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UNIDADE 2 O estudo das células e dos tecidos. Diante de tudo o que foi visto na unidade anterior, para iniciar o aprofundamento dos nossos estudos, olhemos à menor estrutura do nosso corpo, formadora de todas as outras demais, chamada célula. Células A célula é a menor porção de matéria viva do corpo humano que possui unidades estruturais e funcionais, e que pode ser vista apenas através do microscópio. Nosso corpo é constituído por, aproximadamente, 10 trilhões de células, as quais possuem informações genéticas essenciais às funções vitais do organismo. Voltando à origem da palavra no latim, célula significa “quarto pequeno”, e sua estrutura foi descoberta no ano de 1665 por Robert Hooke, apesar de apenas em 1838 ter sido desenvolvida a 1ª teoria celular, pelos pesquisadores Matthias Jakob Schleiden e Theodor Schwann, que indicava que todos os organismos são compostos de uma ou mais células. Constituição celular As células, em sua constituição, são divididas em 3 partes: núcleo, citoplasma e membrana citoplasmática (ou membrana plasmática): • Núcleo: corresponde à parte central da célula, na qual encontramos seu material genético. Tem função relativa ao crescimento e à reprodução celular. O núcleo é dividido em 4 partes: o Carioteca → estrutura que envolve o conteúdo nuclear; o Cariolinfa → massa incolor constituída de água e proteína; o Cromatina → é o material genético propriamente dito, que resulta da associação de proteína e DNA; e o Nucléolo → que fica em contato direto com a cariolinfa. • Citoplasma: é a parte da célula que preserva sua vida, e as estruturas presentes são: o Lisossomo→ é a parte rica em enzimas, responsável pela digestão que ocorre na célula; o Mitocôndrias → responsáveis pela geração de energia, e possuem DNA celular; o Ribossomos → participam do processo de elaboração de proteínas; e o Complexo de Golgi → realizam o transporte de partículas para dentro e para fora do núcleo celular. • Membrana citoplasmática: tem como função primordial a proteção e filtragem das substâncias necessárias ao desenvolvimento celular. Observe na figura abaixo a estrutura celular referida acima: Composição química celular As células também são estudas em termos de sua composição química, apresentando nutrientes que são divididos em componentes inorgânicos e orgânicos: • Componentes inorgânicos: correspondem à água e aos sais minerais: o água → é o componente celular mais abundante, e constitui cerca de 78% das células nervosas do ser humano, 40% das células ósseas e chega a ser até 94% do feto humano no primeiro trimestre da gestação; o sais minerais → já os sais minerais estão separados entre solúveis (cálcio, ferro e fosfato) e insolúveis (fosfato de cálcio, também conhecido como “arcabouço” do esqueleto). • Componentes orgânicos: o Carboidrato ou açúcares → é a associação do carbono, hidrogênio e oxigênio. Como exemplo dessa associação, podemos citar a glicose; o Lipídeos ou gorduras → é a associação de ácidos graxos e álcool, como por exemplo, os glicerídeos, ou tecido adiposo, e os esteroides, chamados também de colesterol; o Proteínas → esses componentes orgânicos possuem função enzimática, hormonal, e de defesa; o Enzimas → com função catalisadora, permitem a ocorrência de reações químicas, como a diferenciação das proteínas; o Ácidos nucleicos → correspondem ao DNA (ácido desoxirribonucleico), que possui função de duplicação, e ao RNA (ácido ribonucleico), que produz enzimas e outras proteínas. O RNA é produzido pelo DNA; e o Vitaminas → estão divididas em hidrossolúveis, que são apenas solúveis em água, e as lipossolúveis, que podem ser diluídas em gorduras e lipídeos. Tecidos Como dito anteriormente, os tecidos são formados por células que possuem a mesma função, ou seja, as células organizadas em grupos, e que trabalham de maneira integrada, desempenhando uma determinada função, formam os tecidos do corpo humano. Os tecidos do corpo humano são classificados em quatro grupos principais: • Tecido epitelial, que forma a epiderme na pele e glândulas; • Tecido conjuntivo, que une e sustenta os órgãos do corpo. Por apresentar diversos tipos de grupos celulares, cada qual com suas características próprias, ele é subdividido em outros tecidos: o Tecido adiposo → é o tecido que se encontra abaixo da pele, e também em volta de alguns órgãos. Suas funções envolvem o fornecimento de energia para o corpo, atuação como isolante térmico, diminuição da perda de calor do corpo para o ambiente, e proteção contra choques mecânicos, como por exemplo as pancadas. o Tecido cartilaginoso → Forma as cartilagens do nariz, da orelha, da traqueia, estando presente nas articulações da maioria dos ossos. Trata-se de um tecido resistente, mas flexível. o Tecido ósseo → São os que formam os ossos. Sua rigidez está relacionada à impregnação de sais de cálcio na substância intercelular (entre suas células). o Tecido sanguíneo → Constituinte do sangue, trata-se de um tecido líquido, formado por diferentes tipos de células como os glóbulos vermelhos ou hemácias, que transportam oxigênio; os glóbulos brancos ou leucócitos, que atuam na defesa do corpo contra microrganismos invasores; e os fragmentos (pedaços) de células, como as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue. A substância intercelular do tecido sanguíneo é chamada de plasma, que é constituído principalmente por água, e que é responsável pelo transporte de nutrientes e de outras substâncias para todas as células. • Tecido muscular, composto por células denominadas fibras musculares, e que possuem a capacidade de se contrair e alongar. O tecido muscular pode ser de três tipos: tecido muscular esquelético, muscular liso e muscular cardíaco, conforme imagem abaixo: • Tecido nervoso, constituído por células denominadas neurônios, capazes de receber estímulos e conduzir a informação para outras células em todo o nosso organismo, através do impulso nervoso. Os neurônios têm forma estrelada e são células especializadas. Conceitos gerais de “normalidade e anormalidade” Ao olharmos para as células e os tecidos do organismo, repare que além de sua estrutura, suas funções vitais foram aprendidas em conjunto, reforçando a ideia de que é necessário estudar a anatomia de forma sistêmica, ou seja, integrada à fisiologia. No entanto, agora que sabemos sobre o funcionamento de cada célula, e sua estruturação em tecidos, devemos considerar que nem tudo o que acontece no nosso organismo é considerado normal dentro dos padrões determinados pela ciência anatômica e fisiológica. As variações que podem ocorrer são denominadas diferenças morfológicas ou variações anatômicas, e podem apresentar-se externamente ou internamente em qualquer parte do nosso corpo, sem prejuízo funcional para o nosso organismo. Por exemplo, um indivíduo de estatura baixa e outro de estatura alta, ambos possuem estruturas corporais bem diferenciadas, portanto, eles não apresentam desequilíbrio do ponto de vista da variação anatômica. Fatores que interferem nas condições gerais das variações anatômicas são: idade, idade embriológica, sexo e raça. As diferenças são variações anatômicas apenas externas, não ocorre prejuízo funcional. Por outro lado, existem as anomalias, nas quais podem ocorrer alterações morfológicas que determinam complicações funcionais de um determinado órgão. O termo “monstruosidade” foi utilizado para retratar uma situação que se mostra incompatível com a vida, e pode apresentar-se interna e externamente. Exemplo: agenesia – ausência completa ou parcial de um órgão e seu primórdio embriológico, como por exemplo, podemos citar o encéfalo. A partir do próximo capítulo, estudaremos estruturas mais complexas, que são osórgãos e os sistemas que forma nosso organismo.
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