RESUMO ARTIGO ANÁLISE TÉCNICAS DE PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO INOVADORES NO BRASIL

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BRUNO HENRIQUE DE FREITAS CANUTO | 20676825 
Professor: DANIEL O. CRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO ARTIGO AVALIAÇÕES TÉCNICAS DE PRODUTOS DE 
CONSTRUÇÃO INOVADORES NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
 2020 
ANÁLISE DO ARTIGO AVALIAÇÕES TÉCNICAS DE PRODUTOS DE CONTRUÇÃO INOVADORES NO BRASIL 
 
 
1 1 de junho de 2020 
 O setor da construção civil brasileira é formado por uma série de agentes com 
diferentes graus de complexidade, relacionados a produtos diversificados e com 
processos tecnológicos variados, que se adequam a diferentes tipos de demanda 
(MELLO; AMORIM, 2009). O setor abriga desde grandes indústrias, como cimento, 
siderurgia e química, até uma série de microempresas de serviços de baixo conteúdo 
tecnológico. Assim, pode- se afirmar que uma das características marcantes da 
Construção Civil é a heterogeneidade (MELLO; AMORIM, 2009). 
 No final da década de 80, as pessoas ligadas a construção civil, perceberam 
que o crescimento do setor dependia do comprometimento das pessoas com a 
qualidade, produtividade e com a inovação tecnológica. O artigo - AVALIAÇÕES 
TÉCNICAS DE PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO INOVADORES NO BRASIL - 
apresenta o panorama brasileiro da avaliação de produtos de construção inovadores, 
de forma resumida, onde é apresentada a forma que é desenvolvido às atividades no 
órgão, que é responsável pela concessão do SINAT (Sistema Nacional de Avaliações 
Técnicas de Produtos Inovadores). 
 No final dos anos 80, os indivíduos envolvidos à construção civil analisaram 
que o crescimento do setor dependia do comprometimento de todos os profissionais 
obtendo qualidade, produtividade e com inovação tecnológica. 
 De acordo com AMANCIO, FABRICIO, FILHO (jun. 2012), algumas definições 
da inovação no setor da construção civil são aplicadas, tais como: 
 - ANÁLISE SCHUMPTERIANA: novação tecnológica compreende a dinâmica 
inovativa que se desenvolve por meio de possibilidades produtivas e corporativas; 
 - PERSPECTIVA DE LATOUR: acredita que o projeto técnico e o contexto 
social precisam se fundir para gerar uma inovação bem sucedida; 
 - FRANCKLIN e AMARAL: são fatores como ambiente, tecnologia, organização 
e indivíduo que favorecem o desenvolvimento e a aplicação de inovações 
tecnológicas. 
 Uma determinada inovação tecnológica é compreendido como um produto que 
ainda não possui suas características especificadas, sendo assim não tendo normas 
técnicas que defina procedimentos de projeto e execução. No Brasil as diretrizes de 
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avaliações técnicas de produtos de inovação são alinhadas conforme a ABNT NBR 
15575, que de modo geral, define os requisitos e critérios de desempenho como um 
todos, com base nas exigências dos usuários. De maneira geral, a norma de 
desempenho é estabelecida com base nas respostas que a edificação ou seus 
sistemas devem apresentar, independentemente dos materiais constituintes, quando 
submetidos a determinadas condições de exposição, considerando seu uso. Sendo 
assim, como a norma não menciona materiais ou produtos específicos e nem traz 
menções de desempenho particulares para determinados produtos, há assim uma 
necessidade de elaborar diretrizes para uma avaliação técnica, particulares ou 
adaptadas para uma determinada família de produtos, levando em consideração o 
seu uso na construção e locais de aplicação, em especial quando se trata de 
durabilidade. 
 O conceito de produtos inovadores adotado neste editorial é, portanto, o de 
materiais de construção civil, tendo em vista seus componentes, elementos, sistemas 
e processos construtivos que não possuem normas técnicas brasileiras de caráter 
preceituado. No caso do Brasil, o responsável pelas avaliações técnicas de produtos 
de construção inovadores é o SINAT (Sistema Nacional de Avaliação Técnica de 
Produtos Inovadores) que está vinculado ao Programa Brasileiro da Qualidade e 
Produtividade do Habitat (PBQP-H), subordinado ao Ministério das Cidades. 
 
O SINAT – SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO TÉCNICA 
 A criação do SiNAT é resultado da mobilização da comunidade técnica 
brasileira na elaboração de um suporte ao funcionamento de procedimentos de 
avaliação de produtos de construção inovadores (AMANCIO; FABRICIO; FILHO, jun. 
2012), em outro ponto de vista, é a ambiência que abriga a inovação tecnológica na 
construção civil, seja ela destinada para obras de infraestrutura ou de edificações 
habitacionais. 
 Um dos objetivos do SINAT é garantir a implementação de produtos inovadores 
no setor, suprindo provisoriamente as ausências das normas técnicas preceituadas 
por meio da elaboração de diretrizes técnicas comuns de avaliação aplicadas a 
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famílias de produtos. O outro objetivo é conceder DATecs (Documentos de Avaliação 
Técnica), relacionados com a respectiva diretriz, aplicados a produtos e empresas 
específicas (MITIDIERI FILHO, 2011). O principal estímulo para uma empresa buscar 
o DATec é a confiabilidade quanto ao desempenho do produto (LOTURCO, 2008). 
 Para a concessão do DATec é necessário que o produto avaliado atenda os 
critérios mínimos de desempenho que são preliminarmente estabelecidos em uma 
diretriz de avaliação técnica, e assim, analisados meio de ensaios e estudos que 
compreendem a caracterização dos materiais e componentes que o integram e a 
verificação do seu desempenho potencial. 
 A atuação do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) pode se dar em duas 
frentes de trabalho onde a primeira delas elabora documentos que definam requisitos 
e critérios de desempenho, bem como métodos de avaliação de produtos inovadores 
(DIRETRIZ SINAT). Já a segunda, realiza ensaios, análises e simulações 
computacionais para compor a avaliação de desempenho, base para a concessão de 
Documentos de Avaliação Técnica (DATECs). 
 As principais etapas do processo de obtenção da DATEC estão ilustradas 
abaixo (Figura 01,02), podendo o IPT ser o executor e coordenador de todas elas. 
FIGURA 01: SINAT INOVADOR 
 
FONTE: IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS 
 
 
 
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FIGURA 02: SINAT INOVADOR 
 
 
FONTE: IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS 
 
A concessão do DATec acontece por meio de um processo com procedimentos 
de avaliação padronizados, o que faz com que os resultados provenientes de 
diferentes laboratórios tenham a mesma característica e as mesmas informações 
(AMANCIO; FABRICIO; FILHO, jun. 2012). 
 
 
 
 
 
 
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5 1 de junho de 2020 
DIRETRIZ SINAT 
É o documento que contém as diretrizes para avaliação técnica de uma 
determinada família de produtos inovadores. Nela constam os requisitos, os critérios 
de desempenho e os métodos de avaliação que devem ser adotados na avaliação 
técnica dos produtos. A Diretriz SINAT é um documento de referência para a 
elaboração da avaliação técnica (AMANCIO; FABRICIO; FILHO, jun. 2012). 
Geralmente uma ITA é responsável pela iniciativa de propor uma minuta de 
Diretriz ao SINAT, por ter necessidades de um setor específico, entretanto, podem 
também ser de iniciativa de comissões ou grupos técnicos especializados. 
 A ITA por se tratar de um instituto de pesquisa, ela é apta (tendo critérios 
definidos) a realizar avaliações técnicas de produtos inovadores, podendo esta análise 
e autorização ser limitada a determinadas famílias de produtos. Na realidade, as ITA’s 
propõem minutas de diretrizes de avaliação técnica e tais diretrizes são harmonizadas 
num Comitê Técnico, aprovadas pela Comissão Nacional e publicadas. Da mesma 
forma, as ITA’s propõem minutas de DATec´sespecíficos para produtos e fabricantes, 
que são harmonizados num Comitê Técnico, aprovados pela Comissão Nacional e, 
finalmente, publicados (AMANCIO; FABRICIO; FILHO, jun. 2012). 
 A estrutura do sistema é definida conforme, CAPÍTULO IV, Art. 4º PBQP-
HABITAT | SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO TÉCNICA DE PRODUTOS 
INOVADORES E SISTEMAS CONVENCIONAIS (Figura 03). 
Art. 4º Para a consecução de seus objetivos, o SiNAT conta com a seguinte 
Estrutura Geral: 
I. Comissão Nacional, CN-SiNAT; 
II. Secretaria Geral, SG-SiNAT; 
III. Comitê Técnico de Produtos Inovadores: CT-SiNAT Inovadores; 
IV. Comitê Técnico de Sistemas Convencionais: CT-SiNAT Convencionais; 
V. Instituições Técnicas Avaliadoras, ITA’s. 
 
 
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FIGURA 03: ESTRUTURA DO SISTEMA SINAT 
 
FONTE: IPT – REGIMENTO SINAT COMPLETO 
A diretriz SINAT é dividida em seis partes, onde sua introdução contém o objeto 
da diretriz, ou seja, a família de produtos a que a diretriz se refere, tratando a forma 
de aplicação do produto. Na segunda parte da diretriz são apresentadas as principais 
características dos materiais e componentes que formam o objeto da diretriz. 
 Na terceira diretriz é apresentado os requisitos e critérios de desempenho para 
o produto. Na quarta parte da diretriz contém os métodos de avaliação, juntos aos 
critérios de desempenho como ensaios, análises, cálculos, inspeções ou medições. 
 A quinta parte da diretriz é atribuído a consolidação da análise global de 
desempenho do produto, organizando as informações e os dados técnicos num RTA, 
no qual é sintetizado o desempenho global do produto de acordo com os resultados 
obtidos na avaliação técnica, considerando os ensaios e as análises realizadas. 
 E por fim, mas não menos importante, a sexta diretriz apresenta orientações de 
como fazer o produto mantendo a qualidade de fabricação e de montagem, controle 
este possível de auditoria técnica prévia à concessão do DATec e de auditorias 
técnicas periódicas. 
 
 
 
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7 1 de junho de 2020 
DATec – DOCUMENTO DE AVALIAÇÃO TÉCNICA 
 O DATec (Documento de Avaliação Técnica) é o documento síntese de 
divulgação dos resultados da avaliação técnica do produto, realizada por uma 
Instituição Técnica Avaliadora, com a chancela SINAT. O DATec é discutido e 
harmonizado nas duas instâncias do SINAT, ou seja, no seu Comitê Técnico e na 
Comissão Nacional, da qual obtém parecer favorável à concessão (AMANCIO; 
FABRICIO; FILHO, jun. 2012). 
 As etapas do processo de concessão de um DATec (Figura 04), conforme 
definido no Art. 16º (PBQP-HABITAT | SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO 
TÉCNICA DE PRODUTOS INOVADORES E SISTEMAS CONVENCIONAIS) e 
considerando-se a existência da DIRETRIZ SiNAT, de uma forma geral são: 
 I. avaliação técnica do produto, realizada no âmbito da ITA; 
 II. avaliação inicial do controle da qualidade exercido pelo Proponente do 
produto, 
realizada no âmbito da ITA; 
 III. elaboração do DATec, no âmbito da ITA, análise e aprovação no âmbito do 
Comitê Técnico; 
 IV. concessão do DATec com a chancela SiNAT, no âmbito da Comissão 
Nacional; 
 V. realização de controle periódico pelo período de validade do DATec. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 04: ESTRUTURA DATec 
 
FONTE: FLUXOGRAMA DATec 
 Por fim, após a concessão do DATec, são realizadas auditorias técnicas 
periódicas, incluindo ensaios, análises, vistorias técnicas e auditorias no processo e 
no produto, considerando o controle da qualidade adotado pelo produtor e os 
parâmetros definidos tanto no DATec quanto na Diretriz (AMANCIO; FABRICIO; 
FILHO, jun. 2012). 
 
 
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9 1 de junho de 2020 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O SINAT representou um importante passo para introdução de 
inovações tecnológicas no setor de construção civil no Brasil, que por anos conviveu 
com sistemas construtivos pouco padronizado e que por sua vez, eram poucos 
testados; e com isso passou a contar com procedimentos sistematizados e formais 
para introdução de inovações tecnológicas no mercado nacional de construção. 
 O órgão buscou garantir critérios mínimos de desempenho dos produtos 
homologados e ajudou a romper as barreiras e desconfianças quanto à novos 
produtos e sistemas, e o mercado de construção se favoreceu devido a introdução 
das inovações. 
 Assim as avaliações técnicas divulgadas por meio dos DATecs são formatadas 
para comunicar a adequação do produto ao uso pretendido, conforme a Diretriz de 
avaliação técnica de referência. As DATecs não têm força de norma técnica ABNT 
(embora na prática possa servir como referência para proposição de uma nova norma) 
ou regulamentação exigidas no setor de construção, mas são referências 
fundamentais para acesso à financiamentos públicos federais dentro dos programas 
habitacionais brasileiros (FABRICIO; ONO, 2015). 
 Embora represente um passo importante para aprimorar e controlar o processo 
de introdução de inovações técnicas nos produtos e sistemas construtivos, o SiNAT 
ainda enfrenta importantes desafios para se consolidar. Hoje, de acordo com os dados 
divulgados no web site do PBQP-H1, estão disponíveis de forma aberta onze diretrizes 
SiNAT e vinte e quatro DATecs, o que pode ser considerado um número ainda 
pequeno frente ao porte e complexidade do setor de construção civil brasileiro. Outro 
desafio importante é consolidar uma rede de ITAs (Instituição Técnica Avaliadora) em 
todo o território nacional, com condições técnicas para atender as demandas do setor 
(FABRICIO; ONO, 2015). 
 Por fim, o SINAT e as diretrizes técnicas estabelecidas necessitam e devem 
sempre ser colocadas em pautas para atualização, quando necessário, para que não 
se tornem antiquado. Como as diretrizes e as avaliações técnicas são elaboradas com 
base no conceito de desempenho, é fundamental a interação do sistema com a NBR 
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10 1 de junho de 2020 
15575 (MITIDIERI FILHO, 2011). Sendo assim, toda vez que a norma for revisada, 
será imprescindível verificar a coadunabilidade das diretrizes SINAT com a mesma, 
mutuamente, alterando o que for preciso ou aderindo-se de informações mais atuais. 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
_____INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. SINAT Inovador. Disponível 
em <https://www.ipt.br/solucoes/426-sinat_inovador.htm>. Acesso em: 28 mai. 2020. 
_____FLUXOGRAMA DATEC. Disponível em <file:///C:/Users/bielc/Downloads/1263-
Fluxograma_DATEC.pdf>. Acesso em: 28 mai. 2020. 
_____PORTAL DE LEGISLAÇÃO. Portaria nº 345 de 03/08/2007 / MCid - Ministério 
das Cidades (D.O.U. 13/08/2007). Disponível em 
<https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/149422-sistema-nacional-de-
avaliauuo-tucnica-de-produtos-inovadores-sinat-institui-o-sistema-nacional-de-
avaliauuo-tucnica-de-produtos-inovadores-sinat-no-umbito-do-programa-bras.html> 
Acesso em: 28 mai. 2020. 
_____MITIDIERI FILHO, Claudio Vicente. Inovações e Sinat. Revista Notícias da 
Construção: Sinduscon SP, São Paulo, v., n., p.44-45, Dezembro 2011. 
_____LOTURCO, Bruno. Excelência atestada. Para comprovar a qualidade das 
soluções inovadoras desenvolvidas e abrir caminho para obtenção de financiamentos, 
empresas buscam a avaliação técnica de desempenho. Revista Téchne. ed. 136. 6p. 
Jul. de 2008. 
_____MELLO, L. C. B. B.; AMORIM, S. R. L . O subsetor de edificações da construção 
civil no Brasil: uma análise comparativa em relação à União Europeia e aos Estados 
Unidos. Production, São Paulo, v. 19, n.2, p. 388-399, 2009. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-65132009000200013&lng=pt&nrm=isso&tlng=pt>. Acesso em: 28 mai 2020. 
 
_____FABRICIO, M. M.; ONO, R. Avaliação de Desempenho de Tecnologias 
Construtivas Inovadoras. Manutenção e Percepção dos Usuários. Cap. 2. p.5-12. 
2015