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Módulo 1 - Inovação Social Políticas Públicas e Sustentabilidade

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Inovação Social para 
Aperfeiçoamento de 
PolíƟ cas Públicas 
Inovação Social, PolíƟ cas 
Públicas e Sustentabilidade1
M
ód
ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2222EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Enap, 2019
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação ConƟnuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Educação ConƟnuada
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância 
Natália Teles da Mota Teixeira
Conteudista/s (nome/s)
Adriane Vieira Ferrarini;
Monika Weronika Dowbor da Silva;
Wanda Engel Aduan; e
Júlia MoreƩo Amâncio.
Curso produzido em Brasília 2019.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 333EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Sumário
1. Por que a ino vação social é necessária? ....................................... 5
2. Riquezas do Brasil ......................................................................... 5
2.1. Cultura .................................................................................................................................. 6
2.2. Economia .............................................................................................................................. 8
2.3. Energia de fontes renováveis ................................................................................................ 8
2.4. Meio Ambiente ..................................................................................................................... 9
3. Desafi os ...................................................................................... 11
3.1. Desigualdades .................................................................................................................... 11
3.2. Pobreza ............................................................................................................................... 13
3.3. Outros Desafi os .................................................................................................................. 14
4. O que é inovação social? ............................................................. 17
5. Como a inovação social surgiu? ................................................... 19
6. Inovação tecnológica X inovação social ....................................... 21
7. Onde e por quem a inovação social é produzida? ........................ 25
7.1. Inovação social na sociedade ............................................................................................. 26
7.2. Inovação social nas políƟ cas públicas ................................................................................. 27
7.3. Inovação social nas empresas ............................................................................................ 28
7.4. Exemplos de práƟ cas de inovação social ............................................................................ 28
Agora que aprendemos diferentes defi nições de inovação social e inovação social em políƟ cas 
públicas, vamos conhecer algumas iniciaƟ vas que uƟ lizaram mecanismos de inovação social 
em diferentes setores ou como resultado de cooperação entre setores. UƟ lizaremos quatro 
exemplos, conforme o quadro abaixo: ...................................................................................... 28
8. Inovação social como processo e como produto ......................... 29
8.1. Aprofundando a inovação social como processo ............................................................... 32
8.2. Aprofundando a inovação social como produto................................................................. 34
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 444EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 555EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
M
ód
ul
o
Inovação Social, PolíƟ cas 
Públicas e Sustentabilidade1
1. Por que a inovação social é necessária?
Destaque h, h, h, h, 
Neste módulo, vamos falar de grandes desafi os que o Brasil enfrenta e mostrar 
porque é preciso inovar e trazer novas formas de romper com barreiras que 
difi cultam o desenvolvimento e a melhoria do bem-estar dos cidadãos. Mas 
antes, vamos analisar as riquezas e o grande potencial que o Brasil tem para 
ser melhor e mais justo.
2. Riquezas do Brasil
Temos um país de dimensões conƟ nentais, com uma população de mais de 208 milhões de 
pessoas (em 2018) e com grande diversidade racial, cultural e religiosa espalhadas pelas cinco 
regiões listadas abaixo.
Tabela 1: População do Brasil por grandes regiões, 2018
Região População (2018) %
Brazil 208.494.900 100
Região Norte 18.182.253 8,7
Região Nordeste 56.760.780 27,2
Região Sudeste 87.711.946 42,1
Região Sul 29.754.036 14,3
Região Centro-Oeste 16.085.885 7,7
Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS.
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 6666EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Diversidade
• 52% da população se declara parda, 7,8% preta e 39,4% 
branca (IBGE - PNAD 2015)
• Mais de 300 etnias indígenas com cerca de 270 línguas 
indígenas (IBGE Censo 2010)
• Mais de 40 grupos religiosos registrados no Brasil com 
liberdade de culto garanƟ da pela ConsƟ tuição Federal1.
2.1. Cultura
Cultura
Por todo o Brasil, a cultura e o folclore fazem parte da manifestação popular. A diversidade 
cultural pode ter um papel fundamental na redução de desigualdades sociais, considerando que 
aƟ vidades como o artesanato tradicional, pequenas manufaturas, moda e design podem ter um 
grande impacto nas condições de vida das populações mais pobres, contribuindo para a redução 
da pobreza2. Além disso, a manifestação da cultura popular ajuda a fortalecer a idenƟ dade de 
grupos e aumenta o senso de pertencimento à comunidade, contribuindo para maior qualidade 
de vida.
FesƟ val Folclórico de ParinƟ ns
1_ IBGE. Censo Demográfi co 2000 – CaracterísƟ cas Gerais da População. Resultados da Amostra. IBGE, 2003. Disponível em 
hƩ ps://www.ibge.gov.br/estaƟ sƟ cas/sociais/educacao/9663-censo-demografi co-2000.html?edicao=9771&t=sobre Público 
acesso em 2018
2_ hƩ p://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-offi ce/single-view/news/unesco_message_for_the_world_day_for_
cultural_diversity_for-3/
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 777EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Dança Folclórica Cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Dança do Maracatu em Recife, Pernambuco
Oktoberfest em Blumenau, Santa Catarina
Festa do Divino em Paraty, Rio de Janeiro
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 8888EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
2.2. Economia
O Brasil é uma potência econômica. O país é o terceiro maior produtor agrícola do mundo3, o 
maior exportador de carne bovina do mundo (em toneladas de carne)4, o quarto maior produtor 
de vestuário5 e um dos maiores produtores de ferro, cobre e bauxita do mundo. 
O Brasil tem um setor agrícola desenvolvido e um setor industrial moderno, contando com a 
terceira maior empresa de aviões do planeta. Esses são exemplos que fazemdo Brasil a nona 
maior economia do mundo (medido pelo Produto Interno Bruto - PIB).
2.3. Energia de fontes renováveis
Em relação ao conjunto de fontes de energia, o Brasil tem a matriz energéƟ ca mais renovável 
do mundo industrializado, com cerca de 44% da produção proveniente de fontes renováveis, 
conforme fi gura abaixo.
Figura 1: Matriz energéƟ ca do Brasil, 2017
Fonte: MME 2017 hƩ p://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/
publicacao-46/topico-81/S%C3%ADntese%20do%20Relat%C3%B3rio%20Final_2017_Web.pdf
No Brasil, em julho de 2018, as fontes renováveis representaram cerca de 82% da matriz de 
produção de energia elétrica (hidráulica, biomassa, eólica e solar). As usinas hidrelétricas geram 
cerca de 62% da eletricidade. Já as fontes eólicas estão crescendo e já representam cerca de 10% 
da produção de energia elétrica.
3_ FAO.2018. The State of Agricultural Commodity Markets 2018. Agricultural trade, climate change and food security. Rome. 
Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO hƩ p://www.fao.org/3/I9542EN/i9542en.pdf
4_ United States Department of Agriculture Foreign Agricultural Service October 11, 2018 Livestock and Poultry: World Markets 
and Trade. Acesso em: hƩ ps://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/livestock_poultry.pdf
5_ ABIT, Associação Brasileira da Indústria TêxƟ l e de Confecção. Pesquisa de usos, hábitos e costumes do consumidor de 
vestuário. Edição 2017. Acesso em: hƩ p://www.abit.org.br/habitosdeconsumos/Banco_Dadosrpt.asp
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 999EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Gráfi co 1: Matriz de Produção de Energia Elétrica do Brasil, julho/2018
Fonte:MME2018 hƩ p://www.mme.gov.br/documents/1138781/1435504/BoleƟ m+de+Monitorament
o+do+Sistema+El%C3%A9trico+-+Agosto+-+2018.pdf/52bd520e-11ĩ -4b92-a3d8-621f3e27ed78
O Brasil tem um grande potencial para uƟ lizar fontes renováveis como a solar e a eólica, 
principalmente na região Nordeste, o que tornará sua matriz energéƟ ca ainda mais limpa.
Saiba mais 
Se Ɵ ver interesse em conhecer mais sobre as vantagens e difi culdades no uso 
de energia solar e eólica, acesse estes conteúdos:
hƩ p://www.cresesb.cepel.br/index.php?
h t t p : / / w w w. m m e . g o v. b r / d o c u m e n t s / 1 0 5 8 4 / 3 5 8 0 4 9 8 / 1 5 + -
+Energia+E%C3%B3lica+-+Brasil+e+Mundo+- +ano+ref.+2016+%28PDF%29+-
+NOVO/f63a15ea-9d2c-4d27-9400-5d7c3fd97b22?version=1.4
hƩ ps://www.bnb.gov.br/documents/80223/3365127/solar_31-2018-FINAL.
pdf/2c59b789-02ee-9a5a-3d8c-e5b95a0e3cb7
2.4. Meio Ambiente
O Brasil é detentor de imensas riquezas e belezas naturais. O país contém cerca de 12% de toda 
a água doce do planeta e é formado por seis biomas disƟ ntos, conforme fi gura abaixo:
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1110000EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Diversos ecossistemas com grande diversidade de animais, vegetais, clima e relevo. Acompanhe 
algumas informações dos biomas brasileiros de acordo com o Ministério do Meio Ambiente6.
Floresta Amazônica – abriga mais de 2.500 espécies de árvores e 30 mil plantas
CaaƟ nga – abriga 1.487 espécies de fauna em dez estados
Cerrado - detém 5% da biodiversidade do planeta, 11.627 espécies de plantas catalogadas
Mata AtlânƟ ca – abriga cerca de 20 mil espécies vegetais
6_ hƩ p://www.mma.gov.br/biomas.html
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111111EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Pantanal – Uma das maiores planícies inundáveis do planeta
Pampa – Com fauna e fl ora próprias, esƟ ma-se que detém em torno de 3.000 espécies de 
plantas
O meio ambiente é um fator de orgulho para quem tem consciência do papel das áreas protegidas, 
da fauna e da fl ora para o bem-estar da população7. No entanto, o desmatamento, a degradação 
e a deserƟ fi cação já são grandes problemas em diversas localidades do país8.
Esses são alguns exemplos das riquezas e potencialidades do Brasil. Cada ecossistema representa 
uma grande potencialidade em termos de biodiversidade e recursos naturais que precisam ser 
bem aproveitados e preservados para as gerações futuras. Contudo, é um país também de 
grandes desafi os que serão mostrados a seguir.
3. Desafi os
3.1. Desigualdades
Grandes Desafi os
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Um estudo do InsƟ tuto Econômico de Pesquisa 
Aplicada (IPEA) baseado em dados tributários de 2006 a 2014 mostra que:
7_https://www.wwf.org.br/?42323/Meio-ambiente-e-riquezas-naturais-disputam-com-esporte-e-cultura-o-orgulho-do-
brasileiro
8_ Ver, por exemplo, CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS – CGEE. DeserƟ fi cação, degradação da terra e secas no 
Brasil. Brasília, DF: 2016. 252p hƩ ps://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/DeserƟ fi cacaoWeb.pdf
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1112222EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
• O 1% mais rico do país concentra cerca de 22% do total da renda do país.
• Os 10% mais ricos são detentores de quase 50% da renda.
Gráfi co 2: Concentração de renda no Brasil, 2006-2014
Fonte: Souza e Medeiros (2017). hƩ p://www.ipcig.org/pub/port OP370PT_A_
concentracao_de_renda_no_topo_no_Brasil.pdf
De acordo com o Coefi ciente de Gini de 2010-2015, o Brasil, com 0,515, é o quarto mais desigual 
da América LaƟ na e Caribe, atrás somente do HaiƟ , Colômbia e Paraguai e o décimo mais desigual 
no mundo. Essa desigualdade tende a ser ainda maior no meio rural9.
Gráfi co 3: Coefi ciente de Gini de países da América LaƟ na selecionados, 2010-2015
9_ IPEA, Comunicado do Ipea Nº 42: PNAD 2008: Primeiras análises – O setor rural (2010).
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111333EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Fonte: UNDP 2017. hƩ p://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/
RelatoriosDesenvolvimento/undp-br-2016-human-development-report-2017.pdf
3.2. Pobreza
Além das grandes desigualdades, há muitos desafi os relacionados à pobreza e à miséria. Com 
dados de 2016, o InsƟ tuto Brasileiro de Geografi a e Estaơ sƟ ca (IBGE) mostra que quase 18% da 
população vive com até meio salário mínimo. A pobreza é maior no Norte e Nordeste, com cerca 
de 26% da população vivendo com até meio salário mínimo. Analise a tabela abaixo, comparando 
os diferentes graus de pobreza nas regiões.
Tabela 2: Distribuição (%) das pessoas residentes em domicílios parƟ culares por classes de 
rendimento, 2016
Grandes Regiões
Pessoas residentes em domicílios parƟ culares - % 2016
Até 1/4 de salário mínimo (R$ 
220) 
Mais de 1/4 de salário mínimo a 1/2 de 
salário mínimo (R$ 440)
Brasil 12,1 17,8
Norte 22,7 26
Nordeste 23,1 25,9
Sudeste 6,3 13,5
Sul 4,7 10,9
Centro-Oeste 6 15,2
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Conơ nua 2016 - 
hƩ ps://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101459.pdf
Com base na linha de pobreza per capita de 5,5 dólares por dia (2011), o IBGE mostra também 
que:
A pobreza em todos os estados tem maior incidência no interior do que nas capitais.
Pessoas em situação de maior vulnerabilidade apresentam os maiores índices de pobreza, por 
exemplo: 
• 42,4% das crianças até 14 anos de idade, 
 
• 33,3% de homens pretos ou pardos e 34,3% de mulheres pretas ou pardas
 
• 55,6% das mulheres sem cônjuge com fi lho(s) até 14 anos 
 
• 64% de mulheres pretas e pardas sem cônjuge e com fi lho(s)
Fonte:IBGE, Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população 
brasileira: 2017 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro: IBGE, 
2017. Disponível em: hƩ ps://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101459.pdf
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111444EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
3.3. Outros Desafi os
Atualmente, além das desigualdades e da pobreza, o Brasil enfrenta outros desafi os relacionados 
às mais diversas áreas (saúde, educação, segurança, entre outras), exemplifi cados na fi gura 
abaixo:
Estes problemas são bastante complexos e, geralmente, estão interligados. Isso quer dizer que 
um problema pode ter diversas causas que nem sempre são evidentes. Pode ser também que 
uma causa gere diversos problemas em vários setores, ou mesmo que uma combinação de 
causas crie problemas diversos. Como exemplo, vamos examinar que o problema de crianças 
fora da escola pode estar ligado a vários outros problemas e causas.
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111555EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Pergunta
Questão refl exiva 1: Você consegue pensar em outros fatores que fazem com 
que crianças não consigam ir à escola?
Resposta
Para resolver um problema na educação, é preciso olhar para todos os setores 
e pensar em uma solução em conjunto, não é verdade? Infelizmente, o modelo 
atual de desenvolvimento não está conseguindo vencer esses problemas 
complexos!
As políƟ cas públicas, ou seja, o conjunto das diretrizes, programas e ações desenvolvidos pelo 
Estado que visam assegurar os direitos de cidadania e bem-estar da população, têm um papel 
central na resolução dos problemas da sociedade. O Estado desenvolve políƟ cas em todos os 
setores, inclusive nos setores sociais que incluem educação, saúde e proteção social, sendo de 
interesse direto da população. Essas políƟ cas nem sempre têm priorizado a inovação social e 
a parƟ cipação, essenciais para sua viabilidade e legiƟ midade. Dessa forma, tornar as políƟ cas 
públicas melhores para que de fato atendam às necessidades e demandas da população é ponto 
fundamental na promoção do desenvolvimento social e econômico do país.
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1116666EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Neste curso, você vai aprender como mecanismos de inovação social trazem uma nova perspecƟ va 
para lidar com problemas complexos. Mas antes, vamos saber o que dizem os gestores e usuários 
sobre a realidade e difi culdades encontradas na implementação de políƟ cas do governo.
Texto para refl exão: Agora que vimos as principais potencialidades do Brasil, e também alguns 
dos seus problemas, vamos ler este texto que trata da importância da inovação social.
Por que precisamos de inovação social?
 PolíƟ cas inovadoras são aquelas que, entre outros fatores, privilegiam a parƟ cipação. 
Ninguém Ɵ ra o saber que uma comunidade constrói sobre si mesma, quando as 
pessoas atuam desde a defi nição dos seus problemas e do conhecimento do seu 
território. Enquanto a comunidade está idenƟ fi cando os problemas, ela também 
está entendendo as soluções porque este processo de autoconhecimento é também 
um processo de auto-organização e de autogestão. E ainda que a inovação social não 
deva servir para a redução de custos de uma forma meramente instrumental - ou 
não estaremos colocando a primazia do social necessária à inovação social - a médio 
e longo prazo ela vai gerar redução de custo, porque o país passa a ter políƟ cas mais 
efeƟ vas e cidadãs.
 Quanto aos desafi os, o governo é fundamental. Não há como pensar em escala 
sem a presença aƟ va do governo. Porém, o governo precisa olhar para fora de si 
mesmo, ver toda esta inovação social que está acontecendo e aprender com ela. 
O governo também precisa inovar a si mesmo dentro das suas estruturas ainda 
muito fragmentadas. Inovar não é sinônimo de mera modernização, mas é pensar 
o econômico em conjunto com o social, especialmente no Estado em que não é o 
princípio mercanƟ l que rege, mas o princípio de redistribuição. Aqui, a lógica do 
lucro não pode ser imperaƟ va. 
 O que se tem feito não é sufi ciente. Sabemos o quanto ainda persistem políƟ cas 
fragmentadas, paralelismos entre ações e desconƟ nuidades profundas. Isso é uma 
questão relevante quando pensamos a realidade coƟ diana do povo brasileiro. São 
fi las de espera, insufi ciências e contradições entre os serviços que acabam por gerar 
baixa efeƟ vidade, privações e sofrimentos. É uma preocupação porque temos tantos 
programas bons, temos políƟ cas emblemáƟ cas no mundo (como o sistema universal 
de saúde e de assistência social), mas quando olhamos os efeitos, idenƟ fi camos 
que, quando acaba determinado programa, não fi ca nada para a população. Aquela 
família retorna para a situação anterior. 
 Daí porque a inovação social é tão importante. Ela indica caminhos para que as pessoas 
parƟ cipem mais aƟ vamente e para que os problemas possam ser pensados a parƟ r 
do local e do sofrimento concreto que a fragmentação gera na vida das famílias. Em 
termos de aperfeiçoamento das políƟ cas, temos o desafi o de desenvolver uma visão 
sistêmica, que precisa começar desde cima - dos ministérios - até a ponta, porque 
também o gestor público local não tem a mudança de paradigma necessária. Já vi 
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111777EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
situações em que havia condições para um trabalho conjunto e arƟ culado, como a 
inovação social requer, mas o paradigma compeƟ Ɵ vo, hierarquizado e setorializado 
prevaleceu. Ainda estamos dentro das nossas caixinhas e o governo vai precisar 
providenciar formas de mudança de cultura e de paradigma em prol de formas mais 
integradas de compreender e de intervir sobre os problemas.
 (Adriane Vieira Ferrarini - trecho do arƟ go do Seminário Internacional de Inovação Social - Brasília, 2018)
4. O que é inovação social?
Mas, afi nal, o que é inovação social?
Acompanhe as defi nições dadas por alguns estudiosos do tema:
• “Novas combinações e/ou confi gurações de práƟ cas sociais em certas áreas de ação ou 
contextos sociais propiciadas por certos atores ou conjunto de atores de maneira 
intencional com o objeƟ vo de saƟ sfazer ou atender melhor necessidades e problemas 
do que com práƟ cas já estabelecidas” (HOWALDT & SCHWARZ, 2010, p.16).
• “Desenvolvimento e implementação de novas ideias – de produtos, serviços ou modelos 
- que atendem necessidades de cunho social previamente não atendidas” (MULGAN ET 
AL., 2007).
 
• “Resultado do conhecimento aplicado a necessidades sociais através da parƟ cipação e 
da cooperação de todos os atores envolvidos, gerando soluções novas e duradouras 
para grupos sociais, comunidades ou para a sociedade em geral” (BIGNETTI, 2011).
A ilustração a seguir mostra alguns pontos da inovação social apresentados por diversos autores:
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1118888EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Apesar das diferentes abordagens, pode-se perceber que há alguns elementos comuns à maioria 
das defi nições de inovação social, resumidos na seguinte fi gura:
Os estudos sobre inovação social têm se disseminado na Europa e nos Estados Unidos, 
especialmente a parƟ r da década de 1990, e se intensifi caram nos anos 2000, com contribuições 
relacionadas ao desenvolvimentoterritorial, mudança insƟ tucional e potencial para mudanças 
na sociedade (MOULAERT ET AL., 2017). No Brasil, sua expansão é mais recente, predominando 
estudos na forma de cases ou casos de sucesso10.
Contudo, a inovação social é um campo de estudo muito amplo e ainda em construção pela 
interface entre diferentes disciplinas cienơ fi cas, como, por exemplo, administração, design, 
ciências sociais, engenharia, entre outras, portanto, é um campo interdisciplinar. Por fi m, 
a inovação social tem buscado facilitar o engajamento de indivíduos, grupos e comunidades 
em processos de melhoria das condições sociais e da qualidade de vida, o que pode explicar o 
crescente interesse do campo acadêmico e práƟ co em torno desse tema.
Questão refl exiva 2: A parƟ r das defi nições de inovação social, idenƟ fi que e descreva uma inovação 
social na sua comunidade ou cidade. Com esses elementos em mente, vamos aprofundar nossa 
discussão sobre inovação social e inovação social em políƟ cas públicas. Primeiramente, vamos 
compreender o surgimento da inovação social e sua evolução ao longo do tempo.
10_ (MOULAERT ET AL., 2017)
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111999EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
5. Como a inovação social surgiu?
Começando por entender a inovação
Inovação deriva do laƟ m innovaƟ o, palavra, em geral, relacionada a novos produtos, métodos, 
ideias e conceitos criados e pouco se parecem com padrões anteriores. Inovação "é o ato ou 
efeito de inovar, ou seja, de introduzir uma novidade" (Dicionário Aurélio), criar algo novo, 
renovar ou inventar, modifi cando anƟ gos costumes, legislações, processos e conceitos. A ideia 
de inovação passou a ser conhecida pela sua vinculação com a área tecnológica. A inovação 
tecnológica envolve novos produtos ou processos tecnologicamente novos ou aprimorados.
Com o avanço da economia globalizada, a inovação logo se expandiu para a área econômica, 
abrangendo, por exemplo, inovações organizacionais e de mercado voltadas a aumentar o 
diferencial compeƟ Ɵ vo das empresas. O início sistemáƟ co da pesquisa em inovação como 
disciplina se deu com Joseph A. Schumpeter, em sua obra Teoria do Desenvolvimento Econômico
publicada pela primeira vez em 1911, em alemão, e em 1934, em inglês11. Schumpeter foi um 
dos mais importantes economistas da época e um dos primeiros a considerar as inovações 
tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista. Ele fez a disƟ nção entre inovações 
de produtos, processos e organizações e esƟ pulou que o desenvolvimento é defi nido por essas 
novas combinações, englobando cinco situações:
• Introdução de um novo bem ou de uma nova qualidade de um bem.
• Introdução de um novo método de produção no ramo específi co da indústria de 
transformação.
• Abertura de um novo mercado em que a empresa ainda não tenha entrado.
• Conquista de uma nova fonte de matérias-primas ou de um bem semimanufaturado.
• Estabelecimento de uma nova organização de qualquer setor industrial, como a criação 
de um monopólio12.
Schumpeter também reconheceu o papel da inovação social para garanƟ r efeƟ vidade econômica 
em outras esferas da sociedade, como a cultural, a social e a políƟ ca13, algo que passou a ser mais 
desenvolvido na atualidade, conforme será apresentado na sequência deste bloco.
Na década de 1980, a inovação passou a se relacionar com um processo linear defi nido, 
começando com ciência e pesquisa e terminando com produtos e serviços de mercado, enquanto 
que, na década de 1990, as pesquisas mostraram que inovações envolvem um processo social 
complexo14. No entanto, a inovação social conƟ nuou sendo associada a uma estratégia de 
11_ (HOWALDT & SCHWARZ, 2010)
12_ (BIGNETTI, 2011)
13_ (MOULAERT ET AL. 2005, HOWALDT & SCHWARZ, 2010)
14_ (HOWALDT & SCHWARZ, 2010)
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 22220000EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
administração de negócios/ciência da gestão para melhorar a compeƟ Ɵ vidade15. Houve, dessa 
forma, uma ampliação do conceito de inovação, saindo da inovação tecnológica de processos 
e produtos para a inovação organizacional e administraƟ va, além de inovação de mercado e 
markeƟ ng, mas fortemente vinculada ao desenvolvimento econômico e à geração do lucro16. 
Mais recentemente, o tema da inovação social ganhou força devido a três razões fundamentais:
1) O agravamento dos problemas sociais e ambientais nas úlƟ mas décadas. Se, por um 
lado, o avanço tecnológico promoveu um crescimento da produção e da riqueza, por 
outro lado, nunca se teve tamanho aumento da desigualdade e da pobreza em escala 
global. O uso da inovação tecnológica voltou-se prioritariamente para a criação de 
valor econômico e contribuiu para a globalização de um modelo de desenvolvimento 
baseado no aumento dos lucros, e não na saƟ sfação das necessidades humanas e 
do bem-estar. Este é o grande paradoxo da nossa sociedade moderna: criamos os 
meios técnicos para resolver os problemas de fome e epidemias que assolavam a 
humanidade na Idade Média, mas não fomos capazes de desenvolver as condições 
éƟ cas e morais para distribuir a riqueza produzida e resolver os problemas sociais. 
Ao contrário, recriamos novas barbáries na Modernidade, como a fome crônica que 
condena quase um quinto da população mundial à morte, desastres ambientais, 
mortes por doenças evitáveis, guerras, violência urbana, entre várias outras.
2) Os problemas sociais e ambientais já expostos têm demandado intervenções por 
parte dos governos, organismos internacionais, empresas e sociedade civil, "uma 
vez que as estruturas existentes e as políƟ cas estabelecidas se mostram insaƟ sfatórias 
na eliminação dos mais prementes problemas dos tempos atuais e necessidades 
que não são atendidas nem pelo mercado nem pelo Estado" (MURRAY ET AL., 2010). 
A sociedade procura preencher suas necessidades por meio de ações voluntárias, 
grupos de ação social, iniciaƟ vas na economia solidária, organização da sociedade 
civil, movimentos sociais. Entretanto, face à escassez de recursos, pequena escala 
de atuação e grandeza do problema, os resultados ainda são modestos17.
3) Incorporação do modo de pensar e de agir do campo tecnológico e econômico 
pelo campo social. Historicamente, não havia uma preocupação tão grande com o 
impacto das ações sociais e de sua relação com os recursos invesƟ dos, era uma lógica 
restrita a empresas. Porém, também o social passou a operar sob esses princípios, a 
parƟ r de uma compreensão de que os recursos são escassos e os problemas sociais 
são inúmeros e complexos. A inovação social oferece um aporte para potencializar 
as ações sociais e seus resultados, argumento que fi cará mais claro adiante, no item 
"inovação social como processo e produto".
15_ (MOULAERT ET AL., 2005)
16_ (BIGNETTI, 2011)
17_ (BIGNETTI, 2011)
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 222111EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
A seguir, iremos compreender as diferenças e dúvidas comuns quanto à vinculação da inovação 
social com a inovação tecnológica e as várias combinações teóricas e práƟ cas que surgiram ao 
longo desta trajetória.
6. Inovação tecnológica X inovação social
Considerando a origem do conceito de inovação, o primeiro aspecto que precisamos entender é 
que a inovação social se diferencia da inovação tecnológica, conforme demonstrado no quadro:
Quadro 1: CaracterísƟ cas da inovação tecnológica e da inovação social
Esse quadro sistemaƟ za as refl exões feitas anteriormente, sendo importante acrescentar um 
elemento. Dependendo da perspecƟ va adotada, se é tecnológicaou se considera a inovação 
como uma construção social, pode haver uma diferença importante. O viés tecnológico classifi ca 
a inovação como um processo linear, ou seja, para algo ser inovador, precisa possuir uma novidade 
totalmente inédita e que seja produzida passo a passo18. Já o viés da construção social defende 
que, para algo ser inovador, deve-se levar em consideração o signifi cado de novidade num 
18_ (DAGNINO, 2008)
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 22222222EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
determinado contexto ou comunidade19. Pode não ser inteiramente nova, mas é considerada 
uma inovação social para aquelas pessoas que estão produzindo, pois ainda não havia sido criado 
naquele contexto.
• O viés da construção social é o que normalmente orienta os estudos de inovação social, 
porque cada experiência é recriada na práƟ ca de cada grupo de pessoas que se reúne para 
melhorar a sua comunidade, a parƟ r dos seus olhares, saberes, relações, sonhos e afetos.
Inovação social + inovação tecnológica
Diferentemente do que poderíamos pensar
 num primeiro momento, as diferenças entre 
inovação social e inovação tecnológica não 
criaram muros intransponíveis. Elas não 
representam dois conjuntos mutuamente 
excludentes, ao contrário, é indiscuơ vel que 
muitas inovações tecnológicas possuem 
caráter social e que inovações sociais podem 
lançar mão da tecnologia, parƟ cularmente 
no emprego das chamadas tecnologias 
apropriadas ou, mais amplamente, das 
tecnologias sociais20.
Na atualidade, inovação tecnológica e inovação social são muito mais complementares do que 
concorrentes. A seguir, vamos compreender as várias possibilidades de integração entre elas.
1) Tecnologia a serviço da inovação social
É cada vez mais comum a uƟ lização de inovações 
tecnológicas na inovação social. O importante é que a 
inovação tecnológica esteja a serviço da inovação social. 
Em outras palavras, a tecnologia deve ser um meio ou 
ferramenta que oportuniza ou oƟ miza a fi nalidade de 
gerar bem-estar ou soluções para problemas sociais.
2) Tecnologia social
Atualmente, a defi nição mais difundida caracteriza tecnologia social como produtos, técnicas 
ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas em interação com a comunidade, que sejam 
apropriadas por ela e representem efeƟ vas soluções de transformação social. Elas surgem a parƟ r 
da união de esforços entre diferentes atores como organizações da sociedade civil, iniciaƟ va 
privada, insƟ tuições de ensino e pesquisa e o próprio governo. Seu objeƟ vo é contribuir para a 
19_ (MOREIRA e QUEIRO, 2007)
20_ (POL E VILLE, 2009; DAGNINO ET AL., 2004 APUD BIGNETTI, 2010)
23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 222333EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
inclusão social, geração de trabalho e renda, promoção do desenvolvimento local sustentável, 
entre outros desafi os.
A tecnologia social, no que concerne à 
gestão social, incorpora a pesquisa e o 
desenvolvimento tecnológico às novas 
metodologias e sistemaƟ zações de 
gestão e de processos caracterizados por 
novas habilidades, aspectos intangíveis 
ou mensuráveis do conhecimento, 
internalizados por pessoas, comunidades, 
culturas ou organizações. O número de 
iniciaƟ vas desse Ɵ po tem crescido no Brasil, 
chamando a atenção de pesquisadores 
e empresários. Uma das consequências desse aumento foi a criação da Rede de Tecnologia 
Social (RTS), organização que tem por objeƟ vo contribuir para a promoção do desenvolvimento 
sustentável por meio da difusão e reaplicação, em escala, de tecnologias sociais. Com relação 
às tecnologias sociais, a Rede procura esƟ mular a sua adoção como políƟ cas públicas, a sua 
apropriação por parte das comunidades e o seu desenvolvimento.
Os princípios ressaltam a importância da aprendizagem e da parƟ cipação como processos que 
caminham juntos e que a transformação social requer a compreensão da realidade de maneira 
sistêmica e o respeito às idenƟ dades locais. Os parâmetros de tecnologia social fornecem os 
critérios para a análise das ações sociais decorrentes ou propostas, tais como:
• razão de ser da tecnologia social: atender demandas sociais concretas vividas e 
idenƟ fi cadas pela população;
• tomada de decisão: processo democráƟ co e desenvolvido a parƟ r de estratégias 
especialmente dirigidas à mobilização e à parƟ cipação da população;
• papel da população: há parƟ cipação, apropriação e aprendizado por parte da população 
e de outros atores envolvidos;
• sistemáƟ ca: há planejamento, aplicação ou sistemaƟ zação de conhecimento de forma 
organizada; 
• construção do conhecimento: há produção 
de novos conhecimentos a parƟ r da práƟ ca;
• sustentabilidade: a tecnologia social visa a 
sustentabilidade econômica, social e 
ambiental;
• ampliação de escala: gera aprendizagem 
que serve de referência para novas 
experiências.
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2222444EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
São muitos os exemplos de tecnologia social, conforme podemos perceber neste trecho:
“Existem tecnologias sociais voltadas à solução de problemas 
de várias ordens: saúde, educação, saneamento, habitação, 
geração de trabalho e renda. Podemos citar alguns exemplos 
clássicos, que hoje já se tornaram políƟ cas públicas, como 
o soro caseiro, a mulƟ mistura, a cisterna de placa (sistema 
de captação de água de chuva para o consumo humano) 
ou metodologias de alfabeƟ zação. No âmbito da Rede de 
Tecnologias Sociais, têm sido construídas alianças e parcerias 
com o propósito de mulƟ plicar experiências de tecnologias 
sociais voltadas à geração de trabalho e renda. Os territórios 
onde a atuação tem sido mais expressiva são o Semiárido, a 
Amazônia Legal e periferias de grandes centros urbanos.
No caso do Semiárido, existe o Sistema Pais (Produção 
Agroecológica Integrada e Sustentável). Trata-se de um 
sistema de produção de hortaliças e pequenos animais, que 
uƟ liza irrigação por gotejamento, trabalhando com a fi losofi a 
da permacultura, conceito criado nos anos 1970 que signifi ca 
a reunião dos conhecimentos de sociedades tradicionais com 
técnicas inovadoras, com o objeƟ vo de criar uma cultura 
permanente, sustentável, baseada na cooperação entre 
os homens e a natureza. Existe, ainda, o Programa P1 + 2 – 
Uma terra e duas águas, associação de várias tecnologias de 
captação e manejo sustentável de água da chuva para produção 
de alimentos e pequenos animais.
Na Amazônia Legal, podemos citar a cerƟ fi cação 
socioparƟ cipaƟ va de produtos agroextraƟ vistas. Essa foi uma 
forma encontrada para agregar valor à produção familiar na 
Amazônia e atestar que a mesma foi confeccionada sem o uso 
de insumos e produtos químicos. Os processos de obtenção 
das informações, verifi cação do cumprimento das normas e 
25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 222555EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
aperfeiçoamento dos sistemas produƟ vos são realizados com 
a inclusão do maior número de pessoas possível, reunindo 
grande número de pequenas áreas no mesmo grupo. Por 
fi m, na periferia de grandes centros urbanos, existem 
trabalhos como a incubação de empreendimentos solidários 
e o desenvolvimento de tecnologias de reciclagem de resíduos 
sólidos.”
Entrevista com Larissa Barros da Rede de Tecnologia Social (RTS)
Disponível em: hƩ p://www.mobilizadores.org.br/wp-content/
uploads/2014/05/entrevista-com-larissa-barros.pdf
7. Onde e por quem a inovação social é produzida?Agora que já compreendemos as origens da inovação social, sua conceituação básica e as 
diferenças e convergências entre ela e a inovação tecnológica, vamos conhecer seus campos 
de aplicação e os diversos setores e atores sociais que a produzem. A inovação social é 
produzida em todos os setores, conhecidos como: Estado (primeiro setor), mercado (segundo 
setor) e sociedade (terceiro setor). Ainda que essas divisões sejam necessárias, é importante 
compreender que não são estanques. Por exemplo, a sociedade está profundamente implicada 
na construção das políƟ cas públicas (como estudaremos no próximo eixo). Outro exemplo é o 
mercado, que, no caso da economia social e solidária, mistura-se com organizações de terceiro 
setor que também são produƟ vas, já que o conceito de economia é mais amplo (como abordado 
no item “Começando por entender a inovação").
Nesta aula apresentaremos refl exões e exemplos ơ picos de cada setor, reconhecendo que eles 
possuem especifi cidades e assimetrias, ou seja, possuem recursos disƟ ntos e isso pode signifi car 
que tenham mais poder em determinadas relações e contextos. Entretanto,
apesar de haver diferenças entre os teóricos que analisam a 
perspecƟ va insƟ tucional da inovação social, eles comparƟ lham 
uma visão comum: não consideram o Estado e a sociedade 
como opostos. Skocpol (1996) aponta que as relações históricas 
entre organizações da sociedade civil e o setor público estatal 
são mais complementares do que opostas (HULGÅRD E 
FERRARINI, 2010, P. 259).
É desejável que todos os setores interajam para que a inovação social seja mais efeƟ va e 
sustentável, formando um ecossistema, conforme será apresentado adiante.
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 22226666EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
7.1. Inovação social na sociedade
A sociedade civil é chamada a parƟ cipar de forma mais aƟ va no enfrentamento das consequências 
socioambientais da globalização, sendo designada no seu uso corrente como quase equivalente 
à defi nição de terceiro setor: uma rede de organizações civis, resultante do esforço e vontade 
de associação voluntária dos cidadãos, disƟ ntas tanto das insƟ tuições coerciƟ vas do Estado (ou 
mesmo em oposição a ele), como das insƟ tuições lucraƟ vas do mercado, mobilizando os cidadãos 
para causas públicas e promovendo pela sua ação a estabilidade e efeƟ vidade das democracias 
(MONTEIRO, 2004).
Os movimentos sociais e as organizações sociais são expressões de forças vivas da comunidade e 
de processos populares de mobilização. Eles agluƟ nam um capital social plasmado na luta contra 
processos de opressão, exploração e garanƟ a de direitos. 
A forma de ajuda que a sociedade promove é diferente daquela do Estado, pois se dá de forma 
concreta. No Brasil, a consƟ tuição da sociedade civil precisa ser compreendida em meio a uma 
trajetória marcada por processos de escravidão, colonialismo e longos períodos de ditadura. 
PráƟ cas e políƟ cas eram predominantemente assistencialistas e Ɵ nham o objeƟ vo de amenizar 
as expressões da questão social e manter a coesão social, nunca se aproximando das verdadeiras 
causas da pobreza. Isso acabou por promover a formação de idenƟ dades subalternizadas, na 
qual os sujeitos sentem-se responsáveis pela própria pobreza porque desconhecem sua história 
e seus direitos, além de perpetuar a dependência.
A ConsƟ tuição Federal de 1988, a chamada ConsƟ tuição Cidadã, representou um marco histórico 
no início das reformas, no senƟ do de ampliação e democraƟ zação das políƟ cas sociais brasileiras.
A ConsƟ tuição de 1988 contou com a parƟ cipação de amplos segmentos da sociedade brasileira 
e incorporou novos direitos, demonstrando a já referida indissociabilidade entre sociedade e 
Estado. No Brasil, observam-se ciclos em que os interesses e a parƟ cipação popular são mais ou 
menos incorporadores, de acordo com uma série de elementos econômicos, políƟ cos, culturais 
e sociais de cada época, num contexto cada vez mais globalizado, ou seja, cada vez também mais 
susceơ vel a infl uências do mundo todo. De qualquer forma, isso não reƟ ra a importância e a 
possibilidade da atuação a nível local, nas comunidades, que são a fonte mais forte e genuína de 
criação de inovações que, em algum momento, poderão ser ampliadas e insƟ tucionalizadas. Foi 
assim, com os movimentos e organizações sociais no Brasil, que engendraram políƟ cas públicas 
a segmentos que, durante décadas, haviam sido considerados "invisíveis", como índios, negros, 
mulheres, defi cientes. 
O vídeo a seguir traz dois exemplos de Inovações Sociais produzidas pela sociedade. A primeira 
delas é mundialmente famosa, o Grameen Bank da Índia, considerada um negócio social. A 
segunda experiência é brasileira, o Banco Palmas do Ceará, que surgiu inspirada nos princípios e 
práƟ cas da economia solidária. Inserido no Conjunto Palmeiras como um todo e com uma gestão 
comunitária, o Banco Palmas, ainda que bem retratado pelo seu idealizador, jamais exisƟ ria sem 
27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 222777EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
a força viva da comunidade, ou seja, sem um ambiente disposto à cultura da cooperação e do 
associaƟ vismo.
São tantos os exemplos no Brasil que seria impossível apresentar uma lista. O próximo vídeo 
mostra um exemplo que se caracteriza por ser mais recente e ligado a pautas diversifi cadas, a 
Casa ColaboraƟ va Vila Flores, em Porto Alegre.
7.2. Inovação social nas políƟ cas públicas
O Estado tem o papel de garanƟ r espaços democráƟ cos de formação, discussão e deliberação 
guiadas pelo princípio da jusƟ ça social. É importante o fortalecimento da sua função 
intermediadora, sem chamar a centralidade para si, mas se caracterizando como Estado-
facilitador dos processos sociais.
Se pensamos na inovação social em políƟ cas públicas, um conceito uƟ lizado é: 
“[...] desenvolver ideias, ações e conhecimentos novos ou aperfeiçoados, mais efeƟ vos, efi cientes, 
sustentáveis que os existentes, cuja fi nalidade seja superar as necessidades nas mais diversas 
áreas, por meio do empoderamento e parƟ cipação visando ao desenvolvimento sustentável” 
(VILLA ET AL., 2018).
Importante 
Nessa defi nição, três vetores devem orientar o ciclo de inovação social em 
políƟ cas públicas:
V1 – Desenvolver novos modelos ou aperfeiçoar a elaboração dos programas 
e processos de gestão.
V2 – Ampliar a mobilização de atores, esƟ mulando a parƟ cipação e o controle 
social, com o desenvolvimento de estruturas dinâmicas de governança, 
colocando o cidadão como protagonista do processo.
V3 – Construir programas considerando as especifi cidades do território, 
com resgate da políƟ ca regional, mas, principalmente, buscando integrar a 
operação desses programas nesses territórios para aumentar a efi cácia de 
seus resultados.
Destaque h, h, h, h, 
O que queremos, então, com inovação social em políƟ cas públicas?
- PolíƟ cas que funcionem efeƟ vamente.
- PolíƟ cas que atendam as reais necessidades e demandas da população dos 
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 22228888EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
diferentes territórios.
- Menos desperdício de recursos.
- Maior integração entre setores para resolução de problemas complexos. 
- Uma agenda cooperaƟ va!
- ConƟ nuidade de ações mesmo com mudanças políƟ cas.
- Maior fi scalização de ações pelos cidadãos.
- Maior diálogo entre governo e sociedade civil.
- Capacitação dos atores envolvidos para que possam aumentar o engajamento 
cívico.
- Processo dinâmico de aprendizagem onde aƟ vidades com sucesso possam 
serreplicadas.
7.3. Inovação social nas empresas
Há o setor econômico capitalista, cuja fi nalidade é o lucro, que desenvolve ações socialmente 
inovadoras, as chamadas empresas B, unindo lucro e impacto social com uma cerƟ fi cação de 
modelo de negócio pautado no desenvolvimento social e ambiental. Há também um novo 
segmento produƟ vo, cuja fi nalidade é social, que tem crescido muito no Brasil, com diferentes 
nomes e práƟ cas.
7.4. Exemplos de práƟ cas de inovação social
Agora que aprendemos diferentes defi nições de inovação social e inovação social em políƟ cas 
públicas, vamos conhecer algumas iniciaƟ vas que uƟ lizaram mecanismos de inovação social 
em diferentes setores ou como resultado de cooperação entre setores. UƟ lizaremos quatro 
exemplos, conforme o quadro abaixo:
Quadro 2: Exemplos de práƟ cas de inovação social
Nome Inovação Social Setor Localidade
Grameen Bank
Acesso a crédito por 
pessoas vulneráveis sem 
necessidade de garanƟ a
Setor privado e 
sociedade civil 
Bangladesh
Projeto Aridas
A primeira experiência de 
planejamento de desenvolvimento 
sustentável no Brasil
Governo e 
sociedade civil
Região Nordeste, 
Brasil
Orçamento 
ParƟ cipaƟ vo
ParƟ cipação social na 
defi nição de prioridades para 
o orçamento municipal
Governo e 
sociedade civil
Porto Alegre, 
Brasil
Programa 
um milhão 
de cisternas
Gerenciamento sustentável na água
Governo e 
sociedade
Região 
Semiárida, Brasil
29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 222999EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
Questão refl exiva 3: Escolha um problema de cunho social e pense por que diferentes setores 
precisariam se unir para resolvê-lo.
8. Inovação social como processo e como produto
Destaque h, h, h, h, 
Quando pensamos em alguma experiência no campo social (podendo ou não 
ser inovação social), geralmente nos fi xamos nos seus resultados porque é 
o mais visível e também o mais enfaƟ zado. É comum, por exemplo, vermos 
noơ cias sobre um determinado programa do governo que incluiu milhões 
de jovens no ensino superior ou que reduziu a mortalidade infanƟ l em tanto 
por cento. Ou ainda, que uma comunidade se uniu para reformar a escola ou 
cuidar do meio ambiente. É verdade que todos esses casos podem estar se 
referindo a inovações sociais, mas será que está faltando alguma coisa?
Questão refl exiva 4: Lembra daquela experiência do Banco Palmas? Acesse este outro vídeo 
que a retrata de forma mais aprofundada e procure idenƟ fi car algumas etapas percorridas pela 
comunidade para a efeƟ vação da experiência:
Como aprendemos, até chegar ao resultado, muitas coisas aconteceram: pessoas se 
mobilizaram e sensibilizaram um grupo maior para trabalhar junto, foram muitos encontros 
para planejar, organizar e executar as ações. Tudo isso chamamos de PROCESSO. Com 
isso, estamos dizendo que a inovação social, assim como a inovação tecnológica, possui 
duas dimensões, a de produto e a de processo. 
O texto a seguir vai mostrar como surgiu a noção de processo da inovação social e sua 
importância:
Inovação social como processo e inovação aberta
Até agora, especialistas do campo do empreendedorismo social têm prestado pouca 
atenção à maneira como o valor social é produzido, importando muito mais que as 
inovações benefi ciem os eleitores, especialmente aqueles em situação de pobreza. Nesse 
caso, o processo poderia ser estritamente orientado de cima para baixo, sem ambição 
de oportunizar a parƟ cipação dos segmentos interessados e do público eleitor, ou ainda 
poderiam ser iniciaƟ vas de baixo para cima em caráter meramente informal, sem vínculos 
formais com as estruturas de poder da sociedade. 
O problema com defi nições orientadas pelo resultado da inovação social (e do 
empreendedorismo social) é que o valor social pode ser produzido em ambientes 
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33330000EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
de trabalho paternalistas e não democráƟ cos. Apesar de o reinvesƟ mento do valor 
econômico na comunidade e da busca de melhores soluções para problemas sociais 
serem importantes critérios para o empreendedorismo social, observamos muitos 
exemplos de empresa social que, em suas práƟ cas coƟ dianas, não se disƟ nguem da 
maioria das empresas convencionais. Enquanto a pesquisa e o desenvolvimento do 
empreendedorismo social são orientados pelo resultado, nosso objeƟ vo é a ampliação 
rumo à variedade de processos voltados para a inovação social. 
Defi nida como processo, a inovação social adquire contornos semelhantes à noção 
de inovação aberta (Chesbrough, 2006), advinda da teoria da inovação em geral. Para 
clarear essa ideia e extrair riquezas do diálogo entre os dois campos, são inicialmente 
apresentados os conceitos de inovação fechada e aberta, para posteriormente serem 
arƟ culados com o conceito da inovação social. 
Chesbrough (2006) disƟ ngue entre o modelo dominante de inovação fechada e o novo 
modelo de inovação aberta. O modelo dominante (inovação fechada) foi baseado na 
ideia de que a inovação bem sucedida exige controle de ideias e sugestões e controle do 
ambiente, que inclui os fatores envolvidos, tais como: tecnologias, sujeitos (pesquisadores 
e empregadores) e condições variadas de produção. Nesse modelo, inovação é uma 
questão de pesquisa e de desenvolvimento dentro dos limites da empresa ou organização. 
Ideias, recursos e projetos saem como produtos e são enviados para mercados bem 
defi nidos. 
Na inovação aberta, muitos sujeitos estão envolvidos, de forma intencional ou não. 
Nenhuma empresa ou insƟ tuição isoladamente é capaz de controlar a entrada de ideias, 
processos e tecnologias que estão concorrendo para o resultado, o processo ocorre dentro 
e fora da organização. O resultado decorre da colaboração de muitos atores e tende a 
ser mais exitoso do que um produto restrito voltado para um determinado mercado e 
representa uma mudança de paradigma.
Tanto a inovação aberta quanto a inovação social (esta concebida como processo) ocorrem 
em arenas colaboraƟ vas caracterizadas pela existência de limites tênues e indefi nidos 
entre agentes, empresas e insƟ tuições e de redes como Ɵ po dominante de organização. 
Relações internas e redes estão relacionadas a ideias, sujeitos e tecnologias externas que 
já não são controladas pela organização. 
Leadbeater (2009) uƟ liza o conceito WeThink (NósPensamos, em português) como 
uma expressão radical de inovação social aberta, em que a fronteira entre a inovação 
social e inovação aberta é fl uida. A hipótese básica do autor é que, com a expansão da 
internet, o mundo atualmente se depara com uma onda de colaboração criaƟ va global e 
de cocriação nunca antes pensada. Ao defi nir WeThink, Leadbeater(2009) usa um slogan 
da Wikipédia: “quanto mais comparƟ lhamos, mais ricos somos”. Ele ainda afi rma que o 
princípio organizacional do WeThink encontra-se no equilíbrio entre três ingredientes: 
parƟ cipação, reconhecimento e colaboração. Dessa forma, a inovação social como 
processo está inƟ mamente relacionada à cocriação, à aprendizagem e ao planejamento 
31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 333111EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
colaboraƟ vos (Healey, 1997) e a outros fenômenos voltados para a compreensão de 
formas coleƟ vas de mudança social."
Fonte: HULGÅRD, Lars; FERRARINI, Adriane Vieira. Inovação Social: rumo a uma mudança 
experimental na políƟ ca pública? Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 46, n. 2, jul. 2010, 
p. 256-263.
Questão refl exiva 5: Tente idenƟ fi car uma inovaçãosocial com um resultado ou produto 
relevante, mas produzida de uma forma que não capacite ou emancipe os parƟ cipantes e tente 
idenƟ fi car uma inovação social que seja úƟ l e aumente a parƟ cipação e o empoderamento. 
Por mais que idenƟ fi quemos inúmeros aspectos acerca da importância do processo e o mesmo 
ocorra com relação ao produto da inovação social, ao observamos a nossa realidade social e 
as experiências, iremos perceber que ambas as dimensões são necessárias. É extremamente 
desejável que a inovação social seja produzida através da parƟ cipação de todos os envolvidos num 
verdadeiro processo de cocriação (termo bastante uƟ lizado e que se refere à criação conjunta, 
coleƟ va), mas se ela não gerar um resultado para aquele grupo, comunidade ou organização, 
provavelmente não terá cumprido inteiramente seu papel de suprir uma necessidade social. 
Indiretamente, poderá ter cumprido a função de contribuir para que as pessoas aprofundem 
seus laços sociais, conheçam a sua realidade, comecem um processo de organização, dentre 
outros efeitos, mas poderá também deixar as pessoas frustradas pelo envolvimento e dedicação, 
sem que um resultado concreto seja aƟ ngido. E se a importância for dada apenas ao produto, 
também haverá riscos, conforme será tratado no texto que segue, o qual propõe a perspecƟ va 
desejável para a inovação social, que é a integrada, na qual o processo e o produto andam de 
mãos dadas.
A inovação social na perspecƟ va integrada
Os conceitos de inovação social desenvolvidos, seja como resultado ou como processo, 
apresentam limites e dilemas. Por um lado, a inovação social não deixa de ser importante 
se a atenção for dada apenas ao resultado, porque vai garanƟ r a criação de um valor 
social, tal como o combate à pobreza, jusƟ ça social, acesso à água potável, democracia 
parƟ cipaƟ va e outros efeitos relaƟ vos a beneİ cios coleƟ vos (ver também Murray et al., 
2010). Entretanto, pode-se deixar de observar o impacto nas relações e redes sociais 
envolvidas na criação de valor (antes, durante e após a inovação ser posta no mercado). O 
caminho para o resultado pode ser baseado em procedimentos e processos que mantém 
e, inclusive, reforçam velhas estruturas de poder, por meio dos quais nenhuma mudança 
real poderia ser alcançada.
Por outro lado, se a atenção é dada apenas ao processo de inovação, então a apropriação 
do resultado pode ser reivindicada por grupos específi cos com interesses próprios, sem 
permiƟ r o pleno acesso à população em geral. Por exemplo, a inovação social pode 
ser usada como um meio para inovar todos os Ɵ pos de produtos e de atuação para 
32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33332222EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
o beneİ cio privado e o lucro obƟ do na economia de mercado (Polanyi,1980) ou pela 
economia empresarial capitalista (Coraggio, 2009) que, todavia, só representa um dos 
três princípios econômicos que consƟ tuem uma sociedade moderna. 
Na tentaƟ va de superação desse impasse, estudos recentes, em perspecƟ va integrada, 
têm defi nido a inovação social como a combinação do resultado (fi nalidade social) com 
o processo (Mulgan, 2007; Murray et al., 2010), com ênfase no caráter parƟ cipaƟ vo da 
inovação aberta e colaboraƟ vo da aprendizagem. Nessa perspecƟ va, o produto da inovação 
social não pode ser isolado do processo ou da forma como a inovação foi organizada. 
Fonte: HULGÅRD; FERRARINI, Adriane Vieira. Inovação Social: rumo a uma mudança 
experimental na políƟ ca pública? Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 46, n. 2, jul. 2010, 
p. 256-263.
Agora que compreendemos a importância da inovação social numa perspecƟ va integrada, 
aprofundaremos cada uma das dimensões. Vamos começar pelo processo.
8.1. Aprofundando a inovação social como processo
A noção de processo: ciclo da inovação social e parƟ cipação
Quando falamos sobre o processo de inovação social, estamos nos referindo fundamentalmente 
ao ciclo ou às fases e à parƟ cipação dos envolvidos, a qual pode se dar de diferentes formas e 
intensidades, indo desde a mera consulta até a autogestão. Vamos iniciar nosso estudo pelo ciclo 
da inovação social. Há várias propostas de ciclos, mas focaremos no modelo desenvolvido pelos 
autores Murray, Caulier-Grice e Mulgan (2010), por ser o mais usual e por oferecer uma visão 
bem clara do processo, conforme será idenƟ fi cado no texto a seguir, porém não signifi ca que tais 
fases devam ser rígidas.
O ciclo da inovação social (Síntese de Denise de Oliveira)
Mulgan e Murray (2006) e Caulier-Grice e Mulgan (2010) desenvolveram diversos 
estudos envolvendo o contexto de estágios do processo de Inovações Sociais. Os autores 
destacam seis fases (em uma perspecƟ va macro), pelas quais passam as Inovações Sociais, 
que são: necessidades e desafi os, geração da ideia, desenvolvimento e protoƟ pagem, 
sustentabilidade, escalonamento e difusão e mudanças sistêmicas.
A primeira fase se refere à idenƟ fi cação das necessidades e desafi os (prompts). Abrange 
todos os fatores que destacam a necessidade da inovação, como as crises, cortes de gastos 
públicos, o mau desempenho, assim como as refl exões criaƟ vas para novas evidências. 
Inclui também o diagnósƟ co do problema, considerando inclusive suas causas, e não 
somente os seus sintomas. A segunda fase consiste na proposta (proposals) ou geração de 
ideias para atender as necessidades e desafi os diagnosƟ cados. Esse passo pode abarcar 
33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 333333EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
métodos formais, como o projeto, ou métodos criaƟ vos para ampliar as possibilidades 
disponíveis. A terceira fase corresponde ao desenvolvimento, protoƟ pagem e testes 
(prototypes) da ideia gerada. É o momento em que as ideias são testadas na práƟ ca 
(por meio de simples tentaƟ vas - erro e acerto - até pilotos ou protóƟ pos mais formais). 
Consiste em um momento importante, uma vez que a aplicação práƟ ca da ideia gerada 
oportuniza diferentes interações e possibilidades para superação dos desafi os.
A quarta fase consƟ tui na sustentabilidade ou manutenção da ideia (sustaining). É 
quando a ideia gerada se torna uma práƟ ca coƟ diana. Por conta disso, a atenção se 
volta à importância do aprimoramento da ideia e do desenvolvimento de estratégias 
que garantam a sustentabilidade fi nanceira e viabilizem as aƟ vidades envolvidas a longo 
prazo. A quinta fase envolve o escalonamento e a difusão da ideia (scaling). É o momento 
de se desenvolver diversas maneiras para expandir e divulgar a inovação. Deve-se voltar a 
atenção ao esơ mulo à inspiração de apoio e interação de conhecimentos para a divulgação 
e a demanda das necessidades. A sexta fase compreende as mudanças sistêmicas 
(systemicchange), e é o objeƟ vo fi nal da inovação social. Envolve a interação de múlƟ plos 
elementos transformadores e de longo prazo, como, por exemplo, movimentos sociais, 
novos modelos de negócio, leis e regulamentos e novas concepções na forma de pensar 
e agir. Mudanças sistêmicas normalmente abarcam novas estruturas ou arquiteturas 
compostas por inovações menores.
 Figura 5: Fases da inovação social
As fases da inovação social estabelecidas por Murray, Caulier-Grice e Mulgan (2010) estão 
representadas na Figura 5.
Murray, Caulier-Grice e Mulgan (2010) destacam que as fases do processo de inovação 
social não ocorrem necessariamente em sequência. Algumas Inovações Sociais recebem 
interações de feedback entre as fases. Outras são aplicadas em espaços com culturas 
e habilidades disƟ ntas. E algumas ultrapassam fases aƟ ngindo o amadurecimento e 
escalonamento. Assim, o desenvolvimentode Inovações Sociais pode ser representado 
como múlƟ plos espirais e o processo de suas fases é interaƟ vo e pode ser sobreposto 
(MULGAN, 2006; MURRAY; CAULIER-GRICE; MULGAN, 2010).
34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3333444EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
As fases são uma referência importante no processo de inovação social, mas podem acontecer 
de modos muito disƟ ntos, dependendo de quem parƟ cipa e de como parƟ cipa.
Dica 
Atenção: algumas vezes encontraremos disƟ ntas denominações para as 
formas de parƟ cipação. Por exemplo: colaboração pode ser entendida como 
construção conjunta em um senƟ do diferente do apresentado no texto, que se 
refere a uma consulta.
Contudo, o mais importante é compreendermos que existem tais disƟ nções 
e que a parƟ cipação aƟ va de todos os envolvidos é o valor maior, a fi m de 
se superar formas verƟ calizadas, em especial quando se tratam de projetos 
em contextos de pobreza. Sem uma parƟ cipação aƟ va das pessoas, acaba se 
reproduzindo o assistencialismo, que não tem nada de inovador. É importante 
percebermos que, num contexto desigual como o brasileiro, não basta resolver 
problemas, mas empoderar as pessoas para construir soluções e novas 
relações.
8.2. Aprofundando a inovação social como produto
Vimos que a ideia de soluções sustentáveis e duradouras é algo presente direta ou indiretamente 
em todas as defi nições de inovação social. O nosso conceito não signifi ca apenas fazer as coisas 
diferentes, mas requer que essas coisas levem em consideração a sustentabilidade, ou seja, 
benefi ciem populações atuais sem prejudicar o direito de futuras gerações.
A seguir, vamos compreender o que é sustentabilidade, requisito tão importante ao produto ou 
resultado da inovação social. 
O desenvolvimento sustentável é defi nido, de acordo com a ONU, como: “o desenvolvimento 
que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de 
atender suas próprias necessidades”. 
Para que se possa aƟ ngir o desenvolvimento sustentável de forma mais ampla é necessário 
pensar em várias dimensões. UƟ lizaremos aqui as defi nições de Stoff el e Colognese, 2015: 
1) Dimensão Econômica: envolve geração de trabalho, distribuição de renda e 
desenvolvimento de tecnologias capazes de aumentar a produƟ vidade sem, no 
entanto, destruir os recursos naturais.
2) Dimensão Social: objeƟ va garanƟ r que todas as pessoas tenham condições iguais, 
acesso a bens e serviços de boa qualidade necessários para uma vida digna, que se 
paute no desenvolvimento como liberdade.
35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 333555EEnEnapapp FFFununddada ãçãçãç oo EEsEscocollala NNNacaciioionanalll ddede AAAddmdmiininiisisttrtraçaççããoão PPPúbúbúblililicaca
3) Dimensão Ambiental: refere-se à manutenção do capital natural, respeitando-se o 
tempo de extração e uso dos recursos naturais.
4) Dimensão InsƟ tucional: devem ser capazes de redirecionar o curso dos eventos 
econômicos de tal maneira que as aƟ vidades que destroem o capital natural ou 
exƟ nguem totalmente os recursos renováveis precisam ser freadas. Por outro 
lado, aquelas aƟ vidades que privilegiam o uso desses recursos, que inferem de 
forma mais modesta nos seus ciclos regeneraƟ vos, precisam, necessariamente, ser 
incenƟ vadas.
Em 2015, após diálogos e negociações, os 193 Estados Membros das Nações Unidas, inclusive 
o Brasil, assumiram o compromisso de implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento 
Sustentável. A Agenda 2030 representa uma ferramenta orientadora para planejamento de ações 
e políƟ cas públicas perenes, capazes de levar o Brasil ao efeƟ vo alcance do desenvolvimento 
sustentável. Em busca do equilíbrio entre a prosperidade humana com a proteção do planeta, 
seus principais alvos são: acabar com a pobreza e a fome; lutar contra as desigualdades; e 
combater mudanças climáƟ cas.
Saiba mais 
Para saber mais sobre o Desenvolvimento Sustentável sob uma visão 
mulƟ dimensional, leia: STOFFEL Jaime A.; COLOGNESE, Silvio A. O 
desenvolvimento sustentável sob a óƟ ca da sustentabilidade mulƟ dimensional. 
Revista da FAE, CuriƟ ba, v. 18, n. 2, p. 18 - 37, jul./dez. 2015.
Questão refl exiva 6: Escolha uma das experiências de inovação social estudadas e idenƟ fi que 
três resultados aƟ ngidos em cada uma das dimensões da sustentabilidade:
• Econômica.
• Social.
• Ambiental.

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