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1 Metabolismo da Bilirrubina Associado ao metabolismo de ferro visto que é um produto da hemocatarese. Bilirrubina é um pigmento biliar esverdeado. Constituído por cadeia de quatro anéis pirrólicos ligados por três pontes de carbono. Principal produto da degradação da heme. → produção, 250 – 300 mg/dia: • 80% destruição de eritrócitos senil • 15% destruição de células eritróides imaturas (eritropoiese não efetiva) • 1 – 5% turnover das hemoproteínas (mioglobina, citocromo e catalase) Metabolismo da bilirrubina: Ocorre no fígado e pode ser subdividida em: • Captação • Armazenamento • Conjugação • Excreção Em todas são encontradas enzimas cujas atividades podem ser alteradas causando processos patogênicos e podem levar a patologias. CAPTAÇÃO 1. Hemácia é capturada e degradada (hematocatarese) → interiorizada pelo enterócito → oxidação do ferro pela heme oxigenase → abertura da porfirina 2. NADPH → NADP: é a estrutura responsável pela liberação do ferro que vai ser liberado na medula óssea para a produção de novas hemácias (Fe reciclado para síntese da heme). 3. Monóxido de carbono vai ser liberado – molécula sinalizadora e vasodilatadora – CO respiratório, forma indireta de se observar a produção de bilirrubina. 4. Produto da heme-oxigenase → biliverdina 5. Biliverdina: pigmento esverdeado, após ser produzida a enzima biliverdina redutase vai reduzir a bilirrubina 6. Bilirrubina é um pigmento amarelo Bilirrubina indireta Liga-se albumina CAPTAÇÃO hepatócitos CONJUGAÇÃO glicuroniltransferase Bilirrubina direta Bilirrubina + ac. glicurônico EXCREÇÃO VIAS BILIARES 2 7. Bilirrubina carregado pela albumina para o fígado → continuação do processo metabólico A alteração de cor observada a partir da oxigenação do grupo heme pode ser observada num hematoma. Coloração arroxeada → esverdeada → amarelada, essa variação está associada aos intermediários do grupo heme que extravasaram. Bilirrubina: Molécula lipossolúvel, sem afinidade com a água, necessitando da albumina para ser carregada até o fígado. Bilirrubina não conjugada ou indireta: associada a albumina. Quando chega nos hepatócitos se difunde pelas membranas entrando por transporte passivo, contudo, é feito por difusão facilitada mediada pelas proteínas da família OATP (transportadores de Ânions orgânicos) OATP 2 é a responsável pela captação da bilirrubina não conjugada para o interior do hepatócito. 3 Atividade de biliverdina redutase é o suficiente para a conversão e não há limite para a conversão em bilirrubina. Fármacos aniônicos como salicilatos e sulfamidas, podem deslocar a bilirrubina da albumina, antes na chegada no fígado. Grande problema quando a bilirrubina penetra no SNC dos bebês. CONJUGAÇÃO Tornar a bilirrubina solúvel, polar, que pode ser liberada nos líquidos corporais uma vez que se torna hidrofílica. Ligandina: impedir o efluxo da bilirrubina do hepatócito para o plasma. Bilirrubina dentro do hepatócito. 1. Bilirrubina vai se ligar na ligandina 2. Bilirrubina + ligandina levada até o reticulo endoplasmático 3. Conjugação 4. 2 UDP- glicorônico se liga na bilirrubina 5. Enzima bilirrubina glucuronil-transferase (UGT) vai transferir o ácido glicorônico para a bilirrubina 6. O ideal é produzir duas moléculas de monoglicuronato para gerar o diglicuronato de bilirrubina → molécula solúvel 7. Bilirrubina saí dos hepatócitos 8. Armazenada na vesícula biliar 9. Excretada para o intestino BILE SECREÇÃO A secreção da bilirrubina conjugada é dependente de energia – transporte ativo primário. Quando há alterações das células hepáticas o transporte é o principal lesado: Diminuição da excreção Acúmulo de bilirrubina conjugada Bilirrubina conjugada não excretada – natural e em menor quantidade Proteína MRP3 faz a bilirrubina retornar ao sangue → bilirrubina recaptada por proteínas do grupo OATP1 e OATP3 . OATP1 e OATP3: responsáveis pela recaptação da bilirrubina do plasma sanguíneo para o interior do hepatócito → para enfim serem liberadas para o ducto biliar. Os ductos do interior do fígado começam a se acumular a bilirrubina e a tendência é ser excretada no duodeno juntamente com a bile. Qualquer coisa que altere o limite/passagem da bile faz com que tenhamos um acúmulo da bilirrubina conjugada que pode retornar ao próprio fígado. Também podemos ter a passagem para o plasma sanguíneo. 4 Vias alternativas na eliminação da bilirrubina: Conjugação hepática Secreção biliar Outras vias alternativas: 1. Mas quando não ocorre pela deficiência na enzima UCT1A1 → BNC pode ser catabolizada pelo citocromo microssomal hepático P448-monoxil-genase dependente → enzimas CYP1A1 e a CYP1A222. 2. BNC pode ser oxidada através da enzima non-incuble mitocondrial bilirrubina oxidase. 3. BNC difundi diretamente através da mucosa intestinal, seguida de redução para urobilinogênios pela microbiota intestinal. Bilirrubina não conjugada – sem afinidade com a água (não é excretada). A conjugação com o ácido glicorônico vai fazer essa molécula ser excretada. 5 Metabolismo da bilirrubina – correlações clínicas Hiperbilirrubinemia não conjugada grave Alteração na captação / conjugação / excreção → levando a um aumento de bilirrubina no sangue. Manifestações clínicas: Não conjugada: icterícia Conjugada: icterícia, colúria acolia fecal ou hipocolia (pode estar ausente) Hemólise maciça: Anemia falciforme, malária, eritropoiese ineficaz. Ampliam a bilirrubina não conjugada. Esse excesso vai fazer o fígado trabalhar mais, modificando a alteração fecal e urinária para mais. Fígado tem a capacidade de excretar mais de 3000 mg/dia, ao passo que a produção normal é de apenas 300 mg/dia. Essa grande capacidade permite que o fígado responda ao aumento na degradação da heme com o aumento correspondente na conjugação e secreção de diglicuranato de bilirrubina. Icterícia: Sintomas: Cor amarelada da pele, leito unguenal e da esclera (branco dos olhos). Causada pela deposição de bilirrubina nesses tecidos. Sintoma de algum distúrbio adjacente. Bilirrubina > 2,5 a 3 mg/dL. Icterícia neonatal: Ocorre em recém nascidos (pré-maturos). 2º - 5º dia após o nascimento aparece. ↓ bilirrubina-glicuronil-transferase ↑ bilirrubina não conjugada Motivos: o Aumento do volume sanguíneo – 2 a 3x mais bilirrubina, devido ao aumento de hemácias senescentes no sangue. o Menos ligandina. o Atividade bilirrubina-glicuronil-transferase hepática é baixa ao nascimento – normaliza em cerca de quatro semanas. o Parede intestinal mais permeável – aumenta o turnover • Leite materno apresentam proteínas que tornam a parede intestinal ainda mais permeável o Encefalopatia tóxica. 6 Encefalopatia aguda da bilirrubina A saturação da ligação à albumina, gera um aumento da fração livre de bilirrubina. Disfunção neurológica induzida pela bilirrubina (BIND). Causada devido a BNC que atravessa a barreira hematoencefálica e deposita-se no SNC: gânglios de base, hipocampo e cerebelo. Apresentação clínica: letargia, hipotonia, irritabilidade, sucção diminuída, e se não for tratada o RN pode apresentar hipertonia, apneia, convulsões e morte. Kerneicterus: termo utilizado para descrever as sequelas crônicas e permanentes da BIND: anormalidades motoras, sensoriais e cognitivas irreversíveis. Terapia: fototerapia que vai converter a bilirrubina em isômeros polares para serem excretados mais rapidamente. Medição de bilirrubina: Bilirrubina direta: calculada diretamente Bilirrubina indireta: bilirrubina indireta = (total) – (direta) Amostra biológica: soro ou plasma, sempre com heparina. Bilirrubina direta até 0,4 mg/dl Bilirrubina total até 1,2 mg/dl Bilirrubinometria transcutânea (TCB) Utilizada em bebês, estimaa concentração de bilirrubina sérica através da medição do espectro da radiação refletida, a vários comprimentos de onda (450 – 550 mm), na pele. Captação ineficiente: 1) Drogas (rifampicina, ácido flavaspidico, probenecide) 2) Jejum 3) Sepsis 7 Em situações de disfunção hepática a reexcreção biliar de urobilinogênio pode diminuir aumentando a parcela eliminada na urina. Hiperbilirrubinemia conjugada Icterícia com colúria, presença ou não de hipocolia/acolia fecal. Defeitos na excreção associados a efeitos intra-hepáticos: • Doenças hereditárias o Síndrome de Dubin-jones o Síndrome de Rotor • Desordens adquiridas o Doença hepatopática 8 o Drogas (contraceptivos orais, metil testosterona o Sepses Obstrução biliar extra-hepática: • Cálculos • Estenose • Tumores Levam a uma icterícia colestérica que vai se diferenciar das demais com base na retenção de todos os componentes da bile e nos efeitos provocados pelo acúmulo excessivo de sais biliares. Retorno de todo a bile apara o fígado e extravasamento da bile para o sangue, prurido concomitante a icterícia. Sangue: importante lembrar que a bilirrubina conjugada vai se ligar a albumina, formando complexos não filtrados pelo rim e podendo ser detectados na circulação por diversas semanas. Doenças multifatoriais: Doenças hepatocelulares (cirrose, hepatite): captação conjugação e excreção prejudicadas → hiperbilirrubinemia conjugada Sepsia: captação conjugação e excreção comprometidas → hiperbilirrubinemia não conjugada
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