segurados	 teriam	 que	 implementar	 os
requisitos	para	a	aposentadoria	por	idade	em	um	único	período,	seja	ele	urbano
ou	 rural.	 Veja-se	 o	 disposto	 no	 art.	 48,	 §§	 1º	 e	 2º,	 da	 Lei	 n	 8.213/91,	 o	 qual
demonstra	 que	 somente	 existiam	 as	 aposentadorias	 por	 idade	 exclusivamente
rural	ou	urbana:
Art.	 48.	 A	 aposentadoria	 por	 idade	 será	 devida	 ao	 segurado	 que,	 cumprida	 a
carência	 exigida	 nesta	 Lei,	 completar	 65	 (sessenta	 e	 cinco)	 anos	 de	 idade,	 se
homem,	e	60	(sessenta),	se	mulher.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	9.032,	de	1995)
§	1º.	Os	limites	fixados	no	caput	são	reduzidos	para	sessenta	e	cinqüenta	e	cinco
anos	 no	 caso	 de	 trabalhadores	 rurais,	 respectivamente	 homens	 e	 mulheres,
referidos	na	alínea	a	do	inciso	I,	na	alínea	g	do	inciso	V	e	nos	incisos	VI	e	VII	do
art.	11.	(Redação	Dada	pela	Lei	nº	9.876,	de	26.11.99).
§	 2º.	 	 Para	 os	 efeitos	 do	disposto	 no	§	 1o	 deste	 artigo,	 o	 trabalhador	 rural	 deve
comprovar	o	efetivo	exercício	de	atividade	rural,	ainda	que	de	forma	descontínua,
no	período	imediatamente	anterior	ao	requerimento	do	benefício,	por	tempo	igual
ao	 número	 de	 meses	 de	 contribuição	 correspondente	 à	 carência	 do	 benefício
pretendido,	computado	o	período	a	que	se	referem	os	incisos	III	a	VIII	do	§	9o	do
art.	11	desta	Lei.	
Pois	bem,	com	o	êxodo	rural,	e	devido	à	escassez	de	trabalho	no	campo,
ou	 por	 buscarem	 melhorias	 de	 vida,	 o	 Congresso	 Nacional,	 na	 data	 de
20/08/2008,	sentiu	a	necessidade	de	amparar	esses	 trabalhadores	que	migraram
do	campo	para	a	cidade	e	que,	por	este	motivo,	não	conseguiriam	implementar	a
carência	necessária	em	um	único	período,	seja	no	urbano	ou	rural.	Então,	houve
a	 inovação	 ao	 art.	 48,	 com	 a	 inclusão	 do	 §	 3º,	 introduzido	 pela	 Lei	 nº
11.718/2008.	Nasce,	com	isso,	a	modalidade	de	aposentadoria	híbrida	ou	mista,
in	verbis:
§	3º.	Os	trabalhadores	rurais	de	que	trata	o	§	1º	deste	artigo	que	não	atendam	ao
disposto	 no	 §	 2º	 deste	 artigo,	 mas	 que	 satisfaçam	 essa	 condição,	 se	 forem
considerados	períodos	de	contribuição	sob	outras	categorias	do	segurado,	farão	jus
ao	benefício	ao	completarem	65	(sessenta	e	cinco)	anos	de	idade,	se	homem,	e	60
(sessenta)	anos,	se	mulher.
A	lei	não	faz	restrição	se	o	último	trabalho	foi	na	zona	rural	ou	no	âmbito
urbano,	pois	os	 requisitos	para	a	concessão	da	aposentadoria	por	 idade	híbrida
ou	mista	são	a	idade	mínima	de	65	anos	para	homem	e	60	anos	para	mulher,	bem
como	 a	 carência	 exigida	 no	 art.	 142	 da	 Lei	 nº	 8.213/91,	 conforme	 o	 ano	 de
implementação	 das	 condições	 e	 meses	 de	 contribuição	 exigidos.	 Importante
ressaltar	 que	 não	 há	 que	 se	 falar	 em	 decréscimo	 de	 idade	 em	 relação	 ao
trabalhador	 urbano,	 pois	 a	 totalidade	 do	 trabalho	 não	 foi	 exercida	 no	 âmbito
rural.
2	Do	valor	do	benefício	da	aposentadoria	por	idade	híbrida	e	fonte	de
custeio
Nas	palavras	do	nobre	Professor	Sérgio	Martins:
O	 Direito	 da	 Seguridade	 Social	 é	 um	 conjunto	 de	 princípios,	 de	 regras	 e	 de
instituições	destinado	a	estabelecer	um	sistema	de	proteção	social	aos	indivíduos
contra	 contingências	 que	 os	 impeçam	 de	 prover	 as	 suas	 necessidades	 pessoais
básicas	e	de	suas	famílias,	integrado	por	ações	de	iniciativa	dos	Poderes	Públicos	e
da	 sociedade,	 visando	 assegurar	 os	 direitos	 relativos	 à	 saúde,	 à	 previdência	 e	 à
assistência	social.	[7]
Defende	 o	 professor	Wagner	Balera,	 que	 “trata-se	 de	 verdadeiro	 sistema
que	 confere	 cobertura	 a	 praticamente	 todos	 os	 riscos	 sociais	 mais	 relevantes:
doença,	 idade	 avançada,	 invalidez,	 morte,	 reclusão,	 maternidade,	 família	 e
desemprego”	[8].
Ainda,	 nas	 palavras	 do	 nobre	 professor,	 “trata-se	 de	 universalidade	 da
cobertura	e	do	atendimento,	verdadeira	ideia	central,	que	quer	conferir	proteção
a	todos	os	brasileiros,	assim	como	aos	estrangeiros	que	se	integram	ao	mundo	do
trabalho	nacional”	[9].
A	garantia	desses	direitos	está	resguardada	pelos	art.	194	e	201,	ambos	da
Constituição	Federal	(CF),	conforme	se	observa:
Art.	 194.	 A	 seguridade	 social	 compreende	 um	 conjunto	 integrado	 de	 ações	 de
iniciativa	dos	Poderes	Públicos	e	da	sociedade,	destinadas	a	assegurar	os	direitos
relativos	à	saúde,	à	previdência	e	à	assistência	social.
Parágrafo	 único.	 Compete	 ao	 Poder	 Público,	 nos	 termos	 da	 lei,	 organizar	 a
seguridade	 social,	 com	 base	 nos	 seguintes	 objetivos:	 I	 -	 universalidade	 da
cobertura	 e	 do	 atendimento;	 II	 -	 uniformidade	 e	 equivalência	 dos	 benefícios	 e
serviços	 às	 populações	 urbanas	 e	 rurais;	 III	 -	 seletividade	 e	 distributividade	 naprestação	dos	benefícios	e	serviços;
Art.	 201.	A	 previdência	 social	 será	 organizada	 sob	 a	 forma	 de	 regime	 geral,	 de
caráter	contributivo	e	de	filiação	obrigatória,	observados	critérios	que	preservem	o
equilíbrio	financeiro	e	atuarial,	e	atenderá,	nos	termos	da	lei,	a:																							
I	 -	 cobertura	 dos	 eventos	 de	 doença,	 invalidez,	 morte	 e	 idade	 avançada;	 	 (4)
Emenda	Constitucional	n.º	20/98.
Com	o	advento	da	Lei	nº	11.718/2008,	que	trouxe	a	inovação	do	tema	aqui
discutido,	o	§	4º	do	art.	48	dispões	que:
§	4º.		Para	efeito	do	§	3º	deste	artigo,	o	cálculo	da	renda	mensal	do	benefício	será
apurado	 de	 acordo	 com	 o	 disposto	 no	 inciso	 II	 do	 caput	 do	 art.	 29	 desta	 Lei,
considerando-se	como	salário-de-contribuição	mensal	do	período	como	segurado
especial	o	limite	mínimo	de	salário-de-contribuição	da	Previdência	Social.
Ou	seja,	será	calculado	da	mesma	forma	como	se	calcula	a	aposentadoria
por	 invalidez,	 com	 base	 na	 média	 aritmética	 dos	 80%	 maiores	 salários	 de
contribuição.	 Contudo,	 para	 os	 períodos	 exercidos	 no	 âmbito	 rural,	 serão
considerados	como	salário	de	contribuição	o	valor	do	salário	mínimo	nacional	e,
para	 os	 períodos	 exercidos	 em	 outras	 categorias	 ou	 em	 que	 há	 contribuições
vertidas,	serão	computados	os	respectivos	salários	de	contribuição.
3	Entendimento	do	INSS
O	INSS	apresenta	entendimento	de	que	somente	poderá	ser	utilizado	para
efeito	de	carência	o	trabalho	na	zona	rural	posterior	à	Lei	nº	8.213/91,	devendo
ser	este	o	último	trabalho	a	ser	realizado	pelo	segurado.	A	Autarquia	restringe	a
lei,	indeferindo	os	requerimentos	que	divergem	do	seu	entendimento.	Entretanto,
a	percepção	do	INSS	não	condiz	com	a	realidade,	ferindo	diretamente	o	art.	5º
da	 Constituição	 Federal	 quanto	 ao	 princípio	 de	 isonomia	 e	 da	 dignidade	 da
pessoa	humana.
Em	 contrapartida,	 a	 doutrina	 e	 a	 jurisprudência	 defendem	 a	 mescla	 do
trabalho	urbano	 e	 rural,	 independente	de	qual	 foi	 o	último	a	 ser	 exercido	pelo
segurado.
4	Entendimento	doutrinário
A	professora	Jane	Lúcia	defende	que	a	aposentadoria	por	idade	híbrida	ou
mista	é	“uma	nova	modalidade	de	aposentadoria	por	idade	(sui	generis,	mista	ou
híbrida)”	 [10],	 com	 a	 possibilidade	 de	 soma	 dos	 períodos	 de	 labor	 rural	 aos
períodos	de	labor	urbano	para	fins	de	cumprimento	da	carência	necessária	para	a
obtenção	do	benefício	por	idade.
Para	o	Juiz	Federal	e	Docente	José	Antônio	Savaris,	com	o	advento	da	Lei
nº	11.718/2008,	houve	uma	aproximação	da	realidade	vivida	pelos	trabalhadores
rurais,	que	saíram	em	busca	de	novas	oportunidades.	Conforme	suas	palavras:
Em	nosso	modo	de	ver,	a	Lei	11.718/08,	prestando-se,	ao	que	se	pode	perceber,
como	 uma	 minirreforma	 aos	 direitos	 previdenciários	 dos	 trabalhadores	 rurais,
buscou	 aproximar	 o	 sistema	 normativo	 da	 nova	 realidade	 campesina.	 Com	 tal
desiderato	 e	 compenetrado	 na	 realidade	 de	 muitos	 trabalhadores	 que,	 nada
obstante	 tenham	 dedicado	 quase	 toda	 vida	 ao	 labor	 rural,	 não	 logravam
“comprovar	o	efetivo	exercício	de	atividade	rural,	ainda	que	de	forma	descontínua,
no	período	imediatamente	anterior	ao	requerimento	do	benefício,	por	tempo	igual
ao	 número	 de	 meses	 de	 contribuição	 correspondente	 à	 carência	 do	 benefício
pretendido”	(Lei	8.213/91,	art.	48,	§	2º),	o	legislador	previu	hipótese	de	concessão
de	aposentadoria	por	idade	sui	generis,	para	a	qual	se	admite	a	soma	do	tempo	de
trabalho	rural	não	contributivo	com	o	de	trabalho	urbano	(tempo	contributivo).	A
predominância	 das	 correntes	 migratórias	 do	 campo	 para	 a	 cidade	 constitui
realidade	fática	do	nosso	país.	O	denominado	êxodo	rural	é	condição	histórica	e
qualidade	 inerente	 do	 ser	 humano,	 o	 qual	 incessantemente	 busca	 o	 progresso
pessoal.	Seria	insensível	o	desamparo	previdenciário	a	tais	segurados	pela	simples
descontinuidade	na	 labuta	 rural	e	mudança	de	 regime.	Se	assim	for	entendido,	o
trabalhador	seria	prejudicado	por	passar	a	contribuir,	o	que	seria	um	contrassenso
e,	inclusive,	se	tornaria	prejudicial	ao	próprio	sistema	arrecadatório	da	Previdência
Social.	 Sob	 qualquer	 prisma,	 o	 período	 campesino	 não	 deve	 ser	 desprezado	 na
obtenção	da	aposentadoria	por	 idade,	vez	que	exercido	sob	a	égide	da	 legislação
vigente,	 da	 qual	 não	necessitava	 de	 qualquer	 contribuição	para	 fins	 de	 carência,
devendo-se	prevalecer	o	princípio	do	Tempus	Regit	Actum.	[11]
Em	 que	 pese	 o	 entendimento	 rígido	 do	 INSS,	 que	 admite	 ser	 possível,
somente	 a	 concessão	 da	 aposentadoria	 por	 idade	 híbrida	 ou	 mista	 somente
quando	 da	 utilização	 do	 trabalho	 na	 zona	 rural	 como	 forma	 de	 carência	 em
momento	posterior	à	Lei	nº	8.213/91,	devendo	o	labor	rurícola	necessariamente
ser	exercido	por	último.
Contudo,	o	que	se	vê	é	que	o	presente	 tema	é	amplo	para	debates	e	para
aqueles	 que	 militam	 na	 área	 previdenciária,	 estes	 devem	 se	 valer	 dos
entendimentos	jurisprudenciais,	que	têm	sido	favoráveis	em	prol	dos	segurados	e
de	 suas	 particularidades,	 afastando	 o	 engessado	 entendimento	 defendido
administrativamente,	o	qual	não	acoberta	grande	parte	daqueles	que	necessitam	e
almejam	a	aposentadoria	por	idade.
5	Entendimento	jurisprudencial
Inicia-se	 pelo	 intérprete	máximo,	 o	 Superior	 Tribunal	 de	 Justiça,	 o	 qual
tem	emanado	decisões	de	que	o	trabalho	pode	ser	mesclado,	com	alternância	de
períodos	rurais	e	urbanos,	independente	de	qual	regime	foi	exercido	primeiro	ou
por	último.
Para	 o	 Ministro	 Mauro	 Campbell	 Marques,	 da	 2ª	 Turma	 do	 Superior
Tribunal	 de	 Justiça,	 a	 Lei	 nº	 11.718	 criou	 a	 possibilidade	 de	 concessão	 de
aposentadoria	 por	 idade	 aos	 trabalhadores	 rurais	 que	 se	 enquadrem	 nas
categorias	de	segurado	empregado,	contribuinte	individual,	trabalhador	avulso	e
segurado	especial,	com	observância	da	idade	de	65	anos	para	o	homem	e	60	anos
para	a	mulher.	O	Ministro	defendeu	que	“a	finalidade	foi	a	de	criar	mecanismos
facilitadores	de	 formalização	do	contrato	de	 trabalho	envolvendo	 trabalhadores
rurais	 assalariados,	 compatibilizando	 a	 realidade	 do	 êxodo	 rural	 e	 seus	 fatores
econômicos,	sociais	e	políticos”.	Para	ele,	a	inovação	jurídica	permite	o	mínimo
existencial	àqueles	que	representam	grande	parte	da	população	brasileira.[12]
Veja-se	o	entendimento	do	Tribunal	Regional	Federal	da	1ª	Região	sobre	o
tema:
PREVIDENCIÁRIO.	APOSENTADORIA	POR	IDADE.	HÍBRIDA	OU	MISTA.
TEMPO	RURAL	E	URBANO.	ART.	48	§	3º,	LEI	8.213/91.	INÍCIO	DE	PROVA
MATERIAL	 CORROBORADO	 POR	 PROVA	 TESTEMUNHAL.
FUNGIBILIDADE	 DOS	 BENEFÍCIOS	 PREVIDENCIÁRIOS.	 JUROS	 DE
MORA	E	CORREÇÃO	MONETÁRIA.	1.	A	situação	posta	nos	autos	se	enquadra
exatamente	 na	 hipótese	 descrita	 no	 §	 3º	 do	 art.	 48,	 da	 Lei	 de	 Benefícios:	 a
aposentadoria	 por	 idade	 mista	 ou	 híbrida,	 na	 qual	 há	 a	 contagem	 híbrida	 da
carência	 (não	 contributiva	 rural	 e	 contributiva	 urbana),	 exigindo-se	 o	 requisito
etário	 sem	 o	 redutor	 dos	 cinco	 anos,	 isto	 é,	 65	 anos,	 se	 homem,	 e	 60	 anos,	 se
mulher.	2.	Na	hipótese,	os	documentos	 encartados	 aos	 autos	dão	conta	de	que	a
parte-autora	atingiu	a	idade	mínima	e	cumpriu	o	período	equivalente	ao	prazo	de
carência	exigido	em	lei,	eis	que	completou	60	anos	em	28/02/2011	e	65	anos	em
28/02/2016.	A	atividade	urbana	foi	comprovada	pela	CTPS	(fls.	18/23)	e	CNIS	(fl.
74),	 que	 atestam	 vínculos	 trabalhistas	 urbanos.	 A	 atividade	 rural	 restou
comprovada	ante	a	apresentação	de	início	razoável	de	prova	material,	representado
pelos	 documentos	 catalogados	 à	 inaugural,	 corroborado	 por	 prova	 testemunhal
idônea	 e	 inequívoca.	 3.	 Em	 homenagem	 ao	 princípio	 da	 fungibilidade	 dos
benefícios	previdenciários	e	tendo	em	conta	que	o	INSS	tem	o	dever	de	conceder
ao	beneficiário	a	melhor	opção	que	lhe	cabe,	não	é	defeso	ao	magistrado	conceder,
de	 ofício,	 em	 ação	 previdenciária,	 a	 prestação	 pecuniária	 que	 é	 devida	 ao
jurisdicionado.	Precedentes.	4.	Preenchidos,	portanto,	os	requisitos	do	art.	48,§3º,
da	Lei	8.213/91,	deve	ser	concedido	o	benefício	de	aposentadoria	rural	híbrida	ou
mista	à	parte-autora.	5.	O	termo	inicial	do	benefício	será	a	partir	da	data	em	que	a
parte-autora	 completou	 65	 anos	 (28/02/2016).	 6.	 Os	 honorários	 advocatícios
devem	ser	fixados	em	10%	das	prestações	vencidas	até	a	prolação	da	sentença	de
procedência,	 ou	 do	 acórdão	 que	 reforma	 o	 comando	 de	 improcedência	 da
pretensão	 vestibular.	 7.	A	 correção	monetária	 deve	 observar	 o	 novo	 regramento
estabelecido	 pelo	 Supremo	 Tribunal	 Federal,	 em	 sede	 de	 repercussão	 geral,	 no
julgamento	do	RE	870.947/SE,	no	qual	 restou	 fixado	o	 IPCA-E	como	 índice	de
atualização	monetária	a	ser	aplicado	a	 todas	as	condenações	 judiciais	 impostas	à
Fazenda	 Pública.	 Juros	 de	 mora	 nos	 termos	 do	Manual	 de	 Cálculos	 da	 Justiça
Federal.	 8.	 Apelação	 do	 INSS	 desprovida	 e	 remessa	 oficial,	 tia	 por	 interposta,
parcialmente	provida.	Concessão	da	aposentadoria	híbrida,	de	ofício,	em	razão	do
princípio	da	fungibilidade	dos	benefícios.[13]
Também	há	o	entendimento	da	questão	em	consonância	ao	emanado	pelo
Tribunal	Regional	Federal	da	3º	região:
PREVIDENCIÁRIO.	 APOSENTADORIA	 POR	 IDADE	 HÍBRIDA.
VIABILIDADE.	PREENCHIDOS	OS	REQUISITOS	PARA	A	CONCESSÃO	DO
BENEFÍCIO.	-	Pedido	de	aposentadoria	por	idade	híbrida.	-	A	questão	em	debate
consiste	na	possibilidade	de	somar	período	de	labor	rural	da	autora,	sem	registro
em	CTPS,	reconhecido	na	sentença,	a	períodos	de	efetiva	contribuição,	para	o	fim
de	propiciar	a	concessão	da	aposentadoria	por	idade,	nos	termos	do	artigo	48	§3º	e
§4º,	da	Lei	8.213/91.	-	A	Autarquia	não	se	insurgiu	contra	o	período	de	labor	rural
reconhecido	 na	 sentença	 (três	 anos),	 motivo	 pelo	 qual	 a	 questão	 não	 será
apreciada.	-	Deve-se	considerar	a	viabilidade	do	cômputo	de	períodos	de	trabalho
rural	e	urbano	para	fins	de	concessão	de	aposentadoria	nos	termos	do	art.	48,	§3º	e
§4º,	da	Lei	8213/1991.	-	No	caso	da	aposentadoria	por	idade	híbrida,	não	há	que	se
falar	 em	 óbice	 ao	 cômputo	 de	 período	 de	 labor	 rural	 como	 carência,	 sendo
irrelevante,	ainda,	eventual	predomínio	do	labor	urbano	no	período	de	carência	ou
o	tipo	de	trabalho	exercido	no	momento	do	implemento	do	requisito	etário	ou	do
requerimento	administrativo.	-	Conjugando-se	a	data	em	que	foi	 implementada	a
idade,	o	tempo	de	serviço	comprovado	nos	autos	e	o	art.	142	da	Lei	nº	8.213/91,
verifica-se	 que	 foi	 integralmente	 cumprida	 a	 carência	 exigida	 (180	 meses).	 A
autora	faz	jus	ao	recebimento	da	aposentadoria	pretendida.	-	Apelo	da	Autarquia
improvido.	Jurisprudência/TRF3	-	Acórdãos	Vistos	e	relatados	estes	autos	em	que
são	 partes	 as	 acima	 indicadas,	 decide	 a	 Egrégia	 Oitava	 Turma	 do	 Tribunal
Regional	Federal	 da	 3ª	Região,	 por	 unanimidade,	 negar	 provimento	 ao	 apelo	 da
Autarquia,	nos	 termos	do	 relatório	e	voto	que	 ficam	fazendo	parte	 integrante	do
presente	julgado.[14]
Passa-se	 agora	 ao	 entendimento	 do	 Tribunal	 Regional	 Federal	 da	 4º
Região,	conforme	segue:
PREVIDENCIÁRIO.	 REMESSA	 NECESSÁRIA.	 NÃO	 CONHECIDA.
APOSENTADORIA	 POR	 IDADE.	 TRABALHO	 URBANO	 E	 TRABALHO
RURAL.	COMPROVADOS.	IDADE	MÍNIMA	COMPLETADA.
1.	 Tratando-se	 de	 aposentadoria	 rural	 por	 idade,	 cujo	 benefício	 corresponde	 ao
valor	de	um	salário	mínimo,	e	resultando	o	número	de	meses	entre	a	data	da	DER
e	 a	 data	 da	 sentença	 em	 condenação	 manifestamente	 inferior	 a	 mil	 salários-
mínimos,	ainda	que	com	a	aplicação	dos	índices	de	correção	monetária	e	de	juros
de	 mora	 nas	 condições	 estabelecidas	 em	 precendentes	 do	 Supremo	 Tribunal
Federal,	não	está	a	sentença	sujeita	ao	reexame	obrigatório,	nos	termos	do	disposto
no	art.	475,	§	2º,	do	Código	de	Processo	Civil.	Não	conhecida	a	remessa.
2.	 É	 devida	 a	 aposentadoria	 por	 idade	 mediante	 conjugação	 de	 tempo	 rural	 e
urbano	 durante	 o	 período	 aquisitivo	 do	 direito,	 a	 teor	 do	 disposto	 na	 Lei	 n.
11.718/08,	 que	 acrescentou	 §	 3.º	 ao	 art.	 48	 da	 Lei	 n.	 8.213/91,	 contanto	 que
cumprido	o	requisito	etário	de	60	(sessenta)	anos	para	mulher	e	de	65	(sessenta	e
cinco)	anos	para	homem	e	a	carência	mínima	exigida.
3.	O	direito	à	aplicação	da	regra	do	artigo	48,	§	3º,	da	Lei	8.213/91	abrange	todos
os	 trabalhadores	 que	 tenham	 desempenhado	 de	 forma	 intercalada	 atividades
urbanas	e	rurais.	O	fato	de	não	estar	desempenhando	atividade	rural	por	ocasião	do
requerimento	 administrativo	 não	 pode	 servir	 de	 obstáculo	 à	 concessão	 do
benefício.
4.	O	Supremo	Tribunal	Federal	reconheceu	no	RE	870947,	com	repercussão	geral,
a	 inconstitucionalidade	do	uso	da	TR,	determinando	a	adoção	do	IPCA-E	para	o
cálculo	da	correção	monetária	nas	dívidas	não-tributárias	da	Fazenda	Pública,
5.	Os	juros	de	mora,	a	contar	da	citação,	devem	incidir	à	taxa	de	1%	ao	mês,	até
29-06-2009.	A	partir	de	então,	incidem	uma	única	vez,	até	o	efetivo	pagamento	do
débito,	 segundo	 o	 índice	 oficial	 de	 remuneração	 básica	 aplicado	 à	 caderneta	 de
poupança.
6.	 Vedada	 a	 majoração	 dos	 honorários	 advocatícios	 quando	 ultrapassem	 os
respectivos	 limites	 estabelecidos	 no	 art.	 85,	 §§	 2°	 e	 3°	 do	 Código	 de	 Processo
Civil.[15]
Ainda,	analisa-se	o	entendimento	da	Turma	Nacional	de	Uniformização	da
Jurisprudência	dos	Juizados	Especiais	Federais	(TNU):
PREVIDENCIÁRIO.	APOSENTADORIA	HÍBRIDA	OU	MISTA.	CONTAGEM
DE	 TEMPO	 RURAL	 PARA	 APOSENTADORIA	 URBANA.	 ATIVIDADE
RURAL	 OU	 URBANA	 ANTES	 DO	 REQUISITO	 ETÁRIO	 OU
REQUERIMENTO	ADMINISTRATIVO.	 INDIFERENÇA.	 IDADE	MÍNIMA	A
SER	 CONSIDERADA	 É	 A	 MESMA	 EXIGIDA	 PARA	 A	 APOSENTADORIA
POR	 IDADE	 DO	 TRABALHADOR	 URBANO.	 EXISTÊNCIA	 DE
REPRESENTATIVO	 DE	 CONTROVÉRSIA	 DA	 TNU.	 INCIDENTE
CONHECIDO	E	PARCIALMENTE	PROVIDO.[16]
Entretanto,	 ainda	 há	 tema	 a	 ser	 discutido,	 merecendo	 destaque	 a
possibilidade	de	se	utilizar	o	trabalho	exercido	na	zona	rural	anterior	à	vigência
da	Lei	nº	8213/91,	ou	seja,	fora	do	período	de	carência.
O	fato	é	que	há	uma	discussão	em	relação	ao	período	trabalhado	na	zona
rural	anterior	à	Lei	nº	8.213/91	para	aproveitamento	na	aposentadoria	por	idade
híbrida	 ou	 mista.	 Ocorre	 que,	 em	 algumas	 instâncias	 de	 primeiro	 grau,	 os
pedidos	têm	sido	julgados	improcedentes,	sob	a	alegação	de	que,	o	período	rural
para	 ser	 aproveitado,	 tem	 que	 ser	 dentro	 do	 período	 de	 carência.	 Referidas
decisões,	 nesse	 sentido,	 deixariam	 um	 volumoso	 número	 de	 segurados	 que
migraram	 para	 a	 zona	 rural	 desemparados	 e	 sem	 o	 direito	 de	 percepção	 da
aposentadoria	 por	 idade.	A	 inovação	 legislativa	 aqui	 discutida	 não	 acobertaria
esses	 segurados,	 em	 desconformidade	 com	 o	 preceito	 da	 norma	 criada	 e
consubstanciada	pelo	§	3º	do	art.	48	da	Lei	nº	8.313/91.
Deste	 modo,	 diante	 da	 vedação	 da	 concessão	 do	 benefício	 de
aposentadoria	por	idade	híbrida	ou	mista,	com	pedido	de	averbação	do	trabalho
rural	 anterior	 à	Lei	 nº	 8.213/91,	 o	Ministério	 Público	 Federal	 interpôs	 recurso
perante	o	Tribunal	Regional	Federal	da	4ª	Região,	no	ano	de	2015,	nos	autos	de
nº	 5038261-15.2015.4.04.7100,	 para	 assegurar	 o	 direito	 à	 concessão	 da
aposentadoria	por	idade	híbrida,	com	aproveitamento	do	trabalho	rural	anterior	a
24/06/1991.
A	decisão	do	Tribunal	foi	unânime,	proferida	pela	5ª	Turma	em	julgamento
realizado	na	data	de	06/07/2017,	ante	ao	fato	que	o	INSS	e	algumas	instâncias	de
primeiro	grau	apenas	 reconheciam	a	aposentadoria	por	 idade	híbrida	quando	o
último	 trabalho	 fosse	 exercido	 na	 zona	 rural,	 trazendo	 prejuízo	 aos	 segurados
que	 deixaram	 o	 meio	 campesino	 para	 migrar	 às	 cidades	 para	 exercícios	 de
atividades	urbanas.
Com	a	decisão	proferida	nos	 autos	 acima	 referidos,	 o	 tempo	de	 trabalho
exercido	 no	 campo,	 antes	 da	 Lei	 nº	 2.213/91,	 poderá	 ser	 utilizado	 para	 a
concessão	de	aposentadoria	por	idade	híbrida.	A	Procuradora	da	República	Ana
Paula	Carvalho	de	Medeiros,	autora	da	ação,	conseguiu	sustentar	a	tese	de	que	a
decisão	do	Instituto	Nacional	do	Seguro	Social	feria

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