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CAPÍTULO 2 FASE I DOS PROJETOS A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Identifi car as fases iniciais de um projeto. Conhecer a integração, escopo, tempo e custo de um projeto. Analisar as particularidades da integração e escopo do projeto. Compor as especialidades do tempo e custos do projeto. 46 Elaboração de Projetos Empresariais 47 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 CONTEXTUALIZAÇÃO Assim como para alcançar as metas e objetivos da organização se requer planejamento, a realização de uma gestão de projetos efi ciente também requer planejamento, e o planejamento em projetos é dividido em etapas do projeto, que o PMBoK classifi ca em: integração, escopo, tempo, custo, recursos humanos, comunicação, riscos e aquisição do projeto, que serão divididos em duas fases neste livro. A primeira divisão é a integração do projeto, que consiste na formalização do projeto, composição do plano do projeto e a programação de como será a fi nalização do projeto; e escopo, que fará a coleta dos requisitos para defi nir a estrutura analítica, os acordos com os stakeholders, como será realizado o controle e alterações do escopo. Stakeholders são as “partes interessadas” nas ações e opiniões da organização. O termo vem do inglês e é utilizado para designar os indivíduos ou grupos afetados pela empresa. Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/cYBtBz>. Acesso em: 20 jun. 2016. Outro fator que veremos ainda neste capítulo é o do tempo, importante etapa, já que o projeto possui tempo determinado e precisa ser realizado no prazo acordado e com o devido controle dos custos, que é a última etapa que veremos neste capítulo. Dividimos as etapas do projeto em duas fases para sua melhor compreensão, as demais você acompanhará no Capítulo III. Boa leitura! INTEGRAÇÃO DO PROJETO Talvez você não goste de futebol, mas se for brasileiro irá lembrar da fi nal da Copa do Mundo de Futebol de 2014, onde o Brasil perdeu o jogo por 7x1 da Alemanha. Você também deve estar se perguntando porque utilizamos esse exemplo quando queremos explicar integração de projetos. Se você pensar que naquele time tínhamos os melhores jogadores de nacionalidade brasileira 48 Elaboração de Projetos Empresariais (afi nal, a seleção é assim composta, cada um possui talento individual), o que faltou (que nos perdoem os entendidos de futebol) foi a integração, transformar esses talentos individuais em algo coordenado e que trabalhassem/jogassem para conquistar o campeonato. Como isso não aconteceu, vamos lembrar desse fato por algum tempo ainda e utilizar como exemplo da falta de integração, já que a integração, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 69), tem papel fundamental no gerenciamento de projetos, pois cria as condições necessárias para desenvolver adequadamente o projeto. Partindo deste ponto, o processo de integração leva em conta os ingredientes que se encontram no ambiente onde o projeto está sendo ou será realizado, e “é no processo de integração que os gerentes lançam o projeto, estabelecendo seus objetivos, restrições, premissas, justifi cativas pelas quais o projeto foi criado etc.”. Vargas (2009) também explica que o gerenciamento da integração é a etapa que abarca os processos necessários para que todos os elementos do projeto sejam coordenados adequadamente e integrados, garantindo que o todo prevaleça sempre. Ainda o PMBoK (2008, p. 78) descreve que “o gerenciamento da integração do projeto inclui os processos e as atividades necessárias para identifi car, defi nir, combinar, unifi car e coordenar os vários processos e atividades dos grupos de processos de gerenciamento”. Então fi ca sendo papel da gestão de projetos incorporar e organizar todas as ações do projeto por ordem de relevância, orientando a execução e controlando as ações que são previstas. A Figura 8 apresenta a importância da integração como elo entre as demais etapas do projeto. Figura 8 - Integração do projeto Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 68). 49 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Você pôde observar na Figura 8 que a área de integração fi ca na parte central do projeto, ela é responsável, como o próprio nome sugere, por integrar as demais áreas. Cabe à área de integração, também como exemplifi cam Carvalho e Rabechini Jr. (2011), quando uma atividade está atrasada, mensurar o impacto em outras áreas, como o aumento dos custos, a necessidade de mais recursos humanos, pois é na área da integração que é feito o gerenciamento dos elementos que darão subsídios para tomada de decisão. É nesta mesma área que é realizado o controle das alterações do projeto. Quem faz a gestão de possíveis alterações também é a área de integração, além de ser responsável pelo encerramento do projeto, a organização fi nal, reuniões, entre outras atividades (CARVALHO; RABECHINI JR., 2011). O PMI (2004) responsabiliza a área de integração pelos seguintes processos: a) Desenvolver o Project charter (termo de abertura): é a parte onde é desenvolvido o documento, contrato, solicitação, proposta de projeto, entre outros termos que possam ser utilizados para, formalmente, autorizar a execução do projeto entre a organização solicitante e a organização executora. Vargas (2009) apresenta um modelo mental deste processo que pode ser observado na Figura 9. Figura 9 - Mapa mental do processo - Desenvolver o termo de abertura do projeto Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 53). Como você pôde verifi car na fi gura do mapa mental, para que seja desenvolvido o termo de abertura, serão recebidas entradas do que se espera do trabalho, o negócio a ser feito, contrato, os fatores ambientais, os ativos dos processos da organização, além das opiniões dos especialistas tanto da contratada quanto da contratante utilizadas como ferramentas, para aí sim, ter como saída o termo de abertura do projeto. Valle et al. (2010, p. 15) descrevem, complementando sobre o processo, um ponto importante, que “é a identifi cação de todas as pessoas ou organizações que 50 Elaboração de Projetos Empresariais podem ser afetadas pelo projeto, além do registro das informações importantes ligadas aos seus interesses, impacto e envolvimento no projeto”. b) Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto: onde são formalizados os planos para estabelecer as ações, integrar e coordenar todos os subsídios para gerenciar o projeto. Vargas (2009) também elabora um mapa mental do desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto. Veja na Figura 10. Figura 10 - Mapa conceitual plano de gerenciamento do projeto Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 53). Nesta parte dos processos de integração, as entradas serão o termo de abertura anteriormente elaborado, as saídas dos processos de planejamento, os fatores ambientais da empresa aqui também são considerados, bem como os ativos de processos da organização e a ferramenta de opiniões dos especialistas, que aqui é utilizada para ter como saída o plano de gerenciamento do projeto. Este processo da área é bem complexo, amplo e talvez o mais importante, segundo Valle et al. (2010, p. 19), “é o processo de registro das atividades necessárias para defi nir, preparar, integrar e coordenar todos os planos na principal fonte de informações de como o projeto será planejado, executado, monitorado, controlado e encerrado”. c) Orientar e gerenciar a execução do projeto: momento de executar o trabalho defi nido no plano de gerenciamento a fi m de alcançar os objetivos. Vargas contribuiu com o mapa mental deste processo, acompanhe na Figura 11. 51 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Figura 11 - Mapa conceitual do processo de orientar e gerenciara execução do projeto Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 53). No processo de orientação e gerenciamento, as entradas são compostas pelo plano de gerenciamento, as solicitações de mudanças depois dos estudos feitos no planejamento, novamente os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais e, como não pode deixar de ser utilizada, a ferramenta de opinião dos especialistas. Para obter como saída, a próxima fase deste processo são as entregas, informações, solicitações de mudanças, atualizações do plano e dos documentos do projeto. d) Monitorar e controlar o trabalho do projeto: para que os objetivos do plano de gerenciamento sejam alcançados é necessário monitorar e controlar os processos para iniciar, planejar, executar e encerrar o projeto. Vargas apresenta o mapa mental deste processo, veja na Figura 12. Figura 12 - Mapa mental do processo de monitorar e controlar o trabalho do projeto Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 54). Aqui as entradas são compostas pelo plano de gerenciamento, os relatórios de desempenho das fases anteriores, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais, e também a utilização da ferramenta das opiniões dos especialistas, para se ter como saída as solicitações de mudanças, atualizações do plano de gerenciamento e dos documentos do projeto. Perceba 52 Elaboração de Projetos Empresariais que esse processo não é estático, das diversas fases que você acompanhou até aqui, sempre é permitida a atualização dos planos. e) Realizar o controle integrado de mudanças: momento de rever todas as mudanças solicitadas, aprovadas e também coordenar as alterações ao longo do projeto. Aqui é o momento de revisar tudo o que foi solicitado de mudança, então, Vargas (2009) apresenta o mapa mental desta etapa do processo na Figura 13. Figura 13 - Mapa mental do processo de realizar o controle integrado de mudanças Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 54). Quando é realizado o controle integrado de mudanças, as entradas se dão pelo plano de gerenciamento do projeto, as informações sobre o desempenho do trabalho, as solicitações de mudanças, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos, e acrescida como ferramenta, além das opiniões dos especialistas, há também as reuniões e controles de mudanças, para depois do processo termos como saídas as atualizações do andamento e solicitações de mudanças, atualizações do plano de gerenciamento e dos documentos do projeto. f) Encerrar o projeto ou fase: chegada a hora de organizar a documentação para fechar o projeto. Conforme Vargas (2009), é o momento de fechar formalmente o projeto, veja o mapa mental desta fase na Figura 14. Figura 14 - Mapa mental do processo de encerrar o projeto ou fase Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 54). 53 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Fechada a parte fi nal do processo, as entradas são dadas pelos planos de gerenciamento do projeto, entregas aceitas e os ativos de processos organizacionais, novamente utilizando como ferramenta as opiniões dos especialistas para ter como saída deste processo a transição dos produtos, serviço ou resultado fi nal, e a atualização dos ativos de processos organizacionais. Vejamos, em um modelo prático, como se dá essa integração do projeto, apresentado na Figura 15: Figura 15 - Fluxo da integração do projeto Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 71). 54 Elaboração de Projetos Empresariais Na fi gura você percebeu que todos os fl uxos se voltam para a integração, que tem o papel de monitorar e controlar as demais áreas, corroborado por Jordão et al. (2006), o qual destaca que o gerenciamento da integração é destaque na integração das interfaces entre os diferentes processos e diferentes áreas do conhecimento, como exemplifi cado na fi gura anterior, as integrações de custos, resultados, entre outras. Vargas (2009, p. 55) chama a atenção para alguns cuidados que devem ser tomados com relação ao gerenciamento da integração, como: • verifi car se as outras áreas envolvidas possuem controle dos processos de mudanças específi cas que sirvam de subsídios ao processo geral de controle de mudanças; • manter os registros de desempenho para a qualquer momento verifi car e monitorar o desempenho; • verifi car se metas e objetivos do projeto estão evidenciados nos demais planos do projeto; • o replanejamento deve ser feito sempre de maneira integrada, caso for necessário; • utilizar do plano de comunicação a fi m de garantir que todas as demais áreas estejam trabalhando de forma única no gerenciamento do projeto. Identifi cados os processos integrados e o fl uxo desta integração, há ainda critérios propostos por Jordão et al. (2006) para a apresentação da integração do projeto, conforme segue: • Entradas: composto por informações, dados ou resultados que possam ser relevantes para subsidiar o processo em questão. Estes projetos podem ser realizados apenas em uma organização a qual está executando, mas também podem ser realizados em mais de uma organização. Lembrando sempre que se houver mais de uma organização envolvida no projeto, essa relação necessariamente precisa ser formalizada, e a empresa envolvida deverá desenvolver o termo de abertura do projeto. • Ferramentas e técnicas: diz respeito às diferentes técnicas de execução ou ferramentas possivelmente aplicadas para realizar o processo. Lembrando que essas ferramentas e técnicas não seguem uma receita rígida. Dependendo do caso, poderá ser mais ou menos utilizada em determinada ferramenta, o gestor sempre deverá considerar o objetivo que se quer alcançar. • Saídas: é o resultado objetivo por meio da execução do processo. Elas servirão de subsídios para viabilizar outro processo que tornará a ser uma entrada. 55 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Você deve estar se perguntando: mas por que é realizado um projeto? O que o motiva? Bom, respondemos: são diversas as razões, pode ser por pressão do mercado, necessidade de mudança interna, uma nova perspectiva de negócio ou de mercado, até mesmo por uma necessidade social. Então, veremos a seguir as partes do processo que envolvem a integração dos projetos. O INÍCIO: A FORMALIZAÇÃO DO PROJETO - PROJECT CHARTER O início de um projeto ocorre de diversas formas e é percebido também de diversas formas pelos envolvidos. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) afi rmam que poucas são as empresas que têm processos que defi nem o início do projeto, justamente aí está a razão para que os envolvidos defi nam o início formal do projeto, que é feito por um documento chamado de Project Charter. Nele há os elementos para que formalmente sejam reconhecidas as necessidades, utilização de recursos, premissas e restrições na realização do projeto. O PMBOK (2008) também apresenta, neste contexto, questões como o alinhamento com os objetivos estratégicos da organização, além do business case, ou documento semelhante de acordo com o guia, relacionado à viabilidade econômica do projeto. Assim, esse Project Charter deve conter: título, objetivo, premissas, restrições, resultados esperados, escopo macro, organização dos interessados, principais riscos etc. Os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 2) elucidam esta situação com o exemplo de Eduardo e Mônica, que objetivam construir uma casa, conforme mostra o Quadro 3. Quadro 3 - Projeto casa Eduardo e Mônica 56 Elaboração de Projetos Empresariais Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 74). 57 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Desenhado o Project charter, será necessário esboçar o escopo considerando as diversas possibilidades de entrega, estratégias de resultados. Com base no Projectcharter, o gestor do projeto deve ter informações sufi cientes para dar o pontapé inicial no projeto. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) chamam a atenção para alguns cuidados que devem ser tomados pelo gerente do projeto, como a comunicação da existência deste projeto para a organização, que deve ser feita de maneira formal através de reunião e distribuição da documentação necessária. Esta reunião com a equipe deve levar em conta a agenda, lista de participantes, material e o comprometimento dos participantes. Desta reunião deverá ser produzida uma ata, mencionando os participantes e o que foi tratado e deferido. Saindo da reunião, os participantes deverão ter a clareza dos próximos passos e o alto comprometimento. Aqui o gerente terá a informação como principal aliada e deverá fazer uso dela para se comunicar com os diversos envolvidos. O MEIO: A COMPOSIÇÃO E O MONITORAMENTO DO PLANO DO PROJETO Neste momento é necessário considerar os elementos organizacionais onde o projeto está inserido. Fazendo-se necessário, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), na introdução do plano do projeto, conhecer a missão, objetivos, metas e estratégias da organização. Outra consideração importante na composição do plano do projeto é o desenvolvimento integrado das áreas de conhecimento e as questões com relação a cada passo da integração. É destes questionamentos que saem os insumos para programação dos tempos, e, com eles, as responsabilidades são associadas inicialmente, onde também pode ser verifi cada a gestão de riscos e os indícios das suas fontes geradoras, e é por meio destes questionamentos que o gerenciamento do projeto se consolida (CARVALHO; RABECHINI JR., 2011). Acompanhe no Quadro 4 alguns tipos de integração e questões associadas a elas, que servem como balizadoras ao gerente de projetos. 58 Elaboração de Projetos Empresariais Quadro 4 - Tipos de integração e as áreas de conhecimentos Integração Questões Escopo X Prazo Todos os pacotes de trabalho estão cobertos na progra- mação dos tempos? Escopo X Recursos Humanos Todos os pacotes de trabalho apresentam-se com os responsáveis? É possível associar quem faz o que? Prazo X Recursos Humanos Dada uma programação necessária, é possível associá-la às disponibilidades de recursos? Escopo X Custos Todos os pacotes de trabalho apresentam custos de mão de obra e aquisições? Recursos Humanos X Custos É possível identifi car os desembolsos de recursos huma- nos e aquisições? Recursos Humanos X Comunicação Os interessados estão recebendo informações adequa- das? Prazo X Suprimentos Quando e onde devem chegar as aquisições? Qualidade X Prazo Quando e como fazer as inspeções no projeto? Quais variáveis devem ser medidas ao longo do projeto? Prazo X Suprimentos Quando e onde devem chegar as aquisições? Qualidade X Prazo Quando e como fazer as inspeções no projeto? Quais variáveis devem ser medidas ao longo do projeto? Prazo X Risco Quando fazer as avaliações de risco? Custo X Risco Quais os custos dos eventos incertos? Escopo X Prazo X Custo Os indicadores de resultado do projeto poderão ser gerenciados? Existe um sistema de indicadores (EVMS) previsto para ser utilizado no gerenciamento do projeto? Custo X Escopo Qual o custo das mudanças? Comunicação X Prazos Há uma programação de reuniões do projeto segundo o planejamento de avanços? Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 77). Desta forma o gerente de projetos poderá, inclusive, gerar gráfi cos apresentando como estão as integrações, e posterior a isso, ou quando esses questionamentos forem resolvidos/conferidos, podem ocorrer novas integrações e gerarem novos questionamentos. Lembrando que a equipe, de forma global, deverá ser comunicada do andamento deste processo e sempre deverá ter aprovação do patrocinador do projeto. 59 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Carvalho e Rabechini Jr. (2011) lembram que se faz necessário produzir um documento/plano contendo os produtos que irão possibilitar o acompanhamento e controle do projeto, que tem como base o que você viu anteriormente para a construção da casa do Eduardo e da Mônica. Outro ponto levantado pelos autores é a necessidade de controle rigoroso deste ponto em diante, já que daqui para frente os projetos têm seu ciclo de vida verifi cado e será ponderada a sua continuidade, pois afi rmam que é também deste ponto em diante que os custos serão cada vez maiores. A partir daqui não se falará mais de planejamento, mas sim de execução dos projetos nas reuniões que o gestor irá presidir. É o momento em que o projeto fi ca, segundo Carvalho e Rabechini (2011, p. 81), “mais nervoso”. Visto como é realizada a parte central do projeto, vamos à parte fi nal. O FIM: FORMALIZAÇÃO E ENCERRAMENTO DO PROJETO Só porque o projeto está sendo fi nalizado, não signifi ca que esta fase é menos importante, os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2011) dizem que esta fase deve ser marcada por um evento que formalize o fechamento de todas as ações. Sugerem, inclusive, que seja designado um gerente responsável por esta etapa do projeto já no início das atividades. Afi rmam ainda que o encerramento deve ser planejado principalmente pela razão das informações que serão armazenadas na fi nalização do projeto. O PMI (2004) considera que o fechamento deve ser feito sob dois grupos: o primeiro, que refere-se ao fechamento de cada fase, analisando o que se obteve de sucesso e o que veio a fracassar, registrando todas as lições aprendidas e divulgar para que sejam utilizadas nas próximas oportunidades; e o segundo, que é o fechamento dos contratos, verifi cação de pendências, verifi cação dos pagamentos posteriores ao projeto. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) sugerem um fl uxo para o encerramento do projeto. 60 Elaboração de Projetos Empresariais Figura 16 - Processo de encerramento de projeto Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 82). Esse fl uxo apresentado pode auxiliar você, como gestor de projetos, a monitorar as atividades relacionadas ao fechamento do projeto. E para fi nalizar esse processo, recomendam que seja realizada a reunião de encerramento, atentando aos seguintes cuidados para que não haja constrangimento em caso de insucesso e para que sejam valorizados os participantes em caso de êxito, acompanhe: • recepção dos convidados: não fazer distinção entre os participantes do projeto; • apresentação da pauta: distribuir antes do início da reunião e iniciar a reunião pela pauta; • apresentação dos resultados fi nais: discutir todas as informações relevantes ao fi nal do projeto; • evidenciar as boas contribuições: destacar neste momento os membros com bons rendimentos no projeto; • problemas: trabalhar racionalmente o que porventura não ocorreu como programado, para aprender com estes fatos; • novas propostas: apresentar as possibilidades de trabalhos futuros antes de fi nalizar a reunião; • próximos passos: recomendam uma comemoração “discreta” para encerrar defi nitivamente a reunião. 61 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Muito bem! Chegada a esta parte, você está convidado a conhecer, individualmente, cada uma das próximas etapas da elaboração dos projetos, e a primeira delas é o Escopo do projeto, boa leitura! Atividade de Estudos: 1) Agora que você já viu como é realizada a integração do projeto, tome como base um projeto pessoal que você queira realizar, como uma viagem de fi nal de ano, por exemplo, e descreva como seria a integração deste projeto. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________ ESCOPO DO PROJETO Anteriormente falamos da integração de todos os processos envolvidos na gerência de projetos, agora vamos passar a elencar cada uma das áreas que fazem parte da gestão de projetos. A primeira delas é a gestão do escopo, que consiste na soma dos produtos, serviços e resultados fornecidos pelo projeto. O escopo é um subconjunto de gerenciamento de projetos que engloba os processos fundamentais para assegurar que sejam executadas apenas as atividades necessárias para realização do projeto, tratando de forma primordial o que está e o que não está incluso no projeto. Baseado nisto, Vargas (2009) afi rma que o gerenciamento de escopo tem como objetivo principal defi nir e controlar os trabalhos que serão realizados pelo projeto, de uma forma que garanta que o produto ou serviço objeto deste projeto seja obtido com a menor quantidade de trabalho, sem deixar para trás nada do que foi estabelecido no projeto. Vargas (2009, p. 57) defi ne escopo como “o trabalho que precisa ser desenvolvido para garantir a entrega de um determinado produto dentro de todas as suas especifi cações e funções”. E subdivide o escopo em: 62 Elaboração de Projetos Empresariais • Escopo Funcional: apresenta o conjunto de características funcionais do produto ou serviço que será desenvolvido pelo projeto, considerando sua capacidade, mercado, fi losofi a, entre outros. Estes são direcionados para o cliente e também são denominados de requisitos funcionais. • Escopo Técnico: apresenta as características técnicas do projeto, prioriza os padrões e especifi cações, normas legais, procedimentos de qualidade, entre outras especifi cações técnicas e legais que serão utilizadas; este escopo é direcionado normalmente para a equipe do projeto e é denominado de requisitos técnicos. • Escopo de Atividades: é o trabalho desenvolvido para prover os dois outros escopos do produto ou serviço do projeto, é evidenciado na Estrutura Analítica do Projeto (EAP). Como o escopo tem a função de direcionar o projeto e possui um grande detalhamento, no momento de gerenciá-lo é importante trabalhar a fi m de garantir que o excesso de informações não o deixe demasiadamente complexo e de difícil entendimento e execução. O PMI (2004) em seu PMBoK utiliza cinco divisões do gerenciamento de escopo, são elas: a) Coletar Requisitos: a juntada de documentos das necessidades das partes interessadas para alcançar os objetivos do projeto, além da documentação das funções e funcionalidades do projeto e do produto. Vargas (2009) apresenta um mapa mental deste processo de coletar os requisitos, o qual pode ser visto na Figura 16. O PMBoK (2008, p. 79) agrega descrevendo que “o sucesso do projeto é diretamente infl uenciado pela atenção na captura e gerenciamento dos requisitos do projeto e do produto”. Figura 16 - Mapa mental do processo de coletar os requisitos Fonte: Vargas (2009, p. 59). 63 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Você pôde perceber no mapa mental deste processo que as entradas advêm do termo de abertura do projeto e dos registros das partes interessadas, e assim como na integralização, há ferramentas que são utilizadas na coleta dos requisitos, compostas por: entrevistas, dinâmicas, ofi cinas, técnicas de criatividade e tomadas de decisão, bem como questionários, observações e protótipos, para aí sim gerar as saídas desta fase, que são as documentações dos requisitos, o plano de gerenciamento dos requisitos e a matriz de rastreabilidade. b) Defi nir o escopo: onde as futuras decisões do projeto são desenvolvidas em uma declaração detalhada do projeto, esta preparação é crítica para o sucesso e baseia-se nas entregas principais, e premissas e restrições já documentadas durante a iniciação do projeto. Vamos ver isso no mapa mental elaborado por Vargas (2009): Figura 17 - Mapa mental do processo de defi nir o escopo Fonte: Vargas (2009, p. 59). Podemos perceber que nesta parte do processo as entradas se dão pelo termo de abertura, a documentação dos requisitos e os ativos de processos organizacionais. E a utilização de ferramentas como opinião de especialista, análise de produto, identifi cação de alternativas e ofi cinas, para após a defi nição do escopo obterem como saída a declaração do escopo do projeto e as atualizações dos documentos do projeto. Esta parte do processo é o momento da ação do projeto, e segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 88), é o momento em que o gerente e a equipe devem “armar o projeto” para iniciar o efetivo gerenciamento, momento de gerar base de conhecimento comum, dos resultados e do trabalho a ser desenvolvido. É o momento da execução e elaboração da declaração do escopo, que deve incluir: • A justifi cativa da sua criação: momento no qual a equipe e o gestor podem justifi car a necessidade e a motivação do projeto. • Objetivos do projeto: depois de dadas as justifi cativas, é necessário deixar claras as intenções do projeto, quais são os resultados que se espera e; 64 Elaboração de Projetos Empresariais • Produto do projeto: que é o que se espera entregar no fi nal do projeto caso tenha sucesso (CARVALHO; RABECHINI JR., 2009), sendo assim importante, em qualquer defi nição de escopo, estabelecer claramente as premissas e restrições. Feito isso, é necessário iniciar o processo de detalhamento do escopo. Processo esse que envolve a decomposição das entregas do projeto para que até os componentes menores dos projetos sejam administrados de forma mais fácil. Os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2009) lembram que esse processo de decomposição pode ser expresso pela ferramenta Estrutura Analítica do Projeto (EAP), originada da Work Breakdown Structure (WBS), que hierarquiza todo o trabalho do projeto por meio dos seus principais resultados. c) Criar a Estrutura Analítica do Projeto – EAP (Work Breakdown Structure – WBS): é a subdivisão das maiores entregas e trabalho do projeto em componentes menores, para um gerenciamento melhor. Vargas (2009) elabora um mapa mental com as entradas e saídas deste processo. Figura 18 - Mapa mental do processo criar a EAP Fonte: Vargas (2009, p. 60). Assim como os demais mapas mentais, este tem como entrada a declaração do escopo do projeto, a documentação dos requisitos e os ativos de processos organizacionais, e a ferramenta utilizada é a decomposição. Depois de criada a EAP, as saídas serão a EAP, o dicionário EAP, a linha base do escopo e as atualizações dos documentos do projeto. Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 89) lembram que a EAP é advinda da (WBS), portanto ela é aplicada agora a fi m de representar no processo “a desagregação (para baixo) e integração (para cima) do trabalho do projeto, que vai ajudar o gerente de projetos na execução e controle das atividades do projeto”. Feito esse processo, são gerados elementos fi nais denominados de pacote de trabalho, que é o mais baixo nível. Para que esses pacotes sejam gerenciados 65 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 e associados, devem conter os seguintes elementos, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2009): • Objetivo: ter a identifi cação do que deve ser alcançado com o pacote. • Entregas (deliverables): associação do produto/serviço ao trabalho. • Programação: demonstrar as atividades que são associadas e a sua execução planejada. • Orçamento: o que será desembolsado e quais valores acumulados, com seu devido cronograma. • Responsabilidades: os responsáveis diretos pelo trabalho e a mão de obra (homem/hora) associada. A WBS pode ser entendida como a representação gráfi ca de todas as tarefas que serão feitas e suas decomposições. Lembram do caso da casa do Eduardo e da Mônica? Vamos ver a montagem da WBS nesse caso. 66Elaboração de Projetos Empresariais Fi gu ra 1 9 - W B S c as a E du ar do e M ôn ic a Fo nt e: A da pt ad o de C ar va lh o e R ab ec hi ni J r ( 20 11 , p . 9 2) . 67 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Você percebeu que foram decompostas as atividades em serviços preliminares, projetos, construção, sistemas, acabamento, serviços complementares e acabamentos. E cada uma destas atividades foi novamente dividida em partes menores, algumas poderiam passar despercebidas, como a limpeza do ambiente, mas apresentadas no WBS fi cam contempladas e torna-se possível o acompanhamento da execução. d) Verifi car o escopo: aqui se dá o processo de formalização da aceitação das entregas concluídas do projeto. Incluindo revisão das entregas com clientes ou patrocinador, garantindo, desta forma, que estas foram concluídas a contento e assim obtendo dos clientes a aceitação formal das mesmas. Vargas (2009) também exemplifi ca, na Figura 20, o mapa mental deste processo. Figura 20 - Mapa mental do processo verifi car o escopo Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 60). As entradas no processo de verifi car o escopo acontecem com o plano de gerenciamento do projeto, a documentação dos requisitos, matriz de rastreabilidade dos requisitos e as entregas já validadas. Aqui a única ferramenta utilizada é a inspeção, para que depois de verifi cado o escopo, as saídas sejam as entregas aceitas, as solicitações de mudanças e as atualizações dos documentos do projeto. e) Controlar o escopo: neste momento é realizado o monitoramento do andamento do escopo do projeto e do produto, e o gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do escopo, analisando todas as alterações. Vargas (2009) apresenta isso no mapa mental abaixo: 68 Elaboração de Projetos Empresariais Figura 21 - Mapa mental do processo controlar o escopo Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 60). Quando falamos de controle do escopo, teremos como entradas o plano de gerenciamento do projeto, as informações sobre o desempenho do trabalho, documentação dos requisitos e matriz de rastreabilidade dos requisitos, além dos ativos de processos organizacionais, e a ferramenta utilizada será a análise de variação. Após processado o controle do escopo, teremos como saída as medições de desempenho, atualizações dos ativos de processos organizacionais, solicitações de mudança, atualizações do plano de gerenciamento e dos documentos do projeto. Documento de requisitos do projeto – documento que registra os requisitos para atender as necessidades do projeto. Plano de gerenciamento dos requisitos do projeto – é auxiliar ao plano de gerenciamento de projetos e descreve os procedimentos que serão utilizados para documentar como os requisitos serão analisados, documentados etc. Matriz de rastreabilidade de requisitos (RTM) – é um documento em forma de tabela que lista os requisitos do projeto, de modo a permitir o rastreamento do requisito dentro da EAP do projeto. Declaração do escopo – é o documento que formaliza o escopo de todos os trabalhos a serem desenvolvidos no projeto, servindo de bases para futuras decisões do projeto. Plano de gerenciamento do escopo – é auxiliar ao plano de gerenciamento de projeto e descreve os procedimentos que serão utilizados para gerenciar todo o escopo do projeto (VARGAS, 2009, p. 61). 69 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Carvalho e Rabechini Jr. (2011) chamam a atenção para a importância deste processo para o ideal gerenciamento dos projetos, afi rmando que as revisões de projetos devem ser planejadas de acordo com as necessidades, e apresentam também um quadro com as principais revisões em projetos. Acompanhe no quadro abaixo: Quadro 5 - Tipos de revisões REVISÃO OBJETIVO Periódica Previstas para serem realizadas em determinados períodos do projeto. Fase Após cumprir determinadas fases, as revisões ocorrem com o objetivo de apro- var a fase anterior e, assim, iniciar nova fase. Esporádicas Revisões pontuais em que o gerente de projetos e sua equipe apresentam os avanços alcançados. Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 97). Baseado nestas revisões é que as tomadas de decisões podem ocorrer de maneira mais assertiva, já que após estas revisões os gerentes poderão saber qual o andamento dos projetos, saberão se o projeto necessita de mais tempo, mais mão de obra ou com maior necessidade de investimentos. Muito bem! A partir daqui você já tem subsídios sufi cientes para descrever o escopo desde seu planejamento ao fechamento, vamos agora passar para o gerenciamento do tempo. Atividade de Estudos: 1) Continuando o seu projeto de viagem de fi nal de ano, descreva qual é o escopo deste projeto. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ 70 Elaboração de Projetos Empresariais TEMPO DO PROJETO Frequentemente ouvimos alguma destas frases: “não tenho tempo para realizar determinada tarefa”, “o dia tem poucas horas”, ou ainda “o ano já está acabando e não realizei metade das atividades que havia programado”. Em um projeto o tempo tem grande relevância, pois seu tempo é determinado, possui um início e fi m muito bem descritos. Assim como afi rma Vargas (2009, p. 63), “o principal objetivo dessa área é garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo determinado”. Então, por que gerenciar o tempo e no que ele infl uencia? Vamos ver! Gärtner (2010) justifi ca a importância da gerência do tempo nos projetos, porque projetos fora do prazo geram insatisfação no cliente, além de aumentar os custos e a tensão em toda a equipe. Sem contar que isso pode causar o cancelamento por parte do cliente. Gerenciar bem o tempo auxilia na fi nalização do projeto, o tempo é composto pelos processos de defi nição e sequenciamento das atividades, estimativas de recursos, atividades, além do desenvolvimento e controle do cronograma (GÄRTNER, 2010). Um ponto crucial na gerência do tempo é saber que ele foi planejado, havendo uma necessidade real deste investimento e que ele está orçado de forma correta, e principalmente, que se saberá quando irá iniciar e quando irá terminar. Desta forma, o tempo do projeto será monitorado dentro do seu cronograma, o que evitará surpresas. Segundo Project Management Institute (2004, p. 123), “o gerenciamento de tempo do projeto inclui os processos necessários para realizar o término do projeto no tempo”. E o PMBOK (2008, p. 80), em um conceito mais recente, afi rma que o “O gerenciamento do tempo do projeto inclui os processos necessários para gerenciar o término pontual do projeto”. Além disso, Vargas (2009) nos lembra que o tempo é considerado uma das razões mais importantes para gerar confl itos entre os envolvidos no projeto. Assim, para evitarmos esses confl itos, além de outros problemas, vamos ver como o PMI (2008) considera os processos no gerenciamento do tempo dos projetos: a) Defi nir atividades: momento de identifi car todas as atividades específi cas que devem ser elaboradas para que se produzam produtos/serviços do projeto, além das suas entregas já identifi cadas e que você já viu no WBS. Assim como nas demais partes dos processos do projeto, Vargas (2009) apresenta um mapa mental destas atividades. 71 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Figura 22 - Mapa mental do processo defi nir as atividades Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 65). Como analisamos nos demais mapasmentais, este tem como entradas a linha de base do escopo, os fatores ambientais das empresas e os ativos de processos organizacionais, utiliza como ferramentas a decomposição, o planejamento em ondas sucessivas, os modelos e as opiniões dos especialistas. Após processadas as atividades, as saídas apresentadas serão as listas e os atributos das atividades, bem como a lista dos marcos. Carvalho e Rabechini Jr (2011) corroboram com Vargas (2009) afi rmando que a lista de atividades, que é a saída deste processo, deve conter detalhes de cada atividade, e citam que geralmente estas listas contêm atributos como: premissas, restrições, pessoal responsável, local físico onde será desenvolvida a atividade e as codifi cações da WBS. Barcaui et al. (2010, p. 49) também agregam sobre o processo da área descrevendo que “a defi nição das atividades tem um papel fundamental no planejamento, execução e controle de um projeto. É por meio das atividades que se delegam as ações para as pessoas envolvidas no projeto, que se defi ne o trabalho necessário para o cumprimento das entregas prometidas ao cliente e que se fará o cálculo do custo do trabalho para a orçamentação do projeto”. b) Sequenciamento das atividades: aqui é possível a identifi cação e documentação das relações dependentes entre as atividades. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) exemplifi cam esse sequenciamento com o currículo do curso de Engenharia, onde, uma década atrás, disciplinas de um semestre eram pré-requisitos para as do próximo semestre, o que faria com que o aluno, se reprovado em uma disciplina, tivesse muita difi culdade em seguir com o cronograma normal no próximo semestre. Depois de discussões e reformas que ocorreram no projeto curricular e que acontece nesta fase que estamos estudando do sequenciamento de atividades, foram retirados muitos dos pré-requisitos, permitindo assim que o aluno que reprovasse não seria grandemente prejudicado no próximo semestre. Com esse exemplo pode-se perceber que o sequenciamento de atividades permite discussões e ajustes. Vamos ver como Vargas (2009) representa o mapa mental desta atividade, na Figura 23. 72 Elaboração de Projetos Empresariais Figura 23 - Mapa mental do processo de sequenciar as atividades Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 65). Veja que as entradas são compostas pela lista e atributos das atividades, além da lista dos marcos, da declaração do escopo dos projetos e dos ativos de processos organizacionais. As ferramentas utilizadas são o método do diagrama de precedência (MDP), a determinação de dependência, aplicação de antecipações e esperas e os modelos de diagrama de rede de cronograma, para se obter como saída o diagrama de redes do cronograma do projeto e as atualizações dos documentos do projeto. Neste caso, o desafi o para o gerente de projetos, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), é ponderar a real necessidade dos vínculos de dependência das atividades, pois precisam ter uma sequência que se decomponha em um cronograma viável, sem ligações e amarrações desnecessárias para não aumentar a duração do projeto. O método de diagrama de precedência representa as atividades nos nós, por retângulos, e as relações de precedência são estabelecidas nas setas. A Figura 24 apresenta esse método. Figura 24 - Método de diagrama de precedência Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 111). 73 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 c) Estimar os recursos das atividades: neste ponto, efetivamente, é o momento de estimar quanto de cada recurso, seja quantidade de material, pessoas, equipamentos ou suprimentos será necessário para realizar a atividade. Vamos ver o mapa mental que Vargas (2009) nos apresenta nesta fase. Figura 25 - Mapa mental do processo de estimar os recursos das atividades Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 65). As entradas nesse processo são as listas e atributos das atividades, calendário dos recursos, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais, para trabalhar com as ferramentas de opinião de especialistas, análise das alternativas, dados já publicados para o auxilio a estimativas, estimativas do “bottom-up” e software de gerenciamento de projetos, para obterem como saídas os requisitos de recursos das atividades, a estrutura analítica dos recursos e as atualizações dos documentos do projeto. O bottom-up é a previsão de utilização de cada atividade, não é visto nas necessidades de uma forma geral, e sim, individualmente (PMI, 2008). d) Estimar as durações das atividades: nesta etapa será estimada a quantidade de períodos de trabalho das atividades específi cas e os recursos. Vamos ver como fi ca o mapa mental deste processo apresentado por Vargas (2009) na fi gura a seguir: 74 Elaboração de Projetos Empresariais Figura 26 - Mapa mental do processo estimar as durações das atividades Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 66). Temos neste processo as entradas de lista e atributos das atividades, requisitos e calendários dos recursos das atividades, a declaração do escopo do projeto, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais. As ferramentas aqui utilizadas serão a opinião de especialistas, estimativa análoga e paramétrica, a estimativa de três pontos e a análise de reservas, para as saídas serem concretizadas com as estimativas de duração das atividades e as atualizações dos documentos do projeto. “A estimativa análoga baseia-se em pacotes de trabalho/ atividades similares de projetos anteriores para estimar a duração dos pacotes de trabalho e/ou atividades do seu projeto atual”. (ESCRITÓRIO DE PROJETOS, 2016, online). Fonte: Disponível em: <http://escritoriodeprojetos.com.br/ estimativa-analoga.aspx>. Acesso em: 5 jun. 2016. A estimativa paramétrica usa relações estatísticas para estimar custo e duração das atividades com base em dados históricos e parâmetros do projeto. Por exemplo: Historicamente, o pintor X pinta 10m² de parede/dia, conclui-se que ele pintará 100m² em 10 dias. (ESCRITÓRIO DE PROJETOS, 2016, online). Fonte: Disponível em: <http://escritoriodeprojetos.com.br/ estimativa-parametrica.aspx>. Acesso em: 5 jun. 2016. Estimativa de três pontos: pode ser aperfeiçoada considerando-se as incertezas das estimativas e riscos. Este conceito se originou com a Técnica de Revisão e Avaliação de Programa (PERT). 75 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 O PERT usa três estimativas para defi nir uma faixa aproximada para a duração de uma atividade: mais provável (tm); otimista (to); pessimista (tp). Fonte: Adaptado de Torres (2016). e) Desenvolver cronograma: aqui é realizada a análise da sequência das atividades, suas durações, recursos necessários e restrições do cronograma para elaboração do cronograma do projeto. Vargas (2009) elabora também o mapa mental desta etapa, vamos verifi car na Figura 27? Figura 27 - Mapa mental do processo de desenvolver o cronograma Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 66) Perceba que neste processo há um número maior de entradas e de ferramentas sendo utilizadas, as entradas são compostas por listas e atributos das atividades, diagrama de rede do cronograma do projeto (para exemplifi car esse diagrama, imaginem o funcionamento da rede interna de computadores de uma empresa, suponha que o objetivo é imprimir e 10 computadores enviam seus trabalhos para a mesma impressora, eles não estão fi sicamente próximos mas a rede permite que eles enviem o documento a ser impresso pela ligação em rede), ainda nomeadas as entradas, teremos os requisitos e calendários dos recursos, estimativas de duração das atividades, a declaração do escopo do projeto, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais. As ferramentas a seremutilizadas serão a análise de rede de cronograma, método do caminho e da corrente crítica, nivelamento de recursos, análise de cenários, aplicação de antecipação e espera, compressão de cronograma e ferramenta de elaboração de cronograma (que podem ser softwares especializados 76 Elaboração de Projetos Empresariais nisto). Consequentemente, as saídas serão o cronograma do projeto, a linha de base do cronograma, os dados do cronograma e as atualizações dos documentos do projeto. O método do caminho crítico identifi ca a sequência de atividades na qual, caso uma delas atrase, todo o projeto estará atrasado. Em outras palavras, a sequência das atividades que não têm folga. Escritório de projetos (2016). Fonte: Disponível em: <http://escritoriodeprojetos.com.br/ metodo-do-caminho-critico>. Acesso em: 5 maio 2016. O método da corrente crítica é uma das técnicas usadas na análise da rede do cronograma que tem como base: dependência das atividades; limitação dos recursos; margem de contingência ou buffers. Passo a passo: Identifi car todas as atividades e dependências; Construir um diagrama de rede do cronograma; Defi nir restrições; Determinar o caminho crítico; Determinar buffers; Aplicar a disponibilidade de recursos. Escritório de projetos (2016). Fonte: Disponível em: <http://escritoriodeprojetos.com.br/metodo- da-corrente-critica.aspx>. Acesso em: 5 maio 2016. Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 114) afi rmam que esta é a etapa crucial da gestão de projetos para “chegar a um cronograma factível, respeitando os marcos temporais previstos em contrato e sujeitos às limitações de recurso”. E recomendam que, para a elaboração de um bom cronograma, é preciso interação das áreas de aquisições, como ilustrado na Figura 28. 77 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Figura 28 - Processo de estimativa e desenvolvimento do cronograma Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 114). Percebam a interação que há em todas as áreas. Além disso, o gerente deverá dominar as ferramentas de programação disponível para desempenhar essa etapa com êxito e dentro do esperado e apontado pelo escopo do projeto. f) Controlar o cronograma: como o próprio nome diz, é quando realiza-se o controle das mudanças do cronograma do projeto, além do monitoramento do seu andamento. Na Figura 29, Vargas (2009) apresenta o mapa mental deste processo. Figura 29 - Mapa mental do processo de controlar o cronograma Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 67). Temos aqui, como entradas, o plano de gerenciamento e o cronograma do projeto, as informações sobre o desempenho do trabalho e os ativos de processos organizacionais. A utilização das ferramentas se dará com a análise de desempenho e variações, softwares de gerenciamento, nivelamento de recursos, análise de cenários “E-se” (como o nome já sugere, é a análise de cenários tipo 78 Elaboração de Projetos Empresariais a variável X aquele que nos perguntaríamos “e – se” tudo isso que pensamos não acontecer), ajustes de antecipações e esperas, compressão do cronograma e ferramenta para desenvolvimento do cronograma, para obtermos fi nalmente as saídas fi nais, que são as medições do desempenho do trabalho, atualizações dos ativos de processos organizacionais, solicitações de mudança, atualizações do plano de gerenciamento e atualizações do documento do projeto. Desta forma fi ndamos a análise do gerenciamento do tempo nos projetos, e Vargas (2009, p. 67) ainda nos lembra que devemos fi car atentos aos seguintes aspectos no gerenciamento do tempo: • nenhum cronograma é 100% confi ável, mas devemos trabalhar o mais próximo disso; • o cronograma do projeto determina parcialmente seu custo; • o nível de detalhamento dos cronogramas é do mesmo tamanho do projeto, em termos de trabalho; • o tempo deve ser sempre baseado no melhor e no pior cenário e; • gerenciar projetos não é somente gerenciar o tempo. Agora sim, podemos passar a gerenciar os custos dos projetos na próxima sessão. Boa leitura! Atividade de Estudos: 1) Novamente, para continuarmos a nossa atividade anterior, aqui você deve descrever como será realizada a gestão do tempo do seu projeto de férias de fi nal de ano. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ___________________________________________________ CUSTO DO PROJETO Iniciaremos esta sessão fazendo uma pergunta que parece muito irrelevante, mas vale para introduzirmos essa parte importante da gestão dos projetos. Você 79 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 gosta de perder dinheiro? As empresas gostam de perder dinheiro? Certamente que você respondeu um sonoro NÃO, ninguém gosta e ninguém quer perder dinheiro, e quando falamos perder dinheiro, não é apenas investir mal, mas calcular mal o que você propôs gastar, por exemplo: foi viajar e gastou mais do que tinha se programado, isso não é bom e gera um efeito em cadeia grande, pode demorar alguns meses para você repor o que saiu a mais no seu orçamento. Portanto, gerir bem os seus recursos fi nanceiros é tarefa importante em sua vida pessoal e tarefa importantíssima nas organizações. Vargas (2009, p. 68) afi rma que o gerenciamento de custos objetiva garantir que o capital disponível será sufi ciente para “obter todos os recursos para realizar os trabalhos do projeto”. E os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2011) chamam a atenção para que se tenha um olhar minucioso nas estimativas do projeto e um controle de perto, para que não haja desvios de rota. Com esse acompanhamento de perto, fi ca mais simples recalcular as estimativas e realizar as alterações necessárias. O PMI (2008) traz um capítulo inteiro para discutir os processos necessários na boa gestão de custos, a fi m de garantir sua conclusão dentro do que foi estimado, visando um fl uxo de caixa positivo e, preferencialmente, sem utilizar as reservas fi nanceiras. O PMI (2008) considera três processos no gerenciamento de custos, são eles: a) Estimar os custos: momento no qual o gestor deve estimar o que irá gastar de recursos monetários para executar as atividades dos projetos. Vargas (2009), como fez em todas as partes do projeto que vimos até aqui, nos apresenta um mapa mental deste processo. Figura 30 - Mapa mental do processo de estimar os custos Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 70). 80 Elaboração de Projetos Empresariais Como você pôde visualizar, as entradas nesta parte do processo acontecem por meio da linha de base do escopo, do cronograma do projeto, do plano de recursos humanos, o registro dos riscos, os fatores ambientais da empresa e os ativos de processos organizacionais, ou seja, dos projetos já realizados anteriormente. As ferramentas utilizadas serão as opiniões de especialistas, a estimativa análoga e a paramétrica que já foram utilizadas na gestão do tempo, também as estimativas bottom-up e três pontos, além da análise de reservas, o custo da qualidade, software de estimativas de gerenciamento de projetos e análise da proposta do fornecedor, para então as saídas serem compostas por estimativas de custos das atividades, bases das estimativas e atualizações dos documentos do projeto. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) confi rmam que o primeiro passo para gerenciar os custos é obter as estimativas levantando os recursos necessários para completar as atividades do projeto. Essas informações, segundo os mesmos autores, também dependem do plano de contas que foi montado para o projeto em curso. Este plano e a estrutura utilizada pela organização são bem detalhados, permitindo queos gastos e demais informações fi nanceiras do projeto sejam levados adequadamente ao sistema contábil. Um cuidado muito importante que o gestor deve tomar aqui é apurar os custos do projeto separando das atividades rotineiras da organização, pois caso isso se misture, trará sérios problemas na apuração dos custos do projeto. Vamos para a segunda fase deste processo: a) Determinar orçamento: momento no qual o processo é de verifi car o valor agregado de todas as estimativas de cada atividade ou pacotes de trabalho, estabelecendo assim uma linha-base de custo do projeto para formar o orçamento. Vejam isso na Figura 31 elaborada por Vargas (2009): Figura 31 - Mapa mental do processo de determinar o orçamento Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 71). 81 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Percebam que as entradas se dão na estimativa de custos das atividades, as bases das estimativas, retomam-se as linhas de base do escopo, o cronograma do projeto, os calendários dos recursos os contratos e os ativos de processos organizacionais, utilizados em vários processos. Já as ferramentas utilizadas são a agregação de custos, análise de reservas, opinião de especialistas, bem como a relação histórica e as reconciliações dos limites de recursos fi nanceiros, para após a determinação do orçamento se obterem as saídas da linha de base do desempenho de custos, os requisitos de recursos fi nanceiros do projeto e as atualizações dos documentos do projeto. Carvalho e Rabechini Jr. (2011) consideram a linha-base como fator fundamental na gestão dos custos, pois é através dela que se mede o desempenho do projeto e também será possível estabelecer ações contingenciais caso o projeto sofra algum desvio. Essa base, ainda segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 141), “pode ser estabelecida tanto com base na programação da data mais cedo, como da data mais tarde. Contudo, é importante optar por uma dessas confi gurações”, já que essa curva na linha base fornecerá o orçamento em uma base temporal. Essa linha pode ser estabelecida para o projeto como um todo ou para algum componente da WBS que você já estudou. Feito isso, o gestor já terá condições de monitorar os custos envolvidos no processo. b) Controlar os custos: ocorre quando é chegado o momento de monitorar o progresso do projeto para atualizar o seu orçamento e gerenciar as mudanças feitas na linha-base dos custos. Vamos ver como isso fi ca demonstrado no mapa mental desenhado por Vargas (2009): Figura 32 – Mapa mental do processo de controlar os custos Fonte: Adaptado de Vargas (2009, p. 71). Veja que as entradas são o plano de gerenciamento do projeto, os requisitos de recursos fi nanceiros, as informações sobre o desempenho do trabalho (trabalhos morosos são mais custosos) e os ativos de processos organizacionais. 82 Elaboração de Projetos Empresariais As ferramentas utilizadas serão o gerenciamento do valor agregado, a previsão, o índice de desempenho para término (IDPT), a análise de desempenho e variação e o software de gerenciamento de projetos. Neste processo teremos as saídas de medições de desempenho do trabalho, previsões do orçamento, atualizações dos ativos de processos organizacionais, solicitações de mudanças, atualizações do plano de gerenciamento do projeto e, por fi m, as atualizações dos documentos do projeto. Feito isso, teremos o desenho completo do gerenciamento dos custos no projeto. O autor Vargas (2009, p. 71) ainda nos chama a atenção para alguns cuidados que devemos tomar no gerenciamento de custos, que são: • em projetos no contrato, é importante diferenciar estimativas de custos de precifi cação: custos são resultantes das necessidades de recursos etc. do projeto, enquanto o preço é uma decisão de estratégia de negócio da organização; • qualquer estimativa de custos deve vir acompanhada por sua memória de cálculo; • bancos de dados comerciais sempre podem ser utilizados na estimativa de recursos e custos, bem como os registros obtidos em projetos anteriores; • muitas empresas patrocinam seus projetos, mesmo com os custos não sendo recuperados, porque têm interesse em atingir uma meta de longo prazo para a organização. Como todas as áreas envolvidas no processo têm uma ligação direta com a área de custos, qualquer alteração feita deve ser comunicada às demais áreas, em especial, como lembram Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 137), “aquelas que fazem parte do triângulo dos objetivos primários – escopo, prazo e custos”. E além desta, os autores afi rmam que a área de risco, que você ainda estudará, fornece informações vitais para a boa gestão de custos, e, claro, a área de integração deve estar ciente de qualquer alteração nos planos de projeto. Vamos ver na Figura 33 como a área de custo faz essa ligação e comunicação com as demais áreas. 83 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Figura 33 - Fluxo dos processos de gestão de custos Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 138). Nesta fi gura você pôde notar a importância da inter-relação dos custos com as demais áreas, e o quanto é necessário o gestor do projeto comunicar todos os fatos ocorridos na confi guração destes custos. Portanto, apresentado esse panorama geral do processo de gerir os custos, você conclui mais uma etapa da gestão dos projetos. Acompanhe as próximas etapas no próximo capítulo. 84 Elaboração de Projetos Empresariais Atividade de Estudos: 1) Agora chegou a hora de calcular os custos envolvidos no seu projeto de férias de fi nal de ano. Vamos lá? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ALGUMAS CONSIDERAÇÕES A gestão de projetos é composta por diversas áreas, que vão desde a integração até a aquisição. Aqui você acompanhou como são formadas e geridas as áreas de integração, escopo, tempo e custos dos projetos. Pôde perceber que a integração se dá pela “administração” das áreas e faz com que todas as informações e controle aconteçam e sejam acompanhados de uma forma global. Quando você passou pela área do escopo, pôde compreender como é a coleta dos dados para a formação do projeto, como é feita a estrutura analítica destes fatos, sempre pensando e visualizando o seu resultado fi nal de forma que o controle busque a integração dos melhores recursos a serem utilizados. Já na gestão do tempo dos projetos foram observadas algumas das ferramentas que podem ser utilizadas na otimização deste processo, bem como são desenvolvidos os cronogramas e a importância da boa administração deste fator, já que a essência de um projeto é justamente a determinação do tempo. E, por fi m, nesta primeira etapa das áreas dos projetos, você compreendeu como é a gestão dos custos, de que forma são utilizados, e o mais importante, como utilizados de forma enxuta, afi nal, a premissa sempre é fazer mais com menos. 85 FASE 1 DOS PROJETOS Capítulo 2 Esperamos que tenha apreendido e que você possa ser o gestor dos projetos que acontecem na sua organização ou gerir, como projetos, as suas aspirações pessoais. Até a próxima e bons estudos. REFERÊNCIAS BARCAUI, A. B.; BORBA, D.; SILVA, I. M.; NEVES, R. B. Gerenciamento de tempo em projetos. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2010. CARVALHO, Marly Monteiro de; RABECHINI JR, Roque. Construindo competências para gerenciar projetos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. GÄRTNER, Roberto. Gestão de Projetos. Indaial: Uniasselvi, 2010. JORDÃO, Claudius et al. Gerenciamento de projetos: guia do profi ssional.Rio de Janeiro: Brasport, 2006. PMI. A guide to the Project management body of knowlege (PMBoK®). 4. ed. Pennsylvania: Project Management Institute, 2008. PMI. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project management body of knowledge. 3. ed. Pennsylvania: PMI, 2004. TORRES, Lutieri. PMBOK: Como estimar a atividade de um projeto. DEVmedia. 2016. Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/pmbok-como-estimar-a- atividade-de-um-projeto/28801>. Acesso em: 2 jun. 2016. VALLE, A. et al. Fundamentos do gerenciamento de projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 7. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2009. ______. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 5. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2003. 86 Elaboração de Projetos Empresariais
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