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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
EnfErmagEm ClíniCo-CirúrgiCa
Elaboração
Jaqueline Castilho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CLÍNICA MÉDICA .................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1 
CONCEITO DE CLÍNICA MÉDICA .............................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS ........................................................................................ 17
UNIDADE II
ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA .............................................................................................. 38
CAPÍTULO 1
ENFERMAGEM NAS INTERCORRÊNCIAS DE CLÍNICA CIRÚRGICA ............................................. 38
CAPÍTULO 2
FERIDAS ................................................................................................................................. 44
CAPÍTULO 3
ÚLCERA POR PRESSÃO ........................................................................................................... 65
CAPÍTULO 4
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM DRENOS E CATETERES ....................................................... 70
CAPÍTULO 5
ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA ............................................................................................. 76
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 85
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O cuidado de enfermagem ao cliente clínico e cirúrgico exige do profissional enfermeiro conhecimento 
básico acerca da anamnese e da realização do exame físico. Os enfermeiros que se dedicam a cuidar 
de clientes que apresentam necessidades de saúde nas áreas clínica e cirúrgica desempenham vários 
papéis, como, por exemplo, o de enfermeiros assistenciais, educadores, gerentes e pesquisadores, 
em todos os âmbitos da atenção à saúde, que envolvem desde os cuidados aos clientes que têm 
problemas crônicos e agudos na condição de hospitalizados até o gerenciamento e a implementação 
dos cuidados ao cliente em domicílio. Neste trabalho, abordaremos não somente o cuidado com 
a “doença”, mas, também, com o SUJEITO/PACIENTE/DOENTE. 
Considera-se situação clínica quando um cliente está em tratamento ou fazendo exames para 
esclarecimento de diagnóstico, podendo estar internado ou não. O enfermeiro é parceiro fundamental 
no tratamento, tanto em situações clínicas quanto cirúrgicas, quando faz a implementação do 
tratamento e analisa o diagnóstico das situações e necessidades dos clientes, prescrevendo cuidados 
e ações que têm o objetivo terapêutico de confortar física, mental e espiritualmente, sem riscos para 
o cliente. É sua função, também, observar as respostas aos tratamentos realizados, além de detectar 
sinais e sintomas de ordem objetiva e subjetiva. Para tanto, é necessário conhecimento, atualização 
profissional e senso crítico.
Objetivos
 » Conhecer os principais conteúdos de intercorrências em clínica médica e cirúrgica, 
considerando que, na atualidade, fatores como o aumento da expectativa de vida e o 
avanço tecnológico aliado às inovações terapêuticas favorecem sobremaneira tanto 
o processo de reabilitação do doente/cliente agudo quanto um melhor controle do 
cliente crônico.
9
UNIDADE ICLÍNICA MÉDICA
CAPÍTULO 1 
Conceito de clínica médica
A clínica médica é a área de saúde que atende integralmente ao indivíduo adulto que se encontra em 
estado crítico ou semicrítico, não proveniente de tratamento cirúrgico, e aos casos em que o indivíduo 
está hemodinamicamente estável. Nesse setor, é prestada assistência integral de enfermagem aos 
pacientes de média complexidade.
Papel do enfermeiro
O papel da enfermagem em relação ao cuidado de saúde está sempre em mutação. O aspecto da 
prática de enfermagem inclui não só aquelasfunções para as quais tradicionalmente têm sido 
preparadas, mas também várias atividades.
O avanço da tecnologia, cada vez mais, tem exigido do enfermeiro uma formação voltada para 
atendimento das necessidades de clientes de alta complexidade em clínica médica, direcionando-o 
para uma prática assistencial que requer um plano capaz de orientá-lo na prestação dos cuidados, 
objetivando uma integração harmoniosa entre o biopsicossocial e o espiritual do ser humano. Exige, 
também, que esse profissional, quando o paciente estiver em situação clínica, tenha conhecimento 
básico sobre a prescrição dos cuidados e sua implementação.
Para tanto a anamnese e o exame físico são elementos que constituem e respaldam as atividades 
de enfermagem.
Abordagem do paciente e avaliação de 
enfermagem
Abordagem significa pesquisar e interrogar. Para os profissionais de saúde, é de suma importância, 
pois é uma das ferramentas usadas para conhecermos o cliente na íntegra. Uma abordagem 
realizada com conhecimentos técnicos e científicos pode ajudar muito no trabalho do enfermeiro 
em situações clínica e cirúrgica.
10
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
A entrevista clínica ou anamnese representa uma das principais estratégias para o estabelecimento 
e a solidificação da relação enfermeiro-cliente, estabelece a qualidade da relação, proporciona as 
informações necessárias para conduzir a base para realização dos diagnósticos de enfermagem. 
Na abordagem ao cliente, o enfermeiro deve focar na entrevista da coleta de dados. O processo 
de enfermagem não é apenas um conjunto de informações que o profissional memoriza e põe em 
prática, ao contrário, é um processo complexo que exige emprego inteligente de princípios, assim 
como observar e atentar aos sinais não verbais, ou seja, à comunicação não verbal.
O enfermeiro entrevistador deve estar atendo à comunicação não verbal e aprender a reconhecer 
gestos que expressam defesa, hostilidade, confiança, impaciência e sentimentos semelhantes. As 
formas de comunicação verbais referem-se à linguagem escrita e falada, aos sons e às palavras que 
utilizamos para nos comunicarmos.
O tom de voz de quem fala pode ter impacto considerável sobre o significado de uma mensagem. 
Uma simples frase pode expressar entusiasmo, preocupação, indiferença e até aborrecimento. 
As emoções de uma pessoa podem influenciar diretamente seu tom de voz. O profissional de 
enfermagem deve ficar alerta sobre suas emoções, ou seja, só estabelecer uma comunicação com os 
clientes e seus familiares após estar certo do que quer dizer.
É importante atentar-se ao ritmo, ou seja, a comunicação verbal será mais eficiente quando expressa 
em velocidade e ritmo apropriado. Da mesma maneira, deve existir o máximo de clareza e brevidade. 
A comunicação deve ser simples, curta e objetiva.
As formas de comunicação não verbais são aquelas que envolvem todas as manifestações de 
comportamento não expressas por palavras, utilizadas pelo emissor com o propósito de partilhar 
informações.
O mecanismo de comunicação, segundo Knapp, divide-se da seguinte forma: 5% palavras, 20% 
entonação, 75% presença (sinais, símbolos e expressões corporais). A comunicação deve respeitar 
o nível de entendimento da clientela e seus familiares, a cultura, a escolaridade etc. A aparência 
durante um contato interpessoal também é muito importante. A primeira observação que se faz é 
com relação à aparência do interlocutor.
A aparência do enfermeiro influencia a percepção do cliente quanto aos cuidados recebidos. Cada 
paciente tem uma imagem preestabelecida de como o enfermeiro deverá se apresentar. O tradicional 
uniforme branco pode ser um símbolo de pureza e limpeza, o uso de enfeites, como bijuterias em 
excesso, pode expressar vulgaridade, unhas grandes e barba a fazer pode expressar falta de higiene. 
Postura e marcha, o modo como uma pessoa fica ereta e anda são formas visíveis de autoexpressão. 
O cliente deve estar atento a todos esses itens.
Com relação à expressão facial, o rosto é a parte mais expressiva do corpo. Revela seis emoções 
primárias: surpresa, medo, raiva, aversão, felicidade e tristeza. Sempre que estamos executando algum 
procedimento, podemos perceber que o cliente está atento ao nosso rosto e às nossas expressões. 
Uma situação muito comum acontece quando vamos fazer eletrocardiograma ou verificar pressão 
11
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
arterial. O cliente fica atento a nossa expressão facial durante todo o procedimento. Se fizermos um 
gesto com os olhos, por exemplo, que aparente ser negativo, logo nos vem a pergunta: “está ruim ?”.
O contato pelos olhos é uma parte muito importante das expressões transmitidas por seus 
movimentos. Olhos bem abertos são associados à franqueza, ao terror e à ingenuidade. Olhos para 
baixo refletem modéstia. Erguer as sobrancelhas pode revelar desprezo. Olhar fixo constante é 
associado ao ódio e à frieza. Quando duas pessoas se encontram, o contato por meio dos olhos, 
geralmente, antecipam uma mensagem. O contato inicial dos olhos mostra disposição para se 
comunicar e as pessoas que se olham durante uma conversa são consideradas confiáveis. Partindo 
desse principio, podemos dizer que um enfermeiro que conversa com seu cliente olhando em seus 
olhos com respeito passa para ele confiança.
Gestos manuais, saudações e aceno de mão são gestos manuais que dão para o cliente, tão fragilizado 
com sua condição de hospitalizado, uma sensação de importante e único.
Faça uma análise de algum caso que mereça destaque que já tenha vivenciado em 
sua prática profissional. Faça uma reflexão a respeito, liste e compare possíveis erros 
e acertos. O que mudaria e o que iria manter em sua conduta profissional? 
Consulta de enfermagem
A denominação Consulta de Enfermagem foi criada, em 1968, por enfermeiros que participaram de 
um Curso de Planejamento de Saúde da Fundação de Ensino Especializado de Saúde Pública, no 
Rio de Janeiro.
Em nível nacional, a consulta foi legalizada com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, Lei 
no 7.498, em junho de 1986.
RESOLUÇÃO COFEN No 159/1993. DISPÕE SOBRE A CONSULTA DE 
ENFERMAGEM
Art. 1o Em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou 
privada, a Consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida 
na Assistência de Enfermagem.
Processo de enfermagem
O processo de enfermagem é um método sistematizado para avaliar o estado de saúde do cliente, 
diagnosticar suas necessidades de cuidados, formular um plano de cuidados, implementá-lo e 
avaliá-lo quanto à sua efetividade. (NANDA, 2001)
O processo de enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e 
recorrentes.
12
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
I. Coleta de dados de enfermagem (histórico de enfermagem)
II. Diagnóstico de enfermagem
III. Planejamento de enfermagem
IV. Implementação
V. Avaliação de enfermagem
 Art. 4o Resolução COFEN 358/2009
É de incumbência privativa do enfermeiro a liderança na execução e a avaliação 
do processo de enfermagem, bem como o diagnóstico de enfermagem, a 
prescrição das ações e as intervenções de enfermagem.
Diagnóstico de enfermagem
Processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com 
a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais 
exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo 
saúde e doença. Constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva 
alcançar os resultados esperados.
Planejamento de enfermagem
Entende-se por planejamento de enfermagem a determinação dos resultados que se espera alcançar 
e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família 
ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa 
de diagnóstico de enfermagem.
Implementação
Realização das ações ou intervenções determinadas na etapade planejamento de enfermagem.
Avaliação de enfermagem
Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, 
família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se 
as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado e verificar a necessidade 
de mudanças ou adaptações nas etapas do processo de enfermagem.
13
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Exame físico
É uma atividade que inclui observação detalhada do corpo do cliente para detectar problemas. 
Constitui uma das partes integrantes da avaliação da enfermagem. É realizada assim que se encerra 
o processo de coleta de dados. O enfermeiro deve realizar o exame em local confortável e adequado, 
que ofereça boa iluminação e privacidade para o paciente. Há necessidade de cobrir o cliente 
com lençol protetor, para que ele não se dispa completamente, expondo apenas as áreas a serem 
examinadas. 
Algumas manobras durante o exame poderão proporcionar sensações desagradáveis e, por essa 
razão, o enfermeiro deverá informar antecipadamente ao cliente o que será realizado.
O enfermeiro deverá, ainda, atentar-se para a lavagem das mãos antes e após a realização do exame.
Não se esqueça de que é importante criar uma situação de empatia e confiabilidade 
entre o enfermeiro e o cliente.
Abordagem ao paciente
 » Quando possível, comece com o paciente em uma posição sentada, pois, assim, as 
partes anteriores e posteriores podem ser examinadas.
 » Exponha completamente a parte a ser examinada, mas cubra o restante do corpo de 
maneira apropriada.
 » Conduza o exame de forma sistemática, desde a cabeça até os pés, de modo que 
nada passe despercebido na observação de sistema ou parte do corpo.
 » Considere as estruturas anatômicas abaixo da região examinada, suas funções e as 
possíveis anormalidades, enquanto realiza o exame.
 » Compare os achados de um lado com os do outro, posto que o corpo exibe simetria 
bilateral para maior parte do corpo.
 » Explique todos os procedimentos para o paciente, enquanto o exame está sendo 
realizado. Dessa forma, irá prevenir alarmes e, ainda, poderá contar com sua 
participação.
Técnicas de exame e avaliação
Na realização do exame físico, quatro passos são fundamentalmente empregados: inspeção, 
palpação, percussão e ausculta. 
 » Inspeção – Constitui o primeiro passo para o exame físico. Pela inspeção, o 
enfermeiro será capaz de observar as posturas, as atitudes, o comportamento, 
14
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
o estado nutricional e o estado geral do cliente. Utilizam-se, aqui, os sentidos – 
com destaque para a visão –, para identificar possíveis alterações estruturais ou 
funcionais. 
 » Palpação – É um passo comumente utilizado na realização do exame físico. 
Normalmente, é precedida pela inspeção localizada. O sentido do tato é utilizado 
para determinar alterações estruturais e funcionais de um determinado tecido ou 
órgão. 
Envolve tocar a região ou parte do corpo que acabou de ser observada na inspeção,de maneira 
organizada, de região em região. Com a experiência, vem a capacidade de distinguir as variações 
entre o normal e o anormal. 
Em algumas situações, a palpação permite perceber e identificar alguns tipos de sons, como os 
produzidos por sopros advindos do coração ou vasos sanguíneos, produzidos pela formação 
das palavras, em especial aquelas ricas em consoantes, que denotam dor, e sons produzidos por 
movimentos corporais internos e externos (frêmitos). Os frêmitos manifestam-se como sensação 
tátil muito semelhante ao roncar de um gato. Quando podem ser identificados ou percebidos pelo 
tato são denominados frêmitos táteis.
Apalpação poderá ser realizada de diversas maneiras.
 » Com a palma das mãos
 » Mão sobre mão
 » Com os dedos em pinça
 » Em dígito-pressão
 » Em punho-pressão
Figura 1.
A técnica da palpação utilizada dependerá da área que se deseja palpar ou, ainda, da profundidade 
em que uma determinada estrutura se encontre.
15
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
 » Percussão – Utiliza-se o golpeamento para delimitar órgãos, observar as 
características do som (intensidade, timbre e tonalidade) e perceber a presença de 
líquidos em cavidades. 
Os timbres poderão variar do mais intenso, como no timpanismo, ao menos intenso, como na 
maciez, sendo o som timpânico semelhante ao som emitido pelo golpear de um tambor.
Figura 2.
 » Ausculta – É o processo de ouvir os sons gerados nos vários órgãos do corpo, para 
identificar variações do normal.
Alguns sons podem ser percebidos com o ouvido, sem equipamento, embora a maioria deles só 
possa ser detectada por meio de um estetoscópio. O estetoscópio deve ser bem construído e adaptar-
se ao usuário. As olivas devem ser confortáveis e o comprimento do tubo deve ter 25 cm a 38cm. 
A campânula é usada para os sons de baixa tonalidade, como determinados sopros cardíacos. O 
diafragma avalia diferentes sons de baixa tonalidade, sendo conveniente para ouvir sons de alta 
frequência, como o murmúrio respiratório. Existe, ainda, a possibilidade de serem produzidos sons 
estranhos, por roupas, cabelos e o movimento do diafragma do estetoscópio. 
Figura 3.
16
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
 » Material utilizado – Termômetro, esfignomanômetro, otooftalmoscópio, 
lanterna, abaixador de língua, estetoscópio, martelo para reflexos, diapasão, alfinete 
de segurança e swab de algodão. Outros: luvas descartáveis, lubrificantes para o 
exame retal, além de um espéculo para o exame da pelve feminina. 
Durante a avaliação do paciente, devem ser observados os seguintes aspectos.
 » Sinais vitais
 » Altura e peso
 » Aspecto geral
 » Pele
 » Cabeça (simetria da face, configuração do crânio, coloração e distribuição do cabelo 
e couro cabeludo)
 » Olhos e visão
17
CAPÍTULO 2
Doenças infectocontagiosas
Doença infecciosa é a “doença” clinicamente manifesta do homem ou dos animais resultante de 
uma infecção, segundo a Organização Panamericana de Saúde,1983. Estudaremos algumas delas 
neste capítulo.
Tuberculose pulmonar
É uma doença infecciosa e contagiosa, conhecida há séculos, que encontra, hoje, novas condições 
de circulação e atinge grupos cada vez mais jovens, em idade produtiva. Estima-se que, no mundo, 
existam mais de 1,7 bilhões de pessoas infectadas pelo Mycrobacterium tuberculosis, agente 
etiológico da tuberculose. Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de TB pulmonar são 
as principais medidas para o controle da doença.
Para Figueiredo (2005):
No século XXI, a tuberculose ainda representa um grave problema de saúde 
pública, principalmente, para os países mais pobres. Com o aparecimento da 
AIDS, passou a preocupar as atividades sanitárias dos países ricos.
A infecção ocorre a partir da inalação de núcleos secos de partículas contendo bacilos expelidos 
pela tosse, fala ou pelo espirro do doente com tuberculose ativa de vias respiratórias (pulmonar 
ou laríngea). Os doentes bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é positiva, são a 
principal fonte de infecção.
Sintomas de tuberculose
Os mais comuns são os seguintes. 
 » Tosse persistente produtiva (muco eventualmente sangue)
 » Febre
 » Sudorese noturna 
 » Emagrecimento
O enfermeiro, ao realizar o exame físico, pode encontrar, também, linfoadenomegalias, às vezes, 
relacionadas tanto à tuberculose pulmonar extrapulmonar concomitante quanto à existência de 
coinfecção pelo HIV.
18
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
Ao fazer a investigação de indivíduos suspeitos que têm indicação para ser investigados, deve-se 
levar em consideração a tosse por tempo igual ou superior a três semanas (se já tiver o diagnóstico 
médico de HIV, tosse por duas semanas).
Diagnóstico
A pesquisa bacteriológica é o método prioritário para o diagnóstico e o controle do tratamento da 
tuberculose, uma vez que permite a identificação da fonte de transmissão da infecção (o bacilífero). 
Considerando esses aspectos, cabe ressaltar que a descoberta do caso,o diagnóstico médico correto 
e o tratamento completo dos doentes com baciloscopia positiva são tidos como uma das principais 
medidas de controle da tuberculose na comunidade. 
Apesar de a forma pulmonar bacilífera ser a mais observada e importante, do ponto 
de vista epidemiológico, outras formas de tuberculose podem ser observadas, como 
a disseminada miliar ou as extrapulmonares: pleural, ganglionar, osteoarticular, 
geniturinária, meningoencefálica, entre outras.
Para os enfermeiros que atuam no programa de controle da tuberculose, deve-se 
organizar e cumprir as recomendações do Ministério da Saúde, segundo a Portaria 
da Atenção Básica no 648, de 2006.
Exames
A baciloscopia de escarro deve ser solicitado aos doentes/clientes que apresentam os seguintes 
sintomas.
 » Tosse por três semanas ou mais (sintomas respiratórios).
 » Suspeita clínica e/ou radiológica de tuberculose pulmonar, independentemente do 
tempo de tosse.
 » Suspeita clínica de tuberculose pulmonar em sítios extrapulmonares (materiais 
biológicos diversos).
A baciloscopia de escarro deve ser realizada em, no mínimo, duas amostras: uma, por ocasião da 
primeira consulta, e outra, independentemente do resultado da primeira, na manhã do dia seguinte, 
preferencialmente, ao despertar. Nos casos em que há indícios clínicos e radiológicos de suspeita de 
tuberculose e as duas amostras de diagnóstico apresentar resultado negativo, podem ser solicitadas 
amostras adicionais. 
19
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Diagnóstico com a prova tuberculínica
A prova tuberculinica (PT) consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. 
tuberculosis, para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, em adultos e 
crianças, para o diagnóstico de infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB). Na criança, também é 
muito importante, como método coadjuvante, para o diagnóstico da TB doença.
Interpretação do resultado do exame
Será considerada tuberculose pulmonar positiva o caso que apresentar as seguintes características.
 » Duas baciloscopias diretas positivas. 
 » Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva. 
 » Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de tuberculose. 
 » Duas ou mais baciloscopias diretas negativas e cultura positiva. 
Será considerado como tuberculose pulmonar negativa o caso que apresentar as seguintes 
características.
 » Duas baciloscopias negativas, com imagem radiológica sugestiva e achado clínico, 
situação em que se deve buscar a confirmação bacteriológica, solicitando cultura 
para efetivação do diagnóstico da tuberculose.
Hanseníase
Agente etiológico 
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita 
intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, 
que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar. O tempo de multiplicação 
do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias.
O M.leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é, infecta muitas pessoas, no entanto, 
poucas adoecem. O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora 
tenham sido identificados animais naturalmente infectados.
Modo de transmissão 
O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. A principal via de eliminação dos 
bacilos dos pacientes multibacilares é a área superior, sendo, também, o trato respiratório a mais 
provável via de entrada do M. Leprae no corpo. 
20
O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo e suas diferentes manifestações clínicas 
dependem, entre outros fatores, da relação parasita/hospedeiro e pode ocorrer após um longo 
período de incubação, de 2 a 7 anos.
A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, de ambos os sexos, no entanto, raramente 
ocorre em crianças. Observa-se que crianças menores de 15 anos adoecem mais quando há uma 
maior endemicidade da doença. Há uma incidência maior da doença nos homens do que nas 
mulheres, na maioria das regiões do mundo.
O diagnóstico precoce da hanseníase e o tratamento adequado evitam a evolução 
da doença, consequentemente, impedem a instalação das incapacidades físicas por 
ela provocadas.
Aspecto clínico
A hanseníase manifesta-se por meio de sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que podem 
levar à suspeição diagnóstica da doença. As alterações neurológicas, quando não diagnosticadas 
e tratadas adequadamente, podem causar incapacidades físicas, que podem evoluir para 
deformidades. Manifesta-se por meio de lesões de pele que se apresentam com diminuição ou 
ausência de sensibilidade.
Diagnóstico 
É realizado pela história e análise das condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico, 
para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de 
nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico). 
A anamnese do enfermeiro tem importante destaque no diagnóstico desta doença infecciosa, 
deverá ser realizada com atenção.
Anamnese
 » A anamnese deve ser realizada conversando com o paciente sobre sinais e sintomas 
da doença e possíveis vínculos epidemiológicos. A pessoa deve ser ouvida com muita 
atenção e as dúvidas devem ser prontamente esclarecidas, procurando-se reforçar a 
relação de confiança existente entre o indivíduo e os profissionais de saúde.
 » Devem ser registradas cuidadosamente no prontuário todas as informações obtidas, 
pois elas serão úteis para a conclusão do diagnóstico da doença, para o tratamento e 
para o acompanhamento do paciente. É importante que seja detalhada a ocupação 
da pessoa e suas atividades diárias.
 » Além das questões rotineiras da anamnese, é fundamental que sejam identificadas 
as seguintes questões: alguma alteração na sua pele (manchas, placas, infiltrações, 
21
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
tubérculos, nódulos) e há quanto tempo eles apareceram; possíveis alterações 
de sensibilidade em alguma área do seu corpo; presença de dores nos nervos ou 
fraqueza nas mãos e nos pés; uso de algum medicamento para tais problemas e 
qual o resultado.
Tratamento
O tratamento específico da pessoa com hanseníase, indicado pelo Ministério da Saúde, é 
a poliquimioterapia padronizada pela Organização Mundial de Saúde, conhecida como 
poliquimioterapia padrão OMS, devendo ser realizada nas unidades básicas de saúde.
 » Esquema Paucibacilar (PB): casos com até 5 lesões de pele.
Nesse caso, é utilizada uma combinação da rifampicina e dapsona. Esses dois medicamentos são 
acondicionados em uma cartela, para administração mensal no esquema descrito a seguir.
Medicação
Rifampicina: uma dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com administração 
supervisionada. 
Dapsona: dose mensal supervisionada e uma diária de 100mg autoadministrada, com duração do 
tratamento de 6 a 9 meses e critério de alta de 6 doses em até 9 meses.
 » Esquema Multibacilar (MB): casos com mais de 5 lesões de pele.
Utilizada uma combinação de rifampicina, dapsona e clofazimina, acondicionados em uma cartela, 
no seguinte esquema. 
Medicação
Rifampicina: uma dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com administração 
supervisionada.
 » Clofazimina: uma dose mensal de 300mg (3 cápsulas de 100mg) com administração 
supervisionada e uma dose diária de 50mg autoadministrada.
 » Dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária 
autoadministrada.
 › Duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina.
 › Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses.
22
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
Assistência de enfermagem
O enfermeiro tem que estar atento aos efeitos colaterais que os medicamentos utilizados podem 
produzir nos doentes, para minimizar os efeitos.
Efeitos colaterais
 » Cutâneos: rubor de face e pescoço, prurido e rash cutâneo generalizado. 
Conduta: alertar o paciente sobre possíveis sinais e sintomas, proporcionar controle emocional, 
encorajar a continuar o tratamento,indicar que se evite exposição excessiva ao sol, que deve ser 
tomada com uso de boné, chapéu, guarda-sol, entre outras medidas.
 » Gastrointestinais: diminuição do apetite, náuseas, vômitos, diarreias e dor 
abdominal leve. 
Conduta: orientar uma alimentação saudável e fracionada, ou seja, alimentar-se a cada 3 horas, 
além de evitar líquidos durante as grandes refeições. Solicitar exames complementares, para 
realizar diagnóstico diferencial com outras causas, investigar e informar à unidade de referência 
se esses efeitos ocorrem após a ingestão da dose supervisionada de rifampicina, ou após as doses 
autoadministradas de dapsona.
Obs.: Vômitos intermitentes devem suspender o tratamento. 
 » Hepáticos: mal-estar, perda do apetite, náuseas, podendo ocorrer também 
icterícia.
 » Hematopoéticos: trombocitopenia, púrpuras ou sangramentos anormais, como 
epistaxes. Poderão, também, ocorrer hemorragias gengivais e uterinas. 
Conduta: se o doente estiver fora do ambiente hospitalar, o enfermeiro deve encaminhá-lo ao 
hospital para melhor suporte e prevenir o choque hipovolêmico, entre outros danos.
 » Anemia hemolítica: tremores, febre, náuseas, cefaleia e, às vezes, choque.
Conduta: o enfermeiro deve suspender o tratamento e encaminhar o paciente à unidade de referência.
 » Síndrome pseudogripal: febre, calafrios, astenia, mialgias, cefaleia, dores 
ósseas. Pode, também, apresentar eosinofilia, nefrite intersticial, necrose tubular 
aguda, rombocitopenia, anemia hemolítica e choque. A síndrome ocorre raramente 
e, quando ocorre, dá-se, principalmente, a partir da 2a ou 4a dose supervisionada, 
devido à hipersensibilidade por formação de anticorpos antirifampicina, quando o 
medicamento é utilizado em dose intermitente.
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CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Condutas no caso de icterícia
 » Suspender o tratamento se houver alteração das provas de função hepática, com 
valores superiores a duas vezes os valores normais. 
 » Encaminhar o paciente para a unidade de referência e fazer a avaliação da história 
pregressa: alcoolismo, hepatite e outras doenças hepáticas.
 » Solicitar exames complementares necessários para realizar diagnóstico diferencial.
 » Investigar e informar à unidade de referência se a ocorrência desse efeito 
está relacionada com a dose supervisionada de rifampicina ou com as doses 
autoadministradas de dapsona.
HIV
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados 
de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes 
adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova 
York, que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e 
comprometimento do sistema imune, o que levou à conclusão de que se tratava de 
uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia, provavelmente, infecciosa e 
transmissível.
Em 1983, o HIV-1 foi isolado de pacientes com AIDS pelos pesquisadores Luc 
Montaigner, na França, e Robert Gallo, nos EUA, recebendo os nomes de LAV 
(Lymphadenopathy Associated Virus ou Vírus Associado à Linfadenopatia) e 
HTLV-III (Human T-Lymphotrophic Virus ou Vírus T-Linfotrópico Humano tipo 
lll) respectivamente nos dois países. Em 1986, foi identificado um segundo 
agente etiológico, também retrovírus, com características semelhantes ao HIV-1, 
denominado HIV-2. Nesse mesmo ano, um comitê internacional recomendou o 
termo HIV (Human Immunodeficiency Virus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) 
para denominá-lo, reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos.
HIV – A infecção pelo HIV tem sido considerada de caráter crônico evolutivo e potencialmente 
controlável, desde o surgimento da terapia antiretroviral combinada (TARV) e da disponibilização 
de marcadores biológicos, como CD4 e carga viral, para o monitoramento de sua progressão. Tais 
avanços tecnológicos contribuíram de forma bastante positiva para vida das pessoas que vivem e 
convivem com HIV.
O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília 
Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não oncogênicos, que necessitam, para 
multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do 
RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro.
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UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
Forma de transmissão
As principais formas de transmissão do HIV são as seguintes.
 » Sexual 
 » Sanguínea (em receptores de sangue ou hemoderivados e em usuários de drogas 
injetáveis, ou UDI) 
 » Vertical (da mãe para o filho, durante a gestação, o parto ou por aleitamento)
 » Ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais da área da 
saúde que sofrem ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados 
com sangue de pacientes
Estima-se que o risco médio de contrair o HIV após uma exposição percutânea a sangue contaminado 
seja de, aproximadamente, 0,3%. 
Nos casos de exposição de mucosas, esse risco é de, aproximadamente, 0,1%. Os fatores de risco já 
identificados como favorecedores desse tipo de contaminação são: a profundidade e extensão do 
ferimento, a presença de sangue visível no instrumento que produziu o ferimento, o procedimento 
que resultou na exposição e que envolveu a colocação da agulha diretamente na veia ou artéria 
de paciente portador de HIV e, finalmente, o paciente, fonte da infecção, mostrar evidências de 
imunodeficiência avançada, ser terminal ou apresentar carga viral elevada.
Prevenção e controle
O meio mais eficiente para reduzir tanto a transmissão profissional-paciente quanto a paciente-
profissional se baseia na utilização sistemática das normas de biossegurança, na determinação dos 
fatores de risco associados e na sua eliminação, bem como na implantação de novas tecnologias da 
instrumentação usadas na rotina de procedimentos invasivos.
Testes diagnósticos
Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos, basicamente, em quatro grupos.
 » Detecção de anticorpos 
 » Detecção de antígenos
 » Cultura viral
 » Amplificação do genoma do vírus
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CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Aspectos clínicos 
A infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas. 
1. Infecção aguda 
2. Fase assintomática, também conhecida como latência clínica
3. Fase sintomática inicial ou precoce
4. Aids
Infecção aguda
A infecção aguda, também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou infecção primária, 
ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Seu diagnóstico é pouco realizado, devido ao baixo 
índice de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo. O tempo entre a exposição e os sintomas 
é de 5 a 30 dias.
A história natural da infecção aguda caracteriza-se tanto por viremia elevada quanto por resposta 
imune intensa. Os sintomas aparecem durante o pico da viremia e da atividade imunológica. 
Os pacientes podem apresentar sintomas de infecção viral, como: febre, adenopatia, faringite, 
mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular eritematoso, ulcerações mucocutâneas, adinamia, 
cefaleia, hepatoesplenomegalia, perda de peso, náuseas e vômitos. Alguns pacientes podem 
apresentar candidíase oral, neuropatia periférica, meningoencefalite asséptica e síndorme de 
guillain-Baré. 
Fase assintomática
Na infecção precoce pelo HIV, também conhecida como fase assintomática, o estado clínico básico 
é mínimo ou inexistente. Alguns pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia generalizada 
persistente, “flutuante” e indolor. Portanto, a abordagem clínica nesses indivíduos no início de 
seu seguimento prende-se a uma história clínica prévia. Baseando-se nisso, mais uma vez dizemos 
que a anamnese do Enfermeiro e o senso crítico destacam-se investigando condições de base 
como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, DPOC, doenças hepáticas, renais, pulmonares, 
intestinais, doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e outras doenças endêmicas, doenças 
psiquiátricas, uso prévio ou atual de medicamentos, enfim,situações que podem complicar ou serem 
agravantes em alguma fase de desenvolvimento da doença pelo HIV. A história familiar, os hábitos 
de vida, como também uma avaliação do perfil emocional e psicossocial do paciente, seu nível de 
entendimento e orientação sobre a doença são extremamente importantes. 
26
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
Fase sintomática inicial
Fase em que o doente com HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade 
variável, além de processos oportunistas de menor gravidade, principalmente na pele e nas mucosas. 
As alterações mais frequentes são estas. 
 » Sudorese noturna
 » Fadiga
 » Emagrecimento
 » Diarreia
 » Sinusopatia
 » Candidíase oral e vaginal (inclusive a recorrente)
 » Leucoplasia pilosa oral, entre outras.
Doenças oportunistas
As doenças oportunistas associadas à aids são diversas, podendo ser causadas por vírus, bactérias, 
protozoários, fungos e algumas neoplasias.
 » Vírus: Citomegalovirose, Herpes simples, Leucoencafalopatia Multifocal 
Progressiva.
 » Bactérias: Micobacterioses (tuberculose e complexo Mycobacterium 
aviumintracellulare), Pneumonias (S. pneumoniae), Salmonelose.
 » Fungos: Pneumocistose, Candidíase, Criptococose, Histoplasmose.
 » Protozoários: Toxoplasmose, Criptosporidiose, Isosporíase.
 » Neoplasias: Sarcoma de Kaposi, Linfomas não Hodgkin, Neoplasias Intraepiteliais 
Anal e Cervical.
Tratamento
Há duas classes de drogas liberadas para o tratamento anti-HIV, os inibidores da transcriptase 
reversa, os inibidores da protease. 
Breve informação sobre os antirretrovirais de maior uso.
 » Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a 
multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV, vírus causador da 
aids, mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, 
seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida do portador 
da doença.
 » Inibidores da transcriptase reversa – São drogas que inibem a replicação do HIV, 
bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa, que age convertendo o RN viral 
em DNA.
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CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
 » Inibidores da protease – Agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a 
ação da enzima protease.
Assistência de enfermagem em doenças 
clínicas
Distúrbios neurológicos 
Miastenia Gravis
Distúrbio autoimune da junção mioneural caracterizada por vários graus de fraqueza.
Etiologia
Autoanticorpos direcionados para bloquear os receptores da acetilcolina, resultando em fraqueza 
da musculatura voluntária. 
Sinais e sintomas
 » Diplopia
 » Ptose
 » Disfonia
 » Fraqueza
Diagnóstico
Teste da Anticolinesterase (Cloreto de Edefrônio) – aumenta a disponibilidade da acetilcolina.
Tratamento 
 » Brometo de Piridostigmina e Brometo de Neostigmina anticolinesterásicos.
 » Corticoides
 » Plasmaferése
 » Cirurgia – Timectomia
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UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
Assistência de enfermagem
 » Orientação específica quanto aos fatores que possam exacerbar a crise miastênica 
(falta da medicação, nada de esforço físico prolongado etc.).
 » Manutenção das vias aéreas permeáveis devido a sialorreia. 
 » Administração rigorosa da prescrição em horário regular. 
 » Em casos de insuficiência respiratória, manter carro de urgência, materiais de 
intubação e de ventilação próximo ao leito do paciente 
 » Cuidados com oxigenoterapia e ventilação mecânica. 
 » Balanço hídrico rigoroso. 
 » Caso apresente incapacidade de deglutição, iniciar dieta por SNE.
Acidente vascular cerebral isquêmico
Caracterizado pela perda das súbitas funções cerebrais resultante da diminuição ou interrupção 
do fluxo sanguíneo cerebral. Várias são as causas que podem deflagrar tal situação. Seguem as 
mais comuns: trombose cerebral, embolia cerebral, estenose de uma artéria que irriga o cérebro, 
hemorragia cerebral. 
Manifestações clínicas mais comuns
 » Perda repentina da força muscular e/ou da visão.
 » Dificuldade de comunicação oral.
 » Tonturas.
 » Formigamento em um dos lados do corpo.
 » Alterações da memória.
Obs.: Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios, mas, mesmo assim, exigem cuidados 
médicos imediatos.
O enfermeiro, ao realizar o exame físico do cliente em suspeita de AVC, deve ter muita atenção e 
realizar um exame minucioso, pois o diagnóstico tanto de enfermagem quanto de médico é sujeito 
a uma margem de erro, uma vez que uma grande variedade de condições neurológicas pode ser 
confundida com o AVC.
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CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Assistência e cuidados de enfermagem
 » Aferir sinais vitais (clientes com AVC tendem a manter sinas flutuantes).
 » Prevenir úlcera por pressão (clientes com AVC tendem a ter alguma plegia que vão 
dificultar sua mobilização no leito).
 » Aplicar solução salina na mucosa ocular (em clientes inconscientes, a hidratação 
ocular pode prevenir o ressecamento e a possível ulcera de córnea).
 » Supervisionar eliminações vesicointestinais (As lesões cerebrais podem acarretar 
perda no controle dos esfíncteres, ocasionando distúrbios de eliminações).
 » Supervisionar nível de consciência.
Distúrbios digestórios
Obs.: No Sistema Digestório, ao realizar o exame físico, o enfermeiro de fazê-lo na seguinte ordem: 
inspeção, ausculta, palpação e percursão.
Distúrbios esofágicos
Acalasia
O paciente com acalasia tem dificuldades para deglutir os alimentos sólidos e líquidos. Esse problema 
começa devagar, mas progride gradualmente. Muitas pessoas não procuram ajuda enquanto os 
sintomas não estão avançados. Com a regurgitação dos alimentos e fluídos gastroesofágicos, a cárdia 
estreita-se e os alimentos ficam no esôfago, não passando para o estômago, ocorrendo a dilatação 
do esôfago e, posteriormente, acaba por instalar-se um quadro de caquexia pela interrupção da 
chegada do alimento ao estômago e demais segmento do percurso gastrointestinal.
Diagnóstico da acalasia
Raio X de esôfago, esofagastroduodenoscopia (Endoscopia)
Tratamento da acalasia
Existem alguns tratamentos para a acalásia, mas, infelizmente, nenhum deles consegue interromper 
ou reverter o problema. Esses tratamentos melhoram os sintomas diminuindo a pressão no esfíncter 
esofagiano inferior ou enfraquecendo as fibras musculares desse esfíncter. 
 » Sintomático: sedativos e analgésicos, dilatação do esôfago.
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UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
 » Cirúrgico: gastrectomia e esofagotomia.
 » Injeção de botox: a injeção de toxina botulínica (botox), através de um exame 
endoscópico normal, diretamente no EEI (esfíncter esofagiano inferio) interrompe 
a inervação que promove a contração do esfíncter. Essa paralisia muscular alivia a 
obstrução. Até 90% dos pacientes apresentam sucesso no tratamento com botox, no 
entanto, este deve ser aplicado novamente em pouco tempo (de 3 meses a um ano).
Assistência de enfermagem
Orientar o paciente a fracionar a alimentar no mínimo seis refeições diárias, mastigar bem e engolir 
devagar, usar manobras específicas, como esticar o pescoço ou colocando os ombros para trás.
Hérnia de hiato
A abertura do diafragma através da qual o esôfago atravessa torna-se dilatada, e parte da porção 
superior do estômago tende a mover-se para cima, para dentrodo inferior do tórax.
Manifestação clínica
50 % dos casos são assintomáticos; outros podem apresentar: pirose, regurgitação, disfagia, 
sensação de plenitude gástrica.
Tratamento
 » Alimentações fracionadas.
 » Não deitar em torno de 1 hora após comer.
 » Não ingerir líquidos durante a refeição.
 » Cirurgia.
Distúrbios hematológicos
Anemia falciforme
Resulta de herança do gene da hemoglobina falciforme (HbS), onde esta adquire uma formação 
semelhante a um cristal com baixa pressão de oxigênio.
31
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Figura 4.
Estimativas com base na prevalência no Brasil – Ministério da Saúde.
 » Portadores do gene Hb S: mais de 2 milhões
 » Afetados com a forma Hb SS: mais de 8.000
 » Novos casos: nascimento de 700-1000 casos anuais de doenças falciformes
 » No traçofalcêmico, o paciente apresenta 50% do gene da hemoglobina 
Hbs
Aconselhamento genético
Os pais podem ser sadios, porém portadores do gene Hb S (traço falciforme). Quando o pai e a mãe 
são portadores do traço, a cada gravidez o casal terá 25% de chance de ter uma criança 
com a doença. Por isso, é recomendado o aconselhamento genético aos pais, mostrando a 
possibilidade de novos casos na família e a importância redobrada do diagnóstico logo ao nascimento. 
Esse aconselhamento pode ser feito pelo enfermeiro. 
Traço falciforme – Hb AS
Quando a criança herda o gene beta S de um dos pais e do outro o gene para a hemoglobina A 
normal, ela será apenas portadora do Traço Falciforme (Hb AS). Neste caso, não apresentará 
a doença, podendo, no entanto, transmiti-la para seus filhos.
Dados clínicos
 » Eritrócitos afoiçados
 » Hemoglobina antre 7 – 10g/dl
 » Icterícia
 » Taquicardia
 » Febre
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UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
 » Infiltração pulmonar bilateral
 » Artralgia
 » Dispneia
 » Fadiga
 » Desidratação
 » Diminuição da visão
Tratamento
 » Hidroxiureia ( Hydrea) – Quimioterápico que aumenta a hemoglobina F
 » Transfusão de sangue – Prevenção de complicações/ minimizador de crises
 » Reposição de ácido fólico
 » Corticoides
 » Eritropoetina
 » Ácido Acecilsalisílico
 » Analgésico opioide – Casos de dor aguda
Distúrbios cardiovasculares
Manifestações comuns da doença cardíaca
A dor é a manifestação mais comum entre os pacientes cardiopatas. As outras queixas são a falta de 
ar, a palpitação ou fadiga e a tonteira ou síncope. 
Conceito: síndromes coronarianas agudas
Constituem um grupo de patologias que possuem como etiologia uma isquemia. Incluem-se nesse 
grupo, a angina e o IAM.
A angina de peito acontece quando o fornecimento de sangue ao coração é insuficiente. Ocorre após 
alguns segundos à oclusão arterial; geralmente sentem dor torácica ou desconforto, que pode ser 
rapidamente resolvido pela redução da necessidade de O2 pelo coração (betabloqueador) ou pelo 
aumento do fluxo sanguíneo, miocárdico (nitroglicerina)
33
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
Sintomas
O sintoma mais comum da angina é dor no peito. A dor também pode ocorrer em um ou em ambos 
os ombros, na garganta, no maxilar, no pescoço, nas costas ou nos braços. Habitualmente, a dor da 
angina dura apenas alguns minutos.
A dor da angina ocorre mais frequentemente durante o exercício físico, mas podem ser desencadeadas 
por outras situações, como estresse, emoções fortes ( raiva ou excitação), temperaturas baixas ou 
vento, ingestão de uma grande refeição.
Diagnóstico
Frequentemente diagnosticada pelos seus sintomas. Também poderá efetuar-se um 
electrocardiograma.
Tratamento
 » Uma angina ligeira ou moderada poderá necessitar de tratamento com medicamentos 
que alarguem as artérias, como nitratos, bloqueadores betas ou bloqueadores dos 
canais de cálcio.
 » Se for angina grave, poderá ser necessário recorrer-se à cirurgia para alargar as 
artérias (angioplastia) ou a uma cirurgia de bypass coronário.
 » Dose moderada de aspirina diariamente pode ajudar a evitar coágulos sanguíneos e 
reduz o risco de ataques cardíacos.
Prevenção
O enfermeiro como eterno educador deve, em palestras, ou mesmo orientando os pacientes, focar o 
estilo de vida saudável, pois é a melhor forma de manter um coração saudável e evitar a angina. Esta 
pode se apresentar de diversas formas.
 » Estável – Acontece aos esforços
 » Instável – Acontece em repouso
 » Variante – Vasoespasmo coronariano
 » Silenciosa – Ausência de sintomas
 » Refratária ou intratável – Dor torácica grave e intratável
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UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
Hipertensão arterial sistêmica
Apesar de ser um tema em constante discussão, é de suma importância, e causados de diversas 
outras patologias, então, o enfermeiro atualizado não pode deixar de focar nessa patologia de 
grande relevância, sendo o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares (DCV), com destaque para o AVC e o infarto do miocárdio, as duas maiores causas 
isoladas de mortes no país, além da doença renal crônica terminal.
O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado no 
dia 26 de abril, visa a alertar a população a respeito dos perigos causados pela 
hipertensão arterial. No Brasil, a sua incidência passou de 21,6%, em 2006, para 
23,3%, em 2010 (Dados do M.S). Ótimo dia para o Enfermeiro realizar palestras de 
prevenção e conscientização.
Hipertensão Arterial é a pressão sistólica maior ou igual a 140mmhg e uma pressão arterial diastólica 
maior ou igual a 90mmhg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anit-hipertensiva.
Situações especiais para a medida da 
pressão arterial
Em idosos
No idoso, há dois aspectos importantes.
 » Maior frequência de hiato auscultatório, que consiste no desaparecimento dos sons 
na ausculta durante a deflação do manguito, geralmente entre o final da fase I e o 
início da fase II dos sons de Korotkoff. Tal achado pode subestimar a verdadeira 
pressão sistólica ou superestimar a pressão diastólica.
 » Pseudo-hipertensão, caracterizada por nível de pressão arterial falsamente elevado, 
em decorrência do enrijecimento da parede da artéria. Pode ser detectada por 
meio da manobra de Osler, que consiste na inflação do manguito no braço até o 
desaparecimento do pulso radial. Se a artéria for palpável após esse procedimento, 
sugerindo enrijecimento, o paciente é considerado Osler-positivo.
Obs.: Em gestantes, recomenda-se que a medida da pressão arterial seja feita na posição sentada. A 
determinação da pressão diastólica deve ser realizada na fase V de Korotkoff.
Diagnóstico de HAS
Devem-se considerar no diagnóstico da HAS, além dos níveis tensionais, o risco cardiovascular 
global estimado pela presença dos fatores de risco, a presença de lesões nos órgãos-alvo e as 
comorbidades associadas. É preciso ter cautela antes de rotular alguém como hipertenso, tanto pelo 
35
CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
risco de um diagnóstico falso-positivo, quanto pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o 
custo social resultante.
Em indivíduos sem diagnóstico prévio e níveis de PA elevada em uma aferição, recomenda-se 
repetir a aferição de pressão arterial em diferentes períodos, antes de caracterizar a presença de 
HAS. Este diagnóstico requer que se conheça a pressão usual do indivíduo, não sendo suficiente 
uma ou poucas aferições casuais.
A aferição repetida da pressão arterial em dias diversos em consultório é requerida para chegar a 
pressão usual e reduzir a ocorrência da “hipertensão do avental branco”, que consiste na elevação 
da pressão arterial ante a simples presença do profissional de saúde no momento da medida da PA.
CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO SISTÓLICA
(mmHg)
PRESSÃO DIASTÓLICA
(mmHg)
Ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130-139 85-89
Hipertensão estágio 1 140-159 90-99
Hipertensão estágio 2 160-179 100-109
Hipertensão estágio 3 > 180 > 110
Hipertensão sistólica isolada > 140 < 90
Avaliação da HAS
 » Anamnese
 » Exame físico
 » Avaliação clínico-laboratotial 
Tratamento não farmacológico
O tratamento não medicamento visa a reduzir os níveis pressóricos para valores inferiores a 14 
mmHg de pressão sistólica e a 9mmHg de pressão diastólica.
Linhas gerais de recomendação dietética para hipertensos.
 » Manter o peso corporal adequado.
 » Reduzir a quantidade de sal no preparo dos alimentos e retirar o saleiro da mesa.
 » Restringir as fontes industrializadas de sal: temperos prontos, sopas, embutidos 
como salsicha, linguiça, salame e mortadela, conservas, enlatados, defumados e 
salgados de pacote, fast -food.
 » Limitar ou abolir o uso de bebidas alcoólicas.
36
UNIDADE I │CLÍNICA MÉDICA 
 » Dar preferência a temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e 
cebolinha, ao invés de similares industrializados.
 » Substituir bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas 
por frutas in natura.» Incluir, pelo menos, seis porções de frutas, legumes e verduras no plano alimentar 
diário, procurando variar tipos e cores consumidos durante a semana.
 » Optar por alimentos com reduzido teor de gordura e, preferencialmente, do tipo 
mono ou poli-insaturada, presentes nas fontes de origem vegetal, exceto dendê e 
coco.
 » Manter ingestão adequada de cálcio pelo uso de vegetais de folhas verde-escuras e 
produtos lácteos, de preferência, desnatados.
 » Identificar formas saudáveis e prazerosas de preparo dos alimentos: assados, crus, 
grelhados etc.
 » Estabelecer plano alimentar capaz de atender às exigências de uma alimentação 
saudável, do controle do peso corporal, das preferências pessoais e do poder 
aquisitivo do indivíduo e sua família.
 » Redução do consumo de bebidas alcoólicas.
 » Abandono do tabagismo.
 » Prática de atividade física regular.
Tratamento farmacológico
 » Drogas utilizadas: inibidores da Enzima Conversora da Angiostensina
 » Bloqueadores: alfa adrenérgicos
 » Diuréticos
 » Bloquadores de canal de cálcio
 » Vasodilatadores de ação direta
Assistência de enfermagem
Cliente fora do ambiente hospitalar.
 » Tentar ao máximo conscientizar o cliente quanto a importância do controle do dado 
de saúde.
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CLÍNICA MÉDICA │ UNIDADE I
 » Educação permanente quanto aos hábitos saudáveis. 
 » Informação e orientação acerca da patologia e suas possíveis consequências.
Cliente hospitalizado
 » Aferições pressóricas regulares, de acordo com o plano de cuidados elaborado pelo 
enfermeiro.
 » Informações ao cliente, a fim de proporcionar-lhe tranquilidade e segurança, fato 
que também contribui para o controle da HAS.
 » Administração de dogras em horário correto.
 » Monitoração não invasiva ou invasiva e cuidados de enfermagem, se em terapia 
intensiva ou semi-intensiva.
 » Controle do gotejamento e acesso venoso, se drogas em BI (Bomba infusora), 
dependendo da droga será acesso venoso invasivo.
Infarto agudo do miocárdio (IAM)
É definido como morte recente das células miocárdicas lesadas, ocorrendo após o episódio isquêmico, 
e com a necrose celular, havendo liberação de enzimas séricas.
Sintomas
Dor na região retroesternal ou precordial intensa, com sensação de peso ou aperto, com duração 
acima de 30 minutos, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula, membros superiores e dorso. 
Desconforto torácico com tonturas, sudorese, náuseas, vômitos, dispneia e desmaios.
Sensação global de tensão, ansiedade ou morte iminente.
 » ECG
A alteração típica e a presença de ondas Q anormais (duração maior que 0,04 segundos (>1mm) e 
profundidade maior que 25% de altura da onde R, ( na mesma derivação).
Obs.: O IAM obedece a um ritmo circadiano, sendo que ocorre predominantemente de 6:00 às 12:00 
e no período vespertino, devido, em parte, pela maior liberação de catecolaminas nesse horário, 
além do estresse físico e mental ( no final do expediente de trabalho).
Exame físico
 » PA elevada (precedente ao infarto)
 » PA baixa (após o infarto)
38
UNIDADE II
ENFERMAGEM 
EM CLÍNICA 
CIRÚRGICA
CAPÍTULO 1
Enfermagem nas intercorrências de 
clínica cirúrgica
A partir do século XIX, a cirurgia tornou-se uma especialidade médica, e surgiram com ela novos 
horizontes e possibilidade que favoreceram a melhora da qualidade de vida. Até, então, muitos 
problemas não podiam ser clínicamente resolvidos, o que contribuía sobremaneira para aumentar 
os índices de morbimortalidade, hoje facilmente contornados por meio de intervenções cirúrgicas.
O papel dos profissionais que atuavam nas primeiras cirurgias limitava-se apenas à limpeza das 
salas e dos equipamentos utilizados. O contato com os clientes restingia-se apenas a algumas 
tarefas simples, como coleta de material e, algumas vezes, o profissional acompanhava o cliente até 
a sala cirúrgica para lhe prestar algum tipo de cuidado. Percebia-se a necessidade de qualificar o 
profissional de enfermagem, após a descoberta dos bloqueios anestésicos e das técnicas assépticas 
e soluções antissépticas.
Em 1876, o Massachusetts General Hospital ofereceu a primeira oportunidade de treinamento 
para profissional de enfermagem em sala cirúrgica. Essa iniciativa se estendeu até 1900, quando as 
primeiras escolas de enfermagem, notando a tendência e a necessidade, incluíram em seu currículo 
matérias que possibilitavam ao aluno a possibilidade de experiência em sala cirúrgica.
Focaremos algumas cirurgias; observe que, para melhor aproveitamento, você deverá pesquisar e 
interagir com seu tutor e colegas de turma.
Terminologia cirúrgica
É o conjunto de termos próprios que expressam o segmento corpóreo afetado e a intervenção 
cirúrgica realizada no tratamento daquele tipo de afecção. Os termos que compõem a terminologia 
cirúrgica são formados por uma raiz e um sufixo. A raiz permite identificar a estrutura corpórea que 
está relacionada com a intervenção cirúrgica.
39
ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA│ UNIDADE II
Os atos cirúrgicos são designados por termos formados, de maneira geral, por prefixos ou palavras 
que apontam o órgão em causa, e por sufixos que indicam o ato cirúrgico realizado.. Alguns 
exemplos.
Prefixos
 » adeno - relativo a glândula
 » cisto - relativo à bexiga
 » cole - relativo à vesícula
 » colo - relativo ao colo
 » colpo - relativo à vagina
 » êntero - relativo ao intestino
 » gastro - relativo ao estômago 
 » hístero - relativo ao útero
 » nefro - relativo ao rim
 » oftalmo - relativo aos olhos
 » oofor - relativo aos ovários
 » orqui- relativo aos testícu los
 » ósteo - relativo ao osso
 » oto - relativo ao ouvido
 » procto - relativo ao reto
 » rino - relativo ao nariz
 » salpinge - relativo às trompas 
 » tráqueo - relativo à traquéia
Sufixos 
 » ectomia - remoção de um órgão ou parte dele
 » tomia - abertura de um órgão
 » stomia - abertura cirúrgica de uma nova boca 
 » pexia - fixação de um órgão
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UNIDADE II │ ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA 
 » plastia - alteração da forma de um órgão
 » rafia - sutura
 » scopia - olhar no interior
Operações de remoção (ECTOMIA)
 » Apendicectomia - remoção do apêndice 
 » Cistectomia - remoção da bexiga
 » Colecistectomia - remoção da vesícula biliar
 » Colectomia - remoção do colo 
 » Embolectomia - extração de um êmbolo
 » Esofagectomia - remoção do esôfago
 » Esplenectomia - remoção do baço
 » Fistulectomia - remoção de fístula
 » Gastrectomia - remoção parcial ou total do estômago
 » Hemorroidectomia - remoção de hemorroidas
 » Hepatctomia - remoção de parte dofígado
 » Histerectomia - extirpação do útero
 » Lobectomia - remoção de um lobo de um órgão
 » Mastectomia - remoção da mama
 » Miomectomia - remoção de mioma
 » Nefrectomia - remoção do rim
 » Ooforectomia - remoção do ovário
 » Pancreatectomia - remoção do pâncreas
 » Pneumectomia - remoção do pulmão
 » Prostatectomia - remoção da próstata
 » Retossigmoidectomia - remoção do retossigmoide
 » Salpingectomia - extirpação da trompa 
 » Tireoidectomia - remoção da tireoide
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ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA│ UNIDADE II
Operações de abertura (TOMIA)
 » Artrotomia - abertura da articulação
 » Broncotomia - abertura do brônquio
 » Cardiotomia - abertura do cárdia (transição esôfago-gástrica)
 » Coledocotomia - abertura e exploração do colédoco
 » Duodenotomia - abertura do duodeno
 » Flebotornia - dissecção (individualização e cateterismo) de veia
 » Laparotomia - abertura da cavidade abdominal
 » Papilotomia - abertura da papila duodenal
Conceitos importantes na clínica cirúrgica
Assepsia: conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de micro-organismos 
em um ambiente que logicamente não os tem, logo, um ambiente asséptico é aquele que está livre 
de infecção.
Antissepsia: conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro-organismos ou 
removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não os destruir e,para tal fim, utilizam-se 
antissépticos ou desinfetantes.
Degermação: diminuição do númerode micro-organismos patogênicos ou não, após a escovação 
da pele com água e sabão.
Desinfecção: processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se 
inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente destruídos.
Esterilização: processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas 
vegetativas e esporuladas, fungos e vírus), mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos, 
Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção de detritos.
Esterilizantes: meios físicos (calor, filtração, radiações etc.) capazes de matar os esporos e a forma 
vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida.
Esterilização: conceito de esterilização absoluto. O material é esterilizado ou é contaminado, não 
existe meio termo.
Germicidas: meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida. 
São designados pelos sufixos “cida” ou “lise”, como, por exemplo, bactericida, fungicida, virucida, 
bacteriólise.
42
UNIDADE II │ ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA 
Classificação da cirurgia por potencial de 
contaminação
O número de micro-organismos presentes no tecido a ser operado determinará o potencial de 
contaminação da ferida cirúrgica. De acordo com a Portaria no 2.616/1998, de 12/5/1998, do 
Ministério da Saúde, as cirurgias são classificadas assim.
 » Limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência 
de processo infeccioso local, sem penetração nos tratos digestório, respiratório ou 
urinário, em condições ideais de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovário.
 » Potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil 
descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos tratos 
digestório, respiratório ou urinário, mas sem contaminação significativa. Exemplo: 
redução de fratura exposta.
 » Contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de 
difícil descontaminação, com processo inflamatório, mas sem supuração. Exemplo: 
apendicite supurada.
 » Infectadas: realizadas em tecido com supuração local, tecido necrótico, feridas 
traumáticas sujas. Exemplo: cirurgia do reto e ânus com pus.
Tipos de cirurgia
Opcional – É agendada por completo, com a preferência do paciente. Ex.: Estética.
A cirurgia plástica é dividida em dois ramos principais: a cirurgia plástica reparadora ou 
reconstrutiva e a cirurgia plástica estética. A cirurgia plástica estética propõe-se a trazer as 
variações da normalidade do corpo para o mais próximo possível daquilo que se concebe como 
padrão de beleza para uma cultura, em um determinado momento e, também, corrigir as alterações 
evolutivas do tempo. Muitos clientes que procuram esses procedimentos são portadores de uma 
expectativa que acarreta níveis diferentes de ansiedade, justificada pela coragem de investir em 
seu corpo, pela procura da solução para o seu problema, desejando que o resultado do tratamento 
proposto seja o mais próximo possível do idealizado, e pela repercussão que sua nova imagem 
corporal causará para si e para os outros.
Estabelecer uma relação enfermeiro-cliente é o primeiro passo para que o enfermeiro possa 
obter informações sobre os desejos do cliente e visualizar a percepção de distorção quanto à sua 
autoimagem, assim como a mudança que o procedimento poderá causar. Ex.: abdominoplastia, 
mamoplastia, rinoplastia, lipoaspiração, entre outras.
Eletiva – Na maioria das vezes, o cliente apresenta-se sadio, sem manifestar sinais e sintomas 
de doenças a ponto de poder ser realizada uma cirurgia programada. Dessa forma permite ao 
profissional programar cuidados de enfermagem, a fim de prepará-lo em todos os aspectos, para 
43
ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA│ UNIDADE II
que possa enfrentar em melhores condições o procedimento cirúrgico. Ex.: facectomia, varizes, 
bariátricas, entre outras.
De urgência – É quando o quadro do cliente exige intervenção cirúrgica, porém, pode, ser preparado 
para o melhor momento,mas deve ser realziado em 24 horas a 48 horas. Ex.: apendicectomia.
De emergência. – Exige cuidados e procedimento cirúrgico imediato, caso contrário poderá pôr 
o cliente em risco de morte. 
Necessária – A condição exige cirurgia em algumas semanas. 
44
CAPÍTULO 2
Feridas
A pele desempenha importante papel na garantia de sobrevivência do ser humano. Basta dizer 
que ela é a grande responsável por proteger as estruturas internas da ação dos micro-organismos 
patogênicos.
Figura 5.
A epiderme, camada mais externa da pele, está assim dividida.
 » Estrato córneo 
 » Estrato lúcido
 » Estrato granuloso
 » Estrato espinhoso
 » Estrato basal
Derme
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras 
proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais 
células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância 
gelatinosa, e a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. São as 
fibras da derme que conferem resistência e elasticidade à pele.
45
ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA│ UNIDADE II
Tecido subcutâneo (hipoderme)
Sob a pele há uma camada de tecido conjuntivo frouxo – o tecido subcutâneo – rico em fibras e em 
células, que armazenam gordura (células adiposas). A gordura armazenada no tecido subcutâneo 
constitui reserva de energia e atua como isolante térmico.
Feridas
A ferida é a consequência de uma ruptura na pele, na membrana ou qualquer estrutura do corpo, 
ocasionado por um agente físico, químico ou biológico. 
Classificação das feridas
As feridas podem ser classificadas de diferentes maneiras. 
 » Limpa: Ferida produzida pelo cirurgião, com bisturi, sem que haja quebra de 
assepsia e sem envolvimento dos sistemas respiratório, genito-urinário, alimentar 
e orofaringe. 
 » Baixa contaminação: Ferida que ocorreu em menos de 4 horas e não apresenta 
sujidades ou envolve os tratos respiratório, alimentar, gênito-urinário e orofaringe. 
 » Contaminada: Ferida decorrente de trauma recente, com presença de inflamação 
não purulenta, podendo haver grande sujidade ou urina infectada na ferida. 
 » Suja: Ferida com presença de inflamação bacteriana aguda, de origem traumática 
e ocorrida há mais de 12 horas. Pode haver presença de supuração. 
Conforme a progressão da infecção, as feridas ainda podem ser assim distribuídas. 
 » Classe 1: Do tempo zero até quatro horas de evolução. Neste período há pouca 
multiplicação bacteriana. Três horas após a agressão, o tempo é considerado crítico. 
 » Classe 2: Com período evolutivo compreendido entre 4 e 12 horas após a lesão, 
quando as bactérias começam ase multiplicar,, mas ainda não são invasivas. 
 » Classe 3: Com evolução acima de 12 horas e já considerada infectada. 
Conforme a apresentação clínico-cirúrgica, as feridas também podem ser assim consideradas.
 » Fechada: Ocorre por contusão onde a pele ou mucosa são lesionadas, mas 
permanecem com integridade aparente. Pode alcançar tecidos conetivo, muscular, 
tendíneo e ósseo. As formas mais comuns são as abrasões, que resultam de 
esmagamento ou fricção. 
 » Aberta: Estão incluídas neste grupo. 
46
UNIDADE III │ TÍTULO DA UNIDADE 
 » Lacerada: Produzida por objetos pontiagudos, que rasgam o tecido formando 
bordas irregulares. Quando cutânea, pode ocasionar avulsão ou arrancancamento.
 » Incisas: Contusões de continuidade lineares devidas ã ação de objetos cortantes.
 » Penetrantes: Contusão de continuidade da pele e tecidos subjacentes, alcançando 
cavidades como abdomen, tórax, seios etc. Geralmente resultam em perfuração de 
víscera, empiema ou evisceração. 
Quanto à etiologia
 » Traumáticas: Resultante da ação de um objeto agressor que atinge a pele ou a 
região com impacto. 
 » Pós-operatório: São feridas agudas intencionais. Podem cicatrizar em primeira 
intenção, caso em que as bordas da pele são mantidas próximas.São suturas, 
grampos ou fitas. Algumas feridas são deixadas abertas para cicatrizarem por 
segunda intenção, geralmente a fim de permitir drenagem de material infectado. 
 » Patológicas: Lesões crônicas, como úlceras venosas, arteriais, por pressão, 
diabéticas e isquêmicas. 
Tipos de cicatrização
 » Primeira intenção: Ocorre quando houver união imediata das bordas da ferida, 
evolução asséptica e cicatriz linear. As condições requeridas são a coaptação das 
bordas e planos anatômicos
 » Segunda intenção: As bordas da ferida não contatam entre si, devido a perda 
de tecido. O espaço é preenchido por tecido de granulação cuja superfície depois 
epidermiza. 
 » Fechamento primário tardio ou por terceira intenção: Feridas deixadas 
abertas inicialmente, geralmente por apresentarem contaminação grosseira. A 
ferida infectada é manejada com desbridamentos repetidos e antibioticoterapia. 
Após alguns dias de tratamento local, a ferida é fechada mecanicamente, por meio 
de suturas, enxertos cutâneos ou retalhos. 
Processo de enfermagem e cuidado com a ferida
O processo de enfermagem deve ser usado para sistematizar a prestação de serviço de cuidados 
no tratamento da ferida, promovendo o restabelecimento da integridade cutâneo-mucosa. Assim, 
deverão considerar as informações sobre as condições do cliente e da ferida obtida, durante a 
realização do histórico e aquelas obtidas durante a realização do exame físico. 
47
TÍTULO DA UNIDADE │ UNIDADE III
O enfermeiro deverá avaliar a ferida em dois tempos distintos: antes do tratamento e após a 
implementação dos cuidados de enfermagem e tratamento específico.
Tipos de curativos
Deverá ser determinado de acordo com o tipo de cirurgia e da localização da ferida. 
Curativo oclusivo: Realizado imediatamente após a realização de uma cirurgia, independente do 
tipo de cicatrização. Esse curativo oclui totalmente a ferida.
Semioclusivo: Não é completamente coberto por adesivos e normalmente recebe uma camada 
mais fina de gaze do que o oclusivo. A camada de gaze será fundamental na absorção e dreangem 
das secreções, bem como na formação de uma barreira mecânica.
Curativo aberto: Não utiliza uma cobertura e deverá ser utilizado somente em ferida em avançado 
processo de cicatrização e que estão cicatrizando por primeira intenção. Faz-se necessário somente 
a aplicação de uma solução antisséptica sobre a ferida, após uma limpeza com solução fisiológica ou 
álcool a 70%.
Avaliação da ferida
A avaliação do paciente por meio da história clínica e das condições da lesão é primordial para que 
um bom acompanhamento seja realizado, concorrendo para melhoria ou cura da lesão. Parâmetros 
específicos devem ser avaliados e anotados em um instrumento que possibilite a observação da 
evolução positiva ou negativa, fornecendo dados para orientação das decisões terapêuticas 
apropriadas.
Para ser preenchido o instrumento de avaliação, é necessário responder a alguns questionamentos:
 » Há quanto tempo?
 » Qual a localização?
 » Qual o tamanho?
 » Quais os tecidos encontrados?
 » Tem exsudato?
 » Tem odor?
 » Está colonizada ou infectada?
 » Em que fase do processo de cicatrização está?
 » Necessita de desbridamento? Qual método?
48
UNIDADE III │ TÍTULO DA UNIDADE 
 » Quais as características das bordas?
 » Existe presença de trajeto?
 » Quais as características da pele perilesional?
 » Que curativo usar?
Curativos e coberturas
Diversos estudos, desde 1962, têm contestado o princípio de manutenção do curativo seco, 
demonstrando que a manutenção do meio úmido entre o leito da ferida e a cobertura favorece e 
aumenta a velocidade da cicatrização.
O tratamento de feridas é um processo dinâmico, com diversas variáveis, personalizado, que 
necessita de avaliações sistematizadas, periódicas e prescrições distintas.
Finalidades do curativo
 » Manter umidade.
 » Remover o excesso de umidade.
 » Ser isolante térmico.
 » Ser impermeável a bactérias.
 » Ser isento de partículas e tóxicos contaminadores de feridas.
 » Ser retirado sem trauma.
 » Permitir a troca de gases.
Antissépticos
1. Produtos derivados do iodo
Composição: Polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI).
Ação: Penetra na parede celular alterando a síntese do ácido nucleico, através da oxidação.
Indicação: Antissepsia de pele e mucosas pericateteres.
Contraindicação: Feridas abertas de qualquer etiologia.
Obs.: É neutralizado na presença de matéria orgânica. Em lesões abertas altera o processo de 
cicatrização (citotóxicos para fibroblasto, macrófago e neutrófilo) e reduz a força tênsil do tecido.
49
TÍTULO DA UNIDADE │ UNIDADE III
2. Clorexidina
Composição: Di-gluconato de clorexidina.
Ação: Atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática bacteriana.
Indicação: Antissepsia de pele e mucosa pericateter.
Contraindicação: Feridas abertas de qualquer etiologia.
Obs.: A atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria orgânica / Citotóxico / 
Reduz a força tênsil tecidual.
3. Peróxido de hidrogênio (água oxigenada)
Composição: Peróxido de hidrogênio a 3%.
Ação: Bactericida limitado.
Indicação: Não existe para ferida.
Contraindicação: Inapropriado para uso como antisséptico.
Obs.: Citotóxico / Colapso da ferida por formação de bolhas de ar.
Coberturas
Alguns produtos utilizados no âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar.
Filme transparente
Figura 6.
Composição: Filme de poliuretano, transparente, elástico, semipermeável, aderente a superfícies 
secas.
Forma da apresentação: Película.
50
UNIDADE III │ TÍTULO DA UNIDADE 
Ação: Mantém o ambiente úmido, favorável à cicatrização; possui permeabilidade seletiva, 
permitindo a difusão gasosa e a evaporação de água; impermeável a fluidos e micro- organismos.
Indicação: Fixação de cateteres vasculares; proteção de pele íntegra e proeminências ósseas na 
prevenção de úlcera por pressão; cobertura de incisões cirúrgicas após 24 horas de pós- operatório; 
fixação de curativos.
Contraindicação: Feridas com muito exsudato ou infectadas.
Modo de usar:
 » limpar a pele, ferida ou inserção do cateter com gaze e SF a 0,9%;
 » secar com gaze;
 » aplicar o filme sobre a ferida ou o local de inserção do cateter, escolhendo o tamanho 
adequado;
 » deixar uma margem de 2cm a 4cm ao redor da ferida;
 » levantar as extremidades e puxar o filme no sentido do crescimento do pelo, para 
remoção;
 » trocar quando necessário, podendo permanecer na pele até 7 dias.
Membrana transparente
Figura 7.
Composição: Membrana celulósica bacteriana microfibrilar, translúcida, obtida por processo 
biotecnológico; membrana em poliuretano, hipoalergênica, transparente, altamente flexível, não 
adesiva.
Forma de apresentação: Película.
Ação: Acelera o processo de cicatrização em feridas limpas sem tecido necrosado; forma barreira 
completa a micro-organismos; permite troca gasosa, passagem do excesso de fluidos e difusão de 
drogas solúveis em água.
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Indicação: Lesões livres de infecção e tecido necrosado; lesões superficiais; queimadura de 1o e 2o 
graus.
Contraindicação: Lesões profundas, com tecido desvitalizado ou presença de infecção.
Modo de usar:
 » lavar a ferida com jato de SF a 0,9%;
 » secar a pele ao redor da ferida;
 » escolher a película com o tamanho que ultrapasse a borda da ferida em pelo menos 
2 cm;
 » aplicar a membrana sem deixar bolhas de ar ou rugas, por meio da ajuda de uma 
gaze embebida em SF, passando-a suavemente do centro da película para as bordas;
 » ocluir com curativo secundário absorvente e fixar;
 » trocar, se necessário, se a membrana estiver danificada ou pela necessidade de 
reavaliar o processo de cicatrização.
Curativo úmido com solução fisiológica
Composição: Cloreto de sódio a 0,9%.
Forma de apresentação: Líquida.
Ação: Limpa e umedece a ferida; favorece a formação de tecido de granulação; amolece os tecidos 
desvitalizados; favorece o desbridamento autolítico.
Indicação: Manutenção da ferida úmida.
Contraindicação: Feridas com cicatrização por

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